Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAMPINAS
2017
BRUNA SAMPAIO ROBERTO
CAMPINAS
2017
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Profa. Dra. Gabriela Alves Macedo
Orientadora
______________________________________________
Profa. Dra. Alessandra Gambero
FCM – USF
Membro titular
______________________________________________
Profa. Dra. Joelise de Alencar Figueira Agelotti
IQ – UNIFAL
Membro titular
______________________________________________
Profa. Dra. Solange Guidolin Canniatti Brazaca
USP - ESALQ
Membro titular
______________________________________________
Profa. Dra. Vânia Battestin Wiendl
IFSP
Membro titular
* A ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica da aluna.
Dedico este trabalho àquela que incansavelmente me ensina
que a maior herança é o estudo e àquela que deixou um
grande legado sobre o amor de ensinar e a importância de
estudar, minha mãe e minha vó (in memoriam).
A vocês dedico o meu melhor!
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, a Deus, pela minha vida cheia de sáude que me permitiu ter
determinação e persistência para ir atrás de todos meus sonhos. Obrigada por me amparar e
mostrar o caminho nas horas incertas. Com certeza, os trabalhos aos quais me dediquei foram
profícuos graças a Tua proteção.
À minha orientadora, Drª. Gabriela Alves Macedo, que nesses anos todos foi minha
referência científica. Obrigada por dividir comigo o teu conhecimento, que me fez dar tantos
passos e amadurecer como profissional. Obrigada pela sensibilidade, em vários momentos,
que me trouxe conforto ao saber que eu não estava sozinha. Obrigada pela confiança e sempre
acreditar no meu trabalho. Obrigada pela amizade, paciência, incentivo, pelos inúmeros
conselhos e pelo carinho transmitidos nesses anos.
À minha mãe, Beatriz, pelo amor sempre incondicional. És a grande responsável por
esta enorme experiência vivida. Este título só é meu por todo alicerce que tu construíste. Serei
eternamente grata pela dedicação diária, pela preocupação que mais de 1.000km implicam,
pelo exemplo de profissional, pela inspiração nos dias difíceis, pelo apoio nas diversas fases
dessa caminhada, por me ensinar a ser forte e a ter coragem a cada nova escolha. Obrigada
pelos princípios e valores a mim transmitidos, que nenhuma escola ensina e que sempre me
guiaram pelo bom caminho. Ao mesmo tempo, agradeço por sempre me transmitir o enorme
valor da escola, do professor e de um livro. Nunca cansarei de agradecer por fazer do meu
sonho o teu sonho, vivê-lo comigo, sem medir esforços, sendo pai e mãe por natureza, opção
e amor!
À minha querida avó Zilda Sampaio Roberto (in memorian) que mesmo sem sua
presença física se faz presente a cada pensamento, lembrança, sonhos e realizações. Seu
desejo de me ver crescendo com sucesso sempre esteve vivo em mim e me faz sempre mais
forte. Obrigada pelo amor puro e incentivador, pela atenção dedicada no início dos meus
estudos, obrigada por me abençoar e iluminar em todos os dias da minha vida.
Ao meu orientador do período sanduíche, Dr. Gordon McDougall, do The James
Hutton Institute, em Dundee, na Escócia, por ter me recebido de portas abertas, fazendo de
tudo para que eu tivesse uma adaptação fácil e rápida. Obrigada pelo tempo dedicado a me
orientar, pela preocupação com meu aprendizado e aproveitamento. Obrigada por oferecer
esta enorme possibilidade de crescimento acadêmico e pessoal. Não posso deixar de agradecer
pelo carinho e zelo, pois estava sempre preocupado com minha segurança e bem estar.
7
Ao meu namorado e agora noivo, André Luís, por todo o amor e compreensão dos
meus momentos de ausência decorrente da dedição na realização deste trabalho. Muito
obrigada por não me deixar desistir e me mostrar ser capaz de chegar onde desejo, sem dúvida
tu foste um incentivo fundamental. Obrigada por apoiar os meus sonhos e compartilhar as
minhas esperanças.
Ao Departamento de Ciência de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos
da Universidade Estadual de Campinas pela oportunidade oferecida para a realização deste
trabalho.
A todos os amigos que fiz no Laboratório de Bioquímica de Alimentos e no
Laboratório de Bioprocessos, Ruann, Joelise, Amanda, Débora, Fernanda, Ricardo, Camilo,
Gilberto, Jéssica, Marcela, Liege, Léo, André, Dani, Débora, Erica, Fabiano, Fabíola, Paula,
Tauan, Vânia, Lívia e Amanda Ruviaro. Obrigada pelas risadas, conversas, dividirem
bancada, almoços, angústias, tristezas, alegrias, filmes, experiências e muito carinho. À Val e
Bia, que sempre estiveram dispostas em ajudar durante todos os meus experimentos. Ao
grande amigo José Valdo que me recebeu em Campinas e no laboratório com tanto carinho e
que fez o processo de adaptação ser mais fácil. Um agradecimento especial às minhas
queridas amigas e companheiras Isa, Lívia, Paulinha e Aninha, vocês foram essenciais! Vocês
foram a força, a alegria, o alívio, a risada alta, a mudança necessária em mim, a amizade que
pulsa... aquelas pessoas a quem eu nunca vou cansar de agradecer por esses anos de convívio
e por terem me feito uma pessoa melhor.
Aos amigos que fiz em Dundee, os quais tornaram minha estadia fora mais leve e
tranquila. Em especial à Silvia, Alex, Thales, Henrique, Laís, Fred, Mohit, Moacir, Mauro,
Raíssa e Mariana, pessoas incríveis que amenizaram a saudade de casa.
À minha “housemate” e amiga Laurence, que me acolheu de braços abertos em sua
casa. Obrigada por toda a ajuda com minha dificuldade com a língua “escocesa”, por cozinhar
tantas coisas gostosas, além dos passeios, dicas e toda a paciência com minhas diferenças
culturais.
Aos membros da banca examinadora pelas valiosas e detalhistas sugestões e
contribuições que tornaram minha tese melhor.
À CAPES pela bolsa de estudos durante 4 anos do doutorado no Brasil.
Ao CNPq (programa Ciência sem Fronteiras) que me oportunizou a experiência ímpar
de fazer o doutorado sanduíche, me concedendo uma bolsa de doutorado sanduíche e taxa de
bancada, que foram essenciais para a realização dos meus experimentos na Escócia.
8
“A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia
da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém
acredita e confia em você.”
(Ralph Waldo Emerson)
RESUMO
Chás branco, preto, verde e mate contém polifenóis que são compostos bioativos presentes em
abundância em nossa dieta e tem apresentado efeitos benéficos no sobrepeso, obesidade e
suas complicações, como diabetes mellitus tipo 2. Entretanto, muitos polifenóis não podem
ser absorvidos em sua forma nativa e seus efeitos estão associados à biodisponibilidade.
Enzimas glicosídicas adicionadas ao processamento podem hidrolisar os compostos fenólicos
dos alimentos, aumentando sua bioacessibilidade, biodisponibilidade, bioeficácia e,
consequentemente, incrementar sua atividade funcional. Assim, o objetivo deste estudo foi
avaliar a eficiência e estabilidade de um biorreator com a enzima tanase imobilizada em
alginato de sódio, definir parâmetros operacionais do processo, assim como, caracterizar os
extratos de chá branco, preto, verde e mate biotransformados, avaliar seus potenciais
antiobesidade in vitro e a bioacessibilidade dos polifenóis após processo de digestão in vitro.
As melhores condições operacionais do biorreator para a hidrólise enzimática foram:
utilização de tanase imobilizada em alginato de sódio na concentração de 5%, 300 rpm de
agitação, temperatura de 60ºC e concentração do imobilizado enzimático de 0,75%. Em
análise por HPLC-DAD e ESI-MS foi verificado que houve hidrólise dos polifenóis,
principalmente do ácido clorogênico, epigalocatequina galato (EGCG), galocatequina galato
(GCG), epicatequina galato (ECG) e rutina. A análise quantitativa foi realizada por HPLC-
DAD e o resultado mais significativo foi o aumento do ácido gálico 16 vezes no chá verde e
13 vezes no chá branco. Após a hidrólise do chá verde pela tanase imobilizada foi verificada a
diminuição de 75% do teor de EGCG e 95% do teor de ECG, e aumento de 70% do teor de
EGC e, cerca de 2,7 vezes o conteúdo de EC. Nos chás preto e branco biotransformados com
tanase imobilizada houve a hidrólise de 91% e 75% de ECG, respectivamente. No chá mate a
hidrólise de ácido clorogênico (54%) resultou no aumento do ácido cafeico em 4,3 vezes. A
modificação no perfil fenólico dos chás pela tanase imobilizada resultou no aumento da
atividade antioxidante, avaliados pelo método ORAC e DPPH. Os chás branco e verde
também apresentaram maior atividade oxidante através do método FRAP. Os compostos
fenólicos dos chás exibiram estabilidade às condições digestivas gástricas simuladas,
entretanto baixa estabilidade após as condições intestinais, demonstrando a importância do
consumo dos polifenóis já na porção aglicona ou em moléculas menores, facilitando a
absorção dos bioativos antes da degradação no trato gastrointestinal. Adicionalmente, a
biotransformação forneceu extratos de chás com maior potencial contra obesidade. O
conhecimento dessas relações é importante e permitiu a identificação de algum dos efeitos
10
relacionados ao consumo de chás, assim como comprovou que chás biotransformados são
alternativas com maior benefício que os chás originais, podendo ser utilizados como
adjuvantes no tratamento padrão de pessoas com sobrepeso, obesas e suas comorbidades
como o diabetes tipo 2.
White, black, green and mate teas contain polyphenols which are bioactive compounds
present in abundance in our diet and have shown beneficial effects on overweight, obesity and
its complications, such as type 2 diabetes mellitus. However, many polyphenols can not be
absorbed in their native form and their effects are associated to bioavailability. Glycosidic
enzymes, added to the processing, can hydrolyse the phenolic compounds of food increasing
their bioaccessibility, bioavailability, bioefficacy and, as a consequence, increase their
functional activity. Therefore, the purpose of this study was to measure the efficiency and
stability of a bioreactor with the immobilized tannase enzyme in sodium alginate, to define
operational parameters of the process, as well as characterize biotransformed white, black,
green and mate tea extracts, to evaluate the antiobesity potential in vitro, and the
bioaccessibility of polyphenols after digestion process in vitro. The best bioreactor
operational conditions to enzymatic hydrolysis were: Tannase immobilized with alginate at a
5% concentration, 300 rpm stirring, temperature of 60 °C and enzymatic immobilized at a
0.75% concentration. The analyses from HPLC-DAD and HPLC/ESI-MS showed that there
was polyphenols hydrolysis, mainly chlorogenic acid, of catechins: epigallocatechin gallate
(EGCG), gallocatechin gallate (GCG), epicatechin gallate (ECG) and rutin. The quantitative
analysis was determined using HPLC-DAD and the most significant result was the increase of
gallic acid in 16 fold on green tea and 13 fold on white tea. After green tea hydrolysis by
immobilized tannase, a 75% decrease in EGCG content and 95% ECG content was observed,
with an increase of 70% in EGC content and 2.7 fold the EC content. In biotransformed black
and white teas by immobilized tannase there were hydrolysis of 91% and 75% of ECG,
respectively. In mate tea the hydrolysis of chlorogenic acid (54%) resulted in increased
caffeic acid by 4.3 fold. The modification in polyphenol profile of teas by immobilized
tannase resulted in increase of an antioxidant activity evaluated by both ORAC and DPPH
assays. The white and green teas also showed a higher antioxidant activity by FRAP assay.
The polyphenolic compounds of teas exhibited stability to the simulated gastric digestive
conditions, but low stability after intestinal conditions, evidencing the importance of phenolic
consumption in aglycone portion or in smaller molecules, facilitating the bioactives
absorption before gastrointestinal tract degradation. Additionally, the biotransformation
process provided teas extracts with higher potential against obesity. The knowledge of these
relations is important and allowed the identification of some of the effects related to the tea’s
consumption, as wells as proved that the biotransformed teas are an alternative with greater
12
benefits, as they can be used as adjuvants, without standard treatment of overweight, obese
people and their comorbidities like type 2 diabetes.
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.5 Efeito do tratamento da tanase imobilizada no teor dos principais polifenóis
encontrados nos chás através da quantificação por HPLC/DAD............................................132
Tabela 3.6 Atividade antioxidante………………………………………………..…………133
CAPÍTULO IV - Immobilized tannase treatment alters polyphenolic composition in teas
and their potential anti-obesity and hypoglycemic activities in vitro.
Table 3.1 Total phenol content of tea extracts........................................................................ 170
Table 3.2 Major changes in phenolic compounds after tannase treatment of teas. ................ 172
Tabela 3.3 Half maximal inhibitory concentration (IC50) values for α-amylase activity...... 173
Table 3.4 Half maximal inhibitory concentration (IC50) values based on total phenols content
of tea extracts on α-glucosidase activity. ................................................................................ 173
Table 3.5 Lipase activity using ρNP substrate. Half maximal inhibitory concentration (IC50)
values based on total phenols content of tea extracts on lipase inhibition. ............................ 176
Table 3.6 Lipase activity using olive oil as a substrate. Half maximal inhibitory concentration
(IC50) values based on total phenols content of tea extracts on lipase inhibition.. ................. 178
15
LISTA DE FIGURAS
Figure 3.2 Effect of white tea (a) and green tea (b) extracts on lipase activity. The dose
response for phenols content of extracts on lipase inhibition was assessed. Values are
expressed as % control activity and were triplicates ± standard deviation. ........................... 177
Figure 3.3 Effect of tea extracts on 3T3-L1 cell viability. Two concentrations of tea extracts
(250 and 500 µg of TPC/mL) were applied. Results are means of three replicate experiments
± standard deviation. Values different from control group at *p< 0.05 are shown. ............... 179
Figure 3.4 Effect of Black tea (A); Green tea (B); White tea (C) and Mate tea (D) on lipid
accumulation in 3T3-L1 cells.. Results are means of three replicate experiments ± standard
deviation. We used analysis of variance, followed by Tukey’s test. *p< 0,05 compared with
control group. Same letters represent p>0.05; different letters represent p<0.05. ................. 181
18
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................................... 24
1. Introdução ....................................................................................................................... 31
3. Chás ................................................................................................................................. 39
4. Tanase ............................................................................................................................. 47
5. Conclusão ........................................................................................................................ 58
6. Referências ...................................................................................................................... 60
1. Introdução ....................................................................................................................... 77
3.1 Detecção, identificação e quantificação dos compostos extraídos de chás ......... 119
2.10 Lipase activity assay using olive oil as the substrate ........................................... 167
ANEXOS................................................................................................................................ 207
24
INTRODUÇÃO GERAL
A obesidade é fator de risco para diversas doenças crônicas não transmissíveis como
diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, acidentes vasculares
cerebrais, hiperlipidemia, distúrbios músculo-esqueléticos e diversos tipos de câncer (OPAS,
2003; WHO, 2016). O excesso de massa corporal e a obesidade são reconhecidos como
problemas de saúde pública mundial e estão entre os cinco principais fatores de risco para as
causas de morte globais. Na literatura, existe um consenso de que a etiologia da obesidade é
bastante complexa, apresentando um caráter multifatorial. Dentre os diversos fatores, o
aumento da ingestão de alimentos altamente energéticos, ricos em gordura, associado ao
sedentarismo e à susceptibilidade genética seriam determinantes para o crescimento da
obesidade no mundo (FRANCISCHI et al. 2000; JEBB, 1997; OPAS, 2003; WHO, 2016).
Embora haja inúmeros fatores envolvidos, nota-se na literatura científica que os estudos sobre
obesidade são centrados nos fatores biológicos, relacionados ao estilo de vida, especialmente
no que diz respeito ao binômio: dieta e atividade física. Há crescente busca por alterações dos
fatores de risco contribuintes para a obesidade, seja utilizando fármacos, como também
através de mudanças comportamentais, como exercícios físicos frequentes e dieta. A inclusão
de alimentos com antioxidantes que desfavoreçam a ação de radicais livres ou quem atuem no
metabolismo de lipídeos e glicose para prevenir as complicações da obesidade sem, contudo,
apresentar efeitos adversos têm mostrado bons resultados (AUVICHAYAPAT et al., 2008;
HURSEL; VIECHTBAUER; WESTERTERP-PLANTENGA, 2009; HUANG et al., 2014;
BUCHHOLZ; MELZIG, 2016; CASTRO-ACOSTA et al., 2016; CHEN et al., 2016; PAN et
al., 2016; YANG et al., 2016). A partir disso, alterações da dieta impedindo o curso da
obesidade, ou seja, agindo na perda de peso ou na diminuição do ganho de peso é de suma
importância e interesse.
Vários estudos epidemiológicos têm demonstrado os efeitos benéficos do chá e seus
compostos bioativos sobre a obesidade (HUANG et al., 2014; MIYOSHI et al., 2015;
BUCHHOLZ; MELZIG, 2016; PAN et al., 2016; YANG et al., 2016). Estudo realizado na
Holanda mostrou que a alta ingestão de flavonas, flavonois e catequinas foi inversamente
associado com o índice de massa corporal (IMC) em mulheres (HUGHES et al., 2008). Outro
estudo epidemiológico realizado com 6472 participantes descobriu que o consumo de chá
quente foi inversamente associado com a obesidade; consumidores de chá quente tinham
cintura inferior e IMC mais baixo do que os não consumidores (VERNARELLI; LAMBERT,
2013). A planta Camellia sinensis (C. sinensis) é usada como chá de diversas maneiras, de
25
acordo com os níveis de fermentação, sendo principalmente classificado como: branco e verde
(não fermentados), oolong (parcialmente fermentado) e preto (fermentado) (YANG; CHEN;
WU, 2014; HAYAT et al., 2015; SUZUKI et al., 2016). O poder antioxidante do chá é mais
elevado nos processos onde há pouca fermentação (CHENG, 2000). A planta Ilex
paraguariensis é usada como chá mate (torrado), chimarrão e tererê (infusão da erva verde em
água quente e fria, respectivamente) (MARTINS et al., 2009; MEINHART et al., 2010). Estes
chás são ricos em polifenóis cujos impactos na saúde ainda necessitam ser totalmente
esclarecidos, devido a inexistência de mecanismos de ação conclusivas e pouca pesquisa com
ensaios clínicos.
Polifenóis são compostos bioativos abundantes em nossa dieta e há evidências de seu
papel na prevenção de doenças degenerativas como câncer e doenças cardiovasculares. Os
efeitos dos polifenóis na saúde dependem da quantidade consumida e da sua bioacessibilidade
e biodisponilbilidade (SCALBERT et al., 2005). No entanto, a maioria dos polifenóis está
presente em alimentos sob a forma de ésteres, glicosídeos ou polímeros, não sendo absorvidos
na sua forma nativa. Estas substâncias precisam ser hidrolisadas pelas enzimas intestinais ou
pela microflora do cólon para serem absorvidas (MANACH; DONOVAN, 2004). Estas
enzimas podem ser obtidas de outras fontes como o próprio alimento ou serem adicionadas
durante o processamento (SCALBERT; WILLIAMSON, 2000). A hidrólise enzimática de
polifenóis resulta, além do aumento da absorção, no aumento da atividade antioxidante,
quando comparado com o composto original não biotransformado. Macedo et al. (2011)
estudaram extratos de chá verde e erva mate, substratos ricos em compostos fenólicos,
avaliando as propriedades antioxidantes potenciais antes e após a reação de biotransformação
enzimática catalisada por tanase de Paecilomyces variotii. Os autores verificaram que o poder
antioxidante dos substratos aumentou quando submetidos ao tratamento enzimático. Esses
resultados encontrados fornecem dados relevantes sobre o potencial da aplicação de tanase em
várias fontes de polifenóis a fim de aumentar o poder antioxidante de bebidas.
Apesar de todo potencial da aplicação de catalisadores biológicos, sua utilização
industrial pode ser limitada devido a diversos fatores, como: alto custo de produção, alta
solubilidade em água, menor estabilidade, baixa atividade a temperaturas elevadas e não ser
viável sua recuperação após a utilização, quando comparadas com catalisadores químicos.
Para minimizar esses problemas, técnicas de imobilização dessa enzima foram desenvolvidas
e monstraram bons resultados de eficiência e atividade enzimática, possibilitando o seu uso
em processos em batelada, oferecendo menor custo e facilitando a recuperação da enzima
com maior pureza do produto final (SCHONS et al., 2011; SCHONS, 2012).
26
Muitos trabalhos realizados com compostos fenólicos são centrados sobre sua
bioacessibilidade, biodisponibilidade, bioeficácia e estabilidade em diferentes matrizes. É
importante considerar que alguns polifenóis presentes em chás, que têm atividade biológica in
vitro e, in vivo, podem não ser biodisponiveis, ou serem rapidamente metabolizados e
excretados, tornando-se ineficazes. Além disso, apesar de estudos epidemiológicos indicarem
uma correlação entre a ingestão de alimentos ricos em compostos fenólicos e a redução do
risco de doenças crônicas, estudos intervencionais em seres humanos nem sempre tem
confirmado os efeitos benéficos desses compostos observados in vitro. É bem conhecido que
os flavonoides e ácidos fenólicos são altamente metabolizados após a ingestão e absorção
gastrointestinal, sendo geralmente transformados em metabólitos com diferente atividade
antioxidante da molécula precursora (MANACH et al., 2004). Ou seja, uma das razões para
tais discordâncias pode ser a falta de dados a respeito do processo que ocorre do momento da
sua ingestão até exercer seus efeitos biológicos.
Portanto, a elucidação do processo de digestão dos polifenóis constitui um passo
importante para uma abordagem completa sobre a atividade biológica dessas substâncias e
certamente, somente parte dos alimentos e compostos bioativos foi adequadamente estudada
desse ponto de vista. Juntamente com essa falta de dados há o uso crescente de novas
tecnologias que atendam a crescente necessidade de um melhor aproveitamento pelo corpo
dos compostos bioativos provenientes de fontes naturais, de forma que contribuam com a
melhoria da qualidade de vida.
A partir do exposto, o presente trabalho foi dividido em quatro capítulos. O Capítulo I
consiste em uma Revisão Bibliográfica que visou aliar o conhecimento da tanase e seu
potencial uso em chás, a imobilização de enzimas com foco na encapsulação em alginato de
sódio, chás como fonte de compostos fenólicos, sua bioacessibilidade, além das ações
antioxidantes e antiobesogênica.
No Capítulo II foram abordados aspectos de caracterização da tanase imobilizada em
alginato de sódio. Neste capítulo também teve o objetivo de realizar um estudo dos fatores
relevantes para a construção de um biorreator utilizando tanase imobilizada. Os parâmetros
avaliados incluíram a combinação mais adequada de imobilizado/substrato, a influência da
concentração de alginato, frequência de agitação e temperatura, sendo analisado também o
tempo de hidrólise na produção de ácido gálico.
Os Capítulos III e IV abordaram o estudo da utilização do biorreator em chás. O
objetivo foi primeiramente avaliar o perfil de fenólicos dos chás branco, preto, verde e mate,
antes e após a biotransformação, e posteriormente o impacto da hidrólise da tanase
27
imobilizada na atividade antioxidante dos chás, avaliada pelos ensaios de ORAC, FRAP e
DPPH. Através da digestão in vitro o objetivo foi identificar a estabilidade dos compostos
fenólicos dos chás. O impacto dos chás biotransformados na obesidade foi avaliado através da
inibição das enzimas gástricas in vitro e da adipogênese em células 3T3-L1.
28
RESUMO
ABSTRACT
Polyphenols are found widely in plant sources, including fruits, vegetables and cereals and
inbeverages such as teas and fruit juice. They act in the prevention of degenerative and
cardiovascular diseases; however, they can have their effect diminished due to its
complexation with other compounds, being its absorption diminished in its native form. As a
technological strategy, enzymes added to the processing can hydrolyse these compounds by
playing an essential role in increasing the bioavailability and bioefficacy of these compounds.
The literature review approaches strategies for immobilization of enzymes that can be used in
biotransformation by tannase to increase the bioaccessibility of polyphenols in teas so that the
process presents viability for industrial application.
1. Introdução
O chá é uma das mais populares bebidas consumidas no mundo. Os inúmeros estudos
in vitro, em animais e em humanos evidenciam que seu abundante conteúdo de polifenóis
possui bioatividade para afetar a patogênese da obesidade e suas comorbidades. Os efeitos dos
polifenóis na saúde dependem da quantidade consumida e da sua bioacessibilidade e
biodisponibilidade (SCALBERT et al., 2005). Os polifenóis que não estão bioacessíveis na
sua forma nativa, em especial aqueles encontrados na forma de ésteres, glicosídeos e
polímeros, apresentam a necessidade de biotransformação no trato gastrointestinal
(SCALBERT; WILLIAMSON, 2000). A hidrólise enzimática de polifenóis resulta, no
aumento da absorção e atividade antioxidante, quando comparado ao composto original não
biotransformado. A biodisponibilidade de um dado composto ou de seu metabólito depende
de fatores, como a complexidade da matriz, a estrutura química do composto de interesse e o
tempo de trânsito intestinal (HOLST; WILLIAMSON, 2008). Assim, os polifenóis mais
abundantes na dieta humana não são necessariamente os mais ativos, pois eles podem possuir
menor atividade intrínseca, serem pouco absorvidos no intestino, altamente metabolizados ou
ainda, rapidamente eliminados. Além disso, o teor de polifenóis das plantas pode diferir entre
as variedades de espécies e também com a maturação na época da colheita, fatores
ambientais, processamento e armazenamento (MANACH et al., 2004).
A enzima tanino acil hidrolase, conhecida como tanase (E.C. 3.1.1.20) é uma esterase
que tem capacidade de catalisar a reação de hidrólise das ligações ésteres presentes nos
taninos hidrolisáveis e ésteres de ácido gálico, assumindo inúmeras aplicações em alimentos,
medicamentos, bebidas e indústria química (BATTESTIN; MACEDO, 2007b). Macedo et
al. (2011) estudaram a atividade de tanase em extratos de chá verde e erva mate, substratos
ricos em compostos fenólicos, demonstrando maiores propriedades antioxidantes potenciais
do chá verde e extrato de erva-mate após a reação de biotransformação enzimática catalisada
por tanase de Paecilomyces variotii. Os resultados encontrados fornecem dados relevantes
sobre o potencial da aplicação de tanase em chás, fontes de polifenóis, para aumentar o poder
antioxidante de bebidas.
Apesar de todo potencial da aplicação de catalisadores biológicos, sua utilização
industrial pode ser limitada devido a diversos fatores, como: custo de produção, alta
solubilidade em água, menor estabilidade, baixa atividade a temperaturas elevadas e não ser
viável sua recuperação após a utilização, quando comparadas com catalisadores químicos
(CANILHA; CARVALHO; SILVA, 2006; SHELDON; PELT, 2013). Para minimizar esses
32
2. Compostos fenólicos
mais abundante nos frutos representando, na maior parte dos casos, entre 75 % a 100 % do
conteúdo total de ácidos hidroxicinâmicos. Os ácidos hidroxicinâmicos são encontrados em
todas as partes do fruto, embora as concentrações mais elevadas sejam encontradas nas partes
exteriores do fruto maduro (MANACH et al., 2004).
