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1. Preparação das fotos originais: etapa na qual são editadas as imagens (fotos, diagramas e
infográficos) que serão usadas no projeto impresso. É importante lembrar que, com a
tecnologia das câmaras fotográficas digitais, o volume de imagens captadas é extenso, e
dessa forma, é necessária uma edição cuidadosa e focada na real necessidade do projeto.
Isso otimiza o tempo, fazendo com que o setor de tratamento e retoque de imagem não seja
sobrecarregado e não use o tempo de máquina para trabalhos desnecessários,
comprometendo prazos estipulados.
2. Preparação dos textos originais: os textos originais geralmente são preparados anterior ou
simultaneamente à etapa de tratamento de imagem. Eles serão incorporados ao projeto
gráfico e posteriormente revisados. Nesse caso, o projeto gráfico e os templates já deverão
estar prontos, pois o designer já teve acesso ao escopo do projeto e textos em forma
de briefings que esclarecem o projeto gráfico conceitualmente e proporciona uma visão geral
e total de suas necessidades. Assim, a criação de um projeto gráfico editorial, por exemplo,
não necessita previamente das imagens em alta resolução tratadas e textos finais revisados.
3. Adequação ao Projeto Gráfico: a etapa na qual o designer utiliza os textos e imagens já
editados para o layout é chamada de implantação de projeto. Nela, geralmente, é necessário
fazer alguns ajustes no projeto gráfico, principalmente quando se trata de uma primeira
edição, como no caso de um editorial, para que ele se adeque ao conteúdo final que não
estava totalmente disponível ao designer na fase de criação do projeto gráfico. É claro que
um briefing deve conter informações mais precisas possíveis, com editorias bem
estruturadas para amparar a elaboração dos templates de um projeto. No entanto, deve-se
considerar que os textos e imagens finais, quando acolhidos no projeto gráfico, anteriormente
criado e aprovado, podem exigir soluções imprevistas, comuns de serem solucionadas sem
perder a identidade do projeto.
4. Diagramação: nesta etapa, o designer já tem os elementos gráficos e os textos finais e
editados que precisa para diagramar e construir um layout baseado em conhecimentos de
composição gráfica. Depois de editadas as imagens, essas são enviadas para o setor de pré-
impressão, no qual serão tratadas. Enquanto isso, o designer pode diagramar o material com
as imagens em baixa resolução, e, ao final do trabalho, substituir pelas imagens tratadas. A
diagramação compreende uma etapa em que o projeto gráfico já foi criado e, portanto, conta
com templates, que são esquemas de páginas pré-elaboradas, as quais devem servir de
base para o início da diagramação das diversas editorias ou seções do projeto editorial;
5. Revisão: etapa na qual o material é revisado tanto pela redação quanto pela arte. A redação
corrige possíveis erros gramaticais e de coesão textual e checa fontes, já a arte revisa as
imagens, a escala correta das cores para impressão - CMYK - a incorporação das fontes
tipográficas usadas, os alinhamentos, a paginação e muitas outras questões gráficas.
6. Fechamento de arquivo: é a preparação de todo o material gráfico para a etapa de
impressão. No software da Adobe, o Indesign, há uma opção no menu “arquivo”, chamada
“Pacote”, na qual todos os elementos anexos no arquivo de impressão são coletados.
Lembrando que o Indesign, assim como outros softwares de editoração anteriormente
usados e hoje ultrapassados, como o PageMaker e o QuarkxPress, são programas que não
incorporam as imagens que vêm de fora, ou seja, que não foram produzidas neles próprios.
Esses programas oferecem apenas uma pré-visualização das imagens e fotos usadas no
layout. Dessa forma, na etapa de fechamento de arquivo, todos os componentes gráficos -
sejam fotos, vetores ou diagramas e infográficos importados para o arquivo de editoração -
devem ser devidamente coletados e revisados em sua extensão, escala de cor e resoluções
adequadas, para que seja gerado um arquivo PDF fechado para a impressão. Lembrando
que esse arquivo final não pode ser editado, garantindo, dessa forma, uma segurança com
relação à fidelidade de impressão.
Fundamentos do Grid
Um projeto gráfico editorial impresso conta com aplicações extensas de texto e imagem. Por isso, o
designer deve considerar várias questões em seu planejamento e criação. Ao contrário dos itens de
formato único, como cartazes ou anúncios, uma revista impressa, por exemplo, exige:
Outros projetos gráficos impressos, como cartazes, folders, anúncios, folhetos em geral, muitas
vezes, não são peças únicas, mas partes de uma campanha publicitária, de produtos ou serviços, na
qual se cria várias peças com formatos diferentes, porém, pertencentes a um mesmo projeto gráfico.
Assim, tanto no projeto editorial como em outros citados, é necessário criar um projeto gráfico com
uma identidade visual que garanta a unidade de uma campanha que estará presente em diversas
mídias - de uma revista ou de um livro - que apesar de contar com várias editorias com
personalidades próprias, seguem um projeto gráfico e uma identidade visual que as reúnem em uma
única revista.
Para se criar um projeto gráfico impresso, seja ele editorial, publicitário ou promocional, é preciso
criar uma identidade visual que lhe garanta uma unidade. E como conseguir essa unidade? A
resposta está na escolha dos elementos gráficos e na relação que eles estabelecem entre si. Eleger
a família tipográfica, criar a paleta de cores, definir formatos e construir grids e templates fazem
parte dessas escolhas que irão formar a personalidade e unidade do projeto.
O grid consiste em um diagrama esquemático que possibilita dispor os elementos e estruturar suas
relações. A disposição relacional entre os elementos visuais da página deve ser pensada para que as
várias partes se transformem em apenas uma.
o grid serve como base na diagramação. Com ele definido em um projeto gráfico, muitas
questões já foram pensadas e resolvidas, cabendo ao diagramador seguir uma estrutura já
formatada, possibilitando que o material seja produzido de forma mais rápida, dinâmica e
conjunta.
Colunas
São estruturas verticais que criam divisões horizontais. A largura e quantidade de colunas são
variadas e dependerão do projeto e do conteúdo.
Módulos
São unidades individuais dispostas em intervalos regulares e formadas pela sobreposição das guias
horizontais e das colunas.
Guias horizontais
São alinhamentos que dividem a página em blocos horizontais. Elas orientam o olhar e criam pontos
para repousar imagens ou pausar os elementos.
