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10

U s o e a p
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quad e aula
l a d
sa Andraus
Gazy

u r s o
C h o s
d ri n
qu a
s a la
em
a u la
de
o
1. uma introduçã

zin e i r a

Paratopia: lugar não definido, não


estabilizado, no âmbito da sociedade: a
literatura oficial convive com os fanzines,
revistas paratópicas, à margem do
conhecimento oficial da editoração.

O paradigma educacional vem se modifi- Agora, outra barreira cai, a partir do momento
cando durante as últimas décadas, desde um em que os fanzines também são conhecidos, reco-
ensino cartesiano para outro mais flexível, in- nhecidos e incorporados na educação. Mas o que
cluindo as artes e as emoções com a atualida- são fanzines (ou zines)? Qual sua relação com os
de dos temas transversais. Dessa maneira, não quadrinhos e como utilizar estas revistas para-
só a razão, mas também os sentimentos e tópicas? Isto se verá neste módulo, mas antes,
a contextualização da vida do aluno leia sobre seu histórico, conceito e importância.
são levados em consideração em sua formação, E, para não perdermos o costume, não dei-
conforme caem barreiras e preconceitos que se xe de assistir às videoaulas, ouvir as radioaulas,
construíram durante o desenrolar e ampliação participar e/ou assistir às webconferências, con-
dos conhecimentos gerais e científicos. sultar a Biblioteca Virtual e fazer os exercícios de
Isso aconteceu com as histórias em quadri- fixação que você só encontra em:

. b r
nhos (HQs), que atualmente são mais reconhe-

. o r g
a.fdr
cidas como uma importante mídia para o de-

av
senvolvimento mental, sendo acolhidas no seio
escolar. Nas últimas décadas, os quadrinhos se
tornaram foco de interesse da educação, sen-

146
do sua utilização aconselhada pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) e distribuídas em
projetos estaduais e federais.
i n e
2. Um Breve

Hist ó r i c o z
Os fanzines têm uma história longa que pode De lá para cá, o fanzinato, grupo composto
retroceder às Actas Diurnas Romanas, aos menes- por aqueles que produzem fanzines, se espalhou
tréis e bardos medievais, chegando ao século 18 com pelo mundo, tornando-se, em muitos países, como
o artista William Blake, bem como com as cartas nos Estados Unidos, França, Japão e Brasil, não só
lidas e copiadas no Renascimento, encontrando os um meio de escoar ideias e expressões artísticas,
primórdios dos jornais e, por fim, chegando à criação como também laboratórios de desenvolvimento de
de jornais, revistas, mimeógrafos e, então, fotocopia- ideias e portfólios que permitem às editoras desco-
doras que baratearam e facilitaram esse desenvolvi- brir novos talentos.
mento, até as revistas independentes de hoje em dia.
Na verdade, encontramos a sua origem nos fãs Fanzinato: atualmente, a fanzinagem pode ser tida
(ou fans) da literatura pulp, que era, na sua como “fanzineira”, e o equivalente ao termo inglês
fandom pode ser traduzido em português como
época, considerada uma subliteratura. Na década
fanzinato.
de 1930, nos Estados Unidos, surgiu The Comet, o
primeiro fanzine, voltado para esse gênero. A par-
tir de então, os fanzines se espalharam pelo mun-
do, principalmente com os movimentos contesta-
tórios underground (de contracultura) e punk
nos Estados Unidos e na Inglaterra na década de
1970, ampliando seu alcance, expressando ideias
e informações de variados temas e assuntos, de
forma livre, graças ao seu baixo custo, sendo larga-
mente distribuídos de mão em mão, pelos sistemas
de correios e, atualmente, pela web.
Similar a um boletim, o primeiro fanzine foi
chamado de fanmag (fanatic + magazine), criação
de Ray Palmer para o Science Correspondence
Club. O termo “fanzine” (fan + magazine) só foi
criado em 1941, por Russ Chavenet, tornando-se
uma maneira informal e não oficial de imprimir e
passar informações.

