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A exposição temporária “Nhe’ ẽ Porã:

Memória e Transformação” é a primeira


grande exposição no Brasil dedicada às
línguas indígenas e traz o compromisso do
Museu da Língua Portuguesa de valorização
da diversidade linguística brasileira.

Disponibilizamos nesta publicação digital


textos e mapas inéditos, produzidos
especialmente para a exposição, conforme
sumário abaixo:

1. Uma sociedade feita de muitas


sociedades  Museu da Língua Portuguesa

2. Língua, Memória e
Transformação  Daiara Tukano

3. Terra é Viva  Sala 1

4. Língua é Memória  Sala 2

5. Palavra tem Poder  Sala 3

6. Palavra tem Espírito  Sala 4

Boa leitura!

Museu da Língua Portuguesa


UMA SOCIEDADE FEITA
DE MUITAS SOCIEDADES
Embora a maioria dos brasileiros acredite viver em um país
monolíngue, o Brasil é, na verdade, multilíngue. Estima-se a
existência, em nosso território, de mais de 175 línguas indígenas
faladas por indivíduos pertencentes a 305 etnias diferentes.
Essas línguas, corpos simbólicos complexos e sofisticados,
expressam diferentes cosmovisões, diferentes formas de ser e
estar no mundo, e refletem uma grande multiplicidade de ideias,
valores e sistemas de conhecimento. São bens preciosos para a
compreensão das relações humanas e da natureza, para a filosofia,
a ciência, e para o desenvolvimento sustentável do planeta.

Antes da chegada dos portugueses ao território hoje brasileiro


estima-se que havia mais de 5 milhões de habitantes que
falavam aproximadamente mil línguas diferentes. Muito se
perdeu mesmo hoje, cerca de 40 línguas estão em iminente
perigo de desaparecimento. Entre os muitos motivos desse
desastre está a ação de um sistema socioeconômico e
político que promove a discriminação e o desrespeito aos
direitos humanos e às liberdades fundamentais.

A língua é o melhor retrato de um povo e é também seu mais


poderoso instrumento de transformação. Sabe-se que, quando uma
língua desaparece, extinguem-se universos. Assim, reconhecer,
valorizar e fortalecer a nossa grande diversidade social, cultural
e linguística é tarefa mais que urgente. A exposição “Nhe’ē Poră:
Memória e Transformação” será o marco do lançamento da Década
Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032) no Brasil. A Década
é liderada pela Unesco e foi proclamada pela Assembleia Geral
das Nações Unidas para chamar atenção global para a situação
crítica de muitas línguas autóctones e para mobilizar recursos e
partes interessadas para sua preservação, difusão e promoção.
Nesse contexto, o Museu da Língua Portuguesa traz também uma
programação especial que se estenderá até abril de 2023, com o
desejo de contribuir para que cada vez mais pessoas conheçam
e reflitam sobre o tema das línguas indígenas e seu significado
profundo nesta nossa sociedade feita de muitas sociedades.

Museu da Língua Portuguesa


LÍNGUA, MEMÓRIA TERRA
E TRANSFORMAÇÃO É VIVA
Saudemos as vozes e as memórias dos mais de 5 mil povos indígenas A vida existe neste mundo desde antes do surgimento da
do mundo! No Brasil, um dos países mais multilíngues do planeta, humanidade. A Terra, morada de diferentes seres, tem
existem mais de 175 línguas originárias que resistem a um longo muitos cantos. São cantos de pássaros, da brisa suave
processo de apagamento e constituem um imenso patrimônio dos ventos e dos habitantes das diversas paisagens.
a ser conhecido e fortalecido, para que não desapareça.

Ao longo de milênios, os povos originários de todos os continentes


Nossas línguas são território. Somos parte da caminhada de desenvolveram uma escuta atenta, capaz de ouvir e aprender com
nossos avós: ocupando, demarcando e declarando que esta Terra a memória do mundo. O sentimento de pertencimento a este lugar
tem muitos nomes. Esta mátria de tantas matas tem muitas e o profundo respeito pelos seres que nele habitam é o que os une.
frutas, e as famílias de línguas indígenas são árvores de tronco Por isso a luta pela terra é a luta pela vida. Tudo está interligado.
forte, com raízes profundas, que mesmo quando cortadas são
capazes de rebrotar. Quantos sonhos, cantos, quantas flechas
e lágrimas foram derramados para que pudéssemos estar Um território é muito mais que um pedaço de terra. Ele remete
aqui, de peito aberto, dispostos a passar a emoção de viver e a uma diversidade de habitantes e ecossistemas conectados,
ouvir o mundo? Para acolher as belas palavras, nhe’ē porā, é assim como à dimensão imaterial da vida, como são as línguas
preciso ter atenção, delicadeza e respeito com o que pensamos e as culturas dos que ali vivem. As línguas indígenas também
fazemos e com tudo e todos à nossa volta: Terra é Viva, Língua são territórios; territórios de memória, de pensamento e de
é Memória, Palavra tem Poder, Palavra tem Espírito. espiritualidade Como árvores de uma grande floresta, formam
comunidades, conectam mundos, espalham sementes e geram vida.