Todos os flavonoides tem em comum a estrutura C6-C3-C6, que consiste em dois
anéis aromáticos, denominados anel A e B, unidos por três carbonos que formam um anel
heterocíclico, denominado anel C, possuindo hidroxilas e glicosídeos distribuídas ao redor
(Figura 2.1).
Figura 2.2 Estrutura básica das diversas classes de flavonoides (MANACH et al., 2004).
Nos últimos anos tem crescido o número de pesquisas que sugerem que os flavonoides
protegem o DNA do dano induzido por radicais livres através do mecanismo scavenger. Esses
compostos podem reduzir a incidência de quebra da cadeia dupla, assim como o dano de base
residual através do rápido reparo químico. Suas propriedades permitem também atuar como
agentes quelantes de íons metálicos, responsáveis pela geração de (ERO) e consequentemente,
inibir o inicio da reação de lipoxigenação (ANDERSON et al., 2000; RIETVELD;
WISEMAN, 2003). Além disso, estudos têm demonstrado que os flavonoides podem inibir e
até induzir uma grande quantidade de enzimas que estão relacionadas em importantes
processos reguladores, como a divisão e proliferação celular, agregação plaquetária,
detoxificação, resposta inflamatória e resposta imune do organismo humano (WILLIAMS;
SPENCER; RICE-EVANS, 2004; JOHNSON; MAHER; HANNEKEN, 2009; DAI;
MUMPER, 2010; LEE et al., 2011).
36
OH
OH
HO O
OH
HO OH
OH
HO O
OH
HO OH
OH
HO O
HO
OH
Figura 2.3 Estrutura de um trímero de proantocianidina. Adaptado de Taylor et al. (2005).
Entretanto, a estrutura química dos compostos fenólicos pode afetar sua propriedade
biológica tais como a biodisponibilidade, bioacessibilidade, a atividade antioxidante e as
interações com receptores celulares específicos e enzimas (MACEDO et al., 2012). É
importante observar que a bioacesibilidade é definida como a quantidade de cada composto
ingerido que fica disponível para absorção no intestino após digestão. Por outro lado, a
biodisponibilidade inclui também na sua definição a bioatividade de um nutriente, está
inserida no contexto de ação fisiológica mais específica. Portanto, pode ser definida como a
fração de nutriente ou composto ingerido que é absorvido, atinge a circulação sistêmica, é
38
então distribuído aos tecidos, chegando ao tecido alvo e exercendo seu efeito sobre a saúde.
Em geral, a biodisponibilidade inclui digestão gastrointestinal, absorção, metabolismo,
distribuição de tecidos e bioatividade (PARADA; AGUILERA, 2007; FERNÁNDEZ-
GARCÍA; CARVAJAL-LÉRIDA; PÉREZ-GÁLVEZ, 2009; BOUAYED et al., 2012).
A maioria dos compostos fenólicos encontrados na natureza está associada com
açúcares, que compreende uma diversidade de conjugados, incluindo glicosídeos,
galactosídeos, rutinosídeos, arabinosídeos e xilosídeos, reduzindo a sua capacidade
antioxidante. Tais glicosídeos conjugados são, em sua maioria, não absorvidos no intestino
delgado, mas aqueles com porção de glicose podem ser sujeitos a desconjugação, catalisada
por uma hidrolase do epitélio intestinal, produzindo agliconas que são mais lipofílicas e, por
conseguinte, absorvida por difusão passiva (AURA, 2008; HOLST; WILLIAMSON, 2008).
No entanto, a maior parte dos compostos fenólicos não é eficientemente absorvida no
intestino delgado, e uma porção substancial passa para o cólon (GONZÁLEZ-BARRIO et al.,
2010). Uma vez no intestino grosso, estes componentes são sujeitos à degradação pela
microflora do cólon formando metabólitos incluindo fenólicos simples e ácidos aromáticos
(JENNER; RAFTER; HALLIWELL, 2005; AURA, 2008). Portanto, é razoável inferir que o
epitélio do cólon está em contato direto com os compostos fenólicos de origem e seus
produtos de degradação (JOHNSON, 2004).
Tanto a bioacessibilidade como a biodisponibilidade dos polifenóis dependem das
características dos compostos e da matriz alimentar em que estão inseridos e, ainda, de fatores
de variabilidade individual, como por exemplo, a acidez do estômago ou as concentrações e
atividades enzimáticas, o estado fisiológico, a dose de cada composto e a natureza dos outros
componentes da refeição. Em muitos casos, a biodisponibilidade e bioacessibilidade dos
polifenóis são regidas pelas propriedades físicas da fonte alimentar, que afetam a eficiência do
processo de digestão (PARADA; AGUILERA, 2007; BOUAYED et al., 2012). A baixíssima
biodisponibilidade de antocianinas pode ser atribuída, pelo menos parcialmente, à elevada
instabilidade destas moléculas nas condições alcalinas do intestino delgado. A partir de
estudos sobre a simulação da digestão gastrointestinal humana verificou-se que as
antocianinas, embora sejam estáveis nas condições ácidas do estômago, são menos estáveis ao
pH elevado do intestino delgado (MCDOUGALL et al., 2007; TAGLIAZUCCHI et al.,
2010). Essas mudanças estruturais podem afetar tanto a sua posterior absorção como a sua
bioatividade (BOUAYED et al., 2012). Além disso, mais efeitos indiretos da dieta em vários
parâmetros da fisiologia do intestino podem ter consequências sobre a absorção dos polifenóis
(pH, fermentações intestinais, excreção biliar, tempo de trânsito, etc.). As enzimas
39
3. Chás
Chás obtidos de Camellia sinensis é uma das bebidas mais antigas, foi descoberto
cerca de 2700 aC (HOFFMAN; MANNING, 2002; MAHMOOD; AKHTAR; ALI KHAN,
2010). Hoje está disponível para consumo em seis variedades principais (verde, preto, branco,
amarelo e vermelho), com base na técnica de oxidação e fermentação aplicada. Este chá tem
requisitos agro-climáticos específicos que só estão disponíveis nas regiões tropicais e
subtropicais (FAO, 2015).
A Camellia sinensis é consumida principalmente na forma de chá verde, preto e
branco. Esta planta é comumente cultivada em países com clima ameno e úmido, no entanto,
a planta de melhor qualidade é a proveniente da China. A planta Camellia sinensis é um
arbusto que pode atingir até 15 metros, com folhas simples, lanceoladas, coriáceas de 4 a 7
centímetros de comprimento, possui flores brancas, solitárias ou em grupos de duas ou três
nas axilas foliares (Figura 3.1). Os frutos são cápsulas deiscentes e oblongas possuindo uma
ou três sementes (LORENZI; MATOS, 2002).
Ilex paraguariensis, conhecido popularmente como erva mate (Figura 3.2), é uma
planta sul-americana bastante cultivada no nordeste da Argentina, sul do Brasil e leste do
Paraguai (FILIP et al., 2001). Das folhas da erva-mate prepara-se uma bebida muito apreciada
pelo sabor amargo característico e propriedades estimulantes, conhecida por chimarrão ou
tererê (preparada com água quente ou fria, respectivamente), outra bebida que pode ser
preparada é o chá mate, obtido a partir do mate torrado. O chimarrão é uma bebida consumida
há centenas de anos pelos indígenas, antes mesmo da chegada dos europeus na América do
Sul. Alternativamente, seguindo o hábito de alguns apreciadores de erva-mate, o chá mate
surgiu no mercado brasileiro, em 1938, um produto suave e de aroma agradável obtido a partir
da “queima” da erva-mate verde. Foi introduzida, assim, uma opção revolucionária para o uso
43
de erva-mate enquanto chimarrão no Brasil. Desde então, o chá mate, como passou a ser
conhecido, foi incorporado à cultura nacional e desde então é a forma principalmente
consumida deste vegetal. Em outras regiões brasileiras, particularmente naquelas de clima
quente, é crescente o consumo de chá mate, na forma de bebida refrescante pronta para beber
(DIAS, 2006; MEINHART et al., 2010).
podem ser benéficas à saúde, visto sua comprovada atividade antioxidante e outros efeitos
terapêuticos como: antiinflamatório, antiobesidade, anti-hipertensivo, colerético, eupéptico,
hepatoprotetor (BASTOS; TORRES, 2003; BRAVO; GOYA; LECUMBERRI, 2007;
GUGLIUCCI; BASTOS, 2009).
Vários estudos corroboram estes benefícios, como na avaliação do efeito protetor da
erva-mate contra danos oxidativos ao DNA, que indicaram intervenção significativa após 60
dias de consumo de chá mate, quando comparados aos níveis observados anteriormente à
ingestão da bebida. O mecanismo de ação proposto relaciona-se com elevados níveis dos
ácidos cafeico e clorogênico presentes na erva-mate (BASTOS et al., 2006). Silva et al.
(2009) mostraram que o consumo de mate por ratos pode diminuir os níveis de danos ao DNA
em leucócitos e a carcinogênese esofágica induzida por lesão térmica e dietilnitrosamina.
Carini et al. (1998) e Silva et al. (2008) demonstraram que os compostos fenólicos presentes
no extrato aquoso de Ilex paraguariensis atuam como antioxidantes não só, isoladamente,
mas também de forma sinérgica. Mosimann; Wilhelm-Filho e Silva (2006) verificaram que
coelhos hipercolesterolêmicos tratados com extrato aquoso de erva mate não tiveram alteração
nos níveis de lipídeos no soro, porém ocorreu redução das lesões ateroscleróticas e
diminuição da quantidade de colesterol, ambos na aorta. Estes autores sugeriram a existência
de outros mecanismos de atuação do extrato de Ilex paraguariensis como alteração da
agregação plaquetária, inibição da expressão de moléculas de adesão ou indução de produção
de óxido nítrico. Entretanto a suplementação com extrato de erva mate e dieta
hipercolesterolêmica em ratos diminuiu o ganho de peso dos animais, a concentração
plasmática de LDL e a gordura acumulada em tecidos viscerais.
Pode-se constatar que as informações sobre o chá mate são pequenas quando
comparada às das bebidas que utilizam erva mate verde e principalmente quando comparado
às informações dos chás verde ou preto. Sendo incipientes estes estudos e levando em
consideração que há estudos que comprovam que o chá mate tem um poder antioxidante tão
ou mais elevado do que os extratos de erva mate verde (BASTOS et al., 2007). São
promissoras as pesquisas que tenham como perspectivas a utilização do chá mate a fim de
comprovar essas teorias existentes e melhorar seu conteúdo bioativo, possibilitando a
elaboração de extratos coadjuvantes da manutenção da saúde humana.
Tabela 3.1 Atividades antiobesidade relacionadas aos polifenóis de Camellia sinensis (chá
branco, chá verde e chá preto) e Ilex paraguariensis (erva mate e chá mate).
Amostra Atividade biológica Referência
Chá Branco Inibe adipogênese e estimula atividade lipolítica dos adipócitos Söhle et al. (2009)
Chá branco Redução do estresse oxidativo associada à obesidade e melhora Teixeira et al. (2012)
da hipertrigliceridemia.
Chá Verde Menor ingestão energética, diminuição dos triglicerídeos hepático Murase et al. (2002)
e do colesterol e glicose plasmáticos e diminuição de enzimas
relacionadas ao metabolismo de lipídeos.
Chá Verde Inibe adipogênese e induz a apoptose em pré adipócitos (3T3 L1) Lin; Della-Fera e Baile
(2005)
Chá Preto Reduziu o colesterol total e LDL colesterol, além de reduzir o Fujita e Yamagami
peso em humanos. (2008)
Chá Preto Prevenir a obesidade induzida por dieta por inibir a absorção de Uchiyama et al. (2011)
lipídeos intestinal
Chá Preto Supressão da formação e acumulação de gordura agindo na Wu et al. (2016)
prevenção da obesidade.
Erva Mate Reduziu lesão aterosclerótica Mosimann; Wilhelm-
Filho e da Silva (2006)
Erva Mate Redução significativa no peso corporal, glicemia, resistência à Arçari et al. (2009)
insulina, concentração de colesterol e triacilglicerol.
Chá Mate Resultou na diminuição da peroxidação lipídica do plasma e no Matsumoto et al. (2009)
aumento da expressão gênica de enzimas antioxidantes, indicando
que seu consumo regular melhora a defesa oxidativa por múltiplos
mecanismos.
4. Tanase
Tanino acil hidrolase (E.C.: 3.1.1.20), comumente referida como tanase, é uma enzima
descoberta acidentalmente em 1867 em uma experiência de formação de ácido gálico em uma
solução aquosa de taninos (AGUILAR et al., 2007). Esta enzima cliva ligações ésteres e
depsídicas, em taninos hidrolisáveis (AGUILAR; GUTIERRES-SANCHEZ, 2001),
produzindo glicose e ácido gálico (BELMARES et al., 2004), e também realiza a síntese de
ésteres de ácido gálico. O equilíbrio desta reação depende do solvente empregado no meio
reacional. Usando solventes polares (água, tampão), a enzima realiza a hidrólise, empregando
solventes orgânicos (hexano, benzeno) o equilíbrio reacional é no sentido da síntese.
48
quando imobilizadas estes movimentos são restritos (GIORNO; DRIOLI, 2000). O emprego
de enzima livre acarreta a inevitável presença do biocatalisador como parte integrante do meio
(se não houver uma etapa de separação da enzima) o que em muitos casos pode gerar
alteração de flavor e ainda a necessidade de uma nova batelada de biocatalisador
(SANGEETHA; RAMESH; PRAPULLA, 2005). Traços de enzima no produto final, em
alimentos ou medicamentos, podem ainda, ser um fator de risco, ao desencadear reações
alérgicas em seus usuários finais. Outro fator relevante para a utilização de enzimas
imobilizadas é que se estabelece um maior controle sobre o processo, pois se torna possível
parar a reação quando necessário alterando algum parâmetro de reação ou fechando-se a
vazão do biorreator.
Uma das razões para a grande expansão da tecnologia da imobilização está ligada ao
material de suporte, que pode agir sobre a estabilidade e a eficiência da enzima imobilizada. É
necessário que a enzima, quando imobilizada, mantenha máxima atividade catalítica, uma vez
que a ligação com o suporte pode ocasionar o comprometimento do sítio ativo por ligação
intra-sítio ou deformação deste, promovendo conformações não ativas. Através destes estudos
envolvendo imobilização, tem-se proporcionado melhor entendimento sobre as vantagens da
sua utilização, como exemplo o aumento da atividade da proteína, a capacidade destas de
aumentar a taxa de reação, controle e manipulação da seletividade, e reações multi-
enzimáticas, o que tem impulsionado ainda mais o desenvolvimento e aplicação de enzimas
imobilizadas em processos industriais (BRADY; JORDAAN, 2009).
Cada enzima é única em suas características e isto influencia na escolha do
procedimento de imobilização. Entretanto, a obtenção de um biocatalizador imobilizado com
estabilidade operacional é governado pela interação das propriedades da enzima e do material
usado como suporte para imobilização, assim como depende da estabilidade do suporte e do
tipo de amostra onde o substrato está contido, a qual pode conter diferentes ativadores e/ou
inibidores. Como não existe um método ideal ou procedimento geral para a imobilização do
componente biológico, a diversidade de métodos existentes permite a escolha de um que
promova uma melhor imobilização e menor perda da atividade enzimática (MATEO et al.,
2000).
Segundo Sheldon e Pelt (2013) os métodos para a imobilização são divididos em três
categorias: ligação a um suporte, encapsulamento e reticulação. Estas são combinações de
métodos químicos que envolvem a formação de, no mínimo, uma ligação covalente entre os
resíduos terminais de uma enzima e um grupo funcional do suporte, ou entre duas ou mais
moléculas de enzima; métodos físicos que envolvem as forças físicas como adsorção,
51
podendo ser classificadas como fluido não newtoniano. O alginato pode ser preparado em
uma larga variedade de massas moleculares, variando entre 50 a 100.000 kDa (AUGST;
KONG; MOONEY, 2006). A viscosidade da solução de alginato diminui com o aumento de
temperatura. Com relação ao pH, em pH abaixo de 5 os grupos -COO- começam a ser
protonados, diminuindo a repulsão eletrostática entre eles, o que permite a formação de pontes
de hidrogênio, aumento de viscosidade e, consequentemente, possibilita a formação de gel
(QIN, 2008).
O alginato forma géis em temperatura ambiente, estáveis ao calor, através de reação
com cátions divalentes. Para uso alimentício, o cálcio é o íon mais apropriado por não ser
tóxico. Smidsrød e Draget (1997) relataram que a alta seletividade de alginatos com íons
divalentes, como metais alcalinos terrosos (Mg<<Ca<Sr<Ba), indica que as interações entre
alginatos e esses íons não são puramente eletrostáticas, mas ocorre também através de
complexação nos blocos G. A gelificação ocorre através da ligação iônica de íons cálcio com
dois grupos carboxila presentes em resíduos adjacentes. A ligação química ocorre nos
resíduos de ácido poligulurônico, que devem estar presentes em certa proporção e devem
ocorrer em série. A formação de géis de alginato pela adição de íons cálcio envolve os blocos
GG também devido sua estrutura em zig-zag, que apresenta cavidade e que são importantes na
ligação de íons, formação e resistência mecânica do gel. Quando as cadeias de blocos G se
alinham lado a lado formando um “berço” em forma de diamante, o qual tem a dimensão ideal
para acomodar em seu interior um íon cálcio gerando uma estrutura dimérica. Portanto,
quanto maior for o conteúdo de blocos GG em sua cadeia, maior será a rigidez e resistência
deste gel (ØSTGAARD et al., 1993; SMIDSRØD; DRAGET, 1997; QIN, 2008; RINAUDO,
2008; VOS et al., 2014). Essa estrutura, em que os íons localizam-se nos interstícios entre as
cadeias de alginato, interagindo com o ânion carboxilato e com os grupos hidroxila, é
chamada de egg-box, apresentado na Figura 4.4, neste modelo os íons Ca+2 representam os
ovos, dispostos nos espaços que existem entre os blocos G emparelhados, que fazem o papel
da caixa. De acordo com este modelo podemos verificar a importância das unidades G na
gelificação do alginato. O alginato contendo uma maior fração de blocos GG possui uma
habilidade maior de formar géis mais resistentes, enquanto que o alginato rico em blocos MM
formarão géis mais frágeis (Figura 4.5) (GRANT et al., 1973; BRACCINI; PÉREZ, 2001).
55
Figura 4.4 Formação da estrutura “eggbox” a partir da interação iônica dos blocos G com
cátions de cálcio. Adaptado de Braccini e Pérez (2001) e Avella et al. (2007).
Segundo Peniche et al. (2004), a reticulação do alginato com íons cálcio é estabelecida
pelas unidades gulurônicas, sendo que a força e a porosidade das partículas formadas
dependem da origem e da massa molar do polímero, da concentração do cloreto de cálcio e da
dispersão do alginato (PENICHE et al., 2004). Dependendo da quantidade de cálcio presente
no sistema, a associação inter cadeias pode ser temporária ou permanente, ou seja, níveis
reduzidos de cálcio induzem ao aumento da viscosidade e uma associação temporária, já em
níveis altos de cálcio resulta em precipitação, favorecendo uma associação permanente
(GEORGE; ABRAHAM, 2006).
Em valores de pH baixos, alginatos de alta massa molecular protonados podem formar
géis ácidos fracos. Nestes géis, a maior parte são cadeias homopoliméricas as quais formam
junções, mas a estabilidade depende do conteúdo de cadeias G. Géis com grande quantidade
de unidades G exibem alta porosidade, baixo encolhimento durante a formação do gel e menor
inchamento após secagem, no entanto, têm maior propensão em apresentar sinerese. Com o
aumento da quantidade de unidades M, os géis tornam-se mais macios, fracos, elásticos e
apresentam poros de menor tamanho (GACESA, 1992). Os blocos (MG)n formam cadeias
mais flexíveis e são mais solúveis em pH ácidos.
56
Figura 4.5 Modelo "egg-box" de gelificação do alginato e rearranjo das cadeias de alginato
com cálcio. Adaptado de George e Abraham (2006) e Bressel (2007).
A rede de gel pode ser formada pelo método de reticulação interna, em que se adiciona
diretamente à solução de alginato um sal insolúvel de cálcio. Neste caso, após a formação de
partículas de alginato, por exemplo, por emulsão, adiciona-se uma solução ácida que
solubiliza o sal de cálcio, tornando os íons Ca2+ disponíveis para efetuar interação iônica e
consequentemente, reticular o alginato (PONCELET et al., 1999). Alternativamente, a
formação de gel de alginato pelo uso de íons Ca+2 pode ser realizada por procedimentos
simples e rápida como o gotejamento da solução polissacarídica diretamente em soluções
ricas neste cátion (Figura 4.6).
Ao utilizar esse processo de difusão simples na imobilização em alginato, uma
suspensão com a enzima é misturada a uma solução de alginato de sódio, suficiente para
formar um gel firme. Essa mistura é submetida à extrusão com auxílio de mangueiras e
bomba peristáltica, sendo gotejada em solução contendo sais de íons bivalentes como cloreto
de cálcio formando grânulos. Após gelificação a enzima é aprisionada dentro do gel. Durante
a permanência na solução salina, os íons cálcio são transportados para o centro da esfera e um
estado de equilíbrio é atingido variando de 15 min a 12 horas (HULST; TRAMPER, 1989). O
tempo depende das condições experimentais como temperatura, concentração do sal, diâmetro
da esfera, tipo e concentração de alginato, concentração da suspensão. O procedimento de
57
A formação deste gel, além da imobilização, é uma técnica muito utilizada como
agente espessante e estabilizante em alimentos, e também na produção de adesivos, tintas,
brinquedos e papéis. A gelificação do alginato permite a encapsulação de várias substâncias, e
quando modificado quimicamente, é utilizado na liberação controlada de proteínas que
promovem a regeneração do tecido mineralizado e como carregador de células transplantadas.
O alginato de sódio vem sendo estudado para usos como matriz para suporte de culturas
celulares específicas, encapsulação de drogas, imobilização de microorganismos e enzimas,
excipiente para medicamentos, material para impressão dental e curativo para ferimentos
(LEE et al., 2004; AUGST; KONG; MOONEY, 2006; AVELLA et al., 2007; QIN, 2008;
KO; SFEIR; KUMTA, 2010). Além disso, a técnica de imobilização tem elevado seu uso
quando associada a reatores, devido a alta eficiência que a técnica apresenta associado a
vantagens do uso de biorreatores (GABARDO, 2011).
As aplicações de enzimas em reações de transformação estão em crescimento em
diferentes segmentos industriais, sendo utilizadas no campo alimentício, farmacêutico e
ambiental, por exemplo. Os reatores utilizados para o cultivo de células imobilizadas podem
58
ser divididos em três categorias, de acordo com o padrão de fluxo: Reatores de mistura,
reatores de leito empacotado e reatores de leito fluidizado; que podem ainda serem
modificados para melhorar as características de transferência de massa e a capacidade de
controle das condições de cultivo ou para minimizar o estresse imposto ao suporte de
imobilização. A maior parte das reações é realizada em reatores de batelada clássicos, a
temperatura controlada. No final da reação a enzima (vegetal, animal ou de origem
microbiana) é inativada para recuperação dos produtos finais. A utilização desse tipo de reator
é relativamente simples em qualquer escala, os principais parâmetros que devem ser
controlados são temperatura e pH e a sua operação em modo contínuo é adequada em casos
de inibição pelo substrato. No entanto, este tipo de biorreator apresenta desvantagens, como a
tensão de cisalhamento imposta a matrizes sensíveis e quando se trata de produtos com
grandes quantidades de matéria prima bruta, como é frequentemente o caso na prática
industrial, acarretando em baixa produtividade, perda de atividade catalítica devido à
inativação, grande variabilidade da qualidade dos produtos, dentre outros (FUKUDA, 1994;
GROBOILLOT et al., 1994; RIOS et al., 2004; CARVALHO; CANILHA; SILVA, 2006).
Uma alternativa existente para a desvantagem desse método simples e prático é o
reator de cesto. O reator de cesto fornece uma boa mistura e é fácil de ser mantido sob
condições isotérmicas. Este tipo de reator tem a vantagem que o biocatalisador não sofre atrito
pelo agitador, sendo que o catalisador encontra-se contido em uma estrutura semipermeável,
em forma de uma cesta. Em alguns casos o biocatalisador é fixado em uma cesta estática
anular em torno do impulsor (GOTO; SAITO, 1984) ou em um cesto rotativo movido pelo
eixo (TESHIMA; OHASHI, 1977; GOTO; SAITO, 1984). O reator de cesto tem se mostrado
vantajoso, pois proporciona bons rendimentos, maiores produtividades, devido as
características do biocatalisador não ter contato direto com o agitador ajudando a evitar a
perda prematura da atividade catalítica, e por permitir sua reutilização, diminuindo assim o
custo de operação (ALVARADO-HUALLANCO; FILHO, 2012).
5. Conclusão
6. Referências
FILIP, R.; LÓPEZ, P.; GIBERTI, G.; COUSSIO, J.; FERRARO, G. Phenolic compounds in
seven South American Ilex species. Fitoterapia, v. 72, n. 7, p. 774–778, 2001.
FUJITA, H.; YAMAGAMI, T. Antihypercholesterolemic effect of chinese black tea extract in
human subjects with borderline hypercholesterolemia. Nutrition Research, v. 28, n. 7, p.
450–456, 2008.
FUKUDA, H. Immobilized microorganism bioreactors. In: ASENJO, J. A.; MERCHUK, J. C.
(Eds.). Bioreactor System Design. New York: Marcel Dekke, Inc, p. 339–375, 1994.
FURUKAWA, S. et al. Increased oxidative stress in obesity and its impact on metabolic
syndrome. The journal of clinical investigation, v. 114, n. 12, p. 1752–1761, 2004.
GABARDO, S. Otimização da Bioconversão de lactose do soro de queijo em etanol em
sistemas de biorreatores imobilizados. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-graduação
em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011.
GACESA, P. Alginates. Carbohydrate Polymers, v. 8, n. 3, p. 161–182, 1988.
GACESA, P. Enzymic degradation of alginates. International Journal of Biochemistry, v.
24, n. 4, p. 545–552, 1992.
GEORGE, M.; ABRAHAM, T. E. Polyionic hydrocolloids for the intestinal delivery of
protein drugs: Alginate and chitosan — A review. Journal of Controlled Release, v. 114, n.
1, p. 1–14, 2006.
GEORGETTI, S. R.; VICENTINI, F. T. M. C.; YOKOYAMA, C. Y.; BORIN, M. F.;
SPADARO, A C. C.; FONSECA, M. J. V. Enhanced in vitro and in vivo antioxidant activity
and mobilization of free phenolic compounds of soybean flour fermented with different beta-
glucosidase-producing fungi. Journal of applied microbiology, v. 106, n. 2, p. 459–66,
2009.