Literatura Pulp: ou pulp fiction, é uma publicação


que surge após a Guerra Civil Americana. As pulp
stories eram narrativas geralmente curtas e em papéis
baratos, sem muita necessidade de reflexão, mas que

147
atingiam a um público imenso. Terror, aventura, ficção
científica, suspenses policiais e os heróis que, mais tarde,
dominariam os quadrinhos, como Sombra, Tarzan e
Conan, por exemplo.
3. O Fã do Zine
Um fanzine, como dá a entender o próprio
nome, é uma revista gerada pelo fã de determina-
do tema, quer seja de cinema, de música, de poe-
sia ou de histórias em quadrinhos, além de outros,
e que disserta acerca de seu objeto de paixão.
No Brasil, começou a ser amplamente utilizado nos
anos de 1970 pelos estudantes, para divulgação
de trabalhos contra a ditadura e como contestação
ao sistema social vigente, passando depois a veícu-
lo para divulgar o ideário e shows de punk e rock.
Os fanzineiros buscam movimentar o pop alter-
nativo, combatendo a cultura padronizada.

e 1965
tu bro d
nº.1 - ou F icção
Capa de
SAIBA MAIS
ine é come morado em
O Dia M undial do Fanz
existe a proposição de
29 de Ab ril. No Brasil, nal
bro como o Dia Nacio
instaurar 12 de Outu e
moração ao dia em qu
do Fanzine, em come ís,
primeiro fanzine do pa
foi lançado o Ficção, .
ani, em 1965
criado por Edson Ront
148
alternativas
e/ou Revistas

?
4. Fanzines

d e A r t e
Os próprios fanzines são ambíguos, como O fanzine permite também a autoedição e
defende Henrique Magalhães (1993), que os autopublicação, eliminando intermediários e
distingue das revistas alternativas: estas trazem exigências editoriais e normativas, colocando sua
formas artísticas, sejam ilustrações, desenhos, criação em paralelo às publicações oficiais do mer-
poesias e/ou histórias em quadrinhos, enquanto os cado. Por isso, podemos dizer que é paratópico, ou
fanzines são, em essência, revistas que publicam seja, existe em paralelo às publicações di-
matérias e artigos teóricos acerca de assuntos tas oficiais do mercado mundial de revistas e li-
variados, quer música, ficção-científica, cinema, vros, possibilitando um intercâmbio alternativo das
anarquia e história em quadrinhos. No entanto, ideias, que perpassariam as fronteiras pelos correios
convencionou-se chamar de fanzines também as (e pela internet), em vez de seu engavetamento.
revistas alternativas, já que o espírito da publica-
ção fraterna e criativa tem sido o essencial de
tais edições. Além disso, muitos fanzines trazem
tanto textos como HQs, ilustrações e outras ex-
pressões artísticas.

para curiosos

os:
e eventos zineir
As fanzinot ecas No Brasi l, os
sições s e ex posições.
es paços e ex po mantêm evento vez mais,
s o interesse em
manter ontecendo cada
ve z m ai eventos vêm ac desde 2012
Pu lu la ca da
tr a em eventos, es
paços
m o a Fa nz in ad a, evento anual se reali-
os co
os fa nz in es à m
inados à produç
ão li- ia N ac io na l do Fanzine, que
is de st sobr e o D diversos.
físicos e vi rt ua , como as e em locais físicos
ica inde pendente za pe la inte rn et
Ugra Press pu bl
ica um
terário-imagét a e as iva
divu lgação e vend A editor a al te rn at
realizando
feiras de troca, cas de sobre fanzines,
seja, as bibliote catálogo anual

149
ec as , ou
fa nz in ot
as pelo mundo,
e que não tos na área.
fanz in es , es pa lh ad que igualmente even
st in am lo ca l ao s fanzines, mas
só de
o m o s ã o f e it o s o s
5. c

fanzines?

ntos
ébora Sa
Graças às possibilidades tecnológicas atuais, o

Zines - D
número de fanzines se ampliou, expressando ideias
e informações de um determinado assunto, de for-

s para
ma livre e independente, principalmente devido ao
seu baixo custo.

