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Elaboração: Prof.ª Dra. Graciane Cristina M.

Celestino¹

Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria de Lourdes Faustino

Professora: Graciane Cristina Mangueira Celestino Turno: Vespertino Série/Ano: 6º


Aluno (a):_ _ Turma: ___ Data: __/__/2022
Tema: As sociedades indígenas: a palavra poética e sua oralidade

Atividade Referente aos dias 01 e 02/08/2022


COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
HABILIDADES CONTEMPLADAS

➢ HABILIDADES

(EF69LP44-A) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em
textos literários.
(EF69LP44-B) Reconhecer, em textos literários, formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades,
sociedades e culturas, considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
(EF06LP04-A) Analisar a função e as flexões de substantivos e adjetivos.
(EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais, considerando o gênero textual e a intenção
comunicativa.
(EF06LP08) Identificar, em texto ou sequência textual, orações como unidades constituídas em torno de um
núcleo verbal e períodos como conjunto de orações conectadas.

Os povos originários brasileiros são impelidos por um tipo de


poesia dos mitos, suas narrativas encantam. Desde antes dos
colonizadores chegaram ao Brasil, em 1500, esses povos já
deixavam a palavra fluir e dar sentido às histórias que cada
nação contava. Os anciãos são os responsáveis por passar
de geração em geração os ensinamentos, a sabedoria que
essa poética da oralidade traz. Em nosso projeto de leitura
essas histórias serão apresentadas por um escritor de origem
indígena, Daniel Munduruku.
Esta Foto de Autor Desconhecido está
Para começar...

O Brasil é um país diverso cultural e linguisticamente, ou seja, nosso povo é constituído por variadas maneiras
e modos de pensar, falar e agir. Cada uma dessas maneiras ou modos devem ser respeitados. Entre nós estão
povos que aqui já existiam desde antes da chegada dos portugueses. Os índios, ou povos originários, estavam em
terras brasileiras há milhares de anos. Atualmente, convivem em nosso país 250 povos diferentes, que falam 180
línguas e dialetos, cada um desses povos está espalhado pelas cinco regiões brasileiras, em todos os estados.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são 750 mil pessoas, índios, que mantem
suas tradições, rituais, línguas e cultura, além de buscar manter o equilíbrio de suas vidas.
Doutora em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB).
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Copyright Prof.ª Dra. Graciane Cristina M. Celestino © 2022
Elaboração: Prof.ª Dra. Graciane Cristina M. Celestino¹

As línguas dos povos originários do Brasil estão divididas em quatro troncos


linguísticos. Você sabe o que é um tronco linguístico? É o conjunto de famílias
linguísticas, por exemplo, o Português Brasileiro é da família linguística
portuguesa, que por sua vez tem tronco linguístico românico, ou seja, tem origem
no latim, língua falada pelo Império Romano muitos séculos atrás.
Por que estamos falando dessas coisas? Porque os índios também têm troncos
linguísticos, e são quatro, a saber:
• Aruak
• Karib
• Macro-Jê
• Tupi Guarani
Vamos conhecer o primeiro mito e a qual povo e tronco linguístico pertence?

Povo Munduruku

Segundo Daniel Munduruku (2005, p.12), a palavra que dá nome a


seu povo, Munduruku, tem o significado de “Formigas Gigantes ou
Compridas”, os descendentes dessa família linguística são
AM
PA reconhecidos como guerreiros e poderosos. Eles já estão em
contato com as cidades a dois séculos e meio, 250 anos, contudo
mantem sua cultura e tradição por meio dos rituais e de sua língua.
MT Outras informações importantes são:
1º Esse povo está presente nos estados do Amazonas, Pará e Mato
Grosso.
2º Seu povo é o Munduruku.
3º Sua língua é a Munduruku
4º Sua família linguística é a Munduruku
5º Seu tronco linguístico é o Tupi
6º A população total é de 12.000 pessoas

Leia o texto abaixo:


Do mundo do centro da Terra ao mundo de cima
Povo Munduruku (Mito Tupi)

Ilustração: BORGES, 2005, p. 08

No antigo tempo da criação do mundo com toda sua beleza, os Munduruku viviam dispersos, sem unidade e
guerreando entre si. Era uma situação muito ruim que tornava a vida mais difícil e indócil. Foi aí que ressurgiu Karú-
Sakaibê, grande Criador, que já havia realizado tantas coisas boas para este povo.
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Contam os velhos que foi ele quem criara as montanhas e as rochas soprando em penas fincadas ao chão. Eram
também criações dele os rios, as árvores, os animais, as aves do céu e os peixes que habitam todos os rios e igarapés.
Karú-Sakaibê, tendo percebido que o povo que ele criara não estava unido, decidiu voltar para unificá-lo e lembrá-
lo como havia sido trazido do fundo da Terra quando ele decidiu enfeitar a Terra com gente que pudesse cuidar da obra
que criara.
Assim contam os velhos sobre a vinda dos Munduruku ao mundo de cima:
Karú-Sakaibê andava pelo mundo sempre em companhia de seu fiel amigo Rairu, que embora fosse muito
poderoso, gostava de brincar e se divertir. Um dia, Rairu fez uma figura de tatu juntando folhas, gravetos e cipós. Era
uma imitação perfeita. Tão perfeita que o jovem brincalhão resolveu colá-lo com resina feita com a cera de mel de
abelha para que seu desenho nunca desaparecesse. Para secar a resina Rairu enterrou seu "tatu" embaixo da terra
deixando apenas o rabo para fora. Porém, quando ele tentou, depois de algum tempo, retirar sua mão do rabo não
conseguiu, pois a resina havia secado e ele ficara grudado no rabo do tatu.
Como Rairu tinha um grande poder, deu vida ao desenho e este, em vez de querer sair do buraco, foi adentrando-
se cada vez mais, carregando consigo o pobre rapaz preso ao seu rabo. Por mais que tentasse se soltar não conseguia.
O tatu-desenho foi cada vez mais fundo e quando chegou ao centro da Terra, Rairu encontrou muita gente que por lá
morava. Tinha gente de todo jeito: algumas eram bonitas, outras eram feias; algumas eram boas e outras eram más e
preguiçosas.
Rairu ficou tão impressionado com aquilo que decidiu sair rapidamente do buraco para contar a Karú-Sakaibê,
que já devia estar preocupado com sua demora. E estava mesmo. Karú irritou-se tanto com seu companheiro que
decidiu castigá-lo, batendo nele com um pedaço de pau. Para se defender o jovem contou sua aventura ao centro da
Terra e como ele havia encontrado gente lá. Estas palavras chamaram a atenção de Karú, que decidiu trazer toda esta
gente para o mundo de cima.

