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USO DE SISTEMAS UNITÁRIOS DE ESGOTO E DRENAGEM COMO

ESTRATÉGIA ALTERNATIVA E ESCALONADA NO TEMPO PARA O


SANEAMENTO AMBIENTAL

Fernanda Dias Radesca

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil,
COPPE, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Mestre em Engenharia
Civil.

Orientador (es): Marcelo Gomes Miguez


Paulo Canedo de Magalhães

Rio de Janeiro
Março de 2018
USO DE SISTEMAS UNITÁRIOS DE ESGOTO E DRENAGEM COMO
ESTRATÉGIA ALTERNATIVA E ESCALONADA NO TEMPO PARA O
SANEAMENTO AMBIENTAL

Fernanda Dias Radesca

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO


LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA
(COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.

Examinada por:

________________________________________________
Prof. Marcelo Gomes Miguez, Ph.D.

________________________________________________
Prof. Paulo Canedo de Magalhães, Ph.D.

________________________________________________
Prof. Paulo Luiz da Fonseca, Ph.D.

________________________________________________
Prof. Marcelo de Miranda Reis, Ph.D.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL


MARÇO DE 2018
Radesca, Fernanda Dias
Uso de sistemas unitários de esgoto e drenagem como
estratégia alternativa e escalonada no tempo para o
saneamento ambiental/ Fernanda Dias Radesca. – Rio de
Janeiro: UFRJ/COPPE, 2018.
XVIII, 176 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadores: Marcelo Gomes Miguez
Paulo Canedo de Magalhães
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Civil, 2018.
Referências Bibliográficas: p. 164-176.
1. Sistemas unitários. 2. Saneamento Ambiental. 3.
Avaliação econômica. I. Miguez, Marcelo Gomes et al. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia Civil. III. Título.

iii
O retorno do espírito e de uma correta
metodologia de planejamento em países do Terceiro
Mundo é uma condição inadiável para garantir o
futuro. Um futuro pensado em diversas
profundidades de Tempo.

Aziz Ab’Sáber

iv
Agradecimentos
Gostaria de agradecer aos meus orientadores, Professor Marcelo Gomes Miguez e
Professor Paulo Canedo de Magalhães pelo entusiasmo em sala de aula e pelo estímulo
e suporte dado a mim durante todo esse período.
Aos Professores Paulo Luiz da Fonseca e Marcelo de Miranda Reis pela
disponibilidade de integrar a banca de avaliação e pelas contribuições realizadas.
Ao Professor José Paulo Azevedo pelas sugestões e incentivo ao meu trabalho.
Aos colegas do Laboratório de Hidráulica Computacional, em especial à Laurent
Feu Grancer pela ajuda dada no desenvolvimento do modelo da bacia do rio Dona
Eugênia.
À Ianic Bigate e Professora Aline Pires Veról por fornecerem todas as
informações essenciais ao avanço desta pesquisa.
Ao Programa de Engenharia Civil e à COPPE pela oportunidade de fazer parte de
um dos melhores programas de pós-graduação do Brasil.
Aos Engenheiros Luiz Fernando Orsini Yazaki e José Stelberto Porto Soares pelo
compartilhamento de experiência profissional, conselhos e informações.
Aos funcionários da CEDAE, em particular ao Engenheiro Sérgio Pinheiro de
Almeida, pela receptividade e dados fornecidos.
Aos funcionários da ETE Ponte dos Leites pelo suporte dado na visita às
instalações da ETE e da wetland e por dispor de todas as informações solicitadas.
Aos colegas e amigos que me auxiliaram direta e indiretamente no decorrer dos
anos.
À minha família pelo constante apoio, e por sempre investirem e valorizarem
minha educação.
Ao meu esposo Marcelo Duarte por seu companheirismo, confiança e paciência.
Seu amparo foi fundamental para a conclusão desta jornada, obrigada.

v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

USO DE SISTEMAS UNITÁRIOS DE ESGOTO E DRENAGEM COMO


ESTRATÉGIA ALTERNATIVA E ESCALONADA NO TEMPO PARA O
SANEAMENTO AMBIENTAL

Fernanda Dias Radesca

Março/2018

Orientadores: Marcelo Gomes Miguez


Paulo Canedo de Magalhães

Programa: Engenharia Civil

O sistema separador absoluto é frequentemente considerado como solução ideal


para o transporte das águas residuais, principalmente em países de clima tropical. Na
realidade presente, porém, ele funciona com falhas graves e desempenho precário.
Nessa situação, torna-se necessário buscar estratégias evolutivas de longo prazo que
permitam condições sanitárias aceitáveis. Com esse objetivo, propõe-se a adoção de
captações de tempo seco e o uso de sistemas unitários como primeiro passo dessa
estratégia. Este trabalho realiza uma comparação econômica entre sistemas separadores
absolutos, unitários e mistos, utilizando a bacia hidrográfica do rio Dona Eugênia, na
Baixada Fluminense, como caso de estudo. Foram comparadas seis configurações de
rede e obteve-se maior retorno econômico para as alternativas relativas ao sistema
unitário. Por fim, foi utilizado o MODCEL, um modelo hidrodinâmico
pseudobidimensional, para avaliar o desempenho hidráulico e ambiental de duas das
configurações dimensionadas. Os resultados indicam que a adoção de sistemas unitários
pode contribuir positivamente para a promoção do saneamento ambiental, já que,
através da utilização de captações em tempo seco, corrigem distorções do sistema de
drenagem, ajudando a atenuar o problema de falta de recursos financeiros para a
realização do sistema separador em toda área urbana e oferecendo proteção para os
corpos receptores, a menos de extravasamentos diluídos.
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

USING COMBINED SEWER AS AN ALTERNATIVE AND TIME-STAGED


STRATEGY FOR ENVIRONMENTAL SANITATION

Fernanda Dias Radesca

March/2018

Advisors: Marcelo Gomes Miguez


Paulo Canedo de Magalhães

Department: Civil Engineering

The separated sewer system is considered by many to be the ideal choice for the
transport of wastewater, mainly in tropical climate countries. Unfortunately, in many
Brazilian cities this solution presents serious failures and poor performance. In this
context, it is necessary to seek for long-term evolutionary strategies, which can lead to
adequate sanitary conditions. For this reason, the use of dry weather structures and
combined sewer systems for wastewaters collection is proposed as a first step in an
evolutionary strategy. This study makes an economic comparison between separated
and combined sewer systems designed to work at Dona Eugênia River watershed, in
Rio de Janeiro (Brazil). Six situations were compared, and after the analysis of the
present value, it was revealed that the scenarios related to the combined sewer
alternative would bring more economic advantage. At last, MODCEL, a pseudo-
bidimensional hydrodynamic model, was used to evaluate the hydraulic and
environmental performance of two of the designed situations. The results shows that, if
used as a first step, combined sewer networks can promote environmental sanitation, as
they can amend drainage systems misuses, applying dry weather structures; attenuate
the lack of financial resources to execute the separated system in all urban area and
offer some protection to the receiving water bodies, except for the combined sewer
overflows.

vii
Índice
1 Introdução ................................................................................................................. 1
1.1 Considerações iniciais ............................................................................. 1

1.2 Objetivos ................................................................................................. 3

1.2.1 Objetivo geral ...................................................................................... 3

1.2.2 Objetivos específicos........................................................................... 3

1.3 Metodologia Resumida ........................................................................... 4

1.4 Escopo ..................................................................................................... 5

2 Revisão Bibliográfica ............................................................................................... 7


2.1 O saneamento no Brasil .......................................................................... 7

2.1.1 Um breve histórico .............................................................................. 7

2.1.1.1 Período até a primeira metade do século XIX .............................. 7

2.1.1.2 Período entre a segunda metade do século XIX até 1910 ............ 8

2.1.1.3 Período entre 1910 e 1945 ............................................................ 9

2.1.1.4 Período entre 1945 e 1969 .......................................................... 10

2.1.1.5 Período a partir de 1970 ............................................................. 10

2.1.1.6 Evolução recente ........................................................................ 11

2.1.2 Situação do sistema de esgotamento sanitário no Brasil ................... 12

2.1.3 Situação do sistema de drenagem e manejo de águas pluviais no


Brasil 18

2.2 Sistema de esgotamento sanitário ......................................................... 19

2.2.1 Tipos de sistemas .............................................................................. 19

2.2.2 Concepção e dimensionamento ......................................................... 23

2.2.2.1 Determinação da população ....................................................... 24

2.2.2.2 Cálculo das vazões ..................................................................... 26

2.2.2.3 Critérios para o dimensionamento hidráulico ............................ 28

2.3 Sistema de drenagem e manejo de águas pluviais ................................ 31

viii
2.3.1 Tipos de sistemas .............................................................................. 31

2.3.2 Concepção e dimensionamento ......................................................... 32

2.3.2.1 Chuvas intensas e Relações I-D-F .............................................. 33

2.3.2.2 Vazões de projeto ....................................................................... 35

2.3.2.3 Critérios para o dimensionamento hidráulico ............................ 38

2.4 Sistema de esgotamento unitário e controle da poluição ...................... 39

2.4.1 Poluição difusa .................................................................................. 39

2.4.2 O sistema unitário.............................................................................. 45

2.4.2.1 O sistema unitário nos Estados Unidos e Europa ....................... 45

2.4.2.2 O sistema unitário no Brasil ....................................................... 47

2.4.2.3 Impactos do sistema unitário ...................................................... 51

2.4.3 Alagados construídos – Wetlands ..................................................... 53

2.4.3.1 Tipos de sistemas........................................................................ 54

2.4.3.2 Concepção e dimensionamento .................................................. 56

2.4.3.3 Desempenho ............................................................................... 58

2.4.3.4 Visita Técnica – ETE Ponte dos Leites, Araruama .................... 59

3 Metodologia ............................................................................................................ 62
3.1 Alternativas propostas ........................................................................... 62

3.2 Concepção dos sistemas ........................................................................ 63

3.2.1 Redes ................................................................................................. 63

3.2.2 Captações de tempo seco................................................................... 65

3.2.3 Estações elevatórias de esgoto .......................................................... 66

3.2.4 Estação de tratamento de esgoto ....................................................... 67

3.2.5 Wetland construída ............................................................................ 67

3.3 Dimensionamento ................................................................................. 67

3.3.1 Redes ................................................................................................. 67

3.3.2 Captações de tempo seco................................................................... 68

ix
3.3.3 Estação de tratamento de esgoto ....................................................... 68

3.3.4 Wetland construída ............................................................................ 68

3.4 Composição de custos ........................................................................... 68

3.5 Avaliação econômica ............................................................................ 73

3.6 Avaliação de desempenho .................................................................... 74

4 Estudo de Caso ....................................................................................................... 78


4.1 A bacia do Rio Dona Eugênia e o município de Mesquita ................... 78

4.1.1 Caracterização da região ................................................................... 78

4.1.2 Histórico de ocupação do municpipio ............................................... 85

4.1.3 Situação do sistema de drenagem do município ............................... 87

4.1.4 Situação do sistema de esgotamento sanitário do município ............ 88

4.1.5 Aspectos institucionais do município................................................ 92

4.1.5.1 Planejamento .............................................................................. 92

4.1.5.2 Regulação e fiscalização............................................................. 96

4.1.5.3 Gerenciamento ............................................................................ 96

4.1.6 Requalificação fluvial e saneamento ambiental ................................ 97

4.2 Concepção dos sistemas ...................................................................... 100

4.3 Dimensionamento ............................................................................... 107

4.3.1 Sistema separador absoluto ............................................................. 107

4.3.1.1 Sistema de drenagem ................................................................ 107

4.3.1.2 Sistema de esgotamento sanitário............................................. 108

4.3.2 Sistema unitário ............................................................................... 111

4.3.2.1 Sistema unitário I...................................................................... 112

4.3.2.2 Sistema unitário II .................................................................... 113

4.3.3 Sistema misto .................................................................................. 114

4.3.4 Wetland construída .......................................................................... 114

4.4 Composição de custos ......................................................................... 115

x
4.5 Avaliação econômica .......................................................................... 118

4.6 Avaliação de desempenho .................................................................. 132

4.6.1 Modelagem hidrológica................................................................... 133

4.6.2 Modelagem hidrodinâmica.............................................................. 134

4.6.3 Resultados ....................................................................................... 135

4.6.3.1 Situação atual ........................................................................... 136

4.6.3.2 Sistemas separador absoluto e misto ........................................ 140

5 Considerações finais ............................................................................................. 158

xi
Índice de Figuras
Figura 2.1– Índices e investimentos relativos ao sistema de esgotamento brasileiro..... 13
Figura 2.2 – Córrego Tenente Rocha antes das intervenções. ........................................ 15
Figura 2.3– Córrego Tenente Rocha depois das intervenções........................................ 15
Figura 2.4 – Obra de fundo de vale executada pela Sabesp. .......................................... 15
Figura 2.5 – Tipos de sistema de saneamento. ............................................................... 21
Figura 2.6 – Fluxograma para identificação dos diferentes tipos de sistema de
esgotamento. ................................................................................................................... 22
Figura 2.7 – Consequências da urbanização na hidrologia urbana................................. 41
Figura 2.8 – Hidrograma e polutograma representativos de um evento chuvoso. ......... 42
Figura 2.9 – Reservatório de retenção. ........................................................................... 43
Figura 2.10 – Jardim de chuva........................................................................................ 43
Figura 2.11 – Pavimento permeável. .............................................................................. 43
Figura 2.12 – Reservatório de detenção. ........................................................................ 43
Figura 2.13 – Trincheira de infiltração. .......................................................................... 44
Figura 2.14 – Reservatório de lote.................................................................................. 44
Figura 2.15 – Planta esquemática do sistema de captação em tempo seco. ................... 47
Figura 2.16 – Gráfico da Vazão X Tempo no SU em um evento chuvoso. .................... 51
Figura 2.17 – Configuração esquemática da WFS. ........................................................ 54
Figura 2.18 – Configuração esquemática da WFSS. ...................................................... 55
Figura 2.19– Área de pré-tratamento da ETE Ponte dos Leites ..................................... 60
Figura 2.20 – Lagoa aerada da ETE Ponte dos Leites .................................................... 60
Figura 2.21 – Lagoa de sedimentação da ETE Ponte dos Leites .................................... 61
Figura 2.22 – Wetland da ETE Ponte dos Leites ............................................................ 61
Figura 2.23 – Estrutura de saída da wetland da ETE Ponte dos Leites .......................... 61
Figura 2.24 – Configuração esquemática da wetland na ETE Ponte dos Leites. ........... 61
Figura 3.1 – Ligações domiciliares feitas do modo convencional. ................................ 64
Figura 3.2 – Ligações feitas do modo condominial. ...................................................... 64
Figura 3.3 – Esquema de funcionamento de CTS com canaleta de fundo. .................... 66
Figura 3.4 – Esquema de funcionamento de CTS com vertedouro. ............................... 66
Figura 3.5 – Etapas de modelagem de uma área hipotética. .......................................... 77
Figura 4.1 – Localização do município de Mesquita...................................................... 78
Figura 4.2 – Bairros do município de Mesquita. ............................................................ 79
xii
Figura 4.3–Limite do município de Mesquita e da bacia do rio Dona Eugênia. ............ 80
Figura 4.4 – Localização das sub-bacias da bacia do rio Iguaçu-Sarapuí. ..................... 81
Figura 4.5 – Mapa geomorfológico da bacia do rio Dona Eugênia. ............................... 82
Figura 4.6– Mapa geológico da bacia do rio Dona Eugênia. ......................................... 82
Figura 4.7– Mapa de solos da bacia do rio Dona Eugênia. ............................................ 83
Figura 4.8– Mapa de vegetação e uso do solo da bacia do rio Dona Eugênia. .............. 84
Figura 4.9– Mapa de suscetibilidade à erosão da bacia do rio Dona Eugênia. .............. 85
Figura 4.10 – Cobertura do sistema de esgotamento do município de Mesquita. .......... 89
Figura 4.11 – Investimentos realizados pela CEDAE no estado e no município. .......... 89
Figura 4.12 – Quantidade das ligações ativas da CEDAE no estado e no município. ... 90
Figura 4.13 – Índice IN024 da CEDAE no estado e no município. ............................... 91
Figura 4.14 – Índice IN046 da CEDAE no estado e no município. ............................... 92
Figura 4.15 – Regiões paisagísticas para a bacia do rio Dona Eugênia. ........................ 99
Figura 4.16 – MDT da bacia do rio Dona Eugênia. ..................................................... 101
Figura 4.17 – Sub-bacias de microdrenagem do rio Dona Eugênia. ............................ 102
Figura 4.18 – Configuração da rede de drenagem do SSA. ......................................... 103
Figura 4.19 – Configuração da rede de esgotamento do SSA. ..................................... 104
Figura 4.20 – Configuração do SU-I. ........................................................................... 104
Figura 4.21 – Configuração do SU-II e SM. ................................................................ 105
Figura 4.22 – Localização da ETE. .............................................................................. 107
Figura 4.23 – Gráfico utilizado na determinação da área da ETE do SSA-ES. ........... 111
Figura 4.24 – Gráfico utilizado na determinação da área da ETE do SU..................... 112
Figura 4.25 – Localização da wetland projetada. ......................................................... 115
Figura 4.26 – Modelo hidrológico adotado na bacia do rio Dona Eugênia. ................. 133
Figura 4.27 – Localização dos pontos de controle. ...................................................... 135
Figura 4.28 – Mapa de alagamentos para a situação atual com TR = 10 anos. ............ 136
Figura 4.29– Mapa de alagamentos para a situação atual com TR = 25 anos. ............. 137
Figura 4.30– Mapa de alagamentos para a situação atual com TR = 100 anos. ........... 138
Figura 4.31 – Hidrogramas da situação atual no ponto de controle 1. ......................... 138
Figura 4.32 – Hidrogramas da situação atual no ponto de controle 2. ......................... 139
Figura 4.33 – Hidrogramas da situação atual no ponto de controle 3. ......................... 139
Figura 4.34 – Hidrogramas da situação atual no ponto de controle 4. ......................... 140
Figura 4.35 – Mapa de alagamentos para o SSA-DR com TR = 10 anos. ................... 141
Figura 4.36 – Mapa de alagamentos para o SM com TR = 10 anos. ............................ 142
xiii
Figura 4.37 – Mapa de alagamentos para o SSA-DR com TR = 25 anos. ................... 143
Figura 4.38 – Mapa de alagamentos para o SM com TR = 25 anos. ............................ 144
Figura 4.39 – Mapa de alagamentos para o SSA-DR com TR = 100 anos. ................. 145
Figura 4.40 – Mapa de alagamentos para o SM com TR = 100 anos. .......................... 146
Figura 4.41 – Hidrogramas no ponto de controle 1. ..................................................... 147
Figura 4.42 – Hidrogramas no ponto de controle 2. ..................................................... 148
Figura 4.43 – Hidrogramas no ponto de controle 3. ..................................................... 149
Figura 4.44 – Hidrogramas no ponto de controle 4. ..................................................... 150
Figura 4.45 – Localização das CTS analisadas. ........................................................... 154
Figura 4.46 – Extravasamentos no ponto H.18. ........................................................... 154
Figura 4.47 – Extravasamentos no ponto I.5. ............................................................... 155
Figura 4.48 – Extravasamentos no ponto E.5. .............................................................. 155
Figura 4.49 – Afogamento e extravasamentos no ponto F.6. ....................................... 156
Figura 4.50 – Vazões no interceptor no ponto I.5. ....................................................... 157
Figura 5.1 – Variação da tensão trativa em função do diâmetro e velocidade nos
coletores, considerando Y/D = 0,5 e n = 0,013. ........................................................... 160

xiv
Índice de Tabelas
Tabela 2.1 – Equações para a declividade mínima. ........................................................ 30
Tabela 2.2 – Tempo de concentração para áreas urbanizadas. ....................................... 35
Tabela 2.3 – Tempo de recorrência conforme tipo de dispositivo. ................................ 35
Tabela 2.4–Coeficientes de deflúvio. ............................................................................. 37
Tabela 2.5 – Comparação qualitativa entre água pluviais, residuais e combinadas. ...... 51
Tabela 2.6 – Vantagens e desvantagens da wetland construída. .................................... 54
Tabela 2.7 – Tipos de mecanismos de remoção de poluentes em wetlands construídas.56
Tabela 2.8 - Parâmetros para dimensionamento de wetlands segundo a EPA. .............. 57
Tabela 2.9 – Parâmetros para dimensionamento de wetlands segundo Reed et al. ........ 57
Tabela 2.10 – Desempenho das wetlands brasileiras ..................................................... 59
Tabela 3.1 – Vantagens e desvantagens do sistema condominial de ligações prediais. . 65
Tabela 3.2 – Descrição dos itens da tabela SINAPI utilizados no quantitativo dos
sistemas dimensionados.................................................................................................. 69
Tabela 4.1 – Informações gerais das redes para cada sub-bacia. ................................. 106
Tabela 4.2 – Parâmetros utilizados no projeto de drenagem do SSA. ......................... 108
Tabela 4.3 – Dados para estudo populacional da bacia do rio Dona Eugênia. ............. 109
Tabela 4.4 – Projeção da população da bacia do rio Dona Eugênia. ............................ 109
Tabela 4.5 – Parâmetros utilizados no projeto de esgotamento do SSA. ..................... 110
Tabela 4.6 – Vazões de águas residuais do SSA-ES. ................................................... 110
Tabela 4.7 – Vazões de águas residuais do SU. ........................................................... 112
Tabela 4.8 – Parâmetros utilizados no projeto do SU-I. ............................................... 113
Tabela 4.9 – Parâmetros utilizados no projeto do SU-II. ............................................. 113
Tabela 4.10 – Possíveis vazões para a wetland projetada. ........................................... 115
Tabela 4.11 – Custos de implantação das redes. .......................................................... 116
Tabela 4.12 – Custo unitário da ligação predial. .......................................................... 117
Tabela 4.13 – Custos das ETE. ..................................................................................... 117
Tabela 4.14 – Custo das EEE. ...................................................................................... 117
Tabela 4.15 – Custo das CTS. ...................................................................................... 117
Tabela 4.16 – Custo total de implantação de cada cenário. .......................................... 118
Tabela 4.17–Financiamento SSA. ................................................................................ 119
Tabela 4.18 – Financiamento do SU-I caso (A). .......................................................... 120
Tabela 4.19 – Financiamento do SU-I caso (B). .......................................................... 121
xv
Tabela 4.20 – Financiamento do SU-II caso (A). ......................................................... 122
Tabela 4.21 – Financiamento do SU-II caso (B). ......................................................... 123
Tabela 4.22 – Financiamento do SM. ........................................................................... 124
Tabela 4.23 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SSA. .............................................. 126
Tabela 4.24 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SU-I caso (A). ............................... 127
Tabela 4.25 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SU-I caso (B). ............................... 128
Tabela 4.26 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SU-II caso (A)............................... 129
Tabela 4.27 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SU-II caso (B). .............................. 130
Tabela 4.28 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SM................................................. 131
Tabela 4.29 – Taxa interna de retorno das situações comparadas. ............................... 132
Tabela 4.30 – Rendimento da caderneta de poupança no ano de 2016. ....................... 132
Tabela 4.31 – Lâmina máxima nas regiões adjacentes aos pontos de controle ............ 151
Tabela 4.32 – Vazão de pico nos pontos de controle ................................................... 151
Tabela 4.33 – Redução da carga de DBO lançada no rio Dona Eugênia em tempo seco.
...................................................................................................................................... 152
Tabela 4.34 - Redução da carga de DBO lançada no rio Dona Eugênia em eventos de
chuvas intensas. ............................................................................................................ 153
Tabela 4.35 – Vazões de pico nos interceptores. .......................................................... 156

xvi
Índice de Siglas
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
AGENERSA: Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do
Rio de Janeiro
ASCE: American Society of Civil Engineers
BID: Banco Interamericano de Desenvolvimento
BIRD: Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento
BNH: Banco Nacional da Habitação
CDI: Certificado de Depósito Interbancário
CEDAE: Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro
CF: Coliformes Fecais
CIDE: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro
CME: Concentração Média do Evento
CTS: Captação de Tempo Seco
DBO: Demanda Bioquímica de Oxigênio
DF: Distrito Federal
DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
DNOS: Departamento Nacional de Obras de Saneamento
DQO: Demanda Química de Oxigênio
EAC: Extravasamentos de Águas Combinadas
EEE: Estação Elevatória de Esgoto
EPA: Environmental Protection Agency
ETE: Estação de Tratamento de Esgotos
EUA: Estados Unidos da América
FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
FMI: Fundo Monetário Internacional
FUNASA: Fundação Nacional de Saúde
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IDH: Índice de Desenvolvimento Humano
IPCA-E: Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial
IRC: Índice de Risco de Cheias
MODCEL: Modelo de Células para Escoamento
xvii
MDT: Modelo Digital de Terreno
PAC :Programa de Aceleração do Crescimento
PEAD: Polietileno de Alta Densidade
PEMAPES: Plano Estadual de Manejo de Águas Pluviais e Esgotamento Sanitário
da Bahia
PIB: Produto interno Bruto
PDBG: Programa de Despoluição da Baía de Guanabara
PLANASA: Plano Nacional de Saneamento
PMSM: Plano Municipal de Saneamento de Mesquita
PMSS: Programa de Modernização do Setor de Saneamento
PNSB: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
PROSAM: Plano de Saneamento Ambiental da Região Metropolitana de Curitiba
PVC: Policloreto de Polivinila
REFLU: Índice de Risco de Cheias calculado por Veról (2013)
SABESP: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
SAC: Sistema de Amortização Constante
SANEPAR: Companhia de Saneamento do Paraná
SEMASA: Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André
SESP: Serviço Especial de Saúde Pública
SINAPI: Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
SM: Sistema Misto
SNIS: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SS: Sólidos em Suspensão
SSA-DR: Sistema Separador Absoluto de Drenagem
SSA-ES: Sistema Separador Absoluto de Esgotamento
SU: Sistema Unitário
TIR: Taxa Interna de Retorno
TKN: Nitrogênio Total Kjeldahl
TMA: Taxa Mínima de Atratividade
VP: Método do Valor Presente
WFS: Wetlands de Fluxo Superficial
WFSS: Wetlands de Fluxo Subsuperficial
WPCF: Water Pollution Control Federation

xviii
1 Introdução
1.1 Considerações iniciais
A expansão da população urbana ocorrida no século XX estabeleceu grandes
conglomerados e cidades que, aliados à falta de planejamento, trouxe preocupações de
ordem ambiental e de bem-estar da população. O estresse gerado sob os recursos
hídricos é cada vez mais evidente e tornou-se um problema complexo, sendo um grande
desafio aos planejadores de recursos hídricos.
No Brasil, grande parte da poluição dos corpos hídricos ainda é resultante do
despejo de águas residuais. Apesar de ser geralmente considerado o sistema ideal sob o
ponto de vista de resultados ambientais, o sistema separador absoluto apresenta falhas
em muitas cidades, já que na maioria drenagem cobertura não é completa e, mesmo
onde existe por completo, mostra desempenho precário devido à dificuldade de realizar
a ligação domiciliar e às interconexões não projetadas entre os sistemas de drenagem e
esgotamento.
Com o intuito de lidar com este problema, pesquisadores brasileiros estão
começando a investigar aspectos relativos à implantação do sistema misto, onde são
feitas adaptações no sistema separador de drenagem a fim de captar e enviar para
tratamento as contribuições indevidas de águas residuais na rede de drenagem em tempo
seco. Além disso, a partir da criação da Lei nº 11.445/2007, este tipo de ação pôde ser
institucionalizado, através de planos de saneamento, em diversos municípios do país.
Esta lei, conhecida como a Lei de Saneamento, levanta a questão do saneamento
ambiental, um novo conceito de saneamento que visa trazer uma maior integração entre
a gestão e o planejamento das atividades de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais e coleta de resíduos sólidos; bem como
inserir tais atividades em um contexto mais amplo, onde preservação de recursos
naturais, melhoria de qualidade de vida e saúde estão interligados.
Porém, mesmo com a Lei nº 11.445/2007, percebe-se que ações tradicionais de
saneamento têm sido consideradas de forma combinada, mas não necessariamente de
forma integrada. Sistemas de drenagem e manejo de águas pluviais e esgotamento
sanitário são projetados, construídos e geridos de forma separada. Acredita-se que este
modelo já não é mais suficiente para promover a valorização do espaço urbano e que é
necessária a adoção de uma visão holística dos problemas relacionados à salubridade
1
das cidades. Sendo assim, torna-se necessário enfrentar os problemas reais e buscar
estratégias evolutivas, de longo prazo, que garantam os objetivos da Lei de Saneamento.
Deve-se, portanto, elaborar soluções factíveis, tanto técnica como economicamente,
buscando novas alternativas, com metas bem definidas e partindo da correção das
distorções presentes. Esse último ponto é fundamental: estas distorções descaracterizam
a lógica original dos sistemas implantados e se constituem, talvez, no maior desafio
técnico do setor. O sistema separador, descaracterizado e conduzindo esgotos de
ligações indevidas na rede separada de drenagem, descarrega diretamente nos corpos
d’água, sem nenhuma proteção para estes últimos. Não é possível fechar os olhos para
esta situação e seguir trabalhando com a expansão do sistema separador, ainda que,
como conceito, este sistema seja capaz de produzir os melhores resultados ambientais.
Dessa maneira, o trabalho aqui apresentado visa contribuir para esta discussão,
incluindo uma comparação econômica entres diferentes configurações de sistemas de
drenagem e esgotamento, buscando uma solução funcional, de longo prazo, que se
inicie pelo reconhecimento da necessidade de corrigir o funcionamento dos sistemas
hoje já implantados. Assim, além do sistema convencional – separador absoluto – serão
considerados o sistema misto – que é aquele que recebe contribuições de águas
combinadas, mas não foi projetado para desempenhar tal função – e o sistema unitário –
que é aquele que foi projetado para transportar e tratar águas combinadas em tempo
chuvoso e águas residuais em tempo seco. Além disso, será utilizado o MODCEL, um
modelo hidrodinâmico pseudobidimensional, para avaliar o desempenho – em situação
de chuvas intensas – das redes do sistema separador absoluto e do misto.
A ideia central da dissertação é mostrar que sistemas não convencionais de
drenagem e esgotamento devem ser incorporados na fase de planejamento dos serviços
de saneamento dos municípios. Este poderia ser o primeiro passo de uma solução
gradual e progressiva, onde o sistema separador é o objetivo final de longo prazo,
quando então o sistema unitário ou misto poderia passar a tratar a própria drenagem e o
problema de poluição difusa.
Como consequência desta abordagem, espera-se obter soluções globalizantes de
curto, médio e longo prazo que sejam economicamente viáveis e apresentem um melhor
resultado ambiental tanto sob o ponto de vista de preservação natural, como de melhoria
da qualidade de vida no ambiente construído.
Para a aplicação da comparação supracitada foi escolhida a bacia hidrográfica do
Rio Dona Eugênia, uma bacia que encontra inserida na bacia do rio Iguaçu-Sarapuí;
2
uma região da Baixada Fluminense que apresenta problemas crônicos de saneamento
ambiental, sendo por isso beneficiada por diversos programas estaduais e federais.
Outro motivo para a escolha da bacia do rio Dona Eugênia foi o fato de que toda a
área urbana que margeia o rio está inserida em um único município: o município de
Mesquita. Esta cidade, apesar de possuir recursos hídricos extremamente degradados,
apresenta uma boa estrutura legislativa para implementar a gestão integrada no
saneamento ambiental.
Por fim, propõem-se o estudo desta bacia como uma forma de complementar os
estudos realizados em trabalhos anteriores; como o de Britto et al. (2011), o de
Lourenço (2013) e o de Veról (2013). No primeiro trabalho, Britto et al. (2011, p. 1) se
basearam na análise do Plano Diretor Municipal de Desenvolvimento Urbano de
Mesquita, em pesquisas de campo e aplicação de questionários para “[...] avaliar os
resultados concretos do governo municipal no âmbito do planejamento urbano e
ambiental [...]”. Lourenço (2013) visou demonstrar a importância do projeto
paisagístico no processo de requalificação fluvial. Veról (2013, p. 11) objetivou
construir uma nova abordagem na definição de soluções para o controle de cheias
urbanas, “[...] considerando as necessidades da cidade propriamente ditas e a
revitalização e valorização do espaço urbano, bem como a utilização de conceitos de
requalificação fluvial, garantindo ganhos de qualidade para o ambiente do rio.” A autora
utilizou índices de risco de cheia e uma escala de resiliência para avaliar cenários
contendo diversas propostas para o controle de cheias, desde a implantação de uma
barragem até medidas de drenagem sustentável e de requalificação fluvial.

1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral

O presente trabalho propõe que o projeto de sistemas de esgotamento e drenagem


urbana seja considerado de forma integrada, evitando distorções de funcionamento,
considerando alternativas que também contemplem a utilização de sistemas mistos e
unitários – dotados de captações de tempo seco – como medida corretiva e provisória,
garantindo o tratamento de uma descarga contínua e ocupando o primeiro estágio de
uma estratégia evolutiva de saneamento.

1.2.2 Objetivos específicos


Os objetivos específicos da dissertação são:
3
 Dimensionar e projetar os sistemas separador absoluto, unitário e misto em uma
bacia hidrográfica de estudo de caso, para fins de comparação técnica e
econômica;
 Utilizar um modelo hidrodinâmico para avaliar o desempenho de redes de
microdrenagem;
 Discutir aspectos da gestão, financiamento e impactos de sistemas unitários e
mistos;
 Apresentar o conceito de saneamento ambiental e demonstrar sua importância
para a revitalização do ambiente como um todo;
 Elaborar uma alternativa de saneamento ambiental, integrando as soluções
propostas com outras medidas de drenagem sustentável, como wetlands
construídas.

1.3 Metodologia Resumida


A metodologia utilizada para fundamentar e estruturar a dissertação é constituída
do seguinte:
1. Revisão bibliográfica envolvendo os temas:
a. Histórico do saneamento clássico brasileiro;
b. Sistema separador absoluto;
c. Sistema unitário, misto e captações de tempo seco;
d. Saneamento ambiental;
e. Componentes da drenagem sustentável, em especial projetos de
wetlands construídas.
2. Levantamento de dados históricos, econômicos e sociais da bacia
hidrográfica e/ ou do município de Mesquita.
3. Levantamento de imagens, mapas e plantas cadastrais da bacia
hidrográfica e/ ou do município de Mesquita.
4. Levantamento de dados do Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
e outras entidades, referentes ao Brasil, estado do Rio de Janeiro e
município de Mesquita.
5. Levantamento de dados de infraestrutura urbana na bacia hidrográfica e/
ou no município de Mesquita.
6. Análise e sistematização dos dados coletados.
4
7. Traçado das micro bacias de drenagem.
8. Projeto e dimensionamento das redes de esgotamento sanitário e drenagem
pluvial do sistema separador absoluto.
9. Projeto e dimensionamento das redes do sistema unitário.
10. Projeto e dimensionamento da rede do sistema misto.
11. Estudo de localização da estação de tratamento de esgotos (ETE).
12. Estudo de localização da wetland construída e definição do tipo de
efluente que será tratado por ela.
13. Levantamento de custos através de dados do Sistema Nacional de Pesquisa
de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) e outras entidades.
14. Avaliação econômica dos cenários propostos.
15. Adaptação do modelo de células proposto por Veról (2013) para a bacia do
Rio Dona Eugênia;
16. Re-calibração do modelo;
17. Inserção das redes de microdrenagem no modelo e verificação dos
resultados;
18. Discussão da viabilidade das alternativas nos âmbitos técnico, institucional
e legal.

1.4 Escopo
Feita a introdução, será apresentado no Item 2 a Revisão Bibliográfica. O Item 2.1
contextualizará a evolução histórica do saneamento clássico brasileiro, bem como a
descrição da situação atual dos sistemas de drenagem e de esgotamento no país. A
metodologia tradicional de cálculo dos sistemas de esgotamento e de microdrenagem
também será brevemente descrita nos Itens 2.2 e 2.3, respectivamente. Finalmente, no
Item 2.4 serão abordados temas relacionados à poluição difusa e drenagem sustentável,
bem como pesquisas relacionas ao sistema unitário no Brasil e no mundo.
O Item 3 descreverá a Metodologia aplicada no estudo de caso, que por sua vez,
será apresentado no Item 4.
A caracterização econômica, física, histórica e institucional da região, o
diagnóstico da situação dos sistemas de esgotamento e drenagem e o detalhamento dos
estudos já realizados na bacia do rio Dona Eugênia são apresentados no Item 4.1. As
considerações feitas para o traçado e dimensionamento das soluções propostas serão
apresentadas nos Itens 4.2 e 4.3. No Item 4.4 se encontram as composições dos custos,
5
que foram utilizados no Item 4.5 para a avaliação econômica. A etapa da avaliação de
desempenho das redes, feita com o Modelo de Células de Escoamento para Bacias
Urbanas (MODCEL), constará no Item 4.6.
Finalmente, no Item 5, serão apresentadas as considerações finais, com as
conclusões e recomendações para futuros estudos.

6
2 Revisão Bibliográfica
2.1 O saneamento no Brasil
Até 2007, quando foi promulgada a Lei do Saneamento – Lei Federal nº 11.445 –
o saneamento básico se constituía nas atividades e serviços relacionados aos sistemas de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Dessa maneira, ao longo dos anos, o
sistema de drenagem pluvial, foi tratado de maneira separada, possuindo divisão e
evolução histórica própria, que não será abordada nesse item. Sendo assim, um breve
histórico do saneamento clássico será descrito a seguir.

2.1.1 Um breve histórico

Rezende e Heller (2002) identificaram 5 períodos históricos que caracterizam a


evolução histórica do saneamento no Brasil, são eles:
1. Período entre os séculos XVI, XVII, XVIII e primeira metade do século
XIX: caracteriza-se, principalmente, pela ausência do Estado nas questões
sanitárias;
2. Período entre a segunda metade do século XIX até 1910: o poder público
assume os problemas relacionados à saúde pública e os transfere para a
iniciativa privada;
3. Período entre 1910 e 1945: ocorre uma centralização das ações pelo poder
público e influência norte-americana sobre a política nacional;
4. Período entre 1945 e 1969: caracterizado pela estatização e sustentação
tarifária;
5. Período a partir de 1970: foco no atendimento às populações dos centros
urbanos e sucateamento da saúde pública.
Nos próximos itens, os períodos supracitados serão descritos com maior
detalhamento. Além destes períodos será incluída uma breve análise do período recente,
principalmente após as mudanças promovidas pela Lei nº11.445/2007.

2.1.1.1 Período até a primeira metade do século XIX

Durante o período colonial, as ações na área de saneamento eram


descentralizadas, ficando a cargo dos beneficiários das capitanias hereditárias. Como a
política econômica era baseada no comércio exterior e Portugal visava apenas garantir a

7
exploração colonial, não houve incentivo para a implantação de políticas de saúde, o
que fez com que grande parte das ações de saneamento fossem realizadas de forma
individualizada (REZENDE; HELLER, 2002).
Com a descoberta do ouro muitos imigrantes estrangeiros foram atraídos para o
Brasil, levando ao crescimento de muitas cidades e vilas. Surge a necessidade de ações
coletivas no âmbito do abastecimento e destinação dos dejetos, que por sua vez, foram
solucionadas com a construção de chafarizes e com o uso do trabalho escravo para a
coleta das excretas humanas. A transferência da corte portuguesa para o Brasil e a
abertura dos portos trouxe um aumento expressivo da população – especialmente no Rio
de Janeiro. Infelizmente, esse crescimento populacional não foi acompanhado por um
aumento proporcional da infraestrutura de saneamento, porque a centralização dos
serviços foi impulsionada apenas nas atividades que forneciam suporte à economia
portuária, deixando as políticas públicas, ainda, sob responsabilidade local. Por
conseguinte, a insalubridade crescente das cidades em meados do século XIX fez o país
passar por diversas epidemias (REZENDE; HELLER, 2002).

