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Projeto pedagógico do curso de cinema da MFL2018

e respectivo currículo do professor

Objetivo do curso: apresentar forma simples e direta, filmes e reflexões sobre o atual cenário do
cinema brasileiro e sua relação com a história e memória. Gratuito para todxs.

Justificativa: dar acesso, gratuitamente, a conteúdos audiovisuais originais e formas de se


expressar audiovisualmente ao público geral, além de trazer uma visão crítica a este público ao
cinema brasileiro contemporâneo e suas questões relacionadas a preservação e memória.

Nos 4 CCBBs, curso CINEMA BRASILEIRO E MEMÓRIA, ministrado por Hernani Heffner.

4 encontros de 3 horas cada, total de 12 horas. // Gratuito

Cinema Brasileiro e Memória


Com a introdução de novas ferramentas de trabalho a criação audiovisual se transformou em grande
medida a partir do final do século XX. Novas propostas de cinema e novos espaços de exibição surgiram
na esteira da chamada revolução digital. Quais seriam essa novas propostas? Como periodizá-las? Quais
suas principais características estéticas? Como inseri-las em um contexto como o do cinema brasileiro?
Quais as relações deste cinema e a memória da nossa história e do nosso cinema?

O curso pretende apresentar um delineamento dessa nova cena audiovisual, perseguindo experiências
como o pós-horror, os coletivos, a regionalização, o cinema expandido, o experimental, o diálogo com os
gêneros clássicos, o cinema de arquivo e a apropriação de uma cultura de periferia.

Aula 1 - O contemporâneo

- definição da categoria e tentativa de enquadramento histórico da criação cinematográfica: pós-retomada,


documentário e cinebiografias

- filme de referência: Baile Perfumado (1997), de Lírio Ferreira e Paulo Caldas

Aula 2 - Um cinema independente brasileiro?

- as experiências que moldaram na primeira década do século XXI o que veio a chamar chamado de
Novíssimo

- filme de referência: Estrada para Ythaca (2010), de Irmãos Pretti e Primos Parente

Aula 3 - A descoberta do passado

- o cinema feito a partir do arquivo como uma forma de reescrita histórica e cinematográfica
- filme de referência: Não me fala sobre recomeços (2016) - de Arthur Tuoto

Aula 4 - O presente distópico

- neoliberalismo, remodernismo, retrofuturismo e o Brasil que não foi

- filme de referência: Branco sai, preto fica (2014) - de Adirley Queirós

Aula 5 - Zerando a conversa

- o tempo em questão e caminhos alternativos: time-lapse, videomapping, instalações audiovisuais, etc.

- filme de referência: Cinéma Casino (2013) - de Barbara Wagner e Benjamin de Burca

Bibliografia

ARAÚJO, Denize Correa. Cinema Brasileiro 00/01: civilização, barbárie ou hibridização?. In: FABRIS,
Mariarosaria et. alii. (org.). Estudos Socine de Cinema, ano III. Porto Alegre: Sulina, 2003.

AUTRAN, Arthur. O cinema brasileiro contemporâneo diante do público e do mercado exibidor.


Significação, São Paulo, n. 32, p. 119-135, 2009. Disponível em
http://www.revistas.usp.br/significacao/article/viewFile/68095/70653.

AVELLAR, José Carlos. Pai país, mãe pátria. Rio de janeiro: Instituto Moreira Salles, 2016.

BENTES, Ivana. Sertões e favelas no cinema brasileiro contemporâneo: estética e cosmética da fome.
Alceu, v.8, n.15, p. 242 a 255, jul./dez. 2007.

EDUARDO, Cléber. Fugindo do inferno – A distopia na redemocratização. In: CAETANO, Daniel (org.).
Cinema Brasileiro 1995-2005: revisão de uma década. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2005.

ENTREVISTA com Paulo Caldas e Lírio Ferreira. “A modernidade, o sertão e a vaidade de Lampião”. In:
Cinemais, n.4, p. 6-13, mar./abr.1997.

HILÁRIO, Leomir Cardoso. Teoria crítica e Literatura: a distopia como análise radical da modernidade.
Anuário de Literatura, Florianópolis, v.18, n. 2, p. 201-215, 2013. Disponível em
https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/viewFile/2175-7917.2013v18n2p201/25995.

LIMA, Dellani e IKEDA, Marcelo (org.). Cinema de garagem – Um inventário afetivo sobre o jovem cinema
brasileiro do século XXI. Fortaleza/Belo Horizonte: Ed. dos Autores, 2011.

LINS, Consuelo e MESQUITA, Cláudia. Filmar o real: sobre o documentário brasileiro contemporâneo. Rio
de Janeiro: Zahar, 2008.

LIUZZI, Laura. Desalinho. São Paulo: CosacNaify, 2009.

NAGIB, Lúcia. A utopia no cinema brasileiro: matrizes, nostalgia, distopias. São Paulo, CosacNaify, 2006.

PITTY & Martin. Agridoce. Rio de Janeiro: Deckdisk, 2011. 1 CD.

VALENTE, Eduardo (org.). Cinema Brasileiro, anos 2000, 10 questões. Rio de Janeiro: Centro Cultural
Banco do Brasil/Cinética/Enquadramento, 2011. Disponível em
http://www.bb.com.br/docs/pub/inst/img/CatalogoCinemaBras.pdf.
Hernani Heffner
Pesquisador, graduado em Comunicação Social – Cinema pela universidade Federal Fluminense.
Começou sua carreira proficional na Cinédia em 1986 realizando levantamento de fontes e dados para as
edições da companhia, como Palácios e Poeiras – 100 anos de cinemas no Rio de Janeiro. Ingerssou na
Cinemateca do MAM-RJ em 1996, passando pela Curadoria de Documentação e Pesquisa e assumindo
em 1999 o cargo de Conservadro-Chefe do Arquivo de Filmes. No ano seguinte passa também a lecionar
historia do cinema brasileiro e mundial em diversas universidades e cursos livres como a Universidade
Federal Fluminense, Fundação Getúlio Vargas, Fundação de Artes do Paraná, Usina João Donato e Vila
das Artes. É professor da Puc-Rio desde 2005. Atuou como pesquisador de imagens e sons em filmes
como Vala comum e O Conteastado – Restos mortais. É autor da pesquisa e do roteiro do vídeo A lógica
do silêncio, sobre a atuação da censura durante a ditadura civil-militar. Escreveu mais de 100 verbetes
apra a Enciclopédia do Cinema Brasileiro, assim como dezenas de artigos e textos para catálogos,
revistas e livros. Foi Curador do Festival Cine Música, de 2007 a 2014, e da Mostra de Cinema Ouro
Preto – CineOP – Temática Preservação, de 2012 a 2016, onde co-organizou o livro “Reflexões sobre a
preservação audiovisual”. É ator não-profissional esporádico e torcedor do Botafogo.

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