GIORNO, L.; DRIOLI, E. Biocatalytic membrane reactors: applications and perspectives.
Trends in Biotechnology, v. 18, n. 8, p. 339–349, 2000.
GONDOIN, A.; GRUSSU, D.; STEWART, D.; MCDOUGALL, G. J. White and green tea
polyphenols inhibit pancreatic lipase in vitro. Food Research International, v. 43, n. 5, p.
1537–1544, 2010.
GONZÁLEZ-BARRIO, R.; BORGES, G.; MULLEN, W.; CROZIER, A. Bioavailability of
anthocyanins and ellagitannins following consumption of raspberries by healthy humans and
subjects with an ileostomy. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 58, n. 7, p.
3933–3939, 2010.
GOTO, S.; SAITO, T. Liquid-solid mass transfer in basket type three-phase reactors. Journal
of Chemical Engineering of Japan, v. 17, n. 3, p. 324–327, 1984.
GRANT, G. T.; MORRIS, E. R.; REES, D. A.; SMITH, P. J. C.; THOM, D. Biological
interactions between polysaccharides and divalent cations: The egg-box model. FEBS
Letters, v. 32, n. 1, p. 195–198, 1973.
GREGOIRE, F. M. Adipocyte differentiation: from fibroblast to endocrine cell.
Experimental biology and medicine, v. 226, n. 11, p. 997–1002, 2001.
GROBOILLOT, A.; BOADI, D. K.; PONCELET, D.; NEUFELD, R. J. Immobilization of
cells for application in the food industry. Critical reviews in biotechnology, v. 14, n. 2, p.
75–107, 1994.
64
JACQUES, R.; FREITAS, L. DOS S.; PEREZ, V.; DARIVA, C.; OLIVEIRA, A. P. DE;
OLIVEIRA, J. V.; CAMARÃO, E. B. The use of ultrasound in the extraction of Ilex
paraguariensis leaves: A comparison with maceration. Ultrasonics Sonochemistry, v. 14, n.
1, p. 6–12, 2007.
JENNER, A. M.; RAFTER, J.; HALLIWELL, B. Human fecal water content of phenolics: the
extent of colonic exposure to aromatic compounds. Free radical biology & medicine, v. 38,
n. 6, p. 763–72, 2005.
JIANG, H.; ENGELHARDT, U. H.; THRÄNE, C.; MAIWALD, B.; STARK, J.
Determination of flavonol glycosides in green tea, oolong tea and black tea by UHPLC
compared to HPLC. Food Chemistry, v. 183, p. 30–35, 22015.
JIMÉNEZ, J. P.; SERRANO, J.; TABERNERO, M.; ARRANZ, S.; DÍAZ-RUBIO, M. E.;
GARCÍA-DIZ, L.; GOÑI, I.; SAURA-CALIXTO, F. Effects of grape antioxidant dietary
fiber in cardiovascular disease risk factors. Nutrition, v. 24, n. 7–8, p. 646–653, 22008.
JOHNSON, I. T. New approaches to the role of diet in the prevention of cancers of the
alimentary tract. Mutation research, v. 551, n. 1–2, p. 9–28, 22004.
JOHNSON, J.; MAHER, P.; HANNEKEN, A. The flavonoid, eriodictyol, induces long-term
protection in ARPE-19 cells through its effects on Nrf2 activation and phase 2 gene
expression. Investigative Opthalmology & Visual Science, v. 50, n. 5, p. 2398–2406, 2009.
JUÁREZ, G. A. P.; SPASOJEVIC, M.; FAAS, M. M.; DE VOS, P. Immunological and
technical considerations in application of alginate-based microencapsulation systems.
Frontiers in Bioengineering and Biotechnology, v. 2, n. August, p. 1–15, 2014.
KANG, Y.-R. et al. Anti-obesity and anti-diabetic effects of Yerba Mate (Ilex paraguariensis)
in C57BL/6J mice fed a high-fat diet. Laboratory animal research, v. 28, n. 1, p. 23–9, 2012.
KAO, Y.-H.; CHANG, H.-H.; LEE, M.-J.; CHEN, C.-L. Tea, obesity, and diabetes.
Molecular Nutrition & Food Research, v. 50, n. 2, p. 188–210, 2006.
KAO, Y. H.; HIIPAKKA, R. A.; LIAO, S. Modulation of endocrine systems and food intake
by green tea epigallocatechin gallate. Endocrinology, v. 141, n. 3, p. 980–7, 2000.
KERSHAW, E. E.; FLIER, J. S. Adipose Tissue as an Endocrine Organ. The Journal of
Clinical Endocrinology & Metabolism, v. 89, n. 6, p. 2548–2556, 2004.
KIM, N.; HOON, S. Evaluation of green pepper (Capsicum annuum L.) juice on the weight
gain and changes in lipid profile in C57BL/6 mice fed a high-fat diet. Society of Chemical
Industry, v. 95, p. 79–87, 2014.
KING, A.; YOUNG, G. characteristics and occurrence of phenolic phytochemicals.
Perspectives in Practice, v. 99, n. 2, p. 213–218, 1999.
KLEIN, J.; STOCK, J.; VORLOP, K.-D. Pore size and properties of spherical Ca-alginate
biocatalysts. European Journal of Applied Microbiology and Biotechnology, v. 18, n. 2, p.
86–91, 1983.
KO, H.-F.; SFEIR, C.; KUMTA, P. N. Novel synthesis strategies for natural polymer and
composite biomaterials as potential scaffolds for tissue engineering. Philosophical
transactions. Series A, Mathematical, physical, and engineering sciences, v. 368, n. 1917,
p. 1981–97, 2010.
KOO, S. I.; NOH, S. K. Green tea as inhibitor of the intestinal absorption of lipids: potential
mechanism for its lipid-lowering effect. The Journal of Nutritional Biochemistry, v. 18, n.
3, p. 179–183, 2007.
66
KROLL, J.; RAWEL, H. M.; ROHN, S. Reactions of plant phenolics with food proteins and
enzymes under special consideration of covalent bonds. Food Science and Technology
Research, v. 9, n. 3, p. 205–218, 2003.
KU, C. S.; MUN, S. P. Stabilization of extracellular matrix by Pinus radiata bark extracts
with different molecular weight distribution against enzymatic degradation and radicals.
Wood Science and Technology, v. 42, n. 5, p. 427–436, 2008.
ŁAGOWSKA, K.; JESZKA, J. Adipose tissue as an endocrine organ. Medicina Sportiva, v.
15, n. 3, p. 140–146, 2011.
LEE, K. G.; KWEON, H.; YEO, J. H.; WOO, S. O.; LEE, J. H.; PARK, Y. H. Structural and
physical properties of silk fibroin/alginate blend sponges. Journal of Applied Polymer
Science, v. 93, n. 5, p. 2174–2179, 2004.
LEE, K. S.; KIM, E. Y.; JEON, K.; CHO, S. G.; HAN, Y. J.; YANG, B. C.; LEE, S. S.; KO,
M. S.; RIU, K. J.; LEE, H. T.; PARK, S. P. 3,4Dihydroxyflavone acts as an antioxidant and
antiapoptotic agent to support bovine embryo development in vitro. Journal of
Reproduction and Development, v. 57, n. 1, p. 127–134, 2011.
LEE, S.; UMANO, K.; SHIBAMOTO, T.; LEE, K. Identification of volatile components in
basil (Ocimum Basilicum L.) and thyme leaves (Thymus Vulgaris L.) and their antioxidant
properties. Food Chemistry, v. 91, p. 131–137, 2005.
LEKHA, P. K.; LONSANE, B. K. Production and application of tannin acyl hydrolase: state
of the art. In: Advances in Applied Microbiology. New York, USA: Academic press, v. 44p.
216–260, 1997..
LEOPOLDINI, M.; RUSSO, N.; TOSCANO, M. The molecular basis of working mechanism
of natural polyphenolic antioxidants. Food Chemistry, v. 125, n. 2, p. 288–306, 2011.
LI, K. K.; WONG, H. L.; HU, T.; ZHANG, C.; HAN, X. Q.; YE, C. X.; LEUNG, P. C.;
CHENG, B. H.; KO, C. H. Impacts of Camellia kucha and its main chemical components on
the lipid accumulation in 3T3-L1 adipocytes. International Journal of Food Science &
Technology, v. 51, n. 12, p. 2546–2555, 2016.
LIN, J.; DELLA-FERA, M. A.; BAILE, C. A. Green tea polyphenol epigallocatechin gallate
inhibits adipogenesis and induces apoptosis in 3T3-L1 adipocytes. Obesity Research, v. 13,
n. 6, p. 982–990, 2005.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2a ed. [s.l.]
Plantarum, 2002.
LUNCEFORD, N.; GUGLIUCCI, A. Ilex paraguariensis extracts inhibit AGE formation
more efficiently than green tea. Fitoterapia, v. 76, n. 5, p. 419–427, 2005.
MACEDO, J. A.; BATTESTIN, V.; RIBEIRO, M. L.; MACEDO, G. A. Increasing the
antioxidant power of tea extracts by biotransformation of polyphenols. Food Chemistry, v.
126, n. 2, p. 491–497, 2011.
MAHMOOD, T.; AKHTAR, N.; ALI KHAN, B. The morphology, characteristics, and
medicinal properties of Camellia sinensis tea. Journal of Medicinal Plants Research, v. 4,
n. 19, p. 2028–2033, 2010.
MANACH, C.; SCALBERT, A.; MORAND, C.; RÉMÉSY, C.; JIME, L. Polyphenols: food
sources and bioavailability. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 79, n. 5, p.
727–747, 2004.
67
CAPÍTULO II
taninos
hydrolysis
Bruna Sampaio Roberto1*; Isabela Mateus Martins1; Ruann Janser Soares de Castro1; Gabriela
Alves Macedo2
*
Corresponding author: sampaior.bruna@gmail.com
75
RESUMO
As tanino acil hidrolases, conhecidas como tanases (E.C: 3.1.1.20) são esterases que
hidrolisam ligações éster e ligações depsídicas em substratos como ácido tânico, epicatequina
galato, epigalocatequina galato em meio aquoso, tendo vasta aplicação na indústria de
alimentos. O desenvolvimento de técnicas de imobilização tem sido importante. A aplicação
da tanase pode ser potencializada se for imobilizada, por proporcionar a reutilização das
enzimas, facilitar a separação dos produtos e aumentar a estabilidade em solventes orgânicos,
diminuindo custos e facilitando o uso em reatores. Com o intuito de aumentar a escala
produtiva do processo de biotransformação enzimática do ácido tânico e de polifenóis, este
trabalho teve como objetivo definir as características cinéticas da enzima microencapsulada
em alginato. Além disso, avaliar a sua utilização em biorreator de forma a minimizar uma
possível “lixiviação” das enzimas imobilizadas, aumentando a estabilidade operacional da
mesma, e selecionar as condições mais adequadas para a utilização do biorreator com
matrizes alimentares. Os resultados indicaram que a tanase imobilizada em alginato 5% reteve
86% da sua atividade específica original após 5 ciclos de reutilização, enquanto que a tanase
imobilizada em alginato 3,6% reteve 83%. O planejamento experimental utilizando DCCR
demonstrou os fatores relevantes para utilização do imobilizado em biorreator, e assim o
subsequente estudo univariado permitiu a obtenção das condições mais adequadas para o
processo: tanase imobilizada com alginato na concentração de 5%, 300 rpm de agitação,
temperatura de 60ºC e concentração das enzimas microencapsuladas de 0,75%. Os resultados
demonstraram promissor uso industrial destes microencapsulados, podendo ser utilizado em
sistemas alimentares.
ABSTRACT
The tannin acyl hydrolases, known as tannases (E.C: 3.1.1.20), are esterases that hydrolyse
ester bonds and depsides bonds in substrates such as tannic acid, epicatechin gallate,
epigallocatechin gallate inan aqueous medium, having wide application in the food industry.
The development of immobilization techniques has been important. The tannase application
can be potentiated if immobilized, providing there use of the enzymes, facilitating the
products separation and increasing the stability in organic solvents, reducing costs and
making it easier to use in reactors. In order to increase the productive scale of the enzymatic
biotransformation process of tannic acid and polyphenols, this work aimed to define the
kinetic characteristics of the enzyme microencapsulated in alginate. In addition, evaluate its
use in a bioreactor inorder to minimize a possible "leaching" of the immobilized enzymes,
increasing the operational stabilityof the same, and select the most suitable conditions for the
use of bioreactor with food matrices. The results indicated that 5% alginate immobilized
tannase retained 86% of its original specific activity after 5cycles of reuse, while alginate
immobilized tannase 3.6% retained 83%. The experimental design using DCCR demonstrated
the relevant factors for the use of the immobilized in a bioreactor and the subsequent
univariate study allowed to obtain the most suitable conditions for the process: tannase
immobilized with alginate in the concentration of 5%, 300 rpm of stirring, temperature of
60°C and microencapsulated enzymes concentration of 0.75%. The results showed a
promising industrial use of these microencapsulated and can be used in food systems.
1. Introdução
Tanase (tanino acil hidrolase, EC 3.1.1.20) é uma enzima induzível, que catalisa a
hidrólise de ligações éster e dipeptidase em galotaninos, elagitaninos, taninos complexos e
hidrolisáveis e ésteres de ácido gálico, favorecendo a liberação de glicose e ácido gálico
(RAMÍREZ et al., 2008; RODRÍGUEZ et al., 2009). A literatura traz relatos das suas
consideráveis aplicações para clarificação em vinho, cerveja, sucos de fruta e refrigerantes, na
elaboração de chá instantâneo, assim como síntese de ésteres de ácido gálico usados como
antioxidantes na indústria de alimentos (LEKHA; LONSANE, 1997; AGUILAR;
GUTIERRES-SANCHEZ, 2001; AGUILAR et al., 2007; ARIAN; ANWAR; ARTIKA,
2007). Além disso, tanase é também amplamente utilizada para o tratamento de efluentes
industriais e estudos da última década abordam a aplicação de tanase de Paecilomyces variotii
em chás, analisando a capacidade da enzima em hidrolisar EGCG em epicatequina e ácido
gálico e a atividade antioxidante dos compostos formados (KAR; BANERJEE, 2000;
BATTESTIN; MACEDO; DE FREITAS, 2008).
Os fatores limitantes apresentados pelas enzimas livres são a baixa resistência a
temperaturas elevadas; solubilidade em água, dificultando a separação e reutilização;
incompatibilidade do uso em solventes orgânicos devido ao poder desnaturante de vários
destes; e estarem presentes em baixas concentrações. A fim de ultrapassar ou até mesmo
eliminar alguns, faz com que as enzimas imobilizadas tornem-se bastante atrativas e estimula
o estudo de desenvolvimento de novos métodos analíticos para imobilizar a enzima em uma
matriz adequada (ABDEL-NABY et al., 1999; CHANG et al., 2006; MAHENDRAN;
RAMAN; KIM, 2006; HOTA; DUTTA; BANERJEE, 2007; SHARMA; AGARWAL;
SAXENA, 2008; SRIVASTAVA; KAR, 2010; FLORES-MALTOS et al., 2011; YAO et al.,
2014). Enzimas imobilizadas são mais fáceis de manipular e separar do produto, minimizando
assim ou eliminando a contaminação do produto pela enzima, como também possibilita alta
densidade celular por unidade de volume do biorreator, levando ao aumento da produtividade,
à diminuição do tempo de reação e à redução dos riscos de contaminação (PRADELLA,
2001; ZHANG; FRANCO, 2002). Através da imobilização é possível obter maior
estabilidade da enzima e menor interferência de compostos indesejáveis (MATEO et al.,
2007; SHELDON, 2007; CAMPANELLA et al., 2008). No entanto, a ideia de reutilização da
enzima implicitamente significa que a estabilidade da preparação de enzima final deve ser
suficientemente elevada para permitir a reutilização. Além disso, tendo em conta que o intuito
do uso final será como catalisador industrial, o processo de imobilização do componente
78
2. Materiais e Métodos
2.1 Materiais
Foi avaliada através do método definido por Sharma; Bhat; Dawra (2000) com
algumas modificações: utilização do ácido tânico em tampão acetato como substrato em
substituição ao metil galato em tampão citrato; e utilização da temperatura ótima, 60ºC para
enzima imobilizada e 40ºC para enzima livre (SCHONS et al., 2011; SCHONS, 2012). O
método tem como princípio avaliar a capacidade da enzima em produzir ácido gálico a partir
da hidrólise de ácido tânico. O ensaio é colorimétrico mensurando a formação de um
81
complexo entre a rodanina e o ácido gálico formado na reação de hidrólise enzimática pela
enzima imobilizada com absorção máxima a 520 nm. A concentração de ácido gálico foi
definida através de uma curva de calibração de ácido gálico em tampão fosfato 0,02M pH 5,5.
A partir da concentração de produto no meio reacional a atividade enzimática foi expressa
como U, considerando-se 1U como a quantidade de enzima que libera um µmol de ácido
gálico/min/mL do meio reacional de ácido tânico. A atividade específica foi expressa através
do número de unidade de enzimas por miligrama de proteína (U/mg de proteína).
A porcentagem de atividade enzimática (%AE) da tanase imobilizada foi expressa em
relação à atividade específica da tanase livre como mostrado na equação 1.
𝒎𝒈 𝒑𝒓𝒐𝒕𝒆í𝒏𝒂 𝒆𝒏𝒄𝒂𝒑𝒔𝒖𝒍𝒂𝒅𝒂
𝑬𝑰 % = ×𝟏𝟎𝟎
𝒎𝒈 𝒑𝒓𝒐𝒕𝒆í𝒏𝒂 𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆𝒈𝒂𝒅𝒂
(Equação 2)
𝐥𝐧(𝟎, 𝟓)
𝐭½ =
−𝑲𝒅
(Equação 3)
Biorreator de vidro, operando em batelada, no modo mistura, foi utilizado para avaliar
as condições da hidrólise de ácido tânico e resistência física média das esferas de alginato. Foi
constituído por um béquer e o sistema de agitação mostrado na Figura 2.2 (apenas
esquemático). Este sistema foi projetado para minimizar a fragmentação das partículas
83
Após avaliar os efeitos das variáveis independentes, a hidrólise do ácido tânico pela
tanase imobilizada em alginato de cálcio foi estudada através da combinação dos efeitos
significativos utilizando ensaios univariados, quando as condições selecionadas foram:
concentração de alginato de 5%; agitação de 300rpm; temperatura de 60ºC e tempo de reação
de 60 minutos.
85
3. Resultados e Discussão
1.00 a
0.90
0.80
Atividade enzimática (U)
0.70
0.60
0.50
0.40 b
0.30 c
0.20
0.10
0.00
3,6% alginato 5%alginato enzima livre
Figura 3.1 Atividade enzimática da tanase imobilizada e livre. Médias seguidas por letras
diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
87
80%
a
70%
b
60%
50%
3,6% alginato
40%
5%alginato
30% a 3,6% alginato (Schons, 2012)
a
20%
10%
0%
%Atividade Imobilizada %Eficiência de Imobilização
Tabela 3.1 Parâmetros cinéticos para hidrólise de ácido tânico pela tanase livre e imobilizada,
produzidas por Paecilomyces variotii.
Enzima Km (µmol) Vmáx (U.mg-1)
Ezima livre 0,6 3,17
Imobilizada - alginato 3,6% 1,02 0,78
Imobilizada - alginato 5% 3,23 1,15
0.8
0.7
0.6
0.5
y = 0.1903x + 0.3158
0.4 R² = 0.97124
1/v
0.3
0.2
0.1
0
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
-0.1
-0.2
1/[S]
Figura 3.3 Diagrama de Lineweaver-Burk aplicado aos dados experimentais para a tanase
livre.
Nos dois casos de enzima imobilizada, os valores de Km foram maiores do que o valor
de Km da enzima livre, para 3,6% alginato foi 1,7 vezes superior e 5% alginato foi 5,4 vezes.
Este aumento de Km implica a utilização de maior concentração de substrato para atingir a
90
mesma taxa de reação obtida com as enzimas livres. O incremento em Km pode ser devido os
efeitos de transferência de massa, onde a resistência influencia o transporte de substrato a
partir de uma solução para o sítio catalítico e também a difusão dos produtos da reação de
volta para a solução. Por outro lado, a fixação da enzima na matriz de imobilização pode levar
a uma diminuição na flexibilidade da molécula de enzima como também pode levar à
mudanças conformacionais na sua estrutura terciária que resultam na dificuldade de acesso do
substrato ao seu sitio ativo, que são normalmente refletida na diminuição da atividade
catalítica (CAO, 2005), fator que também pode explicar o valor da Vmax da enzima
imobilizada mostrar-se inferior à livre. Resultados semelhantes no Vmáx e Km para enzimas
imobilizadas foram reportados por Bayramoğlu et al. (2008); El-tanash; Sherief e Nour (2011)
e Flores-maltos et al. (2011). No entanto analisando a diferença entre as diferentes tanases
imobilizadas, percebe-se que embora 5% alginato tenha sido negativo para a resistência do
substrato a matriz, possivelmente por sua estrutura mais rígida, este não afetou tão
intensamente a conformação da enzima apresentando melhores valores de Vmáx que a reação
que utilizou 3,6% de alginato.
7
y = 2.8249x + 0.872
6
R² = 0.95166
5
3
1/v
2 alginato 3,6%
alginato 5%
1
0
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
-1
-2 y = 1.3072x + 1.2845
R² = 0.95183
-3
1/[S]
imobilizada, estão demonstrados na Tabela 3.2. Pode-se notar que a atividade enzimática
manteve-se mais estável na menor temperatura, 40ºC.
120
100
* * *
Atividade residual (%)
80
60 Alginato 5%
Alginato 3,6%
40
20
0
1 2 3 4 5 6
Ciclos de reutilização
Figura 3.5 Estabilidade operacional na reutilização da tanase imobilizada em alginato em
ciclos sucessivos. Os valores representam a média ± desvio padrão. * = diferem
estatisticamente pelo teste t (p<0,05).
93
Tabela 3.3 Avaliação da atividade específica e eficiência relativa após 6 ciclos de hidrólise
com tanase imobilizada em 2 concentrações de alginato.
Concentração de alginato
Alginato 3,6% Alginato 5%
Eficiência
56,38 70,65
inicial (%)
Atividade específica Eficiência Atividade específica Eficiência
(U/g proteína) relativa (%) (U/g proteína) relativa (%)
1 0,49 98,55 0,57 98,81
2 0,49 98,55 0,59 96,42
3 0,46 94,1 0,56 95,2
4 0,42 84,00 0,52 89,7
5 0,41 65,00 0,51 68,3
6 0,38 52,00 0,48 57,3
A partir desse parâmetro podemos observar que o método mesmo após 6 bateladas não
teve perda acima de 50%. Supõe-se que essa perda de proteína para o meio seja devido à
desestabilização do imobilizado que ocorre ao passo que a solução pode conter substâncias
sequestradoras de cátions como fosfatos, que sequestram o íon Ca+2 desestabilizando a
configuração do gel de alginato (KING, 1983). O último parâmetro de caracterização
analisado, mas não menos importante, é o tempo de vida útil e durabilidade frente às
condições de armazenamento que devem ser considerados quando se quer desenvolver um
imobilizado enzimático. Normalmente as enzimas imobilizadas mantêm sua atividade em
condições de estocagem quando não são expostas a condições adversas de pH e temperatura
(GÓMEZ et al., 2006). As enzimas foram estocadas em placas de petri, embaladas em filme
plástico de pvc e armazenadas a 5ºC. A determinação da atividade da tanase imobilizada
durante o processo do armazenamento pode ser observado na Tabela 3.4.
94
Tabela 3.5 Delineamento composto central rotacional para estudo do efeito das variáveis
temperatura, concentração de enzima, concentração de alginato e agitação na atividade
enzimática utilizando tanase imobilizada em processo em batelada.
Nº de Alginato Temp Enzima Agitação AE ER AE ER AE ER
ensaios (%) (ºC) (%) (rpm) 30 minutos 60 minutos 90 minutos
1 3,6 40 0,5 400 0,37 98,0 1,35 97,7 0,68 96,9
2 3,6 40 0,5 600 0,38 97,7 1,49 97,4 0,69 97,1
3 3,6 40 1,5 400 0,14 97,6 0,52 97,2 0,26 96,9
4 3,6 40 1,5 600 0,18 97,2 0,66 96,5 0,38 96,3
5 3,6 60 0,5 400 0,47 98,1 2,04 97,4 1,16 97,2
6 3,6 60 0,5 600 0,50 98,5 2,18 97,7 1,19 96,9
7 3,6 60 1,5 400 0,30 97,7 1,01 97,2 0,54 96,9
8 3,6 60 1,5 600 0,32 97,1 1,21 96,5 0,65 95,7
9 5 40 0,5 400 0,47 98,9 2,11 98,4 1,18 97,8
10 5 40 0,5 600 0,51 98,5 2,32 98,0 1,21 97,8
11 5 40 1,5 400 0,21 98,3 0,63 97,8 0,28 97,3
12 5 40 1,5 600 0,20 97,9 0,69 97,5 0,39 96,9
13 5 60 0,5 400 0,53 98,8 2,85 98,2 1,32 97,7
14 5 60 0,5 600 0,57 98,5 3,05 98,0 1,47 97,3
15 5 60 1,5 400 0,27 98,2 1,06 97,6 0,54 97,3
16 5 60 1,5 600 0,32 97,7 1,41 97,2 0,68 96,8
17 2,9 50 1 500 0,54 54,4 2,52 54,2 1,38 51,1
18 5,7 50 1 500 0,25 99,5 1,05 99,1 0,53 98,8
19 4,3 30 1 500 0,16 98,2 0,66 97,5 0,37 97,1
20 4,3 70 1 500 0,41 97,7 2,26 97,3 1,25 96,6
21 4,3 50 0,05 500 0,36 98,4 1,34 98,0 0,71 97,1
22 4,3 50 2 500 0,26 97,8 1,04 97,2 0,54 96,8
23 4,3 50 1 300 0,25 98,1 0,92 97,5 0,41 96,8
24 4,3 50 1 700 0,36 97,9 1,15 97,5 0,54 96,8
25 4,3 50 1 500 0,25 97,9 0,87 97,6 0,62 97,0
26 4,3 50 1 500 0,38 98,1 1,24 97,5 0,64 97,1
27 4,3 50 1 500 0,49 98,0 1,62 97,7 0,68 97,0
28 4,3 50 1 500 0,27 98,0 0,81 97,6 0,50 97,0
AE (U/mg de proteína); Eficiência Relativa (% proteína mantida)
(p-valor < 0,05) (Tabela 3.6). A avaliação destes parâmetros mostrou que, dentro dos
intervalos avaliados, é possível o uso de qualquer concentração de alginato e agitação sem
comprometer negativamente a relação atividade enzimática/produto.