2.1.1.2 Período entre a segunda metade do século XIX até 1910

Neste período o Brasil passou por importantes mudanças, advindas do novo


quadro socioeconômico criado pela Revolução Industrial. A Proclamação da República
trazia em seus ideais o objetivo de modernização do país e, dessa maneira, começou-se
a entender que para que se pudesse atingir este objetivo era preciso melhorar as
condições de salubridade das cidades brasileiras (REZENDE; HELLER, 2002).
No final do século XIX, ocorreu uma maior mobilização das províncias em torno
dos serviços de saneamento com as primeiras concessões a empresas estrangeiras,
principalmente inglesas. Tais concessões se mostraram ineficientes no combate das
epidemias e, por isso, no início do século XX, o governo retoma a responsabilidade pelo
saneamento. Na mesma época a Fundação Rockfeller, entidade americana fundada em
1909 para resolver os problemas de saúde pública dos Estados Unidos, forneceu apoio
técnico e econômico para o combate às endemias e foi grande influenciadora do
movimento sanitarista brasileiro (REZENDE; HELLER, 2002; BORJA, 2004).
Outro grande influenciador do movimento sanitarista no Brasil foi o engenheiro
Francisco Saturnino Rodrigues de Brito (1864-1924). Formado em Engenharia Civil
pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1886, trabalhou no saneamento de
diversas cidades do Brasil, e é considerado por muitos o mais ilustre engenheiro

8
sanitarista brasileiro, sendo o pioneiro nesta especialidade no país (TOCHETTO;
FERRAZ, 2015). É a partir de sua orientação que se passou a utilizar o sistema
separador absoluto (TSUTIYA; BUENO, 2005).
Além disso, destaca-se na sua atuação profissional o fato de sempre ter defendido
a necessidade da elaboração de planos diretores para as cidades, pois entendia que eles
são um meio de garantir o crescimento bem proporcionado das mesmas. Ele propôs
planos e projetos de saneamento em cidades como Petrópolis (RJ), Paraíba do Sul (RJ),
Itaocara (RJ), Campos (RJ), Santos (SP), Campinas (SP), Rio Grande (RS), Recife (PE),
Paraíba do Norte (PB), etc. (TOCHETTO; FERRAZ, 2015).
Brito já defendia, antes mesmo de se ter uma lei que regulamentasse o espaço
urbano, o planejamento das cidades como um processo contínuo e desenvolvido
independentemente das administrações municipais:
“A atuação de Brito no campo do urbanismo moldou o processo de
planejamento urbano no país. Com Brito, inicia-se um modo mais abrangente
de ver e tratar o espaço urbano, o que resulta na necessidade de um plano
geral para prever e gerenciar a expansão da cidade, as formas ideais de
traçado urbano de acordo com as necessidades, artístico ou xadrez, o
urbanismo sanitarista e as medidas legais para estruturar e implantar o
plano.” (TOCHETTO; FERRAZ, 2015, p. 100).
Esta época também foi um período de grande articulação entre a saúde e o
saneamento, já que surge uma teoria científica sobre o contágio das doenças, dando
início às campanhas de vacinação. Assim, a institucionalização do setor da saúde e a
necessidade de adequar as cidades brasileiras à nova realidade política e econômica,
possibilitaram o desenvolvimento de ações sanitárias de caráter público, especialmente
no próximo período (REZENDE; HELLER, 2002).

2.1.1.3 Período entre 1910 e 1945

Conhecido como a “Era do Saneamento”, neste período houve uma grande


melhoria da saúde da população. O governo federal iniciou a criação de órgãos para
estabelecer convênios com os estados e municípios, onde assumia a implantação e
repassava a administração para os últimos. Além disso, criou as comissões sanitárias,
responsáveis por estudar as condições de saúde da população rural e do sertão
(REZENDE; HELLER, 2002).
Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas promoveu uma ampla reforma política
e administrativa, criando e reformulando diversos órgãos na área de saneamento. Um
exemplo é o Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) que foi criado a
partir da Diretoria de Saneamento da Baixada Fluminense, devido à repercussão

9
positiva do trabalho realizado por este órgão na região. Outro exemplo é o Serviço
Especial de Saúde Pública (SESP), criado em 1942 a partir do estabelecimento de uma
cooperação entre a Fundação Rockfeller e profissionais brasileiros (REZENDE;
HELLER, 2002).

2.1.1.4 Período entre 1945 e 1969

A falta de aptidão técnica e a incapacidade financeira dos operadores municipais


causaram problemas na operação e manutenção dos sistemas implantados até então.
Dessa maneira, neste período surgem questionamentos sobre o modelo de gestão
estabelecido e afirmava-se que a administração direta praticava uma política tarifária
inadequada. Paralelamente, a possibilidade de obtenção de capital estrangeiro se
viabilizava devido à criação de grandes companhias estatais como a Petrobrás e a Vale
do Rio Doce (REZENDE; HELLER, 2002).
Assim, na década de 1960, deu-se início a atuação do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) no financiamento do saneamento brasileiro e, a partir desse
momento, o modelo de administração do setor por empresas de economia mista e
autarquias passou a ser visto como mais viável (BORJA, 2004).

2.1.1.5 Período a partir de 1970

Em 1967 foi criado o Banco Nacional da Habitação (BNH), entidade com


objetivo de promover e controlar a política de saneamento. Atuando de forma
centralizada, o BNH retirou a capacidade decisória de órgãos como DNOS e SESP e se
tornou a maior fonte de recursos financeiros do setor.
Os financiamentos do BNH se davam na esfera das companhias estaduais e
formaram a estrutura institucional para a consolidação do Plano Nacional de
Saneamento (PLANASA), criado em 1971 (REZENDE; HELLER, 2002). O
PLANASA privilegiou ações nas áreas de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, principalmente nas áreas urbanas, porém seu modelo não se consolidou nos
campos administrativo, econômico e financeiro. A recessão econômica da década de
1980 levou à retração dos investimentos na área e, em 1986,com a extinção do BNH, o
PLANASA entrou em colapso (BORJA, 2004).
Em 1992, o declínio técnico-financeiro e administrativo das companhias de
saneamento fez com que o governo concebesse e implantasse o Programa de
Modernização do Setor de Saneamento (PMSS), que seria financiado pelo Banco

10
Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) (BORJA, 2004). A partir
da segunda metade de década de 1990, inicia-se um contingenciamento de crédito ao
setor público já que o governo brasileiro firma um acordo com o Fundo Monetário
Internacional (FMI) onde se compromete a acelerar e ampliar o programa de
privatização dos serviços de água e esgoto (REZENDE; HELLER, 2002).

2.1.1.6 Evolução recente

Em 2007 foi promulgada a Lei nº 11.445, que estabelece diretrizes nacionais para
o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. Essa lei define, em
seu artigo 3º, saneamento básico como sendo o conjunto de serviços, infraestruturas e
instalações operacionais de: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário,
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais.
Dentre seus pontos principais podemos destacar (BRASIL, 2007):
 Os diversos serviços de saneamento devem estar integrados com a gestão
de recursos hídricos e com as políticas de desenvolvimento urbano e
regional;
 As tecnologias adotadas devem considerar a capacidade de pagamento dos
usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas;
 A existência de plano de saneamento e de estudo comprovando a
viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação universal e
integral dos serviços são essenciais para a validação dos contratos;
 O plano de saneamento deverá ser compatível com o plano da bacia
hidrográfica em que estiver inserido e deverá abranger no mínimo:
o Diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida
da população;
o Objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para
universalização, admitidas soluções graduais e progressivas;
o Programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e
metas, identificando possíveis fontes de financiamento;
o Ações para emergências e contingências;
o Mecanismos e procedimentos para avaliação sistemática da
eficiência das ações programadas.
 O serviço de manejo de águas pluviais poderá ser cobrado por meio de
taxa e deve levar em conta, em cada lote urbano, os percentuais de

11
impermeabilização e a existência de dispositivos de amortecimento e
retenção;
 A autoridade ambiental estabelecerá metas progressivas para que a
qualidade dos efluentes provenientes da Estação de Tratamento de Esgotos
(ETE) atendam aos padrões das classes dos corpos hídricos em que forem
lançados, a partir dos níveis presentes de tratamento e considerando a
capacidade de pagamento dos usuários.
O entendimento de uma atuação progressiva favorece a utilização de captações de
tempo seco para a correção de sistemas separadores que não funcionam
apropriadamente, bem como propicia base legal para que o projeto do sistema unitário
possa ser desenvolvido como uma etapa de curto ou médio prazo para se chegar à
situação ideal.
A Lei nº 11.445 também serviu para alavancar o desenvolvimento de políticas
estaduais e municipais de saneamento através de seu Decreto de Regulamentação nº
7.217 de 2010 que, em seu artigo 26, parágrafo 2º, estabelece que a existência de um
plano de saneamento básico será condição para o acesso a recursos orçamentários e
financeiros da União.

2.1.2 Situação do sistema de esgotamento sanitário no Brasil

O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), vinculado ao


Ministério das Cidades, publica, desde 1995, diagnósticos referentes aos serviços de
abastecimento de água e esgotamento. O documento lançado em 2017, referente aos
dados de 2015, aponta que o índice de atendimento urbano de esgoto referido aos
municípios atendidos com água (IN024) é de 58,00% e que o índice de esgoto tratado
referido à água consumida (IN046) é de 42,70%. O gráfico da Figura 2.1 apresenta a
evolução desses índices ao longo dos anos.

12
Figura 2.1– Índices e investimentos relativos ao sistema de esgotamento brasileiro.
Fonte: Elaborado com base nos dados de SNIS (1999, 2000, 2001, 2002, 2004a, 2004b, 2005, 2006,
2007, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014a, 2014b, 2016, 2017).

Com relação aos índices IN024 e IN046, os dados apresentados na Figura 2.1
mostram um cenário de crescimento muito lento. Em relação ao IN024, ao longo dos 18
anos em que ele foi quantificado houve um crescimento de apenas 21,60% do índice de
atendimento urbano de esgoto. Esse valor corresponde a um crescimento médio anual
de 1,27%. O mesmo ocorre com o IN046: ao longo dos 15 anos de quantificação, houve
um crescimento de somente 17,10% do índice de tratamento de esgoto, correspondendo
a um crescimento médio anual de 1,22%.
Curiosamente, como é possível observar no mesmo gráfico, a evolução dos
investimentos por habitante na área não segue o mesmo padrão dos índices IN024 e
IN046. Nota-se que, a partir do ano de 2006, houve um aumento considerável do
montante investido. Entre os anos de 2005 e 2006 esse aumento foi de 32,79%, no
período entre 2008 e 2009 o aumento chegou ao seu valor máximo de 43,80%. Ressalta-
se também, que entre os anos de 2014 e 2015 houve uma queda de 6,52% nos
investimentos, o que pode estar sinalizando o início de um período de retração do setor
devido à crise econômica do país. De forma geral, o crescimento porcentual médio
anual dos investimentos per capita ficou em torno de 7,20%.
O cenário expresso pela Figura 2.1 é paradoxal. O significativo aumento dos
investimentos em esgotamento sanitário impactou muito pouco no aumento dos índices
de atendimento com rede coletora e tratamento. Este fato é corroborado quando vemos

13
diversos planos de despoluição falhando sistematicamente. O município de Curitiba
passou pela implantação do Plano de Saneamento Ambiental da Região Metropolitana
(PROSAM) e pelo Plano de Despoluição Hídrica da Bacia do Alto Iguaçu e mesmo
assim não alcançou os resultados desejados (MARIN et al., 2007). Na cidade de São
Paulo, houve um investimento de mais de 1,5 bilhões de dólares em estações de
tratamento e melhorias nos sistemas de interceptores na bacia do rio Tietê; porém, os
resultados foram insignificantes (YAZAKI; HAUPT; PORTO, 2007). No estado do Rio
de Janeiro, foram investidos cerca de 1,2 bilhões de dólares no Programa de
Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), que também teve resultados melancólicos
(ALENCAR, 2016). O Programa Baía Azul, realizado na região metropolitana de
Salvador, contou com um investimento de US$ 600 milhões – sendo 57,25% deste valor
investido no sistema de esgotamento sanitário – e também não atingiu todas as metas
propostas (BORJA, 2004).
Apesar disso, há casos de sucesso, ainda que presentes em uma escala muito
menor. Como exemplo podemos citar o Programa Córrego Limpo, que foi uma parceria
entre os governos estadual e municipal de São Paulo e despoluiu 152 córregos ao longo
de 6 anos. Entre 2007 e 2013 foram investidos R$ 900 milhões – desse total R$ 220
milhões foram investidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (SABESP) – beneficiando cerca de 2 milhões de pessoas e retirando 1350 l/s de
águas residuais dos corpos hídricos. Para isso foram realizadas obras complexas e não
convencionais como: construção de redes com o método não destrutivo, construção de
redes coletoras em fundos de lotes e construção de redes dentro dos córregos para serem
feitas ligações de soleiras negativas (MASSONE, 2014). As Figura 2.2 e Figura 2.3
ilustram os efeitos da despoluição em um dos córregos abrangidos pelo programa e a
Figura 2.4 mostra como foram realizadas as obras de ligações prediais nas habitações
informais que margeavam os córregos.

14
Figura 2.2 – Córrego Tenente Rocha antes das Figura 2.3– Córrego Tenente Rocha depois das
intervenções. intervenções.
Fonte: Massone (2014). Fonte: Massone (2014).

Figura 2.4 – Obra de fundo de vale executada pela Sabesp.


Fonte: Massone (2014).

15
Outro caso de sucesso foi o da despoluição da Lagoa de Araruama, que banha os
municípios de Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e
Arraial do Cabo, no estado do Rio de Janeiro. No final da década de 1990 a lagoa se
encontrava altamente eutrofizada, devido, principalmente, ao lançamento de águas
residuais sem tratamento. Em 2002, o Ministério Público, em conjunto com a agência
reguladora e outras entidades, definiram mudanças no contrato de concessão, aprovando
a utilização provisória dos sistemas de drenagem pluvial como coletores. Estes seriam
direcionados através de tomadas de tempo seco para estações elevatórias e estações de
tratamento de esgotos, permitindo uma redução imediata da carga orgânica que chegava
à lagoa (PROLAGOS, 2018).
Muito pode ser discutido sobre os motivos do insucesso dos diversos programas
citados anteriormente. Além dos óbvios déficits de redes coletoras e de tratamento de
águas residuais, há também que se considerar as interconexões clandestinas entre as
redes dos sistemas de esgotamento sanitário e drenagem pluvial. No Reino Unido, por
exemplo, este problema é considerado uma prioridade pelas agências ambientais. Ellis e
Butler (2015) apontam que os principais fatores que contribuem para o aumento destas
interconexões são:
 Falta de planejamento urbano;
 Falta de fiscalização de obras e consequente descontrole sobre as ligações
prediais;
 Ausência de planos de manutenção e conservação;
 Utilização de sistemas antigos e obsoletos.
De fato, Borja (2004) apontou diversos problemas na realização das obras de
esgotamento sanitário no Programa Baía Azul:
 Não conclusão de obras;
 Obras de má qualidade;
 Uso de materias de qualidade inferior;
 Obras que necessitaram ser refeitas diversas vezes;
 Falta de fiscalização;
 Execução de ligações domiciliares em quantidade insufuciente.
O problema das ligações clandestinas se faz presente em todo o mundo. Parker,
McIntyre e Noble (2010) detectaram presença ilícita de águas residuais em sistemas de
drenagem pluvial na região costeira da Carolina do Norte (EUA).

16
Deffontis et al. (2013) realizaram um estudo para quantificar o impacto destas
contribuições em corpos receptores de duas bacias diferentes na cidade de Toulouse
(França) e concluíram que os despejos irregulares de águas residuais na rede de
drenagem chegaram a representar entre 65% e 89% da carga poluidora total anual.
Krein et al. (2007) ao analisarem a Concentração Média do Evento1 (CME) de
diferentes poluentes em duas redes separadoras de drenagem observaram que na rede
em que foi detectada presença de lançamento irregular de águas residuais o fenômeno
de first-flush2 ocorreu em 87% das chuvas, enquanto que a rede em que não se detectou
presença de contribuições clandestinas o fenômeno aconteceu em apenas 29% das
chuvas.
No Brasil o problema é agravado, pois, segundo Fadel e Dornelles (2015) algumas
prefeituras do Rio Grande do Sul estão permitindo o lançamento de águas residuais no
sistema de drenagem devido à falta de capacidade financeira para a expansão da rede
separadora. Além disso, a NBR 9649/86 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) afirma que:
“A rede coletora não deve ser aprofundada para atendimento de economia
com cota de soleira abaixo do nível da rua. Nos casos de atendimento
considerado necessário, devem ser feitas análises da conveniência do
aprofundamento, considerados seus efeitos nos trechos subsequentes e
comparando-se com outras soluções.” (ABNT, 1986b, p. 3)
A recomendação supracitada teve sua origem em um estudo realizado pela
SABESP na região metropolitana de São Paulo em 1980. Nesta época a política de
esgotamento previa o atendimento de todos os lotes. No estudo foram levantados 307
quilômetros de rede e os valores de profundidades de 45.000 ligações prediais. Deste
levantamento concluiu-se que 92% dessas ligações estavam a uma profundidade menor
do que 1,5 metros. Além disso, constatou-se que 20% da extensão total de rede se
encontrava a mais de 3 metros de profundidade, sendo que o custo unitário médio destes
20% foi 50% maior do que o custo unitário médio dos 80% restante, levando a
conclusão de que o custo com o aprofundamento da rede não justificava a pequena
parcela de atendimento (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999). De modo complementar, a
NBR 8160/99 – que trata do projeto e execução de sistemas prediais de esgoto sanitário
– determina que caso existam aparelhos sanitários instalados em nível inferior ao do
logradouro, os efluentes dos mesmos devem ser recalcados para o coletor público.

1Corresponde a carga poluidora total que é lançada no corpo hídrico, sendo a razão entre a massa total do
poluente em determinado evento chuvoso pelo volume total escoado (SÃO PAULO, 2012b).
2 Ver definição no Item 2.4.1.
17
Apesar dos benefícios econômicos, esse ponto da NBR 9649/86 não detalha a
metodologia e os critérios que devem ser utilizados na análise de conveniência de
aprofundamento da rede. Isso pode incentivar o descaso com as ligações domiciliares
quando da elaboração de projetos e obras de coletores públicos, já que a
responsabilidade da ligação acaba sendo repassada inteiramente para o usuário. Em
muitas regiões, pode ocorrer que uma significativa parcela das edificações seja
descartada, sem que seja feito qualquer análise. A consequência disso é a
admissibilidade de que a ligação domiciliar de águas residuais seja feita no sistema de
drenagem, o que nos leva a perguntar se as interconexões são de fato “clandestinas”.
Fora dos EUA, Austrália e Reino Unido, não existem muitos programas de
combate a estas irregularidades, apesar de seu alto potencial poluidor. Dados coletados
sugerem uma taxa de 3% de ligações ilícitas no Reino Unido, com uma variação de 1%
e 5%. Também foram identificadas regiões isoladas com taxas elevadas, entre 20% e
30%. Nos EUA e Europa os valores ficam entre 3% e 4%. Os custos com o combate às
ligações ilícitas no Reino Unido foram estimados em £235 milhões por ano (ELLIS;
BUTLER, 2015).
No município do Rio de Janeiro, estima-se que apenas 35% da área física seja
contemplada com um sistema separador absoluto funcionando adequadamente (PCRJ,
1999 apud ROSSO; DIAS; GIORDANO, 2011). Não existem muitas pesquisas
quantificando a magnitude e extensão do problema das interconexões no Brasil, bem
como ações que visam combatê-las. Há, portanto, uma grande necessidade de
aprofundamento no tema, com medidas que aumentem o debate tanto no nível da
pesquisa, quanto no meio institucional e da sociedade como um todo; que incentivem a
coleta de dados e que otimizem os investimentos na área, de forma que os valores
gastos se transformem em melhorias sanitárias e ambientais.

2.1.3 Situação do sistema de drenagem e manejo de águas pluviais no


Brasil
O SNIS ainda não publicou os dados referentes ao diagnóstico dos serviços de
águas pluviais urbanas – o primeiro documento estava previsto para ser lançado em
setembro de 2017 e seria referente ao ano de 2015. Para esta edição, 2.541 prefeituras
municipais participaram, representando aproximadamente 46% dos municípios e 62%
da população.

18
O IBGE apresentou dados referentes à drenagem em manejo de águas pluviais em
2011, na publicação Atlas de Saneamento, que reuniu informações da Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico (PNSB 2008), realizada em parceria com o Ministério
das Cidades, bem como estatísticas do Censo Demográfico 2010 e de fontes
provenientes de outros órgãos e entidades.
Os dados levantados mostram que 95% dos os municípios brasileiros realizam
manejo de aguas pluviais. Dentre estes, apenas 11,4% utilizam informações
fluviométricas e 28,3% utilizam informações pluviométricas. Cerca de 30% informaram
a existência de processos erosivos na área urbana. O assoreamento do sistema de
drenagem atinge 40% dos municípios que fazem manejo. Quanto à manutenção, foi
constatado que 85,8% dos municípios realizam esta tarefa (IBGE, 2011).
O PNSB 2008 também mostrou que 40,8% dos municípios sofreram com
inundações na área urbana. As inundações ocorreram com maior predominância em
áreas naturalmente inundáveis por cursos d’água – 61% dos casos. As principais causas
associadas às inundações foram obstrução de bueiros e bocas de lobo e ocupação
intensa e desordenada do solo (IBGE, 2011).
Baptista, Nascimento e Barraud (2005) afirmam que os danos globais
relacionados às inundações elevaram-se a 250 bilhões de dólares no período entre os
anos de 1988 e 1997 e passaram a constituir o mais impactante fator de risco natural. Os
autores ainda estimam um valor anual médio de 2 bilhões de dólares em despesas e
prejuízos com inundações no Brasil. Além de prejuízos econômicos, dados do PNSB
2008 indicam que cerca de 12% dos municípios brasileiros apresentaram casos
confirmados de leptospirose e, em 3%, ocorreram óbitos, sendo os maiores números –
de casos e de óbitos – verificados nas regiões metropolitanas.

2.2 Sistema de esgotamento sanitário


2.2.1 Tipos de sistemas
De acordo com a Lei 11.445/2007 o esgotamento sanitário é constituído das
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e
disposição final adequados das águas residuais, desde as ligações prediais até seu
lançamento final no meio ambiente (BRASIL, 2007).
O sistema de esgotamento sanitário é essencial para a preservação da saúde e
bem-estar de uma comunidade e do ambiente em que ela está inserida, principalmente

19
em áreas com concentração de população e em desenvolvimento. O projeto, construção,
operação e manutenção deste sistema envolve grandes investimentos de capital apesar
de ser pouco visto e reconhecido pelo público em geral (ASCE; WPCF, 1982).
O sistema de esgotamento sanitário pode ser classificado em (ASCE; WPCF,
1982; TSUTIYA; SOBRINHO, 1999):
 Sistema de esgotamento combinado ou unitário (SU): é aquele projetado para
receber tanto águas residuais e de infiltração como águas pluviais.
 Sistema de esgotamento separador absoluto (SSA): é aquele projetado para
receber somente águas residuais e de infiltração.
 Sistema de esgotamento separador parcial (SSP): é aquele projetado para receber
águas residuais e de infiltração, e águas pluviais provenientes de pátios e
telhados.
 Sistema de esgotamento misto (SM): é aquele que foi projetado para receber
somente águas residuais e de infiltração, mas recebe, não intencionalmente,
águas pluviais. Vale ressaltar que, no sistema misto também pode ocorrer o
contrário, ou seja, ele também pode ser caracterizado como aquele que foi
projetado para receber águas pluviais e recebe, não intencionalmente, águas
residuais.
O sistema separador absoluto é considerado o mais preconizado, pois tem a
vantagem de otimizar custos com a construção e operação das a estações de tratamento.
O sistema de esgotamento unitário foi desenvolvido para países com menor índice
pluviométrico e são usualmente encontrados em cidades mais antigas, onde é
extremamente difícil e caro prover sistemas separados. O sistema de esgotamento misto
é bastante frequente e se deve principalmente a ligações clandestinas e interconexões
entre as redes separadoras absolutas de esgotamento sanitário e drenagem pluvial
(ASCE; WPCF, 1982; TSUTIYA; SOBRINHO, 1999). Alguns autores, como Rosso,
Dias e Giordano (2011), definem o sistema misto como sendo equivalente ao sistema
separador parcial, porém esta classificação não será adotada neste trabalho.
Artina et al. (1997) classificam os sistemas de saneamento em 5 tipos, conforme
ilustrado na Figura 2.5:
 Sistema separador absoluto convencional: as águas residuais são
encaminhadas para a estação de tratamento e as águas pluviais são
lançadas diretamente no corpo receptor;

20
 Sistema separador com desvio: as vazões de tempo seco e uma parte das
vazões combinadas são encaminhadas para a rede de esgotamento e
tratadas na estação. Os desvios atuam como captações de tempo seco,
deslocando para a rede de esgotamento lançamentos ilícitos de águas
residuais e uma parte da carga difusa. A vazão desviada deve ser calculada
com base na capacidade da estação de tratamento e a rede de esgotamento
deve ser dimensionada para transportar tais vazões por gravidade;
 Sistema separador com desvio e reservatório: uma parte das vazões
desviadas é armazenada para, posteriormente, ser encaminhada para a rede
de esgotamento e tratada na estação;
 Sistema unitário com extravasor: as águas residuais e uma parte das
pluviais são encaminhadas para a estação de tratamento. Em eventos
extremos há lançamento das águas combinadas diretamente no corpo
receptor;
 Sistema unitário com extravasor e reservatório: as águas residuais e uma
parte das pluviais são encaminhadas para a estação de tratamento. Em
eventos extremos ocorre armazenamento e, caso não seja suficiente,
lançamento das águas combinadas diretamente no corpo receptor.

Figura 2.5 – Tipos de sistema de saneamento.


Fonte: Adaptado de Artina et al. (1997).

21
No Brasil, o sistema de esgotamento sanitário do tipo separador absoluto se
consolidou tanto tecnicamente – a ABNT normatizou os elementos de concepção e
projeto destes sistemas nas NBR 9648/86 e NBR 9649/86 – como legalmente, já que
este tipo de sistema é condicionante ao licenciamento ambiental.
Bernades e Soares (2004) dividiram os sistemas de esgotamento sanitário
brasileiro em quatro configurações distintas: desde a situação de total ausência de
infraestrutura, passando pelas soluções individuais e sistema unitário, até a condição
ideal, correspondente ao sistema separador absoluto. A Figura 2.6 apresenta as
diferentes configurações supracitadas.

Figura 2.6 – Fluxograma para identificação dos diferentes tipos de sistema de esgotamento.
Fonte: Adaptado de Bernades e Soares (2004).

Merece destaque no fluxograma da Figura 2.6 o fato de que o autor não separa o
caso em que o sistema de drenagem recebe águas residuais do caso em que o sistema de
esgotamento recebe águas pluviais. Nesta configuração sem distinção, parece haver
implicitamente a consideração de que esta é uma situação de falha. De fato, dadas as
diferenças de porte, se as águas pluviais adentram o sistema de esgotamento – que
possui dimensões mais restritas – esta configura uma situação de falha e haverá
espalhamento de águas residuais por largas extensões, além de dificuldade – ou
impossibilidade – do tratamento devido à diluição. Porém, se as águas residuais entram
no sistema de drenagem, esta situação só configura falha se não foi prevista. As
dimensões necessárias para a condução das águas pluviais podem, com facilidade,
conduzir também as águas residuais, quando da ocorrência de chuvas. Se esta rede não
foi prevista, porém, para trabalhar com um sistema unitário, as águas combinadas, bem
como o escoamento das águas residuais em tempo seco se direcionarão para o corpo
receptor, sem que este tenha nenhuma defesa. Por outro lado, se o sistema foi
22
formalmente projetado para receber ambas as contribuições, espera-se que, em tempo
seco, todo o efluente seja direcionado para tratamento antes de descarregado no corpo
receptor. Além disso, quando em concomitância com as chuvas, as águas residuais que
não puderem ser tratadas serão descarregadas com algum nível de diluição no corpo
receptor, sendo essa diluição um tratamento já suficiente, em termos de preservação do
meio ambiente, para as chuvas de maior porte.

2.2.2 Concepção e dimensionamento

De acordo com Tsutiya e Sobrinho (1999) os componentes de um sistema de


esgotamento sanitário são:
 Rede coletora: tubulação funcionando em regime livre que recebe
diretamente as águas residuais das edificações através de sua ligação com
os coletores prediais;
 Órgãos acessórios: estruturas que possibilitam o acesso de pessoas e/ou
equipamentos de manutenção – poços de visita, terminais de limpeza,
caixas de passagem, etc.;
 Interceptor: tubulação funcionando em regime livre que recebe as
contribuições da rede coletora e é caracterizado pela defasagem das
contribuições, o que leva ao amortecimento das vazões máximas (ABNT,
1992);
 Emissário: tubulação funcionando em regime livre ou forçado que conduz
as águas residuais ao tratamento e/ou lançamento no corpo receptor,
podendo receber contribuição apenas na extremidade de montante;
 Sifão invertido: estrutura funcionando em regime forçado que tem como
objetivo fazer a travessia de obstáculos;
 Estação Elevatória de Esgotos (EEE): instalação que destina as águas
residuais de uma cota mais baixa para uma mais alta, por bombeamento;
 Estação de Tratamento de Esgotos (ETE): instalação com o objetivo de
depurar as águas residuais antes de seu destino final.
Como o sistema de esgotamento separador absoluto é o convencional no Brasil, as
diretrizes para os estudos de concepção e dimensionamento consideram as vazões de
águas residuais domésticas, comerciais e industriais e as águas de infiltração. Dessa
maneira, em relação ao estudo de concepção, devem ser desenvolvidas as seguintes
atividades (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999):
23
 Estudo da população;
 Estabelecimento dos critérios para a previsão de vazões;
 Estimativa das vazões dos grandes contribuintes;
 Divisão das bacias e sub-bacias de contribuição;
 Traçado e pré-dimensionamento do sistema de esgotamento;
 Estimativa preliminar da quantidade de materiais e serviços.
O dimensionamento do sistema de esgotamento seguirá as mesmas diretrizes
citadas acima, sendo que as etapas de projeto são: (1) determinação da população; (2)
cálculo das vazões e (3) dimensionamento hidráulico.

2.2.2.1 Determinação da população

Segundo a ABNT (1986a), a estimativa da população e sua distribuição espacial


devem ser feitas com base em dados censitários e as densidades populacionais devem
ser determinadas por zonas de ocupação homogênea (residencial, comercial, industrial e
pública). Para final de plano, a norma estabelece que a estimativa da população futura
deve levar em conta os usos do solo, os planos de desenvolvimento e urbanização e a
saturação urbanística.
Existem diversas metodologias para o estudo da projeção populacional. Dentre as
mais utilizadas em projetos de saneamento pode-se citar o método dos componentes
demográficos, métodos matemáticos e o método de extrapolação gráfica (TSUTIYA;
SOBRINHO, 1999).

2.2.2.1.1 Método dos componentes demográficos:

Este método considera as variáveis demográficas de crescimento vegetativo –


diferença entre nascimentos e óbitos – e decrescimento social – diferença entre
imigrantes e emigrantes (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999).

2.2.2.1.2 Métodos matemáticos:

São métodos baseados em equações matemáticas, sendo os mais conhecidos


(TSUTIYA, SOBRINHO, 1999; DACACH, 1985):
 Método aritmético: pressupõem o crescimento linear da população, com
taxa de crescimento constante (ka) e considera no cálculo da população
futura (Pf) dados do penúltimo censo (ano t1/ população P1), e dados do
último censo (ano t2/ população P2).

24
Equação 2.1

( )
Equação 2.2
( )
( )
 Método geométrico: pressupõem que o logaritmo da população varia
linearmente com o tempo, com taxa de crescimento geométrico (kg) e
também considera no cálculo da população futura (Pf) dados do penúltimo
censo (ano t1/ população P1), e dados do último censo (ano t2/ população
P2).
Equação 2.3
( )

Equação 2.4

 Método da curva logística: pressupõem que a população cresce


assintoticamente até atingir um valor de saturação (K) e considera no
cálculo dados dos 3 últimos censos (ano t0/ população P0; ano t1/
população P1 e ano t2/ população P2).
Equação 2.5

Desde que t2 = 2 t1, P0 < P1 < P2 e (P1)² > P0 P2, os valores de K, a e b


podem ser calculados pelas seguintes equações:
Equação 2.6
( )

Equação 2.7
( )
( ) ( )
Equação 2.8

25
2.2.2.1.3 Método de extrapolação gráfica:

Consiste no traçado de uma curva arbitrária que se ajusta aos dados observados. A
estimativa da população futura é obtida no prolongamento da curva (TSUTIYA;
SOBRINHO, 1999).

2.2.2.2 Cálculo das vazões

2.2.2.2.1 Coeficientes de variação de consumo:

A vazão de águas residuais domésticas varia com o consumo de água, sendo que
este é afetado por diversos fatores como tempo e clima. Para representar estas variações
são utilizados os coeficientes de máxima vazão diária (K1) e horária (K2). O primeiro
expressa a relação entre a vazão média do dia de maior consumo e a vazão média diária
anual, enquanto que o segundo expressa a relação entre a maior vazão horária do dia de
maior consumo e a vazão média horária do dia. Quando não houver medições de vazão
para a determinação dos coeficientes, recomenda-se o valor de 1,2 para K1 e 1,5 para K2
(TSUTIYA; SOBRINHO, 1999; ABNT, 1986b).

2.2.2.2.2 Vazão de infiltração:

As águas de infiltração são aquelas originárias do escoamento subsuperficial e que


acabam entrando no sistema de esgotamento através das juntas e fissuras das tubulações
e através dos órgãos acessórios (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999).

2.2.2.2.3 Vazão concentrada:

A vazão concentrada pode ser considerada como as águas residuais industriais e


comerciais que utilizam água em seus processos, bem como a contribuição de áreas de
expansão previstas pelo projeto (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999).

2.2.2.2.4 Consumo de água efetivo per capita:

Segundo Tsutiya e Sobrinho (1999) este parâmetro apresenta grande variação


entre localidades distintas e depende de fatores como o valor da tarifa, a regularidade do
abastecimento de água, a renda familiar, a temperatura média de região, dentre outros.
Os últimos dados do SNIS (2017) indicam valores de 277,72 l/hab.dia para o estado do
Rio de Janeiro, contra 169,60 l/hab.dia para o município de Mesquita.

26
2.2.2.2.5 Coeficiente de retorno:

Da totalidade da água consumida, uma parte dela é utilizada na rega de jardins e


gramados e na lavagem de calçadas e carros, não retornando ao sistema de esgotamento
sanitário. Por consequência disso, temos que o coeficiente de retorno expressa a relação
entre o volume de águas residuais pelo volume de água recebido (TSUTIYA;
SOBRINHO, 1999). A ABNT (1986b) recomenda a adoção do valor de 0,8.

2.2.2.2.6 Vazões médias e totais:

O dimensionamento hidráulico é feito com base nas vazões de início e fim de


plano. A vazão inicial é utilizada para verificar as condições de autolimpeza da
tubulação e a vazão final é utilizada para verificar a capacidade da mesma. As equações
utilizadas são (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999):
Equação 2.9

Equação 2.10

Equação 2.11

Equação 2.12

Onde:
Qi = vazão máxima inicial (l/s);
Qf = vazão máxima final (l/s);
Qd.i = vazão média inicial de águas residuais domésticas (l/s);
Qd.f = vazão média final de águas residuais domésticas (l/s);
K1 = coeficiente de máxima vazão diária;
K2 = coeficiente de máxima vazão horária;
Qinf.i = vazão de infiltração inicial (l/s);
Qinf.f = vazão de infiltração final (l/s);
Qc.i = vazão concentrada inicial (l/s);
Qc.f = vazão concentrada final (l/s);
Pi = população inicial (hab);
Pf = população final (hab);
q = consumo de água efetivo per capita (l/hab.dia);
C = coeficiente de retorno.
27
2.2.2.2.7 Taxas de contribuição linear:

As taxas de contribuição linear são as vazões médias de águas residuais


domésticas de início e fim de plano referidas à unidade de comprimento dos coletores.
As expressões de cálculo estão representadas a seguir (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999):
Equação 2.13

Equação 2.14

Onde:
Tx.i = taxa de contribuição linear inicial (l/s.km);
Tx.f = taxa de contribuição linear final (l/s.km);
Tinf = taxa de infiltração3;
L = comprimento total da rede coletora (km).

Uma vez definidas as taxas de contribuição, na determinação da vazão de um


trecho qualquer, deve-se somar a contribuições que vem a montante do trecho com a
vazão do próprio trecho, calculada multiplicando-se a taxa de contribuição linear pelo
comprimento do trecho (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999).

2.2.2.3 Critérios para o dimensionamento hidráulico

O regime de escoamento admitido, para fins de dimensionamento, em tubulações


de redes coletoras é permanente e uniforme, devendo satisfazer a equação de Bernoulli e
a equação da continuidade. Com relação às perdas de carga contínuas, podem ser
utilizadas diversas equações para condutos livres, como: Chèzy, Manning, Universal e
Hazen-Williams. Já as perdas de carga localizadas podem ser desconsideradas
(TSUTIYA; SOBRINHO, 1999).

2.2.2.3.1 Vazão mínima:

Recomenda-se utilizar, em qualquer trecho da rede coletora, a vazão mínima de


1,5 l/s, correspondente ao pico da vazão de uma descarga de vaso sanitário (ABNT,
1986b).

3
A ABNT (1986b) recomenda a adoção de valores entre 0,05 e 1,0 l/s.km.
28
2.2.2.3.2 Diâmetro mínimo:

Recomenda-se utilizar, em qualquer trecho da rede coletora, o diâmetro mínimo


de 100 mm (ABNT, 1986b). A CEDAE ([19--]) utiliza o valor de 150 mm como sendo
o diâmetro mínimo.

2.2.2.3.3 Lâmina d’água máxima:

Recomenda-se utilizar, em qualquer trecho da rede coletora, uma lâmina igual ou


inferior a 75% do diâmetro da tubulação (ABNT, 1986b).