Ilustração: BORGES, 2005, p. 10

Rairu ainda perguntou como poderiam fazer isso se eles estavam tão longe. O herói criador nem sequer deu ouvido
ao jovem. Começou a fazer uma pelota e enrolá-la na mão. Em seguida jogou a pelota no chão e imediatamente nasceu
um pé de algodão. Colheu, então, o algodão e com suas fibras fez uma corda que passou na cintura de Rairu e ordenou
que fosse ao centro da Terra buscar as pessoas que lá ele vira.
Rairu desceu pelo mesmo buraco do tatu. Quando chegou reuniu todo mundo e falou das maravilhas que havia no
mundo de cima e que queria que todos subissem pela corda para conhecer este novo mundo. Os primeiros a subir foram
os feios e os preguiçosos, porque estes imaginavam que iam encontrar alimentos com muita facilidade e nunca mais
precisariam trabalhar. Depois subiram os bonitos e formosos. No entanto, quando estes últimos já estavam quase
alcançando o topo, a corda arrebentou e um grande número de gente bonita caiu no buraco e permaneceu vivendo no
fundo da Terra.
Como eram muitos, Karú-Sakaibê quis diferenciá-los uns dos outros. Para que uns fossem Munduruku, outros
Mura, Arara, Mawé, Panamá, Kaiapó e assim por diante. Cada um seria de um povo diferente. Fez isso pintando uns
de verde, outros de vermelho, outros de amarelo e outros de preto. No entanto, enquanto Karú pintava um por um, os
que eram feios e preguiçosos adormeceram.
Esta atitude das pessoas feias irritou profundamente o herói criador. Como castigo por sua preguiça, Karú-Sakaibê
os transformou em passarinhos, porcos-do-mato, borboletas e em outros bichos que passaram a habitar a floresta.

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No entanto, àqueles que não eram preguiçosos ele disse:
— Vocês serão o começo, o princípio de novos tempos e seus filhos e os filhos de seus filhos serão valentes e fortes.
E para presenteá-los por sua lealdade, o grande herói preparou um campo, semeou e mandou chuva para regá-lo.
E tão logo a chuva caiu nasceram a mandioca, o milho, o cará, a batata-doce, o algodão, as plantas medicinais e muitas
outras que servem, até os dias de hoje, de alimento para esta gente. Ainda os ensinou a construir os fomos para preparar
a farinha.
Contam nossos avós que foi assim que Karú-Sakaibê transformou a grande nação Munduruku num povo forte,
valente e poderoso...
Texto Integral
(MUNDURUKU, Daniel. Do mundo do centro da Terra ao mundo de cima. In: Contos Indígenas Brasileiros. São Paulo,
2005, p. 07 -12)

GLOSSÁRIO
Munduruku - Significa Formigas Gigantes ou Compridas por ser conhecido como um povo guerreiro e poderoso. Está presente
nos estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso, totalizando aproximadamente 12 mil pessoas. Seu contato com a cidade já é
250 anos e, apesar deste contato antigo, mantém sua cultura e tradição através de rituais e de sua língua.
Karú- Sakaibê - É dessa forma que o povo de Munduruku denomina seu herói criador e civilizador.
Rairu - Era o fiel companheiro de Karú-Sakaibê, uma espécie de assistente na obra da criação.
Igarapé - Significa pequeno córrego. São braços de um grande rio, onde normalmente estão localizadas as aldeias
Munduruku.
Mura, Mawé, Arara, Panamá, Kaiapó - Denominação de alguns povos indígenas que são vizinhos dos Munduruku.

Interpretação do texto

Questão 1 - O gênero do texto é:


a) crônica, pois aborda fatos do cotidiano.
b) memória, pois traz uma experiência de vida.
c) conto, pois é um texto ficcional com personagens reais.
d) mito, pois além de um enredo ficcional, apresenta personagens sobrenaturais e que compõem a oralidade dos
povos a que pertence a narrativa.

Questão 2 - A finalidade do texto é


a) entreter o leitor com um enredo místico e personagens fantasiosos, que situam como o povo Munduruku veio
ao “mundo de cima”.
b) criticar a sociedade de forma geral.
c) apresentar um ensinamento através de uma moral.
d) noticiar um fato ocorrido no passado.

