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MEC2345

Mecânica dos Fluidos II


2017-2
Departamento de Engenharia Mecânica

Angela Ourivio Nieckele


sala 163- L – ramal 1182 – e-mail: nieckele@puc-rio.br
O que é um Fluido? É um material em
um estado tal que se deforma continuamente quando
sujeito a ação de cargas anisotrópicas (tensões
cisalhantes), por menor que seja a carga.
Sólidos  oferecem resistência a deformação. Apresentam
deformação finita quando submetidos a esforços cisalhantes

Sólido: equilíbrio estático Líquido: equilíbrio dinâmico


g = deformação g = taxa de deformação

Fluidos Newtonianos:
Tensão cisalhante: t = F/ A = G g
Lei de Newton: t = m g = m d u / dy
G = módulo de elasticidade
m = viscosidade (propriedade do fluido) 2
Aplicações
 Previsões metereológicas:

Furacão Tornado

 Estruturas e prédios  Geração de eletricidade


(barragens)

3
Aplicações
Carros

Aviões Barcos

4
 Esportes:

 bioengenharia :

5
 Resfriamento de
componentes
eletrônicos:
 Poluição
(atmosférica/hídrica)

6
Quais são os Fenômenos de
Transporte?
 Dinâmica dos fluidos: transporte de quantidade de
movimento
Transferência de calor: transporte de energia
Transferência de massa: transporte de massa de
espécies químicas

Observação:
1. Freqüentemente ocorrem simultaneamente
2. As equações básicas são muito semelhantes e as
ferramentas matemáticas para resolver problemas são
similares, porque os mecanismos moleculares são
diretamente relacionados.
7
Equações de Conservação da
Mecânica
 Conservação de massa

Conservação de quantidade movimento linear

(2ª. Lei de Newton)

Conservação de quantidade de movimento angular

Conservação de energia (1ª. Lei da termodinâmica)

8
Mecânica dos Fluidos utiliza experiências
juntamente com técnicas analíticas e computacionais na
resolução dos problemas. Resolver um problema
normalmente implica na determinação de campos de
velocidade. Daí obtém-se campos de pressão, forças, etc.

Experimentos são normalmente caros e demorados. Por


esta razão devem ser minimizados usando-se, sempre que
possível, soluções analíticas ou computacionais.
Soluções analíticas nem sempre são possíveis. Daí a
necessidade de simplificações. É necessário ter um “bom
senso educado” para cortar termos, fazer hipótese, etc.

9
Propriedades dos Fluidos
 Matéria é formada por moléculas em movimento, colidindo. As
propriedades de matérias estão relacionadas com o
comportamento molecular
 Pressão (P): resultante da colisão das moléculas com as
paredes do recipiente Força  N 
P   Pa 

área  m 2 
m  kg 
Densidade (r): relaciona-se com a ocupação da r  

  3
matéria m 

 1  m 3 
 Volume específico (n): relaciona-se com a n 
m r  kg 
ocupação da matéria  

r
 Densidade relativa (d): razão entre a densidade d
da substância e a densidade da água r H2O
(adimensional)
10
Fluidos
 Líquidos: força coesiva entre moléculas é forte.

Possui superfície livre

 Gases: força coesiva entre moléculas é fraca.


Ocupa todo recipiente.

 Temperatura (T): é uma medida da energia cinética das


moléculas. Medida relativa T (oC, oF) ou absoluta T (K, R)
 Igualdade de temperatura  equilíbrio térmico

 Viscosidade absoluta(m): razão entre a tensão cisalhante(t)


e a taxa de deformação ( g ) t
m
g
m
 Viscosidade cinemática (u) u
r 11
 Para entender o comportamento da matéria seria
necessário considerar cada molécula, conhecendo a
história de cada uma, velocidade, aceleração e modos de
iteração. Isto é inviável sem um tratamento estatístico,
devido ao elevado número de moléculas.
 Na maioria das aplicações da engenharia, desejamos estudar
uma quantidade de volume de fluido contendo um grande
número de moléculas  hipótese do contínuo: admite-se que os
fluidos são meios contínuos, esquecendo-se da sua estrutura
molecular.