2.2.2.3.4 Declividade mínima e tensão trativa:

As partículas sólidas existentes nas águas residuais se depositam nas tubulações


nos momentos de menor contribuição. Para que haja posterior arraste destas partículas é
necessária uma tensão tangencial mínima exercida sobre a parede do tubo, denominada
tensão trativa crítica (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999):
Equação 2.15

Onde:
σ = tensão trativa crítica (Pa);
γ = peso específico do líquido (N/m³);
RH = raio hidráulico (m);
I = declividade da tubulação (m/m).
A partir da equação acima e da equação de Manning – Equação 2.16 – é possível
escrever a declividade em função da vazão, da tensão trativa e do coeficiente de
Manning:
Equação 2.16
⁄ ⁄

Substituindo (2.15) em (2.16) temos:


Equação 2.17


( )

Em função da declividade a Equação 2.17 pode ser escrita da seguinte maneira:


Equação 2.18


( )

29
Onde:
n = coeficiente de Manning;
Q = vazão (m³/s);
A = área do escoamento (m²).
Recomenda-se utilizar, em qualquer trecho da rede coletora, uma tensão trativa
mínima de 1,0 Pa – no caso de interceptores o valor sobe para 1,5 Pa. Dessa forma,
fixando-se o valor mínimo de 1,0 Pa, limitando-se o valor da lâmina a 0,75 Y/D,
considerando diâmetros variando entre 100 e 400 mm e variando-se o coeficiente de
Manning, pode-se aproximar diferentes fórmulas para a declividade mínima, conforme a
Tabela 2.1 (ABNT, 1986b; TSUTIYA; SOBRINHO, 1999).

Tabela 2.1 – Equações para a declividade mínima.

Coeficiente de Manning Equação


0,009
0,010
0,011
0,012
0,013
0,014
0,015
0,016
Fonte: Tsutiya e Sobrinho (1999).

Onde:
Imín = declividade mínima (m/m);
Q = vazão (l/s).
A declividade também deve garantir o recobrimento mínimo de 0,90 metros nos
casos de assentamento de tubulação no leito da via e de 0,65 metros nos casos de
assentamento no passeio (ABNT, 1986b). Além disso, quando a declividade for inferior
a 0,001 m/m, o greide deve ser determinado por meio de instrumento topográfico ou por
aparelho emissor de raio laser (ABNT, 1987).

2.2.2.3.5 Declividade máxima:

A maior declividade admissível é aquela em que se tenha velocidade de final de


plano igual a 5,0 m/s (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999).

30
2.2.2.3.6 Velocidade crítica de emulsificação:

A velocidade crítica de emulsificação é aquela na qual se inicia o escoamento


aerado e sua equação é (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999):
Equação 2.19


Onde:
Vc = velocidade crítica (m/s);
g = aceleração de gravidade (m²/s);
RH = raio hidráulico (m).
Recomenda-se que quando a velocidade de final de plano for maior do que a
velocidade crítica a lâmina seja reduzida para 50% do diâmetro do coletor (ABNT,
1986b).

2.3 Sistema de drenagem e manejo de águas pluviais


2.3.1 Tipos de sistemas

Segundo a Lei 11.445/2007 a drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e


fiscalização preventiva das respectivas redes urbanas são consideradas como sendo o
conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana
de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões
de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas (BRASIL, 2007).
O sistema clássico de drenagem pode ser dividido em duas categorias distintas
(SÃO PAULO, 2012b, 2012c):
 Sistema de microdrenagem: é aquele composto pelas estruturas de captação e
condução de águas pluviais que chegam aos elementos viários e pelas captações
nas edificações e lotes. Alguns de seus componentes são: pavimentos das ruas,
guias e sarjetas, bocas de lobo, galerias de águas pluviais, etc. Refere-se à escala
local em nível de loteamento.
 Sistema de macrodrenagem: é aquele que recebe as contribuições dos
subsistemas de microdrenagem, atuando como as estruturas principais de
condução das águas pluviais da bacia. São constituídos de rios, córregos,
canalizações, reservatórios, etc. Refere-se à escala das sub-bacias e bacias.
O estudo da drenagem pluvial está intrinsecamente ligado ao estudo da bacia
hidrográfica, porque esta corresponde à área em que a precipitação é coletada e

31
conduzida para seu sistema de drenagem natural e, ao contrário do que ocorre com o
sistema de esgotamento sanitário, o escoamento das águas pluviais ocorrerá
independentemente de existir ou não um sistema construído de drenagem (SÃO
PAULO, 2012a; RAMOS et al., 1989).
Torna-se fundamental o conhecimento das características fisiográficas e
hidrológicas da bacia, pois estes dois elementos impactam diretamente na magnitude
das vazões e na resposta da bacia hidrográfica (SÃO PAULO, 2012b; RAMOS et al.,
1989).

2.3.2 Concepção e dimensionamento

Os principais componentes que compõem o sistema de macrodrenagem urbana


são (SILVA; MASCARENHAS; MIGUEZ, 2003; SÃO PAULO, 2012c):
 Canais naturais ou construídos: são cursos d’água que transportam as
águas pluviais e subterrâneas geradas em toda a bacia hidrográfica;
 Reservatórios de detenção: estruturas projetadas para armazenar os
escoamentos temporariamente, em geral, durante e imediatamente após um
evento de chuva;
 Reservatórios de retenção: estruturas com nível d’água permanente, onde
os escoamentos são armazenados acima de um nível normal de retenção;
Quanto ao sistema de microdrenagem temos (SÃO PAULO, 2012c; DNIT, 2006b;
RIO DE JANEIRO, 2010):
 Sarjetas: localizadas paralelamente ao meio-fio, têm como objetivo receber
e transportar os escoamentos das vias públicas para as estruturas de
captação;
 Sarjetão: estruturas usadas no desvio dos escoamentos de um lado para o
outro da via;
 Bocas-de-lobo: estruturas de captação, que recebem os escoamentos das
sarjetas e os conduzem às galerias;
 Caixa de ralo: assim, como as bocas-de-lobo, são estruturas de captação,
porém são compostas por grelhas;
 Poços-de-visita: são dispositivos de inspeção e limpeza da rede,
geralmente posicionados em pontos onde ocorrem mudanças de direção,
declividade e diâmetro, ou onde concorrem mais de um coletor;

32
 Galerias: são tubulações utilizadas para conduzir os escoamentos advindos
das bocas-de-lobo e das edificações.
Ao contrário das redes de esgotamento sanitário, ainda não existe uma
padronização por meio de normas da ABNT que estabeleçam critérios para a concepção
e dimensionamento de sistemas de drenagem. Por outro lado, diversos órgãos
municipais, estaduais e federais acabam elaborando suas próprias normas, em forma de
manuais de drenagem.
Em geral, a metodologia destes manuais envolve a utilização de modelos de
transformação chuva-vazão, associando a intensidade da precipitação à sua duração e
seu tempo de recorrência.

2.3.2.1 Chuvas intensas e Relações I-D-F

As chuvas intensas são aquelas que registram um grande volume de água


precipitado em um curto espaço de tempo, sendo representadas pela relação entre o total
precipitado e o tempo decorrido. Elas são estimadas a partir da análise estatística de
séries históricas de dados pluviográficos, as quais resultam as relações intensidade-
duração-frequência (DAVIS; NAGHETTINI, 2000).
Uma das formas mais comuns de apresentação das relações I-D-F se dá através da
seguinte expressão (SÃO PAULO, 2012b):
Equação 2.20

( )
Onde:
i = intensidade pluviométrica (mm/h);
t = tempo de duração da chuva (min);
TR = tempo de recorrência (anos);
a, b, c, d = parâmetros de ajuste.
Quando não há dados pluviográficos, pode-se recorrer aos estudos de Otto
Pfafstetter, que desenvolveu equações para 98 postos espalhados pelo país. As equações
têm o seguinte formato (SÃO PAULO, 2012b; DNIT, 2005):
Equação 2.21
[ ( )]
Equação 2.22
( )

33
Onde:
P = precipitação total (mm);
a, b, c, = parâmetros locais;
α, β = parâmetros que dependem da duração.

2.3.2.1.1 Tempo de duração da chuva:

Via de regra, orienta-se a adoção do tempo de duração da chuva igual ao tempo de


concentração da bacia. Esse critério é tipicamente voltado para o dimensionamento de
redes, onde a intensidade da chuva é o fator crítico. Em sistemas que contém
reservatórios, eventualmente o volume total de chuva pode ser mais crítico e durações
maiores que o tempo de concentração da bacia podem – e devem – ser verificados.
Considerando-se o início da chuva, o tempo de concentração corresponde ao intervalo
de tempo em que toda a bacia passa a contribuir no exutório. Dessa forma, fica
garantida que a vazão de pico será atingida (SÃO PAULO, 2012b; RAMOS et al.,
1989).
A determinação do tempo de concentração de uma bacia pode ser bastante
complexa, dependendo, em grande medida, da rugosidade e declividade da mesma.
Existem diversas equações empíricas de cálculo, sendo que muitas delas expressam o
tempo de concentração em função do comprimento do curso principal, do desnível total
até as cabeceiras, e eventualmente da área, ou de outros parâmetros escolhidos (DNIT,
2005; RAMOS et al., 1989).
De acordo com as Instruções Técnicas elaboradas para o município do Rio de
Janeiro em projetos de microdrenagem, quando a área for urbanizada e tiver divisor da
bacia a uma distância de até 60 metros do inicio das captações, o tempo de concentração
pode ser adotado conforme a Tabela 2.2. Para os demais casos devem ser utilizadas as
seguintes equações (RIO DE JANEIRO, 2010):
 Equação de George Ribeiro ou equação de Kirpich: para percursos nos
talvegues;
 Equação de Kerby: para percursos sobre o terreno natural;
 Método Cinemático: para percursos em canais.

34
Tabela 2.2 – Tempo de concentração para áreas urbanizadas.

Declividade longitudinal da sarjeta


Tipologia da área
Menor do que 3% Maior do que 3%
Áreas de construções densas 10 min 7 min
Áreas residenciais 12 min 10 min
Parques, jardins, campos 15 min 12 min
Fonte: Rio de Janeiro (2010).

2.3.2.1.2 Tempo de Recorrência:

O Tempo de Recorrência (TR) tem relação com o risco de um evento chuvoso ser
igualado ou superado, ou seja, representa sua probabilidade de ocorrência. Dependendo
do grau de segurança e da importância da obra de drenagem serão adotados valores
maiores ou menores para o tempo de recorrência, pois quanto maior seu valor, maior
será a vazão e, consequentemente, mais onerosa será a obra. Normalmente são
utilizados períodos de recorrência entre 2 e 10 anos para obras de microdrenagem e
entre 20 e 50 anos para macrodrenagem (DNIT, 2005; SÃO PAULO, 2012b).
Os valores estabelecidos para o município do Rio de Janeiro são:

Tabela 2.3 – Tempo de recorrência conforme tipo de dispositivo.

Tipo de dispositivo de drenagem TR (anos)


Galerias de águas pluviais 10
Aproveitamento de rede existente 5
Canais de macrodrenagem não revestidos 10
Canais de macrodrenagem revestidos 251
Notas:
1
Considerando borda livre e com verificação para TR de 50 anos sem considerar borda livre.
Fonte: Rio de Janeiro (2010).

2.3.2.2 Vazões de projeto

Os métodos para o cálculo das vazões estão relacionados com a área da bacia
hidrográfica, de acordo com os limites fixados abaixo (DNIT, 2006a):
 Bacias com área até 4 km² (40 ha): Método Racional;
 Bacias com áreas entre 4 até 10 km² (40 até 100 ha): Método Racional
Corrigido;
 Bacias com áreas superiores a 10 km² (100 ha): Método do Hidrograma
Unitário Triangular (HUT).
Fica evidenciado que no caso do dimensionamento de sistemas de
microdrenagem, os métodos usuais serão o Racional e o Racional Corrigido.
35
2.3.2.2.1 Método Racional:

O método racional relaciona o valor da vazão máxima com a área da bacia, a


intensidade da chuva e com os efeitos das perdas por retenção e infiltração. Neste
método, admite-se que a precipitação sobre a área é constante e uniformemente
distribuída pela bacia no tempo e no espaço. Também se considera que a vazão é
formada principalmente, pelo escoamento sobre superfícies e que o processo de
amortecimento nos canais é desprezível. A descarga máxima – vazão de projeto – é
obtida pela seguinte expressão (DNIT, 2005; SÃO PAULO, 2012b):
Equação 2.23

Onde:
Q = vazão máxima (m³/s);
c = coeficiente de deflúvio;
i = intensidade da chuva (mm/h);
A = área da bacia hidrográfica (km²);
P = altura da chuva precipitada (mm);
tc= tempo de concentração (h).
O coeficiente de deflúvio é função de uma série de fatores, como tipo de
ocupação, tipo de solo, umidade antecedente, dentre outros. Pode ser conveniente obter
o coeficiente de deflúvio através da média ponderada das diferentes superfícies que
compõem a bacia, sendo os pesos proporcionais às áreas dessas superfícies (DNIT,
2005; SÃO PAULO, 2012b).
A Tabela 2.4 ilustra uma comparação entre os coeficientes adotados pela
prefeitura do municipal do Rio de Janeiro e pelo DNIT.

36
Tabela 2.4–Coeficientes de deflúvio.
Coeficiente de Deflúvio Coeficiente de Deflúvio
Descrição
“ ” – DNIT “ ” - SMO
Comércio
Áreas centrais 0,70 a 0,95 0,70 a 0,95
Áreas da periferia do centro 0,50 a 0,70 0,50 a 0,70
Residencial
Áreas de uma única família 0,30 a 0,50 0,35 a 0,50
Multi-unidades, isoladas 0,40 a 0,60 0,40 a 0,60
Multi-unidades, ligadas 0,60 a 0,75 0,60 a 0,75
Residencial (suburbana) 0,25 a 0,40 0,25 a 0,40
Área de apartamentos 0,50 a 0,70 0,50 a 0,70
Industrial
Áreas leves 0,50 a 0,80 0,50 a 0,80
Áreas densas 0,60 a 0,90 0,60 a 0,90
Parques, cemitérios 0,10 a 0,25 -
Playgrounds 0,20 a 0,35 -
Pátio e espaço de serviços de estrada de ferro 0,20 a 0,40 -
Terrenos baldios 0,10 a 0,30 -
Ruas
Asfalto 0,70 a 0,95 0,70 a 0,95
Concreto 0,80 a 0,95 0,80 a 0,95
Tijolos 0,70 a 0,85 -
Trajetos de acesso a calçadas 0,75 a 0,85 -
Telhados 0,75 a 0,95 0,75 a 0,95
Blocket - 0,70 a 0,89
Paralelepípedo - 0,58 a 0,81
Solo compactado - 0,59 a 0,79
Solos arenosos
Gramado; plano, declividade 2% 0,05 a 0,10 0,05 a 0,10
Gramado; médio, declividade 2 a 7% 0,10 a 0,15 0,10 a 0,15
Gramado; íngreme, declividade 7% 0,15 a 0,20 0,15 a 0,20
Plano, declividade 2% - 0,05 a 0,10
Médio, declividade 2 a 7% - 0,10 a 0,15
Íngreme, declividade 7% - 0,15 a 0,20
Solos argilosos
Gramado; plano, declividade 2% 0,13 a 0,17 0,13 a 0,17
Gramado; médio, declividade 2 a 7% 0,18 a 0,22 0,18 a 0,22
Gramado; íngreme, declividade 7% 0,15 a 0,35 0,15 a 0,35
Plano, declividade 2% - 0,15 a 0,20
Médio, declividade 2 a 7% - 0,20 a 0,25
Íngreme, declividade 7% - 0,25 a 0,30
Florestas
Declividade < 5% - 0,25 a 0,30
Declividade 5 a 10% - 0,30 a 0,35
Declividade > 10% - 0,45 a 0,50
Capoeiras e pastos
Declividade < 5% - 0,25 a 0,30
Declividade 5 a 10% - 0,30 a 0,36
Declividade > 10% - 0,35 a 0,42
Fonte: Adaptado de DNIT (2005) e Rio de Janeiro (2010).

37
2.3.2.2.2 Método Racional Modificado por Ulysses M. Alcântara:

O método racional corrigido inclui dois coeficientes: o de Fantoli e o de


distribuição, conforme apresentado na Equação 2.24 até a Equação 2.26. O coeficiente
de Fantoli é utilizado para se levar em conta a permeabilidade do solo, enquanto que o
coeficiente de distribuição exerce a função de corrigir os efeitos da distribuição espacial
das chuvas nas bacias hidrográficas com áreas superiores a 1km² (100ha) (RIO DE
JANEIRO, 2010).
Equação 2.24

Equação 2.25

( ) ⁄

Equação 2.26

Onde:
Q = vazão máxima (m³/s);
n = coeficiente de distribuição (somente quando A>1 ha);
f = coeficiente de Fantoli;
c = coeficiente de deflúvio;
i = intensidade da chuva (mm/h);
A = área da bacia hidrográfica (ha);
tc= tempo de concentração (min).

2.3.2.3 Critérios para o dimensionamento hidráulico

Durante a ocorrência das chuvas em áreas urbanas, o escoamento superficial se


dará na direção dos lotes e terrenos em direção às ruas. Destas, será direcionado para as
sarjetas e em seguida para as estruturas como caixas de ralo e bocas-de-lobo.
Finalmente, escoarão pelas galerias de águas pluviais até o momento de seu deságue no
sistema de macrodrenagem (SÃO PAULO, 2012c).
O regime de escoamento admitido, para fins de dimensionamento, em tubulações
de redes de microdrenagem é o uniforme, sendo que as equações para condutos livres
mais utilizadas são: Chèzy, Manning, e Darcy-Weissbach. (SÃO PAULO, 2012b).

2.3.2.3.1 Velocidades mínima e máxima:

Em galerias fechadas, o DNIT (2006b) recomenda a adoção de 1,0 m/s para


velocidade mínima e 4,5 m/s para velocidade máxima, enquanto que o município do Rio
de Janeiro (2010) adota 0,8 m/s para velocidade mínima e 5,0 m/s para máxima.
38
2.3.2.3.2 Declividade mínima:

Inicialmente, a declividade das galerias deve ser estabelecida de forma a garantir o


recobrimento mínimo da tubulação e a velocidade mínima. Em geral, e
preferencialmente, a declividade acompanha o greide, evitando o aumento das
escavações de implantação da rede. De acordo com as recomendações do município do
Rio de Janeiro (2010) a profundidade mínima para a geratriz inferior interna do tubo de
concreto deve ser:
Equação 27

Onde:
h = profundidade mínima admissível (m);
Ø = diâmetro do tubo (m).

2.3.2.3.3 Diâmetro mínimo:

Recomenda-se utilizar, em qualquer trecho da rede, o diâmetro mínimo de 400


mm (DNIT, 2006b; RIO DE JANEIRO, 2010).

2.3.2.3.4 Lâmina d’água máxima:

Em galerias circulares fechadas, recomenda-se utilizar, uma lâmina igual ou


inferior a 85% do diâmetro da tubulação (DNIT, 2006b; RIO DE JANEIRO, 2010).

2.4 Sistema de esgotamento unitário e controle da poluição


2.4.1 Poluição difusa

Nos países desenvolvidos, os processos de intensificação da urbanização foram


consequência, em grande parte, da Revolução Industrial, ocorrida no século XIX.
Enquanto que nos países em desenvolvimento, ela se intensifica a partir da metade do
século XX, e, ao contrário do ocorrido no Primeiro Mundo, a urbanização não foi
impreterivelmente acompanhada de notável crescimento econômico ou industrial. Em
muitos casos, o fenômeno ocorrido não foi a urbanização por si, e sim, o aumento do
número de pessoas residindo em cidades, junto com o aumento das desigualdades
sociais (KONTEH, 2009).
Esses cenários ocorrem principalmente devido à falta de planejamento, falta de
controle sobre o uso do solo, falta de recursos tecnológicos e financeiros e problemas
institucionais e políticos (MIGUEZ; MACARENHAS; MAGALHÃES, 2005;
39
KONTEH, 2009). Em algumas bacias, esse processo pode chegar a um altíssimo nível
de densidade demográfica e ocupação generalizada. Esses ambiente passam a ser
denominados ultra urbanizados (MIGUEZ; MACARENHAS; MAGALHÃES, 2005).
Os processos de urbanização interferem significativamente no comportamento
hidrológico de uma bacia na medida em que modificam cursos d’água e
impermeabilizam superfícies. Ocorre a redução da interceptação, do armazenamento e
da infiltração e um aumento da erosão e das inundações urbanas (BAPTISTA;
NASCIMENTO; BARRAUD, 2005; SÃO PAULO, 2012b). Em ambientes ultra
urbanizados os efeitos são ainda mais severos e críticos e podem levar a grandes perdas
materiais e sociais (MIGUEZ; MACARENHAS; MAGALHÃES, 2005).
Nesse contexto, onde a drenagem de áreas urbanas está desempenhando um papel
cada vez mais relevante na formação da estrutura de custos das obras de infraestrutura,
para que se realize um bom planejamento e se façam investimentos inteligentes, é
extremamente necessário o entendimento das influências da urbanização na hidrologia
urbana. A Figura 2.7 elenca diversos efeitos produzidos pela urbanização.

40
Figura 2.7 – Consequências da urbanização na hidrologia urbana.
Fonte: Adaptado de São Paulo (2012b).

Além dos problemas com inundações, as águas pluviais são fontes não pontuais/
difusas de poluição e podem apresentar impacto significativo nos corpos d’água. A
origem deste tipo de poluição é diversa e pode ter como fontes a abrasão e desgaste de
pavimentos, deposição atmosférica, resíduos orgânicos de animais, atividades de
construção, resíduos de combustíveis, óleos e graxas, resíduos sólidos e ligações
clandestinas de águas residuais. Os principais tipos de poluentes carregados pelas águas
pluviais são sedimentos, matéria orgânica, microrganismos patogênicos, metais – cobre,
zinco, manganês, ferro e chumbo – hidrocarbonetos de petróleo, etc. (JORDÃO;
PESSÔA, 2017; SÃO PAULO, 2012b).
Por estar relacionada a eventos hidrológicos, a poluição por cargas difusas é um
fenômeno difícil de mapear, sendo que as concentrações de poluentes variam ao longo
do tempo. Grande parte dos estudos voltados para esse problema avalia o impacto do

41
lançamento das águas pluviais no corpo receptor e tenta prever a distribuição temporal
dos poluentes, conforme ilustrado na Figura 2.8, incluindo a discussão do fenômeno
first-flush – também denominado carga de lavagem – que seria a remoção inicial do
material acumulado entre os eventos chuvosos e apresenta pico de concentração anterior
ao pico das vazões (SÃO PAULO, 2012b). Em sistemas unitários, esse fenômeno é
mais frequente em bacias com tempos de concentração mais curtos (SZTRUHÁR et al.,
2002). De acordo com Metcalf e Eddy (1991 apud BERNADES; SOARES, 2004) o
aumento de vazão que ocorre nos sitemas unitários provoca a suspensão dos sedimentos
depositados na tubulação durante o período seco, caracterizando a carga de lavagem.

Figura 2.8 – Hidrograma e polutograma representativos de um evento chuvoso.


Fonte: <http://rhama.net/wordpress/?paged=16>. Acesso em 17 nov. 2016.

Para controlar a poluição difusa, foi necessária a adoção de uma nova abordagem
do sistema de drenagem urbano. Desta maneira, os preceitos higienistas que
recomendavam a rápida captação e evacuação das águas pluviais estão sendo
complementados com alternativas que buscam neutralizar os efeitos da urbanização
sobre os processos hidrológicos, bem como promover uma maior interação entre a
gestão das águas pluviais e o planejamento urbano (BAPTISTA; NASCIMENTO;
BARRAUD, 2005).
Nesse tratamento integrado, podem ser citadas medidas estruturais e não
estruturais de solução. As medidas não estruturais são aquelas relativas à prevenção e
controle, como controle do uso do solo, regulamentação para áreas em construção,
fiscalização de ligações clandestinas, educação ambiental, etc. As medidas estruturais
são aquelas construídas para reduzir o volume e/ ou os poluentes das águas pluviais,

42
como faixas e valetas gramadas, pavimento poroso, jardins de chuva, reservatórios de
detenção, reservatórios de retenção, reservatórios de lote, poços de infiltração, alagados
construídos, dentre outros (SÃO PAULO,2012b, 2012c). Algumas medidas estruturais
estão ilustradas na Figura 2.9 até Figura 2.14.

Figura 2.9 – Reservatório de retenção. Figura 2.10 – Jardim de chuva.


Fonte: Arquivo prefeitura de Belo Horizonte. Fonte: Arquivo Portland’s Bureau of Environmental
Services.

Figura 2.11 – Pavimento permeável.


Fonte: Arquivo Portland’s Bureau of Figura 2.12 – Reservatório de detenção.
Environmental Services.
Fonte:
<https://sustainablestormwater.org/2009/05/28/stormwa
ter-101-detention-and-retention-basins/>. Acesso em 17
nov. 2016.

43
Figura 2.14 – Reservatório de lote.
Fonte:
<https://br.pinterest.com/hollyhocksgirl/rainwater-
Figura 2.13 – Trincheira de infiltração. harvesting/>. Acesso em 17 nov. 2016.
Fonte:
<http://www.nwrm.eu/measure/infiltration-
trenches>. Acesso em 17 nov. 2016.

A combinação de medidas estruturais e não estruturais em um ambiente com


planejamento urbano promovem um olhar mais sustentável para o problema das
inundações urbanas e da poluição difusa. Adicionalmente, em áreas ultra urbanizadas,
onde a adoção de medidas tradicionais de drenagem é mais difícil, pode-se implementar
medidas menores, espalhadas pela bacia, resultando num controle distribuído das
vazões e das cargas poluidoras (MIGUEZ; MACARENHAS; MAGALHÃES, 2005).
Em relação à poluição de recursos hídricos, a agenda internacional migrou suas
preocupações dos temas doenças de veiculação hídrica e controle da poluição por águas
residuais para mitigação da poluição difusa e sustentabilidade. Dessa maneira, países
em desenvolvimento são afetados pela “carga dupla” de lidar com todas estas questões
em um só tempo (KONTEH, 2009).
Dessa maneira, países que se encontram nessa situação precisam atuar de forma a
integrar as soluções para estes diferentes problemas, que, apesar de serem
tradicionalmente tratados de forma separada, estão interligados. Mesmo com a adoção
do sistema separador, fica cada vez mais evidente a interdependência entre os sistemas
de drenagem e esgotamento sanitário. Os recursos financeiros são limitados e por isso
devem ser investidos de maneira mais inteligente, para que possam agregar soluções
que contemplem tanto os problemas relacionados à esgotamento sanitário como os
relacionados à drenagem e manejo de águas pluviais.

44
2.4.2 O sistema unitário

Diversos trabalhos publicados recentemente têm destacado a inerência entre águas


pluviais, residuais e poluição hídrica. Fora do Brasil, principalmente nos EUA e Europa,
o uso do sistema unitário é permitido e normatizado; sendo assim, as discussões estão
concentradas no aperfeiçoamento do sistema como um todo. Aqui no país, pelo fato de
o corpo técnico ainda não estar muito familiarizado com projeto, operação e
manutenção de sistemas unitários, os debates giram em torno da viabilidade dos
mesmos e da utilização de sistemas compostos por Captações de Tempo Seco (CTS).

2.4.2.1 O sistema unitário nos Estados Unidos e Europa

Algumas das publicações internacionais que tratam de sistemas unitários estão


focadas na avaliação do desempenho e impacto ambiental dos mesmos, principalmente
no que diz respeito aos Extravasamentos de Águas Combinadas (EAC).
Nos EUA, em meados dos anos 1990, o órgão federal Environmental Protection
Agency (EPA) emitiu uma norma exigindo que cidades americanas reduzissem ou
eliminassem seus EAC (US-EPA, 1995). Segundo Tibbetts (2005), esse regulamento
deixou as prefeituras com duas opções: construir o sistema separador absoluto ou
aumentar a capacidade de armazenamento do sistema unitário existente. Mesmo com a
norma, a questão dos EAC ainda persiste como uma grande preocupação ambiental no
país, sendo que em 2000, foi estimado um gasto de US$ 50,6 bilhões nos próximos 20
anos para reduzir o volume de EAC em 85%.
Algumas cidades americanas aumentaram as taxas cobradas para atualizar a
infraestrutura. Cidades maiores, como Boston e Chicago construíram diversos
reservatórios para armazenamento e cidades de menor porte, que não têm capacidade de
investir grandes quantidades de capital, vêm buscando soluções de drenagem
sustentável, já que estas possuem tecnologia simples e baixo custo. Infelizmente, a EPA
afirma que estas técnicas sozinhas não serão suficientes para resolver o problema dos
EAC, de maneira que gestores ambientais e autoridades locais têm pressionado o
governo federal por maior apoio financeiro (TIBBETTS, 2005).
Na Europa existem diversas diretrizes que indicam metodologias – que envolvem,
em geral, modelos hidrológicos e hidráulicos – para estudos que visem manter as
descargas da rede unitária compatíveis com os limites estabelecidos por lei. Também
existe uma forte predileção ao uso de reservatórios e sistemas automatizados.

45
Gupta e Saul (1996) desenvolveram, para bacias hidrográficas inglesas, uma
metodologia para prever a carga de Sólidos em Suspensão (SS) em fenômenos de first-
flush de sistemas unitários com o objetivo de melhor dimensionar reservatórios de
armazenamento.
Na Itália, Todeschini, Papiri e Ciaponi (2012) e Calabrò e Viviani (2005)
avaliaram, por meio de modelagem, reservatórios instalados em sistemas unitários com
diferentes configurações e condições operacionais. A avalição foi feita com relação ao
desempenho na captura de poluentes e na redução de EAC.
Na Espanha, Montserrat et al. (2014) utilizaram sensores de baixo custo para
monitorar um grande número de estruturas de EAC e, a partir dos dados coletados
desenvolveram uma metodologia para prever se uma determinada estrutura iria
extravasar ou não, dada uma chuva de entrada. Na cidade de Santiago de Compostela –
com chuva anual de 1600 mm – pesquisadores monitoraram EAC para análise da
ocorrência do fenômeno de first-flush, chegando à conclusão de que ele não foi muito
evidente e que, por isso, em alguns casos seria melhor utilizar a carga total para avaliar
os impactos ambientais dos escoamentos (DIAZ-FIERROS T et al., 2002).
Riechel et al. (2016), após um programa de monitoramento de 2 anos,
desenvolveram um estudo com o intuito de avaliar os impactos dos EAC na
concentração de oxigênio dissolvido de um rio da cidade de Berlim (Alemanha). Eles
integraram o uso de 2 tipos de modelos: os de drenagem urbana e os de qualidade de
água, concluindo que o aumento do armazenamento e a redução da área impermeável
trariam excelentes resultados. Os autores também observaram que a maioria das
situações críticas de poluição poderia ser resolvida com o controle de pequenas vazões
de extravasamento, com período de retorno menores do que 1 ano.
Sztruhár et al., (2002) também estudaram eventos com período de retorno
menores do que 1 ano. Em seu trabalho foram monitorados 8 eventos de EAC em 4
cidades Eslovacas com o intuito de caracterizar os poluentes para o melhor
dimensionamento de medidas corretivas.
Os trabalhos citados anteriormente mostram que, ao contrário do Brasil, águas
residuais e escoamento superficial são tratados de forma integrada, mesmo quando são
transportados em tubulações diferentes. Além do mais, há uma tendência para a
utilização de modelos matemáticos e são muitos os autores que fazem medições em
campo e coletam amostras. Um último aspecto muito importante das pesquisas é o fato
de que as redes são estudadas com o propósito de investigar seus efeitos na qualidade do
46
rio/ canal em que deságuam, ou seja, o foco é sempre o recurso hídrico e não o sistema
de transporte em si.

2.4.2.2 O sistema unitário no Brasil

Em realidade, ocorrem no Brasil sistemas mistos, não unitários. De acordo com


Tourinho (2001) a implantação oficial desse tipo de sistema teve início pela iniciativa
de um grupo do Departamento Municipal de Água e Esgoto de Porto Alegre. No Rio de
Janeiro, segundo dados de projetos realizados pela CEDAE na região do rio Carioca e
da praia do Flamengo, a utilização de Captações de Tempo Seco (CTS) data de 1981.
Temos, dessa maneira, trabalhos que sugerem a utilização de CTS – ilustrada na
Figura 2.15 – e reservatórios no sistema de drenagem como uma forma de encaminhar
as contribuições de águas residuais para tratamento. Há também trabalhos acerca da
viabilidade econômica e ambiental tanto do sistema misto como do unitário.

Figura 2.15 – Planta esquemática do sistema de captação em tempo seco.


Fonte: Adaptado de projeto da CEDAE.

Ao avaliar os parâmetros de qualidade dos rios brasileiros, diversos autores têm


apontado a baixa eficiência do sistema de esgotamento como principal fator contribuinte
para a poluição difusa. Em São Paulo, foram observadas altas concentrações de
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e comportamento sazonal das concentrações
de poluentes nos rios Tietê e Pinheiros, sendo que as maiores concentrações se davam
durante o período seco. Nestas bacias, que possuem zonas urbanas altamente
consolidadas, a abordagem mais inteligente seria semelhante à utilizada nos sistemas

47
unitários – como reservatórios e desvios da vazão de tempo seco para tratamento
(MORIHAMA et al., 2012).
Yazaki, Haupt e Porto (2007) avaliaram a utilização de reservatórios de água de
primeira chuva4 na bacia de um afluente do rio Tietê, onde o coeficiente de diluição de
esgoto5 era igual a 5,4. Foi considerado um reservatório que capturasse os primeiros 5
mm de chuva, sendo para isso necessário um volume de 33.375 m³ – equivalente a 50
m³ por hectare de área urbanizada. A utilização de reservatório forneceu uma redução
em massa de DBO na faixa de 40% a 80%.
D'Alcantara, Rosso e Giordano (2005), por meio de modelagem hidráulica,
realizaram um estudo da vulnerabilidade do sistema de esgotamento sanitário de uma
das sub-bacias – conhecida por José Mariano – que contribuem para a Lagoa Rodrigo de
Freitas, no Rio de Janeiro. A sub-bacia estudada possui, em seu entorno, 6 CTS,
localizadas próximas às áreas de favelas. As simulações foram baseadas em 3 cenários,
onde o primeiro considerava o sistema de esgotamento separador absoluto ideal, o
segundo considerava uma contribuição de 6 l/s.km de águas pluviais na rede de
esgotamento e o terceiro considerava a contribuição das CTS. Os resultados revelaram
um pior desempenho para o último cenário, com 20% da rede trabalhando sob pressão.
Mesmo com impactos no sistema, para evita-los, os autores propõem que no projeto de
redes de águas residuais seja incluída no cálculo da vazão uma taxa similar a existente
para projetos de interceptores.
Dentro os municípios brasileiros com população acima de 20.000 habitantes, os
que mais utilizam sistemas mistos ou unitários estão nos estados do Rio Grande do Sul e
Bahia, com respectivamente, 21% e 18% do total (BERNADES; SOARES, 2004).
Na Bahia, podemos citar o Plano Estadual de Manejo de Águas Pluviais e
Esgotamento Sanitário (PEMAPES) como inovador e ao mesmo tempo polêmico. Este
plano, que tem como área de atuação 404 municípios do estado – exceto a Região
Metropolitana de Salvador – é inovador porque incorpora num mesmo plano os
sistemas de drenagem pluvial e esgotamento sanitário e é polêmico porque considera,
com base no artigo 2º da Lei 11.445, a utilização de sistemas mistos com dispositivos de
captação de tempo seco como forma de estratégia para o saneamento ambiental:

4
Os reservatórios de águas de primeira chuva têm como objetivo armazenar temporariamente o volume
gerado no início das chuvas, impedindo que a parcela mais poluída do escoamento atinja o corpo hídrico
(YAZAKI; HAUPT; PORTO, 2007).
5
Razão entre a vazão de águas combinadas e a vazão média de águas residuais em tempo seco (YAZAKI;
HAUPT; PORTO, 2007).
48
“Considera-se que deverão ser avaliadas as possibilidades e as vantagens de
utilização da infraestrutura coletora existente, ao tempo em que a destinação
de recursos poderá ser focada no tratamento, minimizando as condições de
degradação dos corpos receptores. Estratégias dessa ordem poderão vir a ser
empregadas até que se tenham condições de ampliar e adequar a rede
coletora, otimizando os sistemas de saneamento, buscando-se a melhoria
gradual dos serviços como um conjunto de ações que visa atender a uma
coletividade.” (BAHIA, 2011a, p. 5).
Apesar disso, é frisado no plano que o ideal seria propor soluções por meio de
sistemas separadores, principalmente onde as condições sanitárias são críticas, como por
exemplo, em áreas onde há lançamento de águas residuais in natura ou escoando a céu
aberto. O sistema misto com CTS é recomendado nos setores urbanos que apresentarem
dificuldades para a efetivação das ligações domiciliares e/ou com ocupação desordenada
(BAHIA, 2011b).
Fadel e Dornelles (2015) compararam, com base no modelo chuva-vazão SCS-
6
HUT , o total de carga estimada de DBO lançada em um corpo receptor na bacia do
córrego Capivara, em Porto Alegre (RS), com e sem as CTS. Foram estipulados 4
cenários que variavam a vazão interceptada pelas captações e o grau de urbanização da
bacia. Em todos os cenários, a utilização das interceptações de águas residuais trouxe
reduções próximas a 85% da carga total que seria lançada sem as captações. Apesar de
não considerarem a eficiência do tratamento dos efluentes captados e a carga orgânica
presente nas águas pluviais, os resultados mostram que a utilização das CTS pode
contribuir significativamente para a redução da poluição hídrica.
Outros trabalhos, como os de Tourinho (2001), Portz (2009) e Madeira (2012),
realizaram estudos técnicos sobre a viabilidade de se adaptar o sistema de drenagem de
pequenos municípios para sistema misto, sendo esta adaptação uma etapa progressiva e
provisória entre a situação atual e o sistema separador absoluto. Todos concluem que
essa abordagem favorece a aceleração da recuperação da qualidade dos cursos d’água,
além de envolverem menores custos iniciais de implantação. Ferreira (2013), no
entanto, ao comparar 4 tipos de sistemas: (1) separador absoluto, (2) misto, (3) unitário
com capacidade para uma vazão 4 vezes maior do que a de águas residuais e (4) unitário
com capacidade para uma vazão de águas pluviais estimada por uma determinada
intensidade e período de recorrência; observou que o sistema separador seria o mais
vantajoso economicamente.

6
SCS: SoilConservation Service, hoje Natural ResourcesConservation Service; HUT: Hidrograma
Unitário Triangular.
49
Bernardes e Soares (2004) reuniram em seu livro alguns exemplos de cidades
brasileiras que adotam o sistema unitário ou misto. São elas: Caxias do Sul (RS), Nova
Hamburgo (RS), Porto Alegre (RS), Distrito Federal (DF), Jundiaí (SP), Santo André
(SP) e Cachoeira de Itapemirim (ES).
Nos casos de Caxias do Sul e Nova Hamburgo, o sistema de drenagem já foi
implantado em uma grande parte da área urbana e recebe praticamente todas as ligações
domiciliares. Como uma forma de minimizar custos, em uma primeira fase, serão
aproveitados os sistemas mistos com a implantação de coletores troncos e CTS.
Ressalta-se que as ETE estão sendo dimensionadas para tratar o efluente combinado
(BERNADES; SOARES, 2004).
Nos casos de Porto Alegre e Cachoeira de Itapemirim, foram analisadas as
eficiências de remoção de poluentes em ETE que tratam águas combinadas. Os valores
obtidos foram de 54,8% para DBO e 99,2% para Coliformes Fecais (CF) na ETE de
Porto Alegre e 83% para DBO e 76% para Demanda Química de Oxigênio (DQO) na
ETE de Cachoeira de Itapemirim (BERNADES; SOARES, 2004).
Por fim, nos casos de Jundiaí, Santo André e DF, apesar de estas cidades terem
adotado o sistema separador, foram constatados problemas operacionais nas ETE em
função do aumento da vazão em épocas de chuvas. No DF a concentração de DQO
chegou a ser 2 vezes menor do que em tempo seco, enquanto que em Jundiaí ela chegou
a até a 3 vezes menor. Em Santo André foram encontradas vazões até 6 vezes maiores
que a vazão máxima de tempo seco (BERNADES; SOARES, 2004).
Podemos concluir que apesar de existirem poucas referências sobre este tema no
país, as discussões acerca da utilização das captações de tempo seco e da adaptação de
sistemas mistos são crescentes. Após a Lei nº 11.445/2007 muitos municípios passaram
a considerar sua implantação devido à, principalmente, aspectos econômicos. Essa
iniciativa por parte dos municípios pode permitir que mais estudos sejam realizados,
talvez até, com medições mais detalhadas.
Apesar dos aspectos promissores da pesquisa brasileira no âmbito do sistema
misto, a utilização do sistema unitário ainda não é cogitada. Parece ser consenso entre
os diversos autores citados o fato de as adaptações no sistema misto trazerem benefícios
ambientais e possuírem custo muito menor do que o sistema separador absoluto, mesmo
que, em termos de projeto, o dimensionamento dos sistemas mistos não seja o
apropriado.