Com as palavras desenhamos mundos, criamos alternativas para


reflorestar os pensamentos. Precisamos ouvir as boas palavras O nome desta exposição, Nhe’ë Porä, é um conceito dos povos
para que elas possam nos mover, assim como nos move a batida Guarani que significa “belas palavras”. Nhe’ē Porā é a fala de
do coração e lembrar que continuamos no ventre deste pameri divina sabedoria carregada de bons sentimentos. Para ser ouvida,
pati, este mundo de transformação, e deste öpehko pati, este precisa ser compartilhada com doçura, unindo a delicadeza do
mundo do leite sagrado de nossa grande mãe. Que venham sopro e do espírito (nhe’ē) ao que é belo e bom (porā). Buscamos
os frutos da Década Internacional das Línguas Indígenas! palavras doces para narrar trajetórias de resistência e luta dos
povos indígenas. E, a partir desse sopro, esperamos encontrar
uma escuta cuidadosa e disposta a se abrir à transformação.
Añu.

Daiara Tukano
Curadora da Exposição Nhe’ē Poră
LÍNGUA PALAVRA
É MEMÓRIA TEM PODER
Cada língua expressa uma compreensão de mundo, uma forma Desde tempos imemoriais, a potência da palavra está
própria de narrar as experiências de vida. Neste território na força criadora capaz de tecer e transformar mundos,
que veio a se chamar Brasil, sempre existiu uma diversidade sejam territórios materiais ou imateriais. As mensagens
de línguas e povos, mas isso nunca foi ensinado nas escolas. e os cantos dos mais velhos expressam a coerência
Aprendemos que houve descoberta, em vez de invasão. Estima- entre sentimento, pensamento, palavra e ação.
se que, antes de 1500, havia mais de mil povos indígenas, e hoje
restam cerca de 305 que mantêm vivas mais de 175 línguas.
Os indígenas carregam a consciência de que cada palavra é
uma flecha lançada para defender sua vida e seus territórios.
As relações entre os povos indígenas e os colonizadores europeus A partir do protagonismo em diferentes espaços da sociedade
foram permeadas por uma dinâmica de violência evidente que se as ações contemporâneas dos povos originários no mundo se
desenvolveu durante séculos pela imposição de uma única visão manifestam em múltiplas linguagens como estratégias de uma
mundo, de uma única língua e de uma única noção de território. luta que abraça a diversidade em defesa da existência.
Nesse processo, muito se perdeu, e mesmo hoje, por causa da pressão
da língua nacional dominante, do domínio socioeconômico e político,
do desrespeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, Cada vez maior, o protagonismo dos povos indígenas rompe
as línguas indígenas continuam em risco de desaparecimento. definitivamente com a tutela, o paternalismo e o racismo que
marcaram as relações com as instituições ocidentais durante
séculos. É um caminho sem volta: nada sobre nós, sem nós!
Como dimensionar a morte de centenas de línguas? A Seja por meio da comunicação, do cinema, da música, da
perda de uma língua é o fim de um mundo. Essa violência, literatura, das artes, dos espaços educacionais e até mesmo
que nunca foi aceitável, mas persiste, não pode mais ser do humor, as narrativas contemporâneas são as novas flechas
tolerada. É urgente repensar as relações entre as ditas que assumem seu poder de transformação. Que essas flechas
“civilizações”. Afinal de contas, quem civiliza quem? possam atingir em cheio os corações para sensibilizar e encantar
e que nossos pensamentos sejam redirecionados para uma
forma responsável e suave de caminhar sobre a Terra.
É fundamental entendermos os povos originários como protagonistas,
não mais como coadjuvantes da história, e nos sensibilizar com as
memórias presentes em suas diferentes narrativas, reconstruindo
nossas relações de vida para o bem-estar das futuras gerações.
PALAVRA TEM ESPÍRITO MAPAS ELABORADOS
ESPECIALMENTE
PARA A EXPOSIÇÃO
Nós somos habitantes da floresta. Nosso estudo é outro. Aprendemos
as coisas bebendo o pó de yākoana como nossos xamãs mais
antigos. Nos fazem virar espírito e levam nossa imagem muito
longe, para combater os espíritos maléficos ou para consertar
o peito do céu. (...) Nos ensinam também a palavra de seus
cantos e a fazem crescer em nosso pensamento. (...) É assim que
aprendemos a pensar direito com os xapiri. É esse o nosso modo Terra de muitos cantos:
de estudar e, assim, não precisamos de peles de papel. O poder da
yākoana nos basta! (...). Com olhos de vivente, não é possível ver
realmente as coisas. As palavras que contam como os humanos
famílias linguísticas
vieram a existir pertencem a Omama. São muito numerosas. Os
grandes homens as revelam a nós em seus discursos, falando
originárias (2022)
dos lugares onde seus pais e avós viveram no passado. Quando
se tornam espíritos, os xamãs também as dão para nós em seus
cantos. Na verdade, nunca paramos de escutá-las! É desse modo Habitado por milhares de povos, o continente que se estende
que elas se fixam firmemente dentro de nós e nunca se perdem de polo norte ao polo sul é uma terra de muitos nomes. Turtle
Island a chamam os indígenas do norte – que no mapa virou
sul; Pindorama é o nome de origem Tupi-Guarani dado ao
Davi Kopenawa atual território brasileiro. Abya Yala é, na língua Guna, “terra
em florescimento” e vem sendo utilizado como contraponto
Trecho de A queda do Céu: Palavras
à América – um léxico comum aos povos indígenas.
de um xamã yanomami, de Davi
Kopenawa e Bruce Albert. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015.
O mapa propõe outros olhares sobre essa terra, os territórios
originários e a diversidade de povos e línguas. Referenciando-
se nos poucos materiais existentes sobre o tema, ele mostra de
forma simplificada e aproximativa a distribuição geográfica
das famílias linguísticas originárias das Américas. É uma
imagem estática que sobrepõe diversos tempos históricos
e não tem a pretensão de apresentar as transformações
decorrentes da invasão territorial e do genocídio dos povos
indígenas, mas evidenciar sua relação originária com a terra.