Além disso, pelos coeficientes não significativos das interações entre as variáveis
(p menor que o nível de significância α = 0,05) pode-se estimar que de forma geral o efeito
dos parâmetros operacionais e suas interações na atividade enzimática não são dependentes
para a resposta da atividade enzimática no biorreator dentro da faixa estudada. Logo, para
obter informações mais concisas das reações enzimáticas em biorreator, foram analisados os
resultados deste planejamento e fixados parâmetros para dar sequência ao estudo utilizando
ensaios univariados avaliando a concentração de enzima na reação.
valor de concentração de alginato foi fixado em 5% devido ser tecnicamente mais resistente,
com boa viscosidade para a imobilização da tanase e ter apresentado boa resposta quanto à
eficiência em todo delineamento experimental.
A atividade enzimática não teve influência significativa da agitação, então foi fixada
na menor agitação, 300 rpm, diminuindo o risco de danos físicos ao imobilizado e podendo
aumentar a vida útil do mesmo. Notou-se também que em 90 minutos já houve grande queda
da atividade enzimática, então foi optado por utilizar 60 minutos de reação de hidrólise no
biorreator.
5
4.5
4
Atividade específica
3.5
(U/mg proteína)
3 0,1%
2.5 0,25%
2 0,5%
1.5 0,75%
1 1%
0.5
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (minutos)
180
160
140
µmol de ácido gálico
120
0,1%
100
0,25%
80 0,5%
0,75%
60
1%
40
20
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (minutos)
Figura 3.7 Comportamento da hidrólise de ácido tânico em ácido gálico em estudo
univariado com 5 concentrações de imobilizado enzimático no meio reacional.
Outro fator que foi avaliado e que também mensura a qualidade do sistema enzima
imobilizada/biorreator é a eficiência relativa (Tabela 3.8). Esse parâmetro avalia qual a
porcentagem de enzima é perdida para o meio reacional e qual percentual é mantida nas
cápsulas de alginato.
100
Tabela 3.8 Eficiência Relativa (%) avaliada através da mensuração da proteína transferida
para o meio reacional, em estudo univariado com 5 concentrações de imobilizado enzimático.
Concentração de alginato Eficiência Relativa (%)
0,1% 99,90 ± 0,259a
0,25% 99,88 ± 0,097a
0,5% 99,66 ± 0,083a
0,75% 99,80 ± 0,77a
1% 99,70 ± 0,057a
Resultados expressos como média ± desvio padrão.
Letras iguais em uma mesma coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p≤0.05).
4. Conclusão
5. Referências
ABDEL-NABY, M. A.; SHERIF, A. A.; EL-TANASH, A. B.; MANKARIOS, A. .
Immobilization of Aspergillus oryzae tannase and properties of the immobilized enzyme.
Journal of Applied Microbiology, v. 87, p. 108–114, 1999.
AGUILAR, C. N.; GUTIERRES-SANCHEZ, G. Review: sources, properties, applications
and potential uses of tannin acyl hydrolase. Food Science and Technology International, v.
7, n. 5, p. 372–382, 2001.
AGUILAR, C. N.; RODRÍGUEZ, R.; GUTIÉRREZ-SÁNCHEZ, G.; AUGUR, C.; FAVELA-
TORRES, E.; PRADO-BARRAGAN, L. A.; RAMÍREZ-CORONEL, A.; CONTRERAS-
ESQUIVEL, J. C. Microbial tannases: advances and perspectives. Applied Microbiology
and Biotechnology, v. 76, n. 1, p. 47–59, 2007.
ARIAN, Y.; ANWAR, S.; ARTIKA, I. M. The production of tannin acyl hydrolase from
aspergillus niger. Microbiology Indonesia, v. 1, n. 2, p. 94–97, 2007.
BATTESTIN, V.; MACEDO, G. A. Tannase production by Paecilomyces variotii.
Bioresource technology, v. 98, n. 9, p. 1832–1837, 2007.
BATTESTIN, V.; MACEDO, G. A.; DE FREITAS, V. A. P. Hydrolysis of epigallocatechin
gallate using a tannase from Paecilomyces Variotii. Food Chemistry, v. 108, n. 1, p. 228–
233, 2008.
BAYRAMOĞLU, G.; KIRALP, S.; YILMAZ, M.; TOPPARE, L.; ARICA, M. Y. Covalent
immobilization of chloroperoxidase onto magnetic beads: catalytic properties and stability.
Biochemical Engineering Journal, v. 38, n. 2, p. 180–188, 2008.
BERG, J. M.; TYMOCZKO, J.; STRYER, L. The Michaelis-Menten model accounts for the
kinetic properties of many enzymes. In: FREEMAN, W. H. (Ed.). Biochemistry. [s.l: s.n.],
2002.
BICKERSTAFF, G. F. Immobilization of enzymes and cells: some practical considerations.
In: BICKERSTAFF, G. F. (Ed.). Methods in Biotecnology: Immobilization of Enzymes
and Cells. [s.l.] Humana Press, 1997. 1p. 1–11.
BRADFORD, M. M. A rapid and sensitive method for the quantitation microgram quantities
of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Analytical Biochemistry, v. 72, n.
1–2, p. 248–254, 1976.
CAMPANELLA, L.; NUCCILLI, A.; TOMASSETTI, M.; VECCHIO, S. Biosensor analysis
for the kinetic study of polyphenols deterioration during the forced thermal oxidation of extra-
virgin olive oil. Talanta, v. 74, n. 5, p. 1287–1298, 2008.
CAO, L. Carrier-bound immobilized enzymes. Weinheim, FRG: Wiley-VCH Verlag
GmbH & Co. KGaA, 2005.
CHAN, L. W.; LEE, H. Y.; HENG, P. W. S. Production of alginate microspheres by internal
gelation using an emulsification method. International Journal of Pharmaceutics, v. 242, n.
1–2, p. 259–262, 2002.
CHANG, F. S.; CHEN, P. C.; CHEN, R. L. C.; LU, F. M.; CHENG, T. J. Real-time assay of
immobilized tannase with a stopped-flow conductometric device. Bioelectrochemistry, v. 69,
n. 1, p. 113–116, 2006.
CHEETHAM, P. S. J. The use of biotransformations for the production of flavours and
fragrances. Trends in Biotechnology, v. 11, n. 11, p. 478–488, 1993.
103
YAO, J.; CHEN, Q.; ZHONG, G.; CAO, W.; YU, A.; LIU, Y. Immobilization and
characterization of tannase from a metagenomic library and its use for removal of tannins
from green tea infusion. Journal of Microbiology and Biotechnology, v. 24, n. 1, p. 80–86,
2014.
ZANIN, G. M.; MORAES, F. F. de. Enzimas imobilizadas. In: SAID, S.; PIETRO, R. C. L.
R. (Ed.). Enzimas como Agentes Biotecnológicos. 2a ed. Ribeirão Pedro: Legis Summa,
2014. p. 41–84.
ZHANG, W.; FRANCO, C. M. M. Characterizing the heterogeneity of an immobilized cell
gel matrix. Engineering in Life Sciences, v. 2, n. 12, p. 409–414, 2002.
106
CAPÍTULO III
Hidrólise de fenólicos de variados tipos de chás por tanase imobilizada e efeito no perfil
fenólico, atividade antioxidante e estabilidade em ambiente gastrointestinal simulado
(Artigo a ser submetido à revista Food Chemistry)
107
Hidrólise de fenólicos de variados tipos de chás por tanase imobilizada e efeito no perfil
fenólico, atividade antioxidante e estabilidade na digestão gastrointestinal simulada
Phenolics hydrolysis of various types of tea by immobilized tannase and phenolic profile,
antioxidant activity and stability under simulated gastrointestinal digestion effect
*
Corresponding author: sampaior.bruna@gmail.com
108
RESUMO
109
comercial dos polifenóis de matrizes complexas. Além disso, os resultados sugerem que é
mais desejável seguir o modelo de hidrólise com tanase imobilizada para fornecer fontes de
bioativos com potencial de bioacessibilidade melhorado.
110
ABSTRACT
Polyphenols, or phenolic compounds, widely found in teas, are related to the prevention of
cancer and chronic diseases. However, polyphenols often occur as glycosides or other
conjugates, minimizing thebioavailability and beneficial effects of these compounds on
health, requiring the biotransformation of these conjugates in the gastrointestinal tract. As a
technological alternative, the enzymatic biotransformation of the polyphenols or their plant
sources outside the gastrointestinal tract can alsorelease these compounds from their
conjugates and consequently improve the functional activity of such antioxidants. The
objective of this work was to evaluate the phenolic profile and antioxidant activity in vitro as
well as to elucidate the recovery of phenolic compounds after the biotransformed
teas byimmobilized tannase in vitro digestion simulation. The study of the enzyme
immobilized efficiency in hydrolyzing polyphenols in white, black, green and mate teas was
evaluated by HPLC-ESI-MS and the quantification of the main polyphenols was performed
by HPLC-DAD. The changes in the antioxidant activity of the biotransformed teas were
evaluated by the in vitro methods ORAC, DPPH and FRAP and the stability of the
polyphenols was evaluated using standard in vitro digestion simulation methods. The results
demonstrated that the immobilized enzyme is capable of hydrolyzing mainly chlorogenic
acid, the catechins EGCG, GCG and ECG and the routine. The quantification showed that the
most significant increase was gallic acid, 16 times in green tea and 13 times in white tea.
Green tea also showed a 75% decrease in EGCG content, with a consequent increase in EGC
(70%) and 95% ECG hydrolysis with EC content increasing more than 2-fold. In black tea
and white tea, there was hydrolysis of 91% and 75% of ECG, respectively. Mate tea showed a
significant chlorogenic acid hydrolysis (54%) resulting in an increase in caffeic acid (4.3
times). This teas’ phenolic profile modification by the immobilized tannase also resulted in
antioxidant activity’s increase evaluated by the ORAC and DPPH method and in the white
and green teas also through the FRAP method. The teas’ phenolic compounds exhibited
stability to the simulated gastric digestive conditions, although they presented poor stability
after the intestinal conditions’ simulation, demonstrating the importance of the phenolic
consumption in the aglycone portion or in smaller molecules. The results indicated that the
same immobilized tannase was effective to transform the teas’ phenolic profiled to increase
the antioxidant power, showing that it is possibly used to modify the profile of bioactive and
to even increase the commercial extraction of polyphenols from complex matrices. In
111
addition, the results suggest that it is more desirable to follow the hydrolysis model with
immobilized tannase to provide bioactive sources with improved bioavailability potential.
112
1. Introdução
113
2. Materiais e Métodos
2.1 Materiais
Todos os reagentes utilizados foram grau analítico ou de grau HPLC. A água utilizada
foi água ultrapurificada grau HPLC, obtida do sistema de purificação de água Milli-Q
(Millipore Merck, Darmstadt, Alemanha). O cloreto de cálcio, acetona, metanol, cloreto
férrico hexa-hidratado, fosfato de sódio, alginato (sal de sódio do ácido algínico), a pepsina,
pancreatina, sais biliares, carbonato de sódio, ácido fórmico, 2,2-difenil-1-picrilhidrazil
(DPPH), 2,2'- azobis (2-amidinopropano) (AAPH), 4,6-tripryridyl-s-triazina (TPTZ) foram
adquiridos da Sigma-Aldrich (St. Louis, MO, EUA); fosfato de sódio monobásico e dibásico,
cloreto de cálcio obtidos da LabSynth (Diadema, Brasil); fluoresceína e acetato de sódio da
Ecibra (São Paulo, Brasil); 6-hidroxi-2,5,7,8-tetrametilcroman-2-carboxílico (Trolox) da
114
Acros Organics (Geel, Bélgica); Acetonitrila e ácido fórmico para análise HPLC-MS foram
comprados da Optima ™ (Fisher Scientific Ltd., Loughborough, Leicestershire, Reino Unido)
e os padrões de polifenóis foram obtidos da Sigma-Aldrich (St. Louis, MO, EUA) com
exceção do ácido clorogênico e epigalocatequina galato utilizados da Extrasynthèse S.A.
(Genay, França).
Chá preto (CP), chá verde (CV), chá branco (CB), chá mate (CM): da marca Leão®
foram adquiridos no mercado local (Campinas, SP, Brasil).
Em béqueres foram pesados 30g de cada amostra de chá e em seguida foram
adicionados 450 mL de tampão fosfato 20 mM, pH 5,5. A extração de compostos de chá
preto, verde, mate e branco foi realizada num banho de água a 100 ° C durante 30 min. Para
obter extratos antes e após biotransformação, as extrações foram realizadas em duplicata.
Depois dos extratos serem filtrados em papel filtro, os extratos originais foram liofilizados e o
extrato seco resultante foi chamado de extrato de chá original e utilizado em análises futuras,
a respectiva duplicada foi utilizada na biotransformação dos polifenóis. Este modelo permite
comparar os dados da atividade antioxidante de chás biotransformadas usando enzima livre
(MACEDO et al., 2011).
115
As amostras controle e biotransformadas dos chás antes e após digestão tiveram sua
composição avaliada por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a um espectrômetro
de massas (HPLC-MS). A quantificação dos principais fenólicos presentes nos chás foi
realizada com base em curvas de calibração do padrão analítico avaliados por cromatografia
de alta eficiência acoplada a um detector de arranjo de diodos (HPLC-DAD).
Os extratos foram transferidos para frascos analíticos equipados com filtro PTFE de
0,45µM e com tampas de silicone com septos previamente cortados (Thomson Ltd.
Oceanside, Califórnia, EUA). As amostras foram armazenadas no injetor automático a 6°C e
analisadas em ambos os modos negativos e positivos de ionização por eletrospray (ESI). As
análises por HPLC foram realizadas com um sistema de HPLC da Thermo 600 Accela
acoplado à um detector de PDA Accela (Thermo Fisher-Ltd. Hemel Hempstead U.K.). O
HPLC foi operado a uma velocidade de fluxo de 300 µL / min, a coluna (C18 Synergi Hydro-
RP 80A, 150x2.0mm, 4µm de dimensão de partícula; Phenomenex Ltd., Macclesfield, Reino
Unido) foi mantida a temperatura de 30ºC. O solvente A, água deionizada (ELGA-PureLab
option-Q, Elga Ltd., High Wycombe, Reino Unido), e solvente B, acetonitrila de grau HPLC
foram acidificados com ácido fórmico 0,1% grau de espectrometria de massa. O gradiente
utilizado foi o seguinte: 98% de A (0-2 min), 98-95% de A (2-5 min), 95-55% de A (5-25
min), 55% de A - 100% de B (25-26 min), mantido 100 % B (26-29 min), 100% B - 98% A
(26-30 min), manteve-se 98% A (30-35 min). O eluente da coluna foi monitorado pelo
detector Accela PDA onde espectros foram coletados no comprimento de onda de 200 à
116
117
118
119
com acetonitrila. Após a medição do teor de fenóis, os extratos foram evaporadas até à secura
em Speed Vac. As amostras foram congeladas para análise posterior em HPLC.
3. Resultados e Discussão
120
013_wt_01 24/04/2015 03:04:50
50
40 27
17 46-53
30 35-40
12+14 41
21-23
20 1 55-63
32
5 8 9
3 30 34 66
10 2 65
42
0
017_gt_02 2 4 6 8 1024/04/2015
1205:27:36 14 16 18 20 22 24
Time (min)
RT: 0,00 - 24,40
100 NL:
B FSD = 1.08E6 1,08E6
Channel A
90 28
24 UV
018_go_02
80 NL:
1,08E6
70 4 Channel A
UV
017_gt_02
60
uAU
50
43-53
40
27
17 41
35-40
30
32 55-63
20 1 5
21-23
2 30 34 42 65
3 14 66
10 8 9
0
023_bt_02 24/04/2015 09:01:46
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Time (min)
RT: 0,00 - 24,50
100 NL:
50
4 20
40
16
30 26 28
54-63
41
9 37-38 45
20 5 10-14 17 51
32 64
2 23 27 66
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Time (min)
Figura 3.1 Análise HPLC-MS do (A) chá branco (B) chá verde (C) chá preto. Os traços dos
chás originais estão em azul e dos chás biotransformados estão em vermelho. Os traços estão
sobrepostos para identificar as diferenças no conteúdo fenólico.
121
50
40
30
20
10
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Time (min)
Figura 3.2 Análise HPLC-MS do chá mate. Os traços dos chás originais estão em azul e dos
chás biotransformados estão em vermelho. Os traços estão sobrepostos para identificar as
diferenças no conteúdo fenólico.
122
Tabela 3.1 Alterações do perfil de compostos fenólicos após hidrólise enzimática do extrato
de chá branco.
Pico nº Identificação do composto TR M/Z (M-H) MS2 Alteração
1 Ácido quínico 1.49 191 traços é
2 Ácido chiquímico 1.97 173 155 é
3 Galoil glicose 3.5 331 169, 271, 211 ê
4 Ácido gálico 4.5 169 125 é
5 Ácido 5-galoilquínico 6.1 343 191,169 é
8 Galocatequina 8.9 305 261, 279, 179, 174 é
9 Teobromina 9.1 +181 traços ó
11 Ácido 4-O-cafeoilquínico 9.1 353 174, 191, 112 ó
12 Ácido 3-O-cafeoilquínico 9.9 353 191 é
14 Dímero de galocatequina 10 609 traços é
17 EGC 11.2 305 287, 261, 179 ó
20 Prodelfinidina B 2-3’-O-galato 11.7 761 591, 609, 423, 305 ê
21 Catequina 11.7 289 245 é
22 Estrictinina 11.9 633 463, 301 ê
23 Ácido clorogênico 12.0 353 191, 179, 173 é
24 Cafeína 12.5 +195 138, 109 ó
27 EC 13.2 289 245, 205 é
28 EGCG 13.5 457 169, 331 ê
30 GCG 14.2 457 331, 305, 169 ê
32 Apigenina arabinosídeo glicosídeo 14.3 563 443, 473, 353 ê
34 Miricetina 3-O ramnosilglicosídeo 14.6 625 316, 271, 607 é
35 Miricetina 3-O- galactosídeo 14.7 479 316 é
37 Quercetina galactosil rutinosídeo 15 771 609, 301 ê
39 Quercetina glucosil rutinosídeo 15.2 771 301, 609 ê
40 Quercetina diramnosilglicosídeo 15.5 755 609, 301, 463 é
41 ECG 15.7 441 289, 169, 331 ê
42 Quercetina-3-O-rutinosídeo (Rutina) 15.7 609 301, 271 ê
46 Kaempferol 3-O-glicosilrutinosídeo 16.2 755 593, 285 é
48 Kaempferol 3-O- ramnosilgalactosídeo 16.8 593 285; 447 é
49 Kaempferol 3-O-galactosídeo 16.9 447 284 é
51 Kaempferol 3-O-glicosídeo 17.3 447 285 ê
53 Miricetina 18.3 317 traços é
123
55 Quercetina hexose ramnose coumaroil pentose 19.3 1049 903, 887, 745, 301 ê
hexose
56 Ácido dicafeoilquínico 19.38 516 443, 353 ó
57 Quercetina 3-O-acilglicosídeo 19.38 1033 887, 301 é
58 Dihidroquercetina 3-O-ramnosídeo 19.6 450 377, 301 é
59 Kaempferol glucosil ramnosil p-coumaroil 19.6 901 755, 828, 285 é
hexosil hexoside
60 Quercetina ramnose coumaroil pentose hexose 19.7 887 741, 301 é
62 Quercetina 3-O- acilglicosídeo 19.9 1033 887, 741, 301 ê
63 Kaempferol tri glicosídeo acilado 20.6 871 725, 585, 431, 285 é
65 Quercetina 21 301 traços é
66 Kaempferol 23.6 285 traços é
Os dados se referem aos resultados de LC-MS. A última coluna mostra se há aumento do composto conforme estimado pela área do pico
PDA (teste t, p<0,05). Os símbolos representam: éaumento; ê diminuição; ó nenhuma mudança; e + modo positivo.
Tabela 3.2 Alterações do perfil de compostos fenólicos após hidrólise enzimática do extrato
de chá verde.
Pico nº Identificação do composto TR M/Z (M-H) MS2 Alteração
1 Ácido quínico 1.49 191 traços é
2 Ácido chiquímico 1.97 173 155 é
3 Galoil glicose 3.5 331 169, 271, 211 ó
4 Ácido gálico 4.5 169 125 é
5 Ácido 5-galoilquínico 6.1 343 191,169 ó
8 Galocatequina 8.9 305 261, 279, 179, 174 é
9 Teobromina 9.1 +181 traços ó
11 Ácido 4-O-cafeoilquínico 9.1 353 174, 191, 112 ó
12 Ácido 3-O-cafeoilquínico 9.9 353 191 é
14 Dímero de galocatequina 10 609 traços é
17 EGC 11.2 305 287, 261, 179 é
20 Prodelfinidina B 2-3’-O-galato 11.7 761 591, 609, 423, 305 ê
21 Catequina 11.7 289 245 é
22 Estrictinina 11.9 633 463, 301 ê
23 Ácido clorogênico 12.0 353 191, 179, 173 é
24 Cafeína 12.5 +195 138, 109 ó
27 EC 13.2 289 245, 205 é
28 EGCG 13.5 457 169, 331 ê
124
Tabela 3.3 Alterações do perfil de compostos fenólicos após hidrólise enzimática do extrato
de chá preto.
Pico nº Identificação do composto TR M/Z (M-H) MS2 Alteração
2 Ácido chiquímico 1.97 173 155 é
4 Ácido gálico 4.5 169 125 é
125
Tabela 3.4 Alterações do perfil de compostos fenólicos após hidrólise enzimática do extrato
de chá mate.
Pico nº Identificação do composto TR M/Z (M-H) MS2 Alteração
2 Ácido chiquímico 1.97 173 155 é
4 Ácido gálico 4.5 169 125 ó
6 Ácido coumaroilchiquímico 7.4 319 341, 174, 371 é
7 Ácido cis-4-O-cafeoilquínico 8.4 353 174, 179, 191 é
9 Teobromina 9.1 +181 traços ê
11 Ácido 4-O-cafeoilquínico 9.1 353 174, 191, 112 é
12 Ácido 3-O-cafeoilquínico 9.9 353 191 ê
15 Ácido cafeoilquínico 10.4 353 179, 174, 191 é
18 Ácido cis-5-o-cafeoilquínico 11.4 353 707, 191, 135, 126 é
19 Ácido cis-3-o-cafeoilquínico 11.6 353 191, 179, 174, 135 é
23 Ácido clorogênico 12.0 353 191, 179, 173 ê
24 Cafeína 12.5 +195 138, 109 ê
25 Ácido cafeico 12.7 179 135 é
29 Ácido Feruloilquínico 14 367 174, 112, 191 ê
31 Ácido cafeoilchiquímico 14.3 335 174, 191, 112, 179 ê
33 Ácido cafeoil chiquímico 14.5 335 174, 161, 191,112 ê
36 Ácido Feruloilquínico 15 367 163, 191 é
47 Ácido dicafeoilquínico 16.6 515 353, 191, 179 ê
50 Ácido dicafeoilquínico 17.1 515 353, 174, 191 ê
52 Ácido dicafeoilquínico 17.8 515 353, 174, 187, 112 ê
Os dados se referem aos resultados de LC-MS. A última coluna mostra se há aumento do composto conforme estimado pela área do pico
PDA (teste t, p<0,05). Os símbolos representam: éaumento; ê diminuição; ó nenhuma mudança; e + modo positivo.
127
resultados apresentados por Macedo et al. (2011), estudo que mostra que a tanase pode
hidrolisar a epigalocatequina galato em epigalocatequina e ácido gálico.
5.0E+08
A 4.5E+08
**
4.0E+08 CB
3.5E+08 ** ** CBT
Área (mUA.s)
3.0E+08
2.5E+08 ** **
2.0E+08
** *
1.5E+08
1.0E+08 ** ** **
5.0E+07 **
0.0E+00
5.0E+08
B 4.5E+08
**
4.0E+08 * ** CV
3.5E+08 *
Área (mUA.s)
CVT
3.0E+08
2.5E+08
**
*
2.0E+08
1.5E+08 **
1.0E+08 **
5.0E+07 * ** **
0.0E+00
4.0E+08
C **
3.5E+08 CP
3.0E+08 CPT
Área (mUA.s)
2.5E+08
2.0E+08
1.5E+08
** **
** ** **
1.0E+08 **
5.0E+07 * * * **
0.0E+00
Figura 3.3 Áreas médias dos picos (HPLC/MS) a partir de três amostras. (A) Chá branco -
CB= chá branco original, CBT= chá branco biotransformado. (B) Chá verde - CV= chá verde
original, CVT= chá verde biotransformado. (C) Chá preto - CP= chá preto original, CPT= chá
preto biotransformado, EC = epicatequina, CAT= catequina, EGC= epigalocatequina, GC=
galocatequina, GQA= ácido 5-galoil quinico, CGA= ácido clorogênico, 3CGA= ácido 3-O-
cafeoilquinico, 4CGA= ácido 4-O-cafeioilquinico, ECG = epicatequina galato, EGCG=
epigalocatequina galato, DCQA= ácido dicafeoil quínico, PDBG= Prodelfinidina B 2-3'-O-
galato. * = P <0,05, ** = p <0,01, sem anotação = NS através do teste t.
128
129
Chá mate
Original
6.0E+07
Biotransformado
5.0E+07
Área (mUA.s)
4.0E+07
3.0E+07
2.0E+07
1.0E+07
0.0E+00
Ácido cafeico
Figura 3.4 Média da área do picos (HPLC/MS) do ácido cafeico a partir de três amostras de
chá mate. ** = significativamente diferentes através do teste t, p <0,01.
130
Original
Cafeína
Biotransformado
3.5E+09
**
3E+09
2.5E+09 *
Área (mUA.s)
2E+09
1.5E+09
**
1E+09
500000000
0
Chá verde Chá branco Chá preto Chá mate
Original
Teobromina Biotransformado
1.8E+08 **
1.6E+08
1.4E+08 **
1.2E+08 **
Área (mUA.s)
1.0E+08
8.0E+07
6.0E+07
4.0E+07
2.0E+07
0.0E+00
Chá verde Chá branco Chá Preto Chá mate
Figura 3.5 Média das áreas dos picos de cafeína e teobromina (HPLC/MS) a partir de três
amostras. * = p <0,05, ** = p <0,01, sem anotação = NS através do teste t.
132
EGCG e ECG. Conforme Zeng et al. (2016) o chá verde possui altos teores de EGCG devido
ao seu processo de obtenção ser brando, evitando degradação de suas catequinas. Podemos
confirmar estes achados, pois a tanase foi capaz de diminuir em 75% o teor de EGCG e
aumentando em 70% seu produto de hidrólise EGC. Além disso, ocorreram 95% de hidrólise
da ECG, acarretando em aumento de aproximadamente 2,7 vezes o conteúdo de EC, o que
demonstra alta afinidade da enzima por este substrato. Estes achados foram corroborados com
a hidrólise de 91% e 75% da EGC no chá preto e chá branco, respectivamente.
Tabela 3.5 Efeito do tratamento da tanase imobilizada no teor dos principais polifenóis
encontrados nos chás através da quantificação por HPLC/DAD.