50
2.4.2.3 Impactos do sistema unitário

Em tempo seco, o sistema unitário tem desempenho semelhante ao separador


absoluto. Porém, nos eventos chuvosos, ele promoveria a diluição das águas residuais,
e, dependendo da magnitude do evento, geraria extravasamentos para a macrodrenagem
– conforme gráfico ilustrativo da Figura 2.16. Dependendo da quantidade extravasada e
das características das águas combinadas, a qualidade dos corpos receptores poderá ser
comprometida.

Figura 2.16 – Gráfico da Vazão X Tempo no SU em um evento chuvoso.

A Tabela 2.5, abaixo, ilustra algumas diferenças entre a concentração de poluentes


nos diferentes tipos de efluentes que são gerados em tempo seco e chuvoso.

Tabela 2.5 – Comparação qualitativa entre água pluviais, residuais e combinadas.

Parâmetro (mg/l) Águas pluviais Águas residuais Águas combinadas


SS 67 – 190 100 – 300 175 – 650
DBO5 8 – 30 200 – 500 40 – 225
DQO 40 – 73 400 – 800 150 – 530
Amônia 0,5 – 1,5 20 – 40 3 – 12
Fósforo total 0,67 – 1,66 4 – 15 1,2 – 10,0
Fonte: Bernardes e Soares (2004).

51
2.4.2.3.1 Impactos na ETE

O principal impacto das águas combinadas reside no tratamento. Apesar de


poderem ser utilizados os mesmos processos do sistema separador, existem algumas
diferenças no dimensionamento e operação das ETE em função da grande variação das
vazões afluentes. Os obstáculos para se dimensionar ETE eficientes são (GEIGER,
1998):
 A variação da concentração dos poluentes no tempo e espaço;
 A presença de estruturas de controle, levando à remoção e espalhamento
dos poluentes;
 A sobrecarga hidráulica gerada pela entrada de vazões maiores do que o
esperado na ETE;
 Dificuldades em relacionar o funcionamento da ETE com os objetivos
desejados para a qualidade do corpo receptor.
A concentração dos poluentes em águas combinadas é transitória, e varia de
evento em evento, o que dificulta a operação das unidades de tratamento. Espera-se que
em eventos chuvosos ocorra a diluição de poluentes, porém, mesmo não sendo
encontrados efeitos negativos sobre a ETE, já foram relatados casos em que a
concentração de DQO e Nitrogênio Total Kjeldahl (TKN) aumentaram (STRICKER; et
al., 2003). Além dos poluentes solúveis, a remoção insatisfatória de areia pode causar
problemas como: depósitos em tanques de aeração, abrasão de bombas, obstruções de
tubulação, além de intervir na produção de lodo (BERNADES; SOARES, 2004).
A sobrecarga hidráulica pode afetar principalmente os tratamentos primário e
secundário. Stricker et al. (2003) mediram vazões afluentes a uma ETE na França em
tempo chuvoso e constataram que os valores chegaram a ser até 4 vezes maiores do que
a capacidade de operação da mesma.
Quanto ao tratamento preliminar, Metcalf e Eddy (1991 apud BERNADES;
SOARES, 2004) afirmam que as estruturas podem tolerar as variações de tempo
chuvoso porque operam em uma ampla faixa de vazões e podem permanecer inativas
sem que haja perda de sua eficiência.
O tratamento primário pode tornar o efluente séptico, caso o tempo de detenção
seja longo e a vazão seja baixa. Também pode ocorrer baixa eficiência na remoção de
sólidos caso a vazão seja muito alta. No tratamento secundário, a operação de reatores
biológicos pode sofrer com perda excessiva de biomassa no sistema, devido ao arraste

52
de lodo e com a diminuição do grau de estabilização dos sólidos, devido à redução do
tempo de residência celular (BERNADES; SOARES, 2004).
Para Geiger (1998) a escolha do tipo de tratamento é essencial para se garantir
uma eficiência de remoção de poluentes confiável. Além disso, para que se possam
minimizar os efeitos das oscilações de vazão e concentração deve-se utilizar opções
centralizadas e descentralizadas de armazenamento. Uma última medida extremamente
importante é o controle de escoamentos na fonte (WELKER; LEINWEBWR;
KLEPISZEWSKI, 1999; GEIGER, 1998).

2.4.2.3.2 Impactos na tubulação

Outro impacto dos sistemas unitários, desta vez nas redes, é a formação de
sulfetos. A principal fonte de sulfeto de hidrogênio (H2S) em tubulações é a redução
bacteriana anaeróbia do íon sulfato (SO42-). O sulfeto de hidrogênio presente na fase
líquida escapa para a atmosfera local, causando mau odor. Além do mais, pode ser
convertido em ácido sulfúrico por bactérias aeróbias e reagir com o cimento dos
condutos de concreto, causando corrosão. É devido a este problema que se utiliza os
valores de tensão trativa mínima de 1,0 Pa para coletores e, 1,5 Pa para interceptores em
redes de sistemas separadores absolutos. Estes valores evitam a formação de limo
biológico nas paredes das tubulações e consequentemente diminuem a formação de
sulfeto de hidrogênio (H2S). Além disso, pode-se prolongar a vida útil das tubulações de
concreto através da adoção de cimentos mais resistentes ao ácido sulfúrico (H2SO4), da
adoção de critérios mais rígidos relativos à permeabilidade e à absorção de água do
cimento e da adoção de uma camada de sacrifício. É possível ainda promover a
aplicação de oxigênio puro ou de outras substâncias que possuem o oxigênio combinado
como: hipoclorito de sódio (NaClO), peróxido de hidrogênio (H2O2), nitrato de sódio
(NaNO3) e nitrato de amônio (NH4NO3) (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999).

2.4.3 Alagados construídos – Wetlands


Alagados, também conhecidos como wetlands, são áreas de transição entre corpos
hídricos e a terra, como pântanos, mangues, brejos, etc. Tais alagados, naturais ou
construídos, têm como característica a presença de água superficial ou subsuperficial
permanentemente ou intermitentemente. Esses ambientes possuem águas rasas,
substrato saturado e fluxos lentos, bem como vegetação adaptada para estas condições
(DAVIS L., [199-]a).

53
A construção de wetlands pode promover a melhoria da qualidade da água, o
armazenamento de águas pluviais, o ciclo de nutrientes e outros compostos, o habitat
para fauna, a recreação, a pesquisa, a educação ambiental e o aprimoramento e melhoria
estética da paisagem (DAVIS L., [199-]a). Ademais, estes sistemas são muito efetivos
em regiões de clima mais quente, já que uma maior incidência de radiação solar
promove o crescimento das plantas (KYAMBADDE et al., 2004 apud MACHADO et
al., 2017). Algumas vantagens e desvantagens das wetlands estão listadas na Tabela 2.6.

Tabela 2.6 – Vantagens e desvantagens da wetland construída.

Vantagens Desvantagens
Baixo custo de construção Requerem áreas extensas
Baixo consumo de energia Eficiência varia sazonalmente
Baixo custo de manutenção Vegetação é sensível a substâncias tóxicas
Habilidade de tolerar flutuações de vazão Não resistem às secas
Facilitam o reuso da água
Fonte: Adaptado de Davis L. ([199-]a).

2.4.3.1 Tipos de sistemas

Existem, basicamente, três tipos de wetlands: as de fluxo superficial (FS); as de


fluxo subsuperficial (FSS) e as que combinam os dois tipos de fluxo. Nas wetlands de
fluxo superficial (WFS), ilustrada na Figura 2.17,o nível d’água fica acima do substrato,
sendo que ocorrem processos aeróbicos na superfície e processos anaeróbicos no fundo.
As WFS são geralmente utilizadas no tratamento de águas pluviais, de escoamentos
agrícolas e de mineração (DAVIS L., [199-]a).

Figura 2.17 – Configuração esquemática da WFS.


Fonte: Adaptado de Tilley et al. (2016).

Nas wetlands de fluxo subsuperficial (WFSS), esquematizada na Figura 2.18, o


nível d’água fica abaixo ou no mesmo nível do substrato, podendo o fluxo ser na

54
direção horizontal ou vertical. Elas são geralmente utilizadas no tratamento de águas
residuais, principalmente pela minimização de odores e pragas (DAVIS L., [199-]a).

Figura 2.18 – Configuração esquemática da WFSS.


Fonte: Adaptado de Tilley et al. (2016).

Em geral, elas são divididas em diversos componentes (DAVIS L.,[199-]b;


VICTORIAN GOVERNMENT, 2005):
 Área de pré-tratamento: área para retenção de resíduos sólidos;
 Zona de entrada: área para dissipação de energia e sedimentação, pois
sedimentos grosseiros e altas velocidades podem danificar a vegetação;
 Zona alagada: área da wetland propriamente dita. Onde ocorrem os fenômenos
biológicos, físicos e químicos de remoção de poluentes;
 Lagoa de polimento: situada entre a wetland e a saída, é construída para evitar
que detritos flutuantes, como plantas mortas, possam ser lançados no receptor
final;
 Saída: controlada por estruturas como barramentos e vertedouros.
Os mecanismos de remoção de poluentes das wetlands incluem sedimentação,
filtração, adsorção, precipitação, dentre outros. A Tabela 2.7 apresenta os mecanismos
mais comuns para cada tipo de poluente.

55
Tabela 2.7 – Tipos de mecanismos de remoção de poluentes em wetlands construídas.

Poluente Mecanismo de remoção


Degradação microbiana (aeróbica e anaeróbica)
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
Sedimentação
Sedimentação
Sólidos em Suspensão (SS)
Filtração
Adsorção
Orgânicos
Degradação microbiana
Captação pelas plantas
Amonificação/Mineralização
Nitrogênio (N)
Nitrificação
Desnitrificação
Captação pelas plantas
Fósforo (P)
Adsorção e precipitação no solo
Adsorção
Metais Precipitação
Transformação microbiana
Sedimentação
Filtração
Patógenos
Predação por invertebrados e micróbios
Morte natural
Detritos flutuantes Filtração
Fonte: Adaptado de Davis L. ([199-]b).

2.4.3.2 Concepção e dimensionamento

O dimensionamento destes sistemas tem como principal critério de projeto a


remoção da matéria orgânica carbonácea (SEZERINO et al., 2015). O modelo mais
utilizado – de decaimento – expressa a taxa de decréscimo do poluente durante a
distância percorrida dentro do sistema, assumindo escoamento uniforme (GEIGER;
WONG, 1997). Estes modelos são largamente utilizados no Brasil e preveem a área
superficial necessária conforme a Equação 2.28 (SEZERINO et al., 2015):
Equação 2.28

Onde:
Ce = concentração efluente de DBO (mg/l);
Co = concentração afluente de DBO (mg/l);
KT = constante de reação da cinética de primeira ordem, dependente da
temperatura (d-1);
t = tempo de detenção hidráulico (d).

56
Onde:
Equação 2.29
( )
Equação 2.30

Onde:
K20 = constante de reação a 20°C;
T = temperatura de operação da wetland (°C);
n = porosidade do material filtrante (m³ vazios/m³ material);
V = volume do filtro (m³);
Q = vazão a tratar (m³/d).
Para o cálculo, a US-EPA (1988) recomenda a adoção dos parâmetros expressos
na Tabela 2.8.

Tabela 2.8 - Parâmetros para dimensionamento de wetlands segundo a EPA.

Tipo de material filtrante Porosidade (n) Constante de reação (K20)


Areia média 0,42 1,84
Areia grossa 0,39 1,35
Brita 0,35 0,86
Fonte: US–EPA (1988).

Na Tabela 2.9 são apresentados alguns parâmetros de dimensionamento propostos


por Reed et al. (1995 apud BERNARDES; SOARES, 2004).

Tabela 2.9 – Parâmetros para dimensionamento de wetlands segundo Reed et al.

Parâmetros Fluxo superficial Fluxo subsuperficial


Tempo de detenção hidráulica (d) 5 – 14 2–7
Taxa de aplicação superficial máx. (kgDBO/hab.d) 80 75
Profundidade do substrato (cm) 10 – 50 10 – 100
Taxa de carregamento hidráulico (mm/d) 7 – 60 2 – 30
Área requerida (ha/m³.d) 0,002 – 0,014 0,001 – 0,007
Relação Comprimento:Largura 2:1 – 10:1 0,25:1 – 5:1
Fonte: Bernardes e Soares (2004).

De acordo Geiger e Wong (1997) o uso de wetlands foi introduzido no início dos
anos 1970, no tratamento de águas residuais. Porém, no final da década de 1990, o uso
para tratamento de águas pluviais começa a ser introduzido.
Em wetlands de águas pluviais, o nível de estocasticidade aumenta devido à
variabilidade da altura e duração da chuva, e de sua distribuição temporal e espacial.
57
Além disso, a natureza da concentração de poluentes também é influenciada pelos
motivos anteriores, além do acúmulo de poluentes durante o tempo seco. Sendo assim, o
modelo utilizado em wetlands de águas residuais pode ser adaptado para tratar águas
pluviais, se as seguintes considerações forem feitas (GEIGER; WONG, 1997):
 Vazão equivalente para regime uniforme: devem ser utilizadas estruturas
de controle de fluxo na entrada e na saída;
 Concentração de poluentes: uma abordagem realista seria a de adotar a
concentração média do evento como representativa;
 A efetividade do tratamento depende do nível d´água anterior ao evento,
que por sua vez, varia de acordo com o volume de armazenamento, a taxa
de esvaziamento e o período entre eventos.
A Equação 2.31 e a Equação 2.32 representam o modelo adaptado desenvolvido
por Geiger e Wong(1997).
Equação 2.31

Equação 2.32

( )

Onde:
Qeq = vazão equivalente (m³/d);
V = volume da wetland (m³);
Td = tempo de detenção (d);
h = altura acima do nível permanente (m);
k = constante de área;
Ci = concentração inicial (mg/l);
Co = concentração final (mg/l);
C* = concentração na wetland (mg/l).

2.4.3.3 Desempenho

O desempenho das wetlands varia razoavelmente. Diferenças na hidrologia local,


tempo de detenção hidráulica e tipo de efluente torna difícil a avaliação da remoção de
poluentes. Todavia, sistemas que vêm sendo monitorados mostram um desempenho
entre razoável e excelente (DAVIS L., [199-]b).
Uma avaliação feita em 60 wetlands que tratam águas pluviais nos Estados
Unidos forneceu uma média de remoção de 75% de SS; 25% de Nitrogênio (N); 45% de

58
Fósforo (P); 15% de Carbono Orgânico e 75% de Chumbo (Pb). Outra pesquisa
realizada com wetlands que tratam águas residuais do Canadá, EUA e Austrália mostrou
remoções de SS variando entre 93% e 73% e remoções de DBO5 variando entre 86% e
64%(US-EPA, 1988).
Em Enfield (Inglaterra), um sistema de 6 wetlands interligadas que foi projetado
para receber os primeiros 15 mm de chuva teve eficiência de remoção de 67% para
Amônia (NH3), 68% para Nitrato (NO3-), 55% para Nitrogênio Total (NT), 23% para
Fosfato (PO43-) e 61% para DQO (SUSDRAIN, 2017).
Apesar de ser prática comum em países com maior desenvolvimento econômico, a
construção de wetlands ainda é tímida no Brasil. As primeiras experiências com esses
sistemas no país datam do início dos anos 1980 e se intensificaram a partir dos anos
2000, sendo que as maiores aplicações são para tratamento de águas residuais
(SEZERINO et al., 2015).
Machado et al.(2017) compilaram informações de 39 wetlands brasileiras, todas
utilizadas para tratamento de águas residuais (domésticas, industriais ou agrícolas),
datando de 1999 a 2015. Segundo os dados coletados pelos autores, a eficiência de
remoção das WFSS atingiu os valores médios entre 61% e 76,5% para DQO e 67,6% e
81,5% para DBO5. As porcentagens de remoção de diversos tipos de poluentes estão
apresentadas na Tabela 2.10.
Tabela 2.10 – Desempenho das wetlands brasileiras

Poluente Remoção máxima (%) Remoção mínima (%)


DQO 95,5 71,0
DBO5 93,2 84,4
N 94,0 45,3
P 99,0 54,3
Cor Aparente 39,3 -
Turbidez 44 -
Coliformes Totais 70,9 -
Fonte: Adaptado de Machado et al. (2017).

2.4.3.4 Visita Técnica – ETE Ponte dos Leites, Araruama

Um exemplo de implantação brasileira de wetland é o sistema de tratamento de


esgotos da ETE Ponte dos Leites, em Araruama, Rio de Janeiro. Essa estação foi
inaugurada em 2005 pela concessionária Águas de Juturnaíba e ampliada em 2009,

59
quando passou a incluir o tratamento terciário por meio de wetlands construídas e
aumentou sua capacidade nominal para 200 l/s.
No dia 01 de outubro de 2016, foi realizada uma visita técnica a essa ETE com o
objetivo de obter maiores informações sobre seu funcionamento, capacidade, atividades
de monitoramento e manutenção e dimensionamento. Na visita, um questionário com as
informações desejadas foi respondido, sendo este apresentado no Apêndice A do CD-
ROM anexado na dissertação.
O efluente que chega à ETE Pontes dos Leites passa primeiramente por um pré-
tratamento – conforme ilustrado na Figura 2.19 – constituído de caixa de gordura, caixa
de areia e gradeamento. Depois desse processo, ele é encaminhado para lagoas aeradas
– apresentadas na Figura 2.20 – e, em seguida, lagoas de sedimentação – vide Figura
2.21. Finalmente, segue para o sistema de wetlands, que é dividido em 3 células com
áreas de 9500 m², 15500 m² e 15600 m². Em todas as células, o fluxo é superficial, com
uma lâmina d’água de cerca de 5 cm de altura. A Figura 2.22 e a Figura 2.23 ilustram a
configuração das células e a Figura 2.24 apresenta um corte esquemático das mesmas.

Figura 2.19– Área de pré-tratamento da ETE Figura 2.20 – Lagoa aerada da ETE Ponte dos
Ponte dos Leites Leites

60
Figura 2.21 – Lagoa de sedimentação da ETE Figura 2.22 – Wetland da ETE Ponte dos Leites
Ponte dos Leites

Figura 2.23 – Estrutura de saída da wetland da ETE Ponte dos Leites

Figura 2.24 – Configuração esquemática da wetland na ETE Ponte dos Leites.

61
3 Metodologia
A metodologia desenvolvida parte de um conceito genérico, associado à
percepção que os sistemas separadores de esgotamento funcionam de forma inadequada,
em virtude de conexões indevidas entre as redes separadoras de esgoto e drenagem
pluvial, levando à descarga de esgoto in natura nos rios, lagos e corpos receptores, em
geral, sem nenhuma proteção. Nesse contexto, propõe-se, como procedimento de
projeto, a consideração de uma alternativa que contemple o escalonamento das soluções
de esgotamento no tempo, considerando a implantação de captação em tempo seco e a
adoção de sistemas unitários, como primeira solução – provisória – dentro desta lógica
escalonada. Nessa situação, o projeto deste tipo de solução precisa ser incorporado à
rotina de avaliação preliminar de desempenho econômico e ambiental das alternativas
de projeto.
Neste trabalho, esse procedimento foi desenvolvido através de uma
experimentação prática, considerando a bacia do rio Dona Eugênia, em Mesquita, como
caso de estudo. Esse estudo considerou diversas alternativas de projeto, desde a
convencional adoção do sistema separador absoluto, até composições diversas e
arranjos alternativos com sistemas mistos e unitários, permitindo avaliações e análises
comparativas.

3.1 Alternativas propostas


Foram desenvolvidas duas alternativas: uma contendo soluções convencionais de
engenharia sanitária, e a outra contendo soluções não convencionais, abrangendo o
contexto do saneamento ambiental.
A solução convencional é composta de uma etapa única, que consiste na
implantação de sistema separador absoluto de drenagem e esgotamento com ETE de
nível secundário. Já as alternativas não convencionais consistem na implantação do
sistema misto ou unitário.
Como as ações não convencionais devem promover ações escalonadas no tempo,
foram distribuídas em três etapas:
1) Etapa inicial: implantação do sistema unitário/ misto com CTS e com ETE
de nível secundário;

62
2) Etapa intermediária: implantação de uma wetland construída para o
tratamento terciário de efluentes;
3) Etapa final: implantação do sistema separador absoluto e realização de
adaptações na wetland para que a mesma possa tratar poluentes das águas
pluviais.
A comparação econômica, que será descrita no Item 4.5, foi feita entre as ações da
etapa inicial da solução não convencional e da etapa única da solução convencional. As
etapas intermediária e final não foram consideradas na avaliação econômica, já que são
sugestões sobre o que poderia ser executado na bacia em um horizonte de planejamento
mais longo.

3.2 Concepção dos sistemas


3.2.1 Redes

Após a definição das alternativas, iniciou-se a fase de concepção e traçado das


redes. Dessa forma, a bacia do estudo de caso foi então dividida em sub-bacias de
esgotamento, que por sua vez, foram divididas em microbacias de drenagem.
Em síntese, foram traçados 5 sistemas de esgotamento e drenagem distintos:
1. Sistema separador absoluto de drenagem (SSA-DR);
2. Sistema separador absoluto de esgotamento (SSA-ES);
3. Sistema unitário com 1 CTS por sub-bacia (SU-I);
4. Sistema unitário com 1 CTS seco por deságue (SU-II);
5. Sistema misto (SM).
A principal diferença entre o SU-I e SU-II é a quantidade de CTS. Enquanto que
no primeiro tipo de traçado o extravasamento de cada sub-bacia é controlado em um
único ponto, levando à uma rede com diâmetros muito maiores, o segundo tipo possui
diversos pontos de extravasamentos, porém com tubulações com diâmetros menores. Já
o sistema misto se caracteriza pela acréscimo de CTS e interceptores de águas residuais
e/ ou combinadas na rede do SSA-DR.
Durante o traçado das redes, foi necessário determinar qual seria a configuração
das ligações domiciliares. Se as ligações fossem feitas do modo convencional – como
ilustrado na Figura 3.1 – a rede unitária não poderia ser em concreto, pois criaria um
número muito grande de poços de visita. Uma alternativa seria utilizar tubos de
polietileno de alta densidade (PEAD). Desta forma, a comparação seria entre um

63
sistema separador composto de tubulação de águas pluviais em concreto e tubulação de
águas residuais em policloreto de polivinila (PVC), e um sistema unitário em PEAD (o
que seria possível, mas aumentaria o número de variáveis para avaliação, o que se
desejava evitar, neste primeiro momento).

Figura 3.1 – Ligações domiciliares feitas do modo convencional.

Se as ligações fossem feitas pelo método condominial – conforme esquema da


Figura 3.2– a rede unitária poderia ser em concreto, já que os ramais condominiais
poderiam ser ligados nos poços de visita existentes. Desta forma, a comparação seria
entre um sistema separador composto de tubulação de águas pluviais em concreto e
tubulação de águas residuais em PVC, e um sistema unitário em concreto.

Figura 3.2 – Ligações feitas do modo condominial.

Posto que os sistemas unitário e separador serão comparados economicamente, a


opção com o menor número de variáveis entre eles leva ao método condominial, que,
por isso, foi o escolhido como solução para a concepção deste projeto. Este método foi
desenvolvido no Rio Grande do Norte e se constitui em uma rede que passa através dos
64
lotes. As instalações sanitárias de cada habitação do lote se ligam a essa rede através de
caixas de inspeção, formando assim, grupos de usuários em nível de quadra urbana
como unidade de esgotamento (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999). As principais
vantagens e desvantagens deste tipo de sistema são apresentados na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 – Vantagens e desvantagens do sistema condominial de ligações prediais.

Vantagens Desvantagens
Diminuição da extensão entre as ligações prediais e os Operação e manutenção dependem do acesso
coletores públicos às habitações
Diminuição de custos de construção e operação
Demanda treinamento ao usuário
Maior participação dos usuários
Fonte: Tsutiya; Sobrinho(1999).

De acordo com Lobo (2003, p. 164) as experiências brasileiras de implantação de


sistemas condominiais esbarram em diversos entraves, como a “[...] morosidade na
tramitação das propostas, o que resulta em projetos desatualizados e inadequados,
situação agravada pela a ausência de mecanismos eficientes de planejamento e
regulamentação do uso e ocupação do solo em áreas urbanas.” Além disso, a
convocação da população para que participe efetivamente no sistema nem sempre é bem
recebida pela comunidade. Lobo (2003) ressalta que, para que o sistema condominial
alcance bons resultados é necessário o investimento em desenvolvimento institucional
do prestador se serviço para que seja possível implementar ferramentas para a gestão
compartilhada e para a participação organizada da comunidade.

3.2.2 Captações de tempo seco


Após o traçado das redes e da definição da configuração das ligações domiciliares,
foi escolhido o tipo de CTS que seria utilizado. Estas estruturas têm configuração
semelhante à poços-de-visita, porém podem ser dotadas de uma canaleta de fundo, que
faz o desvio das contribuições em tempo seco – vide desenho esquemático da Figura 3.3
– ou de pequenos vertedouros, que são extravasados somente após uma determinada
vazão – conforme apresentado no esquema da Figura 3.4.

65
Figura 3.3 – Esquema de funcionamento de CTS com canaleta de fundo.

Figura 3.4 – Esquema de funcionamento de CTS com vertedouro.


Fonte: Adaptado de D'alcantara, Rosso e Giordano (2005)

No estudo de caso, foram consideradas CTS do tipo ilustrado pela Figura 3.4, pois
o diâmetro da tubulação que faz a ligação entre o poço-de-visita de drenagem e o de
esgoto poderia ser calculado de maneira simples.

3.2.3 Estações elevatórias de esgoto

As Estações Elevatórias de Esgoto (EEE) foram locadas nos pontos mais baixos
de cada sub-bacia, de forma a receber toda a contribuição de águas residuais das
mesmas e encaminhá-las para a ETE.

66
3.2.4 Estação de tratamento de esgoto

O tipo de processo de tratamento foi definido como sendo por lodos ativados. A
localização da ETE foi definida com base em áreas do município que não se
encontravam urbanizadas, com o objetivo de evitar custos com desapropriações.

3.2.5 Wetland construída


Adjacente à ETE, e com o objetivo de complementar o tratamento de efluentes –
na etapa intermediária da alternativa não convencional – foi locada uma WFSS. Este
tipo de wetland foi escolhido por causa de seu efeito de minimização de odores e
insetos.

3.3 Dimensionamento
3.3.1 Redes

O dimensionamento das redes seguiu as diretrizes das normas da ABNT: NBR


9648/1986, NBR 9649/1986 e NBR 12207/1992 e do manuais do DNIT (2005, 2006b) e
da prefeitura do Rio de Janeiro (2010).
O SSA-DR foi dimensionado conforme a metodologia descrita no Item 2.3.2 -
Sistema de drenagem e manejo de águas pluviais: Concepção e dimensionamento,
enquanto que o SSA-ES foi dimensionado conforme a metodologia descrita no Item
2.2.2 - Sistema de esgotamento sanitário: Concepção e dimensionamento. A população
foi determinada a partir do percentual da área da bacia em relação à área total do
município.
O SU-I e SU-II foram dimensionados com metodologia semelhante à descrita no
Item 2.3.2, porém em vez de se utilizar o critério da velocidade mínima, se utilizou o
critério da tensão trativa – aplicado em tempo seco. A população e a precipitação se
mantiveram as mesmas do sistema separador. Nestes sistemas, em caso de eventos de
chuva, uma parte das águas combinadas será encaminhada para a ETE e uma parte será
extravasada para o rio. Porém, em tempo seco, as águas residuais advindas da lavagem
de quintais e carros seguirão para tratamento, ao contrário do que ocorre no sistema
separador, onde tais contribuições iriam para o sistema de drenagem. Por isso, optou-se
por utilizar coeficiente de retorno igual a 1,0.
O SM foi adotado como sendo equivalente ao SSA-DR acrescido das CTS, não
havendo mudança no critério da velocidade mínima nem do coeficiente de retorno.

67
3.3.2 Captações de tempo seco

O diâmetro da tubulação das CTS foi dimensionado como um tubo curto com
descarga livre, seguindo as equações descritas por Porto (2006).

3.3.3 Estação de tratamento de esgoto

A área requerida para a construção da ETE foi determinada pelo ábaco de Jordão
e Pessôa (2017), com base nos valores obtidos para a vazão máxima de águas residuais
de final de plano. No caso dos SU-I e SU-II, como o coeficiente de retorno adotado foi
diferente, a vazão máxima de fim de plano obtida foi maior do que no SSA-ES e SM.
Adicionalmente, para os casos de sistema unitário, recomenda-se que a
capacidade da ETE seja entre 2 a 4 vezes maior do que a vazão máxima de fim de plano
(BERNARDES; SOARES, 2004). Por conseguinte, foi considerado uma configuração
extra, onde a capacidade da ETE seria o dobro da vazão máxima de final de plano. Em
suma, foram definidas 3 configurações de ETE:
1. ETE dos SSA-ES e SM com capacidade normal;
2. ETE do SU-I e SU-II com capacidade 25% maior;
3. ETE do SU-I e SU-II com capacidade 150% maior.

3.3.4 Wetland construída

A vazão da wetland foi determinada, de maneira preliminar, conforme a


metodologia descrita no Item 2.4.3.2 - Alagados construídos – Wetlands: Concepção e
dimensionamento.

3.4 Composição de custos


Dimensionadas todas as estruturas de cada sistema, foi feito um levantamento de
custos das redes, ligações domiciliares e CTS, utilizando o Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), gerido pela Caixa
Econômica Federal e pelo IBGE. Este sistema é indicado pelo Decreto n º 7.983/2013,
que estabelece os critérios para a realização de orçamentos de obras e serviços de
engenharia contratados com recursos da União. A listagem dos índices utilizados está
disposto na Tabela 3.2.

68
Tabela 3.2 – Descrição dos itens da tabela SINAPI utilizados no quantitativo dos sistemas
dimensionados.

Código Descrição

Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais, D 400 mm, junta rígida, instalado
92210
em local com baixo nível de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais, D 500 mm, junta rígida, instalado
92211
em local com baixo nível de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais, D 600 mm, junta rígida, instalado
92212
em local com baixo nível de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais, D 700 mm, junta rígida, instalado
92213
em local com baixo nível de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais, D 800 mm, junta rígida, instalado
92214
em local com baixo nível de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais, D 900 mm, junta rígida, instalado
92215
em local com baixo nível de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais, D 1000 mm, junta rígida, instalado
92216
em local com baixo nível de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais, D 1200 mm, junta rígida, instalado
92816
em local com baixo nível de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais, D 1500 mm, junta rígida, instalado
92818
em local com baixo nível de interferências - fornecimento e assentamento.

7759 Tubo concreto armado, classe PA-1, PB, DN 2000 mm, para águas pluviais (NBR 8890).

Tubo de PVC para rede coletora de esgoto de parede maciça, DN 150 mm, junta elástica,
90695
instalado em local c/ nível baixo de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de PVC para rede coletora de esgoto de parede maciça, DN 200 mm, junta elástica,
90696
instalado em local c/ nível baixo de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de PVC para rede coletora de esgoto de parede maciça, DN 250 mm, junta elástica,
90697
instalado em local c/ nível baixo de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de PVC para rede coletora de esgoto de parede maciça, DN 300 mm, junta elástica,
90698
instalado em local c/ nível baixo de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de PVC para rede coletora de esgoto de parede maciça, DN 350 mm, junta elástica,
90699
instalado em local c/ nível baixo de interferências - fornecimento e assentamento.
Tubo de PVC para rede coletora de esgoto de parede maciça, DN 4000 mm, junta elástica,
90700
instalado em local c/ nível baixo de interferências - fornecimento e assentamento.
Junta argamassada entre tubo DN 150 mm e o poço de visita/ caixa de concreto ou alvenaria
90725
em redes de esgoto.
Junta argamassada entre tubo DN 2000 mm e o poço de visita/ caixa de concreto ou alvenaria
90726
em redes de esgoto.
Junta argamassada entre tubo DN 250 mm e o poço de visita/ caixa de concreto ou alvenaria
90727
em redes de esgoto.
Junta argamassada entre tubo DN 300 mm e o poço de visita/ caixa de concreto ou alvenaria
90728
em redes de esgoto.

69
Código Descrição

Junta argamassada entre tubo DN 350 mm e o poço de visita/ caixa de concreto ou alvenaria
90729
em redes de esgoto.
Junta argamassada entre tubo DN 400 mm e o poço de visita/ caixa de concreto ou alvenaria
90730
em redes de esgoto.
Poço de visita ag. pluv: conc. arm. 1x1x1,40 m coletor D=40 a 50 cm parede e=15 cm base
74124/001
conc. fck=10 Mpa revest. c/ arg. cim/ areia 1:4 incl forn de todos os materiais.
Poço de visita ag. pluv: conc. arm. 1,1x1,1x1,40 m coletor D=60 cm parede e=15 cm base
74124/002
conc. fck=10 Mpa revest. c/ arg. cim/ areia 1:4 incl forn de todos os materiais.
Poço de visita ag. pluv: conc. arm. 1,20x1,20x1,40 m coletor D=70 cm parede e=15 cm base
74124/003
conc. fck=10 Mpa revest. c/ arg. cim/ areia 1:4 incl forn de todos os materiais.
Poço de visita ag. pluv: conc. arm. 1,30x1,30x1,40 m coletor D=80 cm parede e=15 cm base
74124/004
conc. fck=10 Mpa revest. c/ arg. cim/ areia 1:4 de todos os materiais.
Poço de visita ag. pluv: conc. arm. 1,40x1,40x1,50 m coletor D=90 cm parede e=15 cm base
74124/005
conc. fck=10 Mpa revest. c/ arg. cim/ areia 1:4 de todos os materiais.
Poço de visita ag. pluv: conc. arm. 1,50x1,50x1,60 m coletor D=100 cm parede e=15 cm
74124/006
base conc. fck=10 Mpa revest. c/ arg. cim/ areia 1:4 de todos os materiais.
Poço de visita ag. pluv: conc. arm. 1,70x1,70x1,80 m coletor D=120 cm parede e=15 cm
74124/008
base conc. fck=10 Mpa revest. c/ arg. cim/ areia 1:4 de todos os materiais.
Poço de visita em alvenaria, para rede D=1,5 m, parte fixa c/ 1,0 m de altura e uso de
83713
escavadeira hidráulica.

73607 Assentamento de tampão de ferro fundido 600 mm.

Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=1,20 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/028 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=1,40 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/029 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=1,50 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/030 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=1,60 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/031 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=1,70 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/032 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=2,000 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/033 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=2,30 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/034 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.

73963/035 Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=2,60 m c/ tampão FF articulado, classe
B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/

70
Código Descrição

revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.

Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=2,90 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/036 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=3,20 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/037 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=3,50 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/038 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=3,80 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/039 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=4,10 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/040 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=4,40 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/041 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=4,70 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/042 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.
Poço de visita esg. sanit. anel conc. pré-mold. prof=5,00 m c/ tampão FF articulado, classe
73963/043 B125 carga máx. 12,5 t, redondo tampa 600 mm, rede pluvial/ esgoto/ rejuntamento anéis/
revest. liso calha interna c/ arg. cim./ areia 1:4 base/ banqueta em conc. fck=10 Mpa.

83667 Camada drenante c/ areia média

83668 Camada drenante c/ brita nº 2

73698 Enrocamento manual, c/ arrumação do material

Escoramento de vala. tipo pontealeteamento, com profundidade de 0 a 1,50 m, largura menor


94043
que 1,50 m, em local com nível baixo de interferência.
Escoramento de vala. tipopontealeteamento, com profundidade de 0 a 1,50 m, largura >=
94044
1,50 e menor que 2,50, em local com nível baixo de interferência.
Escoramento de vala. tipopontealeteamento, com profundidade de 1,50 a 3,00 m, largura
94045
menor que 1,50 m, em local com nível baixo de interferência.
Escoramento de vala. tipopontealeteamento, com profundidade de 1,50 a 3,00 m, largura >=
94046
1,50 e menor que 2,50, em local com nível baixo de interferência.
Escoramento de vala. tipopontealeteamento, com profundidade de 3,00 a 4,00 m, largura
94047
menor que 1,5 m, em local com nível baixo de interferência.
Escoramento de vala. tipopontealeteamento, com profundidade de 3,00 a 4,00 m, largura >=
94048
1,50 e menor que 2,50, em local com nível baixo de interferência.

71
Código Descrição

Escavação mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/


90091
potência: 111 hp), largura de 1,5 a 2,5 m, profundidade até 1,5 m, c/ solo de 1ª categoria.
Escavação mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/
90092
potência: 111 hp), largura até 1,5, profundidade de 1,5 até 3,0 m, c/ solo de 1ª categoria.
Escavação mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/
90093 potência: 111 hp), largura de 1,5 a 2,5 m, profundidade de 1,5 a 3,0 m, c/ solo de 1ª
categoria.
Escavação mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/
90094
potência: 111 hp), largura até 1,5, profundidade de 3,0 a 4,5 m, c/ solo de 1ª categoria.
Escavação mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 1,2 m³/
90095 potência: 155 hp), largura de 1,5 a 2,5 m, profundidade de 3,0 a 4,5 m, c/ solo de 1ª
categoria.
Escavação mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 1,2 m³/
90096
potência: 1551 hp), largura até 1,5 m, profundidade de 4,5 a 6,0 m, c/ solo de 1ª categoria.
Escavação mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 1,2 m³/
90098 potência: 155 hp), largura de 1,5 a 2,5 m, profundidade de 4,5 a 6,0 m, c/ solo de 1ª
categoria.
Reaterro mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/
93367
potência: 111 hp), largura de 1,5 a 2,5 m, profundidade até 1,5 m, c/ solo de 1ª categoria.
Reaterro mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/
93368
potência: 111 hp), largura até 1,5, profundidade de 1,5 até 3,0 m, c/ solo de 1ª categoria.
Reaterro mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/
93369 potência: 111 hp), largura de 1,5 a 2,5 m, profundidade de 1,5 a 3,0 m, c/ solo de 1ª
categoria.
Reaterro mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/
93370
potência: 111 hp), largura até 1,5, profundidade de 3,0 a 4,5 m, c/ solo de 1ª categoria.
Reaterro mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/
93371 potência: 111 hp), largura de 1,5 a 2,5 m, profundidade de 3,0 a 4,5 m, c/ solo de 1ª
categoria.
Reaterro mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/
93372
potência: 111 hp), largura até 1,5 m, profundidade de 4,5 a 6,0 m, c/ solo de 1ª categoria.
Reaterro mecanizado de vala c/ escavadeira hidráulica (capacidade da caçamba: 0,8 m³/
93373 potência: 111 hp), largura de 1,5 a 2,5 m, profundidade de 4,5 a 6,0 m, c/ solo de 1ª
categoria.