A rosa dos ventos ilustrada por Daiara Tukano coloca a


Águia ao Norte, o Gavião Real ao Sul, o Beija-flor ao Leste e
o Condor ao Oeste indicando as direções e a Cobra Grande
faz alusão aos caminhos de migração originária - esses
são seres importantes em diversas culturas indígenas.

.
Realizado para a exposição “Nhe’ē Porã:
memória e transformação” do Museu da
Língua Portuguesa (São Paulo, Brasil) com
curadoria e arte de Daiara Tukano. Desenho
de mapa de Bruna Keese e pesquisa de
Gustavo de Godoy e Silva e Majoí Gongora.

Fonte: Artic Council (Indigenous Peoples


Secretariat, 2019). Arctic Indigenous
languages map; Campbell, Lyle. American
Indian Languages: The Historical Linguistics
of Native America. Oxford: Oxford University
Press, 1997; Jost Gippert. South American
Languages: Historical Distribution, 1999-
2003; Loukotka, Čestmír. Classification of
South American Indian Languages. Los
Angeles: UCLA Latin American Center, 1968;
Native Land Digital https://native-land.
ca/, 10 ago. 2022; Santos, Rodrigo Martins
dos. Mapeamento da desterritorialização
etnolinguística no Sudeste e Leste do Brasil
durante as primeiras invasões europeias
(1500-1700 EC), 2021; Hopkins, Nicholas e
Josserand, Kathryn. “The Native Languages
of Mesoamerica: approximate distributions
at European Contact ca. 1500 A.D”, 2005;
Longacre, Robert. Handbook of Middle
American Indians, vol. 5, 1967; Campbell, Lyle.
The Linguistics of Southeast Chiapas, 1988.

Relevo: USGS Global 30 Arc-Second Elevation


(GTOPO30) Digital Object Identifier
(DOI) number: /10.5066/F7DF6PQS

Hidrografia: ESRI “World Water Bodies”,


escala não fornecida. Garmin International,
Inc. https://www.arcgis.com/home/item.
html?id=e750071279bf450cbd510454
a80f2e63, acesso: 10 ago. 2022
Famílias Linguísticas
Realizado para a exposição “Nhe’ē Porã:
memória e transformação” do Museu
da Língua Portuguesa (São Paulo,

faladas em Terras Brasil) com curadoria de Daiara Tukano.


Desenho de mapa de Bruna Keese.

Indígenas reconhecidas Relevo: USGS Global 30 Arc-Second Elevation


(GTOPO30) Digital Object Identifier

no Brasil (2022)
(DOI) number: /10.5066/F7DF6PQS

Terras Indígenas, povos e famílias


linguísticas: ISA, 2022.

