Você está na página 1de 7

Acampamento Legal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Acampamento Legal é uma série de televisão brasileira
produzida pela Casa de Vídeo e exibida pela RecordTV Acampamento Legal
entre 13 de agosto de 2001 e 19 de abril de 2002, em 180
capítulos, substituindo Roda da Vida e sendo substituída
pela extensão do Cidade Alerta, finalizando a dramaturgia
do canal naquele momento. Foi escrita por Márcio Tavolari,
Edison Braga e Armando Liguori e dirigida por Edison
Braga.[1]

A série apostou em atores mirins que nunca tivesse tido


contato com a televisão ainda. Natália Garcia, Robson
Barbosa, Talita de Oliveira, Diego Montez, Agata Kissa,
Paulo Igor, Amina Karoline, Jessica Carvalho e Lohan Informação geral
Brandão formam o grupo das crianças protagonistas que Formato Série
montam o clube no acampamento. O elenco adulto foi Gênero Infantil · fantasia
formado por Márcio Ribeiro, Luah Galvão, Armando Duração 30 minutos
Aliguori, Rodrigo Lombardi, Ivan de Almeida, Cleide Criador(es) Márcio Tavolari
Queiroz, Valéria Sandalo e Marcelo Mansfield nos papeis Edison Braga
Armando Liguori
principais.[2]
País de Brasil
origem
Idioma (português brasileiro)
original
Índice Produção
Produção Diretor(es) Edison Braga
Escolha do elenco Produtor(es) Helder Peixoto
Conteúdo transmídia Elenco Elenco principal
Enredo Natália Garcia
Exibição Márcio Ribeiro
Elenco Luah Galvão
Participações especiais Armando Liguori
Rodrigo Lombardi
Audiência
Ivan de Almeida
Recepção da crítica Cleide Queiroz
Controvérsias Valéria Sandalo
Referências Vera Kowalska
Marcelo Mansfield
Ligações externas
Norival Rizzo
Ju Colombo
Paixão de Jesus
Produção
Luiz Carlos Bahia
Em 2001 Helder Peixoto, fundador da produtora Casa de (ver mais)
Vídeo, notou que havia uma escassez de teledramaturgia
brasileira voltado ao público infantil que unisse cultura e Tema de Instrumental
educação, uma vez que a TV Cultura não estava produzindo abertura
novos conteúdos desde o fim de Castelo Rá-Tim-Bum, em Empresa(s) Casa de Vídeo
1997.[3] Além disso, produções voltadas a este público não de produção Central de Produções
tiveram continuidade – Chiquititas, do SBT, havia chegado Exibição
ao fim naquele ano sem deixar uma sucessora brasileira e o Emissora de RecordTV
televisão
mesmo aconteceria com Bambuluá, da Rede Globo.[3] Em original
co-produção com a Central de Produções, as duas Formato de 480i (SDTV)
produtoras elaboraram a série com profissionais que tinham exibição
experiência apenas em campanhas publicitárias ainda, Transmissão 13 de agosto de 2001 –
trazendo para o projeto Márcio Tavolari, Edison Braga e original 19 de abril de 2002
Armando Liguori, que passariam a escrevê-la. A RecordTV N.º de 2
foi a primeira emissora em que a produtora levou o projeto, temporadas
o qual foi aprovado.[4] N.º de 180
episódios
A ideia inicial era de que seria um seriado semanal, porém a
emissora solicitou que fosse gravado em um molde diário.[3] As gravações ocorriam em duas etapas,
sendo que de segunda a sexta-feira a equipe se locomovia para Amparo, no interior de São Paulo, para
gravar nos cenários fixos já montados em uma fazenda, enquanto outra parte era gravada aos finais de
semana em um dos 150 acampamentos no estado cadastrados pelas produtoras, utilizando sempre o que
estivesse com menor fluxo para facilitar.[5] Em um dos acampamentos a equipe encontrou destroços de
um avião antigo, o qual acabou servindo de inspiração para os redatores escreverem uma história em
torno para que fosse gravado ali.[5] Outras cidades utilizadas como cenário foram Tatuí, Brotas, também
no interior paulista.[4] Cada capítulo era orçado em 45 mil reais.[5]