Questão 3 - Segundo o texto,


a) Karú-Sakaibê era o grande Criador.
b) o povo Munduruku vivia em paz e nunca guerreavam.
c) Rairu não contou a Karú-Sakaibê que tinha ido ao centro da Terra e encontrado pessoas muito diferentes por lá.
d) as primeiras pessoas a subir para o mundo de cima foram os bonitos e formosos.

Questão 4 - Toda a história gira em torno de


a) uma guerra.
b) uma viagem ao centro da Terra.
c) uma emoção.
d) uma promessa.

Questão 5 - No trecho: “E para presenteá-los por sua lealdade...”, o termo destacado “los” se refere
a) a Rairu.
b) aos feios e preguiçosos.
c) aos bonitos e formosos.
d) a Karú-Sakaibê.

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Questão 6 - O texto
a) faz uso do discurso direto nas falas das personagens.
b) foi escrito em versos, usando o discurso direto nas falas das personagens.
c) utiliza os discursos indiretos nas falas das personagens.
d) não utiliza nem o discurso direto e nem o discurso indireto.

Questão 7 – o herói criador ordenou a Rairu que fosse até o centro da Terra para buscar as pessoas que lá
moravam, porque
a) Rairu quem presenteou as pessoas, e deixou que morassem no mundo de cima.
b) ele queria transformá-los em escravos.
c) ele iria eliminar todos as pessoas que moravam no centro da Terra.
d) Karú-Sakaibê queria que as pessoas que viessem ao mundo de cima fossem o princípio de tudo.

Questão 8 - A palavra “e” no trecho “... decidiu voltar para unificá-lo e lembrá-lo como havia sido trazido do
fundo da Terra quando ele decidiu enfeitar a Terra com gente que pudesse cuidar da obra que criara...” introduz
a) uma explicação.
b) uma adição.
c) uma consequência.
d) uma causa.

Questão 9 - No trecho: “Esta atitude das pessoas feias irritou profundamente o herói criador.”, a palavra em
destaque poderia ser substituída, sem alterar seu sentido na frase, por
a) minimamente.
b) fortemente.
c) único.
d) de nenhuma maneira.

Questão 10 - No final, percebe-se que


a) As personagens principais são as pessoas que constituem o povo Munduruku, sua valentia, força e beleza.
b) As pessoas feias e preguiçosas são o povo Munduruku.
c) Que Rairu é o herói criador.
d) Que Karú-Sakaibê era personagem antagonista.

Ilustre, no espaço abaixo, uma das cenas que você mais tenha gostado no texto lido.

Após realizar a ilustração pesquise na internet o que se pede:

Quem é Daniel Munduruku?


Existem escritores indígenas? Quem são? Cite quatro.
Você já ouviu falar de Ailton Krenak? Pesquise sobre ele e escreva suas impressões.

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Aluno (a):_ _ Turma: ___ Data: __/__/2022
Tema: Ancestralidade e debate sobre a herança cultural afro-brasileira

Atividade Referente aos dias 03 e 04/08/2022


COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
HABILIDADES CONTEMPLADAS

(EF69LP02-C) Perceber a construção composicional e o estilo dos gêneros em questão, como forma de
ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos.
(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a
esse tipo de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso.
(EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo as convenções da língua escrita.

Em setembro do ano de 2018, o Museu Nacional estava em


chamas, ocorreu um incêndio onde foram destruídos bens
comuns, patrimônio cultural e imemorial, além de anos de
trabalho científico. O que isso tem a ver com a Língua
Portuguesa? Eu sei que você deve se fazer essa pergunta,
vou te responder. Naquele museu estava parte da História e
do Patrimônio cultural da nação brasileira, entre os bens
perdidos havia: objetos da cultura indígena, afro-brasileira e
culturas do pacífico, 700 objetos de arte egípcia, objetos de
arte e artefatos greco-romanos, coleção empalhada de
Fonte: < https://www.cbsnews.com/news/fire- mamíferos da fauna brasileira, entre outros. Essa destruição
national-museum-brazil-rio-de-janeiro-today- física é apenas uma, imaginem a destruição simbólica a que
2018-09-02> Acesso em: 26 de Jul. 2022 o povo brasileiro passou, e agora imaginem como os afro-
brasileiros passaram por uma destruição ainda maior de sua
Vamos diferenciar POEMA e POESIA? cultura. Você conhece algum poeta que fala dessa dor? Já
ouviu falar de Carlos de Assumpção?

É uma manifestação estética, ou seja,


É um gênero literário escrito em versos e
aquilo que comove, sensibiliza e desperta
dividido por estrofes. Sua principal
sentimentos e pensamentos. A poesia
finalidade é expressar sentimento,
está em qualquer forma de arte, pois
emoção ou pensamento.
inspira e encanta.

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Para começar...

Carlos de Assumpção é um poeta nonagenário, ou seja, tem mais de 90 anos. Ele nasceu na cidade
de Tietê, em 1927, segundo o professor Alberto Pucheu (2020, p.157) “[...] o poeta vive em Franca desde
1969, no estado de São Paulo”. Sua produção poética está ligada à tradição da ancestralidade, você sabe o
que isso quer dizer? Ancestralidade é a palavra que designa as características e heranças de um povo,
nesse caso dos afro-brasileiros, pois diz respeito aos componentes genéticos, sociais e culturais de nossa
identidade. Por que a importância de estudar esse poeta?