No Brasil, existem mais de 175 línguas indígenas que pertencem a Fronteiras, limites estaduais e municipais,
capitais e cidades: IBGE, 2017.
dezenas de famílias linguísticas diferentes. São como as árvores de
uma grande floresta cuja riqueza também expressa a diversidade de Hidrografia: ESRI “World Water Bodies”,
culturas e visões de mundo. Este mapa apresenta a distribuição das escala não fornecida; Garmin International,
19 famílias linguísticas das línguas indígenas faladas no território Inc. https://www.arcgis.com/home/item.
brasileiro. No entanto, diante da ausência de dados sobre a situação html?id=e750071279bf450cbd510454a80f2e63
10 ago. 2022
dessas línguas e a distribuição geográfica de seus falantes, é
importante observar que se trata de uma representação parcial. Isso
porque a elaboração do mapa partiu de dados disponíveis apenas
sobre os falantes que vivem em Terras Indígenas (TIs) reconhecidas
pelo Estado. Até o momento, não há dados sistematizados sobre as
línguas indígenas faladas nas áreas urbanas e rurais, fora das TIs.

inserir mapa
CAYENNE
Aruak GUIANA
FRANCESA Karipuna
BOGOTÁ Karib Karib SURINAME
Karib Aruak Karib Karib Galibi-Marworno
Arutani Karib
Aruak Aruak Karipuna Aruak famílias linguísticas
Karib Aruak Karib Karipuna
COLÔMBIA Karib Boa Vista Aruak Galibi-Marworno faladas em terras
Yanomami Karib Karib
Aruak Aruak indígenas reconhecidas
Aruak
RR Karib
Karib
AP no brasil (2022)
Naduhup
Tukano Tupi
Aruak TukanoAruak Karib
Aruak Tukano
Karib
Aruak Tukano Tupi Macapá
Karib
Tukano Aruak Naduhup Tukano
Karib Karib
Naduhup Aruak Tikuna-yuri
Aruak Naduhup
Tukano Karib
Naduhup Katukina Belém
Naduhup
Katukina
Tikuna-yuri Bora Tupi PA Tupi Tupi Tupi
Tupi Tupi Tupi Tupi
Tikuna-yuri Aruak Tupi Tupi Tupi São Luís
Tikuna-yuri Tupi Arawá AM Tupi
Tikuna-yuri Tukano Tupi Manaus Tupi
Tikuna-yuri Aruak Tupi
Tikuna-yuri Tupi Pano Tupi Tupi Tupi
TupiTupi Tupi
Tikuna-yuri Tikuna-yuri Tikuna-yuri Tupi Bora Tikuna-yuri Tikuna-yuri Katukina Tupi Karib Tupi Fortaleza
Tupi
Tupi Tupi Aruak Tupi
Tikuna-yuri Tikuna-yuri Tupi Macro-Jê
Bora
Tikuna-yuri Tupi Aruak Tupi Karib Tupi MA
Tikuna-yuri Tupi Tupi Tupi
Aruak Teresina
Katukina Tupi Macro-Jê Tupi Tupi
Tupi Macro-Jê
Tupi Tupi Tupi
Katukina Arawá Aruak Tupi Tupi Tupi RN
Arawá Aruak Tupi Macro-Jê Tupi CE Natal
Pano Aruak Mura Tupi Tupi PI
Aruak Mura Macro-Jê Macro-Jê Macro-Jê
Arawá Mura
Arawá Tupi Macro-Jê Macro-Jê Macro-Jê
Katukina Arawá Tupi
Katukina Arawá Tupi
Arawá Arawá Mura Macro-Jê PB João Pessoa
Pano Arawá Tupi Macro-Jê
Arawá Arawá Tupi Tupi
Pano Aruak Aruak Aruak Tupi Macro-Jê
Tupi
Pano
Pano Pano Pano
Arawá Aruak Aruak Arawá Tupi Macro-Jê Recife
Aruak Aruak Tupi
Pano Pano Pano Aruak Tupi Tupi Macro-Jê PE
Aruak Macro-Jê
Pano Aruak Tupi Macro-Jê
Pano Arawá Aruak Porto Velho Tupi Macro-Jê Macro-Jê Yaathe
Pano Pano
AC Macro-Jê
Aruak Aruak
ArawáArawáArawá Aruak Pano Tupi
Macro-Jê Macro-Jê
Pano Aruak Aruak Macro-Jê AL
RO Tupi Aruak
Pano Arawá Tupi Maceió
Rio Branco Txapakura
Tupi Macro-Jê
Pano Tupi Palmas SE
Tupi Macro-Jê Macro-Jê Tupi Macro-Jê
Aruak Txapakura Tupi
Pano Tupi Tupi
Txapakura Txapakura Aruak Macro-Jê Macro-Jê
BRASIL
Aracaju
Tupi Tupi Macro-Jê Tupi Macro-Jê
Txapakura Tupi Macro-Jê Tupi BA
Macro-Jê Aruak Trumai Macro-Jê
PERU Txapakura Txapakura Tupi Macro-Jê Tupi
Kwazá Aruak Myky-Manoki
˜ TO
Macro-Jê Karib
Aikanã Aikanã
Aikanã ˜
Myky-Manoki Tupi
Kanoé Tupi TupiNambikwara
Tupi Nambikwara Myky-Manoki
˜ Karib
Kanoé Aruak Salvador
Kanoé Nambikwara
Nambikwara Macro-Jê
Aruak MT
Aruak Macro-Jê
Macro-Jê Tupi
Nambikwara
Aruak Karib Macro-Jê
Aruak Karib Macro-Jê
Aruak Aruak Aruak Macro-Jê
Nambikwara Macro-Jê Macro-Jê GO
Aruak Myky-Manoki
˜ Bororo
Nambikwara
Nambikwara Aruak Bororo Macro-Jê
Macro-Jê Bororo BRASÍLIA
BOLÍVIA Cuiabá
Macro-Jê Bororo
LA PAZ Bororo Bororo
Guató Bororo Goiânia Macro-Jê

