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Uma pergunta doutrinária:

“O que está escrito na Lei?”


Lucas 10.26

Andrew Bonar contava uma história sobre um cristão que morreu e foi
para o céu. Passeando pelas ruas de ouro, aproximou-se de um grupo
de autores de livros da Bíblia: Isaías, Ezequiel e Obadias. O cristão
apresentou-se a todos, e apertaram-se as mãos. “É um privilégio
conhecê-los”, disse. “Ouvi muito sobre cada um de vocês.”
Isaías, então, perguntou:
— O que você achou do meu livro?
Com o olhar embaraçado, o cristão respondeu:
— Desculpe-me, eu nunca consegui lê-lo.
Obadias amenizou a tensão dizendo:
— Isaías é bem extenso, tem 66 capítulos. Mas o meu livro tem
apenas um capítulo. Claro que você o leu. O que achou?
De novo o cristão ficou vermelho e confessou que não tinha lido. Em
seguida, tentando adquirir algum conhecimento, disse:
— Obadias... vamos ver... está no Antigo ou no Novo Testamento.
Você também está caminhando para esse possível embaraço? Em
Lucas 10, um escriba perguntou a Jesus o que tinha de fazer para
herdar a vida eterna (v. 25), e nosso Senhor respondeu com outra
pergunta: “O que está escrito na Lei?” (v. 26). Jesus queria que esse
conhecedor da lei mosaica descobrisse a resposta para sua própria
pergunta por meio de seu conhecimento do Antigo Testamento. E o
escriba descobriu! Depois de lhe ouvir a resposta sucinta, Jesus disse
que ele havia respondido corretamente (v. 27,28).
Nos dias atuais há muitas noções falsas sobre a mensagem do Antigo
Testamento (AT). Alguns dizem que ele foi escrito para nos ensinar a
receber a salvação em troca de nosso empenho para obtê-la. Outros
alegam que o AT apresenta um Deus completamente diferente do
Deus do Novo Testamento (NT). Outros, por sua vez, insistem que o
AT se aplica apenas aos judeus, e não aos cristãos. Alguns cristãos
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13 perguntas cruciais que Jesus quer fazer a você
descartam completamente o AT, como se o NT o fizesse
desnecessário.
Em que, então, devemos acreditar sobre o AT e a lei mosaica? Uma
pesquisa do NT pode ajudar a esclarecer as coisas para nós. Ele
apresenta cinco repostas à pergunta “O que está escrito na Lei?”, feita
por Jesus.

A LEI NOS MOSTRA NOSSO PECADO


Três versículos da carta de Paulo aos Romanos salientam esse
propósito da lei. O primeiro, Romanos 3.20, informa-nos que “é
mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado”.
Talvez você pergunte: “As pessoas precisam ser informadas de que
são pecadoras? Isso não é óbvio para elas?”. Não! Por incrível que
pareça, se a Bíblia não nos dissesse que somos pecadores, não
saberíamos. As vezes as pessoas têm câncer e se sentem bem, não
sabendo que estão doentes. O médico tem de informá-las. Da mesma
forma, a Lei de Deus é o “médico” que nos apresenta a nossa
enfermidade espiritual chamada “pecado”.
Observe, por exemplo, os dez mandamentos, que constituem a
essência da lei moral de Deus. O mandamento “Não furtarás” (Êx
20.15) o faz lembrar das vezes que você pode ter feito algum pequeno
furto. Mesmo não sendo um ladrão propriamente, você pode ficar
assombrado com a lembrança de “afanar” uns biscoitinhos da lata de
biscoitos de sua mãe, ou de pegar doces na mercearia sem pagar, ou
deixar de devolver o dinheiro que você “emprestou” de um amigo. A
Lei é como um espelho que reflete a perfeita retidão de Deus e as
nossas falhas e transgressões (Tg 1.23-25). Imagine um homem
levantando-se de manhã e olhando seu reflexo no espelho. Ele vê
pêlos, cabelos desgrenhados, dentes amarelos e uma mancha suja no
rosto. O espelho lhe permite ver o que é necessário para ficar com
boa aparência. Entretanto, nenhum espelho jamais fez a barba de um
homem, penteou-lhe os cabelos, escovou os dentes nem lavou-lhe o
rosto.