Chá verde Chá branco Chá Preto Chá mate
Composto Tratamento
mg/g
Original 3,26 ± 0,24b 4,81 ± 0,59b 11,95 ± 1,33b nd
Ácido Gálico a a a
Biotransformado 54,18 ± 5,30 65,26 ± 2,85 25,44 ± 1,22 0,8 ± 0,03
Original 13,58 ± 1,52b 10,64 ± 1,68b 2,81 ± 0,30b nd
EGC a a a
Biotransformado 23,23 ± 2,08 16,44 ± 0,49 6,42 ± 0,12 nd
b b b
Original 0,73 ± 0,04 0,67 ± 0,038 0,20 ± 0,03 nd
Catequina
Biotransformado 1,66 ± 0,12a 1,24 ± 0,07a 0,58 ± 0,02a nd
a a b
Original 126,51 ± 2,00 115,8 ± 1,22 16,27 ± 1,51 nd
EGCG b b a
Biotransformado 31,12 ± 1,84 35,8 ± 7,59 3,90 ± 0,43 nd
Original 18,59 ± 0,52b 20,78 ± 0,74b 6,45 ± 0,29b nd
EC a a a
Biotransformado 50,69 ± 2,79 50,07 ± 1,55 12,76 ± 0,61 nd
a a a
Original 36,64 ± 1,77 33,38 ± 3,30 11,71 ± 1,68 nd
ECG b b b
Biotransformado 1,92 ± 0,96 8,35 ± 0,28 1,02 ± 0,01 nd
a a
Original 0,85 ± 0,015 0,75 ± 0,026 Nd 4,12 ± 0,25a
Rutina
Biotransformado 0,24 ± 0,016b 0,13 ± 0,024b Nd 0,30 ± 0,02b
Original 0,03 ± 0,007a 0,054 ± 0,01b Nd nd
Quercetina b a
Biotransformado 0,28 ± 0,045 0,81 ± 0,21 Nd 1,04 ± 0,17a
Original nd nd Nd 1,07 ± 0,03b
Ácido Cafeico
Biotransformado nd nd Nd 4,65 ± 0,01a
Original nd nd Nd 24,48 ± 0,48a
Ácido
Clorogênico Biotransformado nd nd Nd 13,26 ± 0,08b
Os resultados são apresentados como a média (n = 3) ± DP. Médias com letras sobrescritas diferentes são significativamente diferentes em
relação ao tratamento analisados através do teste One-way ANOVA seguido pelo teste de Tukey (p<0,01). Nd = não detectado.
133
inflamatórias (PARK et al., 2004; GAMARO et al., 2011; ZHANG et al., 2014; VINI;
SREEJA, 2015). Bezerra et al. (2012) publicaram um artigo que demonstrou o potencial do
ácido cafeico como agente terapêutico na obesidade ao restaurar parcialmente o metabolismo
normal de ratos obesos tratatos com ácido cafeico.
Além disso, ainda que em baixas concentrações, o aumento de quercetina e ácido
gálico podem contribuir para o aumento da bioatividade do chá mate. Quercetina tem
apresentado recentes avanços na elucidação de seus efeitos. Porras et al. (2017) mostraram em
seus resultados a adequação da quercetina com uma abordagem terapêutica para doença
hepática gordurosa não alcoólica associada a obesidade através de mecanismos que incluem
resposta anti-inflamatória, antioxidante e prebiótica integrativa.
134
O fator decisivo para explicar esses resultados da atividade antioxidante pode ser a
composição fenólica de cada extrato e não simplesmente o conteúdo fenólico total (BASTOS
et al., 2007). Ainda que a catequina com maior atividade antioxidante ainda é assunto
controverso, (BATTESTIN; MACEDO; DE FREITAS, 2008; MACEDO et al., 2012)
comprovaram que os fenólicos deglicosilados apresentam maior atividade antioxidante, então
é relevante observar as relações estabelecidas entre estrutura e potencial de redução. O
tratamento da tanase em todos os extratos gerou uma complexa mistura de estruturas
diferentes com ação antioxidante significativamente superior, avaliando as três técnicas
utilizadas (≤0.05). À medida que a atividade antioxidante é influenciada por ácidos fenólicos
e flavonoides monoméricos, e que alterações nos arranjos dos grupos hidroxilas e
substituições por glicosilação acabam diminuindo a atividade antioxidante (RICE-EVANS;
MILLER; PAGANGA, 1997), espera-se que os fenóis com pequenas moléculas e agliconas
aumente a atividade antioxidante. Nesse sentido nossos resultados concordam com estudos
prévios de Macedo et al. (2011), Macedo et al. (2012), Ni et al. (2015) quando a tanase ajudou
a aumentar a atividade antioxidante, indicando que a tanase imobilizada tem aplicações
práticas no processamento de chás.
O primeiro ensaio de avaliação antioxidante mensurou o poder da amostra em
sequestrar o radical DPPH e chá verde e branco, mostraram maior atividade antioxidante,
aumentando 1,26 e 1,95 vezes após o tratamento enzimático, respectivamente. Os resultados
estão de acordo com estudo de (HONG et al., 2013), mostrando que o tratamento enzimático
aumenta a atividade antioxidante, e supõe-se estar relacionado com o aumento de AG, cafeína
e catequinas, porém neste estudo não foi possível elucidar o(s) mecanismo(s) pelo qual o trata
mento com enzimas aumenta a atividade de DPPH.
Não há diferença significativa de atividade antioxidante incidindo sobre a eliminação
do radical peroxil (ORAC) entre os tipos de chás biotransformados, embora o aumento
mediado pelo tratamento com enzima nos seus valores tenha sido foi relevante, com o
aumento médio de 1,39 vezes. Dávalos et al. (2004) mostraram que a quercetina e catequina
foram os valores mais altos de ORAC, 10,5 e 14,9 Trolox equivalente/mol de composto puro,
respectivamente, o ácido cafeico foi mais ativo do que o ácido ferúlico e a sua esterificação
com o ácido quínico (ácido clorogênico) apresentou atividade reduzida. Essas moléculas
antioxidantes podem explicar diretamente nossos resultados ORAC significativos em chás
biotransformados. Neste estudo, a quelação de íons ferrosos por chás com ou sem tratamento
de tanase foi examinada por FRAP. Amostras de chá branco biotransformadas apresentaram
135
Uma vez que estudos in vitro avaliando a biodisponibilidade cada vez mais têm
ganhado importância devido aos custos e implicações éticas que envolvem estudos in vivo
(SOLER et al., 2010), optou-se por realizar ensaios in vitro para avaliar a disponibilidade dos
compostos fenólicos e a sua estabilidade através do processo digestivo. As figuras 3.6, 3.7,
3.8, 3.9 mostram os picos cromatográficos dos polifenóis após a digestão gástrica e duodenal
de todos os chás avaliados nesse estudo, mostrando a estabilidade destes compostos. A
bioacessibilidade representa a razão de fenóis disponíveis após a digestão. O método de
digestão in vitro não pode imitar o transporte ativo que ocorre no estômago (PASSAMONTI
et al., 2003) ou o transporte dos flavonoides por meio de interação com o transportador de
sódio dependente de glicose (SGLT1) no intestino delgado (GEE et al., 1998). No entanto, a
estabilidade sob condição gastrointestinal é crucial para potencial bioacessibilidade, o que irá
definir quais os polifenóis estão acessíveis para mecanismos de transporte eficiente. A
estabilidade dos polifenóis dos extratos de chás originais e biotransformados foi avaliada
utilizando um modelo de sistema que imita o processo digestivo humano. Os extratos
utilizados nesse modelo tiveram os compostos já identificados anteriormente confirmados em
relação a sua estabilidade através da confirmação dos seus picos identificados por dados
característicos de MS/MS.
Os cromatogramas obtidos das amostras pós-digestão puderam demonstrar que as
etapas do processamento do chá podem, potencialmente, influenciar a bioacessibilidade de
polifenóis bioativos. Através dos gráficos obtidos por cromatografia pode ser verificado que
136
90 Channel A
UV
Gastric_Wh
80 ite_neg_01
NL:
70 1.08E6
Channel A
Ácido gálico UV
60
EC gastric_whit
e_t_neg_01
uAU
50
40 EGC
Strictinin
Estrictinina
30 Ácido 5-galoilquinico
Teobromina
20
Galocatequina
10
50 white_t_neg
_02
40 Strictinin
Estrictinina
30 Teobromina
Ácido gálico
20 EGC
EC
10
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Time (min)
Figura 3.6 (A) HPLC-MS de chá branco original (azul) e chá branco biotransformado
(vermelho) após a digestão gástrica (B) HPLC-MS de chá branco original (azul) e chá branco
biotransformado (vermelho) após a digestão pancreática. Os traços de chá branco são
sobrepostos para identificar diferenças no conteúdo fenólico.
137
50 1
40
EC
30
EGC
20
10
50
50 1green_t_ne
g_02
40
40
30
30
Ácido gálico EC
20
20 EGC
10
10
0
0 2
2 44 66 88 10
10 12
12 1414 1616 1818 2020 22 22
Time (min)
Time (min)
Figura 3.7 (A) Análises de HPLC-MS de chá verde (azul) e chá verde biotransformado
(vermelho) após digestão gástrica. (B) Análises de HPLC-MS de chá verde (azul) e chá verde
biotransformado (vermelho) após digestão pancreática.
138
A estabilidade do ácido gálico nos três chás de Camellia sinensis, está de acordo com
os trabalhos sobre a biodisponibilidade do ácido gálico em seres humanos, que documentam
que este composto é extremamente bem absorvido, em comparação com outros polifenóis e é
um potente antioxidante capaz de eliminar esses radicais livres (MANACH et al., 2005;
TUNG et al., 2009; BADHANI; SHARMA; KAKKAR, 2015). Vários estudos demonstram
os grandes potenciais desse ácido fenólico, tanto in vitro como in vivo. Suas atividades
anticancerígenas são evidenciadas através de medidas pró-oxidantes de compostos galato. As
espécies reativas de oxigênio geradas por galatos têm sido relacionadas com a morte celular
apóptica e necrótica. Pesquisadores alegam que os galatos induzem apoptose seletivamente
em células tumorais de crescimento rápido, deixando as células saudáveis intactas. A
citotoxicidade seletiva é plausível uma vez que células normais apresentam capacidade em
resistir à apoptose induzida por ácido gálico pela liberação de inibidores que não são
produzidos por células cancerosas (ISUZUGAWA; OGIHARA; INOUE, 2001; FARIED et
al., 2007; CHIA et al., 2010; SOURANI et al., 2015).
Dentre outras importantes ações benéficas, como atividades anti-inflamatórias
(BENSAAD et al., 2017), cardioprotetoras (EL-HUSSAINY et al., 2016), hepatoprotetoras
(LATIEF et al., 2016; MONEIM et al., 2016), Chao et al. (2014) demonstraram que o ácido
gálico é capaz de melhorar a esteatose não alcoólica induzida por dieta rica em gordura. O
estudo mostrou que os alvos desse ativo são relacionados a distúrbios metabólicos como
metabolismo lipídico, glicólise, cetogênese, metabolismo da colina e da microbiota intestinal,
muitos destes que estão relacionados a obesidade. Doan et al. (2015) demonstraram o poder
nutrigenômico do ácido gálico. Foi relatado que o ácido gálico regula o peso corporal de ratos
obesos através da ativação da AMPK, enzima responsável por vias relacionadas a produção
de ATP e oxidação da gordura para ser consumida, como também de outros genes
relacionados com o gasto energético no tecido adiposo marrom.
As catequinas EC e EGC, que também foram incrementadas após a biotransformação
com tanase imobilizada, oscilaram entre 88% e 98,56% de recuperação após digestão ácida
para a EGC de chá branco biotransformado e EC do chá verde biotransformado,
respectivamente. O papel da biotransformação reside no fato de que estes compostos são
absorvidos na primeira porção do intestino, precisando chegar após a digestão ácida, intactos
no intestino, para então serem absorvidos (SPENCER et al., 2001; SPENCER, 2003). Já
compostos que precisam ser metabolizados pela flora intestinal, como EGCG, precisam
chegar ao cólon onde são metabolizados e absorvidos (KALE et al., 2010). Nossos resultados
139
50 1
40
30
20
10
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
pancreatic_black_t_neg_01 16-Jun-15 02:02:22
Time (min)
RT: 0.10 - 24.66
100 NL:
FSD = 1.08E6 1.08E6
90 nm=200.0-
600.0
PDA
80 pancreatic_
black_neg_
70 01
NL:
1.08E6
60
Channel A
UV
uAU
50 pancreatic_
black_t_ne
40 g_01
30
20
10
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Time (min)
Figura 3.8 (A) Análises de HPLC-MS de chá preto (azul) e chá preto biotransformado
(vermelho) após digestão gástrica. (B) Análises de HPLC-MS de chá preto (azul) e chá preto
biotransformado (vermelho) após digestão pancreática.
140
141
90 Channel A
UV
Gastric_Ma
80 te_neg_01
NL:
70 5.08E5
Channel A
60 UV
gastric_mat
e_t_neg_01
uAU
50
40
30
Ácido cafeico
20
10
0
2 4 6 8 10 12 14 16 18
pancreatic_mate_t_neg_01 16-Jun-15 05:00:45
Time (min)
RT: 0.04 - 19.92
100 NL:
1.08E6
FSD = 1.08E6
90 Channel A
UV
pancreatic_
80 mate_neg_
01
70 NL:
8.08E5
60 Channel A
UV
pancreatic_
uAU
50 mate_t_neg
_01
40
30
20
10
0
2 4 6 8 10 12 14 16 18
Time (min)
Figura 3.9 (A) Análises de HPLC-MS de chá mate (azul) e chá mate biotransformado
(vermelho) após digestão gástrica. (B) Análises de HPLC-MS de chá mate (azul) e chá mate
biotransformado (vermelho) após digestão pancreática.
142
Dessa forma foi demonstrado que a biotransformação do ácido clorogênico pode ter
efeitos positivos na biodisponibilidade de compostos bioativos uma vez que viabilizou a
disponibilidade de ácido cafeico após a digestão gástrica, o que não ocorreu com a amostra
original de chá mate original. O ácido clorogênico por sua vez não foi identificado nas duas
amostras, sugerindo que houve degradação em moléculas não identificadas. O ácido cafeico
foi previamente estudado por inúmeros grupos de pesquisa. Dentre os inúmeros efeitos
farmacológicos comprovados, através das propriedades antioxidantes, (STOJKOVIĆ et al.,
2013; GENARO-MATTOS et al., 2015) anti-inflamatórias, (ZHANG et al., 2014;
CHOUDHARY et al., 2016), antibacteriana (LUÍS et al., 2014; LIMA et al., 2016) e
anticarcinogênica (KANG et al., 2008; HONG et al., 2015; ROSENDAHL et al., 2015)
podemos ilustrar a importância desse composto para a saúde através do estudo que
comprovou que o ácido cafeico é capaz de suprimir a atividade de lipogênese e ativar a
enzima AMPK, relacionada com a β-oxidação dos ácidos graxos, indicando o potencial
significativo como agente preventivo na obesidade por supressão de enzimas lipogênicas e
acumulação de lipídeos (LIAO et al., 2013).
Após a digestão in vitro, apesar de a concentração de ácido clorogênico ter diminuído
em ambas as amostras de chá mate, continuou a apresentar considerável pico. O ácido
clorogênico pode apresentar pouca hidrólise no estômago, devido à estabilidade desta
substância em pH 2, o grau de acidez do conteúdo gástrico. Nardini et al. (2002) encontraram
apenas o ácido cafeico no plasma após a ingestão de café. Paralelamente, os resultados deste
estudo mostraram que além do ácido cafeico apresentar boa resistência ao ácido gástrico, seu
pico no cromatograma apresentou maior intensidade nas amostras submetidas à ação da
tanase (Figura 3.10).
Boaventura et al. (2015) avaliaram a estabilidade de polifenóis de erva mate e
comprovaram que apesar da diminuição do conteúdo de fitoquímicos, amostra de erva-mate
após digestão promoveram considerável atividade antioxidante celular, inibiram a
proliferação de células cancerosas do fígado humano (HepG2), comparável à amostras sem
digestão de alimentos de origem vegetal, como cranberry e framboesa e não foram observadas
alterações na citotoxicidade, sugerindo que o processo de digestão gastrointestinal não afeta o
potencial citotóxico do extrato de erva-mate. Também corroborando com os resultados deste
estudo Siracusa et al. (2011) observaram diminuição de aproximadamente 82% do teor de
ácido 5-cafeoilquínico em amostras de L. Crithmum após a simulação da digestão in vitro.
Estes autores também descobriram que o ácido 3,5-dicafeoilquínico foi completamente
143
degradado logo após a digestão gástrica in vitro. De acordo com Friedman et al. (2006),
ácidos clorogênicos não são estáveis em pH aumentado, o qual é encontrado na digestão
intestinal. É interessante notar que a biodisponibilidade varia muito de um polifenol para
outro, de modo que os polifenóis mais abundantes não são necessariamente aqueles que
conseguem maiores concentrações de metabólitos ativos no tecido-alvo (MANACH et al.,
2005).
80%
Controle
60%
digestão gástrica
40% digestão pancreática
20%
0%
Ácido cafeico
Figura 3.10 Porcentagem de recuperação do ácido cafeico no chá mate biotransformado após
digestão gástrica e pancreática após análise de HPLC-MS.
4. Conclusão
absorvidas pela mucosa antes e/ou depois de serem hidrolisadas pelas condições do intestino e
assim ainda proporcionar considerável efeito benéfico. Portanto, enquanto estes resultados in
vitro não forem totalmente reproduzidos para as condições in vivo, estes dados fornecem
evidência de que o tratamento da tanase tem impacto positivo sobre a bioacessibilidade dos
polifenóis do chá.
145
5. Referências
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. In: IMPRESO, A. (Ed.). [s.l: s.n.]p.
10021–1026.
ARÇARI, D. P.; BARTCHEWSKY, W.; SANTOS, T. W.; OLIVEIRA, K. A.; FUNCK, A.;
PEDRAZZOLI, J.; SOUZA, M. F. F. De; SAAD, M. J.; BASTOS, D. H. M.; GAMBERO,
A.; CARVALHO, P. D. O.; RIBEIRO, M. L. Antiobesity effects of yerba maté extract (Ilex
paraguariensis) in high-fat diet – induced obese mice. Obesity, v. 17, n. 12, p. 2127–2133,
2009.
ARÇARI, D. P.; BARTCHEWSKY, W.; SANTOS, T. W.; OLIVEIRA, K. A.; OLIVEIRA,
C. C.; GOTARDO, É. M.; PEDRAZZOLI, J.; GAMBERO, A.; FERRAZ, L. F. C.;
CARVALHO, P. de O.; RIBEIRO, M. L. Anti-inflammatory effects of yerba maté extract
(Ilex paraguariensis) ameliorate insulin resistance in mice with high fat diet-induced obesity.
Molecular and Cellular Endocrinology, v. 335, n. 2, p. 110–115, 2011.
ARÇARI, D. P.; SANTOS, J. C.; GAMBERO, A.; RIBEIRO, M. L. The in vitro and in vivo
effects of yerba mate (Ilex paraguariensis) extract on adipogenesis. Food Chemistry, v. 141,
n. 2, p. 809–15, 2013.
ARTS, M. J. T. J.; HAENEN, G. R. M. M.; WILMS, L. C.; BEETSTRA, S. A. J. N.;
HEIJNEN, C. G. M.; VOSS, H.-P.; BAST, A. Interactions between flavonoids and proteins:
effect on the total antioxidant capacity. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50,
n. 5, p. 1184–1187, 2002.
AZUMA, K.; IPPOUSHI, K.; NAKAYAMA, M.; ITO, H.; HIGASHIO, H.; TERAO, J.
absorption of chlorogenic acid and caffeic acid in rats after oral. Journal of Agricultural and
Food Chemistry, v. 48, n. 11, p. 5496–5500, 2000.
BADHANI, B.; SHARMA, N.; KAKKAR, R. Gallic acid: a versatile antioxidant with
promising therapeutic and industrial applications. RSC Advances, v. 5, n. 35, p. 27540–
27557, 2015.
BAGGOTT, M. J.; CHILDS, E.; HART, A. B.; DE BRUIN, E.; PALMER, A. A.;
WILKINSON, J. E.; WIT, H. Psychopharmacology of theobromine in healthy volunteers.
Psychopharmacology, v. 228, n. 1, p. 109–118, 2013.
BASTOS, D. H.; SALDANHA, L. A.; CATHARINO, R. R.; SAWAYA, A.; CUNHA, I. B.;
CARVALHO, P. O.; EBERLIN, M. N. Phenolic antioxidants identified by esi-ms from yerba
maté (Ilex paraguariensis) and green tea (Camellia sinensis) extracts. Molecules, v. 12, n. 3,
p. 423–432, 2007.
BATTESTIN, V.; MACEDO, G. A. Tannase production by Paecilomyces variotii.
Bioresource technology, v. 98, n. 9, p. 1832–1837, 2007.
BATTESTIN, V.; MACEDO, G. A.; DE FREITAS, V. A. P. Hydrolysis of epigallocatechin
gallate using a tannase from Paecilomyces variotii. Food Chemistry, v. 108, n. 1, p. 228–
233, 2008.
BENSAAD, L. A.; KIM, K. H.; QUAH, C. C.; KIM, W. R.; SHAHIMI, M. Anti-
inflammatory potential of ellagic acid, gallic acid and punicalagin A&B isolated from Punica
granatum. BMC Complementary and Alternative Medicine, v. 17, n. 1, p. 47, 2017.
BENZIE, I. F. F.; STRAIN, J. J. The ferric reducing ability of plasma (FRAP) as a measure of
‘antioxidant power’: the FRAP assay. Analytical Biochimistry, v. 239, n. 1, p. 70–76, 1996.
BEZERRA, R. M. N.; VEIGA, L. F.; CAETANO, A. C.; ROSALEN, P. L.; AMARAL, M. E.
146
C.; PALANCH, A. C.; DE ALENCAR, S. M. Caffeic acid phenethyl ester reduces the
activation of the nuclear factor κb pathway by high-fat diet-induced obesity in mice.
Metabolism: Clinical and Experimental, v. 61, n. 11, p. 1606–1614, 2012.
BOADI, D. .; NEUFELD, R. . Encapsulation of tannase for the hydrolysis of tea tannins.
Enzyme and Microbial Technology, v. 28, p. 590–595, 2001.
BOAVENTURA, B. C. B.; AMBONI, R. D. de M. C.; DA SILVA, E. L.; PRUDENCIO, E.
S.; DI PIETRO, P. F.; MALTA, L. G.; POLINATI, R. M.; LIU, R. H. Effect of in vitro
digestion of yerba mate (Ilex paraguariensis A. St. Hil.) Extract on the cellular antioxidant
activity, antiproliferative activity and cytotoxicity toward hepg2 cells. Food Research
International, v. 77, p. 257–263, 2015.
BOAVENTURA, B. C. B.; MURAKAMI, A. N. N.; PRUDÊNCIO, E. S.; MARASCHIN,
M.; MURAKAMI, F. S.; AMANTE, E. R.; AMBONI, R. D. de M. C. Enhancement of
bioactive compounds content and antioxidant activity of aqueous extract of mate (Ilex
paraguariensis a. St. Hil.) through freeze concentration technology. Food Research
International, v. 53, n. 2, p. 686–692, 2013b.
BOAVENTURA, B. C. B.; PIETRO, P. F.; KLEIN, G. A.; STEFANUTO, A.; DE MORAIS,
E. C.; DE ANDRADE, F.; WAZLAWIK, E.; DA SILVA, E. L. Antioxidant potential of mate
tea (Ilex paraguariensis) in type 2 diabetic mellitus and pre-diabetic individuals. Journal of
Functional Foods, v. 5, n. 3, p. 1057–1064, 2013a.
BOAVENTURA, B. C. B.; PIETRO, P. F.; STEFANUTO, A.; KLEIN, G. A.; DE MORAIS,
E. C.; DE ANDRADE, F.; WAZLAWIK, E.; DA SILVA, E. L. Association of mate tea (Ilex
paraguariensis) intake and dietary intervention and effects on oxidative stress biomarkers of
dyslipidemic subjects. Nutrition (Burbank, Los Angeles County, Calif.), v. 28, n. 6, p.
657–64, 2012.
BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M. E.; BERSET, C. Use of a free radical method to
evaluate antioxidant activity. LWT - Food Science and Technology, v. 28, n. 1, p. 25–30,
1995.
BRAVO, L. Polyphenols: chemistry, dietary sources, metabolism, and nutritional
significance. Nutrition Reviews, v. 56, n. 11, p. 317–333, 1998.
BRAVO, L.; GOYA, L.; LECUMBERRI, E. LC / MS characterization of phenolic
constituents of mate (Ilex paraguariensis , st. Hil.) and its antioxidant activity compared to
commonly consumed beverages. Food Research International, v. 40, p. 393–405, 2007.
BROWN, M.; DUNN, W. B.; DOBSON, P.; PATEL, Y.; WINDER, C. L.; FRANCIS-
MCINTYRE, S.; BEGLEY, P.; CARROLL, K.; BROADHURST, D.; TSENG, A.;
SWAINSTON, N.; SPASIC, I.; GOODACRE, R.; KELL, D. B. Mass spectrometry tools and
metabolite-specific databases for molecular identification in metabolomics. Analyst, v. 134,
p. 1322–1332, 2009.
CAO, G.; SOFIC, E.; PRIOR, R. L. Antioxidant capacity of tea and common vegetables.
Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 44, n. 11, p. 3426–3431, 1996.
CHAO, J.; HUO, T.-I.; CHENG, H.-Y.; TSAI, J.-C.; LIAO, J.-W.; LEE, M.-S.; QIN, X.-M.;
HSIEH, M.-T.; PAO, L.-H.; PENG, W.-H. Gallic acid ameliorated impaired glucose and lipid
homeostasis in high fat diet-induced NAFLD mice. PLoS ONE, v. 9, n. 6, p. e96969, 2014.
CHENG, H.; LIN, C.; LIN, T. Antiviral properties of prodelphinidin b-2 3 ′ - o -gallate from
green tea leaf. v. 13, n. 4, p. 223–229, 2002.
147
oryzae and its efficiency to produce gallic acid from tannin rich agro-residues. Indian
Journal of Biotechnology, v. 6, n. 2, p. 200–204, 2007.
ISUZUGAWA, K.; OGIHARA, Y.; INOUE, M. Different generation of inhibitors against
gallic acid-induced apoptosis produces different sensitivity to gallic acid. Biological &
pharmaceutical bulletin, v. 24, n. 3, p. 249–53, 2001.
JANG, Y. J.; KOO, H. J.; SOHN, E.-H.; KANG, S. C.; RHEE, D.-K.; PYO, S. Theobromine
inhibits differentiation of 3T3-L1 cells during the early stage of adipogenesis via AMPK and
MAPK signaling pathways. Food & Function., v. 6, n. 7, p. 2365–2374, 2015.