Guató
MG

Macro-Jê ES
Macro-Jê
MS
Aruak Aruak Belo Horizonte Tupi
Aruak Aruak Aruak Vitória
Zamuco Aruak Aruak Campo Grande
Guaikuru Aruak Aruak
Aruak
Macro-Jê
Aruak Macro-Jê
Tupi
Tupi Macro-Jê
Tupi AruakTupi Aruak RJ
Tupi Tupi Tupi Tupi SP
PARAGUAI
Tupi Tupi
Tupi Rio de Janeiro
Tupi Tupi
Macro-JêTupi Tupi
Tupi Tupi Tupi
Tupi Tupi Tupi
Macro-Jê Tupi Tupi Tupi São PauloTupi
Tupi Tupi
CHILE
Tupi Macro-Jê Tupi Tupi
Tupi Tupi Tupi Tupi
Macro-Jê
Tupi Tupi
Macro-Jê Macro-Jê Tupi Tupi
PR
Tupi Tupi
Tupi Macro-Jê
ASUNCIÓN Tupi Tupi
Tupi Macro-Jê Tupi Curitiba Terras Indígenas
Macro-Jê Tupi TupiTupi
Tupi
Tupi
Macro-Jê Macro-Jê
Macro-Jê Macro-Jê Tupi Família linguística
Tupi Tupi
Macro-Jê Macro-Jê Tupi
Macro-Jê
Tupi SC Florianópolis
Tupi Tupi
Tupi
Macro-Jê Macro-Jê Macro-Jê Língua isolada
Macro-JêTupiMacro-Jê Tupi

Tupi Macro-Jê
Tupi Macro-Jê Língua de contato
Tupi
Tupi Tupi
Porto Alegre
Charrua
Tupi Tupi Tupi
ARGENTINA Tupi
RS Tupi
Tupi
População Indígena e
Realizado para a exposição “Nhe’ē Porã:
memória e transformação” do Museu
da Língua Portuguesa (São Paulo,

Terras Reconhecidas Brasil) com curadoria de Daiara Tukano.


Desenho de mapa de Bruna Keese.

no Brasil (2022) Fonte: População autodeclarada indígena


por situação do domicílio, segundo os
municípios: Censo 2010, IBGE, Brasil,
1991-2010; Terras Indígenas: ISA, 2022.

O mapa sobrepõe dois conjuntos de dados importantes sobre a Relevo: USGS Global 30 Arc-Second Elevation
população indígena no país. De um lado, mostra a localização das (GTOPO30) Digital Object Identifier
Terras Indígenas reconhecidas até o momento e a classificação das (DOI) number: /10.5066/F7DF6PQS
mesmas segundo a situação jurídico-administrativa informada pela
Fronteiras, limites estaduais e municipais,
Funai (Fundação Nacional do Índio). De outro, os dados do último
capitais e cidades: IBGE, 2017
censo do IBGE (2010) sobre a população indígena organizados por
município. O objetivo principal deste mapa é evidenciar a presença Hidrografia: ESRI “World Water Bodies”,
indígena em todo o território nacional e explicitar, entre outras escala não fornecida; Garmin International,
coisas, a discrepância entre o tamanho das Terras Indígenas na região Inc. https://www.arcgis.com/home/item.
html?id=e750071279bf450cbd510454a80f2e63
Norte e aquelas situadas no Nordeste ou no Sudeste - uma expressão
10 ago. 2022
da violência colonial sobre os territórios indígenas nessas regiões.

inserir mapa
população indígena e
terras reconhecidas
no brasil (2022)
Políticas de educação
Realizado para a exposição “Nhe’ē Porã:
memória e transformação” do Museu
da Língua Portuguesa (São Paulo,

para indígenas Brasil) com curadoria de Daiara Tukano.