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O mesmo acontece com a Lei de Deus. Quando a examinamos, vemos
nossos defeitos espirituais. Ela reflete nossos pecados de inveja, ira,
mentira, fofoca, incredulidade e desamor (para mencionar alguns).
Temos de nos arrepender de nossos pecados e confiar em Cristo para
obter a salvação. No entanto, sem o “espelho” espiritual da Lei, não
saberíamos que havíamos ofendido nosso Deus santo.
Romanos 5.20 ensina uma lição semelhante: “A Lei foi introduzida
para que a transgressão fosse ressaltada”. A Lei de Deus é como uma
lupa que se usa para examinar uma roupa. A lupa não cria manchas na
roupa, mas as faz parecer maiores e desse modo ajuda-nos a enxergar
as nódoas no tecido. As lentes de aumento também revelam manchas
que jamais veríamos a olho nu.
Do mesmo modo que a lupa, o Antigo Testamento aumenta nossa
consciência da presença predominante do pecado em nossa vida.
Quando olhamos através das “lentes” poderosas da Lei, vemos mais
claramente a plena odiosidade de nosso pecado. A Lei também mostra
como o nosso pecado é completamente desprezível comparado à
santidade de Deus.
O terceiro versículo lança ainda mais luz sobre o assunto. Em Romanos
7.7, Paulo falou por todos nós quando declarou: “Eu não saberia o que
é pecado, a não ser por meio da Lei. Pois, na realidade, eu não saberia
o que é cobiça, se a Lei não dissesse: ‘Não cobiçarás’”. A proibição da
cobiça é o último dos dez mandamentos e pode ser aplicada a todos
os outros mandamentos anteriores. Isso quer dizer que podemos
violar todas as leis de Deus não somente com nossos atos externos,
mas também em nosso coração.
Embora a Lei em si não seja pecaminosa (cf. 7.12), traz à luz o poder
do pecado. Uma vez que o pecado é despertado em nós, desejamos
participar de seus atos desprezíveis (cf. v. 8-11). Certa vez, uma
mulher contestou a leitura dos dez mandamentos na igreja porque
“eles colocam muitas ideias na mente das pessoas”. É isso mesmo.
Lembro-me da história de um homem que comprou uma geladeira
nova e queria se livrar da velha, que estava quebrada. No entanto, ia

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lhe custar dinheiro arranjar alguém para transportar e se desfazer
dela. Então, ele pendurou uma placa na geladeira dizendo: “VENDE-SE
— $ 50”. Em seguida deslizou-a escada abaixo para a frente de sua
casa. Na manhã seguinte, a geladeira não estava mais lá! Era como se
a placa dissesse: “Não roubarás”. Foi exatamente por isso que alguém
a levou.
Era isso que Paulo estava dizendo quando falou sobre a Lei
despertando o pecado em nós. O pecado utiliza as exigências
específicas da Lei como base de operação de onde lança sua ação
perversa. Quando a nossa natureza rebelde é confrontada pela Lei de
Deus, achamos que o proibido é mais atraente. Não que o ato
pecaminoso seja tentador em si mesmo, mas seduz dando-nos
oportunidade de fazer valer nossa própria vontade. Por exemplo,
quando Adão e Eva comeram o fruto proibido no jardim, estavam
arrogando para si a independência de Deus.
Quando as tropas de Napoleão se aproximaram dos Alpes, o general
perguntou a seus patrulheiros: “É possível o exército inteiro chegar ao
cume?”.
“Com muita dificuldade”, foi a resposta. E assim eles partiram.
Milhares pereceram na tentativa. Imagine se os Alpes fossem duas
vezes mais altos? Os conselheiros de Napoleão lhe teriam dito que
não havia nenhuma possibilidade de chegar ao topo, e ele jamais
teria tentado a escalada que ceifou tantas vidas.
A intenção espiritual da Lei de Deus é duas vezes mais elevada que os
Alpes. Quando lemos o mandamento “Não matarás” (Êx 20.13)
podemos afirmar seguros: “Posso obedecer a esse mandamento!”.
Mas Jesus depois declarou que qualquer pessoa que se irar contra
outra é culpada de morte aos olhos de Deus (Mt 5.21,22). Diante do
mandamento: “Não adulterarás” (Êx 20.14), podemos nos vangloriar:
“Consigo me abster disso!”. Mas, quando Jesus compara o adultério
com a cobiça do coração (Mt 5.27,28), somos infinitamente mais
desafiados pela presença e pelo poder do pecado.
Jesus não estava acrescentando nada de novo à Lei; a intenção divina