Zonas especiais
São conjuntos de módulos individuais que, juntos, formam blocos maiores, marcando campos
distintos no espaço.
Marcadores
Indicadores de localização de textos secundários e constantes, como paginação, cabeçalhos, nome
de seções e fólios.
A tipografia é um dos elementos mais importantes de um projeto impresso editorial, pois é por meio
dela que as ideias escritas (conteúdo textual) são transmitidas ao leitor. Seu uso tem papel primordial
na construção da identidade visual de um projeto.
Os tipos aumentam o impacto da mensagem, expressa melhor o significado do texto, dá ênfase para
o que se deseja, estabelece uma hierarquia na leitura da matéria, direcionando o olhar do leitor de
forma a facilitar a compreensão linear do texto. Dessa forma, também torna a mensagem mais clara,
dinâmica e interessante de ler. Cada tipo tem sua própria característica e manuseio apropriado.
Construindo um Template
Agora que já conhecemos as partes que formam um grid e suas funções, vamos construir
um grid simples de três colunas. No Indesign, primeiramente, devemos abrir um arquivo. Vá no menu
Arquivo (File) > Novo (New) > Documento (Document).
Elementos Tipográficos
Na prática, usa-se “tipo” ou “fonte” com o mesmo sentido, ou seja, determinando estilos de letras e
demais sinais gráficos, como a Times, Garamond e Arial.
Cada elemento tipográfico cumpre um papel diferente dentro do layout, por isso, a forma como a
tipografia deve ser tratada em cada situação é de extrema importância para que ela corresponda aos
seus objetivos individuais.
Para uma boa legibilidade, a tipografia escolhida para um texto longo e corrido, geralmente, possui
serifa que consiste em pequenos prolongamentos no final das hastes dos tipos, detalhe que tem
como função ligar as letras e as palavras em uma continuidade de leitura, o que torna o texto mais
legível e confortável de se ler.
Já as fontes sem serifa possuem, como característica principal, a visibilidade e são, comumente,
usadas para títulos e textos pequenos.
Como regra geral, podemos dizer que as fontes serifadas são feitas para ler e as fontes sem serifas
são feitas para ver.
No entanto, em tipografia, as regras não devem ser rígidas, pois a escolha da família tipográfica,
assim como suas configurações de corpo, versões e entrelinha, dependerá muito do desenho de
cada fonte.
Ainda com relação à legibilidade, outros fatores devem ser considerados:
A altura da minúscula (x) e da maiúscula (corpo): quanto maior a diferença entre as duas alturas,
maior os buracos, ou seja, áreas brancas entre as linhas, o que dificulta a leitura.
O contraste entre os traços: tipos com grande contraste não são uma boa opção para grandes
blocos de texto corrido, pois as linhas finas quase desaparecem e as grossas são salientadas
demais.
scolher fontes preferencialmente serifadas para dar maior legibilidade e, sempre que possível, usar
subtítulos ou janelas para quebrar o texto corrido e proporcionar um descanso visual ao
leitor.Feedback: alternativa correta, pois há várias formas de dar um tratamento tipográfico para
textos longos que possibilite uma leitura confortável. Uma delas é usar uma fonte serifada para dar
continuidade e formar uma mancha homogênea do texto.
O projeto de um grid conta com duas fases de desenvolvimento: a primeira consiste na análise das
características das informações, isto é, a natureza e quantidade aproximada das imagens, o arranjo
das seções e dos textos etc. A segunda é a implantação do conteúdo de acordo com as diretrizes
estabelecidas no grid.
de grids são:
Grid retangular
O Grid retangular é a estrutura mais simples e consiste em uma área retangular que ocupa grande
parte da página para acomodar textos longos, como livros literários. Nesse tipo de grid, as
proporções entre margens e a área do conteúdo são grandes aliadas para manter a atenção do leitor
e evitar cansaço visual.
A preocupação com detalhes, como os rodapés e fólios , pequenos ajustes no peso, escala e
alinhamento, podem representar uma grande diferença na hierarquia geral da página.
Portanto, apesar de ser uma estrutura muito simples, esse grid permite uma variedade de
composições visuais, em que a criatividade do designer vai contar muito.
Grid de colunas
O grid de colunas é mais flexível do que o grid retangular e pode ser usado para separar e organizar
diversos tipos de informação. Por exemplo: em um mesmo projeto, o designer pode reservar algumas
colunas só para texto corrido e grandes imagens, reservando apenas uma coluna para a legenda.
Essa é uma estratégia de separação de diferentes tipos de informação (texto corrido, imagens e
legendas), mas que criam uma relação diretas entre os três componentes.
O grid de colunas também pode conter outros espaços, criados por linhas horizontais, que são
estruturas subordinadas à estrutura vertical das colunas e que proporcionam quebras de texto e
espaço para blocos horizontais.
Um projeto editorial impresso contém tipos de informação diferentes entre si. Dessa forma, uma
opção é criar vários grids com número de colunas variado que atenda e acomode as diferentes
informações, porém, nunca se esquecendo que, apesar de abraçar conteúdos de natureza diversa,
fazem parte do mesmo projeto. Dessa forma, devem possuir uma estrutura geral que identifique
todos eles.
Grid modular
O grid modular é um grid de colunas com muitas guias horizontais que subdividem as colunas em
faixas horizontais criando os módulos, que unidos formam as zonas especiais que podem receber
funções específicas.
Indicado para layouts de projetos mais complexos, o grid modular também serve para layouts que
exigem diagramas, formulários, sistemas de navegação e outras informações tabulares.
Grids Simétricos e Assimétricos
O processo de composição, é um passo fundamental na solução dos problemas visuais, pois os
resultados das decisões compositivas irão determinar o significado da informação visual. A
composição gráfica busca o equilíbrio entre os elementos. É ele que impõe a estabilidade pela
anulação mútua de forças opostas.
As decisões compositivas serão influenciadas diretamente pelo grid estabelecido para o layout, ainda
que este não deva prevalecer sobre o conteúdo, pois “sua tarefa é proporcionar uma unidade geral
sem acabar com a dinamicidade da composição. A variedade de soluções de um grid é muito grande
e o designer deve testar sempre várias possibilidades de exploração” (SAMARA, 2007, p. 24).
Um mesmo grid pode direcionar uma variedade de soluções compositivas, que podem ser simétricas
e assimétricas. Isso nos faz ver o quanto o grid não funciona como uma “camisa de força”, mas sim
como um esquema que propõe uma unidade geral, porém com possibilidades infinitas de
composição.
