O documento discute a diversidade linguística no Brasil e a necessidade de se pensar em uma "nova língua brasileira". Aponta que o português foi imposto sobre as línguas indígenas de forma violenta e que existem hoje muitos dialetos e línguas no país. Defende que escrever e criar devem ser atos de descolonização e que é preciso considerar as micropolíticas e transformações do presente para não perpetuar injustiças.
O documento discute a diversidade linguística no Brasil e a necessidade de se pensar em uma "nova língua brasileira". Aponta que o português foi imposto sobre as línguas indígenas de forma violenta e que existem hoje muitos dialetos e línguas no país. Defende que escrever e criar devem ser atos de descolonização e que é preciso considerar as micropolíticas e transformações do presente para não perpetuar injustiças.
O documento discute a diversidade linguística no Brasil e a necessidade de se pensar em uma "nova língua brasileira". Aponta que o português foi imposto sobre as línguas indígenas de forma violenta e que existem hoje muitos dialetos e línguas no país. Defende que escrever e criar devem ser atos de descolonização e que é preciso considerar as micropolíticas e transformações do presente para não perpetuar injustiças.
a.dias@unesp.br Bacharelado e Licenciatura em Artes Visuais NOVA LÍNGUA BRASILEIRA
Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões, e é através
dela que tenho escrito, criado, pensado, vivido o meu entendimento do mundo, onde língua é, sem dúvida, dominação. Antes mesmo do Império Romano sobre a Hispânia e dos portugueses sobre as diversas línguas dos povos originários do Brasil, nossa história, bem como toda a diversidade biológica na Terra, é um tal de bicho comendo bicho o tempo todo, onde se impõem com violência o leão e a língua do opressor. Além da música do Caetano Veloso, que confunde e problematiza pátria e língua na voz de Elza Soares, a leitura sugerida me fez lembrar, também, Lima Barreto. Policarpo Quaresma pretendia que estudássemos tupi-guarani na escola, diferente demais da real bell hooks, que fala que o problema não está na língua em si, mas sim no que o colonizador fez e faz com ela. Substituir a língua tupi-guarani pelo português é uma utopia no país da diversidade. Ao explicar as transformações que o colonizado preto causou na língua e cultura estadunidense, o vernáculo negro do sul, bell faz a gente pensar na nossa língua, nós, nossa língua brasileira. O latim chamado vulgar que deriva do latim chamado clássico se fez em novos contextos sociais, políticos, espirituais, contemporâneos, outras lutas, resistências, misturas e domínios. Quantas línguas e dialetos existem no Brasil, gigantesco território, cujo idioma oficial é o português? As línguas dos nordestes, das comunidades indígenas, das periferias de São Paulo, o dialeto LGBTQ+, o internetês dos adolescentes, a língua brasileira de sinais... Quando foi questionado na mesa de um bar por usar a palavra hermafrodita, ao invés de transexual, retrucou que sua referência é um mito grego e não a micropolítica. Pois se tivesse considerado as micropolíticas e as transformações que regem o agora, não citaria mitos como quem se pauta em livros antigos para perpetuar e justificar as injustiças de hoje em dia, pleno 2020, ano marcado pela crença de muitos de que a Terra é plana e que a cultura tem o mesmo valor que o pum do palhaço. Escrever, criar, pensar, decolonizar o tempo todo a nova língua brasileira de um imenso território multicultural é abrir-se às possibilidades cartesianas ao transmitir tudo o que se quer, inclusive tradições e mitologias, mas com o compromisso freiriano de resistir ao domínio do leão, nem que a pantera seja preciso aprender a rugir novos dialetos bramidos, feito uma mulher do fim do mundo.
Se não é a canção nacional, para lá caminha: a presentificação da nação na construção do samba e do fado como símbolos identitários no Brasil e em Portugal (1890-1942)
A Escolarização do Corpus Negro: Processos de Docilização e Resistência nas Teorias e Práticas Pedagógicas no Contexto de Ensinoaprendizagem de Artes Cênicas