O poeta, veio de uma família muito pobre, seu avô, Cirilo


Carroceiro foi beneficiário da Lei do Ventre Livre, você sabe que
lei é essa? Essa lei foi promulgada em 28 de setembro de 1871,
ela estabelecia que os filhos recém-nascidos de negras
escravizadas deveriam ser libertos. O avô e o pai do poeta Carlos
de Assumpção eram analfabetos, mas contavam de forma exímia
as histórias de seus antepassados. Sua mãe era alfabetizada, era
leitora de poesia e escrevia alguns poemas com as crianças da
Sociedade Beneficente 13 de Maio, esses poemas eram
apresentados nas festividades negras.

Após essa breve introdução, vamos agora ler um dos textos poéticos de Carlos de Assumpção?
Leia o texto abaixo:

Minha Luta

Saibam que minha luta Injustiçado


Está enraizada nas lutas dos meus avós Discriminado
E também saibam que minha luta
Não é só minha Quem ame realmente a liberdade
É luta de todos nós Quem realmente seja irmão
Quem tenha realmente amor no peito
Ontem lutaram comigo nos quilombos Me dê a mão
Índios e brancos pobres irmãos explorados Junte-se à minha voz
também Que meu quilombo de hoje amigos
Meu quilombo de hoje É igual aos quilombos do passado
Não é diferente dos quilombos do passado É quilombo de todos os oprimidos
Nas lutas contra injustiça É quilombo de todos os explorados
Nas lutas contra discriminação Á quilombo aonde todos são bem-vindos
Ninguém pode ser É quilombo de todos nós

(ASSUMPÇÃO, Carlos de. Minha luta. In: Não pararei de gritar: poemas reunidos, 2020, p. 93-94)

Interpretação do poema

Questão 1 – Após a leitura, pegue lápis de diferentes cores e pinte as rimas.


Questão 2 – Agora pegue seu lápis e sublinhe as palavras ou expressões que você não conhece.
Questão 3 – Qual o tema abordado pelo poeta? __________________________________
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Questão 4 – Nos versos: “Que meu quilombo de hoje amigos/É igual aos quilombos do passado” o
eu-lírico introduz a ideia de:
a) De igualdade
b) De injustiça
c) De proteção
d) De angústia
e) De dor

Questão 5 – No verso: “Índios e brancos pobres irmãos explorados também...” as palavras grifadas
indicam ser da classe gramatical de:
a) Adjetivo
b) Substantivo
c) Advérbio
d) Conjunção
e) Artigo

Questão 6 – Nos versos: “Quem ame realmente a liberdade/Quem realmente seja irmão/Quem tenha
realmente amor no peito/Me dê a mão...”
a) O eu-lírico sugere a desunião.
b) O eu-lírico evidencia que não há mais esperança.
c) O eu-lírico sugere que todos se unam em fraternidade e amor, para que possam conviver e respeitar
a diversidade.
d) O eu-lírico demonstra que não se importar com as injustiças.
e) O eu-lírico recomenda o afastamento.

Questão 7 – A palavra que assim como minha é pronome possessivo é:


a) Ninguém
b) Me
c) Meus
d) Luta
e) Injustiça

Questão 8 – Escreva aqui os adjetivos que foram utilizados no poema: ______________________


_______________________________________________________________________________

Questão 9 – Faça uma pesquisa sobre a discriminação racial e o preconceito contra homens e mulheres
negras e negros, compare com a construção poética e responda às perguntas abaixo:
a) O que é preconceito?
b) Pessoas sofrem injúrias raciais ou racismo nos dias de hoje?
c) Esse tipo de comportamento pode ser visto como liberdade de expressão ou discurso de ódio?
d) Você já foi vítima de alguma forma de preconceito? Qual?

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Questão 10 – Produza um pequeno relato que tenha a finalidade de conscientizar sobre o que é
preconceito e racismo a partir da pesquisa realizada anteriormente.
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Agora ilustre seu relato:

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Tema: Morfossintaxe e poesia: construindo saberes

Atividade Referente aos dias 05 e 08/08/2022


COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
HABILIDADES CONTEMPLADAS

(EF69LP49-A) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras
produções culturais do campo, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os
gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.
(EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo as convenções da língua escrita.
(EF06LP04-A) Analisar a função e as flexões de substantivos e adjetivos.
Falando em Morfossintaxe
Você sabe o que é Morfossintaxe? Não? Então vou te explicar

É a relação que se estabelece entre classificação morfológica e função sintática das


palavras nas orações. O que é morfologia? E o que é sintaxe?

A Morfologia se refere à classe de palavras.


Ao todo são dez: substantivo, adjetivo,
artigo, verbo, advérbio, pronome, numeral, Sintaxe é a relação sintática dessas
preposição, conjunção e interjeição. classes gramaticais, ou seja, a função
que exercem na oração.

Leia o poema abaixo e responda às questões:


Mulher negra

Eu canto tua beleza Eu canto tua beleza


A noite de tua pele Tua suavidade de sombra
A luz estelar de teus olhos oblíquos Tua graça noturna
O chocolate de teus lábios grossos O mistério do teu corpo
O luar de teu sorriso Esculpido em ébano
Os teus cabelos que não se desalinham
Ao sopro do vento Eu canto tua beleza
A noite de tua pele
Eu canto tua beleza A luz estelar de teus olhos oblíquos
Tua graça noturna O chocolate de lábios grossos
A música da tua voz O luar de teu sorriso
A dança de teus passos Os teus cabelos que não se desalinham
O ritmo do teu andar Ao sopro do vento
O teu encanto de mulher
(ASSUMPÇÃO, Carlos de. Mulher negra. In: Não pararei de gritar: poemas reunidos, 2020, p. 42- 43)

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Exercitando a língua através da poesia

Você observou que o eu-lírico utiliza muitas classes de palavras para expressar seus sentimentos?
Entre essas classes de palavras está o substantivo, que é responsável por nomear os seres, lugares,
sentimentos e noções.
Vamos exercitar nossa leitura? Siga os passos:
1º Leia o poema de forma silenciosa.
2º Leia em voz alta.
3º Agora que já treinou sua fruição de leitura vamos treinar os seus conhecimentos linguísticos?