Escolha do elenco
As produtoras optaram por crianças que ainda não tivessem feito
trabalhos na televisão, extraídas de testes realizados em escolas "Nós queremos oferecer
públicas de São Paulo, alegando que a ideia era dar oportunidade as vagas para crianças
para crianças que desconheciam o próprio talento ou ainda não carentes e dar
tiveram oportunidade de expo-lo.[4] Diferente das demais tramas da oportunidade a estas
emissora, que apostavam em nomes conhecidos, os atores do elenco crianças de também se
adulto foram escolhidos exatamente por não terem trabalhos transformarem em atores-
expressivos na televisão, buscando nomes do teatro para a trama mirins"
infantil, uma vez que a emissora havia desabilitado seu quadro de
dramaturgia após Roda da Vida – o qual só seria retomado em — Helder Peixoto, da Casa de
2004.[4] Vídeo, sobre escolher um elenco
infantil desconhecido.[3]
Valéria Sandalo foi escolhida para interpretar a bruxa Odisséia pela
experiência que já tinha em interpretar personagens fantasiosas no
teatro.[6] Marcelo Mansfield e Márcio Ribeiro também já tinham experiência em programação infantil
por terem feito parte do Rá-Tim-Bum e X-Tudo, ambos da TV Cultura. Rodrigo Lombardi, que
interpretava o guarda florestal Bob, se tornaria um dos principais atores da Rede Globo anos depois,
ganhando fama em Pé na Jaca.[7]

Conteúdo transmídia
Três semanas após o lançamento da série, a RecordTV lançou a Revista Acampamento Legal, no qual
trazia informações sobre a história, entrevista com elenco e jogos interativos para as crianças, além de
uma ficha de inscrição, no qual as crianças poderiam concorrer a uma participação especial na trama,
sendo que uma por semana era sorteada.[8] Em 2002 a produção realizou um projeto transmídia ao lançar
a peça teatral de Acampamento Legal, trazendo parte do elenco original da série, ficando em cartaz até o
final de 2003.[9] Na trama, a turma do acampamento encontrava uma misteriosa semente que, se plantada
e florescida, erradicaria o mal do mundo, sendo que as bruxas da história tentavam atrapalhar os planos e
destruí-las para não se tornarem boas.[10] A peça trouxe uma tecnologia ainda não realizada no Brasil,
que utilizava óculos 3D para acompanhar os efeitos especiais, como quando as bruxas eram içadas por
cabos de aço para simularem que estavam voando.[10]

Enredo
Júlio (Clóvis Gonçalves), Estela (Salete Fracarolli) e Joana (Sílvia Menabó) são três irmãos que não
tinham a menor ideia do que fazer com a fazenda da família herdada após a morte pais, uma vez que
nenhum deles tinha qualquer contato com o campo há muitos anos. Tatá (Márcio Ribeiro), primo dos
três, sugere que eles criarem um acampamento interativo, no qual os pais poderiam deixar os filhos após
o colégio em segurança e no qual as crianças fariam diversas atividades esportivas e artísticas, batizando-
o de Acampamento Legal. No local passam a trabalhar o monitor Zé Carlos (Armando Aliguori), o
zelador Benê (Ivan de Almeida), o guarda florestal Bob (Rodrigo Lombardi), as cozinheiras Chica
(Cleide Queiroz) e Landa (Paixão de Jesus), a faxineira Cândida (Ju Colombo), o instrutor de esportes
Caco (Fábio Di Martino), o professor de música Curió (Luiz Carlos Bahia), além de Nelsinho, professor
das crianças na escola e de reforço.

A primeira criança a chegar no local é exatamente a doce Leo (Natália Garcia), filha de Julio com sua ex-
mulher, Dolores (Patrícia Pimenta), uma perua arrogante que só pensa em dinheiro e não compreende o
fato da filha gostar da vida simples do campo. É com a chegada de Zezé (Luah Galvão) que tudo muda.
A moça se torna monitora do local e grande amiga das crianças, que nem imaginam que ela seja, na
verdade, uma bruxa que fugiu das irmãs Odisséia (Valéria Sandalo) e Oriléia (Vera Kowalska) por querer
ser boa. Junto com Clara (Talita de Oliveira), Bento (Diego Montez), Marga (Agata Kissa), Leila (Amina
Karoline), Tati (Jessica Carvalho), Felipe (Robson Barbosa), Josiel (Lohan Brandão) e PJ, (Paulo Igor),
Leo vai viver grandes aventuras que toda magia do acampamento pode proporcionar.