Desenho de mapa de Bruna Keese.

no Brasil (2022) Fontes: Secadi/MEC, Semesp/


MEC, Censo Escolar/INEP, 2020.

Relevo: USGS Global 30 Arc-Second Elevation


(GTOPO30) Digital Object Identifier
Neste mapa foram reunidas informações diversas sobre as políticas (DOI) number: /10.5066/F7DF6PQS
educacionais para os povos indígenas existentes no país, como:
dados recentes sobre o número de escolas indígenas por estado; Fronteiras, limites estaduais e municipais,
as instituições federais por UF que oferecem vagas à indígenas; capitais e cidades: IBGE, 2017

as instituições de ensino superior selecionadas em editais do


Hidrografia: ESRI “World Water Bodies”,
PROLIND (Programa de apoio à formação superior e licenciatura escala não fornecida. Garmin International,
intercultural indígena); e universidades que têm vestibular Inc. https://www.arcgis.com/home/item.
indígena. Em destaque, o mapa apresenta a localização dos html?id=e750071279bf450cbd510454
Territórios Etnoeducacionais (TEEs) pactuados até hoje. A criação a80f2e63, acesso em: 10 ago. 2022

dos TEEs em 2009 (Decreto nº 6.861) é resultado da luta indígena


por garantia de direitos e inaugura uma etapa importante do
processo histórico de protagonismo escolar indígena. Os Territórios
Etnoeducacionais reconhecem as especificidades dos povos indígenas
e possibilitam uma gestão mais autônoma de processos escolares
e em sintonia com suas territorialidades, independentemente
da divisão política entre estados e municípios do país.

inserir mapa
políticas de educação para
indígenas no brasil (2022)
Povos indígenas com
Realizado para a exposição “Nhe’ē Porã:
memória e transformação” do Museu
da Língua Portuguesa (São Paulo,

línguas sinalizadas Brasil) com curadoria de Daiara Tukano.


Desenho de mapa de Bruna Keese.

no Brasil (2022) Fonte: Gustavo de Godoy e Silva, 2022

Relevo: USGS Global 30 Arc-Second Elevation


(GTOPO30) Digital Object Identifier
(DOI) number: /10.5066/F7DF6PQS

Terras Indígenas: ISA, 2022.

Além das inúmeras línguas indígenas faladas hoje, existem as línguas Fronteiras, limites estaduais e municipais,
de sinais faladas por povos indígenas. As situações das línguas capitais e cidades: IBGE, 2017.
sinalizadas entre os indígenas são bastante diferentes entre si. Há
Hidrografia: ESRI “World Water
lugares onde um único surdo compartilha sua língua com familiares e
Bodies”,escala não fornecida. Garmin
vizinhos. Em outros, as línguas de sinais são conhecidas em diferentes International, Inc. https://www.arcgis.com/
aldeias. Há comunidades nas quais os surdos são monolíngues, home/item.html?id=e750071279bf450cbd
isto é, falam apenas a língua de sinais local e, em outras, os surdos 510454a80f2e63, acesso em: 10 ago. 2022.
utilizam a Libras (Língua Brasileira de Sinais). Não se sabe ao certo
o número de línguas sinalizadas no Brasil, pois ainda não há um
levantamento sistemático das mesmas. Até agora, ao menos 20
línguas de sinais já foram noticiadas entre os povos indígenas no
país. Ao lado das línguas sinalizadas de populações não indígenas,
a contagem de línguas de sinais no Brasil ultrapassa o número 30.

inserir mapa
povos indígenas com
línguas sinalizadas
no brasil (2022)

Terras Indígenas
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO DIRETORA EXECUTIVA NÚCLEO DE OPERAÇÕES E INFRAESTRUTURA