72887 Transporte comercial com caminhão basculante 6 m³, rodovia pavimentada

Carga, manobras e descarga de areia, brita, pedra de mão e solos c/ caminhão basculante 6 m³
72888
(descarga livre).

72898 Carga e descarga mecanizada de entulho em caminhão basculante 6 m³.

72900 Transporte de entulho c/ caminhão basculante 6 m³, rodovia pavimentada, dmt 0,5 a 1 km

94097 Preparo de fundo de vala c/ largura < 1,5 m, em local com nível baixo de interferência.

72
Código Descrição

Preparo de fundo de vala c/ largura >1,5 m e <2,5 m, em local com nível baixo de
94099
interferência.
Demolição de pavimentação asfáltica c/ utilização de martelo perfurados, espessura até 15
92970
cm, sem carga e transporte.

73710 Base para pavimentação com brita graduada, inclusive compactação

72945 Imprimação de base de pavimentação com ADP CM-30

72962 Usinagem de CBUQ c/ CAP 50/70, para capa de rolamento

72963 Usinagem de CBUQ c/ CAP 50/70, para binder

Construção de pavimento com aplicação de concreto betuminosos usinado à quente (CBUQ),


95993
camada de rolamento, com espessura de 4 cm, exclusive transporte.
Construção de pavimento com aplicação de concreto betuminosos usinado à quente (CBUQ),
95996
binder, com espessura de 5 cm, exclusive transporte.
Transporte de material asfáltico, com caminhão c/ capacidade de 20000 l em rodovia
93177
pavimentada p/ distâncias médias de transporte iguais ou inferiores a 100 km.
Fonte: CAIXA; IBGE (2017).

Quanto às EEE, apesar de não terem sido dimensionados os conjuntos motor-


bomba, foi possível orçá-las com base nas curvas de Pacheco (2011), que usam os
valores de vazão e desnível. No caso das ETE, uma vez determinada a áreas das
mesmas, foi possível estimar seu custo com base nas curvas de Jordão e Pessôa (2017).

3.5 Avaliação econômica


Nesta fase, realizou-se uma simulação de financiamento utilizando os critérios do
Programa Saneamento para Todos da Caixa Econômica Federal e o Sistema de
Amortização Constante (SAC).
O Programa Saneamento para Todos disponibiliza, com recursos do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), financiamento para empreendimentos públicos
ou privados de saneamento, nas modalidades de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, saneamento integrado, manejo de águas pluviais, manejo de resíduos sólidos,
manejo de resíduos na construção e demolição, preservação e recuperação de
mananciais, desenvolvimento institucional e estudos e projetos. As condições do
financiamento são (CAIXA, 2017):

73
 Setor Público: contrapartida de 5% do valor do investimento, exceto
abastecimento de água, que é 10%;
 Carência: corresponde ao prazo previsto para a execução de todas as
etapas, limitado a 48 meses;
 Amortização: contados a partir do término da carência até 240 meses;
 Juros: taxa nominal de 6% a.a., exceto para a modalidade Saneamento
Integrado, que possui taxa nominal de 5% a.a.;
 Remuneração Caixa: 2% sobre o saldo devedor;
 Taxa de risco de crédito: conforme análise cadastral do solicitante,
limitado a 1% a.a.
O SAC foi popularizado em financiamentos de compra de casa própria e,
atualmente, é muito utilizado em financiamentos de longo prazo. Nele, o valor da
amortização é constante e os juros decrescem ao longo do tempo. Após a determinação
das parcelas do financiamento ano a ano para cada tipo de sistema, foi realizada uma
comparação pelo Método do Valor Presente (VP) e pela Taxa Interna de Retorno (TIR).
O VP consiste na determinação do valor presente dos demais termos do fluxo de caixa
para somá-los ao investimento inicial, enquanto que a TIR é a taxa para a qual o valor
presente do fluxo é nulo e é calculada para depois ser comparada a Taxa Mínima de
Atratividade (TMA), que é uma taxa de juros que representa o percentual mínimo de
retorno que um projeto deve gerar para ser aceito e depende do custo de oportunidade,
da liquidez e do risco do projeto (FILHO; KOPITTKE, 1994).
Para a determinação do fluxo de caixa foram levados em conta, no cálculo das
despesas, além da contrapartida inicial e do pagamento das parcelas do financiamento,
os custos anuais com manutenção. No âmbito das receitas foram considerados o
orçamento municipal e a arrecadação com a tarifa de tratamento de águas residuais.

3.6 Avaliação de desempenho


Nesta última etapa, o Modelo de Células de Escoamento para Bacias Urbanas
(MODCEL) foi aplicado na bacia de estudo de caso para avaliação do desempenho
hidráulico do SSA-DR e do SM e, do desempenho ambiental do SM.
O MODCEL é um modelo matemático distribuído que simula o fluxo dos
escoamentos pluviais em bacias urbanas, sendo especialmente importante em casos
onde se estudam medidas de controle de inundações. Ele foi desenvolvido por Miguez

74
(2001) e permite representar uma bacia hidrográfica por células – cada uma com suas
características pré-definidas – que por sua vez são conectadas por meio de ligações –
definidas como equações hidráulicas unidimensionais – formando um sistema
bidimensional, já que o escoamento pode ocorrer em várias direções nas zonas de
inundação.
Na aplicação do modelo, Miguez (2001) elenca diversas hipóteses que devem ser
observadas:
1. A planície e seus rios podem ser subdivididos em células;
2. Cada célula comunica-se com células vizinhas;
3. As características de uma célula são associadas a um ponto de referência
na mesma, chamado de centro da célula. Este centro, não é,
necessariamente igual ao centro geométrico. A ligação de todos os centros
determina o padrão geral de escoamento;
4. O escoamento entre células pode ser calculado através de leis hidráulicas
conhecidas, como, por exemplo, a equação dinâmica de Saint Venant, a
equação de escoamento sobre vertedouros, livres ou afogados, a equação
de escoamento através de orifícios, entre outras;
5. Em uma célula, o perfil da superfície livre é considerado horizontal e a
área desta superfície depende da elevação do nível d'água no interior da
mesma;
6. O volume de água contido em cada célula está diretamente relacionado
com o nível d'água de seu centro;
7. A vazão entre duas células adjacentes, em qualquer tempo, é apenas
função dos níveis d'água no centro dessas células.
Os tipos de células disponíveis no modelo são:
 Rio ou Canal: caracterizando o escoamento a céu aberto;
 Galeria: caracterizando os trechos de escoamento subterrâneo;
 Planície Urbanizada: dado um padrão de urbanização, representa planícies
alagáveis e áreas de armazenamento, ligadas entre si por ruas;
 Planície Natural: assim como as planícies urbanas, representa o
escoamento em superfície livre, porém, neste tipo de célula nenhum tipo
de urbanização é considerado.

75
 Reservatório: através de uma curva Cota versus Área Superficial,
caracteriza o armazenamento temporário da vazão.
As ligações existentes no modelo são dos seguintes tipos:
 Rio: considera a equação dinâmica de Saint Venant com seus termos de
inércia;
 Planície: considera a equação dinâmica de Saint Venant sem seus termos
de inércia;
 Vertedouro de soleira espessa;
 Orifício;
 Galeria: considera escoamento livre ou pressurizado;
 Entrada de galeria: considera a contração do escoamento;
 Saída de galeria: considera a expansão do escoamento;
 Descarga de galeria em rio;
 Microdrenagem: faz a conexão entre as células de planície com as de
galeria;
 Bombeamento;
 Comporta flap;
 Curva Cota X Descarga: para estruturas especiais calibradas em
laboratório.
Assim, a divisão da bacia em células, as condições de contorno e o
estabelecimento das interações entre as células, são integrados e traduzidos no chamado
esquema topológico, que faz parte da entrada de dados do modelo. No esquema
topológico, cada linha representa um grupo, sendo que cada célula pode se ligar com
outras de seu próprio grupo ou de um grupo posterior ou anterior. A Figura 3.5 ilustra as
etapas de modelagem descritas anteriormente.

76
Figura 3.5 – Etapas de modelagem de uma área hipotética.
Fonte: Miguez (2001).

De maneira geral, na aplicação do MODCEL foram considerados 3 cenários:


1. Cenário sem microdrenagem;
2. Cenário com SSA-DR;
3. Cenário com SM.
Foram avaliados os mapas de alagamento, os hidrogramas em alguns trechos do
rio e a lâmina d’água no interior das tubulações na determinação do desempenho
hidráulico. Finalmente, na avaliação ambiental do SM, foram analisados alguns pontos
de extravasamento de águas combinadas.

77
4 Estudo de Caso
4.1 A bacia do Rio Dona Eugênia e o município de Mesquita
4.1.1 Caracterização da região

O município de Mesquita – em destaque na Figura 4.1 – integra a região da


Baixada Fluminense, fazendo divisa com os municípios de Nilópolis, Nova Iguaçu,
Belford Roxo, São João de Meriti e Rio de Janeiro.

Figura 4.1 – Localização do município de Mesquita.


Fonte: Observatório das Metrópoles/ IPPUR/ UFRJ.

De acordo com dados do IBGE (2016) sua população é de 168.376 habitantes e


sua área territorial é de 41,48 km². Seu índice de desenvolvimento humano (IDH) é de
0,737, classificando o município como o 15º melhor IDH do estado. Seu produto interno
bruto (PIB) per capita é de R$12.205,86, um dos mais baixos do estado. O salário médio
mensal dos trabalhadores formais é de 2,2 salários mínimos, o que deixa Mesquita em
26º no ranking estadual (IBGE, 2017b). Segundo o balanço anual do município, as
receitas totais do ano de 2016 foram R$ 287.414.933,52 (MESQUITA, 2017a).

78
Segundo o Plano Municipal de Saneamento de Mesquita (PMSM), 78% das
receitas municipais provêm da União e do Estado, por meio de mandamento
constitucional, pelo Fundo de Participação dos Municípios e pela cota-parte do ICMS e
os demais 22% são provenientes de recursos próprios – impostos, receita patrimonial,
etc. Ainda segundo diagnóstico levantado pelo PMSM, o município vêm reduzindo os
gastos com investimentos, custeio e pessoal. Os investimentos no ano de 2016
correspondem apenas a um terço do ano de 2014. Felizmente, a Lei Orçamentária de
2017 prevê superávit possibilitando a retomada dos investimentos. A área de urbanismo,
que engloba como sub-área o saneamento básico, concentra em média 10% dos gastos
municipais, com recursos de R$ 41 mi em 2014, R$ 31 mi em 2015 e R$ 14 mi em 2016
(MESQUITA, 2017b).
O município se divide em 17 bairros, localizados no mapa da Figura 4.2
(MESQUITA, 2017b).

Figura 4.2 – Bairros do município de Mesquita.


Fonte: Mesquita (2017b).

79
O rio Dona Eugênia nasce na área de proteção ambiental Gericinó-Medanha em
Nova Iguaçu, a cerca de 300 metros de altitude e percorre 10 quilômetros, passando por
todo o município de Mesquita até desaguar no rio Sarapuí (VERÓL, 2013). A Figura
4.3 ilustra o limite municipal e da bacia.

Figura 4.3–Limite do município de Mesquita e da bacia do rio Dona Eugênia.


Fonte: Imagem do Google Earth.

A bacia do rio Dona Eugênia possui 1833 hectares de área e constitui uma das
sub-bacias do rio Iguaçu-Sarapuí, uma importante bacia da Baixada Fluminense e que
foi objeto de diversas intervenções do Governo do Estado. A Figura 4.4 apresenta um
mapa com as sub-bacias e municípios integrantes da bacia do rio Iguaçu-Sarapuí.

80
Figura 4.4 – Localização das sub-bacias da bacia do rio Iguaçu-Sarapuí.
Fonte: <http://www.aquafluxus.com.br/bacia-do-rio-iguacu-uma-velha-conhecida/>. Acesso em:
27/11/2016.

O clima se caracteriza por ser quente e úmido, com estação chuvosa no verão. A
temperatura média anual da bacia é de 22°C e a precipitação média anual é de 1.700
mm (COPPETEC, 2009 apud VERÓL, 2013).
Quanto à geomorfologia, apresentada no mapa da Figura 4.5, a bacia apresenta
serras alongadas, que possuem solos rasos e com textura argilosa; e planícies fluvio-

81
marinhas, que são terrenos planos próximos ao nível do mar, resultantes de ciclos de
processos de erosão e deposição (RIO DE JANEIRO, 1996, v.1).

Figura 4.5 – Mapa geomorfológico da bacia do rio Dona Eugênia.


Fonte: Adaptado de Rio de Janeiro (1996, v.1).

O mapa da Figura 4.6, mostra que existem 2 tipos litológicos na bacia:


migmatitos, constituídos por quartzo, mica e feldspato, com solos superficiais de textura
argilo-arenosa e rochas alcalinas, que possuem solos superficiais argilosos (RIO DE
JANEIRO, 1996, v.1).

Figura 4.6– Mapa geológico da bacia do rio Dona Eugênia.


Fonte: Adaptado de Rio de Janeiro (1996, v.1).

82
Os grupos de solos encontrados na bacia são: podzólico, encontram-se sob relevo
ondulado e apresentam alta suscetibilidade à erosão; brunizem avermelhado, que
ocorrem sob condições de relevo forte ondulado e apresentam moderada suscetibilidade
à erosão e cambissolo, com relevo forte ondulado a escarpado e associados a
afloramentos rochosos (RIO DE JANEIRO, 1996, v.1). A Figura 4.7, abaixo, apresenta
o mapa de solos da bacia.

Figura 4.7– Mapa de solos da bacia do rio Dona Eugênia.


Fonte: Adaptado de Rio de Janeiro (1996, v.1).

83
Na vegetação, representada pelo mapa da Figura 4.8, predominam florestas,
compostas por Mata Atlântica; campos antrópicos, que são áreas modificadas pela ação
humana, cobertas por vegetação herbácea, utilizadas ou não pela pecuária e capoeiras e
capoeirinhas, que são coberturas arbustivas extremamente frágeis. A bacia também
apresenta dois níveis de densidade urbana – média, com 171 hab/ha e muito baixa, com
45 hab/ha – e áreas de expansão urbana (RIO DE JANEIRO, 1996, v.1).

Figura 4.8– Mapa de vegetação e uso do solo da bacia do rio Dona Eugênia.
Fonte: Adaptado de Rio de Janeiro (1996, v.1).

84
Finamente, no que diz respeito à suscetibilidade à erosão, apresentada na Figura
4.9, foram elaboradas classes a partir da interação entre a erodibilidade dos solos, o
relevo e a cobertura vegetal, sendo que na bacia em questão encontram-se as classes
muito alta; média e muito baixa (RIO DE JANEIRO, 1996, v.1):
 A classe muito alta é a mais crítica por possuir pouca vegetação, solos
erodíveis e relevo acidentado. Nestas áreas é indicado o reflorestamento
ecológico, sem fins econômicos;
 As áreas de classe média têm alta erodibilidade dos solos, relevo
montanhoso e cobertura vegetal densa, devendo ser destinada à
preservação;
 A classe muito baixa apresenta áreas com pouco potencial a erosão,
encontram-se em relevo plano e podem ser mantidas no seu estado atual.

Figura 4.9– Mapa de suscetibilidade à erosão da bacia do rio Dona Eugênia.


Fonte: Adaptado de Rio de Janeiro (1996, v.1).

4.1.2 Histórico de ocupação do municpipio

De acordo com dados do IBGE (2017a) o município de Mesquita é originário de


terras pertencentes ao atual município de Nova Iguaçu que, antigamente, era
subdividido em 5 distritos: Iguassú, Pilar, Merity, Marapicu e Jacutinga. No distrito de
Merity, havia um engenho chamado de Engenho da Cachoeira, que ficava as margens
do rio de mesmo nome. Nos arredores deste engenho, cresceu uma pequena população

85
para fazer frente à demanda de tropeiros e carroceiros que por ali passavam e
abasteciam-se na cachoeira.
Com a expansão do sistema ferroviário, na época do Brasil República, foram
implantadas várias estações sendo que uma delas ficou localizada próxima ao Engenho
da Cachoeira, o qual logo mudou de nome para Jerônymo de Mesquita e posteriormente
simplificado para Mesquita (IBGE, 2017a). Inicia-se dessa maneira, o declínio do ciclo
da cana.
Inicialmente, a construção da estrada de ferro não significou ocupação imediata,
pois a mesma havia sido construída para escoar a produção cafeeira do Vale do Paraíba
(SILVA L. H., 2014). A estrada também agravou os problemas com alagamentos da
região, contribuindo para a formação de pântanos e com a proliferação de mosquitos
transmissores de malária (RIO DE JANEIRO, 1996, v.1). Entre 1889 e 1900, uma
comissão de saneamento foi instituída pelo Estado para intervir na região da Baixada
Fluminense. A comissão partia da visão de que as áreas pantanosas eram foco de
doenças e de que deveriam trazer desenvolvimento econômico para a região, sendo sua
função era entregar terras férteis e salubres para a população (SILVA L. H., 2014).
Dessa maneira, o barro das regiões alagadas foi transformado em tijolos e telhas,
servindo de base para a instalação da Companhia Material de Construção Ludolf &
Ludolf, junto à margem direita da estação de Mesquita (IBGE, 2017a).
Entre as décadas de 1930 e 1940 houve um apogeu da cultura de laranja, porém,
com a Segunda Guerra Mundial, as exportações caíram drasticamente, levando ao
declínio da citricultura. A região passa a sofrer um intenso êxodo rural, o que abre
espaço para a especulação imobiliária, com a criação de inúmeros loteamentos (RIO DE
JANEIRO, 1996; v.1), o que pôs fim aos grandes vazios resultantes da Fazenda da
Cachoeira e da Companhia Ludolf & Ludolf (IBGE, 2017a).
As primeiras ações em favor da emancipação de Mesquita começam a partir da
década de 1950 e geraram um processo encaminhado para a Assembleia Legislativa do
Estado para ser sancionado, mas, durante os trâmites foi perdido. Esse movimento só
voltará a se organizar mais 30 anos depois, com a instauração do primeiro plebiscito em
1987 (SILVA M. F., 2015).
Em 1993 e 1995 ocorreram mais dois plebiscitos, mas como o primeiro, não
obtiveram quórum e sua validade não foi alcançada. Como consequência do fracasso do
plebiscito de 1995, principia-se uma nova campanha, agora liderada pelo Comitê Pró-
Emancipação, que era mais organizado e mais influente politicamente. Finalmente, após
86
quatro anos, em 15 de setembro de 1999 o Comitê conseguiu votar o projeto de lei da
emancipação e em 25 de setembro, a lei foi sancionada, criando o município de
Mesquita (SILVA M. F., 2015).

4.1.3 Situação do sistema de drenagem do município

A bacia do rio Iguaçu-Sarapuí, da qual a bacia do rio Dona Eugênia faz parte,
apresenta um processo de urbanização intenso e não organizado, com diversos
problemas de saneamento básico. Uma cheia ocorrida no ano de 1988, que causou
mortes e levou a região da Baixada Fluminense a um estado emergencial, motivou o
governo estadual a investir em diversas ações de combate às inundações, como obras de
macrodrenagem realizadas entre 1994 e 1995 e a elaboração do Plano Diretor de
Recursos Hídricos da Bacia do Rio Iguaçu-Sarapuí, em 1996, e sua revisão em 2009.
Com relação à macrodrenagem, no Plano Diretor de 1996 foi constatado que
grande parte do centro de Mesquita sofria com inundações devido ao confinamento do
leito do rio Dona Eugênia entre as construções e da pequena capacidade de vazão da
travessia sob a Rede Ferroviária Federal S/A. As soluções propostas na época foram a
construção de uma barragem de amortecimento de cheias, limpeza e aprofundamento da
calha, substituição de travessias e construção de galerias de drenagem (RIO DE
JANEIRO, 1996, v.1). No relatório de 2009, apesar do cuidado em utilizar medidas que
estivessem de acordo com os conceitos de drenagem sustentável, a solução para o rio
Dona Eugênia continuou dependente da barragem, que foi ajustada para a situação atual.
A barragem apresenta um ótimo resultado, mas não resolve os problemas de ocupação
das margens e alagamentos urbanos gerados pela microdrenagem (VERÓL, 2013).
Quanto à microdrenagem, em questionários enviados a moradores, Britto et al.
(2011) obtiveram a confirmação de 60% dos entrevistados de que existe sistema de
drenagem em sua rua. O IBGE (2011) não possui dados do município no Atlas de
Saneamento. O SNIS também não possui dados desse município.
Dados levantados pelo PMSM revelam que 94% dos moradores informaram que a
rua de seu domicílio era asfaltada. Os bairros Vila Norma, Cosmorama e Alto Uruguai
apresentaram os menores índices de pavimentação. Quanto às bocas-de-lobo, 91%
atestaram sua existência. Além disso, 28% dos moradores relatou sofrer com problemas
de alagamentos, sendo que os bairros com maior percentual de ocorrências foram Edson
Passos, Jacutinga e Cosmorama. Finalmente, a drenagem pluvial foi o tema mais

87
apontado pelas representações comunitárias para melhoria de infraestrutura
(MESQUITA, 2017b).
As maiores deficiências encontradas no sistema de drenagem do município foram:
(1) falta de manutenção; (2) estrangulamentos de travessias e pontes subdimensionadas;
(3) ocupação das margens dos rios; (4) crescimento de vegetação nas calhas dos rios; (5)
assoreamento; (6) ocupação de áreas alagáveis; (7) ligações clandestinas de águas
residuais e (8) entupimentos na tubulação decorrentes de acúmulo de gordura, areia e
resíduos sólidos (MESQUITA, 2017b).

4.1.4 Situação do sistema de esgotamento sanitário do município

Relativamente ao esgotamento sanitário, os questionários de Britto et al. (2011)


revelam que 68% dos entrevistados afirmaram que o destino das águas residuais é o rio
ou córrego. Já na pesquisa feita pelo PMSM aponta que 91% dos moradores acreditam
que as mesmas são direcionadas para a rede coletora apropriada, o que demonstra que
os moradores não correlacionam a poluição dos corpos hídricos do município com o
destino de suas águas residuais. Apenas em um bairro – Vila Norma – mais de 50% dos
moradores indicaram o destino das águas residuais como sendo valas a céu aberto
(MESQUITA, 2017b).
A maior parte do sistema de esgotamento sanitário do município foi executada
pelo Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, abrangendo 35% da área urbana.
O Programa Nova Baixada executou redes em 18% da área da cidade, enquanto que a
Prefeitura implantou obras em 6% da área urbana. Como pode ser visto na Figura 4.10,
a maior parte da bacia do Rio Dona Eugênia ainda não é atendida como rede de
esgotamento.

88
Figura 4.10 – Cobertura do sistema de esgotamento do município de Mesquita.
Fonte: Adaptado de Mesquita (2017b).

Pelos dados do SNIS (2017), existem 20.193 ligações domiciliares, 179


quilômetros de rede e o índice de coleta é de 31,52%. Os gráficos da Figura 4.11 a
Figura 4.14 mostram a evolução de alguns índices de saneamento no período de 1996 a
2015.

Figura 4.11 – Investimentos realizados pela CEDAE no estado e no município.


Fonte: Elaborado com base nos dados de SNIS (1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2004a, 2004b,
2005, 2006, 2007, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014a, 2014b, 2016, 2017).

89
Os dados apresentados na Figura 4.11 indicam uma grande variabilidade dos
valores investidos no estado. Notam-se anos com valores muito baixos, como 1996,
2002 e 2013 e um ano, o de 2014, com valor extremamente maior do que a média. A
média anual dos investimentos é de aproximadamente R$ 98.630.000,00. O crescimento
médio anual dos investimentos é de 126,53%, mas se desconsiderarmos os anos
extremos citados anteriormente obtém-se um valor de -12,16%, valor muito inferior à
média brasileira, que, é de 9,9%.
No município, foram investidos cerca de R$ 5.000.000,00 por ano, o equivalente a
5,4% do valor investido no estado. Entre os anos de 2011 e 2014 houve um crescimento
de 139,10% dos investimentos e entre o período de 2005 a 2011 ocorreu um decréscimo
de 17,57%.

Figura 4.12 – Quantidade das ligações ativas da CEDAE no estado e no município.


Fonte: Elaborado com base nos dados de SNIS (1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2004a, 2004b,
2005, 2006, 2007, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014a, 2014b, 2016, 2017).

Pelo gráfico da Figura 4.12 percebe-se que a quantidade de ligações domiciliares


no estado permanece estável até o ano de 2006, sofrendo quedas nos anos de 2007 e
2009 e voltando a subir em 2010. A partir de 2012, surge um novo período de
estabilidade, com crescimento médio de 1,35% ao ano. O crescimento percentual médio
das ligações estaduais no período de 1996 a 2015 foi de 5,87%.
Em Mesquita, entre os anos de 2010 e 2015, ocorre um crescimento estável de
1,53% ao ano, um valor muito próximo ao do estado para o mesmo período.

90
Figura 4.13 – Índice IN024 da CEDAE no estado e no município.
Fonte: Elaborado com base nos dados de SNIS (1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2004a, 2004b,
2005, 2006, 2007, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014a, 2014b, 2016, 2017).

Percebe-se que os valores indicados no gráfico da Figura 4.13 que os índices, em


ambos os casos, apresentam estabilidade a partir de 2011, com crescimentos médios
anuais girando em torno dos 0,04% para o estado e 0,23% para o município.
O crescimento médio anual estadual é de 1,33%, e se encontra próximo à média
nacional de 1,27% – ver Item 2.1.2. Destaca-se o período entre os anos de 2009 e 2010,
que apresentou um crescimento de 55,80% e o período entre os anos de 2011 e 2012,
que apresentou um decrescimento de 11,51%.
No município, o crescimento médio anual estadual é de 3,42%, sendo que maior
parte deste aumento se deu entre 2010 e 2011.

91
Figura 4.14 – Índice IN046 da CEDAE no estado e no município.
Fonte: Elaborado com base nos dados de SNIS (1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2004a, 2004b,
2005, 2006, 2007, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014a, 2014b, 2016, 2017).

Os dados da Figura 4.14 indicam que, no estado, houve um período de aumento


do índice entre 1999 e 2004, com crescimento médio anual de 8,43%, seguido de um
declínio – contrastado pelo valor do ano de 2009que não acompanha essa tendência –
com decréscimo de 2,65% ao ano. O crescimento médio anual de todo o período é de
1,26%, semelhante ao brasileiro, de 1,22% – vide Item 2.1.2.
Mesquita apresenta um decrescimento médio anual de 2,42% neste índice, tendo
apenas dois períodos positivos: o entre os anos de 2011 e 2012 e o entre 2013 e 2014.
Em síntese, com base nos dados dos gráficos da Figura 4.11 até a Figura 4.14, não
é possível identificar claramente uma relação entre os investimentos realizados e a
melhora ou piora dos índices de esgotamento. Porém é evidente, em todos os índices,
uma estagnação ou declínio, principalmente a partir do ano de 2011.

4.1.5 Aspectos institucionais do município

4.1.5.1 Planejamento

Em outubro de 2006, o município de Mesquita aprovou a Lei nº 355, que dispõe


sobre o Plano Diretor Participativo. Esse plano é o principal instrumento da política
municipal e denota os avanços no âmbito da gestão da cidade na medida em que
objetiva: orientar o desenvolvimento e a expansão urbana, promover a articulação e a
coordenação das políticas públicas e a estruturação da administração municipal para as
atividades de planejamento, definir as prioridades de investimento no território
municipal, dentro outros (MESQUITA, 2006). A lei está dividida nos seguintes tópicos:

92
 Título I – Dos princípios, objetivos e diretrizes.
 Título II – Das políticas públicas.
o Capítulo I – Da política de saneamento ambiental.
o Capítulo II – Da política de conservação, recuperação e controle
ambiental.
o Capítulo III – Da política de transporte e mobilidade.
o Capítulo IV – Da política cultural.
o Capítulo V – Da política de acesso à moradia digna.
o Capítulo VI – Da política de desenvolvimento econômico social.
o Capítulo VII – Da política de educação.
o Capítulo VIII – Da política de saúde pública.
o Capítulo VX – Da política de esporte, turismo e lazer.
 Título III – Das orientações para a integração regional e metropolitana.
 Título IV – Do ordenamento territorial.
o Capítulo I – Do macrozoneamento.
o Capítulo II – Da subdivisão da macrozona de ocupação urbana.
o Capítulo III – Das áreas especiais.
 Título V – Da legislação urbanística.
o Capítulo I – Do uso, ocupação e parcelamento do solo.
 Título VI – Dos instrumentos da política urbana.
o Capítulo I – Do parcelamento, edificação e utilização
compulsórios.
o Capítulo II – Do IPTU progressivo no tempo.
o Capítulo III – Da desapropriação com títulos da dívida pública.
o Capítulo IV – Do direito de preempção.
o Capítulo V – Da outorga onerosa do direito de construir.
 Título VII – Do sistema de planejamento participativo.
o Capítulo I – Das disposições gerais.
o Capítulo II – Da conferência da cidade de Mesquita.
o Capítulo III – Do conselho de cidade de Mesquita.
o Capítulo IV – Da obrigatoriedade de realização de audiências
públicas.
 Título IX – Das disposições finais e transitórias.

93
 Anexos.
Britto et al. (2011) apontam que o Plano Diretor é um avanço na efetivação da
gestão integrada das águas urbanas na escala municipal, pois destaca a importância de
medidas voltadas ao saneamento ambiental e sustentabilidade da drenagem urbana.
Dentre os pontos abordados, merecem destaque:
 É posto como diretriz da política de saneamento ambiental a
implementação da gestão integrada dos serviços de saneamento básico
com os serviços de fiscalização ambiental, controle de vetores e defesa
civil;
 Priorizam-se investimentos em saneamento ambiental nos assentamentos
precários, zonas de especial interesse social e regiões próximas ao Maciço
Gericinó-Mendanha;
 A política de manejo de águas pluviais deve ser voltada para o combate à
alagamentos e doenças de veiculação híbrida;
 Está previsto a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Ambiental,
que deverá incluir, entre outras disposições, definição das obras
prioritárias, seleção de alternativas, planos de investimento e identificação
das fontes de financiamento;
 São diretrizes da política de conservação, recuperação e controle ambiental
a prevenção da poluição e a despoluição dos corpos hídricos, a integração
da gestão de recursos hídricos com a gestão de ecossistemas;
 É incentivado o apoio à cooperação metropolitana para a realização de
programas e ações dentro do Programa de Despoluição da Baía de
Guanabara;
 Deverá ser promovida a criação de consórcios públicos e outras formas de
cooperação com municípios metropolitanos para a gestão dos serviços de
saneamento ambiental, especialmente se integrarem a mesma bacia
hidrográfica.
Além do Plano Diretor, em 2009, o município instituiu sua Política Municipal de
Saneamento Básico (MESQUITA, 2009). Esta lei reitera o exposto pela Lei nº
11.445/2007, com alguns pontos complementares, conforme descrito a seguir:
 Em seu artigo 7º, reforça a competência do município para organizar e
prestar direta ou indiretamente os serviços de saneamento básico.

94
 Como objetivos da Política Municipal de Saneamento Básico, o artigo 10
estabelece:
o Contribuir para a redução das desigualdades locais, a geração de
emprego e de renda e a inclusão social;
o Dotar de mecanismos próprios de planejamento, regulação e
fiscalização da prestação dos serviços;
o Promover alternativas de gestão que viabilizem a sustentabilidade
econômica e financeira dos serviços, com ênfase na cooperação
com os governos estadual e federal;
o Promover o desenvolvimento institucional do saneamento básico,
estabelecendo meios para a unidade e articulação das ações dos
diferentes agentes, bem como do desenvolvimento de sua
organização, capacidade técnica, gerencial, financeira e de recursos
humanos;
o Fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico e a adoção de
tecnologias apropriadas.
 Dentre as principais diretrizes para a formulação, implantação,
funcionamento e aplicação dos instrumentos da política, tem-se:
o Valorização do processo de planejamento e decisão sobre medidas
preventivas ao crescimento caótico de qualquer tipo, objetivando
resolver problemas de drenagem e disposição de esgoto;
o Adoção de critérios objetivos de elegibilidade e prioridade,
levando em consideração fatores como nível de renda e cobertura,
grau de urbanização, concentração populacional, disponibilidade
hídrica, riscos sanitários, epidemiológicos e ambientais;
o Coordenação e integração das políticas, planos, programas e ações
governamentais de saneamento, saúde, meio ambiente, recursos
hídricos, desenvolvimento urbano e rural, habitação, uso e
ocupação do solo;
o Os bairros deverão ser considerados como unidade de
planejamento para fins de elaboração do Plano Municipal de
Saneamento Básico.
De acordo com Britto et al. (2011) a prefeitura de Mesquita possui uma boa
estrutura em termos de legislação urbana e ambiental e está provido de instrumentos
95
regulatórios para atuar na gestão integrada. Ademais, os conceitos de requalificação
fluvial e saneamento ambiental estão incorporados no Plano Diretor e na Política de
Saneamento e parece haver espaço nos meios institucionais para a discussão sobre a
utilização de sistemas unitários e wetlands, o que fornece um respaldo maior ao
desenvolvimento deste trabalho. Mesmo assim, a estrutura institucional e regulatória
não é suficiente para garantir a gestão integrada. Ela depende da existência de um corpo
técnico permanente e qualificado e da capacidade de arrecadação fiscal e financeira do
município e do estado (BRITTO; et al. 2011).

4.1.5.2 Regulação e fiscalização

A Política Municipal de Saneamento Básico reitera, integralmente, as normas


sobre regulação e fiscalização prevista na Lei Federal nº 11.445/2007 e no Decreto
Federal nº 7.217/2010 (MESQUITA, 2009).
Em 13 de maio de 2008, por meio da Lei Municipal nº 440/2008, o município
formalizou um contrato de programa de duração de 30 anos com a CEDAE, sendo este,
fruto de um convênio de cooperação entre o município e o estado (MESQUITA, 2008).
Dessa maneira, a AGENERSA é a entidade que regula e fiscaliza os serviços prestados
pela CEDAE.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMMURB) e a
Secretaria Municipal de Obras, Serviços Públicos e Defesa Civil (SEMOSPDEC)
também estão autorizadas a fiscalizar os serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, porém não há instância local para fiscalizar os serviços de
drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, limpeza e fiscalização preventiva das
respectivas redes urbanas (MESQUITA, 2017b).

4.1.5.3 Gerenciamento

Até recentemente, havia desentendimentos jurídicos em reconhecer o Município


como titular dos serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário,
principalmente quando o Estado viesse a instituir a gestão compartilhada em regiões
metropolitanas, microrregiões e aglomerados urbanos para integrar o planejamento, a
organização e a prestação desses serviços. Todavia, o Supremo Tribunal Federal,
entendeu que os municípios, que não fazem parte da gestão compartilhada, estão
investidos na titularidade dos serviços de saneamento básico, enquanto que, se vier a ser

96
instituída a gestão compartilhada, a titularidade desses serviços caberá, ao mesmo
tempo, ao Estado e aos municípios integrantes dessas regiões (MESQUITA, 2017b).
Contudo, segundo diagnóstico levantado pelo Plano Municipal de Saneamento de
Mesquita (PMSM):
“O Município, por meio da Lei Municipal nº 440/2008, promoveu a
ratificação legal do Convênio de Cooperação subscrito. Por outro lado, não
foi dado a saber se o Estado do Rio de Janeiro possui legislação específica
que disponha sobre o conteúdo mínimo do convênio de cooperação ou, pelo
menos, se a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) promoveu a
ratificação legal do convênio de cooperação formalizado. Caso isso não tenha
ocorrido, é possível sustentar, salvo melhor juízo, que o convênio de
cooperação subscrito resta gravado de ilegalidade quanto à forma, e,
portanto, é nulo desde o seu nascedouro.” (MESQUITA, 2017b, p. 120).
Além do questionamento sobre a legalidade do convênio de cooperação e do
contrato de programa, em seu conteúdo encontram-se falhas pois nenhum dos
documentos é pautado nos planos municipais de saneamento básico. Como se não
bastasse, ainda está em vigor um Decreto Estadual que delega ao presidente da CEDAE
competência para promover a fixação da tarifa dos serviços, o que pode ser interpretado
como uma invasão da competência do titular dos serviços de saneamento básico no
processo de gestão dos mesmos, interferindo em sua sustentabilidade financeira
(MESQUITA, 2017b).
Desse modo, sem o aperfeiçoamento da relação jurídica travada entre o Estado, os
Municípios e a CEDAE não será possível promover uma boa governança do serviço de
esgotamento sanitário, seja ele separador absoluto, unitário ou misto.

4.1.6 Requalificação fluvial e saneamento ambiental


Em rios naturais ocorrem variações morfológicas em consequência de variações
das vazões e das áreas inundadas. Esse processo influencia diretamente na formação dos
ecossistemas biológicos, sendo fundamental na conservação da bacia hidrográfica. Rios
urbanos, por outro lado, normalmente são retificados para o aproveitamento das áreas
marginais. O confinamento produzido limita a ocorrência das variações naturais, o que
leva à degradação do rio e do seu ecossistema. Nesse contexto, a requalificação fluvial
abrange as ações que tem por objetivo promover e resgatar as dinâmicas naturais em
rios degradados, bem como promover a sustentabilidade ecológica dos mesmos
(VERÓL, 2013). Além do mais, o processo de requalificação fluvial pode ser articulado
com a sociedade e com as atividades econômicas da região:
“(...) Requalificar, então, caracteriza-se como um objetivo ambiental, no
senso de que um melhor estado geral dos corpos d'água é desejável, pois pode
proporcionar benefícios para uso recreativo ou lazer, aspectos que agregam

97
valor para a sociedade, e permite a preservação da natureza e da
biodiversidade. A requalificação pretende que rios mais naturais demandem
menos intervenções e sejam também economicamente mais viáveis, além de
proverem soluções mais sustentáveis, ao longo do tempo, para importantes
problemas das bacias hidrográficas, como o controle de cheias e a redução do
risco hidráulico.” (VERÓL, 2013, p. 45).
Lourenço (2013) desenvolveu, na bacia do rio Dona Eugênia, um projeto
paisagístico, visando demonstrar sua importância para a requalificação fluvial e para a
recuperação de áreas urbanas. Dentre suas premissas estava a de que “... o ambiente
natural e urbano são reconhecidos enquanto uma única paisagem a ser trabalhada de
forma sistêmica, tendo suas diferentes faces reconhecidas e respeitados no processo”.
Utilizando-se de técnicas como parques urbanos, corredores verdes, bacias de detenção
e wetlands, a autora criou diferentes zonas, ilustradas na Figura 4.15:
 Trecho I – Parque urbano de borda: com o objetivo de conter a expansão
urbana em direção à área de proteção, contaria com espécies frutíferas para
consumo;
 Trecho II –Parque urbano de transição: funcionaria como um braço da área
de proteção na zona urbana e teria um caráter residencial de baixa
densidade;
 Trecho III –Espaços livres urbanos: seriam áreas residenciais e comerciais
integradas com corredores verdes e bacias de detenção;
 Trecho IV – Área marginal crítica: em uma área onde há ocupação
irregular, esse trecho contaria com a relocação de habitações e
requalificação das margens do rio;
 Trecho V –O rio sob novo ângulo: possui a proposta de requalificação das
margens e conexão com os espaços livres;
 Trecho VI –Parque urbano de zona úmida – wetlands: localizada em uma
área de várzea, contaria com áreas de fitodepuração e teria as habitações
relocadas.