Exibição
Originalmente a RecordTV pretendia inaugurar o segundo horário para produções com Acampamento
Legal, a qual seria dedicada apenas para séries e novelas infanto-juvenis, porém com os problemas que
ocorreram em Roda da Vida, a emissora decidiu manter apenas a faixa de "novela das oito".[11] A série
estreou em 13 de agosto de 2001 às 20h quando a sucessora ainda estava no ar, estratégia adotada para
aproveitar o público de Roda da Vida, que estava na reta final, mantendo as duas no ar por duas semanas,
quando a segunda chegou ao fim em 31 de agosto, deixando o horário livre para Acampamento Legal.[12]
A trama era reexibida no dia seguinte a original as 9h, antes do programa Eliana & Alegria.[4]
Elenco
Infantil
Ator/Atriz Personagem
Natália Garcia Maria Leopoldina Hernandez Boaventura (Leo)
Robson Barbosa Felipe
Talita de Oliveira Clara
Diego Montez Bento
Agata Kissa Margareth (Marga)
Paulo Igor Pedro Jonas (PJ)
Amina Karoline Leila
Jessica Carvalho Tatiana (Tati)
Lohan Brandão Josiel (Lino)

Adulto
Ator/Atriz Personagem
Márcio Ribeiro Tadeu Boaventura (Tatá)
Luah Galvão Maria Josefina Assombro (Zezé)
Armando Liguori Zé Carlos
Rodrigo Lombardi Alberto Flores (Guarda Bob)
Ivan de Almeida Benê
Cleide Queiroz Tia Chica
Valéria Sandalo Odisséia Espanto
Vera Kowalska Oriléia Sinistra
Marcelo Mansfield Barão do Beleléu
Norival Rizzo Vira-Lobos
Ju Colombo Cândida (Candinha)
Paixão de Jesus Landa
Luiz Carlos Bahia José Arquimedes (Curió)
Patrícia Pimenta Dolores Hernandez e Hernandez Boaventura
Clóvis Gonçalves Júlio Boaventura
Salete Fracarolli Estela Boaventura
Sílvia Menabó Joana Boaventura
Marcos Teixeira Professor Nelsinho
Fábio Di Martino Professor Caco

Participações especiais
Ator/Atriz Personagem

José Mojica Marins Bruxo-Mór[13]


Bárbara Paz Guardiã do Portal
Claudionor Erasmo Peixoto Grão Bruxo Sinfrônio
Cacá Bloise Menelau
Gonzaga Pedrosa Daniel
Wagner Maciel Dr. Davi

Audiência
Acampamento Legal manteve uma média de 3 pontos diários em seus dois primeiros meses.[14] Estes
números foram considerados insatisfatórios pela emissora, uma vez que sua antecessora, a telenovela
Roda da Vida, marcava uma média de 5 pontos, o qual já era considerado baixo pela direção.[15]
Posteriormente a série conseguiu estabilizar-se e chegou a marcar médias de 8 pontos.[14] Com isso a
emissora passou a realizar reprises nas manhãs do dia seguinte, que atingiam 2 pontos.[14]

Recepção da crítica
Ricardo Feltrin, do jornal Folha de S.Paulo, deu aval positivo para a trama, comentando que a trama tinha
"ótimos atores" e "histórias bem inteligentes", notando que isso era algo incomum na teledramaturgia
infanto-juvenil e que a emissora tinha acertado em apostar em algo mais educativo.[16] Silvia Ruiz, do
portal Terra, disse que Acampamento Legal tinha "tudo para conquistar a criançada que, em grande parte
das vezes, manda no controle remoto nas primeiras horas da noite", elogiando as temáticas sobre
aventura, luta do bem contra o mal e elementos mágicos, dizendo que era algo clássico para atrair as
crianças. A jornalista comparou a trama com Castelo Rá-Tim-Bum, da TV Cultura, dizendo que estava
ainda longe da qualidade desta, porém dizendo também que era superior a Chiquititas, do SBT.[8]

Controvérsias
Em março de 2002 os autores e atores da série entraram com uma ação judicial contra as produtoras Casa
de Vídeo e Central de Produção, alegando que os salários não eram pagos desde outubro de 2001 e que,
por diversas vezes, os produtores alegaram que iam quitar os atrasados e não cumpriram, pedindo
também que a RecordTV retirasse a série do ar.[17][18] Os representantes da Casa de Vídeo alegaram que
a responsabilidade era da Central de Produções, que não havia conseguido captar recursos suficientes.[17]
Apesar da RecordTV apenas comprar os direitos de transmissão da série e não ter nenhuma ligação com
sua realização, a emissora decidiu pagar os salários atrasados por conta própria, porém rompeu o vínculo
com as produtoras e o projeto acabou cancelado.[17]