Renata Vieira da Motta Luis Marcatto (COORDENADOR) NHE'Ẽ PORÃ


Governador MEMÓRIA E TRANSFORMAÇÃO
Marcelo Reis (ASSISTENTE DE COORDENAÇÃO)
Rodrigo Garcia DIRETORA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
Anderson Dias (ASSISTENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS) CONCEPÇÃO E CURADORIA
Vitória Boldrin Rafael Viana Lumazini (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO)
Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa Daiara Tukano
Sérgio Sá Leitão Aldair Ferreira, Everton Ivanoff, Jonas Gonçalves,
DIRETORA TÉCNICA
Sidiney Santos (AUXILIARES DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO) ASSISTÊNCIA DE CURADORIA E COORDENAÇÃO DE PESQUISA
Marília Bonas
Secretário Executivo de Estado de Cultura e Economia Criativa Majoí Favero Gongora
Rogério Custódio de Oliveira COORDENADORA DO COMITÊ CURATORIAL
NÚCLEO DE TECNOLOGIA
Felipe Macchiaverni (COORDENADOR) CURADORIA ESPECIAL PARA LÍNGUAS INDÍGENAS
Isa Grinspum Ferraz
Chefe de Gabinete Anderson Almeida, David Vieira da Costa, Luciana Raccanello Storto
Frederico Mascarenhas ASSESSORIA MUSEOLÓGICA Luciano Ornelas e Raul Ferreira (ANALISTAS)
PESQUISA
Maurício Rafael (ASSESSOR DE MUSEOLOGIA)
Coordenadora da Unidade de Preservação NÚCLEO DO CENTRO DE REFERÊNCIA Altaci Kokama,Gustavo de Godoy e Silva,
do Patrimônio Museológico Juliana Pons (MUSEÓLOGA)
Camila Aderaldo (COORDENADORA) Daiara Tukano, Majoí Favero Gongora
Paula Paiva Ferreira
ASSISTENTES DE DIRETORIA Cecilia Farias (PESQUISADORA), Luiza
Naiah Mendonça e Lucas Borges Magalhães (SUPERVISORA), Shayene ARQUITETURA EXPOSITIVA

Borges (ASSISTENTE DE DOCUMENTAÇÃO). Estúdio GRU Jeanine Menezes


ARTICULAÇÃO SOCIAL Assistentes
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Evelyn Ariane Lauro (ARTICULADORA SOCIAL) NÚCLEO EDUCATIVO Lia Untem e Lucas Donnangelo
GESTÃO Uma Sorrequia (ARTICULADORA SOCIAL) Marina Toledo (COORDENADORA)
IDBrasil Cultura, Educação e Esporte Amanda Cuesta (ASSISTENTE DE FORMAÇÃO E CONTEÚDO) PRODUÇÃOEXECUTIVA

– Organização Social de Cultura NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Juliana Barreto Tavares (ASSISTENTE DE COORDENAÇÃO) Arte3
Desenvolvimento Institucional - Edson Ignácio (SUPERVISOR) Ana Helena Curti, Franco Almada
Conselho de Administração
Carolina Bianchi (COORDENADORA), Amanda Amaral, Anaily Sequera, Billy Tupa
Assistente de Produção
Ariana Marassi (SUPERVISORA), Fernando, Daniela Soares, Ellen Silva, Fauston
Letícia Elisa Leal
Presidente
Flávia Macedo (ASSISTENTE DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS) Flora, Heloísa Milena da Silva, Janaina Eleuterio,
Carlos Antonio Luque Carolina Gomes, Gabriela Martinez de Jonatha Oliveira, Luiza Colarino, Mariana Lachner, DESIGN
Oliveira e Luana Cavalcanti (TÉCNICAS) Rafael Hernandez Werá Mirim, Rafael Silva, Elaine Ramos e Flávia Castanheira
Vice-Presidente
Comunicação - Renata Beltrão (ASSESSORA Sidney Zonatto , Vanessa Oliveira (EDUCADORES)
Clara de Assunção Azevedo
DE COMUNICAÇÃO E MARKETING) Assistente de Design

Conselheiros Alan de Faria (ASSESSOR DE IMPRENSA), José Mota Aline Anastácio, Alyce Kowalkowski, Ana Paula Julia Paccola
Ana Paula de Macedo Mendes Cerqueira, Dalton (ASSISTENTE DE COMUNICAÇÃO) e Pablo Mazzucco (DESIGNER) Oliveira, Cainã Barbosa, Carlos Silva, Daniela
Pastore Junior, Esmeralda Vailati Negrão, Anna Leite (ESTAGIÁRIA) Almeida, Ingrid Moraes, Jaqueline Reis, Jaz
DESENHO DE MAPAS