Formato
Inicialmente impressos nas antigas máquinas
de mimeógrafo, passaram para as máquinas fo-
tocopiadoras (as que chamamos tradicionalmen-
te de “xerox”), sendo distribuídos pelos correios
e, atualmente, também pela Internet (em sites
e blogs), nos quais muitos podem ser baixados
(download) e lidos. Hoje em dia, um fanzine pode
ser montado e editado em casa, graças às impres-
soras multifuncionais, e, com o barateamento das
gráficas, o fanzineiro também pode pagar gráficas

ntos
que imprimam seus zines ou parte deles (alguns

ora Sa
optam em fotocopiar ou imprimir o miolo do fan-

s - Déb
zine e imprimem apenas a capa em papel diferen-
ciado em gráficas rápidas).

e Zine
Normalmente, um fanzine é feito a partir da
elaboração de desenhos e/ou ilustrações (conten-

gem d
do ou não recortes e colagens), histórias e tiras

Monta
em quadrinhos, cartuns, charges, poesias, textos
ficcionais ou reais, e pode ser individual ou co-
letivo. A partir de um ou mais desses elementos,
o fanzineiro monta sua revista em folha de papel
sulfite tamanho A4 dobrada ao meio, colando no
papel o material originalmente produzido ou foto-
copiado. O número de páginas, quando feito no
papel sulfite dobrado, é sempre múltiplo de 4, lem-
brando que há a capa, a última capa e um editorial
básico com dados de contato do(s) autor(es). Graphiq e NFLzine utilizam o tamanho tabloide
Embora a maioria dos fanzines tenham for- (mais ou menos um “meio-jornal”). Mas há forma-
mato de papel meio-ofício (tamanho A5), há a tos incomuns, como o de O Atendente, que vem
possibilidade de criá-los em outros formatos, eco- dentro de uma caixa de VHS (fita de videocassete),
nômicos ou não. A Maturi, fanzine produzido no e Arrevista: a revista arrivista, que simula um pe-
Rio Grande do Norte, tinha apenas 8,5 x 11,5cm. queno rolo de papel higiênico.
150
5.1. A elaboração e a
variedade de fanzines:
temas e caos criativo
Há constelações de temas, como ficção cien-
tífica, música, cinema, anarquia, política trans-
gressora, conscientização, biográfico e as artes,
como poesia, quadrinhos e literatura. E encon- Fanzines
- disponib
ilizado po
tramos aqueles que misturam tudo isso. O lema r Weaver
Lima
principal do universo zineiro é fraternidade,
amizade, troca de ideias e criatividade,
sem visar lucro. Fazer, ler e enviar (ou rece-
ber) um fanzine pelo correio é uma experiência
ímpar: até mesmo os envelopes podem se tor-
nar um tanto “zinados”.
O ato de elaborar um fanzine compreende
duas possibilidades: individualmente ou acompa-
nhado de mais pessoas (coletivo).
Com relação à liberdade criativa, há jargões e
neologismos muito interessantes criados nos fanzi-
nes. Alguns deles, por exemplo, como o termo já
mencionado “fanzinagem”, de Silvio Ayala, e títu-
los como “Graforreia Xilarmônica” ou “Freezine”.
Palavras inexistentes surgem, como “funkstein”,
“caosmótico” ou “oquemaisblível” etc. E há até
fanzines de grupos distintos, como o Dishrag: a
journal of dish washer´s art, criado por lavadores
de pratos dos Estados Unidos.

ntasia
arca de Fa
pendentes - M
rinhos Inde
QI: Quad

SAIBA MAIS

Sabia que existe um fanzine que divulga fan-


zines? Pois é, o QI: Quadrinhos Independen-
tes, editado por Edgard Guimarães, é dispo-
nibilizado gratuitamente na versão colorida
e em formato PDF, diretamente no site
Marca de Fantasia no endereço:
marcadefantasia.com/revistas/qi/qi.html

151
ACESSE!
e s e s e u p o t e n cial

o
6. as hqsz in

z i n a r t í s t i c
f a n
Embora os fanzines não sejam obrigatoriamente
nem exclusivamente de histórias em quadrinhos,
eles auxiliaram a propagação e manutenção da
Nona Arte no Brasil, principalmente nas décadas
de 1980 e 1990. Muitos fanzines serviram, e ain-
da servem, para autores iniciantes e amadores de
quadrinhos fazerem seus experimentos.
Assim como as histórias em quadrinhos, os
fanzines são interdisciplinares e, embora não
necessariamente publiquem apenas quadrinhos
(o que é bom, pois abrem brechas para disciplinas,
como língua portuguesa, podendo trabalhar poe-
sias e contos com os alunos), servem para publi-
car de forma independente as próprias HQs feitas
pelos alunos.
Muitos(as) professores(as) já usam os fanzines
em suas salas de aulas, algumas vezes sem
nem saber que estão fazendo isso,, pois es-
timulam seus alunos a montar, em forma de revis-
tas fotocopiadas, seus trabalhos ou atividades.

