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Disciplina: Direito Processual Civil

Professor: Eduardo Francisco


Aula: 03| Data: 29/01/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TEORIA GERAL DO PROCESSO (Continuação)


1.3.3. Jurisdição
1.3.3.3. Princípios da Jurisdição
1.3.3.3.1. Princípio da Indelegabilidade
1.3.3.3.2. Princípio da Indeclinabilidade
1.3.3.3.3. Princípio do Juiz Natural
1.3.3.3.4. Princípio da Territorialidade/da Aderência ao Território
1.3.3.3.5. Princípio da Inevitabilidade
1.3.3.3.6. Princípio da Inafastabilidade

RETIFICAÇÃO AULA 02

O artigo mencionado quanto à Autotutela na aula anterior, referente ao “exercício arbitrário das próprias razões”,
é, em verdade, o 345 do Código Penal.

TEORIA GERAL DO PROCESSO (Continuação)

1.3.3. Jurisdição

1.3.3.3. Princípios da Jurisdição

Há similitude entre princípios e características na doutrina.

1.3.3.3.1. Princípio da Indelegabilidade

O juiz não pode delegar suas funções a outro juiz. Um órgão jurisdicional não pode delegar suas funções a outro
órgão jurisdicional.

EXCEÇÕES à Indelegabilidade:
I- Art. 102, I, M, CF: o STF pode delegar a execução de suas decisões ao primeiro grau;
II- Os Tribunais com mais de 25 membros podem criar o órgão especial, caso em que, o Plenário irá delegar suas
funções ao órgão Especial;
III- Na ação rescisória, o relator pode delegar a instrução ao primeiro grau.

Obs.:
 Nas Cartas Precatórias não há delegação.
 Nas Cartas de Ordem, em regra, há delegação.

1.3.3.3.2. Princípio da Indeclinabilidade

EXTENSIVO REGULAR
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
O Poder Judiciário não pode se recusar a julgar, ainda que exista lacuna na Lei, pois, a Jurisdição é um dever do
Estado/do juiz.

1.3.3.3.3. Princípio do Juiz Natural

Visa garantir a imparcialidade.

Dele, decorrem duas regras:

I- O Estado não pode criar Tribunal de Exceção;

II- As partes não podem escolher o juízo, nem o juiz.

A doutrina clássica, para garantir esse princípio, sugere a anterioridade do órgão julgador e sua competência.

A rigor, o órgão pode ser criado depois do fato ou a sua competência ser criada/modificada depois do fato, atraindo
processos antigos, sem violar o princípio do juiz natural, DESDE QUE, o critério de competência tenha aplicação
objetiva, isto é, alcance todos os processos na mesma situação (Exs.: tornar uma Vara especializada; criar uma Vara
depois).

1.3.3.3.4. Princípio da Territorialidade/da Aderência ao Território

Cada juiz ou Tribunal exerce seu poder (de jurisdição) sobre uma área fixada pelas regras de competências.

Por conta desse Princípio existem as Cartas Precatórias e Rogatórias, além dos Instrumentos de Cooperação.

EXCEÇÕES em que o juiz pratica validamente um ato que vai além dos limites territoriais:
I- Citações por e-mail, edital (ambas valem em qualquer lugar do mundo) e correio (em qualquer comarca do país);
II- Penhora online (dinheiro, imóvel e veículos em qualquer lugar do país).

Obs.: imóvel pertencente a mais de uma comarca (contíguas) -> o juiz de qualquer das comarcas exerce jurisdição
sobre ele.

1.3.3.3.5. Princípio da Inevitabilidade

Como poder, a Jurisdição se impõe, independente da concordância das partes.

EXCEÇÃO: Convenção de Arbitragem que, quando alegada, afasta a jurisdição. Mas, cuidado com o artigo 337, §5º,
CPC, pois ela é preliminar que depende de alegação do réu, sob pena de preclusão e renúncia tácita.

1.3.3.3.6. Princípio da Inafastabilidade

Garantia de acesso à Justiça.

São duas regras:

I- toda decisão administrativa pode ser revista pelo Poder Judiciário;

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II- é possível recorrer direto ao Poder Judiciário, sem antes esgotar as vias administrativas.

São exceções ao Princípio:


I- A Justiça Desportiva que deve ser percorrida, por força do artigo 217, §1º, CF;
II- A Lei nº 11.417/06, no tocante à Reclamação contra autoridade administrativa, por ofensa à Súmula Vinculante
exige recurso administrativo ao Superior Hierárquico.

CUIDADO! FALSAS EXCEÇÕES:


I- o Habeas Data para obter informações pessoais pressupõe requerimento administrativo prévio;
II- STF: as ações previdenciárias pressupõem requerimento administrativo no INSS indeferido, salvo quando notória
a negativa do INSS;

Em ambos os casos, há relação com o Interesse de Agir, no âmbito da Necessidade (falta interesse de agir por
desnecessidade – é o mesmo caso citado na aula passada a respeito do C.A.R.F.).

Obs.: A Garantia de Acesso à Justiça da década de 80, foi interpretada pelo Professor Kazuo Watanabe como
Garantia de Acesso à Ordem Jurídica Justa e, posteriormente, entendida como Garantia à Tutela Jurisdicional
Adequada, pelo Professor Marinoni, na década de 90/anos 2000.
As duas últimas exigem:
I- Facilitação do acesso à Justiça;
II- Participação efetiva em contraditório;
III- Decisão com justiça;
IV- Efetividade.

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