 Para demonstrar o conceito do contínuo, considere a


propriedade densidade:
Molecular Continuo
 ex: densidade: r(x,y,z,t) = lim m/
dd*
m/

d
d* 12
 A hipótese do contínuo falha quando as dimensões
envolvidas forem da ordem do caminho médio livre entre
colisões moleculares:
 Distância média entre colisões de moléculas do ar nas CNTP:
 1, 6 x 10-5 cm
 ex. arraste em satélites. A Teoria cinética dos gases trata desta área.
 Conceito do contínuo está associado com o conceito de
campo, i.e., todas as grandezas são definidas no espaço e
no tempo: Ex: V(r,t); P(r,t); etc.
O vetor posição r pode ser escrito em diferentes sistemas de
coordenadas:
   
 Cartesiano: r  r  x e x  y e y  z e z
  
 Cilíndrico: r  r  r e r ( )  z e z
 
 Esférico: r  r  r e r ( ,  )
 Não importa qual a partícula que está no ponto
em um determinado instante de tempo, mas sim
em que condições a partícula que passar pelo
ponto naquele instante possui. 13
Sistema versus Volume de Controle
 Sistema  Volume de controle
massa constante região fixa do espaço

Fronteira Fronteira
do sistema do volume
de controle

14
Técnicas Básicas de Análise
 Formulação Integral: equações de conservação são
aplicadas a um volume de controle finito
 menor esforço; resultados globais.
 ótima ferramenta quando se deseja valores médios e globais.
 Não fornece detalhes do escoamento.
 exemplo: força de arraste agindo sobre um objeto

 Formulação Diferencial: equações de conservação são


aplicadas a um volume de controle infinitesimal
 maior esforço; resultados pontuais.
 soluções detalhadas, porém complicadas
 exemplo: distribuição de pressão ao longo da superfície de um objeto

15
Método Lagrangeano versus Euleriano
 Método Lagrangiano: As equações de conservação
são aplicadas a um sistema arbitrário, o qual pode ser
infinitesimal ou finito.
 A variável física é descrita para um determinada partícula
 A variável independente é um “rótulo” da partícula, como por
exemplo, a coordenada  da partícula em um determinado
instante de tempo: rP é a posição da partícula P em t = 0

    ( rP , t ) Esta função descreve como a função  da
partícula P varia com o tempo
 Ex: policial seguindo carro

16
Método Lagrangeano versus Euleriano
 Método Euleriano: As equações de conservação são
aplicadas a um volume de controle arbitrário, o qual
pode ser infinitesimal ou finito
 A variável física é descrita em relação a um ponto do espaço

 Para cada instante t, a partícula em r é uma partícula
diferente

 r é a posição da partícula P em t

    ( r , t ) Esta função descreve a função  na posição
da partícula P em função do tempo
 Ex: controlador de tráfego

Vamos utilizar a formulação


Euleriana, juntamente com o
conceito de campo, i.e., todas
as propriedades são definidas
em função de sua localização
no espaço e no tempo
17
Descrição Euleriana    ( x, y , z , t )
 Derivada total de uma grandeza  (pressão, temperatura,
velocidade, etc) descreve como a grandeza varia segundo o movimento
(= como  varia com o tempo para uma determinada partícula

d   dt   dx   dy   d z
   
d t particula t d t  x d t  y d t  z d t
  
u v w

D    
  u v w
Dt

 t

 x  y

 z
taxa de variação com o taxa de variação com o
tempo ( posição fixa) tempo devido ao mov . da
partícula (variação convectiva)

18
 Vetor Velocidade:
        
V  u e x  v e y  w e z  u1 e1  u 2 e 2  u 3 e3   u i ei  u i ei
i
 Produto escalar entre vetores:
     
A  B  Ai ei  B j e j  Ai B j ei  e j  Ai B j  ij  Ai Bi

 Operador gradiente:
       
grad      e1  e2  e3  ei
 x1  x2  x3  xi

 Operador Divergente:
      Aj    Aj  Ai
div A    A  ei e j Aj  ei  e j   ij 
 xi  xi  xi  xi
19
Derivada Material
D   
  V  
Dt  t

20
Fluidos em Movimento
 O escoamento dos fluidos é determinado a partir do
conhecimento da velocidade em cada ponto do
escoamento, isto é, a partir do campo das diversas
grandezas relevantes.