152
s c h e g a m à s
7. os fanzine

esc o l a s s de G
az y Andr
aus e D
anielle
Barros

e- imagen
Gibiozin

Os fanzines vêm se tornando cada vez mais


conhecidos e reconhecidos na área educacional.
No filme Pro Dia Nascer Feliz (JARDIM, 2007) há
um trecho em que o fanzine é aplicado em aula,
o que contribui para a autoestima dos alunos.
Igualmente, a série educacional Cadernos de Apoio
e Aprendizagem de Língua Portuguesa, produzida
pela Fundação Padre Anchieta, pela primeira vez
traz, além dos quadrinhos, os fanzines como lin-
guagem potencial a ser usada nas escolas do mu-
nicípio de São Paulo para alunos da 7ª série.
Outros exemplos incluem o projeto Gibiozine,
idealizado pelo professor Hylio F. Laganá, do
curso de Licenciatura em Biologia da Universidade
Federal de São Carlos (UFSCAR), uma mescla de
gibi de temática da área de biologia produzido em
formato de fanzine, trabalhado por ele em um pro-
jeto de pesquisas da universidade, no qual os pró-

ntos Neto
prios alunos criam as HQs. O Gibiozine demonstra
como os fanzines também entram na universidade

io dos Sa
e conquistam espaço e alunos, ampliando as possi-
bilidades educacionais.

ine - E lyd
Nesse sentido, vale mencionar a iniciativa do
saudoso professor Elydio dos Santos Neto,
BiograficZ
que estudava teóricos da pedagogia e educação
que defendem histórias biográficas de vida
como parte do aprendizado e formação do pro-
fessor. Foi assim que criou o conceito de biogra-
ficzine, aplicando-o a seus alunos de mestrado e
cujo tema principal era um histórico de vida pes-
Elydio dos Santos Neto: é um
soal. A sua ideia os ajudou a dar vazão a seus dos organizadores da obra Histórias
arroubos criativos e histórias de vida, criando seus em Quadrinhos e Práticas Educativas:
próprios biograficzines, usando textos, colagens os gibis estão na escola, e agora?,
com fotos e histórias em quadrinhos por eles pela editora Criativo.

153
mesmos produzidos. Isso esclareceu e reforçou a
todos que os fanzines:
a c i o nal
r
x

Neto
ivo
criat

Sanos os
lydio d
d o livro de E
pa Ca

a)
unem as pessoas fraternalmente e;

b)
permitem que conheçam mais a
si mesmas e que desafiem as suas
capacidades criativas.

Esta experiência foi vivida várias vezes e serviu


para se perceber a riqueza do fanzine como instru-
mento agregador e, principalmente, impulsio-
nador da criatividade.
Sabe-se, atualmente, que o cérebro tende à
racionalidade, mas também necessita do desen-
volvimento da criatividade. Porém, o sistema edu-
cacional tem se utilizado desproporcionalmente
da racionalidade em detrimento do criativo
(ANDRAUS, 2009), e por isso nossos alunos não
conhecem e não valorizam adequadamente as ar-
tes, realidade que é modificada com a inclusão
dos quadrinhos e dos fanzines, que deverão ser
criados em quaisquer formatos e sem limitações,
normas ou regras pré-estabelecidas, ajudando a
expandir essa criatividade e ampliar as possibili-
dades de expressão.

154
s i b i l i d a d e d e
. E d u c a z i n e : pos
8 i z a ç ã o d o s
t i l
montagem e u