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estava lá desde o princípio, principalmente no mandamento contra a
cobiça. Os líderes religiosos de Israel tinham negligenciado por
conveniência essa verdade durante séculos, e o Senhor os fez lembrar
dela, Ele estava lhes ensinando que guardar a Lei não é apenas uma
questão externa, mas também de atitude interior.
Quando compreendemos essa verdade, a lei parece infinitamente
mais difícil de obedecer. Guardar os mandamentos é como tentar
fazer um exército transpor uma cadeia de montanhas cuja altitude é
de milhares de quilômetros. Isso nos ajuda a enxergar como somos
completamente pecadores e incapazes de resistir ao pecado e
obedecer à Lei.

A LEI NOS DEIXA DESESPERADOS A PONTO DE


PROCURARMOS A SALVAÇÃO
Uma vez que percebemos nossa condição pecaminosa, nossa natureza
humana diz: “Tenho de resolver esse problema; vou melhorar!”. Então
tentamos desesperadamente agradar a Deus e nos salvar. Podemos
mesmo controlar nossos pecados até certo ponto. Mas é claro que
todos temos nossas fraquezas individuais. Para você talvez seja
temperamento explosivo, profanação, luxúria, glutonaria ou outra
coisa qualquer. Você começa a pensar que, se tão-somente pudesse
dominar esse pecado crônico, ficaria íntegro espiritualmente.
É onde entra a Lei de Deus. Ela nos avisa que “quem obedece a toda a
Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la
inteiramente” (Tg 2.10).
A Lei de Deus não é como um exame escolar, em que se pode errar ou
deixar em branco algumas perguntas e ainda assim receber uma nota
boa e suficiente para ser aprovado. É como o pneu do automóvel: se
um prego furar qualquer ponto, o pneu inteiro murcha.
Pense numa equipe de futebol. Quando um jogador comete uma falta,
o time inteiro sofre a penalidade. Por melhor que sejam os outros
jogadores, toda a equipe ficará prejudica se esse jogador continuar
transgredindo as regras. Nossa vida moral é composta de muitos
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colegas de equipe no início de uma partida de futebol. A maioria dos
elementos morais pode estar sob controle quase perfeito, mas, se
houver uma única falta, nosso ser moral estará completamente
doente para Deus.
O que está escrito na Lei? A mensagem da Lei é que não se pode
resolver o problema do nosso pecado! Não fosse por essa mensagem,
estaríamos enroscados numa rede de justiça própria. Por isso, a
bondade de Deus, que opera mediante a sua Lei, leva-nos ao ponto de
perceber nossa necessidade da graça em Cristo (Gl 3.24).

A LEI ILUSTRA O EVANGELHO


Ao longo do Antigo Testamento, vemos ilustrações de Cristo e de sua
obra na cruz. Os muitos cordeiros mortos em altares sacrificatórios
tipificam Jesus, que foi sacrificado pelos nossos pecados. Em Gênesis
22, por exemplo, Abraão estava a ponto de oferecer seu filho Isaque
como sacrifício humano em obediência à ordenança de Deus. Na
última hora, porém, Deus impediu Abraão e mostrou-lhe um carneiro
que tomaria o lugar de Isaque. Esse carneiro representa Jesus, nosso
substituto. Ele recebeu o castigo que merecíamos quando se abriram
as comportas da ira de Deus sobre ele no Calvário.
O sacrifício principal do Antigo Testamento foi o cordeiro Pascal (Êx
12). Deus mandou que os israelitas tomassem um cordeiro imaculado,
matassem-no e aspergissem o sangue nas laterais e na viga superior
da porta da casa. Naquela noite um anjo matou o primogênito de toda
casa em que não havia sangue nos batentes das portas. Esse cordeiro
pascal era uma prefiguração de Jesus. Quando confiamos pela fé que
o sangue de Cristo derramado nos salva de nossos pecados, Deus
passa por nós e, vendo esse sangue, nos poupa. Poupa-nos do castigo
que merecemos justamente porque seu Filho foi castigado em nosso
lugar.
Salmos 22 e Isaías 53 profetizam a crucificação de Cristo. A serpente
de bronze que Moisés ergueu numa estaca em obediência a Deus, a
fim de que todos que para ela olhassem fossem curados das picadas