A diagramação simétrica normalmente é usada quando se quer passar uma ideia de estabilidade,
espírito conservador, apego às tradições etc.
Variações do Grid
Os tipos de grids são, basicamente, o retangular, de colunas e o modular. No entanto, pode-se ter
variações e interferências de um grid em outro. Isso se dá porque uma publicação deve criar uma
narrativa visual dinâmica para manter o interesse do leitor. Seguir a regularidade de um grid ao longo
das páginas pode ser cansativo.
Ao criar uma lógica rítmica ou sequencial entre as páginas duplas pensando na sua relação com o
grid, cada uma delas pode ter uma apresentação visual própria, mas continua a operar como parte
do conjunto. As partes têm uma unidade conferida pelo grid atuando sob elas (SAMARA, 2007, p.
30).
A fim de não tornar um projeto editorial monótono, o designer deve contar com vários grids, cada
qual com propriedades particulares para acolher conteúdos diferentes dentro do mesmo projeto.
Além disso, os grids devem ser livres para sofrerem variações e violações, se assim necessário, para
acomodar o conteúdo da melhor forma.
O projeto executivo, é onde se define o estilo e a linguagem da publicação até a sua materialização,
respeitando os conceitos planejados e definidos para a publicação. O processo ocorre por meio de
várias etapas, conforme exposto a seguir.
Nomear
Definir o nome da publicação é de extrema importância, pois, a partir dele, é construído o logotipo,
que irá guiar todo o projeto. Uma metodologia indicada para achar a palavrinha mágica é o
brainstorming, que pode ser traduzido como “tempestade cerebral” ou “tempestade de ideias”. É
onde se reúnem várias ideias de pessoas sem nenhum tipo de censura ou restrições. A princípio,
nenhuma ideia é descartada e, ao final do debate, a equipe busca uma solução. O nome escolhido
deve passar por uma análise com o intuito de identificar se já existe dentro do mesmo segmento ou
negócio. A seguir, o nome deve ser registrado junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade
Industrial).
Desenhar o Título
O título é uma espécie de logotipo que dá nome à revista, sendo a partir dele que todo a identidade
visual é projetada. Após a sua definição, é importante testar vários tipos de aplicações, pois a cada
edição, uma nova imagem é escolhida para capa, e irá se relacionar graficamente com o logotipo.
Por isso, deve-se testar a aplicação em preto e branco, cores, vazados etc.
Definir de Conteúdo
É a etapa onde se define a linha editorial e onde o conteúdo é organizado em editorias, seções e
vinhetas.
Espelhar
Uma revista, assim como qualquer projeto editorial, acontece numa sequência de páginas que
podem ou não apresentar surpresas visuais. A sucessão das páginas cria um ritmo visual. Dessa
forma, é fundamental organizar a sequência das páginas para distribuir o total do conteúdo em
unidades delimitadas, sempre com a preocupação de evitar, por exemplo, a repetição sequencial de
cores ou diagramações. Também é importante equilibrar a relação entre editorial e publicidade
Especificar Linguagens
Definir estilos e linguagens gráficas - fotografia, tipografia, ilustração - ajudam a definir a identidade
visual do projeto e sua personalidade. É indicado que o designer crie vários templates, os quais
serão usados em todas as edições com o objetivo de nunca se desviar do projeto e, assim, manter a
sua unidade.
Para orçar um projeto editorial é necessário estipular prazos, profissionais e equipes que serão
envolvidas nas etapas de produção, assim como analisar o seu conteúdo. Para citar um exemplo,
vamos falar do conteúdo fotográfico: é fundamental avaliar se será necessário fazer produção
fotográfica, contratar estúdio, fotógrafo, ou se as fotos deverão ser compradas em bancos de
imagem. Se as imagens forem fornecidas, é preciso saber se elas serão entregues já tratadas ou
não, já que esse trabalho deverá ser computado no orçamento.
Para orçar o trabalho de impressão em uma gráfica, é necessário definir alguns itens, sem os quais
os valores podem não ser exatos. Em revistas, livros e outros editoriais, geralmente as capas são
impressas em papéis diferentes, além de poderem receber algum tipo de acabamento, como
vernizes e orelhas, no caso dos livros. Essas demandas interferem no orçamento, e devem ser
discriminados detalhadamente.
Os itens essenciais para se pedir um orçamento são: formatos (aberto e fechado), quantidade de
páginas, quantidade de impressos, tipo de papel, tipo de encadernação e lombada, acabamentos
(laminação, reservas de verniz, hot stamping, relevos), quantidade e escala de cores (quadricromia e
cores especiais).
Para uma leitura confortável, o ideal é que o leitor não tenha que mover a cabeça da esquerda para a
direita e da direita para a esquerda, e, sim, que ele apenas mova ligeiramente os olhos. Há algumas
regras para a quantidade de caracteres na linha de uma coluna: considerando que os olhos veem,
em média, de três a quatro palavras de uma só vez, uma linha de texto, quando colocado em mais de
uma coluna, deve conter entre 39 e 52 toques. É claro que regras podem ser quebradas, desde que
anteriormente conhecidas pelo designer. O ideal é que toda e qualquer atitude gráfica tenha uma
fundamentação. Dessa forma, tudo, ou quase tudo, pode.
Colunas muito estreitas dificultam a leitura, pois se tem a sensação de que elas estão tremendo,
além de hifenizarem muito as palavras e, quando o texto não é hifenizado, palavras muito longas não
cabem na largura da coluna. No entanto, textos curtos, como as legendas, citações, janelas e aspas,
se configuram bem em colunas estreitas.
Hifenizar. Utilizar um traço horizontal chamado hífen para indicar a separação de um composto, de
sílabas em final de linha e, ainda, usar em ligações enclíticas e mesoclíticas; ato de separar ou ligar
por meio do hífen. Guarda-roupa é uma palavra que se precisa hifenizar.
Colunas muito largas também prejudicam a legibilidade e o conforto na leitura, pois ao chegar no final
da linha, o leitor tem dificuldade para localizar o início da próxima linha na margem esquerda. Dessa
forma, ele pode pular alguma linha ou repetir a mesma. Quanto maior a largura da coluna, maior
deverá ser o corpo, e vice-versa.
