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FÓRUM DE DANÇA COM OS

PROFESSORES DO LAOCS
Tema:
METODOLOGIA NO ENSINO DA DANÇA

Prof.ª Carmem Arce


Ensino da Dança: Por que e para que?
Quais as possibilidades de construção de uma pedagogia de cunho emancipatório para
o ensino da Dança e quais seriam os seus pressupostos?

■ A Dança como um valoroso conteúdo educacional - um saber humano;


■ A Dança como saber sistematizado a ser ensinado na escola;
■ A Dança como uma arte e não simplesmente como uma simples movimentação
organizada ou criativa;
■ Surgimento, desenvolvimento, atual situação em que se encontra e suas
possibilidades educacionais.
■ “O saber produzido historicamente, reconhecendo suas condições de produção,
principais manifestações e atuais transformações. A conversão do saber objetivo
em saber escolar, para que seja assimilável pelos alunos nos espaços e tempos
escolares. E que não assimilem somente enquanto resultado, mas como processo
de sua produção, bem como as tendências de sua transformação”. (SAVIANI, 1991).

■ “A dança pode ser considerada a primeira manifestação do emocional humano.


Antes da linguagem, antes da música, a necessidade de extravasar um sentimento
fez o homem dançar. Com passos simples, movimento místico, dançou de alegria,
de tristeza, de gratidão, dançou até para anunciar a guerra e descobriu, sem sua
longa e difícil trajetória, que poderia dançar por prazer para ostentar sua riqueza e
afirmar seu poder”. (ACHACAR, 1998: p.11)

■ Ela (a Dança) é uma forma de conhecimento, elemento essencial para a educação


do ser social. A dança pode mobilizar e educar de uma outra forma, mais
companheira e menos opressora como as diversas pedagogias que foram
desenvolvidas ao longo da formação humana. (MARQUES, 1998)
■ A dança deve ser entendida como um processo acessível a qualquer grupo ou
classe, elitizado ou não, amador ou profissional, construído ou representativo,
enfim, como cultura popular de um povo, como repertório criado e criativamente
reproduzido e como manifestação humana.

■ O ser humano necessita de se relacionar, cultivar e aprimorar. A Dança é capaz de


seduzir os indivíduos, devido as suas inúmeras quantidades e qualidades, dando
oportunidade desses seres humanos se expressarem e com isso tornarem pessoas
diferentes a cada instante, porque a cada estímulo nos tornamos outros, tendo em
vista de que nunca mais seremos iguais ao que já fomos, pois conscientemente e
inconscientemente somos transformados.

■ Ainda nos deparamos com idéias de que “dança ajuda a relaxar”, “aliviar as
tensões”, e que é bastante eficiente em conter a agressividade dos alunos na
escola, tornado-os mais calmos e tranqüilos, também sendo usada como distração
e fuga da vida e dos problemas cotidianos, ou seja, a Dança seria importante para a
resolução de algumas incompetências e até má formação de professores na sala de
aula . (SHIMIZU 2004)
■ A clara hostilidade da sociedade burguesa a todo e qualquer
forma de manifestação intelectual ou artística – ou seja,
manifestação essencialmente humana que, como tal, se
queira manter – que não se submeta, em conteste, ao modo
de produção capitalista; que, de uma ou outra forma, negue-
se a servi-lhe como mercadoria para produção de lucro. Só
pode ser caracterizada como hostil, como adversa, uma
relação em que uma das partes envolvidas impõe, sem
possibilidade de diálogo, a sujeição concreta da outra como
única forma possível para sua sobrevivência, tal como o
capitalismo impõe às artes a submissão completa ao
mercado, a transformação em mercadoria não apenas do
fruto da produção – os objetos de arte - , mas também do
próprio criador-produtor, transformando-o em assalariado, em
mercadoria, força de trabalho. (PEIXOTO, 2003, p.23)
Shimuzu (2004) afirma que a Dança:
■ Como arte também sofre resquícios dessa imposição feita na formação da sociedade burguesa,
tendo até os dias de hoje padrões ainda mais fortes e impostos do que a realidade suporta.

■ Na arte como ideologia, ela expressa a divisão social, em que o artista é outro indivíduo qualquer,
ou seja, um ser social e historicamente datado e que sua posição ideológica exerce um certo papel
na criação artística.