a
m

l
h o s e

u
d r i n

a
u a
fanzines de q

Sal a d e
8.1. Público Escolarzine conhecimentos e preferências (lembrando-se da
possibilidade de se aplicar o biograficzine), enquan-
Para se fazer um fanzine, é necessário, além
to que às crianças do ensino regular a temática po-
de criatividade, se elaborar uma expressão artística
derá ser determinada pelo(a) professor(a), caso seja
e/ou textual: um desenho, um texto (ou, no caso
necessário para alcançar determinado objetivo.
deste fascículo, uma história em quadrinhos e/ou
Também os alunos de ensino médio podem ser
cartum, tira etc). O tema pode ser livre, biográfico,
deixados bem livres, inclusive para decidirem entre
ou pode ser conferido pelo(a) professor(a), caso
desenhar e/ou recortar ou mesclar colagens com
queira trabalhar, conforme os PCNs, a transversa-
desenhos próprios.
lidade (Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente,
Nesse sentido, podem surgir muitos traba-
Saúde, Orientação Sexual, entre outros). Como
lhos com elementos dos mangás, pois muitos
esta atividade pode ser desenvolvida nos vários ní-
alunos desse nível de ensino são fãs desse estilo
veis escolares (fundamental 1 e 2, ensino médio
de quadrinhos.
e EJA), o professor pode dispor de 3 a 4 de suas
aulas, pedindo, inicialmente, o material à turma. Antolog
ia Seres
Embora os alunos de Educação de Jovens e Urbanos
- Fanzin
es
Adultos (fundamental I) estejam sendo alfabetiza-
dos, há diferenças para com os alunos regulares do
ciclo fundamental I, já que os de EJA são mais ex-
perientes e muitas vezes têm saberes mais amplos,
ao contrário das crianças em processo de alfabe-
tização escolar. Porém, a experiência de inserir os
fanzines (e então, desenhos, cartuns e quadrinhos)
se assemelha na didática metodológica, pois am-
bos podem receber a tarefa de elaborar artes (seja
desenhando, colando ou mesclando).
Nesse sentido, o professor poderá encontrar al-
guma resistência dos alunos de EJA, enquanto que
as crianças geralmente se empolgam, devido ao
fato de poderem desenhar e, simplesmente, criar!
Em resumo: o diferencial maior será a ques-

155
tão da temática. O alunado de Educação de Jovens
e Adultos (EJA) poderá ser relacionado a seus ... - Adri
A.
Catálogo
e Zine:
8.2 AtividadeZine
: 8.3. Atividad
b o r a n d o a A rtezine
Material Ela
necessáriozine s, os papéis utili- idade Procedimento
(possível):
Entre as muitas possibil ado ráfico, um
sde o padrão A4, cham a (se for biog

1)
zados podem variar, de nu m te m
eo Pens ar ideia de si
an co , at é os de outras cores (exist cz in e) , el ab orando uma
biografi
te br -
não gosta, re
de su lfi ,e
ul, verde e até reciclado) sta e do que
sulfite amarelo, rosa, az mesm o, do qu e go
educação;
, ca n-
amatura maior (sulfite sua vida e à
mesmo em papel de gr cha, lacionando à
o desenho: lápis, borra usando
son ou cartolina). Para em sequência

2)
s e giz de cera e/o u ca ne- ça r id ei as
Es bo s etc.,
canetas pretas e colorida ca en s, ob je tos, paisagen
a sem ponta, cola bran person ag
as com recor-
tinhas coloridas, tesour s de -a s, ou montando-
e revistas para recorte dese nh an do
ambas as téc-
e/ou de bastão, régua (o u mesclando
m utilizar tintas na uim
nq
tes de re vi st as lha de
imagens. Pode-se també o qu e a di st ribuição na fo
nicas), send das
e/ou outras e pincéis. páginas defini
it e de ve co ntemplar as );
sulf em sanfona”
na “dobrada
(4 na A5 ou 6
esquecer de
tulo e não se

3)
ar nu m tí
Pe ns ano de reali-
ca r se u no me, e-mail e
colo
ne.
zaçã da HQZi
o
entre
zines e trocar

4)
có pi as do s
Tirar blog ou num
u inserir num
os colegas (o
para tal).
book criado
perfil de Face -
zer uma expo
idade de se fa

5)
po ss ib il
Há a na próp a ri
do s zi ne s (s e impressos)
sição s, como fazem
(p en du ra nd o com cordõe
sala
s).
com os cordéi

Nessa etapa, com posse dos materiais, pode-


se começar a elaborar diretamente em uma folha
de sulfite A4 dobrada ao meio (perfazendo uma
revistinha de tamanho A5, de 4 páginas), ou “san-
fonada”, como um rápido fanzine, em que se do-
bra a folha A4 em 3 partes e em que cada uma
das 6 partes (frente e verso) se torna uma página
sequenciada do fanzine. Confira a seguir:

156
do Eclip y Andraus
(zine
2.

sezine
Gaz
1.

o A5) -
m
MATERIAL

ns 1 e em tamanh
ntage
a)A.1. A HQ/Zine pode ter vários formatos,

2 - Mo
Papel Sulfite A4

mas aqui se exemplificam com duas possibili-

image
dades: dobrar a folha A4 ao meio, tornando
-a um tamanho A5, consequentemente com
4 páginas frente e verso, que podem se am- 3.

