A evolução legal dos recursos hídricos neste país se estende da
chegada dos portugueses no Brasil em 1500 à fase que se encontra atualmente a gestão da água, com a entrada em vigor da Política Nacional dos Recursos Hídricos, trazida pela Lei 9.433/97. O PRIMEIRO DOCUMENTO HISTÓRICO encontrado aqui que traz algum dispositivo relacionado com a proteção das águas, quando fornece o conceito de poluição, foi as Ordenações Filipinas (1595), que “proibiu a qualquer pessoa jogar material que pudesse matar os peixes e sua criação ou sujar as águas dos rios e das lagoas”, quando o Brasil estava sob domínio espanhol. A crise econômica de fins do século XIX e início do século XX, centrada na troca do modelo econômico – de agrário para industrial, exige uma maior utilização da energia elétrica para a geração de riquezas. Neste contexto sócio econômico foi publicado o Decreto 24.643 em 10 de Julho de 1934, que aprovou o Código de Águas Brasileiro. Inicia-se um trabalho de mudança de conceitos relativos ao uso e a propriedade da água. O CÓDIGO DE ÁGUAS BRASILEIRO Finalidade: estabelecer o regime jurídico das águas no Brasil, Disposição: classificação e utilização, bem como sobre o aproveitamento do potencial hidráulico, fixando as respectivas limitações administrativas de interesse público. As águas brasileiras são definidas como águas públicas, que podem ser de uso comum ou dominicais. Encontram-se os primeiros dispositivos legais que vem possibilitar que na atualidade o Brasil trabalhe com instrumentos de gestão que possibilitam a cobrança pelo uso da água. Os principais são: a) Do aproveitamento das águas: “O uso comum das águas pode ser gratuito ou retribuído, conforme as leis e regulamentos da circunscrição administrativa a que pertencem” b) Da derivação das águas: “As águas públicas não podem ser derivadas para as aplicações da agricultura, da indústria e da higiene, sem a existência de concessão administrativa, no caso de utilidade e, não se verificando de autorização administrativa, que será dispensada todavia, na hipótese de derivações insignificantes” c) Da fiscalização: “No desempenho das atribuições que lhe são conferidas, o Serviço de Águas do Departamento Nacional da Produção Mineral, com aprovação prévia do Ministro da Agricultura, regulamentará e fiscalizará o serviço de produção, transmissão, transformação e distribuição da energia hidroelétrica.” A aplicação do Código de Águas, juntamente com a evolução dos problemas sócios e econômicos do país, possibilitou alterações no modelo de administração pública e de novas normas legais. A seguir, relacionam-se os mais expressivos diplomas legais, decorrentes do Código de Águas Brasileiro, apresentando de forma mais detalhada a legislação mais recente ou mais relevante para a gestão dos recursos hídricos no Brasil, quais sejam: Código de águas minerais, que classificou e disciplinou o uso das águas minerais. Constituição Federal de 1988, que permitiu aos Estados e à União criar seus sistemas de gestão. Política Nacional de Águas (Lei N.o 9.433/97). Legislações Estaduais de Gestão de Águas. Criação da ANA – Agência Nacional de águas. a) Fundação: 2000 b) Objetivo: implantação do sistema nacional de recursos hídricos. Em janeiro de 1997, a União estabelece a sua política e o seu sistema de gestão de recursos hídricos, aprovados por meio da Lei N.o 9.433/97. A promulgação desta lei vem consolidar um avanço na valoração e valorização da água, quando, por meio de seu artigo 1.o, incisos I e II, determina que: “a água é um bem de domínio público e dotado de valor econômico
HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO DE EFLUENTES NO BRASIL
Contexto revolução industrial (êxodo rural): o crescimento da
população urbana e a concentração/ampliação das atividades industriais elevaram a demanda por recursos hídricos, tanto para o abastecimento, como para a diluição dos efluentes. O Brasil, por possuir dimensões continentais e contar com grande quantidade deste recurso, adquiriu uma “cultura de desperdício”, o que contribui para agravar ainda mais o problema. Este quadro tem forçado a criação de medidas com a finalidade de normatizar a sua utilização epunir seu emprego irracional A Resolução CONAMA n° 357 de 2005 deu ênfase à classificação e às diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água, bem como estabeleceu as condições e padrões de uso e lançamento de efluentes. Referências
RAMOS, GEYLLA MARIA DE OLIVEIRA MARINHO. Evolução
histórica da legislação brasileira sobre o uso da água. Disponível em: <https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/52115/evolucao- historica-da-legislacao-brasileira-sobre-o-uso-da-agua>. Acesso em 02 março 2020.
Histórico da legislação hídrica no Brasil. Disponível em:
<https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/informacoes-basicas/tpos-de- agua/historico-da-legislacao-hidrica-no-brasil/>. Acesso em 02 março de 2020.