 Tipos de Campos:
 Campo escalar:
 massa específica: r(r ,t); temperatura: T(r ,t); pressão p(r ,t)

 Campo vetorial:
 velocidade: V(r ,t); aceleração: a(r ,t); força F(r ,t)

 Campo Tensorial:
 tensão: s(r ,t); gradiente de velocidade:  V(r ,t);
taxa de deformação D(r ,t)
21
Tipos de Escoamento
 Regime permanente:
 V = V(r ); isto é  ( ) /  t = 0

 Regime transiente:
 V=V(r ,t) Caso geral:  ( ) /  t ≠ 0

 Escoamento uniforme: a velocidade é a


mesma em qualquer ponto do escoamento

 Escoamento não uniforme: a velocidade


varia de ponto para ponto do escoamento

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Dimensão
 Uni-dimensional: v depende somente de uma

coordenada espacial

 Bi-dimensional: v depende somente de duas


coordenadas espaciais

 Tri-dimensional: v depende das três coordenadas


espaciais, caso geral.
 Fluido perfeito, sem viscosidade:
t ≈ 0 ( g  0 )

 Fluido viscoso : t≠ 0

Caracterização dos Fluidos quanto ao seu


comportamento sob esforços normais compressivos:
 Compressíveis: quando há variação apreciável de volumes
devido à compressão. Gases em geral se comportam
assim. r ≠ constante (M>0,3), onde M= V/c é o número de
Mach; c = velocidade do som
 Incompressíveis: quando a variação do volume é pequena
para grandes compressões. A maioria dos líquidos se
comporta desta forma. r≈ constante
24
Regime de Escoamento:

 Escoamento laminar: movimento regular

 Escoamento Turbulento: aparecem turbilhões no


escoamento, causando um movimento de mistura.
O turbilhamento provoca um regime não
permanente. Porém o tempo característico de
flutuação turbulenta < < escala de tempo que define
o regime permanente ou transiente

•Se o escoamento é laminar,


eventuais perturbações serão
amortecidas e desaparecerão
(Fig. a). Durante a transição,
picos esporádicos de turbulência
surgirão (Fig. b). Durante o
regime turbulento, o escoamento
flutuará continuamente (Fig. c).
25
 Experiência de Reynolds
Laminar:
filamento de
corante não
se mistura

Turbulento: o
corante mistura
rapidamente

O escoamento turbulento
ocorre a altas velocidades. A
transição é caracterizada pelo
no. de Reynolds
rV D
Re 
m
 Reynolds altos  esc. turbulento
 Reynolds baixo  esc. laminar
26
Vetor tensão
 O vetor tensão tn é a força de contato por
unidade de área que um material dentro
de (t) faz no material fora de (t).
 Hipótese de Cauchy: tn = tn (n)
 A dependência de tn em n pode ser obtida através de um
balanço de forças em um tetraedro com a altura h 0.
 F  0   t n dA  t  x dA(n e x )  t  y dA(n e y )  t  z dA(n e z )  0
ez
 Da 3ª. Lei de Newton
tn
t x   t x ; t  y   t y ; t z   t z
ey

 então ex
 
t n  t x (n e x )  t y (n e y )  t z (n e z )  n t x e x  t y e y  t z e z  n σ
27
Tensor tensão
 sé o tensor tensão: σ  t x e x  t y e y  t z e z
 Note que: t x  e x [e x  t x ]  e y [e y  t x ]  e z [e z  t x ]
ez tz
ey t y  e x [e x  t y ]  e y [e y  t y ]  e z [e z  t y ]
ex t z  e x [e x  t z ]  e y [e y  t z ]  e z [e z  t z ]
 Então substituindo as tensões nos planos perpendiculares
as direções x, y e z, tem-se
σ  e x e x [e x  t x ]  e x e y [e y  t x ]  e x e z [e z  t x ] 
ez
 e y e x [e x  t y ]  e y e y [e y  t y ]  e y e z [e z  t y ] tz
t-x
 e z e x [e x  t z ]  e z e y [e y  t z ]  e z e z [e z  t z ] ty

e x  t x e ytx ez tx  t-y ey


A matriz s   tx
 σ  e x  t y e yt y ez t y  ex
t-z
e  t e ytz ez tz 
 x z 
28
Tensor tensão
 Definindo s xx  e x  t x ; s xy  e y  t x ; s xz  e z  t x ; etc
 o tensor tensão sé : s xx s xy s xz 
 