Manchas Gráficas
A mancha gráfica é a área de maior impressão na página, contendo imagens e textos. A densidade
visual será relacionada aos tipos empregados na diagramação, sendo assim, tipos com espaçamento
arejado ou expandido, entrelinhas grandes, tipos com ascendentes e descendentes, grandes
formarão uma mancha gráfica mais leve. Já textos em versão bold ou com pouco contraste, entre
letra apertada ou fontes condensadas formam manchas pesadas.
Leves ou pesadas, as manchas são pensadas de acordo com a sensação que o designer quer
passar. O importante não é sua densidade, mas a sua homogeneidade de composição de textos e
imagens. A mancha gráfica de uma publicação contendo somente texto deve ser bem estruturada e
passar a sensação de unidade, ou seja, deve ser vista como um único bloco. Para que se consiga
esse efeito, é fundamental saber pesar a relação entre o corpo e a entrelinha.
Em projetos gráficos editoriais, por conter textos longos, é fundamental que a configuração da
tipografia seja estudada detalhadamente. A ideia é que o texto seja legível e que a leitura seja uma
experiência agradável.
Em textos ou frases curtas de maior visibilidade, a tipografia pode ser tratada manualmente, letra a
letra. Em textos longos, é impossível dar o mesmo tratamento. Por isso, a configuração automática
deve ser aquela que atenda a melhor solução para o conjunto do texto longo e corrido.
Para se chegar em resultados satisfatórios, é importante que você esgote as possibilidades do uso
das fontes tipográficas, mas com o cuidado de não fazer de sua publicação uma sopa de letrinhas. É
na experimentação que você perceberá o resultado de suas escolhas. No entanto, se você está
criando o projeto de uma revista impressa, é importante fazer as experimentações no computador e
depois imprimir em escala natural, ou seja, na mesma medida do impresso final. Dessa forma, é
possível visualizar a real dimensão da tipografia e a sua legibilidade.
Espacejamento
Os espaços configurados entre as linhas e entre as letras, são importantes na formação da mancha
de texto e agem diretamente na legibilidade e conforto da leitura.
Para o espacejamento entre as linhas, há uma regra geral de que a entrelinha deve ter 20% do valor
do corpo do texto. Por exemplo: um texto de corpo 9 pede uma entrelinha de 11 pontos. Esses
valores podem sofrer pequenas variações e ajustes dependendo da tipografia usada.
Alinhamento
Os tipos básicos de alinhamento são: esquerda, direita, centralizado e justificado. O alinhamento à
esquerda, deixa a página descontraída, pois o texto forma a “franja”, espaço em branco irregular do
lado direito. Além disso, o alinhamento à esquerda não forma espaços em branco no texto,
chamados de “caminho de rato”.
O alinhamento à direita é uma boa estratégia para dar variedade à diagramação, mas não é eficaz
em textos longos, pois a franja formada à esquerda dificulta a localização do início da linha. É usado
para textos curtos, como legendas e pequenos blocos de texto.
O alinhamento centralizado também não é indicado para textos longos, pois forma franja à esquerda
e à direita da coluna, e não encaminha o olhar para o início da linha. Adequa-se bem em textos
curtos, como títulos e janelas, assim como quando é inserido em formas circulares.
O alinhamento justificado é indicado para textos longos, deixando o layout com uma sensação de
ordem e equilíbrio. Porém, deve-se tomar cuidado com os “caminhos de rato” que se formam entre o
texto, o que pode comprometer a legibilidade, além de comprometer a estética e a mancha textual.
Uma alternativa para resolver esse problema é hifenizar o texto. No entanto, deve-se tomar cuidado
com a quantidade de palavras dentro de uma linha e com a largura da coluna, pois quanto menos
palavras, mais hifenização e menor a legibilidade.
Escolher fontes preferencialmente serifadas para dar maior legibilidade e, sempre que possível, usar
subtítulos ou janelas para quebrar o texto corrido e proporcionar um descanso visual ao
leitor.Feedback: alternativa correta, pois o texto serifado proporciona maior legibilidade, já que as
serifas unem as letras, as palavras e as linhas. Os subtítulos e as janelas ou aspas, são elementos
tipográficos usados para arejar a diagramação, aumentando o conforto visual.
Chegamos ao final da unidade 2, conhecendo, na teoria e na prática, vários modelos de grid, suas
funções e formas de construí-lo, usando o software Indesign da Adobe Systems. Também
mostramos como a legibilidade do texto de uma revista é importante, apresentando algumas regras
básicas de configuração, como entrelinha, corpo, contraste e hierarquia de informação. Entender
como se comporta o olhar de um leitor ao ler um texto de uma revista, é fundamental para que o
designer crie alternativas visuais e proporcione uma experiência rica e agradável. Entender quem é o
seu público-alvo e como ele se comporta, irá mostrar caminhos para que o designer construa uma
narrativa que converse com ele.
Processo Criativo
O processo criativo é dado, basicamente, por meio de quatro etapas: descoberta, definição,
concepção e, finalmente, a etapa de desenvolvimento. A descoberta é o momento em que se reúnem
as informações, que pode ser feito por meio de um briefing, espécie de questionário em que se
levantam informações sobre o cliente, a publicação, a editora, o público-alvo, assim como as
necessidades e objetivos do projeto.
A etapa de definição é o momento em que as informações coletadas na fase anterior são analisadas,
em que a concorrência é estudada e o momento de elaborar pesquisas. Com as informações
colhidas, segue-se para a etapa de concepção, na qual inicia-se o processo de criação. Nesta etapa,
a ferramenta utilizada é o cérebro, os rafes (rascunhos), a reunião das mais diversas ideias e o
momento em que se traçam as alternativas e experimentações visuais.
Assim, não basta saber editorar e diagramar, mas é preciso, também, entender como os elementos
presentes em sua página devem ser tratados, principalmente no fechamento de arquivo para
impressão.
Na editoração de uma revista, o designer leva, para o seu arquivo indd (extensão criada pelo
Indesign), todos os elementos que formarão a diagramação da página: fotografias, desenhos e
textos. Acontece que o programa de editoração só incorpora, ao seu arquivo, os elementos de texto,
bem como os grafismos criados e originados nele próprio.
Apesar do Indesign ser um software vetorial, ou seja, possuir ferramentas para desenhos, que podem
ser construídos nele próprio, para outros desenhos e vetores mais sofisticados, é indicado que o
designer utilize um software mais específico, como o Illustrator ou Corel Draw e, nesse caso, importe
para o Indesign o desenho feito em outro programa e com outra extensão. Dessa forma, o desenho
importado será pré-visualizado na página de editoração do Indesign como um link, que só será
reconhecido no PDF - arquivo gerado para impressão - se o arquivo original, ou seja, o arquivo feito
no Illustrator (.ai) ou Corel Draw (.cdr) for coletado em pasta especificada e devidamente linkado.