Bruna Keese
Felipe Artur Pie Abib Andery, Fernando José de Hausf, Jordana Oliveira, Kauê Pontes, Leonardo
NÚCLEO DE EXPOSIÇÕES E PROGRAMAÇÃO CULTURAL
Almeida, Francisco Vidal Luna, Haim Franco, Salvaterra, Leticia Garcia, Marcelo Gomes,
Alita Mariah (COORDENADORA) DESENHO DE LUZ
Ialê Pereira Cardoso, Larissa Torres Graça, Nathalia Oliveira, Pedro Gabriel, Rafaela Lopes, Anna Turra
Clara Machado (PRODUTORA)
Ligia Fonseca Ferreira, Luiz Laurent Bloch, Raíssa Souza, Regina Santos, Rita Ferreira, Tatiane
Vinicius Rigoletto (PRODUTOR)
Matheus Gregorini Costa, Mauro da Silva. Silva, Vian Tenório, Vitória Moreira (ORIENTADORES) Assistente de Montagem de luz
Letícia Leal (PRODUTORA)
Camila Jordão
Conselho Fiscal
NÚCLEO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
Fabio Carvalho Bergamo, João Wagner CONSULTORIA E PROJETO DE AUDIOVISUAL
Sueli de Cássia Borges Santiago (COORDENADORA)
Galuzio, Paulo Galdino Coelho. VALE | INSTITUTO CULTURAL VALE Marcos Santos
Andresa Gomes Martins, Carlos Odilon,
Cintia Yuri, Leonardo Costa, Melise Pereira, Vice-Presidente Executiva de Sustentabilidade da Vale e
Conselho Consultivo Presidente do Conselho do Instituto Cultural Vale
CONSULTORIA DE CLIMATIZAÇÃO
Rafael Iesposti, Renata Silva (ANALISTAS) Bruno Fedeli
Aline Pellegrino, Antonio de Pádua Prado Jr, Maria Luiza de Oliveira Pinto e Paiva
Brena Bonoto, Giovanna Lanfranchi, Kauê
Caio Luiz Cibella de Carvalho, Carlos Augusto
Queiroz, Giovana Meireles (BILHETEIRAS/O) PROJETO DE ACESSIBILIDADE
Barros e Silva, Danilo Santos de Miranda, Eduardo Diretor Presidente do Instituto Cultural Vale
Isabella Veríssimo (RECEPCIONISTA) INCLUA-ME Arte e Cultura para Todos
Alfano Vieira, Eduardo Machado Barella, Hélio Hugo Barreto
Piter Torres (SUPERVISOR DE BILHETERIA)
de Seixas Guimarães, Lilia Katri Moritz Schwarcz, PESQUISA ICONOGRÁFICA
Luiz Francisco de Sales, Marcos Ribeiro de NÚCLEO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Hog Lacerda
Mendonça, Maria Luiza de Souza Dias, Marina Paulo Silva (COORDENADOR)
de Mello e Souza, Mário Lucio Matias de Sousa Andreza Lima, Karolina Ferreira, e
ROTEIROS

Mendes, Nelson Savioli, Silvio Luiz de Almeida. Marcelo Macca


Thalyta Ramos (ANALISTAS)
Gustavo de Godoy e Silva

28 29
PRODUÇÃO EDITORIAL REVISÃO DE TEXTOS E TRADUÇÃO PARA O INGLÊS

Daiara Tukano Alyne Azuma


Majoí Favero Gongora Maria Fernanda Ribeiro
VETORIZAÇÃO DE IMAGENS

TRADUÇÃO PARA LÍNGUAS INDÍGENAS Lee Dawkins


Caetano Tserenhi’ru Moritu,Jera Guarani,
João Paulo Lima Barreto,Morzaniel Iramari TRATAMENTO DE IMAGENS

Aranariutheri, Ricardo Tupiniquim Ramos Heinar Maracy

IMPRESSÃO FINEART
CENOTECNIA

Elástica Cenografia Outside Fineart


William Zarella, Hugo Lefort
LAUDOS MUSEOLÓGICOS

LETRISTAS
Mariane Tomi Sato
Alexandro Marques, Karina Kosugue,
TRANSPORTE
Patrícia Del Sole, Wilton Carvalho
Millenium Transportes
MONTAGEM FINA
SINALIZAÇÃO
Gala
Watervision
EDIÇÃO DE ÁUDIO E PAISAGEM SONORA
SEGURO
Acalanto Projetos Criativos Fernando
Liberty
Alves, Leandro Rodrigo
COOPERAÇÃO
EDIÇÃO DE VÍDEOS
UNESCO
Z&SFilmes
PARCERIA
EQUIPAMENTOS E MONTAGEM DA ILUMINAÇÃO
Instituto Socioambiental Museu
Santa Luz
Paraense Emílio Goeldi
EQUIPAMENTOS E MONTAGEM DO AUDIOVISUAL
Museude Arqueologia e Etnologiada
MaxiAudio Universidade de São Paulo
Museu do Índio – Fundação Nacional do Índio
ANIMAÇÃO, VIDEOMAPPING E MULTIMÍDIAS

Estúdio Bijari

30
Exposição Temporária  Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação  |  E-book

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