KALE, A.; GAWANDE, S.; KOTWAL, S.; NETKE, S.; ROOMI, W.; IVANOV, V.;
NIEDZWIECKI, A.; RATH, M. Studies on the effects of oral administration of nutrient
mixture, quercetin and red onions on the bioavailability of epigallocatechin gallate from green
tea extract. Phytotherapy Research, v. 24, n. S1, p. S48–S55, 2010.
KANG, N. J.; LEE, K. W.; SHIN, B. J.; JUNG, S. K.; HWANG, M. K.; BODE, A. M.; HEO,
Y.-S.; LEE, H. J.; DONG, Z. Caffeic acid, a phenolic phytochemical in coffee, directly
inhibits fyn kinase activity and UVB-induced COX-2 expression. Carcinogenesis, v. 30, n. 2,
p. 321–330, 2008.
KEIJZERS, G. B.; DE GALAN, B. E.; TACK, C. J.; SMITS, P. Caffeine can decrease insulin
sensitivity in humans. Diabetes Care, v. 25, n. 2, p. 364–369, 2002.
LAMBERT, J. D.; SANG, S.; YANG, C. S. Possible controversy over dietary polyphenols:
benefits vs risks. Chemical Research in Toxicology, v. 20, n. 4, p. 583–5, 2007.
LATIEF, U.; HUSAIN, H.; MUKHERJEE, D.; AHMAD, R. Hepatoprotective efficacy of
gallic acid during nitrosodiethylamine-induced liver inflammation in wistar rats. The Journal
of Basic & Applied Zoology, v. 76, p. 31–41, 2016.
LIAO, C.; OU, T.; WU, C.; WANG, C. Prevention of diet-induced hyperlipidemia and
obesity by caffeic acid in C57BL/6 mice through regulation of hepatic lipogenesis gene
expression. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 61, n. 46, p. 11082–11088,
2013.
LIMA, V. N.; OLIVEIRA-TINTINO, C. D. M.; SANTOS, E. S.; MORAIS, L. P.; TINTINO,
S. R.; FREITAS, T. S.; GERALDO, Y. S.; PEREIRA, R. L. S.; CRUZ, R. P.; MENEZES, I.
R. A.; COUTINHO, H. D. M. Antimicrobial and enhancement of the antibiotic activity by
phenolic compounds: gallic acid, caffeic acid and pyrogallol. Microbial Pathogenesis, v. 99,
p. 56–61, 2016.
LIN, L.-Z.; CHEN, P.; HARNLY, J. M. New phenolic components and chromatographic
profiles of green and fermented teas. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 56, n.
17, p. 8130–40, 2008.
LOVALLO, W. R.; FARAG, N. H.; VINCENT, A. S.; THOMAS, T. L.; WILSON, M. F.
Cortisol responses to mental stress, exercise, and meals following caffeine intake in men and
women. Pharmacology Biochemistry and Behavior, v. 83, n. 3, p. 441–447, 2006.
LOVALLO, W. R.; WHITSETT, T. L.; AL’ABSI, M.; SUNG, B. H.; VINCENT, A. S.;
WILSON, M. F. Caffeine stimulation of cortisol secretion across the waking hours in relation
to caffeine intake levels. Psychosomatic Medicine, v. 67, n. 5, p. 734–739, 2005.
LU, M.-J.; CHEN, C. Enzymatic modification by tannase increases the antioxidant activity of
green tea. Food Research International, v. 41, n. 2, p. 130–137, 2008.
LUÍS, Â.; SILVA, F.; SOUSA, S.; DUARTE, A. P.; DOMINGUES, F. Antistaphylococcal
150
and biofilm inhibitory activities of gallic, caffeic, and chlorogenic acids. Biofouling, v. 30, n.
1, p. 69–79, 2014.
MACEDO, J. A.; BATTESTIN, V.; RIBEIRO, M. L.; MACEDO, G. A. Increasing the
antioxidant power of tea extracts by biotransformation of polyphenols. Food Chemistry, v.
126, n. 2, p. 491–497, 2011.
MACEDO, J. A; FERREIRA, L. R.; CAMARA, L. E.; SANTOS, J. C.; GAMBERO, A;
MACEDO, G. A; RIBEIRO, M. L. Chemopreventive potential of the tannase-mediated
biotransformation of green tea. Food Chemistry, v. 133, n. 2, p. 358–65, 2012.
MANACH, C.; DONOVAN, J. L. Pharmacokinetics and metabolism of dietary flavonoids in
humans. Free Radicals Research, v. 38, n. 8, p. 771–785, 2004.
MANACH, C.; WILLIAMSON, G.; MORAND, C.; SCALBERT, A.; RÉMÉSY, C.
Bioavailability and bioefficacy of polyphenols in humans. I . Review of 97 bioavailability
studies. American Society for Clinical Nutrition, v. 81, n. suppl, p. 230–242, 2005.
MARTÍNEZ-PINILLA, E.; OÑATIBIA-ASTIBIA, A.; FRANCO, R. the relevance of
theobromine for the beneficial effects of cocoa consumption. Frontiers in Pharmacology, v.
6, n. February, p. 1–5, 2015.
MARTINS, F.; SUZAN, A. J.; CERUTTI, S. M.; ARÇARI, D. P.; RIBEIRO, M. L.;
BASTOS, D. H. M.; CARVALHO, P. D. O. Consumption of mate tea (Ilex paraguariensis)
decreases the oxidation of unsaturated fatty acids in mouse liver. The British Journal of
Nutrition, v. 101, n. 4, p. 527–532, 2009.
MATSUMOTO, R. L. T.; BASTOS, D. H. M.; MENDONÇA, S.; NUNES, V. S.;
BARTCHEWSKY, W.; RIBEIRO, M. L.; DE OLIVEIRA CARVALHO, P. Effects of maté
tea ( Ilex paraguariensis ) ingestion on mRNA expression of antioxidant enzymes, lipid
peroxidation, and total antioxidant status in healthy young women. Journal of Agricultural
and Food Chemistry, v. 57, n. 5, p. 1775–1780, 2009.
MCDOUGALL, G. J.; DOBSON, P.; SMITH, P.; BLAKE, A.; STEWART, D. Assessing
potential bioavailability of raspberry anthocyanins using an in vitro digestion system. Journal
of Agricultural and Food Chemistry, v. 53, n. 15, p. 5896–5904, 2005.
MEJIA, E. G.; SONG, Y. S.; RAMIREZ-MARES, M. V.; KOBAYASHI, H. Effect of yerba
mate (Ilex paraguariensis) tea on topoisomerase inhibition and oral carcinoma cell
proliferation. Journal of agricultural and food chemistry, v. 53, n. 6, p. 1966–1973, 2005.
MIRANDA, D. D. C.; ARCARI, D. P.; PEDRAZZOLI, J.; CARVALHO, P. D. O.;
CERUTTI, S. M.; BASTOS, D. H. M.; RIBEIRO, M. L. Protective effects of mate tea (Ilex
paraguariensis) on H2O2-induced DNA damage and DNA repair in mice. Mutagenesis, v. 23,
n. 4, p. 261–265, 2008.
MITCHELL, E. S.; SLETTENAAR, M.; VD MEER, N.; TRANSLER, C.; JANS, L.;
QUADT, F.; BERRY, M. Differential contributions of theobromine and caffeine on mood,
psychomotor performance and blood pressure. Physiology and Behavior, v. 104, n. 5, p.
816–822, 2011.
MIZOOKU, Y.; YOSHIKAWA, M.; TSUNEYOSHI, T.; ARAKAWA, R. Analysis of
oxidized epigallocatechin gallate by liquid chromatography/mass spectrometry. Rapid
Communications in Mass Spectrometry : RCM, v. 17, n. 16, p. 1915–8, 2003.
MOCHIZUKI, M.; YAMAZAKI, S. I.; KANO, K.; IKEDA, T. Kinetic analysis and
mechanistic aspects of autoxidation of catechins. Biochimica et Biophysica Acta (BBA) -
151
155
CAPÍTULO IV
http://dx.doi.org/10.1039/C6FO00373G
156
Bruna Sampaio Roberto1*; Gabriela Alves Macedo2; Juliana Alves Macedo2; Isabela Mateus
McDougall3
*
Corresponding author: sampaior.bruna@gmail.com
157
ABSTRACT
The aim of this work was to assess the effect of immobilised-tannase treatment on
black, green, white and mate tea components and on their bioactivities relevant to obesity.
reductions in galloylated catechins in green, white and black tea. Mate tea, which is rich in
chlorogenic acids, was much less affected by tannase treatment although some degradation of
caffeoyl quinic acid derivatives was noted. The original tea samples were effective in
inhibiting digestive enzymes in vitro. They inhibited amylase activity, some with IC50 values
~ 70 µg/mL, but were much less effective against µ-glucosidase. They also inhibited lipase
activity in vitro and they caused dose-dependent reductions in lipid accumulation in cultured
adipocytes.
The bio-transformed tea samples generally matched the effectiveness of the original
samples but in some cases they were markedly improved. In particular, tannase treatment
reduced the IC50 for amylase inhibition for green tea and white tea by 15- and 6-fold
respectively. In addition, the bio-transformed samples were more effective than the original
These in vitro studies indicate that bio-transformed tea polyphenols could assist in the
management of obesity through improvement in energy uptake and lipid metabolism and
indicate that biotechnological modification of natural food molecules can improve the benefits
KEYWORDS
158
ABBREVIATIONS
159
1. Introduction
adipose tissue, resulting in an increase in body weight and is one of the major global Public
1,2
Health problems. Obesity has been associated with comorbid metabolic and chronic
diseases, such as type 2 diabetes, heart diseases, hypertension, stroke and several forms of
3
cancer, and has added tremendous burden to health care systems. Thus, finding effective
therapies for obesity has received substantial attention and there has been a focus on
examining the massive natural variation inherent in phytochemicals for potential anti-obesity
effects.
During the last twenty years, the potential bioactivities of tea and tea polyphenols
have been intensively investigated. The action of tea polyphenols in preventing obesity may
4 5
be through stimulating hepatic lipid metabolism, stimulating thermogenesis, synergism
with caffeine and theanine, 6 inhibiting gastric and pancreatic digestive enzymes 7 and finally
8
suppressing fatty acid synthase. Several studies have demonstrated the efficacy, the
importance and the potential use of inhibition of amylase, 9 glucosidases 10 and lipases 11,12 in
the treatment of obesity and associated comorbidities and reinforce the need to search for new
sources of these inhibitors. On the other hand, adipose tissue hyperplasia is a result of
differentiation. Thus, potential therapeutic agents that have the ability to reduce or inhibit
adipogenesis or increase cell death by apoptosis could have a profound impact as a strategy
Tea is the second most widely-consumed beverage worldwide (after water) and is
rich in polyphenolic compounds. Camellia sinensis (L.) Kuntze (Theaceae) is the species of
plant used extensively in infusions, which are made from their dried fresh (white and green
teas), enzymatically oxidized (oolong and black teas) or microorganism fermented (pu-erh
160
14,15
tea) leaves. Currently, the products from primary and secondary metabolism of C.
sinensis are the focus of several chemical investigations. Green tea and white tea contains
have antioxidant, anti-mutagenic, and anti-carcinogenic properties, and they can also prevent
17
cardiovascular diseases. The oxidative process to produce black-tea leads to a
Mate tea (Ilex paraguariensis ) is a plant originally from the subtropical region of
South America and is present in the South of Brazil, the North of Argentina, Paraguay and
Uruguay. Mate beverages are rich in polyphenolic compounds (mainly caffeoyl derivatives
20
e.g. dicaffeoylquinic and chlorogenic acids) but also saponins and purine alkaloids and
several studies have identified mate tea as an excellent candidate in the struggle against
obesity. 21–25
The functional effect of the phenolic compounds depends not only on the amount
26
ingested, but on its bioavailability. Furthermore, tea phenolics, particularly those with a
galloyl moiety or their polymers and esters, are not readily absorbed in humans. 27 However,
enzymes can be used in processing to alter the phenolic profile and thereby enhance
effectiveness and potential bioavailability. Macedo et al.28 evaluated the potential antioxidant
properties of green and mate tea extract before and after enzymatic biotransformation
catalysed by the tannase from Paecilomyces variotii. The antioxidant power of the extracts
increased after enzymatic treatment. Tannases have mostly been characterised by their
activity on complex polyphenolics, and are able to hydrolyse ‘‘ester’’ bonds (e.g. galloyl ester
161
of an alcohol moiety), as well as ‘‘depside’’ bonds (galloyl ester of gallic acid) of substrates
29
such as tannic acid, epicatechin gallate, epigallocatechin gallate, and chlorogenic acid.
Despite all of the potential application of biological catalysts, their industrial use can be
limited by several factors, such as production cost, potential allergenicity, high water
solubility, lower stability, low activity at high temperatures, and unfeasibility of recycling of
approach is the use of immobilized enzymes. Reports regarding immobilized tannases from
Paecilomyces variotii are scarce, but its immobilized form offers several advantages,
obtained results by our group that biotransformation by tannase increases the bioactivity of
28
those beverages , the present study aims to evaluate the effect of immobilized tannase
extracts on obesity and diabetes through the inhibition of digestive enzymes and lipid
Standard Black tea (BT), Green tea (GT), White tea (WT), Mate tea (MT), all from
the Leão® brand, were purchased in the local market (Campinas, SP, Brazil). Calcium
chloride, sodium phosphate, sodium alginate (alginic acid sodium salt), Folin–Ciocalteu,
lipase from Porcine pancreas Type II, p-nitrophenyl laurate, deoxycholate sodium salt, p-
bromide (MTT), sodium dodecyl sulphate (SDS) and insulin were purchased from Sigma–
Aldrich (St. Louis, MO, USA). Acetonitrile and formic acid for LC-MS analysis were
purchase from Optima™ (Fisher Scientific Ltd., Loughborough, Leicestershire, UK). The
standards chlorogenic acid and epigallocatechin gallate were from Extrasynthèse S.A. (Genay,
Laboratory Supplies (Poole, Dorset, UK). Triton X-100 was purchased from Amersham
streptomycin were purchased from Gibco® (Invitrogen Life Technologies, Alameda, CA,
USA).
The tannase (tannin acyl hydrolase) from Paecilomyces variotii was obtained
31
according to a previously published procedure. Immobilization was carried out using the
32
modified encapsulation method described by Schons et al. A 5% sodium alginate solution
was prepared using an orbital shaker (200 rpm for 1 hour) then 54 mg tannase was mixed in
with a syringe into a beaker containing 90 mL of solution of calcium chloride (0.1M). The
obtained capsules were stabilised by storage in the calcium chloride solution overnight at 7ºC,
then separated by sieving, washed with 200 ml of distilled water at 10 °C and retained in Petri
dishes.
163
30g of each sample of tea and 450 mL of 20 mM phosphate buffer, pH5.5 were
combined in 600 ml Becker flasks. The extraction of compounds from black, green, mate and
white tea was performed in a water bath at 100o C for 30 min. To obtain extracts before and
after biotransformation, the extractions were performed in duplicate. After being filtered on
filter paper, the original extracts were freeze-dried and the resulting powder was called
original tea extract and used in future analyses. This model allows comparison of enzymatic
2.4 Biotransformation
biotransformed with 2.25 g immobilized tannase at 60°C for 2h with magnetic stirring at 300
rpm. At the end of the reaction, the immobilized enzyme was collected by filtration and the
Dry extracts were dissolved in ethanol 5% at 1mg/mL and the phenol content was
33
measured using a modified Folin–Ciocalteu method and quantified as gallic acid
equivalents (GAE).
The extracts were transferred to Single Step 0.45 µm PTFE filter analytical vials
fitted with pre-slit silicon septa caps (Thomson Ltd. Oceanside, California U.S., P/N 35540-
500). The samples were stored in the auto sampler at 6 °C and analysed in both negative and
positive electrospray ionisation (ESI) modes. HPLC separations were performed with a
164
Thermo Accela 600 HPLC system coupled with an Accela PDA detector (Thermo-Fisher Ltd.
Hemel Hempstead U.K). The HPLC was operated at a flow rate of 300 µL/min, the column
Macclesfield U.K., P/N 00F-4375-B0) was maintained at a temperature of 30 oC. The solvent
A, 18.2 MΩ.cm deionised water (ELGA-PureLab option-Q, Elga Ltd., High Wycombe U.K.),
and solvent B, HPLC grade acetonitrile were acidified with 0.1% [v/v] mass spectrometry
grade formic acid. The gradient programme was as follows: hold 98% A 0-2 min, 98-95% A
2-5 min, 95-55% A 5-25 min, 55% A - 100% B 25-26 min, hold 100% B 26-29 min, 100% B
– 98% A 26-30 min, hold 98% A 30-35 min. The HPLC column eluent was first monitored by
the Accela PDA detector where spectra were collected in wavelength/absorbance mode from
200-600 nm before then being transfered to the Thermo LTQ-Orbitrap XL mass spectrometry
system operated under Xcalibur software (Thermo-Fisher Ltd. U.K.). Mass spectra were
primarilly colected in full scan mode (m/z 80-2000) at a mass resolution of 30,000 (FWHM
defined at m/z 400) applying the FT detector, a data-dependent secondary scan event was
applied to collect MS2 CID fragmentation spectra (NCE 45, activation time 30 ms, 0.25
Activation Q) within the LTQ based upon the single most intense ion as defined within the
preliminary full MS scan, the full scan event generated 'profile' mode spectral data, whereas
the LTQ MS2 scan events generated ‘centroid’ mode data. The presence of phenolic
compounds was confirmed based on the comparison of HPLC retention time and accurate
mass full scan m/z and nominal mass MS2 data with literature values and against
standards34,35. The LC-MS raw data profiles were first converted into an MZML centroid
format within the Proteowizard MSConvert software package. Each MZML based three-
dimensional data matrix (intensity × m/z × time – one per sample) was converted (or
deconvolved) into a vector of peak responses, where a peak response is defined as the sum of
intensities over a window of specified mass and time range (e.g. m/z = 102.1 ± 0.01 and
165
time = 130 ± 10 s). In this experiment the deconvolution was performed using the freely
deconvolution yields an MS Excel based XY matrix. The peak area values for the compounds
of interest within each sample analysed in triplicate were assessed for significant differences
between pre- and post-tannase treatments of each respective tea variety by applying a
Briefly, stock starch solution was prepared by suspending 1.25 (w/v) soluble potato starch in
synthetic saliva buffer and gelatinizing the mixture for 15 min at 90 °C. Porcine pancreatic α-
amylase was dissolved in synthetic saliva buffer at 380 mg/L. The control assay contained
800 µL of synthetic saliva buffer and 100 µL of α-amylase, 100 µL of UPW, and the reaction
was started by addition of 500 µL of starch solution. The assays with tea extracts contained
the required amounts of extracts within the 100 µL volume. To estimate IC50 values (the
amount of phenols that gave 50% inhibition of amylase), assays were carried out with a range
(PAHBAH) in 0.5M HCl was diluted 1:4 with 0.5 M NaOH to give the working PAHBAH
reagent. Triplicate samples (40 µL) of assays were taken at fixed times (0, 5, 10, 15 and 20
min) and added to 1.2 mL of PAHBAH reagent in a 1.5 mL tube. After heating for 10 min at
90 °C, the absorbance at 410 nm was measured. Controls lacking enzyme were used as
blanks. An assay time of 5 min was used as the rate of production of reducing termini was
linear up to this point. Percentage of control amylase activity was calculated as the difference
between the control and the + extract reactions divided by the control reaction.
166
The α-glucosidase assay was adapted from the method by Whitson et al. 37 and used
to measure inhibition of α-glucosidase by tea extracts. The buffer for this assay was 100 mM
HEPES (pH 6.8) and the substrate was 2 mM ρ-nitrophenyl α-ρ-glucopyranoside. A total of
3g of rat-intestinal acetone powder was suspended in 9mL of 0.9% saline, and the suspension
was vortexed. It was then centrifuged (16,000 rpm for 5 min) and the supernatant used.
Inhibitors were added in a fixed total volume to obtain the concentration ranges required for
individual experiments. Controls lacking inhibitors were run and defined the control activity
in each experiment. Each treatment was accompanied by a treatment blank containing all
components apart from the enzyme to account for the possible absorbance of the tea
extracts/inhibitors. This assay was time and substrate sensitive therefore all components were
added in a specific order: buffer, enzyme, inhibitor then substrate. The substrate was added
last to start the reaction. The assay was linear over for 2 h at 37 oC. Then samples were
centrifuged at 16,000 rpm for 5 min and the absorbance at 410 nm read in a UV
spectrophotometer. All samples were carried out in triplicate and values were presented as %
dissolved in ultra-pure water at 10 mg/ml; then the supernatant was used after centrifugation
at 16,000 rpm for 5 min. The assay buffer was 100 mM Tris buffer (pH 8.2) and p-nitrophenyl
laurate (ρNP laurate) was used as the substrate. The substrate stock was 0.08% w/v ρNP
laurate dissolved in 5 mM sodium acetate (pH 5.0) containing 1% Triton X-100 and was
heated in boiling water for 1 min to aid dissolution, mixed well, then cooled to room
temperature.
167
The control assay contained 400 µL assay buffer, 450 µl substrate solution and 150µL
lipase. Tea extracts were dissolved in ultra-pure water in concentrations of 20 µg/mL to 100
µg/mL and added in 50 µL total volume. The buffer, enzyme and sample extracts were added
and then substrate was added to start the reaction. The samples were incubated at 37°C for 2h.
Then samples were centrifuged at 16,000 rpm for 2.5 min and read at 400 nm in a UV
spectrophotometer. All samples were assayed in triplicate and an inhibitor blank was prepared
that occurs following the breakdown of TAGs to free fatty acids by lipase. The olive oil was
checked) to remove free fatty acids. 10.0 g of the olive oil free from fatty acids was made up
to 100 mL with acetone giving a 10 % solution. This is turn was diluted 1 in 10 with acetone
to achieve a 1% olive oil stock solution. The stock solution was stored at 4°C and was used
over the entire series of experiments. For use in the assay, an olive oil substrate solution was
prepared by adding 4 mL of 1 % stock olive oil solution to a heated solution (70°C) of 100
mL 0.05 M Tris buffer at pH 8.3 containing 0.35% sodium deoxycholate. This solution was
maintained at 70°C and homogenised for 10 min. Once the froth had settled and the solution
had returned to room temperature, the substrate solution could be used in the assay for up to
6h. The enzyme solution contained 1.29 mg/ml lipase and 18 µg/ml colipase in deionised
water. Orlistat was added (0.4 µg/mL) to the enzyme solution as an inhibition control. Tea
extracts were added to the freshly prepared substrate solution containing the olive oil to give
50, 75, 100, 150, 200 and 250 µg GAE/mL. The samples were incubated at 37°C for 15 min.
168
After the incubation, the substrate solution was added to the solution containing the enzyme
solution or deionised water. The assay was maintained at 37°C and read every 5 min at 405
nm over 35 min.
This assay was conducted as described previously with slight modifications by Moon
40
et al. For the in vitro study, we used the cell line 3T3-L1, this cell line represents a well-
established model system to study fat metabolism. The 3T3-L1 cell line (preadipocytes) was
cultured to confluence in DMEM supplemented with 10% fetal bovine serum and 10 mL/L
(day 0), the cells were incubated in differentiation medium (DMEM supplemented with 10%
fetal bovine serum, 1 µM dexamethasone, 10 µg/mL insulin and 0.5 µM IBMX). After 72 h
(day 4), the cells were then cultured in maturation medium DMEM supplemented with 10%
For the MTT and Oil Red O assays the cells were incubated with Black, White,
Green and Mate tea before and after biotransformation at the following concentrations: 100,
200, 400 or 500 µg GAE/mL during the differentiation period (from day 3). The group not
treated with tea was used as control. Cell toxicity was estimated by using the tetrazolium salt
The cells were incubated with the compounds during the diferenciation period (from
day 3). After 10 days of differentiation, the cells were washed with 10% formaldehyde in
PBS, fixed in 10% paraformaldehyde in PBS for 1h. After this time, the cells were washed
twice with 60% isopropyl alcohol following incubated for 1h with Oil Red O solution. After
169
multiple water washes, the Oil Red O was dissolved in 100% isopropyl alcohol, and the
optical density was measured on a microplate spectrophotometer at 540 nm. The data are
version 8.0 (StatSoft. Inc. (2007), Tulsa, OK, USA). Analysis of variance (ANOVA) was
carried out followed by Tukey’s test. The significance level of p< 0.05 was employed.
The tannase treatment increased total phenol content of teas from between 1.2 (WT)
to 1.8 fold (MT) (Table 3.1). Tannase catalyses the hydrolysis of the ester and depside bonds
in hydrolysable tannins or gallic acid esters (such as EGCG or ECG) releasing glucose,
41
epicatechin and gallic acid respectively. It is possible that products released by tannase
react more intensely with Folin reagent and so have apparently increased the total phenolic
content of the samples. Alternatively, the tannase treatment may also have removed non-
phenolic material and thereby concentrated phenolic material. However, the recovery of dry
The composition of teas before and after tannase treatment were analysed by LC-MS
(Fig. 3.1; Table 3.2). The black, white, green and mate teas gave characteristic phenolic
GT and WT had a similar composition (Fig. 3.1) and tannase treatment caused
similar effects notably with higher amounts of gallic acid (peak 1) and epicatechin (peak 14)
and lower amounts of ECGC (peak 15) and ECG (peak 16; Table 3.2). BT also showed
170
increased levels of gallic acid and lower amounts of EGCG but the effects were less apparent
because BT has lower levels of these galloylated catechins. On the other hand, tannase
treatment of mate tea caused fewer changes but there were characteristic reductions in
chlorogenic acid isomers (e.g. peak 11), dicaffeoyl quinic acids (peaks 17-19) and the
(µg GAE/mL)
Results are means of three replicate experiments ± standard deviation. We used analysis of variance, followed by Tukey’s
test. Same letters represent p>0.05 in column; different letters represent p<0.05 in column.
Overall, the main components that increased in WT after tannase treatment were
gallic acid, gallocatechin, catechin and epicatechin. There were also less dramatic increases in
2 of the 3 chlorogenic acids and in theobromine. In GT, gallic acid, gallocatechin, catechin
and epicatechin notably increased with less dramatic increases in 2 of the 3 chlorogenic acids.
In BT, only gallic acid, epigallocatechin, catechin and epicatechin were increased. In Mate
tea, the mainly increased component was caffeic acid. In BT and MT, there were notable
Both EGCG and ECG were effectively depleted by tannase treatment of tea extracts.