σ  s yx s yy s yz 
s s s 
 zx zy zz 
 Substituindo as tensões nos planos perpendiculares as
direções x, y e z, tem-se y
s yy

 1º subscrito indica a superfície s yz s yx


s xy
do cubo na qual a tensão atua, s zy
enquanto que o 2º índice s xx
s xz
indica a direção da tensão
s zz s zx x

z
29
Fluido em repouso:Compressão isotrópica:
 P 0 0  1 0 0
   
σ   0 P 0    P  0 1 0   P I
 0 0 P  0 0 1

 I é a matriz identidade, s yy  P
que também pode ser
s zz  P
representada pelo
operador
s xx  P
delta de kronecker s xx  P
x
 ij  1 se i  j
z
 0 se i  j s zz  P
s yy  P

30
Fluido em movimento:
Surge uma tensão adicional: s PI t,onde té o tensor extra-
tensão (tensão de tensões viscosas)
t xx t xy t xz 
 
τ  t yx t yy t zy 
t zx t zy t zz 
 
y
s yy  P  t yy

s yx  t yx
s yz  t yz
s xy  t xy
s zy  t zy s xx   P  t xx
s xz  t xz
x
s zz   P  t zz s zx  t zx

z
31
Gradiente de Velocidade:  v
Em coordenadas cartesianas:
dr = ex dx + ey dy + ez dz e v = ex u + ey v + ez w
  2 
g  [grad V  (grad V ) ]  div V I
T
3 dv=dr•v
   u v w
   
  x   x x x 
      u v  w
grad V   V    u v w   
 y  y  y  y
   u v w
   
 z  z z z 

 u u u 
 
 x  y z 
 v 1 0 0
 v v   
(grad V )  
T  ; I   ij   0 1 0
 x  y z  0
 w  0 1 
w  w
 
 x  y  z  32
Taxa de Deformação: D
 11

22 
 


 T




1
 22 
 




 T
 V   V  ( V )    V  ( V ) 


 
     
taxa de vorticidade
deformação

 
Taxa de deformação D
1  V  ( V )T 
2  

 u 1  v u  1  w u 
      
 x 2  x y  2  x z  Diagonal: taxa de
 1  u v  v 1  w v  
deformação linear do
D          elemento de fluido
 2  y x  y 2  y z  
 1  u w  1  v w  w 
       
Fora da diagonal: taxa
 2  z x  2  z y  z  de deformação angular
do elemento de fluido
33
Taxa de deformação angular: =du t
=(u/y)yt
dv t du t
 g yx      tan   tan   
x y
u (y)

 g yx v u =dv t
g yx  lim    2 D yx =(v/x)xt
t 0 t x y
v (x)

Taxa de deformação linear:


du t =dv t =(v/y)yt
 g xx  u (y)
x v (y)
 g xx  u =du t
g xx  lim   D xx =(u/x)xt
t 0 t x
u (x)
Taxa de deformação volumétrica:
   u  v  w 
  g xx  g yy  g zz         V
 x  y  z 
34
Vorticidade: W
 1   T 1   T
V    V  ( V )    V  ( V ) 
2 
 
 2 
   


taxa de vorticidade
deformação
 
Vorticidade W
1  V  ( V )T 
2  

 1  v u  1  w u 
 0      
 2  x y  2  x z  
0 z y 
 1  u v  1  w v    
W      0         z 0 x 
 2  y x  2  y z   
 y x 0 
 1  u w  1  v w   
       0 
 2  z x  2  z y  
x, y e z são taxas de rotação médias (velocidades angulares)
 = ex x+ ey y+ ez z  vetor vorticidade
35
Taxa de rotação:
dv t du t
  yx       tan   tan    
1 1