98
Figura 4.15 – Regiões paisagísticas para a bacia do rio Dona Eugênia.
Fonte: Lourenço (2013)

Considerando que a requalificação fluvial pode ser uma alternativa para projetos
de drenagem sustentável e ao controle de cheias, Veról (2013) utilizou: (1) a
modelagem matemática por meio do MODCEL; (2) a adaptação do IRC – um índice de
risco de cheias; (3) a constução de uma Escala de Resiliência (ER) e (4) a criação do
REFLU – um índice de requalificação fluvial urbana elaborado pela autora; para avaliar
os impactos comparativos da implantação de diferentes alternativas de projeto na bacia
do rio Dona Eugênia. Assim, os índices são utilizados como ferramenta de comparação
de diferentes soluções de projeto em cenários futuros distintos.
A princípio, foi realizado o diagnóstico da situção atual da bacia em termos de
alagamentos. Em seguida, se estabeleceu um cenário passado de referência, quando a
bacia encontrava-se em fase inicial de urbanização e um outro cenário hipotético caso o
crescimento urbano da bacia obedecesse as diretrizes do desenvolvimento sustentável.
Finalmente, construiram-se cenários com a abordagem da drenagem tradicional, da
drenagem sustentável e da requalificação fluvial, que foi compatibilizado com o projeto
paisagístico de Lourenço (2013) (VERÓL, 2013).
Os resultados da autora indicaram que, em termos de redução da mancha de
alagamento, o cenário de desenvolvimento sustentável obteve os melhores resultados.
Porém, quando levados em consideração os índices de risco, o cenário que considerava
a conjugação da requalificação fluvial com a drenagem urbana sustentável se mostrou
mais vantajoso em termos globais, já que promoveu a redução dos alagamentos

99
conjuntamente com a redução do risco, o aumento de resiliência7 e o resgate das
características fluviais naturais.
Com o objetivo de complementar os trabalhos de Veról (2013) e Lourenço (2013),
a presente dissertação visa mostrar que a requalificação fluvial pode ser utilizada como
uma ferramenta do saneamento ambiental e vice-versa.
Enquanto que o saneamento básico se preocupa mais com a questão do acesso aos
serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e
manejo de águas pluviais, o saneamento ambiental tem uma aplicação muito mais
ampla, pois se constitui em ações socioeconômicas que objetivam alcançar a
salubridade ambiental, ou seja, medidas que sejam capazes de prevenir a ocorrência de
doenças veiculadas pelo meio ambiente, promover condições favoráveia à saúde da
população, assegurar a preservação ambiental e a sobrevivência da biodiversidade e
cooperar para o desenvolvimento sustentável (FUNASA, 2004).
Fica evidente que, se o desejo é promover a salubridade ambiental da bacia do rio
Dona Eugênia, as ações saneamento básico e requalificação fluvial não devem ser
tratadas separadamente, pelo contrário, devem ser aplicadas associadamente. Somente
desta maneira os resultados de cada ação poderá ser maximizado e os benefícios serão
sentidos pela população.

4.2 Concepção dos sistemas


Como não existem dados de cadastro – coordenadas dos poços de visita, extensão
e diâmetro das tubulações, etc. – das redes existentes em Mesquita, tanto no projeto do
SSA, como no projeto dos SU e SM, as tubulações existentes não foram consideradas,
sendo dimensionadas redes novas em todas as vias. Sendo assim, o traçado foi a fase
inicial do projeto. Para isso, elaborou-se um Modelo Digital de Terreno (MDT) a partir
dos dados de topografia levantados pela Fundação Centro de Informações e Dados do
Rio de Janeiro (CIDE) em 1996, com escalas de 1:10.000 e 1:2.000. O MDT foi feito
com a utilização do software Autocad Civil 3D® e sua representação pode ser
visualizada na Figura 4.16.

7
Capacidade de reação e retorno ao estado de referência.
100
Figura 4.16 – MDT da bacia do rio Dona Eugênia.

Foram identificadas 9 sub-bacias de drenagem e esgotamento. Elas foram


identificadas por letras, conforme ilustra a Figura 4.17. A divisão das sub-bacias
também pode ser encontrada no Apêndice B do CD-ROM anexo.

101
Figura 4.17 – Sub-bacias de microdrenagem do rio Dona Eugênia.

Definidas as sub-bacias e o sentido dos escoamentos, o traçado das redes foi feito
de forma conceitual e obedeceu a seguinte ordem:
1. Delimitação das microbacias de drenagem do SSA;
2. Lançamento dos poços de visita e das tubulações da rede de drenagem do
SSA;
3. Numeração dos poços de visita;
4. Lançamento dos poços de visita e das tubulações da rede de esgotamento
sanitário do SSA;
5. Lançamento dos poços de visita e das tubulações da rede do SU;
6. Lançamento dos poços de visita e das tubulações da rede do SM.

102
Para o traçado do SM, foram feitas adaptações no SSA-DR, inserindo as CTS de
forma a desviar as vazões antes dos pontos de deságue e traçando um interceptor para
transportar as vazões desviadas às EEE.
Já no traçado do SU, conforme descrito no Item 3.2.1 - Concepção dos sistemas:
Redes, foram determinadas duas possíveis configurações de traçado: SU-I e SU-II,
sendo a que a primeira conta com apenas uma CTS para cada sub-bacia e a segunda
possui traçado semelhante ao do SM – com CTS em cada ponto de deságue.
A Figura 4.18, a Figura 4.19, a Figura 4.20 e a Figura 4.21 representam o recorte
de uma mesma área para demonstrar a diferença entre as redes dos SSA-ES, SSA-DR,
SU-I, SU-II e SM. O traçado completo das redes de cada sub-bacia pode ser encontrado
nos Apêndices C, D, E, F, G, H, I, J e K.

Figura 4.18 – Configuração da rede de drenagem do SSA.

103
Figura 4.19 – Configuração da rede de esgotamento do SSA.

Figura 4.20 – Configuração do SU-I.

104
Figura 4.21 – Configuração do SU-II e SM.

Algumas informações sobre as redes de cada sistema são apresentadas na Tabela


4.1.

105
Tabela 4.1 – Informações gerais das redes para cada sub-bacia.

Nº de Nº de pontos Nº de Nº de Extensão total de Prof.


PV de deságue CTS EEE rede (m) média (m)
SSA-DR 25 2 - - 2616,14 2,32
SSA-ES 25 - - 1 2974,64 2,10
Sub-
bacia A SU-I 26 1 1 1 3014,13 2,38
SU-II 25 2 2 1 3015,88 2,46
SM 25 2 2 1 3015,88 2,43
SSA-DR 16 1 - - 2245,68 2,38
SSA-ES 15 - - 1 2235,54 1,80
Sub-
bacia B SU-I 16 1 1 1 2261,70 2,50
SU-II 16 1 1 1 2284,70 2,50
SM 16 1 1 1 2284,70 2,38
SSA-DR 14 1 - - 1447,04 1,63
SSA-ES 13 - - 1 1346,68 1,37
Sub-
bacia C SU-I 14 1 1 1 1459,48 1,67
SU-II 14 1 1 1 1468,13 1,68
SM 14 1 1 1 1468,13 1,63
SSA-DR 9 1 - - 1116,89 1,95
SSA-ES 7 - - 1 836,49 1,37
Sub-
bacia D SU-I 8 1 1 1 1173,70 1,73
SU-II 9 1 1 1 1173,70 1,91
SM 9 1 1 1 1173,70 1,95
SSA-DR 238 22 - - 23130,64 2,13
SSA-ES 242 - - 1 26568,31 1,63
Sub-
bacia E SU-I 243 1 1 1 26614,05 2,45
SU-II 242 22 22 1 27521,04 2,16
SM 242 22 22 1 27521,04 2,16
SSA-DR 90 7 - - 7240,87 2,53
SSA-ES 90 - - 1 7756,82 1,94
Sub-
bacia F SU-I 91 1 1 1 7749,28 2,68
SU-II 90 7 7 1 7896,33 2,57
SM 90 7 7 1 7896,33 2,52
SSA-DR 100 2 - - 9573,65 2,36
SSA-ES 101 - - 1 10705,54 2,10
Sub-
bacia G SU-I 102 1 1 1 10709,00 2,52
SU-II 102 2 2 1 10731,80 2,55
SM 102 2 2 1 10731,80 2,46
SSA-DR 196 22 - - 16197,63 1,93
SSA-ES 199 - - 1 19022,91 1,57
Sub-
bacia H SU-I 200 1 1 1 19013,62 2,48
SU-II 199 22 22 1 19605,73 2,10
SM 199 22 22 1 19605,73 2,04
SSA-DR 74 5 - - 7795,45 2,12
SSA-ES 73 - - 1 8023,37 1,55
Sub-
bacia I SU-I 74 1 1 1 8027,11 2,34
SU-II 74 5 5 1 8176,75 2,28
SM 74 5 5 1 8176,75 2,25

106
Segundo já exposto no Item 3.2.4 - Concepção dos sistemas: Estação de
tratamento de esgoto, a ETE foi localizada na região mais baixa da bacia – vide Figura
4.22 – onde ainda existem regiões não ocupadas e também onde o deságue do efluente
tratado poderá ser lançado com maior facilidade no Rio Sarapuí.

Figura 4.22 – Localização da ETE.

4.3 Dimensionamento
Uma vez traçada as redes e delimitadas as áreas de contribuição para cada poço de
visita e definidas a localização das CTS, EEE e da ETE, deu-se inicio a etapa de
dimensionamento, que teve suas diretrizes metodológicas descritas no Item 3.3.

4.3.1 Sistema separador absoluto

4.3.1.1 Sistema de drenagem

A precipitação utilizada é a mesma do estudo hidrológico apresentado no Plano


Diretor da Bacia Iguaçu-Sarapuí (COPPETEC, 2009 apud VERÓL, 2013), que por sua
vez, foi determinada a partir da interpolação dos postos São Bento, Nova Iguaçu, Xerém
e Bangu.

107
As áreas de ocupação da bacia foram classificadas em: (1) área de floresta; (2)
faixa de domínio da Light; (3) área de desapropriação; (4) cemitério; (5) campo de
futebol; (6) área não urbanizada e (7) área urbanizada. Uma planta contendo a
delimitação das áreas citadas anteriormente pode ser encontrado no Apêndice B do CD-
ROM.
Os coeficientes de runoff definidos para cada área de ocupação foram os
equivalentes à área central, área de floresta com declividade maior do que 10% e área de
grama, em solo argiloso, com inclinação menor do que 2%; conforme indicado na
Tabela 2.4. O coeficiente de deflúvio total foi calculado em função do percentual de
cada tipo de cobertura presente em cada área de contribuição.
O tempo de recorrência empregado foi de 10 anos e o tempo de concentração
inicial adotado para cada microbacia de contribuição foi de 10 minutos, conforme
expresso na Tabela 2.3 e Tabela 2.2, respectivamente. A Tabela 4.2 a seguir resume os
parâmetros e critérios utilizados. A planilha com o dimensionamento completo da rede
está disponível no Apêndice L.

Tabela 4.2 – Parâmetros utilizados no projeto de drenagem do SSA.

Tempo de recorrência2 10 anos


2
Tempo de concentração no início da linha 10 minutos
Coeficiente de deflúvio
Área central 0,80
Área de floresta com declividade maior do que 10% 0,50
Área de grama, em solo argiloso, com inclinação menor do que 2% 0,15
Coeficiente de Manning2 0,013
12
Diâmetro mínimo 400 mm

Recobrimento mínimo (PA-2)2 ⁄

Lâmina máxima12 85%


1
Velocidade mínima 1,0 m/s
Notas:
1
Conforme norma DNIT (2006b).
2
Conforme norma Rio de Janeiro (2010).

4.3.1.2 Sistema de esgotamento sanitário

A população futura foi calculada a partir de dados do IBGE (2017b) e tanto o


método aritmético como o exponencial produziram resultados muito próximos. Em
sequência, temos a Tabela 4.3 e Tabela 4.4 com o estudo populacional e a

108
Tabela 4.5 com os parâmetros e critérios utilizados. A planilha com o
dimensionamento completo da rede está disponível no Apêndice L.

Tabela 4.3 – Dados para estudo populacional da bacia do rio Dona Eugênia.

Densidade demográfica do município em 2010 4310,48 hab/km²


População municipal em 2010 168376 hab
População municipal estimada pelo IBGE em 2015 170751 hab
População municipal estimada pelo IBGE em 2016 171020 hab
Área da bacia 18,3615 km²
População estimada da bacia em 2010 79147 hab
População estimada da bacia em 2015 80263 hab
População estimada da bacia em 2016 80390 hab
Taxa de crescimento 0,26% a.a.

Tabela 4.4 – Projeção da população da bacia do rio Dona Eugênia.


Ano População
2016 80390
2017 80599
2018 80808
2019 81018
2020 81229
2021 81440
2022 81652
2023 81864
2024 82077
2025 82291
2026 82505
2027 82719
2028 82934
2029 83150
2030 83366
2031 83583
2032 83800
2033 84018
2034 84237
2035 84456
2036 84675
2037 84895
2038 85116

109
Tabela 4.5 – Parâmetros utilizados no projeto de esgotamento do SSA.
Coeficiente de retorno1 0,80
Consumo per capita 200 l/(hab.dia)
Coeficiente de vazão máxima diária (K1)1 1,20
1
Coeficiente de vazão máxima horária (K2) 1,50
Taxa de infiltração1 0,0001 l/(s.m)
1
Coeficiente de manning 0,013
Diâmetro mínimo 150 mm
1
Recobrimento mínimo 0,90 cm
1
Lâmina máxima 75%
Vazão mínima1 1,50l/s
1
Tensão trativa crítica 1 Pa
Notas:
1
Conforme norma ABNT (1986b).

As vazões de projeto encontram-se na Tabela 4.6. Por fim, como foi descrito no
Item 3.3.3 - Dimensionamento: Estação de tratamento de esgoto, através do gráfico da
Figura 4.23 foi estipulada, de forma preliminar, uma área de 3 hectares para a ETE com
base na vazão máxima de final de plano.

Tabela 4.6 – Vazões de águas residuais do SSA-ES.

Vazão média de demanda inicial 149,645 l/s


Vazão média de demanda final 157,622 l/s
Vazão máxima inicial 224,468 l/s
Vazão máxima final 283,720 l/s
Taxa de contribuição linear inicial 0,0029 l/(s.m)
Taxa de contribuição linear final 0,0037 l/(s.m)

110
Figura 4.23 – Gráfico utilizado na determinação da área da ETE do SSA-ES.
Fonte: Jordão e Pessôa (2017).

4.3.2 Sistema unitário

Como o coeficiente de retorno adotado para o SU não é o mesmo do SSA, as


vazões de águas residuais serão diferentes. Seus valores podem ser encontrados na
Tabela 4.7. Da mesma forma que o SSA-ES, e conforme a metodologia descrita no Item
3.3.3, foram estipuladas as áreas para a ETE em dois casos:
A. Com base na vazão máxima de final de plano: área de 3,5 hectares;
B. Com base no dobro da vazão máxima de final de plano: área de 5,8
hectares.

111
Tabela 4.7 – Vazões de águas residuais do SU.

Vazão média de demanda inicial 187,056 l/s


Vazão média de demanda final 197,028 l/s
Vazão máxima inicial 280,584 l/s
Vazão máxima final 354,650 l/s
Taxa de contribuição linear inicial 0,0037 l/(s.m)
Taxa de contribuição linear final 0,0046 l/(s.m)

Figura 4.24 – Gráfico utilizado na determinação da área da ETE do SU.


Fonte: Jordão; Pessôa (2017).

4.3.2.1 Sistema unitário I

A Tabela 4.8 mostra os critérios e parâmetros que foram adotados para o


dimensionamento deste sistema. A planilha com o dimensionamento completo da rede
está disponível no Apêndice L. Foram dimensionadas 9 CTS, conforme apresentado na
planilha do Apêndice N.

112
Tabela 4.8 – Parâmetros utilizados no projeto do SU-I.
2
Tempo de recorrência 10 anos
2
Tempo de concentração no início da linha 10 minutos
Coeficiente de deflúvio
Área central 0,80
Área de floresta com declividade maior do que 10% 0,50
Área de grama, em solo argiloso, com inclinação menor do que 2% 0,15
2
Coeficiente de Manning 0,013
12
Diâmetro mínimo 400 mm

Recobrimento mínimo (PA-2)2 ⁄

Lâmina máxima3 85%


Coeficiente de retorno 1,00
Consumo per capita 200 l/(hab.dia)
3
Coeficiente de vazão máxima diária (K1) 1,20
3
Coeficiente de vazão máxima horária (K2) 1,50
3
Taxa de infiltração 0,0001 l/(s.m)
Vazão mínima3 1,50 l/s
3
Tensão trativa crítica 1,00 Pa
Notas:
1
Conforme norma DNIT (2006b).
2
Conforme norma Rio de Janeiro (2010).
3
Conforme norma ABNT (1986b).

4.3.2.2 Sistema unitário II

A Tabela 4.9 mostra os critérios e parâmetros que foram adotados para o


dimensionamento deste sistema. A planilha com o dimensionamento completo da rede
está disponível no Apêndice L. Essa rede se diferencia da anterior por possuir maior
número de CTS – 63 no total – conforme apresentado na planilha do Apêndice N.

Tabela 4.9 – Parâmetros utilizados no projeto do SU-II.


Tempo de recorrência2 10 anos
Tempo de concentração no início da linha2 10 minutos
Coeficiente de deflúvio
Área central 0,80
Área de floresta com declividade maior do que 10% 0,50
Área de grama, em solo argiloso, com inclinação menor do que 2% 0,15
2
Coeficiente de Manning 0,013
Diâmetro mínimo da rede entre as captações de tempo seco 150 mm
12
Diâmetro mínimo rede unitária 400 mm

113
Recobrimento mínimo (PVC) 3 0,90 m

Recobrimento mínimo (PA-2)2 ⁄

Lâmina máxima34 85%


Coeficiente de retorno 1,00
Consumo per capita 200 l/(hab.dia)
3
Coeficiente de vazão máxima diária (K1) 1,20
3
Coeficiente de vazão máxima horária (K2) 1,50
3
Taxa de infiltração 0,0001 l/(s.m)
3
Vazão mínima 1,50 l/s
Tensão trativa crítica4 1,50 Pa
Notas:
1
Conforme norma DNIT (2006b).
2
Conforme norma Rio de Janeiro (2010).
3
Conforme norma ABNT (1986b).
4
Conforme recomendação de Tsutiya & Sobrinho (1999) para interceptores.

4.3.3 Sistema misto

Nesse sistema considerou-se que o SSA-DR seria incrementado de um total de 63


CTS, que por sua vez, formariam um interceptor para encaminhar as águas residuais ou
combinadas para a EEE – conforme ilustrado na Figura 4.21. A planilha com o
dimensionamento completo deste sistema pode ser encontrada no Apêndice L.

4.3.4 Wetland construída

O dimensionamento da wetland acresce o que foi proposto para o Trecho VI no


trabalho de Lourenço (2013) – vide Item 4.1.6. Também fornece tratamento terciário a
uma parte do efluente do SU, melhorando ainda mais os padrões de qualidade de
lançamento no rio Dona Eugênia, evita a ocupação desordenada das margens e promove
harmonia paisagística à região da ETE. Na etapa intermediária da alternativa não
convencional, com algumas adaptações, poderá servir como uma área de
armazenamento e tratamento de águas pluviais, melhorando os índices de risco de
cheias IRC e REFLU calculados por Veról (2013).
Devido às limitações impostas pela urbanização e pela área da ETE, a área
disponível para a wetland seria de 29.332,99 m². Sua localização pode ser visualizada
através da Figura 4.25.
Sendo assim, foi calculada a vazão máxima que poderia ser lançada na mesma,
para se obter 80% de redução de DBO do efluente da ETE. As vazões foram calculadas

114
para um substrato de 50 cm e nos casos de serem utilizadas areia média, areia grossa ou
brita. Os resultados são apresentados na Tabela 4.10.

Figura 4.25 – Localização da wetland projetada.

Tabela 4.10 – Possíveis vazões para a wetland projetada.

Tipo de substrato Vazão (m³/d) Vazão (l/s)


Areia média 8521,28 98,63
Areia grossa 5805,45 67,19
Brita 3318,97 38,41

4.4 Composição de custos


Para a composição de custos de todos os sistemas, foi utilizada a metodologia
retratada no Item 3.4, sendo que e a composição detalhada com as quantidades se
encontra no Apêndice M do CD-ROM em anexo. A composição dos custos totais foi
calculada multiplicando-se as quantidades pelo custo unitário de cada item da Tabela
3.2, para cada sub-bacia. Após esta etapa os valores foram somados de acordo com as
seguintes categorias:
 Tubulação;
 Poços de visita;
 Escavação;
 Escoramento;
 Reaterro;
 Pavimentação e
115
 Outros.
Os custos totais dispostos no Apêndice L revelam que, tanto no SSA, como no SU
e SM, as sub-bacias E e H representam, juntas, cerca de 60% do custo total da obra,
enquanto que as sub-bacias A, B, C e D representam apenas 8% do custo total. Com
relação às categorias temos a seguinte distribuição média dos custos:
 Tubulação: 25% do custo total;
 Poços de visita: 4% do custo total;
 Escavação: 2% do custo total;
 Escoramento: 10% do custo total;
 Assentamento e reaterro: 17% do custo total;
 Pavimentação: 27% do custo total;
 Outros: 15% do custo total.
Em relação aos custos totais das redes, de acordo com os dados da Tabela 4.11,
observa-se que o SSA-ES é o mais barato, seguido pelo SSA-DR, SM, SU-II e SU-I.
Porém, se for considerado o custo total do sistema separador, ele se torna o mais caro. A
redução percentual dos custos em relação ao SSA é de 4,68% para o SU-I; 25,40% para
o SU-II e 26,36% para o SM.

Tabela 4.11 – Custos de implantação das redes.

Tipo de Sistema Valor Total


SSA – DR R$ 66.151,772,65
SSA – ES R$ 31.859.954,61
SSA – Total R$ 98.011.727,26
SU-I R$ 93.427.978,02
SU-II R$ 73.121.000,70
SM R$ 72.177.899,04

Além dos custos de implantação das redes, também foram considerados os custos
com a implantação das ligações prediais, das ETE e das EEE e, no caso do SU e SM,
com a implantação das CTS. No fim de plano, estima-se 26847 ligações prediais, com
custo unitário apresentado na Tabela 4.12. Com relação às ETE, como exposto no Item
3.4, foi utilizada a curva de custo proposta por Jordão e Pessôa (2017) para tratamento
por lodos ativados, sendo que os valores obtidos podem ser encontrados na Tabela 4.13.
O custo das EEE foi calculado com base nas curvas de custo elaboradas por Pacheco
(2011) e são expressos na Tabela 4.14. Finalmente, as CTS foram consideradas

116
semelhantes ao item de código 813713 da Tabela 3.2, tendo custo apresentado na
Tabela 4.15.

Tabela 4.12 – Custo unitário da ligação predial.

Código Descrição Custo Unitário

Ligação domiciliar de esgoto DN 100 mm, da casa até a caixa, composto


73658 por 10 m de tubo PVC de esgoto predial e caixa de alvenaria com tampa R$ 617,81
de concreto - fornecimento e instalação.

Coletor Predial de esgoto, da caixa até a rede (distância de 10 m, larg da


vala 0,65 m), incluindo escavação manual, preparo de fundo de vala e
93350 R$ 854,73
reaterro manual com compactação mecanizada, tubo PVC DN 100 mm -
fornecimento e instalação.

Total R$ 1.472,54
Fonte: CAIXA; IBGE (2017)

Tabela 4.13 – Custos das ETE.

ETE do SSA e SM R$ 17.481.079,98


ETE do SU-I e SU-II – caso (A) R$ 21.243.652,40
ETE do SU-I e SU-II – caso (B) R$ 40.056.413,24
Notas:
Caso (A): capacidade igual a vazão máxima de final de plano.
Caso (B): capacidade igual ao dobro da vazão máxima de final de plano.

Tabela 4.14 – Custo das EEE.

EEE do SSA e SM R$ 4.843.031,12


EEE do SU-I e SU-II – caso (A) R$ 5.035.070,38
EEE do SU-I e SU-II – caso (B) R$ 5.646.426,19
Notas:
Caso (A): capacidade igual a vazão máxima de final de plano.
Caso (B): capacidade igual ao dobro da vazão máxima de final de plano.

Tabela 4.15 – Custo das CTS.

CTS do SU-I R$ 56.903,67


CTS do SU-II e SM R$ 398.325,69

Desse modo, considerando o custo das ligações prediais, CTS, ETE e EEE em
conjunto com o custo das redes, obtemos os custo total de implantação de cada cenário,
conforme apresentado na Tabela 4.16. Resumidamente, foram comparadas 6 situações:
1. Sistema separador absoluto convencional: SSA;

117
2. Sistema unitário com apenas uma captação de tempo seco por sub-bacia e
ETE com capacidade de tratamento igual à vazão máxima de final de
plano: SU-I caso (A);
3. Sistema unitário com apenas uma captação de tempo seco por sub-bacia e
ETE com capacidade de tratamento igual ao dobro vazão máxima de final
de plano: SU-I caso (B);
4. Sistema unitário com uma captação de tempo seco por deságue e ETE
com capacidade de tratamento igual à vazão máxima de final de plano:
SU-II caso (A);
5. Sistema unitário com uma captação de tempo seco por deságue e ETE
com capacidade de tratamento igual ao dobro vazão máxima de final de
plano: SU-II caso (B);
6. Sistema misto: SM.

Tabela 4.16 – Custo total de implantação de cada cenário.

SSA R$ 159.868.736,14
SU-I – caso (A) R$ 159.296.502,26
SU-I – caso (B) R$ 178.720.618,91
SU-II – caso (A) R$ 139.330.946,96
SU-II – caso (B) R$ 158.755.063,61
SM R$ 134.433.617,21
Notas:
Caso (A): capacidade igual a vazão máxima de final de plano.
Caso (B): capacidade igual ao dobro da vazão máxima de final de plano.

4.5 Avaliação econômica


A partir da estimativa de custos dos sistemas descrita no Item 4.4, foi feita a
simulação de financiamento descrita no Item 3.5.
Os valores da prestação, amortização, taxa de juros, remuneração CAIXA e saldo
devedor de cada uma das situações estão apresentados na Tabela 4.17 a Tabela 4.22.

118
Tabela 4.17–Financiamento SSA.

Juros (tx juros + Remuneração


Ano Período Prestação Amortização Saldo devedor
tx risco) Caixa
2018 0 - - - R$ 151.875.299,33 -
2019 1 R$ 9.112.517,96 - R$ 9.112.517,96 R$ 151.875.299,33 R$ 3.037.505,99
2020 2 R$ 9.112.517,96 - R$ 9.112.517,96 R$ 151.875.299,33 R$ 3.037.505,99
2021 3 R$ 9.112.517,96 - R$ 9.112.517,96 R$ 151.875.299,33 R$ 3.037.505,99
2022 4 R$ 9.112.517,96 - R$ 9.112.517,96 R$ 151.875.299,33 R$ 3.037.505,99
2023 5 R$ 16.706.282,93 R$ 7.593.764,97 R$ 9.112.517,96 R$ 144.281.534,37 R$ 2.885.630,69
2024 6 R$ 16.250.657,03 R$ 7.593.764,97 R$ 8.656.892,06 R$ 136.687.769,40 R$ 2.733.755,39
2025 7 R$ 15.795.031,13 R$ 7.593.764,97 R$ 8.201.266,16 R$ 129.094.004,43 R$ 2.581.880,09
2026 8 R$ 15.339.405,23 R$ 7.593.764,97 R$ 7.745.640,27 R$ 121.500.239,47 R$ 2.430.004,79
2027 9 R$ 14.883.779,33 R$ 7.593.764,97 R$ 7.290.014,37 R$ 113.906.474,50 R$ 2.278.129,49
2028 10 R$ 14.428.153,44 R$ 7.593.764,97 R$ 6.834.388,47 R$ 106.312.709,53 R$ 2.126.254,19
2029 11 R$ 13.972.527,54 R$ 7.593.764,97 R$ 6.378.762,57 R$ 98.718.944,57 R$ 1.974.378,89
2030 12 R$ 13.516.901,64 R$ 7.593.764,97 R$ 5.923.136,67 R$ 91.125.179,60 R$ 1.822.503,59
2031 13 R$ 13.061.275,74 R$ 7.593.764,97 R$ 5.467.510,78 R$ 83.531.414,63 R$ 1.670.628,29
2032 14 R$ 12.605.649,84 R$ 7.593.764,97 R$ 5.011.884,88 R$ 75.937.649,67 R$ 1.518.752,99
2033 15 R$ 12.150.023,95 R$ 7.593.764,97 R$ 4.556.258,98 R$ 68.343.884,70 R$ 1.366.877,69
2034 16 R$ 11.694.398,05 R$ 7.593.764,97 R$ 4.100.633,08 R$ 60.750.119,73 R$ 1.215.002,39
2035 17 R$ 11.238.772,15 R$ 7.593.764,97 R$ 3.645.007,18 R$ 53.156.354,77 R$ 1.063.127,10
2036 18 R$ 10.783.146,25 R$ 7.593.764,97 R$ 3.189.381,29 R$ 45.562.589,80 R$ 911.251,80
2037 19 R$ 10.327.520,35 R$ 7.593.764,97 R$ 2.733.755,39 R$ 37.968.824,83 R$ 759.376,50
2038 20 R$ 9.871.894,46 R$ 7.593.764,97 R$ 2.278.129,49 R$ 30.375.059,87 R$ 607.501,20
2039 21 R$ 9.416.268,56 R$ 7.593.764,97 R$ 1.822.503,59 R$ 22.781.294,90 R$ 455.625,90
2040 22 R$ 8.960.642,66 R$ 7.593.764,97 R$ 1.366.877,69 R$ 15.187.529,93 R$ 303.750,60
2041 23 R$ 8.505.016,76 R$ 7.593.764,97 R$ 911.251,80 R$ 7.593.764,97 R$ 151.875,30
2042 24 R$ 8.049.390,86 R$ 7.593.764,97 R$ 455.625,90 R$ - R$ -

119
Tabela 4.18 – Financiamento do SU-I caso (A).

Juros (tx juros + Remuneração


Ano Período Prestação Amortização Saldo devedor
tx risco) Caixa

2018 0 - - - R$ 151.331.677,15 -
2019 1 R$ 9.079.900,63 - R$ 9.079.900,63 R$ 151.331.677,15 R$ 3.026.633,54
2020 2 R$ 9.079.900,63 - R$ 9.079.900,63 R$ 151.331.677,15 R$ 3.026.633,54
2021 3 R$ 9.079.900,63 - R$ 9.079.900,63 R$ 151.331.677,15 R$ 3.026.633,54
2022 4 R$ 9.079.900,63 - R$ 9.079.900,63 R$ 151.331.677,15 R$ 3.026.633,54
2023 5 R$ 16.646.484,49 R$ 7.566.583,86 R$ 9.079.900,63 R$ 143.765.093,29 R$ 2.875.301,87
2024 6 R$ 16.192.489,45 R$ 7.566.583,86 R$ 8.625.905,60 R$ 136.198.509,43 R$ 2.723.970,19
2025 7 R$ 15.738.494,42 R$ 7.566.583,86 R$ 8.171.910,57 R$ 128.631.925,58 R$ 2.572.638,51
2026 8 R$ 15.284.499,39 R$ 7.566.583,86 R$ 7.717.915,53 R$ 121.065.341,72 R$ 2.421.306,83
2027 9 R$ 14.830.504,36 R$ 7.566.583,86 R$ 7.263.920,50 R$ 113.498.757,86 R$ 2.269.975,16
2028 10 R$ 14.376.509,33 R$ 7.566.583,86 R$ 6.809.925,47 R$ 105.932.174,00 R$ 2.118.643,48
2029 11 R$ 13.922.514,30 R$ 7.566.583,86 R$ 6.355.930,44 R$ 98.365.590,15 R$ 1.967.311,80
2030 12 R$ 13.468.519,27 R$ 7.566.583,86 R$ 5.901.935,41 R$ 90.799.006,29 R$ 1.815.980,13
2031 13 R$ 13.014.524,23 R$ 7.566.583,86 R$ 5.447.940,38 R$ 83.232.422,43 R$ 1.664.648,45
2032 14 R$ 12.560.529,20 R$ 7.566.583,86 R$ 4.993.945,35 R$ 75.665.838,57 R$ 1.513.316,77
2033 15 R$ 12.106.534,17 R$ 7.566.583,86 R$ 4.539.950,31 R$ 68.099.254,72 R$ 1.361.985,09
2034 16 R$ 11.652.539,14 R$ 7.566.583,86 R$ 4.085.955,28 R$ 60.532.670,86 R$ 1.210.653,42
2035 17 R$ 11.198.544,11 R$ 7.566.583,86 R$ 3.631.960,25 R$ 52.966.087,00 R$ 1.059.321,74
2036 18 R$ 10.744.549,08 R$ 7.566.583,86 R$ 3.177.965,22 R$ 45.399.503,14 R$ 907.990,06
2037 19 R$ 10.290.554,05 R$ 7.566.583,86 R$ 2.723.970,19 R$ 37.832.919,29 R$ 756.658,39
2038 20 R$ 9.836.559,01 R$ 7.566.583,86 R$ 2.269.975,16 R$ 30.266.335,43 R$ 605.326,71
2039 21 R$ 9.382.563,98 R$ 7.566.583,86 R$ 1.815.980,13 R$ 22.699.751,57 R$ 453.995,03
2040 22 R$ 8.928.568,95 R$ 7.566.583,86 R$ 1.361.985,09 R$ 15.133.167,71 R$ 302.663,35
2041 23 R$ 8.474.573,92 R$ 7.566.583,86 R$ 907.990,06 R$ 7.566.583,86 R$ 151.331,68
2042 24 R$ 8.020.578,89 R$ 7.566.583,86 R$ 453.995,03 R$ - R$ -

120
Tabela 4.19 – Financiamento do SU-I caso (B).

Juros (tx juros + Remuneração


Ano Período Prestação Amortização Saldo devedor
tx risco) Caixa

2018 0 - - - R$ 169.784.587,97 -
2019 1 R$ 10.187.075,28 - R$ 10.187.075,28 R$ 169.784.587,97 R$ 3.395.691,76
2020 2 R$ 10.187.075,28 - R$ 10.187.075,28 R$ 169.784.587,97 R$ 3.395.691,76
2021 3 R$ 10.187.075,28 - R$ 10.187.075,28 R$ 169.784.587,97 R$ 3.395.691,76
2022 4 R$ 10.187.075,28 - R$ 10.187.075,28 R$ 169.784.587,97 R$ 3.395.691,76
2023 5 R$ 18.676.304,68 R$ 8.489.229,40 R$ 10.187.075,28 R$ 161.295.358,57 R$ 3.225.907,17
2024 6 R$ 18.166.950,91 R$ 8.489.229,40 R$ 9.677.721,51 R$ 152.806.129,17 R$ 3.056.122,58
2025 7 R$ 17.657.597,15 R$ 8.489.229,40 R$ 9.168.367,75 R$ 144.316.899,77 R$ 2.886.338,00
2026 8 R$ 17.148.243,38 R$ 8.489.229,40 R$ 8.659.013,99 R$ 135.827.670,38 R$ 2.716.553,41
2027 9 R$ 16.638.889,62 R$ 8.489.229,40 R$ 8.149.660,22 R$ 127.338.440,98 R$ 2.546.768,82
2028 10 R$ 16.129.535,86 R$ 8.489.229,40 R$ 7.640.306,46 R$ 118.849.211,58 R$ 2.376.984,23
2029 11 R$ 15.620.182,09 R$ 8.489.229,40 R$ 7.130.952,69 R$ 110.359.982,18 R$ 2.207.199,64
2030 12 R$ 15.110.828,33 R$ 8.489.229,40 R$ 6.621.598,93 R$ 101.870.752,78 R$ 2.037.415,06
2031 13 R$ 14.601.474,57 R$ 8.489.229,40 R$ 6.112.245,17 R$ 93.381.523,38 R$ 1.867.630,47
2032 14 R$ 14.092.120,80 R$ 8.489.229,40 R$ 5.602.891,40 R$ 84.892.293,98 R$ 1.697.845,88
2033 15 R$ 13.582.767,04 R$ 8.489.229,40 R$ 5.093.537,64 R$ 76.403.064,59 R$ 1.528.061,29
2034 16 R$ 13.073.413,27 R$ 8.489.229,40 R$ 4.584.183,88 R$ 67.913.835,19 R$ 1.358.276,70
2035 17 R$ 12.564.059,51 R$ 8.489.229,40 R$ 4.074.830,11 R$ 59.424.605,79 R$ 1.188.492,12
2036 18 R$ 12.054.705,75 R$ 8.489.229,40 R$ 3.565.476,35 R$ 50.935.376,39 R$ 1.018.707,53
2037 19 R$ 11.545.351,98 R$ 8.489.229,40 R$ 3.056.122,58 R$ 42.446.146,99 R$ 848.922,94
2038 20 R$ 11.035.998,22 R$ 8.489.229,40 R$ 2.546.768,82 R$ 33.956.917,59 R$ 679.138,35
2039 21 R$ 10.526.644,45 R$ 8.489.229,40 R$ 2.037.415,06 R$ 25.467.688,20 R$ 509.353,76
2040 22 R$ 10.017.290,69 R$ 8.489.229,40 R$ 1.528.061,29 R$ 16.978.458,80 R$ 339.569,18
2041 23 R$ 9.507.936,93 R$ 8.489.229,40 R$ 1.018.707,53 R$ 8.489.229,40 R$ 169.784,59
2042 24 R$ 8.998.583,16 R$ 8.489.229,40 R$ 509.353,76 R$ - R$ -