O mesmo ocorre com as fotografias, que devem ser tratadas devidamente em suas cores, contraste,
luminosidade, resolução e, quando necessário, retocadas e manipuladas em software específico de
tratamento para imagens bitmap, ou seja, imagens construídas por pixels, como as fotografias.
Portanto, na editoração eletrônica, o designer deve conhecer os três softwares básicos: de desenho
vetorial, de tratamento de imagem e de editoração gráfica. É importante destacar que os três
programas mais utilizados (photoshop, Illustrator e Indesign) são da Adobe Systems e dialogam
perfeitamente em um pacote CC (Creative Cloud), que cria uma interação perfeita entre os softwares,
disponibilizando uma linguagem única de comandos.
Impressões feitas a quatro cores, ciano, magenta, amarelo e preto, também chamadas de cores
primárias subtrativas, por produzirem o preto, quando combinadas.Feedback: alternativa correta,
pois as cores escala são CMYK, também chamadas de cores subtrativas, pois, ao serem combinadas,
formam o preto. Diferente das cores luz - RGB - que, quando misturadas, formam o branco e, por isso,
são, também, chamadas de cores aditivas.
Além da grade para linhas de texto, você também pode usar a grade de documentos, que são
constituídas por quadrados e, assim, são capazes de alinhar não somente os textos, mas também
objetos, criando referências horizontais e verticais no espaço da página.
Grades
Como vimos, há dois tipos de grades. Estas não são imprimíveis e, sim, apenas visualizadas no
momento da editoração eletrônica como guias para orientar e organizar os elementos da página.
Podemos ter a grade da linha de base para alinhar colunas de texto e a grade do documento para
alinhar objetos. É possível personalizar os dois tipos de grades.
Proximidade
Portanto, para uma boa diagramação, é recomendado agrupar os elementos por tipo de informação.
Para citar um exemplo bem simples, imaginem uma determinada imagem ilustrativa de uma matéria.
Pois bem, ela possui legenda e créditos. Temos, portanto, três elementos: imagem, legenda e
créditos. É importante que esses três componentes estejam unidos, que formem um bloco único,
para que sejam vistos juntos e facilitem a identificação e o entendimento da informação.
Ao mesmo tempo, elementos diferentes, que devem ser vistos separados de outros conteúdos, para,
inclusive, estabelecer uma hierarquia de visibilidade e leitura, precisam de um espaço entre eles. Por
isso, os espaços em branco são fundamentais, pois, além de separar os blocos de informações,
também dão um respiro ao layout. Estes devem ser encarados como um elemento integrante do grid,
assim como os textos e imagens.
Elementos próximos tendem a ser vistos juntos e, assim, formar uma unidade, um todo. Coisas que
são próximas entre si são percebidos como mais relacionadas do que coisas que estão
distantes.Feedback: alternativa correta, pois os elementos próximos tendem a ser vistos juntos, por
isso, é fundamental que a proximidade seja estabelecida entre elementos que tenham relação entre si.
Muitas vezes, o designer trabalha em mais de um projeto gráfico ao mesmo tempo, cada um com
concepções totalmente diferentes, já que são projetados para clientes, campanhas, editoras,
produtos e público-alvo diversos.
No tópico anterior, você conheceu as etapas do processo criativo e a de projetação, mas você já
parou para pensar de onde o designer tira tantas ideias?
Para criar, é fundamental que você pesquise, leia, veja filmes e seja atento ao mundo ao seu redor.
O designer sempre cria algo com referências, sejam estas conscientes ou não. Quanto mais
referências você tiver, mais combustível terá para criar.
Assim, é importante que o designer crie repertórios que sejam constantemente revisitados,
atualizados e enriquecidos.
Repertório Tipográfico
Até meados dos anos 80, as opções de tipografia ficavam restritas aos cadernos chamados Letra
Set, espécie de catálogo impresso de fontes. No final daquela década e início da década de 90, com
o advento da computação gráfica, as possibilidades e variedades de fontes aumentaram
enormemente. Atualmente, o designer conta com uma infinidade de famílias tipográficas ao alcance
de um clique.
Uma dica para que você adquira um bom repertório tipográfico consiste em estar sempre atento às
novidades e aos lançamentos de tipos, criar pastas com tipografias organizadas e, até mesmo,
prestar atenção no caminho que você percorre na cidade: certamente, você vai perceber que está
cercado de fontes por todos os lados.
No entanto, de nada adianta você colecionar uma enorme variedade de fontes, sem, antes, entender
as particularidades do desenho de cada uma delas. Neste caso, classificar as fontes é uma boa
metodologia para compreender as funções, objetivos e fundamentos da tipografia.
A classificação tipográfica mais simples é aquela que separa as fontes em tipos com serifa e sem
serifa. Esta separação ajuda em algumas escolhas, pois as fontes sem serifas têm maior visibilidade
e as fontes com serifas têm mais legibilidade.
Modernas: projetadas no final do século XVIII e início do século XIX, são fontes elegantes e menos
orgânicas, com serifas mais retas e finas, contraste maior entre os traços e eixo vertical e
racionalista. São exemplos a Bodoni e Didot;
As fontes sem serifas, sans-serif, do francês, só apareceram no final do século XIX. São fontes que
não possuem prolongamentos e pequenos traços em suas extremidades.
Abordagens Tipográficas
Com a industrialização, muitos trabalhadores migraram do campo para as cidades e começaram a
consumir cada vez mais produtos industrializados. O alto consumo de massas deu origem a uma
explosão de propagandas usando a tipografia, que eram distorcidas - expandidas, contraídas,
sombreadas e floreadas. O uso de ornamentos usados na tipografia foram marcas da época
vitoriana.
Buscando destaque no meio urbano da cidade, durante a revolução industrial, os cartazes exigiam
fontes grandes, gritantes e explosivas. Surgiram, assim, as primeiras “fat face” (letras gordas),
criadas por Robert Thorne, influenciado por outros fundidores que projetavam e fundiam letras mais
grossas, como as egípcias, marca das propagandas durante a revolução industrial.