2 2 x y
  yx 1u v
 yx  lim      W yx   z
t 0 t 2 y  x

=du t=(u/y)yt

u (y)

=-dv t
=-(v/x)xt
v (x)

36
 
 DV  V   
Aceleração: a   V  V
Dt t
aceleração aceleração
local temporal convectiva
 
 DV  V    u e  u 
a   V  V  k k u i ei  e j (u k e k ) k e k u i  ij (u k e k )
Dt t t  xj  t  xj
 uk  uk  ek
a k ek  e k u i e k u i u k
t  xi  xi
       
Em coordenadas cartesianas: V  ui  v j  wk , a  axi  a y j  az k

Du  u   u u u u y ej
ax    V  u  u v w
Dt t t x y z ej ei
Dv  v    v v v v ei
ay    V  v   u v w
Dt t t x y z x

Dw  w   w w w
az    V  w   u w  v w
Dt t t x y z 37
  
 DV  V     uk   uk  ek
Aceleração: a  V  V a k ek  e ui ek ui u k
Dt t t k  xi  xi

    
Coordenadas cilíndricas: y er 
er  r cos i  r sin j e  r sin i  r cos j
           
V  u r er  u e  u z e z , e e er er
 r sin i  r cos j  e
e
 r cos i  r sin j  er
     
a  a r er  a e  a z e z r

x
  
 uk    uk   uk   uk  ek  ek  ek
a k ek  e u r ek u ek u z ek u r u k u u k u z u k
t k r r z r r z

 ur    ur   ur   ur  er
a r er  e u r er u er u z er u r u
t r r r z r
   u  ur  ur  u r  u u r 
ar er er  r u r u u z  e
t    
 r z  r

 u    u   u   u  e
a e  e u e u e u z e u u
t  r   r r z r
2
   u  u  u  u  u 
a e e  u r u u z  er
t    
 r z  r

Du z  u z   u u  uz u
az    V  u z  z  u r z  u  uz z
Dt t t r r  z 38
 Exercício. Um corpo com rotação de corpo rígido, possui vetor
velocidade angular w =  e. Determine o tensor taxa de
deformação angular e linear.

 O vetor velocidade é v =  r e  ux = v • ex ; uy = v • ey ; uz = v • ez =0

sabe-se que
ex = er cos  - e sin  logo ux = -  r sen  = -  y
ey = er sen  + e cos  logo uy = +  r cos  =  x

1  u v 
g xy      0 ; g xz  g yz  0
2  y x 

u v w
v     0 ; g xx  g yy  g zz  0
x y z

O resultado indica tensor extra-tensão é nulo para um fluido com


rotação de corpo rígido

39
 Exercício: Considere o escoamento unidimensional, permanente,
incompressível, através do duto plano
 e convergente mostrado. O
campo de velocidade é dado por V  V1[1  ( x / L)] i
Determine o componente x da aceleração de uma partícula movendo-se
no campo de escoamento.
 
 DV  V       
a   V  V a  a x e x a y e y  a z e z
y
 Dt t

V V
x regime permanente: 0
t
 
X2=L
1-D: a  a x ex ; a y  az  0
X1=0
Du   u u u u
ax   V  u  u v w  ax  u
Dt x y z x

 x V
a x  V1 1   1
 L L

40
Lei de Newton de viscosidade
O tensor extra é proporcional a taxa de deformação do
elemento de fluido (deformação linear, angular e taxa de
compressão ou expansão):
 2  
τ  2 m D    m    V I
 3 
1   T
onde D  V  ( V ) 
2  
 Viscosidade:
 m : primeiro coeficiente de viscosidade molecular, viscosidade
absoluta ou viscosidade dinâmica
 l – 2/3 m : segundo coeficiente de viscosidade
 l 0: para escoamento de fluido incompressível
  : viscosidade global
 em geral  0para escoamentos compressíveis, com
exceção de escoamento com ondas de choque e explosões
41
Viscosidade Absoluta
é relacionada com a transferência de quantidade de
movimento a nível molecular