pliar para mais, múltiplas de 4, caso queira


agrupar mais folhas, ou dobrar a folha em 3 4.

pela vertical sanfonada, obtendo-se 6 pági-


nas frente e verso;

A.2. A elaboração da arte pode ser direta


nas folhas frente e verso, mas caso se quei-
ra, pode ser feitas em folhas separadamente
para depois agrupá-las quando se for fotoco-
piar. Essa possibilidade é melhor para aqueles
que desejem evitar que a tinta da caneta, por
exemplo, “vaze” para o outro lado da folha.

B)
Lápis (borracha e régua opcionais)
5.

C)
Canetas hidrográficas pretas (e de
outras cores opcionais)

D)
Revistas para recortes

E)
Tesoura e cola

Há várias possibilidades de formatos e quan-


de fanzine
tidade de páginas para fanzines, mas como este - Montagem
imagens 1 a 6 l A4) - Andreza
pe
é um trabalho básico, o ideal aqui sugerido bas- sanfonado (pa

ta para elaboração da revista. Lembre-se que um


fanzine é como uma revista, então, tanto a frente
6.

como o verso das páginas devem ter desenhos, ti-


ras ou quadrinhos – o mesmo para a possibilidade
do fanzine sanfonado.

157
Caso necessário, pode-se ampliar a quantidade Outra advertência: pode-se ir elaborando as ar-
de páginas do fanzine para 8, inserindo-se mais tes diretamente nas folhas de sulfite, já dobradas
uma folha (sempre como múltiplo de 4, quando para o tamanho do fanzine. Porém, caso o autor se
o formato for realizado com a folha de papel A4 utilize de material de desenho de tinta, como cane-
dobrada ao meio). Porém, nesses casos, como o tinhas hidrográficas, por exemplo, é muito provável
fanzine se torna grampeável, o ideal é que se que apareçam os traços nos versos das folhas (elas
enumere as folhas montando-as antes de começar passam para o outro lado). Nesse caso, o ideal é
a desenhar nelas, pois, do contrário, a arte inseri- utilizar papéis mais grossos que o sulfite
da no fanzine ficará fora de ordem. Para entender comum, ou até fazer as artes já no tamanho da
melhor, veja a imagem a seguir: meia-folha (se for o fanzine A5), em outro papel em

draus
separado, recortá-lo após pintar, e daí colá-lo na fo-
lha dobrada que será o fanzine pronto.

zy An

rbanos
as - Ga

eres U
págin

rupo S
e de 8

og
zin

Zines d
em de
ontag m
ma de
Diagra

Com relação às artes para o fanzine, caso se


faça apenas uma história em quadrinhos, que ela
preencha, ao menos, 3 das 4 páginas (ou 7 das 8,
8.4. Fanzinalizando
Após a finalização das artes do fanzine, basta unir
a depender do tamanho da revista).
as folhas (no caso de serem mais que uma e dobradas
É interessante também haver uma capa com
ao meio) e grampeá-las. Se o fanzine for o sanfonado,
título (e nome do autor, que também pode figurar
já está pronto sem necessitar de grampos. É possível
na última capa). Pode-se, também, inserir em um
tirar cópias, mas, para isso, aconselho não grampear o
mesmo fanzine tanto tiras e cartuns, como textos,
fanzine original de formato meio-sulfite, pois ao inse-
misturando as várias formas de manifestação, lem-
rir suas páginas na máquina copiadora, precisará tirar
brando-se sempre que devem preencher todas as
frente e verso de cada original do fanzine numa mes-
páginas do fanzine (tanto a frente de cada página,
ma folha fotocopiada. Não se esqueça de que, como
como seu verso).
um fanzine é uma espécie de revista, é interessante
Se houver dificuldade para desenhar, pode-se
que o seu autor(a)/fanzineiro(a) coloque um título
recortar imagens de revistas para que se compo-
nessa publicação, bem como um endereço de con-
nha uma sequência criativa, mas o ideal é que se
tato (que pode ser um e-mail pessoal), visto que o
tente desenhar, do jeito que puder, sem insistir ou
ideário do fanzinato é a troca e a difusão camarada
exigir perfeição técnica, ainda que misturando com
das ideias e artes, cujo veículo é o próprio fanzine.
158
elementos de recortes.
Assim, se esse fanzine chegar a alguém, seria ótimo exposição na sala de aula, com barbantes grossos,
que esse novo leitor pudesse, por meio desse contato, como se fosse um varal de fanzines, ou então, pela
poder escrever elogiando, tirando dúvidas, sugerindo rede virtual, abrindo um álbum dentro de um perfil
ou mesmo criticando o trabalho. do Facebook, por exemplo.
Caso o(a) professor(a) deseje, após a finaliza- Fanzine é assim: o mais importante é co-
ção do fanzine, ele pode também programar uma meçar e fazer!