De lá para cá, a tipografia sempre esteve presente no design gráfico, muitas vezes, abrindo mão do
uso de ilustrações ou imagens fotográficas e reinando como o único elemento na composição de
várias peças gráficas.
Com a criação da escola Bauhaus, por Walter Gropius, em 1919, o design, a arquitetura e a
tipografia começaram a ser pensados de forma mais funcional e prática, em que os ornamentos
foram dando lugar a traços mais retos e concisos, originando, mais tarde, o movimento moderno.
Assim como o texto e a imagem, a cor também configura conteúdo e deve ser analisada durante o
processo de design de uma publicação.
A seleção de uma cor para palavras específicas em uma composição pode acrescentar sentido,
criando associações com a mensagem visual. Assim, o uso de determinada cor em um título ou
imagem pode diferenciar a leitura e a percepção do conjunto.
As formas podem ser percebidas de maneiras diferentes, conforme o uso das cores. O pintor
Kandinsky discutia a relação das formas e cores, relacionando cores mais quentes a formas mais
agudas e formas suaves e cores mais frias. Neste raciocínio, é possível utilizar formas pontiagudas,
com cores mais suaves, tornando sua visualização mais amena que se usarmos uma cor forte e viva;
e vice-versa .
A codificação por cores deve ser simples e fácil de identificar. Uma quantidade excessiva de cores
escolhidas aleatoriamente pode deixar as informações visuais do impresso confusas. Para uma
diferenciação de temas ou sessões, dentro de um projeto gráfico, pode-se usar cores análogas, para
assuntos próximos, e cores contrastantes, para definir assuntos distintos. Ademais, pode-se usar de
tonalidades de uma mesma cor (matiz) para orientar uma hierarquia visual dentro de um assunto
específico.
Para facilitar as escolhas de cores, podemos utilizar as regras básicas dentro de um círculo
cromático, como é demonstrado na figura abaixo.
Todo projeto gráfico impresso pede uma solução que resolva questões visuais e organizativas. O grid
Textos, imagens, infográficos e até mesmo os espaços em branco devem se distribuir sobre o grid,
que pode variar dependendo do projeto impresso (editorial, embalagem, material promocional etc).
No projeto editorial de uma revista, muitas vezes a arte tem de adaptar o layout ao conteúdo, ou seja,
rever a escala das fotos e a diagramação para encaixar o texto por completo. Em outras situações, é
possível que a redação altere o número de toques do texto, para mais ou para menos, no intuito que
Seja como for, o diagramador sempre terá restrições e imposições dadas pelo conteúdo, seja pela
quantidade de texto vindo da redação, seja por limitações ao uso de determinadas imagens, ou por
muitas vezes é possível alterar partes do conteúdo, no texto ou nas imagens. Em algumas revistas
Os grids de determinadas seções permanentes, ou seja, aqueles que são publicados em todas as
edições da revista, também são, geralmente, preestabelecidos. Porém, é sempre bom lembrar que
ele não deve funcionar como uma “camisa-de-força”. O designer pode fazer pequenas adaptações
Já as matérias principais, especialmente as reportagens de capa, são sempre mais livres para criar,
pois são a embalagem da revista, muitas vezes o motivo pelo qual ela é comprada nas bancas. Ainda
que possam respeitar margens, tipografias, grids, cabeçalhos e rodapés, muitas vezes esses
reconhecida a cada edição, por isso a importância de se respeitar o projeto gráfico. Porém, cada
A cada edição, a revista deve ser ela mesma, porém, única. A novidade é a razão pela qual o leitor
maioria das vezes, terá de ser respeitado em sua integridade, principalmente o texto. Ainda que o
diagramador não possa mudar o texto do redator e tenha, muitas vezes, de encaixá-lo na íntegra em
determinado espaço ou número de páginas estabelecido pelo espelho da revista, cada designer vai
Não adianta fazer apenas um design visualmente bonito sem que seja bem resolvido. Somente a
estética não conserva seu público. Deve-se considerar a personalidade, a linha editorial e o conceito
da revista como produto. É a partir e em torno desse conceito que todo o projeto gráfico irá se
desenvolver.
Definido o conceito, o designer cria o projeto gráfico definindo sua linguagem visual: grids, estilos
tipográficos, paleta de cores etc., e na diagramação junta todos esses elementos, criando uma
publicação única e definindo um produto.
Juntando Tudo
Agora que você aprendeu um pouco sobre grids, tipografia e cores, que tal juntar tudo e começar a
layoutar? Embora tenhamos falado sobre princípios e regras, não há receita para um bom layout. O
fundamental é que você consiga criar composições variadas respeitando as diretrizes do seu projeto
gráfico.
As soluções que você encontrar devem considerar todos os elementos, construindo uma boa inter-
relação entre eles de forma clara e unificada, ou seja, as partes devem formar um todo. A
organização e a disposição do conteúdo devem estar de acordo com o formato e com os requisitos
das informações. A junção entre tipografia e imagem deve se relacionar visualmente, sendo que o
significado precisa ser construído por meio da relação de dependência entre elas.
Veja a seguir 10 regrinhas básicas para você arrasar no seu projeto editorial:
Formule Conceitos
Não adianta fazer apenas um design visualmente bonito e bem resolvido. Antes disso e antes de
tudo, vem a mensagem, que deve ser clara, bem definida, com personalidade e que dialogue com o
conceito da publicação.
Um mesmo segmento tem várias revistas, e a direção conceitual de cada uma dependerá da maneira
como a publicação entende esse segmento. Uma revista que trata de temas para viver bem seguirá
um conceito que represente o que essa revista entende por “viver bem”. O que é viver bem? Se
tomarmos por exemplo uma publicação que entenda que viver bem é viver com simplicidade, terá
pautas que abordam como viver dessa forma. Não só os textos são direcionados para esses temas
simples, mas o projeto gráfico precisa dialogar com a linha editorial da revista, ou seja, com o
conceito estabelecido para esse produto específico. Nesse caso, tem-se o conceito de “simplicidade”.
Portanto, o projeto deveria contemplar diagramações e grids simples, espaços em branco, tipografia
sem adornos, cores sem muito contraste etc. Já uma revista dos segmentos de esportes é
recomendável que tenha um projeto gráfico mais dinâmico, com diagramações em movimento, para
conversar com o assunto. Ainda assim, o conceito dependerá do público-alvo e de outras
especificações de mercado.