Referências
html). Folha de Londrina. Consultado em
1. «Campo minado» (http://www.sampaonlin 20 de julho de 2017
e.com.br/embalagemecia/colunas/elmo/col
una2001ago31.htm). Sampa Online. 3. «Teledramaturgia: Acampamento Legal» (h
Consultado em 20 de julho de 2017 ttp://www.teledramaturgia.com.br/acampa
mento-legal/). Teledramaturgia. Consultado
2. «NOVELAS: 30/09/2001» (http://www.folha em 20 de julho de 2017
delondrina.com.br/folha-2/novelas-361617.
4. «InfanTV: Acampamento Legal» (http://infa 11. «Acampamento Legal» (http://web.archive.
ntv.com.br/acampamento.htm). InfanTV. org/web/20170705013720/http://observator
Consultado em 20 de julho de 2017 iodoaudiovisual.com.br/acampamento-lega
5. «Tenda dos milagres» (http://www2.uol.co l/). Observatório Visual. Consultado em 20
m.br/omossoroense/1808/maistv3.htm). de julho de 2017. Arquivado do original (htt
UOL01. Consultado em 20 de julho de p://observatoriodoaudiovisual.com.br/acam
2017 pamento-legal/) em 5 de julho de 2017
6. «Personagem de Valéria Sandalo vive para 12. «Colunas - Uol» (http://www2.uol.com.br/o
atormentar crianças» (http://www.jj.com.br/ mossoroense/2709/resumonov.htm). UOL.
m/noticias-20031-personagem-de-valeria-s Consultado em 20 de julho de 2017
andalo-vive-para-atormentar-as-criancas). 13. «Zé do Caixão participa de Acampamento
Jornal de Jundiaí. Consultado em 20 de Legal» (http://babado.ig.com.br/materias/0
julho de 2017 [ligação inativa] 43501-044000/43701/43701_1.html). IG.
7. «Rodrigo Lombardi compara sua trajetória Consultado em 20 de julho de 2017
à do vencedor do The Voice» (http://glamur 14. «Record pode cancelar "Acampamento
ama.uol.com.br/rodrigo-lombardi-compara- Legal" » (http://cultura.estadao.com.br/notic
sua-trajetoria-a-do-vencedor-do-the- ias/geral,record-pode-cancelar-acampame
voice/). Glamurama. Consultado em 20 de nto-legal,20011016p7951). Estadão.
julho de 2017 Consultado em 20 de julho de 2017
8. «Record investe em série noturna para 15. «Novela da Record termina sem deixar
pré-adolescentes» (http://www.terra.com.b sucessora» (http://cultura.estadao.com.br/n
r/istoegente/107/divearte/tv_acampamento oticias/geral,novela-da-record-termina-sem
_legal.htm). Terra. Consultado em 20 de -deixar-sucessora,20010827p7845).
julho de 2017 Estadão. Consultado em 20 de julho de
9. «BATE-PAPO COM Valéria Sândalo - 2017
30/11/2002 às 18h00» (http://tc.batepapo.u 16. Ricardo Feltrin (9 de janeiro de 2002).
ol.com.br/convidados/arquivo/teatro/valeria «Quem sobe e quem desce» (http://www1.f
-sandalo-atriz-da-peca-acampamento-legal olha.uol.com.br/folha/colunas/ooops/ult340
---as-bruxas-estao-soltas.jhtm). UOL. u331.shtml). Folha Online. UOL.
Consultado em 20 de julho de 2017 Consultado em 9 de janeiro de 2014
10. «Acampamento Legal em 3D» (http://web. 17. «Folha de S.Paulo - Final infeliz: História
archive.org/web/20170817124623/http://w de "Acampamento Legal" termina na
ww.conteudoteatral.com.br/teatrofolha/inde Justiça - 21/04/2002» (http://www1.folha.uo
x.php?option=com_content&view=article&i l.com.br/fsp/tvfolha/tv2104200219.htm).
d=114:acampamento-legal-&catid=27:peca www1.folha.uol.com.br. Consultado em 2
s-anteriores). Conteúdo Teatral. de março de 2016
Consultado em 20 de julho de 2017. 18. «Atores querem que Acampamento Legal
Arquivado do original (http://www.conteudo saia do ar» (http://babado.ig.com.br/materi
teatral.com.br/teatrofolha/index.php?option as/055001-055500/55254/55254_1.html).
=com_content&view=article&id=114:acamp aIG. Consultado em 20 de julho de 2017
amento-legal-&catid=27:pecas-anteriores)
em 17 de agosto de 2017

Ligações externas
Acampamento Legal (https://www.imdb.com/title/tt0293989/) (em inglês) no Internet Movie
Database
Sítio oficial (http://infantv.com.br/acampamento.htm)

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Acampamento_Legal&oldid=57603550"
Esta página foi editada pela última vez às 16h19min de 29 de fevereiro de 2020.

Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0) da
Creative Commons; pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as condições de
utilização.

Você também pode gostar