This agrees with previous work who found that tannase completely hydrolysed EGCG in tea
to epigallocatechin (EGC) and gallic acid and increased the antioxidant activity. 28,46,47 Using
46
standards, Ni et al. also proved that GCG was hydrolysed to GC and gallic acid and ECG
to EC and gallic acid. Overall, the reaction processes were consistent with previous findings
that tannase cleaves ester bonds in EGCG, ECG and chlorogenic acids.29
171
100
12
FSD = 1.30E6
90 A
80
70
60 1
8
50
40
14 15 16
30 2 4
20
10
11
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 1 18 19 20 21 22
Time (min)
100
FSD = 1.10E6
90
B 1 12 15
80
70
60
50
14
7 16
40
30 2 9-11
3 4
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 1 18 19 20 21 22
Time (min)
100
12 FSD = 1.10E6
90
C 1
80 15
70
60
50
14
16
40
7 9-11
30 2 3 4
20
10
0
0 1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12
13 14 15
16 17
18
19
20
21 22
Time (min)
100
11 12 FSD = 5.10E5
90
D
80
70
6
60
50 5
40 17 18 19
30
13
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2 21 22
Time (min)
172
Table 3.2 Major changes in phenolic compounds after tannase treatment of teas.
Peak Putative identity TR m/z/ MS2 BT GT WT MT
-
(M-H)
1 Gallic acid 4.5 169 125 é é é ó
2 5-galloylquinic acid 6.1 343 191,169 ê ó ó x
3 Gallocatechin 8.9 305 261, 279, 179, é é é x
4 Theobromine 9.1 ⊕181 ínfimo ê ó ó ê
5 4-O-caffeoylquinic acid 9.1 353 174, 191, 112 ó ó ó é
6 3-O-caffeoylquinic acid 9.9 353 191 ê é é ê
7 EGC 11.2 305 287, 261 é ó ó x
8 Prodelphinidin B 2-3’O-gallate 11.7 761 591, 609, 423, 305 ê ê ê x
9 Catechin 11.7 289 245 é é é x
10 Estrictinina 11.9 633 463, 301 ê ê ê X
11 Chlorogenic acid 12.0 353 191, 179, 173 ê é é ê
12 Caffeine 12.5 ⊕195 138, 109 ê ó ó ê
13 Caffeic acid 12.7 179 135 x x x é
14 EC 13.2 289 245, 205 é é é X
15 EGCG 13.5 457 169, 331 ê ê ê X
16 ECG 15.7 441 289, 169, 331 ê ê ê X
17 Dicaffeoyl quinic acid 1 16.6 515 353, 191, 179 x x x ê
18 Dicaffeoyl quinic acid 2 17.1 515 353, 191, 179 x x x ê
19 Dicaffeoyl quinic acid 3 17.8 515 353, 191, 179 x x x ê
The peak annotations refer to Figure 1. The symbols represent: é increased; ê decreased; ó no change; x not identified,
⊕ = positive mode.
For comparison, the results of the α-amylase inhibition assays were expressed in IC50
values (concentration giving 50% inhibition) based on the phenolic concentration of extracts
(Table 3.3).
All tea extracts inhibited α-amylase to some extent and were ranked as BT > MT >
GT > WT for original extracts and GT > WT > BT > MT for biotransformed extracts.
Therefore, the original extracts of BT and MT were better than tannase-treated extracts but,
on the other hand, tannase-treated extracts of WT and GT were substantially better than
fold respectively but only slightly reduced the effectiveness of BT (x1.3) and MT (x1.5).
173
Tabela 3.3 Half maximal inhibitory concentration (IC50) values for α-amylase activity.
IC50 Black Tea Green Tea White Tea Mate tea
TPC (µg GAE/mL)
Results are means of three replicate experiments ± standard deviation. We used analysis of variance, followed by Tukey’s
test. Same letters represent p>0.05, uppercase in column and lowercase in row; different letters represent p<0.05, uppercase
in column and lowercase in row.
The IC50 values of the tea extracts against α-glucosidase activities are presented in
Table 3.4. None of the tea samples were particularly strong inhibitors and the original GT was
the most active sample with an IC50 at 512 µg/mL, compared to 675 µg/mL for the tannase-
treated GT sample. IC50 values could not be obtained for BT and MT as they did not reach 50
% inhibition at the concentrations used. The α-glucosidase inhibitory effect was ranked as GT
> WT > BT > MT for original extracts and as WT > GT > MT > BT for enzyme treated
extracts. The IC50 of the original WT and enzyme treated WT extracts were 662.0 and 604.7
µg/mL, respectively. Tannase treatment did not improve the effectiveness of BT (500 mg/mL
BT achieved 64% activity) but Mate was slightly more effective (i.e. 500 µg/mL achieved 84
% activity). Overall the tea extracts were much less effective against glucosidase than
amylase with IC50 values for α-amylase ~50 fold lower in some cases.
Table 3.4 Half maximal inhibitory concentration (IC50) values based on total phenols content
of tea extracts on α-glucosidase activity.
IC50 Black Tea Green Tea White Tea Mate tea
TPC (µg GAE/mL)
Original 500 511.9 ± 2.8Bb 662.0 ± 47.2Aa 500
(65% ± 0.8)* (94% ± 1.2)*
174
tannase treatment suggests that the reduction in galloylated components (such as EGCG and
ECG) and corresponding increases in gallic acid and free catechins may be important for
inhibition. Although to a much lesser extent, tannase treatment also increased the levels of
hydrolysis of various glycosylated flavonols (shown in the previous chapter). Although these
differences were much less apparent than the changes in ECGC and EGC, approx ten-fold
lower by UV absorbance, they may still be relevant. Flavonols and their aglycones have been
found to inhibit a-amylase in vitro, with IC50 values at micromolar levels (equivalent to ~
6µg/mL for quercetin). Modelling suggested that these components act by binding at the
48
active site and that glycosylated flavonols were considerably less effective than their
and white tea samples may partly account for their enhanced effectiveness in amylase
inhibition. However, some inhibition may also occur through non-specific inhibition by
interaction of phenolic hydroxyl groups with enzymes through hydrogen bonds and/or
hydrophobic bonds. 49
The teas were not very effective inhibitors of glucosidase and overall, tannase
treatment did not improve inhibition. Flavonols have been found to have high glucosidase
inhibitory activity 50 but although their levels increased after tannanse treatment, they formed
Amylases and glucosidases are the main enzymes responsible for the processing of
hydrolyses α-1,4-glycosidic bonds and splits amylose and amylopectin into smaller
to monosaccharides. Previous reports suggest that the inhibition of these enzymes can be an
175
important concept for management of type 2 diabetes since inhibition of the two hydrolytic
enzymes could retard the influx of glucose from the intestinal tract and modulate increases in
postprandial blood glucose. 51 α-Glucosidase inhibitors, such as acarbose, have been shown to
resulting insulin response and this drug is one of the most widely used α-glucosidase
inhibitors to treat patients with type 2 diabetes and also to reduce vascular complications such
52
as retinopathy and neuropathy. However, synthetic α-glucosidase inhibitors such as
acarbose are often associated with gastrointestinal side effects including abdominal pain,
natural sources such as plant-based foods could be as effective as synthetic drugs with lesser
undesirable side effects. However, high amylase inhibition and low glucosidase inhibition
shown by the tea samples might also show these negative side effects in vivo due to survival
of starch oligomers into the colon. Biotransformation of the teas with tannase is unlikely to
have improved these side effects as it enhanced amylase inhibition in most cases and did not
All tea samples showed inhibition of lipase and using ρNP as substrate they were
treated extracts (Table 3.5). WT and GT did not show inhibition of lipase activity when tested
at 25µg/mL (Figure 3.2) but gave slight but significant activation for some teas (Figure 3.2,
12
GT). In previous work, Gondoin et al. reported IC50 values of 35 and 22 µg/mL for their
176
Table 3.5 Lipase activity using ρNP substrate. Half maximal inhibitory concentration (IC50)
values based on total phenols content of tea extracts on lipase inhibition.
IC50 Black Tea Green Tea White tea Mate tea
TPC (µg/mL)
Original 75.0 ± 6.1Aa 51.2 ± 2.4Bbc 59.4 ± 4.3Ab 43.4 ± 3.7Bc
Biotransformed 68.9 ± 0.7Aa 69.9 ± 1.7Aa 55.8 ± 1.5Ab 70.0 ± 3.5Aa
Results are means of three replicate experiments ± standard deviation. We used analysis of variance, followed by Tukey’s
test. Same letters represent p>0.05, uppercase in column and lowercase in row; different letters represent p<0.05, uppercase
in column and lowercase in row.
Overall the effects of tannase treatment were slight (e.g. changes in IC50 values of 1.6
12
– 1.0 fold). In Gondoin et al., WT was more effective than GT, but only bio-transformed
samples showed this trend when the effectiveness of GT was reduced from IC50 values of ~51
to 70. The extracts in this study were less effective but these differences probably arose
because the WT and GT were obtained from different sources and had different compositions.
Notably, although tannase-treatment did not greatly alter the IC50 value for WT
(Figure 3.2), there was a trend to greater inhibition than the original WT with higher amounts
of extract. With GT, tannase treatment reduced the IC50 value (50 – 70 µg/mL) and this lower
important for the inhibition of lipase. GT and WT had higher contents of these compounds
than black tea which supports this theory. Indeed, EGC, EGCG and gallic acid have been
identified as competitive inhibitors of pancreatic lipase in vitro with effectiveness, EGCG >
54,55
EGC > gallic acid. However the reduction of EGCG and ECG in biotransformed white
tea did not alter the IC50 values as the higher content of catechin, epicatechin and gallic acid
may compensate for the loss of galloylated catechins. The mate tea extract showed high levels
56
of caffeoyl quinic acid derivatives and caffeic acid. Rohn et al. reported that chlorogenic
acid inhibited amylase, trypsin and lysozyme through covalent bond formation but recent
work has suggested that chlorogenic acid may bind at the active site of pancreatic lipase as a
177
57
competitive inhibitor. This may partly explain the effectiveness of mate tea in lipase
inhibition (IC50 = 43 µg/mL) and the lower inhibition by biotransformed mate tea extract
(IC50 = 70 µg/mL), which has reduced chlorogenic acid content. However, in these mixtures,
inhibition.
Figure 3.2 Effect of white tea (a) and green tea (b) extracts on lipase activity. The dose
response for phenols content of extracts on lipase inhibition was assessed. Values are
expressed as % control activity and were triplicates ± standard deviation.
Lipase activity was also measured by changes in turbidity of olive oil due to the
inhibitor used as a positive control, strongly inhibited lipase activity with an IC50 of 0.4
µg/mL (data not shown). The extent of inhibition using the olive oil substrate were lower than
that shown with the synthetic substrate (ρNP-laurate) with GT, MT and BT approaching 60 %
activity at 200-250 µg/mL with no significant increases up to ~ 500 µg/mL (Table 3.6). Only
WT gave an IC50 value (~ 110 µg/mL) but this was which was 2 fold higher than the IC50
value noted for the ρNP laurate assay. The apparent order of effectiveness was WT > GT, MT
& BT, which was different from the order with ρNP-laurate. Overall, tannase-treatment
178
improved inhibitory performance in BT, GT and MT but slightly reduced the effectiveness of
WT but still gave an order of WT ≥ GT ≥ MT > BT. The tannase-treated teas also began to
plateau in effectiveness at higher concentrations so inhibition at 350 µg/mL was often only
Table 3.6 Lipase activity using olive oil as a substrate. Half maximal inhibitory concentration
(IC50) values based on total phenols content of tea extracts on lipase inhibition.
IC50 Black Tea Green Tea White Tea Mate tea
TPC (µg/mL)
Original 250 200 112.0 ± 2.8B 200
(60.3% ± 2.6)* (61.8 ± 6.1)* (63.7 ± 5.0)*
Lipase has to act on triglyceride substrates twice for there to be a detectable change, as
diacylglycerol is not solubilised and does not therefore reduce turbidity. This could explain
the lower levels of inhibition seen using olive oil compared to the synthetic substrate which
only requires one cleavage event. Also, pancreatic lipase has two domains, the N-terminal
catalytic domain (AA residues 1-336) and a C terminal domain (residues 337-449) which
binds to colipase which allows formation of the substrate-lipase complex, anchors the lipase
on the oil surface and stabilizes it in the active conformation. 58 The oil assay, but not the pNP
assay, requires added colipase and therefore tea components could also influence activity by
where the effect on pancreatic lipase was less severe than with amylase. Pancreatic lipase is
essential for digestion of dietary fats in the intestinal lumen. It removes the fatty acids in
60
positions 1 and 3 of triglycerides releasing 2-monoacylglycerol and fatty acids. Inhibition
179
of lipase is one of the most studied mechanisms for determining the potential efficacy of
natural products as anti-obesity agents. Limiting lipid digestion reduces fatty acid absorption,
60
lowers caloric utilization and may influence weight loss. Tetrahydrolipstatin (Orlistat) is
currently approved for the treatment of obesity and, taken with a suitable diet, this drug has
been proven to promote weight loss and reduce weight recovery in obese patients over a
61
period of 2 years. However use of Orlistat has been associated with adverse and
discomforting side effects and there has been a drive to discover natural alternatives which
has highlighted different classes of compounds such as saponins, polyphenols and terpenes
from plants. 62
Most original and tannase-treated tea extracts were not cytotoxic to 3T3-L1 cells
(Figure 3.3) but certain samples (BT, BT-treated and MT) gave up to 20% non-viable cells.
However, this level has been suggested to be non-cytotoxic in previous studies 63.
60
40
20
0
White Tea Biotransf. Green Tea Biotransf. Black Tea Biotransf. Mate tea Biotransf.
White Tea Green Tea Black Tea Mate Tea
Figure 3.3 Effect of tea extracts on 3T3-L1 cell viability. Two concentrations of tea extracts
(250 and 500 µg of TPC/mL) were applied. Results are means of three replicate experiments
± standard deviation. Values different from control group at *p< 0.05 are shown.
180
accumulation in 3T3-L1 cells as measured by Oil Red O staining. Previous studies have
shown that polyphenols as well as various natural extracts induce apoptosis, decrease lipid
40,64,65
accumulation and stimulate lipolysis in pre-adipocytes and adipocytes. All original tea
manner (Figure 3.4). The order of effectiveness was WT >MT >GT> BT. In all cases, the
tannase-treated tea samples were more effective than the original samples, albeit in BT this
only became significant at 400-500 µg/mL. However, the order of effectiveness did not
change. Biotransformed WT was the most effective treatment reducing lipid content to ~40%
concentrations e.g. at 100 µg/mL tannase-treated MT gave ~65 % control lipid levels.
In BT, although tannase treatment enhanced gallic acid, epicatechin, catechin and
complexes with proteins and polysaccharides, and may interact with enzymes and
transcription factors involved in adipogenesis. 67 Kuo et al. 68 showed that prodelphinidin B-2
3’-O-gallate inhibited the proliferation of A549 cells and had no detectable toxic effects on
doses reduced lipid accumulation over the control, reaching levels of 42% at a concentration
of 500 µg GAE/mL. This was significantly different from the original extract which reached
30
53% at this dose. However, Söhle et al. noted that a related WT extract reduced lipid
suggests that reducing EGCG levels and increasing gallic acid and catechins may aid in
181
restricting adipogenesis. 13,69 It is also possible that catechins act in synergy with the surviving
relative amounts of the caffeoyl quinic acid isomers and caffeic acid.
100
50
0
Control 100 µg 200 µg 400 µg 500 µg
100
50
0
Control 100 µg 200 µg 400 µg 500 µg
150 Original Biotransformed Control
C *a *b *a *b *a *b *a *b
% Lipid content
100
50
0
Control 100 µg 200 µg 400 µg 500 µg
150 Original Biotransformed Control
D
% Lipid content
100 *a *b *a *b *a *b *a *b
50
0
Control 100 µg 200 µg 400 µg 500 µg
Figure 3.4 Effect of Black tea (A); Green tea (B); White tea (C) and Mate tea (D) on lipid
accumulation in 3T3-L1 cells.. Results are means of three replicate experiments ± standard
deviation. We used analysis of variance, followed by Tukey’s test. *p< 0,05 compared with
control group. Same letters represent p>0.05; different letters represent p<0.05.
182
4. Conclusions
The tannase-mediated biotransformation of tea extracts caused predictable changes in
polyphenolic composition (increased gallic acid, caffeic acid, flavonol aglycones) and the
transformed extracts retained or improved their ability to inhibit the crucial starch hydrolysing
enzymes, α-glucosidase and amylase. However, the biotransformed teas inhibited α-amylase
most effectively, showing the greatest potential in use as an effective complementary therapy
for post prandial hyperglycemia linked to type 2 diabetes. Although biotransformed samples
had different behaviors, in general, the biotransformation was beneficial in lipase inhibition.
Furthermore, our data demonstrated that biotransformed tea extracts were more effective in
inhibiting adipogenesis than the originals. The results suggest that biotransformed teas are,
therefore, a suitable source to modulate the adipocyte life cycle and to induce hypolipidemic
action due to high inhibitory action of lipase and have therefore the potential to influence
extracts after tannase treatment; therefore, it appears reasonable to suggest that our findings
may be useful for the extension of existing applications of tannase in relation to tea
improvement.
183
5. References
1. J. O. Hill, H. R. Wyatt, G. W. Reed and J. C. Peters, Obesity and the Environment : Where
Do We Go from Here ? Science (80-. )., 2003, 299, 853–855.
2. WHO, WHO Press. World Health Statistics 2006. Organ. Geneva, Switz., 2006, 1–80.
3. A. G. Tsai, D. Williamson and H. Glick, NIH Public Access, Assoc. Study Obes., 2011,
12, 50–61.
4. T. Murase, A. Nagasawa, J. Suzuki, T. Hase and I. Tokimitsu, Beneficial effects of tea
catechins on diet-induced obesity : stimulation of lipid catabolism in the liver, International
Journal of Obesety, 2002, 1459–1464.
5. A. G. Dulloo, J. Seydoux, L. Girardier, P. Chantre and J. Vandermander, Green tea and
thermogenesis: interactions between catechin-polyphenols, caffeine and sympathetic activity,
Int. J. Obes. a, 2000, 24, 252–258
6. G. Zheng, K. Sayama and T. Okubo, Anti-obesity effects of three major components of
green tea , catechins , caffeine and theanine in mice , in vivo, 2004, 62, 55–62.
7. L. Han, T. Takaku, J. Li, Y. Kimura and H. Okuda, Anti-obesity action of oolong tea , Int.
J. Obes, 1999, 23, 98–105.
8. C.-W. Yeh, W.-J. Chen, C.-T. Chiang, S.-Y. Lin-Shiau and J.-K. Lin, uppression of fatty
acid synthase in MCF-7 breast cancer cells by tea and tea polyphenols: a possible mechanism
for their hypolipidemic effects, Pharmacogenomics J., 2003, 3, 267–276.
9. D. Grussu, D. Stewart and G. J. McDougall, Berry polyphenols inhibit α-amylase in vitro:
Identifying active components in rowanberry and raspberry J. Agric. Food Chem., 2011, 59,
2324–2331.
10. A. S. Boath, D. Stewart and G. J. McDougall, Berry components inhibit α-glucosidase
in vitro: Synergies between acarbose and polyphenols from black currant and rowanberry.
Food Chem., 2012, 135, 929–936.
11. G. J. Mcdougall, N. N. Kulkarni and D. Stewart, Berry polyphenols inhibit pancreatic
lipase activity in vitro, Food Chem., 2009, 115, 193–199.
12. A. Gondoin, D. Grussu, D. Stewart and G. J. McDougall, White and green tea
polyphenols inhibit pancreatic lipase in vitro, Food Res. Int., 2010, 43, 1537–1544.
13. J. Lin, M. A. Della-Fera and C. A. Baile, Green tea polyphenol epigallocatechin
gallate inhibits adipogenesis and induces apoptosis in 3T3-L1 adipocytes, Obes. Res., 2005,
13, 982–990.
184
14. H. Y. Jiang, T. Shii, Y. Matsuo, T. Tanaka, Z. H. Jiang and I. Kouno, A new catechin
oxidation product and polymeric polyphenols of post-fermented tea, Food Chem., 2011, 129,
830–836.
15. A. B. Sharangi, Medicinal and therapeutic potentialities of tea (Camellia sinensis L.) –
A review, Food Res. Int., 2009, 42, 529–535.
16. Y. Zhao, P. Chen, L. Lin, J. M. Harnly, L. Yu and Z. Li, Tentative identification,
quantitation, and principal component analysis of green pu-erh, green, and white teas using
UPLC/DAD/MS, Food Chem., 2011, 126, 1269–1277.
17. X. Cao and Y. Ito, Preparation and Purification of Epigallocatechin by High-Speed
Countercurrent Chromatography (HSCCC), J. Liq. Chromatogr. Relat. Technol., 2004, 27,
145–152.
18. U. H. Engelhardt, in Coprehensive natural products II, Development & Modification
of Bioactivity, Chemistry and biology., eds. L. Mender and H.-W. (Ben) Liu, 1st edn., 2010,
pp. 999–1032.
19. L.-Z. Lin, P. Chen and J. M. Harnly, New phenolic components and chromatographic
profiles of green and fermented teas, J. Agric. Food Chem., 2008, 56, 8130–40.
20. F. Martins, A. J. Suzan, S. M. Cerutti, D. P. Arçari, M. L. Ribeiro, D. H. M. Bastos
and P. D. O. Carvalho, Consumption of mate tea (Ilex paraguariensis) decreases the oxidation
of unsaturated fatty acids in mouse liver, Br. J. Nutr., 2009, 101, 527–532.
21. J. Pang, Y. Choi and T. Park, Ilex paraguariensis extract ameliorates obesity induced
by high-fat diet: Potential role of AMPK in the visceral adipose tissue, Arch Biochem
Biophys, 2008, 476, 178–185.
22. D. P. Arçari, W. Bartchewsky, T. W. Santos, K. A. Oliveira, A. Funck, J. Pedrazzoli,
M. F. F. De Souza, M. J. Saad, D. H. M. Bastos, A. Gambero, P. D. O. Carvalho and M. L.
Ribeiro, Antiobesity Effects of yerba maté Extract (Ilex paraguariensis) in High-fat Diet –
induced Obese Mice, Obesity, 2009, 17, 2127–2133.
23. D. P. Arçari, W. Bartchewsky, T. W. dos Santos, K. A. Oliveira, C. C. De Oliveira, É.
M. Gotardo, J. Pedrazzoli, A. Gambero, L. F. C. Ferraz, P. de O. Carvalho and M. L. Ribeiro,
Anti-inflammatory effects of yerba maté extract (Ilex paraguariensis) ameliorate insulin
resistance in mice with high fat diet-induced obesity, Mol. Cell. Endocrinol., 2011, 335, 110–
115.
185
24. D. P. Arçari, J. C. Santos, A. Gambero and M. L. Ribeiro, The in vitro and in vivo
effects of yerba mate (Ilex paraguariensis) extract on adipogenesis, Food Chem., 2013, 141,
809–15.
25. G. D. Pimentel, F. S. Lira, J. C. Rosa, A. V. Caris, F. Pinheiro, E. B. Ribeiro, C. M.
Oller do Nascimento and L. M. Oyama, Yerba mate extract (Ilex paraguariensis) attenuates
both central and peripheral inflammatory effects of diet-induced obesity in rats.Nutr.
Biochem., 2013, 24, 809–818.
26. B. Holst and G. Williamson, Nutrients and phytochemicals: from bioavailability to
bioefficacy beyond antioxidants, Curr. Opin. Biotechnol., 2008, 19, 73–82.
27. K. Nakagawa, S. Okuda and T. Miyazawa, Dose-dependent incorporation of tea
catechins, (-)-epigallocatechin-3-gallate and (-)-epigallocatechin, into human plasma, Biosci.
Biotechnol. Biochem., 1997, 61, 1981–1985.
28. J. A. Macedo, V. Battestin, M. L. Ribeiro and G. A. Macedo, Increasing the
antioxidant power of tea extracts by biotransformation of polyphenols, Food Chem., 2011,
126, 491–497.
29. M. T. García-Conesa, P. Østergaard, S. Kauppinen and G. Williamson, Carbohydr. ,
Hydrolysis of diethyl diferulates by a tannase from Aspergillus oryzae. Polym., 2001, 44,
319–324.
30. J. Söhle, A. Knott, U. Holtzmann, R. Siegner, E. Grönniger, A. Schepky, S. Gallinat,
H. Wenck, F. Stäb and M. Winnefeld, White Tea extract induces lipolytic activity and inhibits
adipogenesis in human subcutaneous (pre)-adipocytes, Nutr. Metab. (Lond), 2009, 6, 20.
31. V. Battestin and G. A. Macedo, Tannase production by Paecilomyces variotii.
Bioresour Technol, Nutr Metab (Lond), Bioresour. Technol., 2007, 98, 1832–7.
32. P. F. Schons, F. C. R. Lopes, V. Battestin and G. A. Macedo, Immobilization of
Paecilomyces variotii tannase and properties of the immobilized enzyme, J. Microencapsul.,
2011, 28, 211–219.
33. N. Deighton, R. Brennan, C. Finn and H. V Davies, Antioxidant properties of
domesticated and wild Rubus species. J. Sci. Food Agric., 2000, 80, 1307–1313.
34. W. B. Dunn, D. Broadhurst, M. Brown, P. N. Baker, C. W. G. Redman, L. C. Kenny
and D. B. Kell, Metabolic profiling of serum using Ultra Performance Liquid
Chromatography and the LTQ-Orbitrap mass spectrometry system, J. Chromatogr., 2008,
871, 288–298.
186
187
45. Y. Hilal and U. Engelhardt, Characterisation of white tea – Comparison to green and
black tea, J. Consum. Prot. Food Saf., 2007, 2, 414–421.
46. H. Ni, F. Chen, Z. D. Jiang, M. Y. Cai, Y. F. Yang, A. F. Xiao and H. N. Cai,
Biotransformation of tea catechins using Aspergillus niger tannase prepared by solid state
fermentation on tea byproduct, LWT - Food Sci. Technol., 2015, 60, 1206–1213.
47. V. Battestin, G. A. Macedo and V. A. P. De Freitas, Hydrolysis of epigallocatechin
gallate using a tannase from Paecilomyces variotii, Food Chem., 2008, 108, 228–233.
48. E. Lo Piparo and S. A. Nestlé, Flavonoids for controlling starch digestion : Structural
requirements for inhibiting human Flavonoids for Controlling Starch Digestion : Structural
Requirements for Inhibiting Human r -Amylase, J. Med. Chem., 2008, 51, 3555–3561.
49. S. S. Deshpande, M. Cheryan, D. K. Salunkhe and B. S. Luh, Tannin analysis of food
products, CRC Crit. Rev. Food Sci. Nutr., 1986, 24, 401–449.
50. C. L. T. Chang, Y. Lin, A. P. Bartolome, Y. Chen, S. Chiu and W. Yang, Herbal
Therapies for Type 2 Diabetes Mellitus : Chemistry , Biology , and Potential Application of
Selected Plants and Compounds, Evidence-Based Complement. Altern. Med., 2013, 2013.
51. E. Apostolidis and C. M. Lee, In vitro potential of Ascophyllum nodosum phenolic
antioxidant mediated alpha-glucosidase and alpha-amylase, J. Food Sci., 2010, 75, 97–102.
52. K. Tadera, Y. Minami, K. Takamatsu and T. Matsuoka, Inhibition of alpha-
glucosidase and alpha-amylase by flavonoids, J. Nutr. Sci. Vitaminol. (Tokyo)., 2006, 52,
149–153.