Criar unidade visual significa estabelecer relações de semelhança e, dessa forma, diminuir a
quantidade de elementos em uma página. Quanto menos elementos os nossos olhos captam, mais
instantânea a nossa percepção e compreensão.
Porém, a escolha de duas famílias distintas também é bastante comum, pois cumprem funções
diferentes. Por exemplo: você pode escolher uma fonte serifada para dar maior legibilidade e conforto
na leitura de textos longos e corridos; e para títulos e textos pequenos em evidência, escolher outra
família tipográfica sem serifa que constraste com o tipo escolhido do texto longo, e que proporcione
maior visibilidade e impacto. Dessa forma, você resolveria o projeto gráfico com dois estilos
tipográficos diferentes e contrastantes, contribuindo para diferenciar conteúdos e criando uma
hierarquia textual.
Seja qual for a sua escolha, considere sempre que muitas famílias de tipos em um único projeto
distraem e prejudicam a unidade da composição.
A variação visual da revista também é chamada de cadência, a qual basicamente possui duas
estratégias: aquela com enfoque na variação estrutural e outra que adapta a apresentação do
conteúdo. A cadência estabelece um rítmo para a publicação.
A variação estrutural tem como objetivo diferenciar as seções e aberturas de páginas duplas de
matérias, usando, por exemplo, grids diferentes para conferir um caráter particular a cada uma delas.
Assim, uma mesma matéria proporciona mudanças de escala e de posição, em que a abertura gera
uma qualidade veloz, de edição rápida, emocional, enquanto a sua continuidade, ao virar a dupla de
abertura, possui uma sensação mais lenta e prolongada.
Mudar a apresentação do conteúdo para se obter variedade de composição também inclui explorar
as qualidades visuais do conteúdo.
Variação Estrutural
A estrutura geral de um grid oferece identidade e regularidade, mas também pode levar à repetição.
Por isso, o designer deve estar preparado para não se prender à uniformidade do grid e sempre
tentar articular diferentes formas de composição.
Apresentação do Conteúdo
Além da estrutura variável, o designer também pode explorar as qualidades gráficas e visuais dos
elementos do conteúdo para criar mudanças de cadência e estabelecer ritmo: a alteração do
esquema das cores das seções, a modificação da linguagem visual das imagens, a tipografia
diferenciada, a variação sequência do claro para o escuro, da diagramação mais simples para a mais
complexa, da sangria e recorte de imagens etc. A relação entre a quantidade de texto e a quantidade
e escala das imagens é uma estratégia para dar um ritmo distinto entre as páginas.
Por conter grande volume de informação, uma revista precisa seguir um projeto gráfico bem
estruturado e definido, com vários grids, estilos tipográficos e paleta de cores para atender diferentes
conteúdos. Apesar do projeto gráfico definido e das estruturas gerais de organização projetadas, a
revista precisa de ritmo visual. Assinale a alternativa que define esse conceito.
O designer deve explorar as características gráficas do conteúdo, alterando entre as páginas a escala
das imagens, cores, claro e escuro, para produzir uma variedade de composição que dará ritmo visual
às páginas.Feedback: alternativa correta, A sequência das páginas deve contar com variedades
compositivas, apesar de atender a uma estrutura geral dos grids, para buscar o interesse do leitor ao
criar ritmo na paginação.
CAPA
O exterior de uma publicação, assim como em qualquer outro produto, deve chamar a atenção para
causar interesse no leitor a respeito de seu conteúdo interno. A capa é a ponte entre o mundo
exterior e o conteúdo interior e “secreto” da publicação. Nela, deve estar explícita a linha editorial
daquele veículo e qual é o assunto principal daquela edição.
A capa deve ser pautada, com igual importância, pela foto adequada, pela importância daquela
notícia e de acordo com o projeto editorial e gráfico do veículo.
Uma revista tem cinco segundos para atrair a atenção do leitor na banca. Nessa fração de tempo, a
capa tem de transmitir a identidade e o conteúdo da publicação, deter o leitor, levá-lo a pegar o
exemplar, abri-lo e comprá-lo (ALI, 2009).
A criação do título de uma revista se assemelha à construção de um logotipo. Ambos precisam ser
concisos, claros e graficamente pensado nos mínimos detalhes, como o espacejamento das letras
(kerning), o contraste dos traços e as formas das serifas, pois ajudam a destacar o título das demais
informações da capa e a ser facilmente reconhecida perante a concorrência.
De tempos em tempos, devido à velocidade da tecnologia e de novas linguagens visuais
frequentemente atualizadas e remodeladas, é preciso mudar também as publicações. Pode ser
complicado transformar radicalmente o projeto de uma revista muito conhecida pelo seu público,
correndo o risco de ela não mais ser reconhecida e bem recepcionada. Por isso, muitas vezes a
revista é redesenhada, mantendo algumas diretrizes editoriais e visuais já estabelecidas e
reconhecidas. Porém, outras se arriscam e buscam uma mudança mais radical e totalmente
inovadora.
É o caso, por exemplo, da revista Galileu, cujo projeto gráfico de 2015 buscou uma total
remodelação, indo ao encontro do contemporâneo, moderno, ousado e corajoso. Para a
inauguração, usou uma imagem andrógina centralizada em uma posição de autoconfiança,
segurança e autoestima, que joga as vestes para fora do corpo revelando não só um corpo, mas
cabelo, acessórios e roupas sem interferência cultural de gênero. Até mesmo a cor verde de fundo foi
escolhida no sentido de não direcionar o rosa e azul simbolicamente para o feminino e masculino, e a
palavra “Gênero” foi escrita como pinceladas à mão buscando representar conceitos como rebeldia e
atitude.
Em 2019, a revista resolveu mudar novamente, fazendo um redesenho de seu então atual projeto
gráfico. Nesse caso, o projeto gráfico não muda radicalmente e preserva muito do último.
A tarja com todas as informações, exceto a chamada da matéria principal, continua em uma tarja
superior, que foi redesenhada vazada sem contorno ou moldura, e na qual a cor é modificada a cada
edição de acordo com as cores usadas na foto e no fundo da chamada principal e única da capa.
Com essas novas diretrizes do redesenho, a capa ganhou mais leveza e autonomia, apresentando-
se única a cada edição sem perder sua identidade.
Os Elementos da Capa
As capas de revista variam muito. Geralmente, além do título (nome da revista), trazem uma imagem
forte que representa uma matéria principal, e outras chamadas secundárias de assuntos
considerados de menor importância, além de alguns destaques como selos, números em evidência
etc. Outras trazem apenas o título e uma única chamada. Há ainda aquelas que só trazem o título e
uma imagem.