Questão 1 – Escreva a forma masculina dos substantivos:


f) Mulher ____________ p) autor ____________
g) Negra ____________ q) monge ____________
h) carneiro ____________ r) burro ____________
i) cavalheiro ____________ s) javali ____________
j) cavaleiro ____________ t) herói ____________
k) compadre ____________ u) solteirão ____________
l) boi ____________ v) genro ____________
m) bode ____________ w) elefante ____________
n) juiz ____________ x) ladrão ____________
o) ator ____________

Questão 2 – Indique o gênero do substantivo (masculino ou feminino) colocando o artigo o ou a das


palavras que compõem o poema:
__ noite __ negra
__ chocolate __ homem
__ luar __ mulher
__ sorriso __ sol
__ cabelos __ beleza
__ vento __ música
__ pele __ ritmo
__ luz __ passo
__ encanto __ ébano
__ sombra __ lua
__ mistério

Questão 3 – Leia o excerto do poema e classifique os substantivos destacados de acordo com o código:
1.Substantivo concreto
2.Substantivo abstrato

“Eu canto tua beleza O luar de teu sorriso


A noite de tua pele Os teus cabelos que não se desalinham
A luz estelar de teus olhos oblíquos Ao sopro do vento
O chocolate de lábios grossos O teu encanto de mulher”

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a. ( ) pele f. ( ) mulher
b. ( ) noite g. ( ) vento
c. ( )chocolate h. ( ) olhos
d. ( ) lábios i. ( ) luz
e. ( ) luar j. ( ) cabelos

Questão 4 – Complete os versos do poema, a partir dos substantivos que foram omitidos:
Eu canto tua beleza
A ______ de tua _______
A _____ estelar de teus ____________
O ___________ de teus _______ grossos
O ______ de teu _________
Os teus ___________ que não se desalinham
Ao sopro do ________

Questão 5 – Classifique os substantivos retirados dos versos do poema:


Noite ____________ Sorriso ____________
Pele ____________ Encanto ____________
Luz ____________ Cabelos ____________
Olhos oblíquos ____________ Ébano ____________
Chocolate ____________ Mulher ____________
Lábios ____________ Negra ____________
Luar ____________ Corpo ____________

Cole abaixo uma notícia de jornal ou um anúncio sobre mulheres negras:

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Tema: Narrativas da oralidade e o que elas nos ensinam: as drogas lícitas e ilícitas
Atividade que compõem o projeto da Semana de Prevenção e Combate às Drogas
Atividade Referente aos dias 09 e 10/08/2022
COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
HABILIDADES CONTEMPLADAS

➢ HABILIDADES

(EF69LP44-A) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo,
em textos literários.
(EF67LP30-B) Observar os elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como
enredo, personagens, tempo, espaço e narrador.
(EF67LP01-A) Observar e compreender a relevância e a relação dos textos linkados, considerando o
objetivo de leitura.
(EF69LP30-A) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes,
levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências,
complementaridades e contradições.

Os povos originários brasileiros, desde a ocupação do Brasil


pelos portugueses, foram discriminados em seus aspectos
culturais e sociais. Há uma parcela da sociedade que
generaliza os índios, e muitas vezes despreza sua cultura,
para alguns a imagem que se tem dos povos originários é de
“exotismo” ou contribuição histórica. O tema de nossa
atividade retrata um dos aspectos que indicam a ignorância da
sociedade brasileira, o uso do fumo, pelas sociedades
indígenas. No entanto, nas culturas indígenas o fumo é
utilizado apenas em rituais sagrados.
Fonte: < https://oarquivo.com.br/temas-
polemicos/religiao-cultos-e-outros/541pajelanca-
o-xamanismo-brasileiro.html > Acesso em: 22
Jul. 2022

Você sabia?

Nos rituais indígenas o fumo é utilizado para indicar os ritos de passagem. Você deve estar se perguntando
o que é um rito de passagem. O rito de passagem é uma cerimônia que marca a mudança de uma pessoa ou
de um grupo, quando a transformação é social. Nas sociedades indígenas os ritos estão ligados às mudanças
de estação, ritos de iniciação, ritos matrimoniais, aos ritos funerários, assim como a gestação e o nascimento.
As aldeias têm dois tipos de líderes, o cacique, que é o líder na tribo comandando e resolvendo disputas

Doutora em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB).