121
Tabela 4.20 – Financiamento do SU-II caso (A).

Juros (tx juros + Remuneração


Ano Período Prestação Amortização Saldo devedor
tx risco) Caixa

2018 0 - - - R$ 132.364.399,61 -
2019 1 R$ 7.941.863,98 - R$ 7.941.863,98 R$ 132.364.399,61 R$ 2.647.287,99
2020 2 R$ 7.941.863,98 - R$ 7.941.863,98 R$ 132.364.399,61 R$ 2.647.287,99
2021 3 R$ 7.941.863,98 - R$ 7.941.863,98 R$ 132.364.399,61 R$ 2.647.287,99
2022 4 R$ 7.941.863,98 - R$ 7.941.863,98 R$ 132.364.399,61 R$ 2.647.287,99
2023 5 R$ 14.560.083,96 R$ 6.618.219,98 R$ 7.941.863,98 R$ 125.746.179,63 R$ 2.514.923,59
2024 6 R$ 14.162.990,76 R$ 6.618.219,98 R$ 7.544.770,78 R$ 119.127.959,65 R$ 2.382.559,19
2025 7 R$ 13.765.897,56 R$ 6.618.219,98 R$ 7.147.677,58 R$ 112.509.739,67 R$ 2.250.194,79
2026 8 R$ 13.368.804,36 R$ 6.618.219,98 R$ 6.750.584,38 R$ 105.891.519,69 R$ 2.117.830,39
2027 9 R$ 12.971.711,16 R$ 6.618.219,98 R$ 6.353.491,18 R$ 99.273.299,71 R$ 1.985.465,99
2028 10 R$ 12.574.617,96 R$ 6.618.219,98 R$ 5.956.397,98 R$ 92.655.079,73 R$ 1.853.101,59
2029 11 R$ 12.177.524,76 R$ 6.618.219,98 R$ 5.559.304,78 R$ 86.036.859,75 R$ 1.720.737,19
2030 12 R$ 11.780.431,57 R$ 6.618.219,98 R$ 5.162.211,58 R$ 79.418.639,77 R$ 1.588.372,80
2031 13 R$ 11.383.338,37 R$ 6.618.219,98 R$ 4.765.118,39 R$ 72.800.419,78 R$ 1.456.008,40
2032 14 R$ 10.986.245,17 R$ 6.618.219,98 R$ 4.368.025,19 R$ 66.182.199,80 R$ 1.323.644,00
2033 15 R$ 10.589.151,97 R$ 6.618.219,98 R$ 3.970.931,99 R$ 59.563.979,82 R$ 1.191.279,60
2034 16 R$ 10.192.058,77 R$ 6.618.219,98 R$ 3.573.838,79 R$ 52.945.759,84 R$ 1.058.915,20
2035 17 R$ 9.794.965,57 R$ 6.618.219,98 R$ 3.176.745,59 R$ 46.327.539,86 R$ 926.550,80
2036 18 R$ 9.397.872,37 R$ 6.618.219,98 R$ 2.779.652,39 R$ 39.709.319,88 R$ 794.186,40
2037 19 R$ 9.000.779,17 R$ 6.618.219,98 R$ 2.382.559,19 R$ 33.091.099,90 R$ 661.822,00
2038 20 R$ 8.603.685,97 R$ 6.618.219,98 R$ 1.985.465,99 R$ 26.472.879,92 R$ 529.457,60
2039 21 R$ 8.206.592,78 R$ 6.618.219,98 R$ 1.588.372,80 R$ 19.854.659,94 R$ 397.093,20
2040 22 R$ 7.809.499,58 R$ 6.618.219,98 R$ 1.191.279,60 R$ 13.236.439,96 R$ 264.728,80
2041 23 R$ 7.412.406,38 R$ 6.618.219,98 R$ 794.186,40 R$ 6.618.219,98 R$ 132.364,40
2042 24 R$ 7.015.313,18 R$ 6.618.219,98 R$ 397.093,20 R$ - R$ -

122
Tabela 4.21 – Financiamento do SU-II caso (B).

Juros (tx juros + Remuneração


Ano Período Prestação Amortização Saldo devedor
tx risco) Caixa

2018 0 - - - R$ 150.817.310,43 -
2019 1 R$ 9.049.038,63 - R$ 9.049.038,63 R$ 150.817.310,43 R$ 3.016.346,21
2020 2 R$ 9.049.038,63 - R$ 9.049.038,63 R$ 150.817.310,43 R$ 3.016.346,21
2021 3 R$ 9.049.038,63 - R$ 9.049.038,63 R$ 150.817.310,43 R$ 3.016.346,21
2022 4 R$ 9.049.038,63 - R$ 9.049.038,63 R$ 150.817.310,43 R$ 3.016.346,21
2023 5 R$ 16.589.904,15 R$ 7.540.865,52 R$ 9.049.038,63 R$ 143.276.444,91 R$ 2.865.528,90
2024 6 R$ 16.137.452,22 R$ 7.540.865,52 R$ 8.596.586,69 R$ 135.735.579,39 R$ 2.714.711,59
2025 7 R$ 15.685.000,28 R$ 7.540.865,52 R$ 8.144.134,76 R$ 128.194.713,87 R$ 2.563.894,28
2026 8 R$ 15.232.548,35 R$ 7.540.865,52 R$ 7.691.682,83 R$ 120.653.848,34 R$ 2.413.076,97
2027 9 R$ 14.780.096,42 R$ 7.540.865,52 R$ 7.239.230,90 R$ 113.112.982,82 R$ 2.262.259,66
2028 10 R$ 14.327.644,49 R$ 7.540.865,52 R$ 6.786.778,97 R$ 105.572.117,30 R$ 2.111.442,35
2029 11 R$ 13.875.192,56 R$ 7.540.865,52 R$ 6.334.327,04 R$ 98.031.251,78 R$ 1.960.625,04
2030 12 R$ 13.422.740,63 R$ 7.540.865,52 R$ 5.881.875,11 R$ 90.490.386,26 R$ 1.809.807,73
2031 13 R$ 12.970.288,70 R$ 7.540.865,52 R$ 5.429.423,18 R$ 82.949.520,74 R$ 1.658.990,41
2032 14 R$ 12.517.836,77 R$ 7.540.865,52 R$ 4.976.971,24 R$ 75.408.655,21 R$ 1.508.173,10
2033 15 R$ 12.065.384,83 R$ 7.540.865,52 R$ 4.524.519,31 R$ 67.867.789,69 R$ 1.357.355,79
2034 16 R$ 11.612.932,90 R$ 7.540.865,52 R$ 4.072.067,38 R$ 60.326.924,17 R$ 1.206.538,48
2035 17 R$ 11.160.480,97 R$ 7.540.865,52 R$ 3.619.615,45 R$ 52.786.058,65 R$ 1.055.721,17
2036 18 R$ 10.708.029,04 R$ 7.540.865,52 R$ 3.167.163,52 R$ 45.245.193,13 R$ 904.903,86
2037 19 R$ 10.255.577,11 R$ 7.540.865,52 R$ 2.714.711,59 R$ 37.704.327,61 R$ 754.086,55
2038 20 R$ 9.803.125,18 R$ 7.540.865,52 R$ 2.262.259,66 R$ 30.163.462,09 R$ 603.269,24
2039 21 R$ 9.350.673,25 R$ 7.540.865,52 R$ 1.809.807,73 R$ 22.622.596,56 R$ 452.451,93
2040 22 R$ 8.898.221,32 R$ 7.540.865,52 R$ 1.357.355,79 R$ 15.081.731,04 R$ 301.634,62
2041 23 R$ 8.445.769,38 R$ 7.540.865,52 R$ 904.903,86 R$ 7.540.865,52 R$ 150.817,31
2042 24 R$ 7.993.317,45 R$ 7.540.865,52 R$ 452.451,93 R$ - R$ -

123
Tabela 4.22 – Financiamento do SM.

Juros (tx juros + Remuneração


Ano Período Prestação Amortização Saldo devedor
tx risco) Caixa

2018 0 - - - R$ 127.711.936,35 -
2019 1 R$ 7.662.716,18 - R$ 7.662.716,18 R$ 127.711.936,35 R$ 2.554.238,73
2020 2 R$ 7.662.716,18 - R$ 7.662.716,18 R$ 127.711.936,35 R$ 2.554.238,73
2021 3 R$ 7.662.716,18 - R$ 7.662.716,18 R$ 127.711.936,35 R$ 2.554.238,73
2022 4 R$ 7.662.716,18 - R$ 7.662.716,18 R$ 127.711.936,35 R$ 2.554.238,73
2023 5 R$ 14.048.313,00 R$ 6.385.596,82 R$ 7.662.716,18 R$ 121.326.339,53 R$ 2.426.526,79
2024 6 R$ 13.665.177,19 R$ 6.385.596,82 R$ 7.279.580,37 R$ 114.940.742,71 R$ 2.298.814,85
2025 7 R$ 13.282.041,38 R$ 6.385.596,82 R$ 6.896.444,56 R$ 108.555.145,90 R$ 2.171.102,92
2026 8 R$ 12.898.905,57 R$ 6.385.596,82 R$ 6.513.308,75 R$ 102.169.549,08 R$ 2.043.390,98
2027 9 R$ 12.515.769,76 R$ 6.385.596,82 R$ 6.130.172,94 R$ 95.783.952,26 R$ 1.915.679,05
2028 10 R$ 12.132.633,95 R$ 6.385.596,82 R$ 5.747.037,14 R$ 89.398.355,44 R$ 1.787.967,11
2029 11 R$ 11.749.498,14 R$ 6.385.596,82 R$ 5.363.901,33 R$ 83.012.758,63 R$ 1.660.255,17
2030 12 R$ 11.366.362,33 R$ 6.385.596,82 R$ 4.980.765,52 R$ 76.627.161,81 R$ 1.532.543,24
2031 13 R$ 10.983.226,53 R$ 6.385.596,82 R$ 4.597.629,71 R$ 70.241.564,99 R$ 1.404.831,30
2032 14 R$ 10.600.090,72 R$ 6.385.596,82 R$ 4.214.493,90 R$ 63.855.968,17 R$ 1.277.119,36
2033 15 R$ 10.216.954,91 R$ 6.385.596,82 R$ 3.831.358,09 R$ 57.470.371,36 R$ 1.149.407,43
2034 16 R$ 9.833.819,10 R$ 6.385.596,82 R$ 3.448.222,28 R$ 51.084.774,54 R$ 1.021.695,49
2035 17 R$ 9.450.683,29 R$ 6.385.596,82 R$ 3.065.086,47 R$ 44.699.177,72 R$ 893.983,55
2036 18 R$ 9.067.547,48 R$ 6.385.596,82 R$ 2.681.950,66 R$ 38.313.580,90 R$ 766.271,62
2037 19 R$ 8.684.411,67 R$ 6.385.596,82 R$ 2.298.814,85 R$ 31.927.984,09 R$ 638.559,68
2038 20 R$ 8.301.275,86 R$ 6.385.596,82 R$ 1.915.679,05 R$ 25.542.387,27 R$ 510.847,75
2039 21 R$ 7.918.140,05 R$ 6.385.596,82 R$ 1.532.543,24 R$ 19.156.790,45 R$ 383.135,81
2040 22 R$ 7.535.004,24 R$ 6.385.596,82 R$ 1.149.407,43 R$ 12.771.193,63 R$ 255.423,87
2041 23 R$ 7.151.868,44 R$ 6.385.596,82 R$ 766.271,62 R$ 6.385.596,82 R$ 127.711,94
2042 24 R$ 6.768.732,63 R$ 6.385.596,82 R$ 383.135,81 R$ - R$ -

124
No que concerne aos custos de manutenção, os mesmos foram divididos em:
 Custo de manutenção de ETE: equivalente a R$0,34 por m³ tratado. Este
valor foi divulgado pela Companhia de Saneamento do Paraná
(SANEPAR) em 2013 e corrigidos pelo índice IPCA-E;
 Custo anual de manutenção da rede de drenagem: de acordo com Tucci
(2005), corresponde a 5% do valor da implantação;
 Custo de manutenção de rede de esgotamento sanitário: equivalente a R$
0,51 por m³ coletado. Este valor foi divulgado pela SANEPAR em 2013 e
corrigidos pelo índice IPCA-E.
O valor do orçamento municipal, igual a R$ 6.346.350,00, considera a utilização
de 47,01% do orçamento anual da Secretaria Municipal de Obras, Serviços Públicos e
Defesa Civil, sem considerar os gastos administrativos (MESQUITA, 2017a). Esse
percentual representa os habitantes da bacia em relação à população municipal. O valor
arrecadado com a tarifa foi fornecido pela CEDAE no último Diagnóstico dos Serviços
de Água e Esgoto, e é igual a R$ 4,59 por m³ coletado (SNIS, 2017). Por fim, foram
definidas as etapas de implantação dos sistemas, tendo como meta a conclusão de 5%
do empreendimento a cada ano.
As Tabela 4.23 a Tabela 4.28 contém os dados de fluxo de caixa e VP para cada
um dos cenários supracitados. Os valores das TIR estão dispostos na Tabela 4.29.

125
Tabela 4.23 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SSA.
Percentual de População Investimento Pagamento do
Ano Despesas totais Receitas totais Fluxo de caixa VP
implantação atendida Inicial Financiamento
2018 0% 0 R$ 7.993.436,81 R$ - R$ 7.993.436,81 R$ 6.346.350,00 -R$ 1.647.086,81 -R$ 1.647.086,81
2019 5% 4051 R$ - R$ 12.150.023,95 R$ 12.516.491,14 R$ 7.432.223,91 -R$ 5.084.267,23 -R$ 4.887.760,06
2020 10% 8123 R$ - R$ 12.150.023,95 R$ 12.884.004,07 R$ 8.523.744,80 -R$ 4.360.259,27 -R$ 4.029.724,29
2021 15% 12216 R$ - R$ 12.150.023,95 R$ 13.252.566,81 R$ 9.620.934,68 -R$ 3.631.632,13 -R$ 3.226.609,28
2022 20% 16330 R$ - R$ 12.150.023,95 R$ 13.622.183,46 R$ 10.723.815,66 -R$ 2.898.367,80 -R$ 2.475.594,64
2023 25% 20466 R$ - R$ 19.591.913,61 R$ 21.434.747,79 R$ 11.832.409,92 -R$ 9.602.337,88 -R$ 7.884.688,33
2024 30% 24623 R$ - R$ 18.984.412,42 R$ 21.198.983,40 R$ 12.946.739,70 -R$ 8.252.243,69 -R$ 6.514.200,20
2025 35% 28802 R$ - R$ 18.376.911,22 R$ 20.964.285,27 R$ 14.066.827,36 -R$ 6.897.457,91 -R$ 5.234.312,24
2026 40% 33002 R$ - R$ 17.769.410,02 R$ 20.730.657,56 R$ 15.192.695,28 -R$ 5.537.962,29 -R$ 4.040.192,61
2027 45% 37224 R$ - R$ 17.161.908,82 R$ 20.498.104,44 R$ 16.324.365,96 -R$ 4.173.738,48 -R$ 2.927.243,29
2028 50% 41467 R$ - R$ 16.554.407,63 R$ 20.266.630,09 R$ 17.461.861,96 -R$ 2.804.768,12 -R$ 1.891.089,39
2029 55% 45732 R$ - R$ 15.946.906,43 R$ 20.036.238,68 R$ 18.605.205,94 -R$ 1.431.032,75 -R$ 927.568,90
2030 60% 50020 R$ - R$ 15.339.405,23 R$ 19.806.934,45 R$ 19.754.420,59 -R$ 52.513,85 -R$ 32.722,92
2031 65% 54329 R$ - R$ 14.731.904,04 R$ 19.578.721,60 R$ 20.909.528,74 R$ 1.330.807,14 R$ 797.213,69
2032 70% 58660 R$ - R$ 14.124.402,84 R$ 19.351.604,37 R$ 22.070.553,25 R$ 2.718.948,88 R$ 1.565.821,22
2033 75% 63014 R$ - R$ 13.516.901,64 R$ 19.125.587,02 R$ 23.237.517,08 R$ 4.111.930,07 R$ 2.276.503,71
2034 80% 67389 R$ - R$ 12.909.400,44 R$ 18.900.673,81 R$ 24.410.443,28 R$ 5.509.769,47 R$ 2.932.497,02
2035 85% 71787 R$ - R$ 12.301.899,25 R$ 18.676.869,02 R$ 25.589.354,95 R$ 6.912.485,93 R$ 3.536.876,71
2036 90% 76208 R$ - R$ 11.694.398,05 R$ 18.454.176,95 R$ 26.774.275,30 R$ 8.320.098,35 R$ 4.092.565,42
2037 95% 80651 R$ - R$ 11.086.896,85 R$ 18.232.601,90 R$ 27.965.227,59 R$ 9.732.625,69 R$ 4.602.340,02
2038 100% 85116 R$ - R$ 10.479.395,65 R$ 18.012.148,21 R$ 29.162.235,19 R$ 11.150.086,98 R$ 5.068.838,39
2039 100% 85116 R$ - R$ 9.871.894,46 R$ 17.404.647,01 R$ 29.162.235,19 R$ 11.757.588,18 R$ 5.138.424,07
2040 100% 85116 R$ - R$ 9.264.393,26 R$ 16.797.145,82 R$ 29.162.235,19 R$ 12.365.089,38 R$ 5.195.058,81
2041 100% 85116 R$ - R$ 8.656.892,06 R$ 16.189.644,62 R$ 29.162.235,19 R$ 12.972.590,58 R$ 5.239.639,77
2042 100% 85116 R$ - R$ 8.049.390,86 R$ 15.582.143,42 R$ 29.162.235,19 R$ 13.580.091,77 R$ 5.273.014,10

126
Tabela 4.24 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SU-I caso (A).

Percentual de População Investimento Pagamento do


Ano Despesas totais Receitas totais Fluxo de caixa VP
implantação atendida Inicial Financiamento

2018 0% 0 R$ 7.964.825,11 R$ - R$ 7.964.825,11 R$ 6.346.350,00 -R$ 1.618.475,11 -R$ 1.618.475,11


2019 5% 4051 R$ - R$ 12.106.534,17 R$ 12.440.790,26 R$ 7.703.692,39 -R$ 4.737.097,87 -R$ 4.259.118,82
2020 10% 8123 R$ - R$ 12.106.534,17 R$ 12.775.569,21 R$ 9.068.093,50 -R$ 3.707.475,71 -R$ 2.997.043,96
2021 15% 12216 R$ - R$ 12.106.534,17 R$ 13.110.873,07 R$ 10.439.580,85 -R$ 2.671.292,22 -R$ 1.941.527,73
2022 20% 16330 R$ - R$ 12.106.534,17 R$ 13.446.703,88 R$ 11.818.182,07 -R$ 1.628.521,81 -R$ 1.064.199,81
2023 25% 20466 R$ - R$ 19.521.786,35 R$ 21.198.315,88 R$ 13.203.924,90 -R$ 7.994.390,99 -R$ 4.697.019,70
2024 30% 24623 R$ - R$ 18.916.459,64 R$ 20.929.880,06 R$ 14.596.837,13 -R$ 6.333.042,93 -R$ 3.345.467,60
2025 35% 28802 R$ - R$ 18.311.132,93 R$ 20.661.977,38 R$ 15.996.946,69 -R$ 4.665.030,69 -R$ 2.215.676,24
2026 40% 33002 R$ - R$ 17.705.806,23 R$ 20.394.609,90 R$ 17.404.281,60 -R$ 2.990.328,31 -R$ 1.276.962,28
2027 45% 37224 R$ - R$ 17.100.479,52 R$ 20.127.779,72 R$ 18.818.869,95 -R$ 1.308.909,77 -R$ 502.546,56
2028 50% 41467 R$ - R$ 16.495.152,81 R$ 19.861.488,92 R$ 20.240.739,96 R$ 379.251,03 R$ 130.918,42
2029 55% 45732 R$ - R$ 15.889.826,10 R$ 19.595.739,60 R$ 21.669.919,92 R$ 2.074.180,32 R$ 643.765,80
2030 60% 50020 R$ - R$ 15.284.499,39 R$ 19.330.533,86 R$ 23.106.438,24 R$ 3.775.904,38 R$ 1.053.682,53
2031 65% 54329 R$ - R$ 14.679.172,68 R$ 19.065.873,81 R$ 24.550.323,42 R$ 5.484.449,61 R$ 1.376.034,25
2032 70% 58660 R$ - R$ 14.073.845,97 R$ 18.801.761,58 R$ 26.001.604,06 R$ 7.199.842,48 R$ 1.624.151,69
2033 75% 63014 R$ - R$ 13.468.519,27 R$ 18.538.199,28 R$ 27.460.308,86 R$ 8.922.109,57 R$ 1.809.583,15
2034 80% 67389 R$ - R$ 12.863.192,56 R$ 18.275.189,05 R$ 28.926.466,60 R$ 10.651.277,54 R$ 1.942.316,91
2035 85% 71787 R$ - R$ 12.257.865,85 R$ 18.012.733,04 R$ 30.400.106,19 R$ 12.387.373,15 R$ 2.030.977,02
2036 90% 76208 R$ - R$ 11.652.539,14 R$ 17.750.833,38 R$ 31.881.256,62 R$ 14.130.423,24 R$ 2.082.995,63
2037 95% 80651 R$ - R$ 11.047.212,43 R$ 17.489.492,24 R$ 33.369.946,99 R$ 15.880.454,75 R$ 2.104.764,57
2038 100% 85116 R$ - R$ 10.441.885,72 R$ 17.228.711,77 R$ 34.866.206,49 R$ 17.637.494,72 R$ 2.101.768,53
2039 100% 85116 R$ - R$ 9.836.559,01 R$ 16.623.385,06 R$ 34.866.206,49 R$ 18.242.821,43 R$ 1.954.552,75
2040 100% 85116 R$ - R$ 9.231.232,31 R$ 16.018.058,35 R$ 34.866.206,49 R$ 18.848.148,14 R$ 1.815.647,24
2041 100% 85116 R$ - R$ 8.625.905,60 R$ 15.412.731,64 R$ 34.866.206,49 R$ 19.453.474,85 R$ 1.684.873,79
2042 100% 85116 R$ - R$ 8.020.578,89 R$ 14.807.404,94 R$ 34.866.206,49 R$ 20.058.801,56 R$ 1.562.005,53

127
Tabela 4.25 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SU-I caso (B).

Percentual de População Investimento Pagamento do


Ano Despesas totais Receitas totais Fluxo de caixa VP
implantação atendida Inicial Financiamento

2018 0% 0 R$ 8.936.030,95 R$ - R$ 8.936.030,95 R$ 6.346.350,00 -R$ 2.589.680,95 -R$ 2.589.680,95


2019 5% 4051 R$ - R$ 13.582.767,04 R$ 14.017.567,00 R$ 7.703.692,39 -R$ 6.313.874,61 -R$ 6.015.210,89
2020 10% 8123 R$ - R$ 13.582.767,04 R$ 14.453.412,70 R$ 9.068.093,50 -R$ 5.385.319,21 -R$ 4.887.888,16
2021 15% 12216 R$ - R$ 13.582.767,04 R$ 14.890.308,22 R$ 10.439.580,85 -R$ 4.450.727,37 -R$ 3.848.537,36
2022 20% 16330 R$ - R$ 13.582.767,04 R$ 15.328.257,64 R$ 11.818.182,07 -R$ 3.510.075,57 -R$ 2.891.585,82
2023 25% 20466 R$ - R$ 21.902.211,85 R$ 24.086.709,89 R$ 13.203.924,90 -R$ 10.882.785,00 -R$ 8.541.115,09
2024 30% 24623 R$ - R$ 21.223.073,50 R$ 23.847.641,11 R$ 14.596.837,13 -R$ 9.250.803,98 -R$ 6.916.858,77
2025 35% 28802 R$ - R$ 20.543.935,14 R$ 23.609.638,60 R$ 15.996.946,69 -R$ 7.612.691,91 -R$ 5.422.787,52
2026 40% 33002 R$ - R$ 19.864.796,79 R$ 23.372.706,51 R$ 17.404.281,60 -R$ 5.968.424,92 -R$ 4.050.409,88
2027 45% 37224 R$ - R$ 19.185.658,44 R$ 23.136.849,01 R$ 18.818.869,95 -R$ 4.317.979,06 -R$ 2.791.738,12
2028 50% 41467 R$ - R$ 18.506.520,09 R$ 22.902.070,27 R$ 20.240.739,96 -R$ 2.661.330,32 -R$ 1.639.259,96
2029 55% 45732 R$ - R$ 17.827.381,74 R$ 22.668.374,49 R$ 21.669.919,92 -R$ 998.454,57 -R$ 585.911,82
2030 60% 50020 R$ - R$ 17.148.243,38 R$ 22.435.765,87 R$ 23.106.438,24 R$ 670.672,37 R$ 374.946,47
2031 65% 54329 R$ - R$ 16.469.105,03 R$ 22.204.248,64 R$ 24.550.323,42 R$ 2.346.074,78 R$ 1.249.555,69
2032 70% 58660 R$ - R$ 15.789.966,68 R$ 21.973.827,03 R$ 26.001.604,06 R$ 4.027.777,03 R$ 2.043.779,74
2033 75% 63014 R$ - R$ 15.110.828,33 R$ 21.744.505,30 R$ 27.460.308,86 R$ 5.715.803,56 R$ 2.763.127,14
2034 80% 67389 R$ - R$ 14.431.689,98 R$ 21.516.287,70 R$ 28.926.466,60 R$ 7.410.178,89 R$ 3.412.771,18
2035 85% 71787 R$ - R$ 13.752.551,63 R$ 21.289.178,53 R$ 30.400.106,19 R$ 9.110.927,66 R$ 3.997.569,12
2036 90% 76208 R$ - R$ 13.073.413,27 R$ 21.063.182,08 R$ 31.881.256,62 R$ 10.818.074,54 R$ 4.522.080,17
2037 95% 80651 R$ - R$ 12.394.274,92 R$ 20.838.302,65 R$ 33.369.946,99 R$ 12.531.644,34 R$ 4.990.582,67
2038 100% 85116 R$ - R$ 11.715.136,57 R$ 20.614.544,58 R$ 34.866.206,49 R$ 14.251.661,91 R$ 5.407.090,14
2039 100% 85116 R$ - R$ 11.035.998,22 R$ 19.935.406,23 R$ 34.866.206,49 R$ 14.930.800,27 R$ 5.396.797,08
2040 100% 85116 R$ - R$ 10.356.859,87 R$ 19.256.267,88 R$ 34.866.206,49 R$ 15.609.938,62 R$ 5.375.379,16
2041 100% 85116 R$ - R$ 9.677.721,51 R$ 18.577.129,52 R$ 34.866.206,49 R$ 16.289.076,97 R$ 5.343.911,88
2042 100% 85116 R$ - R$ 8.998.583,16 R$ 17.897.991,17 R$ 34.866.206,49 R$ 16.968.215,32 R$ 5.303.393,90

128
Tabela 4.26 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SU-II caso (A).

Percentual de População Investimento Pagamento do


Ano Despesas totais Receitas totais Fluxo de caixa VP
implantação atendida Inicial Financiamento

2018 0% 0 R$ 6.966.547,35 R$ - R$ 6.966.547,35 R$ 6.346.350,00 -R$ 620.197,35 -R$ 620.197,35


2019 5% 4051 R$ - R$ 10.589.151,97 R$ 10.873.494,17 R$ 7.703.692,39 -R$ 3.169.801,78 -R$ 2.652.099,71
2020 10% 8123 R$ - R$ 10.589.151,97 R$ 11.158.359,23 R$ 9.068.093,50 -R$ 2.090.265,73 -R$ 1.463.244,80
2021 15% 12216 R$ - R$ 10.589.151,97 R$ 11.443.749,20 R$ 10.439.580,85 -R$ 1.004.168,35 -R$ 588.138,71
2022 20% 16330 R$ - R$ 10.589.151,97 R$ 11.729.666,13 R$ 11.818.182,07 R$ 88.515,95 R$ 43.376,30
2023 25% 20466 R$ - R$ 17.075.007,55 R$ 18.501.967,64 R$ 13.203.924,90 -R$ 5.298.042,74 -R$ 2.172.221,86
2024 30% 24623 R$ - R$ 16.545.549,95 R$ 18.259.487,04 R$ 14.596.837,13 -R$ 3.662.649,91 -R$ 1.256.440,35
2025 35% 28802 R$ - R$ 16.016.092,35 R$ 18.017.539,58 R$ 15.996.946,69 -R$ 2.020.592,89 -R$ 579.939,96
2026 40% 33002 R$ - R$ 15.486.634,75 R$ 17.776.127,33 R$ 17.404.281,60 -R$ 371.845,73 -R$ 89.294,51
2027 45% 37224 R$ - R$ 14.957.177,16 R$ 17.535.252,37 R$ 18.818.869,95 R$ 1.283.617,58 R$ 257.902,38
2028 50% 41467 R$ - R$ 14.427.719,56 R$ 17.294.916,79 R$ 20.240.739,96 R$ 2.945.823,17 R$ 495.203,97
2029 55% 45732 R$ - R$ 13.898.261,96 R$ 17.055.122,69 R$ 21.669.919,92 R$ 4.614.797,23 R$ 649.064,43
2030 60% 50020 R$ - R$ 13.368.804,36 R$ 16.815.872,17 R$ 23.106.438,24 R$ 6.290.566,07 R$ 740.257,24
2031 65% 54329 R$ - R$ 12.839.346,76 R$ 16.577.167,35 R$ 24.550.323,42 R$ 7.973.156,08 R$ 785.020,40
2032 70% 58660 R$ - R$ 12.309.889,16 R$ 16.339.010,33 R$ 26.001.604,06 R$ 9.662.593,73 R$ 795.979,98
2033 75% 63014 R$ - R$ 11.780.431,57 R$ 16.101.403,26 R$ 27.460.308,86 R$ 11.358.905,60 R$ 782.893,45
2034 80% 67389 R$ - R$ 11.250.973,97 R$ 15.864.348,25 R$ 28.926.466,60 R$ 13.062.118,35 R$ 753.247,20
2035 85% 71787 R$ - R$ 10.721.516,37 R$ 15.627.847,46 R$ 30.400.106,19 R$ 14.772.258,73 R$ 712.735,78
2036 90% 76208 R$ - R$ 10.192.058,77 R$ 15.391.903,02 R$ 31.881.256,62 R$ 16.489.353,60 R$ 665.645,55
2037 95% 80651 R$ - R$ 9.662.601,17 R$ 15.156.517,10 R$ 33.369.946,99 R$ 18.213.429,89 R$ 615.161,13
2038 100% 85116 R$ - R$ 9.133.143,57 R$ 14.921.691,85 R$ 34.866.206,49 R$ 19.944.514,64 R$ 563.609,57
2039 100% 85116 R$ - R$ 8.603.685,97 R$ 14.392.234,26 R$ 34.866.206,49 R$ 20.473.972,24 R$ 484.077,33
2040 100% 85116 R$ - R$ 8.074.228,38 R$ 13.862.776,66 R$ 34.866.206,49 R$ 21.003.429,84 R$ 415.490,02
2041 100% 85116 R$ - R$ 7.544.770,78 R$ 13.333.319,06 R$ 34.866.206,49 R$ 21.532.887,43 R$ 356.394,01
2042 100% 85116 R$ - R$ 7.015.313,18 R$ 12.803.861,46 R$ 34.866.206,49 R$ 22.062.345,03 R$ 305.518,52

129
Tabela 4.27 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SU-II caso (B).

Percentual de População Investimento Pagamento do


Ano Despesas totais Receitas totais Fluxo de caixa VP
implantação atendida Inicial Financiamento

2018 0% 0 R$ 7.937.753,18 R$ - R$ 7.937.753,18 R$ 6.346.350,00 -R$ 1.591.403,18 -R$ 1.591.403,18


2019 5% 4051 R$ - R$ 12.065.384,83 R$ 12.450.270,91 R$ 7.703.692,39 -R$ 4.746.578,52 -R$ 4.306.403,55
2020 10% 8123 R$ - R$ 12.065.384,83 R$ 12.836.202,72 R$ 9.068.093,50 -R$ 3.768.109,23 -R$ 3.101.641,46
2021 15% 12216 R$ - R$ 12.065.384,83 R$ 13.223.184,35 R$ 10.439.580,85 -R$ 2.783.603,50 -R$ 2.078.784,84
2022 20% 16330 R$ - R$ 12.065.384,83 R$ 13.611.219,89 R$ 11.818.182,07 -R$ 1.793.037,81 -R$ 1.214.858,42
2023 25% 20466 R$ - R$ 19.455.433,05 R$ 21.390.361,65 R$ 13.203.924,90 -R$ 8.186.436,75 -R$ 5.032.284,51
2024 30% 24623 R$ - R$ 18.852.163,80 R$ 21.177.248,09 R$ 14.596.837,13 -R$ 6.580.410,96 -R$ 3.669.926,35
2025 35% 28802 R$ - R$ 18.248.894,56 R$ 20.965.200,80 R$ 15.996.946,69 -R$ 4.968.254,11 -R$ 2.513.866,36
2026 40% 33002 R$ - R$ 17.645.625,32 R$ 20.754.223,94 R$ 17.404.281,60 -R$ 3.349.942,34 -R$ 1.537.835,12
2027 45% 37224 R$ - R$ 17.042.356,08 R$ 20.544.321,66 R$ 18.818.869,95 -R$ 1.725.451,71 -R$ 718.636,56
2028 50% 41467 R$ - R$ 16.439.086,84 R$ 20.335.498,14 R$ 20.240.739,96 -R$ 94.758,18 -R$ 35.806,12
2029 55% 45732 R$ - R$ 15.835.817,60 R$ 20.127.757,58 R$ 21.669.919,92 R$ 1.542.162,34 R$ 528.694,39
2030 60% 50020 R$ - R$ 15.232.548,35 R$ 19.921.104,18 R$ 23.106.438,24 R$ 3.185.334,06 R$ 990.749,01
2031 65% 54329 R$ - R$ 14.629.279,11 R$ 19.715.542,17 R$ 24.550.323,42 R$ 4.834.781,25 R$ 1.364.330,37
2032 70% 58660 R$ - R$ 14.026.009,87 R$ 19.511.075,78 R$ 26.001.604,06 R$ 6.490.528,28 R$ 1.661.716,07
2033 75% 63014 R$ - R$ 13.422.740,63 R$ 19.307.709,27 R$ 27.460.308,86 R$ 8.152.599,58 R$ 1.893.681,52
2034 80% 67389 R$ - R$ 12.819.471,39 R$ 19.105.446,90 R$ 28.926.466,60 R$ 9.821.019,70 R$ 2.069.671,72
2035 85% 71787 R$ - R$ 12.216.202,14 R$ 18.904.292,95 R$ 30.400.106,19 R$ 11.495.813,24 R$ 2.197.954,20
2036 90% 76208 R$ - R$ 11.612.932,90 R$ 18.704.251,72 R$ 31.881.256,62 R$ 13.177.004,90 R$ 2.285.755,12
2037 95% 80651 R$ - R$ 11.009.663,66 R$ 18.505.327,52 R$ 33.369.946,99 R$ 14.864.619,47 R$ 2.339.380,39
2038 100% 85116 R$ - R$ 10.406.394,42 R$ 18.307.524,66 R$ 34.866.206,49 R$ 16.558.681,83 R$ 2.364.323,32
2039 100% 85116 R$ - R$ 9.803.125,18 R$ 17.704.255,42 R$ 34.866.206,49 R$ 17.161.951,07 R$ 2.223.216,82
2040 100% 85116 R$ - R$ 9.199.855,94 R$ 17.100.986,18 R$ 34.866.206,49 R$ 17.765.220,31 R$ 2.087.948,64
2041 100% 85116 R$ - R$ 8.596.586,69 R$ 16.497.716,94 R$ 34.866.206,49 R$ 18.368.489,55 R$ 1.958.649,45
2042 100% 85116 R$ - R$ 7.993.317,45 R$ 15.894.447,70 R$ 34.866.206,49 R$ 18.971.758,80 R$ 1.835.375,45

130
Tabela 4.28 – Fluxo de caixa e Valor Presente do SM.

Percentual de População Investimento Pagamento do


Ano Despesas totais Receitas totais Fluxo de caixa VP
implantação atendida Inicial Financiamento

2018 0% 0 R$ 6.721.680,86 R$ - R$ 6.721.680,86 R$ 6.346.350,00 -R$ 375.330,86 -R$ 375.330,86


2019 5% 4051 R$ - R$ 10.216.954,91 R$ 10.478.830,57 R$ 7.432.223,91 -R$ 3.046.606,66 -R$ 2.665.851,17
2020 10% 8123 R$ - R$ 10.216.954,91 R$ 10.741.124,53 R$ 8.523.744,80 -R$ 2.217.379,74 -R$ 1.697.770,96
2021 15% 12216 R$ - R$ 10.216.954,91 R$ 11.003.838,42 R$ 9.620.934,68 -R$ 1.382.903,74 -R$ 926.510,81
2022 20% 16330 R$ - R$ 10.216.954,91 R$ 11.266.973,87 R$ 10.723.815,66 -R$ 543.158,21 -R$ 318.422,98
2023 25% 20466 R$ - R$ 16.474.839,79 R$ 17.788.417,41 R$ 11.832.409,92 -R$ 5.956.007,49 -R$ 3.055.292,54
2024 30% 24623 R$ - R$ 15.963.992,04 R$ 17.541.553,17 R$ 12.946.739,70 -R$ 4.594.813,47 -R$ 2.062.457,28
2025 35% 28802 R$ - R$ 15.453.144,30 R$ 17.295.115,44 R$ 14.066.827,36 -R$ 3.228.288,09 -R$ 1.267.969,69
2026 40% 33002 R$ - R$ 14.942.296,55 R$ 17.049.105,88 R$ 15.192.695,28 -R$ 1.856.410,60 -R$ 638.013,90
2027 45% 37224 R$ - R$ 14.431.448,81 R$ 16.803.526,16 R$ 16.324.365,96 -R$ 479.160,20 -R$ 144.097,47
2028 50% 41467 R$ - R$ 13.920.601,06 R$ 16.558.377,94 R$ 17.461.861,96 R$ 903.484,03 R$ 237.747,31
2029 55% 45732 R$ - R$ 13.409.753,32 R$ 16.313.662,90 R$ 18.605.205,94 R$ 2.291.543,04 R$ 527.646,01
2030 60% 50020 R$ - R$ 12.898.905,57 R$ 16.069.382,73 R$ 19.754.420,59 R$ 3.685.037,87 R$ 742.465,21
2031 65% 54329 R$ - R$ 12.388.057,83 R$ 15.825.539,11 R$ 20.909.528,74 R$ 5.083.989,63 R$ 896.310,17
2032 70% 58660 R$ - R$ 11.877.210,08 R$ 15.582.133,74 R$ 22.070.553,25 R$ 6.488.419,51 R$ 1.000.949,35
2033 75% 63014 R$ - R$ 11.366.362,33 R$ 15.339.168,32 R$ 23.237.517,08 R$ 7.898.348,76 R$ 1.066.176,24
2034 80% 67389 R$ - R$ 10.855.514,59 R$ 15.096.644,56 R$ 24.410.443,28 R$ 9.313.798,72 R$ 1.100.117,45
2035 85% 71787 R$ - R$ 10.344.666,84 R$ 14.854.564,17 R$ 25.589.354,95 R$ 10.734.790,78 R$ 1.109.494,88
2036 90% 76208 R$ - R$ 9.833.819,10 R$ 14.612.928,86 R$ 26.774.275,30 R$ 12.161.346,43 R$ 1.099.848,56
2037 95% 80651 R$ - R$ 9.322.971,35 R$ 14.371.740,37 R$ 27.965.227,59 R$ 13.593.487,22 R$ 1.075.725,90
2038 100% 85116 R$ - R$ 8.812.123,61 R$ 14.131.000,41 R$ 29.162.235,19 R$ 15.031.234,78 R$ 1.040.842,25
2039 100% 85116 R$ - R$ 8.301.275,86 R$ 13.620.152,67 R$ 29.162.235,19 R$ 15.542.082,53 R$ 941.713,90
2040 100% 85116 R$ - R$ 7.790.428,12 R$ 13.109.304,92 R$ 29.162.235,19 R$ 16.052.930,27 R$ 851.105,90
2041 100% 85116 R$ - R$ 7.279.580,37 R$ 12.598.457,18 R$ 29.162.235,19 R$ 16.563.778,02 R$ 768.436,87
2042 100% 85116 R$ - R$ 6.768.732,63 R$ 12.087.609,43 R$ 29.162.235,19 R$ 17.074.625,76 R$ 693.137,67

131
Tabela 4.29 – Taxa interna de retorno das situações comparadas.

Cenário TIR
SSA 4,02%
SU-I caso (A) 11,22%
SU-I caso (B) 4,97%
SU-II caso (A) 19,52%
SU-II caso (B) 10,22%
SM 14,28%

Fazendo uma análise simplificada e tomando a TMA como sendo igual ao


rendimento anual da caderneta de poupança do ano de 2016 – vide dados da Tabela 4.30
– vemos que, em relação ao retorno absoluto, somente os cenários de SSA e SU-I caso
(B) que não são economicamente atrativos. Porém, no tocante ao retorno real8, todos os
cenários trarão retorno econômico.