Unidades: Pa s = kg/(ms); P(poise)= g/(cm s)

 gases: variação da viscosidade com a temperatura é


pequena
 Para gases com baixa densidade, pode-se mostrar que
m rV l
onde V é a velocidade característica das moléculas, e lé
o caminho médio livre entre colisões. A viscosidade
cresce com a temperatura m T
Líquidos: em geral viscosidade decresce com o aumento
da temperatura m  A exp ( B / T ) 42
Validade da Lei de Newton para viscosidade

 Materiais que obedecem a Lei de Newton da viscosidade


são chamados de “fluidos Newtonianos”
Gases, água, glicerina, querosene, óleo de cozinha, etc.

 Líquidos com micro-estruturas complexas não obedecem a


Lei de Newton da viscosidade e são chamados de “fluidos
não-Newtonianos”
Soluções polimétricas, cristais líquidos, emulsões,
suspensões, etc.

43
Viscosidade de suspensões e emulsões
 suspensão: um sistema com duas fases, onde a fase
contínua é líquida e a fase dispersa é sólida

emulsão: um sistema com duas fases, onde ambas as


fases contínua e dispersa são líquidas

Espuma: um sistema com duas fases, onde a fase


contínua é líquida e a fase dispersa é gasosa

Em alguns processos é possível considerar que emulsões


e suspensões são fluidos Newtonianos, com uma
viscosidade efetiva mef, a qual depende da fração de volume
 da fase, definida como
volume da fase dispersa

volume total
44
Fluidos Não-Newtonianos: Modelos
Newtonianos Generalizados
Newtoniano: τ  m 2D Newtoniano Generalizado: τ   (g ) 2 D
Taxa de
deformação: D 
1

 v  ( v)T
2
 magnitude de D: g 
1
2
D:D

n1
 Fluido Power-Law:  (g )  m g

 Fluido de Bingham e Herschel-Bulkley : só existe


escoamento se a tensão for superior a tensão limite (to =yield stress).
Para o fluido de Bingham, n=1
t
 (g )  o    ( γ) se t  t o (T )   (g )  m g n1
γ
γ  0 se t  t o (T )

  
 Fluido de Carreau:  [ 1  (l g ) 2 ]( n1) / 2
 o  
o: viscosidade para taxa de cisalhamento nula l: parâmetro com
∞: viscosidade para taxa de cisalhamento infinita unidade de tempo 45
 Exercício. Considere o escoamento entre duas placas paralelas,
estacionárias, separadas pela distância 2 h. O escoamento ocorre devido a
diferença de pressão. A coordenada y é medida a partir da linha de centro do
espaço entre elas. O campo de velocidade é dado por u = umax [ 1- (y/h)2].
Avalie as taxas de deformação linear e angular. Determine a tensão
cisalhante na placa em y = h e y = - h. Obtenha uma expressão para a
vorticidade,  . Determine o local onde a vorticidade é máxima.
v = u ex u= umax [ 1- (y/h)2] ; v=w=0

1  u v  y
deformação angular: g xy     u max ; g xz  g yz  0
2  y x  h2
u v w
deformação linear: v     0 ; g xx  g yy  g zz  0
x y z
y
tensão cisalhante t xy  mg xy  m u max
h2
n u
t xy ( y  h)   m max
h
y
u
x t xy ( y  h)  m max
h
46
n
 Exercício. Considere o escoamento entre duas placas paralelas,
estacionárias, separadas pela distância 2 h. O escoamento ocorre devido a
diferença de pressão. A coordenada y é medida a partir da linha de centro do
espaço entre elas. O campo de velocidade é dado por u = umax [ 1- (y/h)2].
Avalie as taxas de deformação linear e angular. Determine a tensão
cisalhante na placa em y = h e y = - h. Obtenha uma expressão para a
vorticidade,  . Determine o local onde a vorticidade é máxima.

vorticidade  = ex x+ ey y+ ez z

1  v u  y
 z      u max
  ; x   y  0
2  x y  h2

|| é máxima nas paredes: em y=h e y=-h

47

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