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de cobra, também profetiza a crucificação de Cristo (Nm 21.5-9; Jo
3.14,15). Observe que o remédio era semelhante ao problema. Um
olhar para a serpente de metal curava as pessoas do veneno das
serpentes reais. Da mesma maneira, o Cristo crucificado se tornou
pecado por nós a fim de que, mediante a fé nele, possamos ser
curados do pecado de nosso coração. Conforme Paulo explica em
2Coríntios 5.21, “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha
pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus”.
Quando Jesus estava caminhando com os dois discípulos no caminho
de Emaús, “começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o
que constava a respeito dele em todas as Escrituras” (Lc 24.27). Mais
tarde, nesse mesmo dia, ele falou a um grupo maior de discípulos
sobre “tudo o que a meu respeito [Jesus] está escrito na Lei de Moisés,
nos Profetas e nos Salmos” (v. 44).
Muitos cristãos presumem equivocadamente que só o Novo
Testamento prega a salvação pela fé em Cristo. Se isso fosse verdade,
haveria dois evangelhos — um no Antigo Testamento e outro no
Novo. Todavia, o evangelho que vemos revelado no Novo Testamento
é o mesmo que os crentes esperaram ansiosamente no Antigo
Testamento. Nesse aspecto, a Lei nos prepara para Cristo com suas
muitas ilustrações de nossa necessidade de um Salvador. C. H.
Spurgeon escreveu:
Não acredito que homem algum possa pregar o evangelho
sem pregar a Lei. A Lei é a agulha, e não se pode passar o fio
de seda do evangelho pelo coração do homem sem primeiro
introduzir a agulha da Lei para abrir caminho para o fio. Se os
homens não entenderem a Lei, não vão perceber que são
pecadores. E se não tiverem consciência de que são
pecadores, jamais valorizarão o sacrifício pelo pecado. Não
há cura para o homem sem que a Lei o fira, nem há meio de
fazê-lo voltar à vida sem que a Lei o mate1.

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Tom CARTER, ed., 2.200 quotations from the writing of Charles H. Spurgeon, Grand
Rapids: Baker, 1988, p. 118.
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A LEI NOS CONDUZ A CRISTO
Paulo escreveu que a Lei, conforme expressa no Antigo Testamento,
“encerrou tudo debaixo do pecado, a fim de que a promessa, que é
pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos que creem” (Gl 3.22). Como um
juiz, a Lei de Deus nos declara prisioneiros do pecado. Satanás pode
nos sussurrar no coração que o pecado traz liberdade, mas na
realidade só nos escraviza.
O versículo 23 retrata a Lei como um carcereiro de prisioneiros
culpados e condenados que esperam o julgamento divino. Estávamos
em prisão preventiva (por assim dizer) até que pudéssemos depositar
nossa fé em Cristo. Embora na condição de não-salvos sejamos
escravizados ao pecado, existe uma porta de fuga. Jesus é a porta de
fuga, e a fé é o braço que se estende para abrir a porta.
O versículo 24 diz: “Assim, a Lei foi o nosso tutor até Cristo, para que
fôssemos justificados pela fé”. O substantivo grego traduzido por
“tutor” não quer dizer instrutor, mas criado, guarda, ou guardião. Nas
famílias gregas ou romanas abastadas esse guardião era uma pessoa
contratada cuja responsabilidade era formar, corrigir e disciplinar a
criança.2
Se a criança torcesse a verdade, o tutor diria: “Isso é mentira!”. Se
estivesse prestes a roubar algo, o tutor podia lhe dar tapas nas mãos.
Se a criança quisesse ir a algum lugar impróprio para ela, o tutor
advertiria: “Não vá lá!”. De forma semelhante, a Lei de Deus é a nossa
guardiã e guia para nos conduzir a Cristo. A Lei também nos alerta
sobre nossa necessidade de redenção e purificação espiritual.
Condena o nosso estado depravado a fim de que, pela fé, nos
voltemos para Jesus como nossa única esperança de salvação eterna.

