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2010

SAPINDACEAE NO INSTITUTO ZOOBOTÂNICO DE MORRO


AZUL DO TINGUÁ, ENGENHEIRO PAULO DE FRONTIN, RJ:
LISTAGEM PRELIMINAR

Nunes, A.F1, 2, 3& Somner, G.V.1

1 – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Depto. Botânica, C.P. 74582, BR
465, km 47, 23.851-970, Seropédica, RJ, Brasil.
2 – Bolsista de Iniciação Científica da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro – FAPERJ.
3 – e-mail para contato: anne_frazao@hotmail.com
Palavras chaves: Sapindaceae

INTRODUÇÃO
A família Sapindaceae é monofilética, predominantemente neotropical, ocorrendo
alguns gêneros em regiões temperadas (Judd et al. 2009). No Brasil ocorrem 24 gêneros
e cerca de 400 espécies (Lorenzi & Souza 2008) e está bem representada na Mata
Atlântica. No estado do Rio de Janeiro foram registradas aproximadamente 95 espécies
subordinadas a 15 gêneros, onde os mais comuns são Cardiospermum, Cupania,
Matayba, Paullinia, Serjania e Urvillea. A família é constituída por árvores, arbustos ou
trepadeiras lenhosas com gavinhas, monóicas ou dióicas, lactescentes ou não, com caule
simples (eixo lenhoso único) ou composto (um eixo lenhoso maior com lenhos menores
periféricos), de folhas compostas, com ou sem domácias na face abaxial, apresenta flores
pequenas, geralmente diclinas, pétalas livres, geralmente com apêndice basal, nectários
florais extra-estaminais, frutos geralmente esquizocárpicos, cápsulas ou drupas.
No estado do Rio de Janeiro há poucos trabalhos de flora da família Sapindaceae.
Há apenas registros para floresta ombrófila densa na região de Paraty (Somner 1997) e
para restingas (Faria 2009; Somner 2001; Somner et al. 2009), o que reafirma a
importância da realização de novos trabalhos. A área de estudo está localizada no
Instituto Zoobotânico de Morro Azul – IZMA, município de Engenheiro Paulo de
Frontin, estado do Rio de Janeiro, o qual se destaca como uma região estratégica para
conservação, já que faz parte do Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar.
Este trabalho objetiva o conhecimento acerca da família Sapindaceae na área de
estudo, além de ampliar as informações sobre a biodiversidade na Mata Atlântica.

MATERIAL E MÉTODOS
O Instituto Zoobotânico de Morro Azul – IZMA situa-se em Morro Azul do
Tinguá, no município de Engenheiro Paulo de Frontin, e está localizado no planalto
montanhoso do Estado do Rio de Janeiro, na região do Médio Paraíba, dentro das
coordenadas 22°29’41,1’’S e 43°34’03,5’’W. Sua área total é de 148 Km² e a topografia
apresenta variações altitudinais de 500 a 1000m. Segundo a classificação de Köppen
(1948), o clima se enquadra no tipo Cwa, temperado brando, de inverno seco e verão
quente. A temperatura média anual é de 21°C e a pluviosidade média anual é de 1200
mm (Santos 2004).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A área está representada por 5 gêneros e 15 espécies - Allophylus cf.
melanophleus Radlk., Allophylus sericeos Radlk, Allophylus sp., Cupania concolor
Radlk., Cupania furfuraceae Radlk., Cupania oblongifolia Mart., Cupania racemosa
(Vell.) Radlk., Cupania schizoneura Radlk., Paulinia carpopodea Cambess., Paullinia
micrantha Cambess., Paullinia thalictrifolia Juss., Sapindus saponaria L. Serjania
caracassana (Jacq.) Willd., Serjania cuspidata Cambess., Serjania lethalis A. St. -Hil.
Dentre estas destacam-se C. schizoneura pouco conhecida no estado do Rio de Janeiro e
P.thalictrifolia, que se trata de uma nova ocorrência para a região.
Seguindo a classificação de Pijl (1972), os frutos de alguns representantes da
família são zoocóricos, ou seja, são dispersos por animais. Isso significa que estes frutos
possuem mecanismos que beneficiam a fauna no que se refere à oferta de alimentos. O
que corrobora a relevância da família para a biodiversidade na Mata Atlântica.

CONCLUSÃO
Tendo em vista a riqueza de espécies da família na área de estudo, este trabalho
servirá para alavancar futuras pesquisas na área de Botânicas e áreas afins.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FARIA, M. dos S. 2009. Trepadeiras da família Sapindaceae nas restingas do estado do


Rio de Janeiro, Brasil. Dissertação de Mestrado apresentada no Instituto de Pesquisa
Jardim Botânico/ Escola Nacional de Botânica Tropical. 160 p.
JUDD, W.S.; CAMPBEL, C.S.; KELLOGG, E.A.; STEVENS, P.F.; DONOGHUE,
M.J. 2009. Sistemática vegetal: um enfoque filogenético. 3 ed., Ed. Artmed. Porto
Alegre. Pp. 438-440.
KÖPPEN, W. 1948. Climatologia. Ed. Fundo de Cultura Econômica, Buenos Aires,
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LORENZI. H. & SOUZA, V. C. 2008. Botânica sistemática: guia ilustrado para
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II. 2. ed. Nova Odessa, Ed. Plantarum. p. 480.
PIJL, L. Van Der. 1972. Principles of dispersal in higher plants. New York, Springer-
Verlag. 168p.
SANTOS, H.F. 2004. Levantamento e bionomia de psitacídeos no município de
Engenheiro Paulo de Frontin, RJ. (Psittaciformes, Psittacidae). Monografia de final de
curso defendida na Universidade Severino Sombra, Vassouras, RJ. p.8.
SOMNER, G. V.; CARVALHO, A. L. G. & SIQUEIRA, C. T. 2009. Sapindaceae da
Restinga da Marambaia, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 60 (3): 485-507.
SOMNER, G.V. 1997. Sapindaceae. In: Marques , M. do C.; Vaz, A. S. da F. &
Marquete, R. (org.). Flora da APA Cairuçu, Paraty, RJ. Espécies vasculares. Série
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de Janeiro. 14: 456-492.
SOMNER, G.V. 2001. Sapindaceae. In: Costa, A.F. & Dias, I.C. A flora do Parque
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Nacional, Rio de Janeiro. Pp. 126-128.
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