Em linha hierárquica de leitura textual, o layout direciona primeiramente o olho do leitor para o título
“New Scientist”, seguido da chamada principal (“33 reasons…”), e, logo após, as quatro chamadas
secundárias na parte inferior da capa.
Em relação à escolha da imagem, Antonio Celso Collaro (2007, p. 41) lembra que “[...] as imagens de
capa normalmente são contundentes. Devem ter a capacidade de atrair o público-alvo daquele
veículo”. Ou seja, por melhor que seja a foto ou a ilustração de capa, ela deve preservar a identidade
da publicação.
A capa é a embalagem da revista e, como tal, deve ser reconhecida a cada edição. Essa
identificação se dá graças à linha editorial da publicação e o projeto gráfico criado para representar
as ideias e os conceitos estabelecidos.
O tema de cada edição muda, mas muitas soluções gráficas de diagramação, escalas, cores, número
de chamadas, linguagem fotográfica, alinhamentos e até mesmo o número de toques dos textos se
mantêm sempre dentro de uma mesma estrutura de organização, o que define a sua identidade.
Uma capa deve representar o seu produto e ser reconhecível de uma edição para outra. Mais do que
isso, ela deve ser irresistível, eficiente e fácil de varrer com os olhos. A capa é praticamente a
miniatura de um pôster e suas chamadas devem vender a edição.
Além disso, muitas revistas aproveitam-se de temas polêmicos para lançar uma capa que se
transforme em sucesso de vendas, como a revista norte-americana Wired. É conhecida por suas
capas com personagens polêmicos, como a de Edward Snowden, grande desafeto do governo
americano depois de vazar informações confidenciais da Agência Nacional de Segurança, envolto na
bandeira americana, com o intuito de provocar aqueles que acreditavam que Snowden era um traidor
da pátria.
Analise a capa da revista Wired com o físico Stephen Hawking, morto em março de 2018, em
polêmica com o atual presidente dos EUA Donald Trump, identificando tanto os elementos da capa –
título, chamadas principais e secundárias, foto, cores – quanto suas funções, identidade visual e linha
editorial – conceito – da revista.
Considere pesquisar a revista na internet, conhecendo suas capas e estabelecendo relações com
esta aqui proposta, e também fazer uma busca em torno da polêmica entre os dois nomes citados:
Hawking e Trump, personagens da matéria de capa. Depois, faça um breve texto explicando suas
impressões.
Desconstruindo o grid
Desconstruindo o grid
O termo “desconstrução” foi usado pela primeira vez pelo filósofo francês Jacques Derrida em seu
livro On Grammatology de 1967, tendo grande impacto uma década depois no ensino da área de
humanas nas universidades.
Em design, a ideia foi introduzida pelo historiador de design Philip Meggs, que interpreta a palavra
“desconstrução” como “[...] desmontar o todo integrado, ou destruir a ordem subjacente que confere
unidade a um design gráfico” (POYNOR, 2010, p. 48).
Os designers americanos Chuck Byrne e Martha Witte, em artigo publicado em 1990 nos EUA,
definem a desconstrução no design como “[...] algo que está desmontando os elementos na
esperança de reinventar a forma e revitalizar a mídia impressa” (POYNOR, 2010, p. 49).
Designers de todo o mundo se engajaram nas novas concepções e representam bem esse novo
estilo em uma época que muitos chamam de Pós-Modernismo, dentre eles os norte-americanos
David Carson e April Greiman, o suíço Wolfgang Weingart e os ingleses Jonathan Barnbrock e
Siobahn Keaney, entre outros.
Entre os brasileiros, temos Gustavo Piqueira, diretor do Studio de design Casa Rex, ganhador de
mais de 460 prêmios internacionais de design gráfico e muito atuante no design editorial,
especialmente em capas de livros e a designer gráfica Ana Couto, formada pela PUC-Rio, entre
muitos outros.
Esses e muitos outros designers violaram regras convencionais de estrutura em favor de uma
organização mais intuitiva. Hoje, o designer tem como instrumento vários métodos de transmitir
ideias, compor e criar projetos, e sua escolha vai depender de fatores como o segmento, tipo de
projeto, público-alvo etc.
Abordagens não Estruturais
A linguagem da TV, do cinema e depois das mídias digitais interativas prepararam o olhar do
espectador para diferentes e mais complexos comportamentos da informação. Transformou-se a
forma de ler e receber conteúdo e, portanto, mudou-se a maneira de produzi-lo. As imagens, os sons
e a animação são sobrepostos simultaneamente em rápidas edições, criando composições híbridas e
novos sentidos que transformaram a percepção dos leitores.
Mesmo em sua forma impressa, o design de revista se atualizou, pois percebeu que o seu leitor
mudou e novas gerações de leitores já nasceram com a internet e os celulares. Portanto, apesar de
estática e física, a revista impressa redesenhou a sua forma de transmitir o conteúdo, usando mais
imagens, menos textos longos sem pausa, infográficos e outras formas mais dinâmicas de leitura.
Essa nova onda deu margens à desconstrução ou flexibilização do grid porque o conteúdo e a forma
de disponibilizá-lo mudou, ocasionando também a desconstrução da própria linguística e
transformando o texto também em imagem.
Segundo Samara,
[...] o ritmo natural da linguagem oral, por exemplo, é muitas vezes usado como guia para a mudança
do peso, tamanho, cor ou alinhamento dos tipos; palavras gritadas ou fortes podem ficar em tipos
maiores, em bold ou itálico, de acordo com as tônicas na fala. Dar ‘voz’ à linguagem visual ajuda a
alterar a estrutura de um texto, puxando palavras para fora do parágrafo ou forçando relações entre
módulos e colunas, onde a lógica natural da escrita cria uma ordem visual (2007, p. 124).
Chegamos ao final da unidade conhecendo algumas importantes regras para se fazer uma boa
diagramação. Estudamos também a importância de se pensar na variedade de layouts visando um
ritmo de leitura agradável, em que o virar das páginas proporciona surpresas e novidades. A
importância da concepção da capa como vitrine da revista também foi tema abordado, mostrando os
elementos que a compõem. Por fim, apresentamos uma faceta do design contemporâneo ao
inaugurar uma nova linguagem visual e maneiras inovadoras de projetar.