53. Y. I. Kwon, D. A. Vattem and K. Shetty, Evaluation of clonal herbs of Lamiaceae
species for management of diabetes and hypertension, Asia Pac. J. Clin. Nutr., 2006, 15,
107–118.
54. Y. T. Zhu, X. Y. Ren, L. Yuan, Y. M. Liu, J. Liang and X. Liao, Fast identification of
lipase inhibitors in oolong tea by using lipase functionalised Fe3O4 magnetic nanoparticles
coupled with UPLC-MS/MS, Food Chem., 2015, 173, 521–526.
55. A. T. M. A. Rahim, Y. Takahashi and K. Yamaki, Mode of pancreatic lipase inhibition
activity in vitro by some flavonoids and non-flavonoid polyphenols, Food Res. Int., 2015, 75,
289–294.
56. S. Rohn, H. Rawel and J. Kroll, Inhibitory effects of plant phenols on the activity of
selected enzymes, J. Agric. Food Chem., 2002, 50, 3566–3571.
188
57. B. Hu, F. Cui, F. Yin, X. Zeng, Y. Sun and Y. Li, Caffeoylquinic acids competitively
inhibit pancreatic lipase through binding to the catalytic triad, Int. J. Biol. Macromol., 2015,
80, 529–535.
58. H. van Tilbeurgh, L. Sarda, R. Verger and C. Cambillau, Structure of the pancreatic
lipase-procolipase complex, Nature, 1992, 352, 159–162.
59. Q. He, Y. Lv and K. Yao, Effects of tea polyphenols on the activities of α-amylase,
pepsin, trypsin and lipase, Food Chem., 2006, 101, 1178–1182.
60. M. Mukherjee, Human digestive and metabolic lipases - A brief review, J. Mol. Catal.
B Enzym., 2003, 22, 369–376.
61. L. Sjöström, A. Rissanen, T. Andersen, M. Boldrin, A. Golay, H. P. Koppeschaar
and M. Krempf, Randomised placebo-controlled trial of orlistat for weight loss and
prevention of weight regain in obese patients. European Multicentre Orlistat Study Group.,
Lancet, 1998, 352, 167–172.
62. N. A. Lunagariya, N. K. Patel, S. C. Jagtap and K. K. Bhutani, Inhibitors of pancreatic
lipase: State of the art and clinical perspectives, EXCLI J., 2014, 13, 897–921.
63. C. M. O. Simões, M. Amoros and L. Girre, Mechanism of antiviral activity of
triterpenoid saponins, Phyther. Res., 1999, 13, 323–328.
64. S. Rayalam, M. A. Della-Fera and C. A. Baile, Phytochemicals and regulation of the
adipocyte life cycle, J. Nutr. Biochem., 2008, 19, 717–726.
65. T. F. Furuyashiki, H. N. Agayasu, Y. A. Oki, H. B. Essho, T. H. Ashimoto, K. K.
Anazawa and H. A. Shida, Tea Catechin Suppresses Adipocyte Differentiation Accompanied
by Down-regulation of PPAR 2 and C / EBP in 3T3-L1 Cells, Biomarkers, 2004, 68, 2353–
2359.
66. B. Severine and H. Hoste, Monomers of condensed tannins affect the larval
exsheathment of parasitic nematodes of ruminants, J. Agric. Food Chem., 2006, 54, 7481–
7487.
67. T. Okuda, Systematics and health effects of chemically distinct tannins in medicinal
plants, Phytochemistry, 2005, 66, 2012–2031.
68. P. L. Kuo, Y. L. Hsu, T. C. Lin and C. C. Lin, The antiproliferative activity of
prodelphinidin B-2 3' -O-gallate from green tea leaf is through cell cycle arrest and Fas-
mediated apoptotic pathway in A549 cells, Food Chem. Toxicol., 2005, 43, 315–323.
189
190
DISCUSSÃO GERAL
191
ligações éster ou depsídicas dos taninos hidrolisáveis e ésteres de ácido gálico, como por
exemplo, EGCG e ECG (LEKHA; LONSANE, 1997). Esse aumento pode ser explicado por
uma maior reação dos produtos da reação enzimática com o reagente utilizado na técnica para
determinação de fenólicos (Follin Cecaulteau) e também é importante destacar que a enzima é
capaz de remover o material não fenólico contido nas amostras de chás e assim liberar os
compostos fenólicos ligados a fibras e outros complexos (CHAMORRO et al., 2012).
A análise por cromatografia líquida permitiu além da detecção de inúmeros
compostos, a quantificação dos principais polifenóis presentes nos chás. A catequina EGCG
foi confirmada por comparação da massa dos íons do pico padrão. O pico deste composto
apresentou maior área nas amostras originais, entretanto, em chás biotransformados por
tanase, foi detectado o aumento da sua forma de aglicona. Outra catequina detectada através
de seu espectro de massa revelou um íon de massa consistente com a estrutura de EGC (PM:
306 g/mol) detectado pelo íon de m/z 305, e ainda detectando o íon fragmentado que
corresponde à perda de CO2 (m/z 261) e C6H6O3, (m/z 179), resultado da cisão do anel
heterocíclico (GU et al., 2003; ZHAO et al., 2011). Este resultado é consistente com os
resultados apresentados por Macedo et al. (2011), estudo que comprovou que a tanase pode
hidrolisar a epigalocatequina galato em epigalocatequina e ácido gálico.
O ECG foi identificado com base na comparação do espectro de absorção, tempo de
retenção, e maior íon de fragmentação e notavelmente os extratos originais apresentaram os
níveis mais elevados, enquanto que naqueles que sofreram modificação de seu perfil fenólico
pela tanase o pico diminuiu significativamente. Os picos identificados como (-)-EC e ácido
gálico apresentaram níveis mais elevados em chás preto, verde e branco biotransformados.
Outras mudanças ocorreram nos extratos de chá devido ao tratamento enzimático: CVT e
CBT mostraram níveis mais elevados de GC, catequina e ácido clorogênico, acompanhado
pela diminuição de GCG, bem como a hidrólise da rutina e aumento da sua forma aglicona, a
quercetina, foi observado. No chá preto a tanase imobilizada resultou no aumento de ácido
gálico, epigalocatequina, catequina e epicatequina. O aumento do pico da miricetina e
kaempferol após o tratamento com tanase imobilizada, ainda que tenha sido muito discreto,
sugere que houve a hidrólise dos derivados de miricetina e kaempferol. Os resultados são
consistentes com Battestin et al. (2008), He et al. (2006), Macedo et al. (2011), Ni et al.
(2015) e Ferreira et al. (2013) e indicam que a tanase a partir de P. variotii na forma
imobilizada também é capaz de hidrolisar as ligações éster de substratos naturais.
192
193
194
195
196
197
(IC50 = 70 µg / mL), que tem reduzido teor de ácido clorogênico. Contudo, nestas misturas,
interações não específicas de fenólicos com lipase (ligação a proteínas) podem desempenhar
um papel na inibição.
Quando a atividade da lipase foi avaliada utilizando como substrato o azeite e como
controle positivo o orlistat, medicamento comumente utilizado para diminuir a absorção de
lipídeos, percebeu-se que a extensão da inibição foi menor que a mostrada com o substrato
sintético (ρNP-laurato) com CV, CM e CP. O ρNP-laurato é um substrato sintético, enquanto
que o azeite é um substrato natural, resultado de uma mistura de diferentes triacilgliceróis
com comprimento de cadeia acila variáveis, que terão afinidade diferente pela enzima
(ROGALSKA; RANSAC; VERGER, 1990; JEMEL et al., 2009). A enzima teria também de
atuar sobre o substrato duas vezes para que houvesse alteração detectável na densidade óptica,
uma vez que a atividade da lipase foi medida por alterações na turbidez da solução de azeite
devido à degradação do triacilglicerol em ácidos graxos livres e monoacilglicerol. Nessa ação
de hidrólise primeiramente forma-se o diacilglicerol, que não foi tão solubilizado e, portanto,
não reduziu tão fortemente a densidade óptica. Outro fator que deve ser avaliado é que a
cadeia polipeptídica da lipase pancreática é dividida em duas unidades, o domínio terminal N
compreende os resíduos de aminoácidos 1-336 e o domínio terminal C com os resíduos 337-
449 (TILBEURGH et al., 1992). O terminal N é o domínio catalítico e o terminal C liga-se à
colipase, um cofactor necessário para a atividade da enzima. A colipase liga-se à lipase,
tornando-se um intermediário que permite a formação do complexo substrato-lipase e
contribui para ancorar a lipase na superfície e estabilizá-la na conformação ativa
(BROCKMAN, 2000). No ensaio utilizando o substrato natural utilizou-se colipase, uma vez
que os compostos de chás também podem interagir com colipase e ao desestabilizar a
conformação enzimática o efeito inibidor pode ser aumentado ou caso contrário, se esta
interação não ocorrer a enzima pode tornar-se mais estável. Por outras palavras, a interação
inibidor-complexo enzimático é diferente da interação inibidor-lipase utilizadas nos ensaios.
A maioria dos extratos de chás originais e biotransformados mostrou não ser
citotóxicos para células 3T3-L1. Ainda que alguns (CP, CPT e CM) tenham apresentado até
20% de células não viáveis, este valor não é preocupante e tem sido sugerido como não
citotóxicos em estudos anteriores (SIMÕES; AMOROS; GIRRE, 1999). Os efeitos das
amostras de chá sobre a adipogênese foram avaliados pela prevenção da acumulação de
lípideos em células 3T3-L1, tal como medido pela coloração com Oil Red O. Estudos
anteriores mostraram que os polifenóis, assim como vários extratos naturais, induzem a
198
199
CONCLUSÃO GERAL
200
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
APOSTOLIDIS, E.; LEE, C. M. In vitro potential of Ascophyllum nodosum phenolic
antioxidant mediated alpha-glucosidase and alpha-amylase. Journal of Food Science, v. 75,
n. 3, p. 97–102, 2010.
ARTS, M. J. T. J.; HAENEN, G. R. M. M.; WILMS, L. C.; BEETSTRA, S. A. J. N.;
HEIJNEN, C. G. M.; VOSS, H.-P.; BAST, A. Interactions between flavonoids and proteins:
effect on the total antioxidant capacity. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50,
n. 5, p. 1184–1187, 2002.
AUVICHAYAPAT, P.; PRAPOCHANUNG, M.; TUNKAMNERDTHAI, O.;
SRIPANIDKULCHAI, B.; AUVICHAYAPAT, N.; THINKHAMROP, B.; KUNHASURA,
S.; WONGPRATOOM, S.; SINAWAT, S.; HONGPRAPAS, P. Effectiveness of green tea on
weight reduction in obese thais: A randomized, controlled trial. Physiology and Behavior, v.
93, n. 3, p. 486–491, 2008.
AZUMA, K.; IPPOUSHI, K.; NAKAYAMA, M.; ITO, H.; HIGASHIO, H.; TERAO, J.
Absorption of chlorogenic acid and caffeic acid in rats after oral. Journal of Agricultural
and Food Chemistry, v. 48, n. 11, p. 5496–5500, 2000.
BADHANI, B.; SHARMA, N.; KAKKAR, R. Gallic acid: a versatile antioxidant with
promising therapeutic and industrial applications. RSC Advances, v. 5, n. 35, p. 27540–
27557, 2015.
BASTOS, D. H.; SALDANHA, L. A.; CATHARINO, R. R.; SAWAYA, A.; CUNHA, I. B.;
CARVALHO, P. O.; EBERLIN, M. N. Phenolic antioxidants identified by esi-ms from yerba
maté (Ilex paraguariensis) and green tea (Camellia sinensis) extracts. Molecules, v. 12, n. 3,
p. 423–432, 2007.
BATTESTIN, V.; MACEDO, G. A.; DE FREITAS, V. A. P. Hydrolysis of epigallocatechin
gallate using a tannase from Paecilomyces variotii. Food Chemistry, v. 108, n. 1, p. 228–
233, 2008.
BROCKMAN, H. L. Kinetic behavior of the pancreatic lipase-colipase-lipid system.
Biochemie, v. 82, 2000.
BUCHHOLZ, T.; MELZIG, M. F. Medicinal plants traditionally used for treatment of obesity
and diabetes mellitus - screening for pancreatic lipase and α-amylase inhibition.
Phytotherapy research : PTR, v. 30, n. 2, p. 260–6, 2016.
CASTRO-ACOSTA, M. L.; LENIHAN-GEELS, G. N.; CORPE, C. P.; HALL, W. L. Berries
and anthocyanins: promising functional food ingredients with postprandial glycaemia-
lowering effects. Proceedings of the Nutrition Society, v. 75, n. 3, p. 342–355, 2016.
CHAMORRO, S.; VIVEROS, A.; ALVAREZ, I.; VEGA, E.; BRENES, A. Changes in
polyphenol and polysaccharide content of grape seed extract and grape pomace after
enzymatic treatment. Food Chemistry, v. 133, n. 2, p. 308–314, 2012.
CHAO, J.; HUO, T.-I.; CHENG, H.-Y.; TSAI, J.-C.; LIAO, J.-W.; LEE, M.-S.; QIN, X.-M.;
HSIEH, M.-T.; PAO, L.-H.; PENG, W.-H. Gallic acid ameliorated impaired glucose and lipid
homeostasis in high fat diet-induced NAFLD mice. PLoS ONE, v. 9, n. 6, p. e96969, 2014.
CHEN, I.-J.; LIU, C.-Y.; CHIU, J.-P.; HSU, C.-H. Therapeutic effect of high-dose green tea
extract on weight reduction: A randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial.
Clinical Nutrition, v. 35, n. 3, p. 592–599, 2016.
201
CHENG, T. O. Tea Is Good for the Heart. Archives of Internal Medicine, v. 160, n. 15, p.
2397–2397, 2000.
CHOUDHARY, S.; MOURYA, A.; AHUJA, S.; SAH, S. P.; KUMAR, A. Plausible anti-
inflammatory mechanism of resveratrol and caffeic acid against chronic stress-induced insulin
resistance in mice. Inflammopharmacology, v. 24, n. 6, p. 347–361, 2016.
DOAN, K. V.; KO, C. M.; KINYUA, A. W.; YANG, D. J.; CHOI, Y.-H.; OH, I. Y.;
NGUYEN, N. M.; KO, A.; CHOI, J. W.; JEONG, Y.; JUNG, M. H.; CHO, W. G.; XU, S.;
PARK, K. S.; PARK, W. J.; CHOI, S. Y.; KIM, H. S.; MOH, S. H.; KIM, K. W. gallic acid
regulates body weight and glucose homeostasis through AMPK activation. Endocrinology, v.
156, n. 1, p. 157–168, 2015
DULLOO, A. G.; DURET, C.; ROHRER, D.; GIRARDIER, L.; MENSI, N.; FATHI, M.;
CHANTRE, P.; VANDERMANDER, J. Efficacy of a green tea extract rich in catechin
polyphenols and caffeine in increasing 24-h energy expenditure and fat oxidation. The
American Journal of Clinical Nutrition, v. 70, p. 1040–1045, 1999.
FERREIRA, L. R.; MACEDO, J. A.; RIBEIRO, M. L.; MACEDO, G. A. Improving the
chemopreventive potential of orange juice by enzymatic biotransformation. Food Research
International, v. 51, n. 2, p. 526–535, 2013.
FILIP, R.; LÓPEZ, P.; GIBERTI, G.; COUSSIO, J.; FERRARO, G. Phenolic compounds in
seven South American Ilex species. Fitoterapia, v. 72, n. 7, p. 774–778, 2001.
FRANCISCHI, R. P. P.; PEREIRA, L. O.; FREITAS, C. S.; KLOPFER, M.; SANTOS, R. C.;
VIEIRA, P.; LANCHA, A. H. Jr. Obesidade: atualização sobre sua etiologia, morbidade e
tratamento. Revista de Nutrição, v. 13, n. 1, p. 17–28, 2000.
GENARO-MATTOS, T. C.; MAURÍCIO, Â. Q.; RETTORI, D.; ALONSO, A.; HERMES-
LIMA, M. Antioxidant activity of caffeic acid against iron-induced free radical generation —
A chemical approach. PLoS ONE, v. 10, n. 6, p. e0129963, 2015.
GONDOIN, A.; GRUSSU, D.; STEWART, D.; MCDOUGALL, G. J. White and green tea
polyphenols inhibit pancreatic lipase in vitro. Food Research International, v. 43, n. 5, p.
1537–1544, 2010.
GONTHIER, M.; VERNY, M.; BESSON, C.; RE, C.; SCALBERT, A. Chlorogenic acid
bioavailability largely depends on its metabolism by the gut microflora in rats. Nutrient
Metabolism, p. 1853–1859, 2003.
GREEN, R. J.; MURPHY, A. S.; SCHULZ, B.; WATKINS, B. A.; FERRUZZI, M. G.
Common tea formulations modulate in vitro digestive recovery of green tea catechins.
Molecular Nutrition and Food Research, v. 51, n. 9, p. 1152–1162, 2007.
GU, L.; KELM, M. A.; HAMMERSTONE, J. F.; et al. Screening of foods containing
proanthocyanidins and their structural characterization using LC-MS/MS and thiolytic
degradation. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 51, n. 25, p. 7513–7521,
2003.
GUO, Q.; ZHAO, B.; LI, M.; SHEN, S.; XIN, W. Studies on protective mechanisms of four
components of green tea polyphenols against lipid peroxidation in synaptosomes. Biochimica
et Biophysica Acta (BBA) - Lipids and Lipid Metabolism, v. 1304, n. 3, p. 210–222, 1996.
HAYAT, K.; IQBAL, H.; MALIK, U.; BILAL, U.; MUSHTAQ, S. Tea and its consumption:
Benefits and risks. Critical reviews in food science and nutrition, v. 55, n. 7, p. 939–54,
2015.
202
HE, Q.; LV, Y.; YAO, K. Effects of tea polyphenols on the activities of amylase, pepsin,
trypsin and lipase. Food Chemistry, v. 101, n. 3, p. 1178–1182, 2006.
HONG, Y.-J.; YANG, S.-Y.; NAM, M.-H.; KOO, Y.-C.; LEE, K.-W. caffeic acid inhibits the
uptake of 2-amino-1-methyl-6-phenylimidazo- [4,5-b]pyridine (PhIP) by inducing the efflux
transporters expression in caco-2 cells. Biological and Pharmaceutical Bulletin, v. 38, n. 2,
p. 201–207, 2015.
HUANG, J.; WANG, Y.; XIE, Z.; ZHOU, Y.; ZHANG, Y.; WAN, X. The anti-obesity effects
of green tea in human intervention and basic molecular studies. European journal of clinical
nutrition, v. 68, n. 10, p. 1075–87, 2014.
HUGHES, L. A. E.; ARTS, I. C. W.; AMBERGEN, T.; et al. Higher dietary flavone ,
flavonol , and catechin intakes are associated with less of an increase in BMI over time in
women: A longitudinal analysis from the Netherlands Cohort Study. The American Journal
of Clinical Nutrition, v. 88, p. 1341–1352, 2008.
HURSEL, R.; VIECHTBAUER, W.; WESTERTERP-PLANTENGA, M. S. The effects of
green tea on weight loss and weight maintenance: A meta-analysis. International Journal of
Obesity, v. 33, n. 9, p. 956–961, 2009.
JEBB, S. A. A etiology of obesity. British Medical Bulletin, v. 3, n. 2, p. 264–285, 1997.
JEMEL, I.; FENDRI, A.; GARGOURI, Y.; BEZZINE, S. Kinetic properties of dromedary
pancreatic lipase: A comparative study on emulsified and monomolecular substrate. Colloids
and Surfaces B: Biointerfaces, v. 70, p. 238–242, 2009.
JUMAN, S. J.; YASUI, N.; OKUDA, H.; UEDA, A.; NEGISH, H.; MIKI, T.; IKEDA, K..
caffeic acid phenethyl ester suppresses the production of adipocytokines , leptin , tumor
necrosis factor -alpha and resistin , during differentiation to adipocytes in 3T3-L1 Cells.
Biological and Pharmaceutical Bulletin, v. 34, n. 4, p. 490–494, 2011.
KANG, N. J.; LEE, K. W.; SHIN, B. J.; et al. Caffeic acid, a phenolic phytochemical in
coffee, directly inhibits Fyn kinase activity and UVB-induced COX-2 expression.
Carcinogenesis, v. 30, n. 2, p. 321–330, 2008.
LAMBERT, J. D.; SANG, S.; YANG, C. S. Possible controversy over dietary polyphenols:
benefits vs risks. Chemical Research in Toxicology, v. 20, n. 4, p. 583–5, 2007.
LEKHA, P. K.; LONSANE, B. K. Production and application of tannin acyl hydrolase: state
of the art. Advances in Applied Microbiology. v. 44, p.216–260, 1997.
LIAO, C.; OU, T.; WU, C.; WANG, C. Prevention of diet-induced hyperlipidemia and
obesity by caffeic acid in C57BL/6 mice through regulation of hepatic lipogenesis gene
expression. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 61, n. 46, p. 11082–11088,
2013.
LIMA, V. N.; OLIVEIRA-TINTINO, C. D. M.; SANTOS, E. S.; MORAIS, L. P.; TINTINO,
S. R.; FREITAS, T. S.; GERALDO, Y. S.; PEREIRA, R. L. S.; CRUZ, R. P.; MENEZES, I.
R. A.; COUTINHO, H. D. M. Antimicrobial and enhancement of the antibiotic activity by
phenolic compounds: gallic acid, caffeic acid and pyrogallol. Microbial Pathogenesis, v. 99,
p. 56–61, 2016.
LIN, J.; DELLA-FERA, M. A.; BAILE, C. A. Green tea polyphenol epigallocatechin gallate
inhibits adipogenesis and induces apoptosis in 3T3-L1 adipocytes. Obesity Research, v. 13,
n. 6, p. 982–990, 2005.
203
LU, M.-J.; CHEN, C. Enzymatic modification by tannase increases the antioxidant activity of
green tea. Food Research International, v. 41, n. 2, p. 130–137, 2008.
LUÍS, Â.; SILVA, F.; SOUSA, S.; DUARTE, A. P.; DOMINGUES, F. Antistaphylococcal
and biofilm inhibitory activities of gallic, caffeic, and chlorogenic acids. Biofouling, v. 30, n.
1, p. 69–79, 2014.
MACEDO, J. A.; BATTESTIN, V.; RIBEIRO, M. L.; MACEDO, G. A. Increasing the
antioxidant power of tea extracts by biotransformation of polyphenols. Food Chemistry, v.
126, n. 2, p. 491–497, 2011.
MACEDO, J. A; FERREIRA, L. R.; CAMARA, L. E.; SANTOS, J. C.; GAMBERO, A;
MACEDO, G. A; RIBEIRO, M. L. Chemopreventive potential of the tannase-mediated
biotransformation of green tea. Food Chemistry, v. 133, n. 2, p. 358–65, 2012.
MANACH, C.; DONOVAN, J. L. Pharmacokinetics and metabolism of dietary flavonoids in
humans. Free Radicals Research, v. 38, n. 8, p. 771–785, 2004.
MANACH, C.; SCALBERT, A.; MORAND, C.; RÉMÉSY, C.; JIME, L. Polyphenols: food
sources and bioavailability. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 79, n. 5, p.
727–747, 2004.
MANACH, C.; WILLIAMSON, G.; MORAND, C.; SCALBERT, A.; RÉMÉSY, C.
Bioavailability and bioefficacy of polyphenols in humans. II. Review of 93 intervention
studies. American Society for Clinical Nutrition, v. 81, p. 243S–255S, 2005.
MARTINS, F.; SUZAN, A. J.; CERUTTI, S. M.; et al. Consumption of mate tea (Ilex
paraguariensis) decreases the oxidation of unsaturated fatty acids in mouse liver. The British
Journal of Nutrition, v. 101, n. 4, p. 527–532, 2009.
MEINHART, A. D.; BIZZOTTO, C. S.; BALLUS, C. A.; POLONI RYBKA, A. C.;
SOBRINHO, M. R.; CERRO-QUINTANA, R. S.; TEIXEIRA-FILHO, J.; GODOY, H. T.
Methylxanthines and phenolics content extracted during the consumption of mate (Ilex
paraguariensis St. Hil) beverages. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 58, n. 4,
p. 2188–2193, 2010.
MIYOSHI, N.; PERVIN, M.; SUZUKI, T.; UNNO, K.; ISEMURA, M.; NAKAMURA,Y.
Green tea catechins for well-being and therapy: prospects and opportunities. Botanics:
Targets and Therapy, v. 5, p. 85–96, 2015.
MIZOOKU, Y.; YOSHIKAWA, M.; TSUNEYOSHI, T.; ARAKAWA, R. Analysis of
oxidized epigallocatechin gallate by liquid chromatography/mass spectrometry. Rapid
communications in mass spectrometry : RCM, v. 17, n. 16, p. 1915–8, 2003.
MOCHIZUKI, M.; YAMAZAKI, S. I.; KANO, K.; IKEDA, T. Kinetic analysis and
mechanistic aspects of autoxidation of catechins. Biochimica et Biophysica Acta (BBA) -
General Subjects, v. 1569, n. 1–3, p. 35–44, 2002.
NI, H.; CHEN, F.; JIANG, Z. D.; et al. Biotransformation of tea catechins using Aspergillus
niger tannase prepared by solid state fermentation on tea byproduct. LWT - Food Science
and Technology, v. 60, n. 2, p. 1206–1213, 2015.
OKUDA, T. Systematics and health effects of chemically distinct tannins in medicinal plants.
Phytochemistry, v. 66, n. 17 SPEC. ISS., p. 2012–2031, 2005.
OLTHOF, M. R.; HOLLMAN, P. C. H.; BUIJSMAN, M. N. C. P.; AMELSVOORT, J. M.
M. VAN; KATAN, M. B. Chlorogenic acid , quercetin-3-rutinoside and black tea phenols are
204
205
and ameliorates skin edema in acute and chronic model of cutaneous inflammation in mice.
Biological and Pharmaceutical Bulletin, v. 37, n. 3, p. 347–354, 2014.
ZHAO, Y.; CHEN, P.; LIN, L.; HARNLY, J. M.; YU, L.; LI, Z. Tentative identification,
quantitation, and principal component analysis of green pu-erh, green, and white teas using
UPLC/DAD/MS. Food Chemistry, v. 126, n. 3, p. 1269–1277, 2011.
ZHU, Q. Y.; ZHANG, A.; TSANG, D.; HUANG, Y.; CHEN, Z. Stability of green tea
catechins. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 45, n. 12, p. 4624–4628, 1997.
ZHU, Y. T.; REN, X. Y.; YUAN, L.; LIU, M. Y.; LIANG, J.; LIAO, X. Fast identification of
lipase inhibitors in oolong tea by using lipase functionalised Fe3O4 magnetic nanoparticles
coupled with UPLC-MS/MS. Food Chemistry, v. 173, p. 521–526, 2015.
207
ANEXOS
ANEXOS
208
209
210
211