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internas, e o pajé que é uma espécie de líder espiritual. Esse último possui muito prestígio entre os índios,
pois é ele quem conhece e manipula as ervas que são usadas para curar. Além disso, é o responsável pelas
oferendas aos deuses, que na cultura dos povos originários são ligados à natureza, ele também se comunica
com as divindades, e é através do cachimbo, com o fumo e outras ervas que o faz.
Povo Terena

Segundo Daniel Munduruku (2005, p.42), o povo Terena tem


sua língua pertencente ao tronco Aruak, sendo que eles
formam com os Guarani e os Ticuna a população de povos
originários mais numerosa do Brasil. Outras informações
importantes são:
1º Esse povo está presente nos estados do Mato Grosso do
Sul, São Paulo e Paraná.
2º Seu povo é o Terena.
3º Sua língua é a Terena
MS 4º Sua família linguística é a Aruak
SP
5º Seu tronco linguístico é o Aruak
PR
6º A população total é de 16.000 pessoas

Leia o texto abaixo:


A origem do fumo
Povo Terena (Mito Terena)

Ilustração: BORGES, 2005, p. 38

Assim os velhos do povo Terena contam o aparecimento do fumo:


Havia uma mulher que não gostava muito de seu marido, e por isso fez um feitiço contra ele. Fez o
feitiço usando o caraguatá. Ela o pegou e o arrancou do chão e pôs dentro da árvore seu próprio sangue. É
por isso que está árvore tem o centro da cor vermelha.
Em seguida, a mulher deu o broto para o marido comer. Imediatamente ele sentiu-se fraco e sem disposição
para o trabalho, ficando deitado o dia todo. E se permanecesse desse jeito, fatalmente morreria em alguns dias.
Acontece, no entanto, que o filho dele havia visto a mulher fazer aquela maldade e contou a ele, que ficou
muito aborrecido com sua esposa.
— Não sei por que ela quer me maltratar. Mas se é assim, eu vou me vingar dela — pensou.
Com muito esforço, decidiu levantar-se e comunicou à esposa que ia ao mato tirar mel e que logo voltaria.
Calçou suas sandálias de couro de anta, chamou o menino e entrou no mato.
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Ao chegar na floresta, notou que havia uma cobra e uma abelheira jati no tronco da lixeira. Foi até lá e
furou a árvore para tirar mel. Matou a cobra, abriu a barriga dela e tirou o filhote que lá estava. Fez tudo isso e
misturou com parte do mel. Colocou mel puro em uma vasilha e o mel misturado em outra.
Ao chegar em casa, sua mulher quis imediatamente provar o mel que ele trouxe. Ela foi direto ao mel
puro, mas o homem não permitiu, dizendo que aquele pote estava reservado para o seu filho e o dela estava na
outra vasilha.
A mulher — que estava com muita vontade de comer o mel — pulou em cima do pote e comeu até mais
não poder. Comeu tanto que não percebeu que ele fazia aparecer uma estranha coceira em seu corpo. Somente
depois é que notou que era por causa do mel misturado. Ficou furiosa. Tão furiosa que ameaçou matar o marido
por ter feito aquela maldade a ela.
— A maldade primeira foi sua, minha esposa. Você é quem quis me eliminar e agora eu me vinguei.
— Isso não vai ficar assim, pai de meu filho. Eu vou te matar.
E dizendo estas palavras saiu correndo atrás do marido que não pensou duas vezes antes de fugir. Enquanto
corria ficava pensando um jeito de livrar-se daquela mulher que o
havia enganado.
Lembrou-se, então, que havia visto uma árvore com três filhotes de papagaio. Essa poderia ser sua
salvação. Correu para lá e subiu na árvore. Como ela estava se aproximando da árvore, ele pegou o filhote mais
novo e jogou-o sobre ela, que o devorou rapidamente.
Percebendo que ela ainda continuava avançando, o homem jogou o segundo filhote sobre a mulher que,
desta vez, estancou para pegar o pássaro e comê-lo. O tempo, porém,
não foi o suficiente para fugir, e o marido teve que jogar também o terceiro filhote para a sua mulher. Desta vez
o tempo de parada dela foi maior e deu tempo para que o homem descesse da árvore e fugisse.
Sua estratégia, no entanto, não foi muito longa, pois a mulher já estava em seu encalço novamente.
Correndo, ofegante, o marido pensava num jeito de livrar-se dela para sempre. Lembrou-se então, que havia
um fojo que ele mesmo havia aberto para pegar animais. Correu para lá e lançou-se dentro do buraco e ficou
quietinho.
Como a mulher não sabia da armadilha, não notou sua existência e caiu lá dentro. O tombo foi fatal e ela
morreu.
O homem, mais que imediatamente, cobriu o buraco com terra e ali mesmo ficou vigiando para ver o que
acontecia.
Com o passar dos dias, notou que nascia uma plantinha sobre o túmulo da mulher. Foi lá é a arrancou
pensando se tratar de erva daninha. A plantinha teimava, no entanto, a
crescer. Ele, então, desistiu de limpá-la.
Passados alguns dias, a árvore cresceu e suas folhas amarelaram. O homem viu que eram diferentes das
outras que cresciam ali ao seu redor. Tirou as folhas, amassou-as e pôs ao sol para secar. Sentiu um agradável
aroma que saia delas e as colocou dentro de seu cachimbo que havia acabado de fazer, utilizando o barro. Não
sabendo direito o que era, escondeu-se e pitou sozinho, à meia-noite para que ninguém o percebesse. No entanto,
o perfume da planta era tão gostoso que as outras pessoas logo quiseram saber de onde vinha. Correram até ele,
mas ele não quis contar para os outros.
Isto não ficou assim, não, dizem os antigos. Como queriam participar também daquela descoberta, os
homens ficaram vigiando todos os passos do marido e acabaram por descobrir o seu segredo quando viram
entrando na mata para buscar as folhas daquela estranha árvore. Imediatamente toda aldeia ficou sabendo do
que se tratava e logo, logo estavam todos utilizando o mesmo fumo que o marido da mulher feiticeira.
Texto Integral

(MUNDURUKU, Daniel. A origem do fumo. In: Contos Indígenas Brasileiros. São Paulo, 2005, p. 37 -42)

Doutora em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB).