Tabela 4.30 – Rendimento da caderneta de poupança no ano de 2016.

Retorno Absoluto 6,61%


Retorno Real 3,55%
Fonte:<https://blog.toroinvestimentos.com.br/rendimento-poupanca-juros>. Acesso em: 27/01/2018.

No que se refere à atratividade requerida por investidores, pode-se atribuir o valor


da TMA baseado na lucratividade de investimentos em CDI, que, em 2017 teve uma
rentabilidade anual de 9,93%. Desse modo, todos cenário seriam viáveis, exceto o de
SSA e o SU-I caso (B).

4.6 Avaliação de desempenho


Como forma de avaliar o desempenho hidráulico das redes de microdrenagem dos
sistemas separador e misto, foram realizadas algumas adaptações no modelo montado
por Veról (2013) usado no desenvolvimento de diversos cenários de drenagem
sustentável na para na bacia do rio Dona Eugênia. O modelo utilizado pela autora foi o
Modelo de Células de Escoamento para Bacias Urbanas (MODCEL), que foi explicado
no Item 3.6.

8
Rendimento descontado da inflação.
132
4.6.1 Modelagem hidrológica

A caracterização hidrológica feita por Veról (2013) – que pode ser visualizada de
forma esquemática na Figura 4.26 – e as premissas consideradas no cálculo das vazões
foram mantidas, sendo feita apenas a inclusão do tempo de recorrência de 10 anos. Em
seu trabalho, a autora considerou os dados contidos no Plano Diretor de Recursos
Hídricos da Bacia do rio Iguaçu-Sarapuí (COPPETEC, 2009 apud VERÓL, 2013) e
adotou as seguintes proposições:
 As condições de contorno de entrada de vazão nos rios Sarapuí, Peri-Peri e
Socorro foram consideradas equivalentes ao tempo de recorrência das
chuvas de projeto;
 Tempo de recorrência de 25 anos para a chuva precipitada sobre a bacia,
determinada a partir da interpolação das chuvas calculadas para os tempos
de recorrência de 5, 10, 20, 50 e 100 anos, obtidas no estudo hidrológico
da Bacia do rio Iguaçu-Sarapuí (COPPETEC, 2009 apud VERÓL, 2013);
 Tempo de duração da precipitação igual ao tempo de concentração da
bacia;
 Vazão de base na nascente do rio Dona Eugênia igual 1 m³/s;
 A condição de contorno de jusante, que fecha o modelo, foi tomada como
uma descarga livre, considerando a extensão final do Rio Sarapuí, de
modo virtual.

Figura 4.26 – Modelo hidrológico adotado na bacia do rio Dona Eugênia.


Fonte: Veról (2013).

133
4.6.2 Modelagem hidrodinâmica

Veról (2013) já havia utilizado diferentes tipos de células para representar a bacia
em suas condições atuais, porém a configuração da área e dos centros da maioria das
células foi modificada para que fosse compatibilizado com a divisão de microbacias
realizado no dimensionamento das redes de microdrenagem. Além disso, as células de
canais que representam o rio Dona Eugênia foram subdivididas, sendo que as cotas de
fundo das novas células foram interpoladas linearmente com os dados do modelo
anterior. Devido a estas modificações, antes da introdução do sistema de
microdrenagem, uma nova calibração foi realizada, com o objetivo de assegurar que os
resultados obtidos no cenário atual fossem compatíveis com os obtidos por Veról
(2013).
Uma vez compatibilizado com o estudo anterior, as células e ligações que
representam o sistema de microdrenagem puderam ser inseridas no modelo. No caso do
SSA foram usadas células do tipo planície natural para a representação dos poços de
visita. As ligações adotadas foram:
 Entre as áreas da bacia e os poços de visita: ligação do tipo
microdrenagem (M2);
 Entre poços de visita: ligação do tipo galeria (G2);
 Entre os poços de visita e o rio: ligação do tipo galeria (G2).
Já para o SM foram introduzidas mais células de planície natural para representar
as CTS e as EEE. As ligações adotadas foram:
 Entre as áreas da bacia e os poços de visita de drenagem: ligação do tipo
microdrenagem (M2);
 Entre poços de visita de drenagem: ligação do tipo galeria (G2);
 Entre os poços de visita de drenagem e o rio: ligação do tipo vertedouro
(V);
 Entre os poços de visita de drenagem e as CTS: ligação do tipo orifício
(O1);
 Entre as CTS: ligação do tipo galeria (G2);
 Entre a CTS e a EEE: ligação do tipo galeria (G2);
 Entre a EEE e o rio: ligação do tipo vertedouro (V).

134
4.6.3 Resultados

Em relação aos resultados da modelagem, serão apresentados os mapas com as


manchas de alagamento e os hidrogramas em 4 pontos de controle. Os pontos
considerados são próximos aos definidos por Veról (2013). Sua localização pode ser
vista na Figura 4.27.

Figura 4.27 – Localização dos pontos de controle.

O ponto de controle 1 se localiza na altura do prédio da prefeitura, o ponto 2 se


localiza na altura da Rede Ferroviária Federal, o ponto 3 se localiza na altura da Via
Light e, o ponto 4 se localiza na foz do rio Dona Eugênia.
Além destes resultados, a lâmina d’água no interior da tubulação será analisada e
comparada com o calculado pela metodologia adotada nas planilhas de
dimensionamento.
Serão apresentados os resultados para as seguintes situações:
1. Situação atual (sem microdrenagem):
a. TR = 10 anos;
b. TR = 25 anos;
c. TR = 100 anos.
2. Modelo com SSA-DR:
a. TR = 10 anos;
b. TR = 25 anos;
c. TR = 100 anos.

135
3. Modelo com SM:
a. TR = 10 anos;
b. TR = 25 anos;
c. TR = 100 anos.

4.6.3.1 Situação atual

Conforme já havia sido observado por Veról (2013), os mapas de alagamento


obtidos com o novo modelo para a situação atual, em que a rede de microdrenagem é
deficiente ou inexiste em alguns trechos, mostram que as regiões mais afetadas foram às
áreas próximas à Prefeitura, à Rede Ferroviária Federal e à foz do rio Dona Eugênia.
Nota-se que a ferrovia atua como um obstáculo, causando a retenção do escoamento e o
extravasamento das calhas do rio. Além disso, existem muitos pontos de alagamento
espalhados pela bacia, gerados pela falta de microdrenagem.
No tempo de recorrência de 10 anos, ilustrado pela Figura 4.28, encontram-se
alagamentos de até 0,75 metros na foz do rio Dona Eugênia e ao longo da Rede
Ferroviária Federal é possível encontrar lâminas entre 0,56 e 1,39 metros. De um total
de 886 células de planície, 88 estão com nível máximo acima de 0,50 metros.

Figura 4.28 – Mapa de alagamentos para a situação atual com TR = 10 anos.

136
No tempo de recorrência de 25 anos, ilustrado pela Figura 4.29, encontram-se
alagamentos de até 0,80 metros na foz do rio Dona Eugênia e ao longo da Rede
Ferroviária Federal as lâminas estão entre 0,80 e 1,80 metros. Neste caso, 97 células de
planície possuem nível máximo acima de 0,50 metros.

Figura 4.29– Mapa de alagamentos para a situação atual com TR = 25 anos.

Finalmente, no tempo de recorrência de 100 anos, ilustrado pela Figura 4.30,


existem alagamentos de até 0,90 metros na foz do rio Dona Eugênia e ao longo da Rede
Ferroviária Federal é possível encontrar lâminas entre 0,80 e 1,50 metros. Neste caso,
106 células de planície possuem nível máximo acima de 0,50 metros.

137
Figura 4.30– Mapa de alagamentos para a situação atual com TR = 100 anos.

Quanto às vazões, os hidrogramas no ponto de controle 1 são apresentados na


Figura 4.31. A vazão de pico neste ponto é 31,80 m³/s para tempo de recorrência de 10
anos, 36,80 m³/s para tempo de recorrência igual a 25 anos e 44,50 m³/s para tempo de
recorrência igual a 100 anos.

Figura 4.31 – Hidrogramas da situação atual no ponto de controle 1.

A Figura 4.32 ilustra os hidrogramas no ponto de controle 2. A vazão de pico


neste ponto é 23,60 m³/s para tempo de recorrência de 10 anos, 25,00 m³/s para tempo
de recorrência igual a 25 anos e 27,60 m³/s para tempo de recorrência igual a 100 anos.
138
Ressalta-se que neste ponto, a vazão calibrada para o tempo de recorrência de 25 anos
ficou abaixo do valor modelado por Veról (2013) – igual a 27,45 m³/s. Isso ocorreu
devido ao direcionamento do escoamento de algumas células de planície ao canal
auxiliar que deságua no rio Dona Eugênia.

Figura 4.32 – Hidrogramas da situação atual no ponto de controle 2.

Os hidrogramas no ponto de controle 3 são apresentados na Figura 4.33. A vazão


de pico neste ponto é 41,70 m³/s para tempo de recorrência de 10 anos, 45,10 m³/s para
tempo de recorrência igual a 25 anos e 51,70 m³/s para tempo de recorrência igual a 100
anos.

Figura 4.33 – Hidrogramas da situação atual no ponto de controle 3.

139
A Figura 4.34 ilustra os hidrogramas no ponto de controle 4. A vazão de pico
neste ponto é 41,50 m³/s para tempo de recorrência de 10 anos, 44,90 m³/s para tempo
de recorrência igual a 25 anos e 50,30 m³/s para tempo de recorrência igual a 100 anos.

Figura 4.34 – Hidrogramas da situação atual no ponto de controle 4.

Com estes resultados, considerados aderentes para tempo de recorrência de 25


anos, quando se compara o modelo atual com aquele desenvolvido por Veról (2013), a
calibração foi considerada adequada e concluída.

4.6.3.2 Sistemas separador absoluto e misto

No geral, tanto o SSA-DR como o SM têm desempenhos semelhantes. Pelos


mapas de alagamentos percebe-se uma grande redução da mancha, porém ainda
ocorrem alagamentos na Rede Ferroviária Federal devido ao extravasamento da calha
ocasionado por deficiências na macrodrenagem. Também ocorrem pontos de
alagamento próximos à Via Light e aumentam – em relação à situação sem
microdrenagem – os pontos de alagamentos na foz do rio Dona Eugênia. Esse
incremento pode ser devido ao aumento das velocidades de escoamento e dos volumes
transportados à jusante, uma vez que os alagamentos a montante se reduziram, o que
produz um pico de vazões mais rápido e maior, levando à extravasamentos da calha. É o
clássico efeito de transferência de alagamentos para jusante, associado ao projeto
tradicional de drenagem, que visa o escoamento rápidos das águas pluviais urbanas,
nem sempre com uma visão sistêmica do problema. Entretanto, nesta dissertação, o
objetivo não é encontrar a melhor solução de drenagem, mas analisar uma estratégia
evolutiva para efetivamente sanear a bacia.

140
No SSA-DR com tempo de recorrência de 10 anos, ilustrado pela Figura 4.35,
encontram-se alagamentos de até 0,90 metros na foz do rio Dona Eugênia e de 0,60
metros em seu cruzamento com a Via Light. Ao longo da linha férrea é possível
encontrar lâminas entre 0,30 e 0,60 metros. Destaca-se a região entre os rios Dona
Eugênia e Sarapuí, com alagamentos de até 1,00 metro. Cerca de 38% da rede de
microdrenagem funciona com lâmina superior a 85%, possivelmente devido ao
afogamento de alguns pontos de deságue e consequente remanso gerado ao longo da
tubulação.

Figura 4.35 – Mapa de alagamentos para o SSA-DR com TR = 10 anos.

141
No mapa do SM com tempo de recorrência de 10 anos – Figura 4.36 – encontram-
se alagamentos de até 0,90 metros na foz do rio Dona Eugênia e de até 0,50 metros em
seu cruzamento com a Via Light. Ao longo da Rede Ferroviária Federal é possível
encontrar lâminas entre 0,30 e 0,70 metros. A região entre os rios Dona Eugênia e
Sarapuí apresenta alagamentos de até 1,00 metro. Cerca de 39% da rede funciona com
lâmina superior a 85%.

Figura 4.36 – Mapa de alagamentos para o SM com TR = 10 anos.

142
No SSA-DR com tempo de recorrência de 25 anos, ilustrado pela Figura 4.37,
encontram-se alagamentos de até 1,00 metros na foz do rio Dona Eugênia e de 0,75
metros em seu cruzamento com a Via Light. Ao longo da Rede Ferroviária Federal é
possível encontrar lâminas entre 0,30 e 0,75 metros. Destaca-se a região entre os rios
Dona Eugênia e Sarapuí, com alagamentos acima de 1,00 metro. Cerca de 41% da rede
de microdrenagem funciona com lâmina superior a 85%.

Figura 4.37 – Mapa de alagamentos para o SSA-DR com TR = 25 anos.

143
No mapa do SM com tempo de recorrência de 25 anos – Figura 4.38 – encontram-
se alagamentos de até 1,00 metros na foz do rio Dona Eugênia e de até 1,10 metros em
seu cruzamento com a Via Light. Ao longo da Rede Ferroviária Federal é possível
encontrar lâminas entre 0,40 e 0,90 metros. A região entre os rios Dona Eugênia e
Sarapuí apresenta alagamentos de até 1,20 metros. Cerca de 43% da rede funciona com
lâmina superior a 85%.

Figura 4.38 – Mapa de alagamentos para o SM com TR = 25 anos.

144
No SSA-DR com tempo de recorrência de 100 anos, ilustrado pela Figura 4.39,
encontram-se alagamentos de até 1,25 metros na foz do rio Dona Eugênia e de até 0,90
em seu cruzamento com a Via Light. Ao longo da Rede Ferroviária Federal é possível
encontrar lâminas entre 0,30 e 1,00 metros. Destaca-se a região entre os rios Dona
Eugênia e Sarapuí, com alagamentos acima de 1,20 metros. Cerca de 47% da rede de
microdrenagem funciona com lâmina superior a 85%.

Figura 4.39 – Mapa de alagamentos para o SSA-DR com TR = 100 anos.

145
No mapa do SM com tempo de recorrência de 100 anos – Figura 4.40 –
encontram-se alagamentos de até 1,20 metros na foz do rio Dona Eugênia e de até 1,00
metros em seu cruzamento com a Via Light. Ao longo da Rede Ferroviária Federal é
possível encontrar lâminas entre 0,30 e 1,10 metros. A região entre os rios Dona
Eugênia e Sarapuí apresenta alagamentos de até 1,30 metros. Cerca de 48% da rede
funciona com lâmina superior a 85%.

Figura 4.40 – Mapa de alagamentos para o SM com TR = 100 anos.

Em relação às vazões de pico, a Figura 4.41contém os hidrogramas dos sistemas


separador e misto para os diversos tempos de recorrência estudados no ponto de
controle 1. A Figura 4.42, ilustra os hidrogramas do ponto de controle 2 e as Figura 4.43
e Figura 4.44 mostram os hidrogramas dos pontos de controle 3 e 4 respectivamente.

146
TR = 10 anos TR = 25 anos

TR = 100 anos
Figura 4.41 – Hidrogramas no ponto de controle 1.

147
TR = 10 anos TR = 25 anos

TR = 100 anos
Figura 4.42 – Hidrogramas no ponto de controle 2.

148
TR = 10 anos TR = 25 anos

TR = 100 anos
Figura 4.43 – Hidrogramas no ponto de controle 3.

149
TR = 10 anos TR = 25 anos

TR = 100 anos
Figura 4.44 – Hidrogramas no ponto de controle 4.

150
A Tabela 4.31 e a Tabela 4.32 apresentam, de forma sintetizada, os dados
apresentados nos Itens 4.6.3.1 e 4.6.3.2.
Tabela 4.31 – Lâmina máxima nas regiões adjacentes aos pontos de controle

Lâmina máxima (m)


TR = 10 anos TR = 25 anos TR = 100 anos
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Situação
0,20 1,40 0,30 0,75 0,25 1,80 0,40 0,80 0,45 1,50 0,60 0,90
atual
Sistema
0,00 0,60 0,60 0,90 0,00 0,75 0,75 1,00 0,25 1,00 1,00 1,25
separador
Sistema
0,00 0,70 0,50 0,90 0,00 0,90 1,10 1,00 0,25 1,10 1,00 1,20
misto

Os dados da Tabela 4.31 mostram os efeitos típicos da abordagem tradicional no


projeto da microdrenagem. Como comentado anteriormente, o rápido transporte das
águas pluviais excedentes promovido pelos sistemas separador e misto trouxe melhoras
significativas para a região montante da bacia hidrográfica. Porém, todo o excesso de
água foi transferido para jusante, o que acarretou em lâminas maiores nas regiões
adjacentes aos pontos de controle 3 e 4.
Tabela 4.32 – Vazão de pico nos pontos de controle

Vazão de pico (m³/s)


TR = 10 anos TR = 25 anos TR = 100 anos
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Situação
31,80 23,60 41,70 41,50 36,80 25,00 45,10 44,90 44,50 27,60 51,70 50,30
atual
Sistema
34,20 27,35 53,80 54,90 39,20 29,40 59,40 59,40 47,10 31,70 66,25 64,80
separador
Sistema
33,85 23,25 55,60 54,30 38,90 25,00 58,50 57,90 46,70 28,00 65,65 63,70
misto

O efeito de transferência citado acima também é reforçado pelos dados da Tabela


4.32 e pelos gráficos da Figura 4.41 a Figura 4.44. Nos pontos de controle 1 e 2 o
aumento da vazão de pico nos sistemas separador e misto foi baixo, em média 5% maior
do que na situação atual. Já nos pontos de controle 3 e 4 a vazão de pico foi 23% maior.
Além disso, nestes pontos, para os tempos de recorrência de 25 e 100 anos, o pico
ocorreu cerca de 12 minutos antes do pico na situação atual.

151
4.6.3.2.1 Avaliação ambiental do Sistema Misto

O déficit no sistema de esgotamento da bacia do rio Dona Eugênia promove o


lançamento anual de cerca de 5.000.000 m³ de águas residuais diretamente no corpo
hídrico. Esse volume equivale a aproximadamente 2.000 toneladas de DBO9 por ano.
Caso o SM seja implementado conforme proposto no Item 4.5, onde a cada ano está
prevista a execução de 5% da obra total, em um período de 24 anos, a carga total de
DBO lançada passaria de cerca de 53.000 toneladas para 22.000 toneladas, uma redução
de quase 60%. A Tabela 4.33 apresenta a DBO produzida e tratada ano a ano, caso o
SM fosse realizado.

Tabela 4.33 – Redução da carga de DBO lançada no rio Dona Eugênia em tempo seco.

Percentual Vazão Volume Carga de Carga de Carga de


Ano de População média médio anual DBO DBO DBO
implantação (l/s) (m³) produzida tratada (t) lançada (t)
2018 0% 80808 187,06 5899007,34 (t)
2064,65 0,00 2064,65
2019 5% 81018 187,54 5914345,93 2070,02 103,50 1966,52
2020 10% 81229 188,03 5929724,39 2075,40 207,54 1867,86
2021 15% 81440 188,52 5945142,84 2080,80 312,12 1768,68
2022 20% 81652 189,01 5960601,39 2086,21 417,24 1668,97
2023 25% 81864 189,50 5976100,13 2091,64 522,91 1568,73
2024 30% 82077 189,99 5991639,16 2097,07 629,12 1467,95
2025 35% 82291 190,49 6007218,61 2102,53 735,88 1366,64
2026 40% 82505 190,98 6022838,56 2107,99 843,20 1264,80
2027 45% 82719 191,48 6038499,13 2113,47 951,06 1162,41
2028 50% 82934 191,98 6054200,42 2118,97 1059,49 1059,49
2029 55% 83150 192,48 6069942,53 2124,48 1168,46 956,02
2030 60% 83366 192,98 6085725,58 2130,00 1278,00 852,00
2031 65% 83583 193,48 6101549,66 2135,54 1388,10 747,44
2032 70% 83800 193,98 6117414,90 2141,10 1498,77 642,33
2033 75% 84018 194,49 6133321,38 2146,66 1610,00 536,67
2034 80% 84237 194,99 6149269,23 2152,24 1721,80 430,45
2035 85% 84456 195,50 6165258,54 2157,84 1834,16 323,68
2036 90% 84675 196,01 6181289,43 2163,45 1947,11 216,35
2037 95% 84895 196,52 6197362,00 2169,08 2060,62 108,45
2038 100% 85116 197,03 6213476,36 2174,72 2174,72 0,00
2039 100% 85337 197,03 6213476,36 2174,72 2174,72 0,00
2040 100% 85559 197,03 6213476,36 2174,72 2174,72 0,00
2041 100% 85782 197,03 6213476,36 2174,72 2174,72 0,00
2042 100% 86005 197,03 6213476,36 2174,72 2174,72 0,00
Total 53202,74 31162,67 22040,07

9
Foi considerado o valor de 350 mg/l para o a DBO das águas residuais e 30 mg/l para águas
pluviais.
152
A partir dos hidrogramas obtidos para o Ponto de Controle 4, foram calculados os
volumes de águas pluviais produzidos para cada tempo de recorrência. Se for
considerado o volume médio de águas residuais produzido no mesmo período, é
possível estimar a DBO das águas combinadas de cada evento. Deste modo, de acordo
com os dados apresentados na Tabela 4.34, temos que, os tempos de recorrência
estudados na modelagem promoveram reduções da carga de DBO nos valores de
90,85% para tempo de recorrência igual a 10 anos, 90,95% para tempo de recorrência
igual a 25 anos e 91,00% para tempo de recorrência igual a 100 anos.

Tabela 4.34 - Redução da carga de DBO lançada no rio Dona Eugênia em eventos de chuvas
intensas.

DBO das
Volume de Volume de Eficiência
Tempo de Volume águas
águas pluviais águas residuais da diluição
recorrência total (m³) combinadas
(m³) (m³) (%)
(mg/l)
10 anos 410.363,33 2.624,44 412.987,77 32,03 90,85
25 anos 498.328,66 2.624,44 500.953,10 31,68 90,95
100 anos 553.015,11 2.624,44 555.639,54 31,51 91,00
Notas:
DBO das águas pluviais = 30 mg/l;
DBO das águas residuais = 350 mg/l;
Vazão média de águas residuais = 197,03 l/s;
Duração do pico = 216 minutos.

A mesma metodologia de cálculo foi utilizada na análise pontual de alguns


extravasamentos. Para tal, foram escolhidas 4 CTS: E.5, F.6, H.18 e I.5. A localização
destes pontos pode ser vista na Figura 4.45.

153
Figura 4.45 – Localização das CTS analisadas.

No ponto H.18, a vazão extravasada foi cerca de 210 vezes maior do que a vazão
de águas residuais. A redução de carga de DBO ocasionada pela diluição foi de 89,66%
para tempo de recorrência igual a 10 anos, 89,86% para tempo de recorrência igual a 25
anos e 90,21% para tempo de recorrência igual a 100 anos. Neste deságue, a tubulação
funciona com seção plena, o que gera maior distribuição temporal nos hidrogramas,
conforme ilustra o gráfico da Figura 4.46.

Figura 4.46 – Extravasamentos no ponto H.18.

No ponto I.5, a vazão extravasada foi cerca de 230 vezes maior do que a vazão de
águas residuais. A redução de carga de DBO ocasionada pela diluição foi de 90,64%
para tempo de recorrência igual a 10 anos, 90,87% para tempo de recorrência igual a 25
154
anos e 91,06% para tempo de recorrência igual a 100 anos. Os hidrogramas desta CTS
estão apresentados no gráfico da Figura 4.47.

Figura 4.47 – Extravasamentos no ponto I.5.

No ponto E.5, a vazão extravasada foi cerca de 100 vezes maior do que a vazão de
águas residuais. O percentual de redução de carga de DBO ocasionada pela diluição foi
de 89,98% para tempo de recorrência igual a 10 anos, 90,28% para tempo de
recorrência igual a 25 anos e 90,50% para tempo de recorrência igual a 100 anos. Neste
deságue, assim como no H.18, a tubulação funciona com seção plena, o que gera
achatamento nos hidrogramas, conforme ilustra o gráfico da Figura 4.48.

Figura 4.48 – Extravasamentos no ponto E.5.

No ponto F.6, houve afogamento do deságue, como pode ser visto pelos
hidrogramas da Figura 4.49. Porém, nos momentos onde ocorreram extravasamento, a
155
vazão foi cerca de 70 vezes maior do que a vazão de águas residuais. O percentual de
redução de carga de DBO ocasionada pela diluição foi de 88,31% para tempo de
recorrência igual a 10 anos, 89,26% para tempo de recorrência igual a 25 anos e 89,60%
para tempo de recorrência igual a 100 anos.

Figura 4.49 – Afogamento e extravasamentos no ponto F.6.

Com relação ao funcionamento dos orifícios, as vazões chegando ao interceptor


de águas residuais ultrapassaram os valores calculados para a vazão máxima de águas
residuais em todas as CTS analisadas. A Tabela 4.35 contém informações sobre os picos
de vazão encontrados nos interceptores nos pontos estudados e, tem-se, como exemplo,
no gráfico da Figura 4.50 as vazões encaminhadas para a rede de esgotamento no ponto
I.5.
Tabela 4.35 – Vazões de pico nos interceptores.

QIN (l/s)
Ponto Analisado QAR (l/s)
TR=10 TR=25 TR=100
E.5 5,975 9,750 9,77 8,21
F.6 1,500 39,610 42,84 44,01
H.18 1,790 34,510 34,51 35,89
I.5 31,238 224,93 238,26 251,71
Notas:
QAR = vazão de águas residuais calculada;
QIN = vazão máxima de águas combinadas entrando na rede de esgotamento.

156
Figura 4.50 – Vazões no interceptor no ponto I.5.

Também foi observado que há extravasamentos das EEE para o rio Dona Eugênia.
Possivelmente ocorreu pressurização da rede, indicando que o dimensionamento destas
estruturas deve levar em consideração a contribuição de águas pluviais decorrentes de
chuvas intensas e não somente as vazões de esgoto. Uma última questão se refere ao
próprio mau funcionamento da macrodrenagem, com o rio afogando as galerias de
microdrenagem que nele chegam, o que causa reflexos no funcionamento dos
interceptores que levam as águas combinadas para a EEE.

157
5 Considerações finais
Este trabalho teve como principal objetivo avaliar se a adoção de sistemas mistos
e unitários pode ser benéfica para a promoção do saneamento ambiental em bacias
hidrográficas altamente urbanizadas. Foi escolhida a bacia do rio Dona Eugênia para se
realizar um estudo de caso envolvendo o dimensionamento e comparação econômica de
6 cenários:
1. SSA: Sistema separador absoluto convencional;
2. SU-I caso (A): Sistema unitário com apenas uma captação de tempo seco
por sub-bacia e ETE com capacidade de tratamento igual à vazão máxima
de final de plano;
3. SU-I caso (B): Sistema unitário com apenas uma captação de tempo seco
por sub-bacia e ETE com capacidade de tratamento igual ao dobro vazão
máxima de final de plano;
4. SU-II caso (A): Sistema unitário com uma captação de tempo seco por
deságue e ETE com capacidade de tratamento igual à vazão máxima de
final de plano;
5. SU-II caso (B): Sistema unitário com uma captação de tempo seco por
deságue e ETE com capacidade de tratamento igual ao dobro vazão
máxima de final de plano;
6. SM: Sistema misto.
Com exceção do SSA, os cenários acima descritos fariam parte de uma Etapa
Inicial, onde a solução completa envolveria mais duas etapas: a intermediária e a final.
A Etapa Intermediária contaria com a implantação de uma wetland construída – que foi
dimensionada de forma preliminar – para o tratamento terciário de efluentes da ETE. A
Etapa Final se daria através da implantação do sistema separador de águas residuais e de
adaptações na wetland para que a mesma possa tratar poluentes das águas pluviais.
Além disso, foi utilizado o MODCEL para avaliar, além da situação atual, o
desempenho de dois dos cenários propostos: o SSA e o SM. Foram considerados os
tempos de recorrência de 10, 25 e 100 anos e o desempenho foi quantificado por meio
de mapas de alagamento, hidrogramas nos pontos de controle e lâminas d’água no
interior das tubulações. Também foi realizada uma avaliação ambiental simplificada do
SM.

158
Dentre as diversas configurações de rede consideradas neste estudo, destaca-se
que: (1) o SSA foi o mais caro e menos vantajoso economicamente e (2) o SM, apesar
de ser o mais barato, não obteve o maior retorno, ficando em segundo lugar, atrás do
SU-II caso (a).
Com relação aos cenários de sistema unitário, a utilização de uma única CTS por
sub-bacia levou ao aumento significativo dos diâmetros da tubulação, o que encareceu
seus custos. Adicionalmente, nos cenários onde a capacidade de tratamento da ETE foi
dobrada a desvantagem foi mais relevante do que gerada pela redução das CTS. Dessa
forma, aumentar o diâmetro das tubulações de forma a criar reservatórios lineares pode
ser uma melhor opção do que incrementar a capacidade da ETE.
Além dos benefícios econômicos, a adoção de sistemas unitários pode ser útil em
localidades ultra urbanizadas ou de habitação informal – que são muito adensadas e
possuem sistema viário estreito, o que dificulta o lançamento das tubulações do sistema
separador absoluto. Projetos de esgotamento sanitário do tipo separador demonstraram
que, em áreas de ocupação desordenada, apenas 30% das águas residuais produzidas são
coletadas, enquanto que a adoção de CTS possibilitou a coleta de 60% das mesmas,
com o investimento reduzido pela metade (FADEL; DORNELLES, 2015).
No caso dos sistemas projetos para a bacia do rio Dona Eugênia, foi possível
coletar 100% das águas residuais em tempo seco, porém, não foi possível estimar o
percentual das águas residuais que seria extravasado em um ano hidrológico, por
exemplo. Uma sugestão para trabalhos futuros envolve a simulação de anos
hidrológicos sucessivos, para a avaliação continuada de longo prazo – seguindo a linha
de pesquisa feita por Fadel e Dornelles (2015).
Em tempo seco, os escoamentos dos sistemas unitário e misto não atendem ao
critério da velocidade mínima – utilizado no dimensionamento de redes de drenagem –
porém, com relação à tensão trativa mínima – utilizado no dimensionamento de redes de
esgotamento – ela é atendida em toda a tubulação do sistema unitário e em 82% da
tubulação do sistema misto. Esse fato chama a atenção para a discussão sobre qual seria
o melhor critério para se adotar no dimensionamento de sistemas unitários.
Como é possível observar pelo gráfico da Figura 5.1 um dos motivos da adoção
do critério da tensão trativa mínima em tubulações de esgoto é que para uma velocidade
fixa a tensão trativa diminui na medida em que o diâmetro da tubulação aumenta. Deste
modo, se o critério da velocidade for utilizado, a ação de autolimpeza seria menos
efetiva para diâmetros maiores (TSUTIYA; SOBRINHO, 1999).
159
Figura 5.1 – Variação da tensão trativa em função do diâmetro e velocidade nos coletores,
considerando Y/D = 0,5 e n = 0,013.
Fonte: Tsutiya e Sobrinho (1999).

Pelo gráfico da Figura 5.1 também é possível notar que quanto maior for a
velocidade mínima estipulada, maior terá de ser o valor da tensão trativa mínima, e
consequentemente, maiores serão as declividades da tubulação, levando a um
aprofundamento da rede.
Entende-se que, para que se possa normatizar e padronizar a execução de projetos
de sistemas unitários é necessário que haja um consenso maior sobre quais seriam os
parâmetros mais adequados. Recomenda-se que mais estudos sejam realizados tanto no
sentido determinar a influência de baixas velocidades de escoamento em tempo seco nas
redes unitárias, como no de mensurar o impacto do aprofundamento da rede na
avaliação econômica de tais sistemas.
Outro critério importante que influenciou a avaliação econômica dos cenários foi
o valor adotado para o coeficiente de retorno. Como nas situações de sistema unitário
foi adotado a valor de 1, o volume médio anual de águas residuais que seria coletado e
enviado para tratamento foi 20% maior do que nos sistemas separador e misto. Esse
aumento influenciou diretamente os valores arrecadados com a tarifa, o que tornou as
receitas do sistema unitário maiores do que os demais.
Finalmente, uma última ressalva à metodologia utilizada na avaliação econômica
deve ser feita. No cálculo das receitas foram considerados, conjuntamente, aportes por

160
parte da Secretaria Municipal de Obras, Serviços Públicos e Defesa Civil
(SEMOSPDEC) e por parte da CEDAE. Dessa maneira, a sustentabilidade financeira
dos empreendimentos fica vinculada ao estabelecimento de uma governança
compartilhada entre os poderes municipal e estadual. Como a relação entre a CEDAE e
o município acontece pela prestação contratada de programa antecedido de convênio de
cooperação, pode-se afirmar, em um primeiro momento, que legalmente, a governança
foi instituída:
“Todavia não se percebe uma atuação consensual e coordenada entre essas
instâncias de governança, para que possam promover, de forma articulada e
coerente, a consecução de ações em prol do setor de saneamento básico.”
(MESQUITA, 2017b, p. 103).
Como solução, no próprio Plano Municipal de Saneamento de Mesquita é
recomendado que seja nomeada uma instância administrativa específica para o setor de
saneamento (MESQUITA, 2017b). Ela, sendo integrada com as demais secretarias
municipais e com a CEDAE, poderia conferir maior segurança jurídica, transparência,
eficiência e eficácia à gestão dos serviços de esgotamento sanitário e drenagem de águas
pluviais. Além disso, a gestão centralizada dos dois sistemas reduziria os empecilhos
institucionais e legais para a implantação do sistema unitário e, provavelmente,
diminuiria o número de ligações irregulares entre as redes do sistema separador.
Um exemplo de gestão integrada em saneamento ambiental é o realizado pelo
Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (SEMASA). Inicialmente,
o órgão administrava apenas os serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, porém, no ano de 1997, é incorporado o serviço de drenagem e manejo de
águas pluviais. No ano seguinte a autarquia passa a executar a gestão dos serviços
relacionados à fiscalização ambiental e emissão de licenças. Em 1999 a gestão dos
serviços de coleta e manejo de resíduos sólidos foi entregue à SEMASA e finalmente,
em 2001, foram incorporados os trabalhos da Defesa Civil (SEMASA, 2017).
Também merecem ser discutidas as questões sobre a aprovação do financiamento
e do licenciamento ambiental das obras, já que órgãos fiscalizadores não aprovam
projetos fora das normas vigentes. Os estudos de caso apresentados por Bernardes e
Soares (2004) indicam que os municípios estão contornando esse tipo de problema, na
medida em que – com base na Lei de Saneamento, que permite a "utilização de
tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a
adoção de soluções graduais e progressivas" (BRASIL, 2007) – inserem a utilização de
captações de tempo seco nos Planos Diretores de Saneamento.

161
A ideia de se realizar o planejamento de uma bacia através de uma abordagem
ampla e integrada no tempo e no espaço é a principal característica de um Plano Diretor.
Ele deve orientar o processo decisório a respeito dos problemas da região que abrange,
sendo que para isso devem levados em consideração aspectos institucionais, legais,
fiscais, políticos, dentre outros (SÃO PAULO, 2012a). Os Planos Diretores podem ser
utilizados como ferramenta para promover o estudo de sistemas unitários,
principalmente se forem realizados segundo o modelo do PEMAPES, onde drenagem e
esgotamento sanitário são tratados no mesmo plano. Além disso, por serem mecanismos
legais, podem facilitar os processos de licenciamento e financiamento.
Ao contrário do ocorrido na avaliação econômica, quando da utilização do
MODCEL, o desempenho do sistema separador é um pouco melhor do que o sistema
misto, porém ambos apresentam os mesmo efeitos sob a bacia. Há uma significativa
redução de pontos de alagamento que antes se encontravam distribuídos, mas novos
pontos surgiram nas regiões a jusante, inclusive com lâminas maiores, demonstrando
que as intervenções clássicas não são suficientes para sanar os problemas da região.
Além disso, houve muita dificuldade em compatibilizar as cotas dos deságues com as
cotas de fundo do rio Dona Eugênia. Como não foram consideradas intervenções na
macrodrenagem, muitos pontos de deságue sofreram afogamento mesmo na chuvas de
tempo de recorrência de 10 anos. No contexto do avanço para soluções integradas,
percebe-se que é fundamental equacionar os problemas de macrodrenagem, para
garantir funcionalidade aos sistemas de microdrenagem e esgotamento sanitário – no
caso unitário e misto, de forma direta, e no caso do separador, de forma indireta, quando
águas de inundação podem acessar o sistema a fazê-lo falhar.
Nesse contexto fica evidente a necessidade de ações na calha do rio, bem como a
aplicação medidas que visem mitigar os impactos do processo de impermeabilização,
facilitando dos processos de infiltração e retenção das águas pluviais, com o objetivo de
recuperar as condições hidrológicas antes da urbanização. Por esse motivo, a wetland
proposta pode ser uma medida interessante – tanto no ponto de vista do armazenamento
como no de melhoria da qualidade das águas – de ser aplicada na bacia. Um
dimensionamento mais detalhado da mesma e levantamentos de custos podem ser
incentivados em estudos futuros.
Com relação à analise ambiental do sistema misto, os efeitos da diluição para
tempos de recorrência a partir de 10 anos mostram eficiência equivalente ao tratamento
secundário. Sob o ponto de vista do funcionamento da ETE, essa diluição pode ter
162
impactos negativos, principalmente devido à sobrecarga hidráulica, entretanto, se forem
levados em consideração os impactos no corpo d’água, as consequências podem ser
positivas. Certamente, esta é uma análise superficial, pois não considera os valores reais
de DBO, tampouco os demais poluentes existentes nas águas residuais, como nutrientes
e patógenos, mas levanta a possibilidade para que mais pesquisa seja desenvolvida
nessa área. Recomenda-se que sejam realizadas modelagens de chuvas com tempos de
recorrência menores – conforme sugerem Sztruhár et al. (2002) e Riechel et al. (2016) –
para que se possa verificar com maior detalhe eventos onde o efeito da diluição seria
menor.
Diversos são os desdobramentos deste trabalho. É razoável afirmar que os
questionamentos acerca do uso de sistemas unitários no Brasil carecem de mais
pesquisa, todavia, a desconfiança em torno da utilização de tais sistemas pode atrasar a
agenda de despoluição de corpos hídricos pelo país.
Deseja-se, com isso, incentivar mais estudos e avaliações, principalmente quando
forem elaboradas alternativas de saneamento nos Planos Diretores das cidades
brasileiras. Este tipo de solução pode ser planejada de forma intermediária, e ajuda a
atenuar o problema da falta de recursos financeiros para a realização do sistema
separador em toda a área urbana. Porém, mais do que implementar novas alternativas,
independentemente do tipo de solução selecionada, espera-se que o corpo técnico adote
uma abordagem conjunta no tratamento de projetos relacionados a esgotamento
sanitário e drenagem e manejo de águas pluviais, já que, na prática, eles se mostram
indissociáveis.

163
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