A LEI NOS ENSINA A AMAR


O escriba a quem Jesus originalmente perguntou: “O que está escrito
na Lei?” (Lc 10.26), respondeu: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o
2
James M. Boice, Galatians, (Frank E. GAgBEIEIN, org,, The expositors Bible
commentary Grand Rapids: Zondervan, 1976, p. 467, v. 10.
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seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o
seu entendimento” e “ame o seu próximo como a si mesmo” (v. 27).
Ouvindo isso, Jesus respondeu: “Você respondeu corretamente” (v.
28).
Os judeus calcularam 613 ordenanças na Lei de Moisés — 248
positivas e 365 negativas. Pode-se pensar que seria impossível resumir
todos esses “faça” e “não-faça” num só mandamento, mas foi
exatamente o que o escriba fez. Quando se resume toda a Lei do
Antigo Testamento, o resultado é a palavra amor. Ame a Deus com
toda a sua força e ame o seu próximo como a você mesmo. Paulo
corrobora quando escreve que o amor é o cumprimento da lei (Rm
13.10).
Examine novamente os dez mandamentos. Os quatro primeiros nos
ensinam a amar Deus com todo o nosso ser. Se fizermos isso, não
teremos nenhum outro deus antes dele, não adoraremos ídolos, não
mencionaremos o nome dele em vão e nos lembraremos de reservar
um dia por semana para adorá-lo.
Os seis últimos mandamentos nos ensinam a amar o nosso próximo
como a nós mesmos. O amor nos compele a honrar nossos pais. Se
amarmos o nosso próximo, certamente não mataremos ninguém. O
amor ao próximo nos impedirá de cometer adultério com o cônjuge
dele. Não se rouba daqueles a quem se ama. Tampouco se conta
mentiras para eles ou a respeito deles. Também não temos inveja dos
bens de nosso próximo, porque não há lugar para a cobiça num
coração cheio de amor. Portanto, o amor a Deus e às outras pessoas é
a essência da Lei.

O amor é a consequência natural da Lei. Amamos a Deus porque a sua


Lei revela nosso pecado e desse modo nos alerta para nossa condição
de perdidos. Amamos a Deus por usar sua Lei para nos deixar
desesperados a ponto de procurar a salvação, por nos livrar de nossa
justiça própria. Amamos a Deus por ilustrar em sua Lei o evangelho de
Cristo, porque lança a luz necessária sobre a doutrina do Antigo

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Testamento. Amamos a Deus por usar a sua Lei para nos conduzir a
Cristo, pois longe dele não há salvação. Amamos as outras pessoas ou
porque são nossas irmãs em Cristo ou porque têm a mesma
necessidade que nós de conhecê-lo.

TOMADA DE ATITUDE
Nós cristãos tendemos a gastar a maior parte de nosso tempo de
leitura da Bíblia no Novo Testamento, não é mesmo? Você já leu o
Antigo Testamento do princípio ao fim? Quando chegar ao céu, você
se sentirá envergonhado quando encontrar os profetas, como Isaías e
Obadias, porque você negligenciou a leitura do livro deles?
Um jeito de responder afirmativamente à pergunta de Jesus é estudar
as Escritura todas de maneira metódica. Reserve um tempo todo dia
para ouvir a voz de Deus na Palavra dele. Na média de quinze minutos
por dia, a maioria das pessoas consegue ler a Bíblia inteira em menos
de um ano. Isso requer disciplina, mas todo cristão pode banquetear-
se diariamente nas riquezas da Bíblia o ano todo. As pessoas cegas ou
impossibilitadas de ler podem ouvir a Palavra de Deus em fitas de
áudio. A falta de compromisso é a única coisa que impede um crente
de conhecer o que está escrito na Palavra de Deus.
Você sabe o que está escrito na Lei? Talvez sua resposta sincera à
pergunta de Jesus seja: “Não sei, Senhor. Nunca a li”. Nesse caso,
empenhe-se num estudo diário piedoso de toda a Bíblia.
Mas não pare por aí. Nosso propósito de ler a Bíblia não é meramente
nos alimentar, mas alimentar os outros. Jesus nos confiou a
responsabilidade de compartilhar as suas boas novas com outros que
estão desavisados de seu estado de perdição. Para os iniciantes, que
tal ler a Bíblia para os seus filhos? Minha mulher e eu fizemos isso por
muitos anos todas as noites, e Deus abençoou nossos três filhos com
fé destemida em Cristo e amor por ele. Há pessoas a sua volta que não
leem a Bíblia, mas o ouvirão. Todo conhecimento que receberão da
Palavra de Deus deve vir de sua boca.
O que está escrito na Lei? Uma mensagem divina de amor, perdão e

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salvação em Jesus Cristo para toda a humanidade.

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