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GLOSSÁRIO

Terena - Povo cuja língua pertence ao tronco Aruak. O grosso da sua população está localizada no Mato
Grosso do Sul, mas está presente também nos estados de São Paulo e Paraná. Forma, com os Guarani e os
Ticuna, a população indígena mais numerosa do Brasil.
Caraguatá - Árvore de médio porte comum no Centro-Oeste brasileiro.
Jati - Abelha preta e miúda, que produz mel de excelente qualidade. Faz sua colmeia em árvores ocas e entre
pedras.
Fojo - Armadilha para caçar animais. É uma cova funda coberta de galhos e folhas que enganam a presa.
Fumo ou Tabaco - Grande erva de origem sul-americana, de folhas amplas. Possui nicotina e por isso é
utilizada para matar parasitas. Utilizadas amplamente em rituais indígenas.

A partir da narrativa do povo Terena, leia o texto abaixo para realizar a atividade
proposta.

A juventude brasileira e o uso de drogas lícitas e ilícitas

No ano de 2016 o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizou uma pesquisa no
segundo semestre em que constatou que mais da metade da juventude brasileira faz algum uso de drogas,
lícitas ou ilícitas. Os jovens que já beberam ao menos uma dose de bebida alcoólica estão na faixa de
55%, ou 1,44 milhão de alunos. O que se percebe é um início precoce na experimentação de drogas
lícitas, o que se torna preocupante, pois é esse consumo legalmente autorizado que costuma conduzir os
jovens brasileiros ao uso de drogas ilícitas. A cultura de consumo de cigarro e bebidas alcoólicas no
Brasil é um problema social, pois é visto como aceitável, sendo indicadas como substâncias que não
podem ser consideradas drogas, mas o são, pois viciam.
Os programas de controle e taxação de cigarro e álcool no país são fracos, requerem fiscalização,
pois esse fácil acesso a drogas lícitas é uma “porta” para o consumo de drogas ilícitas como maconha,
crack, cocaína, LSD e ecstasy. Esse uso acaba por estimular o tráfico de drogas, principalmente nas
periferias das cidades brasileiras.
Após analisar esses efeitos, a Organização das Nações Unidas (ONU), preparou um relatório onde
observou que a ingestão de substâncias químicas gera 500 mil mortes por ano. Um número alarmante
que demanda maior atenção por parte da saúde pública e não deve ser somente tratado como uma questão
criminal. Em países como o Brasil, alguns setores da sociedade tratam essa questão apenas como sujeitas
a penas de prisão, no entanto essa situação é mais profunda, pois a dependência química acaba por se
tornar uma doença e merece atenção e um tratamento terapêutico e multidisciplinar, essa dependência é
um transtorno mental e somente com tratamento sério deve ser eliminada.
Para prevenir a utilização desses componentes químicos vamos pensar em algumas questões
relacionadas ao uso dessas substâncias?

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No cérebro dos jovens essas substâncias,


denominadas psicoativas, entre elas: álcool, cigarro,
maconha, cocaína, crack e LSD, alteram e danificam
o desenvolvimento cognitivo na adolescência. Como
isso ocorre? É simples, como são substâncias
alucinógenas elas alteram a função dos
neurotransmissores, que são conhecidos como
neurônios, são eles que permitem a comunicação
com os nervos. As consequências dessa falta de
comunicação dos neurônios com os nervos são a
alteração da percepção, além de afetar o pensamento,
o raciocínio e a consciência.
Um destaque importante é que a formação do cérebro
humano só se constitui em sua totalidade depois dos
24 anos de idade, é exatamente por esse motivo que
jovens que fazem uso de drogas, lícitas ou ilícitas,
podem desenvolver transtornos físicos e mentais
crônicos.
Adaptado de: < https://hospitalsantamonica.com.br/entenda-os-
riscos-do-uso-de-drogas-na-juventude> Acesso em: 22 Jul.
2022

Você percebeu a diferença entre o uso que os povos originários fazem do fumo e o que a
sociedade atual faz? Vamos falar sobre isso?

Interpretação de Texto
Questão 1 – Após a leitura sublinhe os nomes dos personagens do texto “A origem do fumo”.
Questão 2 – Agora indique nas linhas abaixo as duas questões que mais chamaram sua atenção.
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________________________________________________________________________________
Questão 3 – Qual o tema abordado pela narrativa do povo Terena? _________________
Questão 4 – O fumo tem utilização cultural entre os povos originários, observe o enunciado e explique
o que é um rito de passagem. ___________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Questão 5 – Na passagem: “Havia uma mulher que não gostava muito de seu marido, e por isso fez
um feitiço contra ele. Fez o feitiço usando o caraguatá. Ela o pegou e o arrancou do chão e pôs dentro
da árvore seu próprio sangue. É por isso que está árvore tem o centro da cor vermelha.”
(MUNDURUKU, 2005, p. 38), como você interpreta o fato de a mulher não gostar do marido? Quais
os motivos? _____________________________________________________________________
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Questão 6 – O que ocorre após a mulher dar o broto da árvore ao marido para que comesse?
_______________________________________________________________________________
Questão 7 – Escreva aqui o resumo do texto “A origem do fumo”
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
Questão 8 – Quem é o narrador do texto? _________________________________________
Questão 9 – Onde se passa a narrativa? __________________________________________
Questão 10 – Em que tempo se passa a narrativa? _________________________________