9. concluzine
Como se vê, o mundo dos fanzines é muito Os professores também podem utilizá-los de forma
mais rico e complexo do que sonha nossa vã “fan- bastante ampla, além de estimularem seus alunos
zilogia”! Os zines são independentes, possibilitam a publicar suas artes zineiras e criar seus próprios
a criatividade, interdisciplinaridade e transversalida- fanzines, que amplificam a criatividade e até a fra-
de temática, abordando desde a ficção, a ciência, ternidade – pois, como se disse, um fanzine não visa
a biografia, a música, o cinema, os quadrinhos, a lucro e pode ser trocado –, contribuindo para um
poesia, a ética, entre outros temas. Eles represen- ensino mais enriquecedor e inteligente. E isso, em
tam uma possibilidade amalgamada de textos, um duplo sentido: não apenas no que se refere à
fotos, desenhos e quadrinhos inseridos em folhas inteligência racional, mas, também, à inteligência
dobradas que se transformam em revistas paratópi- sensível e criativa, que precisa dessas modalidades
cas, que podem ou não ser fotocopiadas e expostas. de estímulos para se desenvolver melhor.

s a i b a m a i s !
leia e ivi da de e autoria. In MUNIZ,
Cellina (org.).
com imagen s, cr iat de si. Fortaleza/
au to ria , su bj et ivi dade e invenção
Fanzines:
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ald em ar. O s po deres dos seus
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ep en dente es crita-im ag ética bros. São Paulo: anca.php
ANDRAUS, Gazy. A ind
leitura/feitura autoral criativa e
:// w w w. uf sc ar. br /fotografia/gibiob
ines: para um a Gibiozine: http
nizacional dos fanz itura do ntasia. João
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DR AU S, Ga zy ; SANTOS NETO, a e fo rm aç ão qu ivo s/p df /li vr o0 81.pdf> Acesso
AN as de vid
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BiograficZines: co
Gazy Andraus (Autor)
é professor designado do curso de Pedagogia da Unidade Campanha da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG),
pesquisador e membro do Observatório de HQ (USP) e da Associação dos Pesquisadores em Arte Sequencial (Aspas), bem
como da Interculturalidade e Poéticas da Fronteira (UFU), Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação (Interespe)
(PUC/SP) e Criação e Ciberarte (UFG). É autor de HQs e de fanzines de temáticas fantástico-filosóficas.

CRISTIANO LOPEZ (Ilustrador)


é desenhista, Ilustrador e quadrinista. É desenhista-projetista do Núcleo de Ensino a Distância da Universidade de Fortaleza
e ilustrador e chargista freelancer para o jornal Agrovalor, revista Ponto Empresarial (Sescap-CE) e Editora do Brasil.

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará 2, em decorrência do Termo de Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Prefeitura Municipal de
Fortaleza, sob o nº 001/2017.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA João Dummar Neto Presidência | Marcos Tardin Direção Geral | UNIVERSIDADE ABERTA DO
NORDESTE Viviane Pereira Gerência Pedagógica | Ana Paula Costa Salmin Coordenação Geral | CURSO QUADRINHOS EM SALA DE AULA:
Estratégias, Instrumentos e Aplicações Raymundo Netto Coordenação Geral, Editorial e Preparação de Originais | Waldomiro Vergueiro
Coordenação de Conteúdo | Amaurício Cortez Edição de Design | Amaurício Cortez, Karlson Gracie e Welton Travassos Projeto Gráfico |
Dhara Sena Editoração Eletrônica | Cristiano Lopez Ilustração | Emanuela Fernandes Gestão de Projetos ISBN 978-85-7529-853-4 (coleção)
978-85-7529-877-0 (volume 10)

Todos os direitos desta edição reservados à:

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CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
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