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Conceito de Direito Econômico: O ramo do Direito Público que disciplina a condução

da vida econômica da Nação, tendo como finalidade o estudo, o disciplinamento e a


harmonização das relações jurídicas entre os entes públicos e os agentes privados,
detentores dos fatores de produção, nos limites estabelecidos para a intervenção do
Estado na ordem econômica. O conjunto das técnicas jurídicas de que lança mão o
Estado contemporâneo na realização de sua política econômica.
Conceituação subjetiva: O ramo jurídico que disciplina a concentração ou
coletivização dos bens de produção e da organização da economia, intermediando e
compondo o ajuste de interesses entre os detentores do Poder Econômico Privado e os
Entes Públicos.
Conceituação objetiva:
O conjunto normativo que rege as medidas de política econômica concebidas pelo
Estado, para disciplinar o uso racional dos fatores de produção, com o fito de
regular a ordem econômica interna e externa.

Objeto do Direito Econômico: Partindo-se da conceituação do Direito Econômico acima


delineado, podemos identificar que o mesmo é o sistema de norma ou a disciplina
jurídica que objetiva:
Organização da economia, definindo juridicamente o sistema e o regime econômicos a
serem adotados pelo Estado;
Condução, ou controle superior, da economia pelo Estado, uma vez que estabelece o
regime das relações ou equilíbrio de poderes entre o Estado e os detentores dos
fatores de produção;
Disciplinamento dos centros de decisão econômicas não estatais, enquadrando
macroeconomicamente a atividade e as relações inerentes à vida econômica.
Assim, o Direito Econômico visa o estudo do disciplinamento jurídico da organização
e do planejamento da ordem econômica, a ser efetuada por parte do Poder Público,
norteando os agentes econômicos do mercado.
Sujeito do direito econômico: São os agentes econômicos que atuam no mercado
(empresas, grupos econômicos, Estados, organismos nacionais ou internacionais e os
próprios indivíduos); Seu objeto é a realização da justiça por meio de política(s)
econômica(s). São normas programáticas, premiais e objetivas. Sua atuação se dá no
campo da economia, com previsão constitucional, art. 24,I.
TEORIAS DO DIREITO ECONÔMICO
O Direito Econômico possui como característica o tratamento de assuntos político-
econômicos.
O Direito Econômico tomado pelo seu objeto centraliza-se nos fatos da realidade
econômica, disciplinando-os juridicamente.
O Direito Econômico tomado pelo sentido de suas normas pode ser definido como o
conjunto normativo com finalidade de garantir a segurança e a ordem. Tais normas
definem os fins a serem alcançados pela atividade econômica e apresentam os meios
para se atingir os fins buscados pela política econômica.
Tomar o Direito Econômico pela função de dirigir a economia atribui ao Direito
Econômico à finalidade de orientar o processo econômico a partir de regulamentação
da economia dirigida.
Já o Direito Econômico tomado pelo Sistema Econômico implica o tratamento da
política econômica definida na ideologia adotada.
O Direito Econômico tomado pelo Poder Econômico, refere-se à manifestação do poder
econômico público e privado.
O Direito Econômico tomado pelas diversas espécies de economia implicaria na
divisão do Direito Econômico em um Direito Econômico Privado, ligado à
microeconomia, e um Direito Econômico Público relativo à macroeconomia.
O sentido de economicidade significa o conjunto de normas que vincula entidades
econômicas públicas e privadas aos objetivos pretendidos pela ordem econômica.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
O meado do século XIX viu transforma-se o capitalismo atomista num capitalismo de
grupo. A chamada concentração capitalista acarretou profundas influências no
Direito, fazendo surgir um novo ramo, direcionado justamente a reger o novo fato
econômico.
Não se tratavam mais de indivíduos a serem protegidos contra o monarca absoluto, e
que se relacionavam atomisticamente entre si. As empresas, no intuito de se