Após essa breve leitura interpretativa do texto “A origem do fumo” responda às questões
abaixo:
Questão 11 – Os povos originários fazem uso do fumo em ritos de passagem, qual a diferença entre
a maneira como os índios utilizam o fumo e os jovens? ___________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Questão 12 – O que apresenta a pesquisa do IBGE sobre a utilização de drogas lícitas e ilícitas pela
juventude brasileira? ______________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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Questão 13 – Como as substâncias psicoativas, as drogas, agem no cérebro dos jovens?
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Questão 14 – Você já fez uso de algum tipo de droga lícita ou ilícita? Por quê? _______________
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Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria de Lourdes Faustino

Professora: Graciane Cristina Mangueira Celestino Turno: Vespertino Série/Ano: 6º


Aluno (a):_ _ Turma: ___ Data: __/__/2022
Tema: Diário, a escrita de si: Carolina Maria de Jesus e o quarto de despejo

Atividade Referente aos dias 11 e 12/08/2022


COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
HABILIDADES CONTEMPLADAS
➢ HABILIDADES

(EF69LP02-C) Perceber a construção composicional e o estilo dos gêneros em questão, como forma
de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos.
(EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo as convenções da língua
escrita.
(EF06LP11-B) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: tempos verbais,
concordância nominal e verbal, regras ortográficas, pontuação etc.

Da vida real à ficção – Unidade 1 – págs. 12 - 15 do livro (adotado) “Português, conexão e uso”.

O que é o gênero diário?

Os diários relatam fatos vividos pelo autor e apresentam reflexões, opiniões e sentimentos. Trata-se
de uma comunicação íntima. As páginas são escritas diariamente ou há um pequeno intervalo de tempo
entre elas. Não há uma estrutura fixa, mas, em geral, possuem data, vocativo e assinatura.
Em geral, o leitor de um diário é o próprio autor. Trata-se de um texto particular, íntimo, usado para
registro pessoal, por isso a linguagem costuma ser mais descontraída, com palavras e frases simples,
embora alguns autores tenham um estilo mais elaborado. Quando publicados, os diários ganham leitores
diversos, e sua linguagem e conteúdo podem sofrer alterações para se adequar a uma comunicação pública.

Sabendo disso, escreva uma página do seu diário relatando experiências que está vivendo e
sentimentos que está experimentando: como é entrar nesta nova fase de aprendizagem, o Ensino
Fundamental - anos finais - com aulas remotas? Que situações merecem ser relatadas: o momento de
encontrar a nova e a antiga turma e o sentimento de entrar na sala depois de tanto tempo com aulas
remotas? Quais são suas expectativas?
11 de agosto de 2022

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Copyright Prof.ª Dra. Graciane Cristina M. Celestino © 2022
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12 de agosto de 2022

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Após a produção inicial desse relato você deverá pesquisar sobre o seguinte tema:

Carolina Maria de Jesus, quem foi?


De que trata “Quarto de despejo: diário de uma favelada”?
De que país é essa escritora?
Ela escreveu em que século?
Faça uma pesquisa detalhada e escreva no caderno o que achou de mais interessante sobre a escritora
afro-brasileira Carolina Maria de Jesus.

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Professora: Graciane Cristina Mangueira Celestino Turno: Vespertino Série/Ano: 6º


Aluno (a):_ _ Turma: ___ Data: __/__/2022
Tema: Opinião e fato: a denúncia de discursos de ódio na sociedade
Atividade Referente aos dias 15 e 16/08/2022
COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
HABILIDADES CONTEMPLADAS

➢ HABILIDADES

(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a


esse tipo de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso.
(EF67LP19) Realizar levantamento de questões, problemas que requeiram a denúncia de desrespeito a
direitos, reivindicações, reclamações, solicitações que contemplem a comunidade escolar ou algum de
seus membros e examinar normas e legislações.
(EF67LP20-A) Investigar um tema proposto, elaborando questões e hipóteses que orientarão na busca e
seleção de informações que podem solucionar um problema proposto etc.

Leia o texto e responda as questões abaixo:

Questão 1 – Retire do texto a frase que indica uma opinião e transcreva-a abaixo.
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Questão 2 - O que há de errado com o ponto de vista do garoto do último quadrinho?


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Questão 3 - Marque a alternativa correta. Registre a diferença entre o que é um fato e o que é uma
opinião, a partir da tirinha. Marque a alternativa correta.
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( ) A diferença entre um fato e uma opinião: O fato é aquilo que aconteceu, enquanto que a opinião
é o que alguém pensa que ocorreu, é uma interpretação dos fatos.
( ) A diferença entre um fato e uma opinião: A opinião é aquilo que aconteceu, enquanto que o fato
é o que alguém pensa que ocorreu.

Na tirinha abaixo o personagem Armandinho conversa com o pai sobre o preconceito. O pai do menino
compara o preconceito a:

Questão 4 - O pai do menino compara o preconceito a:

a) ( ) Uma doença
b) ( ) Um vírus
c) ( ) Um desvio de caráter
d) ( ) Um sofrimento

Questão 5 – O preconceito é:

a) ( ) uma opinião
b) ( ) um fato

Questão 6 – Como o preconceito pode ser transmitido?

a) ( ) pelos inimigos
b) ( ) por uma bactéria
c) ( ) por um vírus
d) ( ) pela família, amigos da escola e pela sociedade como um todo, assim como pelos meios de
comunicação.

Questão 7 – Escreva o nome de cinco amigos seus e suas diferenças

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