liberarem das incertezas do mercado, procuram maximizar seus ganhos, formando
agrupamentos destinados a fortalecer-se. Nesta luta, os mais hábeis e mais
organizados levam vantagem sobre os mais fracos e desestruturados.
Surge o poder econômico privado, a rivalizar com o poder estatal. Essa profunda
alteração no contexto social, na tipologia das relações sociais, comprometidas com
o fato econômico, leva a uma nova juridicização, a uma nova manifestação reguladora
do Direito direcionada a um fato novo.
O fato econômico se apresenta de forma diferente e o Direito se curva sobre ele
para molda-lo às novas instituições ideológicas.
\u201cA concentração capitalista é o fenômeno decisivo do Direito Econômico. É ela
que está na origem de todas as grandes mutações das sociedades industriais: com a
intervenção do Estado teremos ocasião de retornar a isso, é uma consequência da
concentração\u201d.
Essa concentração capitalista veio provocar o surgimento de uma nova forma
jurídica. Ocorrem alterações qualitativas no sistema jurídico, surgindo daí novos
ramos, com princípios próprios.
Surgindo assim o Poder Econômico Privado em face ao Poder Econômico Público.
O início do século XX veio demarcar uma profunda alteração nos rumos do Direito. De
um lado a transformação sofrida pelo Direito originado do movimento iluminista; por
outro os efeitos da Primeira Guerra Mundial; e, por fim, o colapso sofrido pela
crença no automatismo dos processos do liberalismo, trouxe conjuntamente uma nova
postura do Estado e do Direito.
As profundas crises sociais geradas pela Revolução Industrial e a inadequação dos
velhos instrumentos adotados pelo Direito, forjados nas estruturas racionalistas do
pensamento iluminista, se mostravam insuficientes para enfrentar os problemas
surgidos em decorrência da materialidade da nova ordem econômica.
A Primeira Guerra Mundial destruiu a velha ordem, quer no plano político, quer no
econômico, quer no jurídico. A Europa, arrasada materialmente, veio sentir a
necessidade de uma nova reconstrução profunda e eficaz, com parâmetros diferentes
adotados até então.
As crises com que se deparou a crença na ordem natural do liberalismo levaram à
convicção de que o Estado deveria conduzir o fenômeno econômico e social com novos
instrumentos mais adaptados à nova realidade.
Os Estados Unidos, que tinha o liberalismo como protótipo das relações jurídico-
econômicas, foram levados a adotar medidas corretivas e incitativas para
implantação de novos modelos econômicos.
No Brasil, o surgimento da questão social levou à convicção da necessidade de
profundas mudanças de ordem constitucional. Vê-se, a partir daí, que o Estado tinha
de intervir na economia. O Estado não podia mais permitir que a crença na ordem
natural da economia dirigisse os fenômenos econômicos.
Na Alemanha, em decorrência do desmoronamento econômico após a Primeira Guerra
Mundial, surgem pensadores que se referem à nova postura do Direito. Justus Wilhelm
Hedemann mostra o surgimento do Direito da Economia.
As Constituições do México (1917) e de Weimar (1919) foram uma resposta no plano do
Direito positivo às novas exigências de um Direito novo, de um novo instrumento,
que fosse eficaz e eficiente nas mãos do Estado, para dirigir a nova realidade
econômica e social.
A Segunda Guerra Mundial foi um novo marco na evolução do Direito. Surgem
realidades que exigem a cada passo que o Estado se dedique a dirigir a nova
economia. Essa nova tarefa do Estado exige que tenha um instrumento jurídico
adequado. Assim é que, quer no bloco socialista, quer no ocidente, surge e se
impõem cada vez mais o conjunto de normas que tem por finalidade conduzir, regrar,
disciplinar o fenômeno econômico.
Se assim ocorre no plano da linguagem jurídica, no da metalinguagem surge uma
ciência que tem por conteúdo e por finalidade justamente estudar esse conjunto de
norma. É o surgir e o afirmar-se de um ramo do Direito.
No Brasil ocorriam problemas de ordem social e econômica
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• Resumo de DIREITO ECONÔMICO

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