■ Como forma de conhecimento, a arte é tida como verdade, um meio de conhecimento,


contraditória da arte com relação à sua natureza ideológica. Ela indica uma aproximação com a
realidade, para captar suas características essenciais, sem dissociar o reflexo artístico do real.

■ Como criação, a arte exerce um trabalho criador, que sem essa característica deixaria de ser arte.
Ela não exclui suas outras formas, porem não se reduz a nenhuma delas. As interpretações e
expressões humanas são consideradas por suas determinações sociais, históricas e culturais,
como algo que a constitui. Nessa visão, a práxis artística tem como característica principal à
criação. A obra, ou seja, o trabalho criativo é eminentemente humano.
“A FUNÇÃO DA ARTE É SER UM MEIO DE IDENTIFICAÇÃO, EM QUE OS
INDIVÍDUOS POSSAM SE RELACIONAR TANTO COM A NATUREZA E
HUMANIDADE, QUE POSSA PROPORCIONAR CONDIÇÕES DE CONVIVÊNCIA E
MANEIRAS DE VER, CONSTRUIR E COMPREENDER. PERCEBENDO O MUNDO
PRESENTE E TAMBÉM FUTURO, CRIANDO FORMAS DE DOMÍNIO DA
NATUREZA.
Shimizu, Hungaro, Solaris (2005)
DANÇA:

Como ensinar?

Para quê?

Para quem?

Onde?
PLANO DE AULA: CONCEITOS E
METODOLOGIAS
■ PLANO DE AULA - È um documento utilizado pelo professor para elaborar o seu dia
letivo, para o registro de decisões do tipo:
■ O que se pensa fazer?
■ Como fazer? Quando fazer?
■ Com que fazer?
■ Com quem fazer?
PERFIL DE UM BOM PLANO DE AULA
■ Realista: é conveniente que seja objetivo, adequado à disponibilidade concreta das
potencialidades humanas, à tecnologia e aos recursos econômicos e financeiros.
■ Claro e simples: Não deve apresentar aspectos indefinidos, ser compreensível.
■ Oportuno: satisfazer as necessidades exigidas pelas circunstâncias.
■ Integracionista: considerar todos os fatores concorrentes e capazes de colaborar
com o melhor aproveitamento do recurso.
■ Concatenado: iniciar com os antecedente e o presente (diagnóstico) para projetar
o futuro.
■ Estável: ter consistência, apresentar um conteúdo que mereça confiança geral, que
seja flexível e que garanta sua realização
■ Funcional: ter todos os elementos que garantam sua efetiva execução.
■ Programado: descrição sistemática das ações a serem realizadas, tempo e
recursos necessários para execução.
■ Informativo: que contenha fontes confiáveis para determinar de forma precisa
todos os elementos.
O QUE DEVE CONTER?
■ Componente Curricular/Disciplina:
Compõe a matriz curricular de um determinado curso em uma determinada etapa
de ensino. É obrigatória sua inclusão com a carga horária determinada na matriz, a
fim de que o curso tenha eficiência e validade.
■ Ano/Nível: básico intermediário, avançado (ou a nomenclatura que for utilizada)
■ Tempo de Duração: Tempo necessário para execução do plano de aula ( diário,
semanal, quinzenal, anual ) na STE até 3 aulas.
Obs: acima disso será projeto.
■ Eixo Temático: É um recorte na área de conhecimento, neste caso da Dança. Nos
eixos temáticos, o programa aglutina investigações e estudos de diferentes
enfoques. O eixo temático organiza a estrutura, limita a dispersão temática e
fornece o cenário no qual são construídos os objetos de pesquisa.
■ NOME DO PLANO DE AULA:
O tema surge do contexto observado, e é, ele que balizará todas as ações do plano. É muito importante que o tema seja bem
delimitado e que tenha uma relevância para o contexto em que se pretende trabalhar.
■ CONTEÚDO:
Especifique os principais conteúdos curriculares trabalhados no projeto para atingir os objetivos propostos, ou seja, qual é o
conteúdo no planejamento curricular anual.
■ OBJETIVOS:
Objetivo a ser alcançado com a atividade proposta, ou seja, o que o professor quer que os alunos sejam capazes de executar
com aquela aula.
■ METODOLOGIA:
Como você pretende alcançar os objetivos, qual é a dinâmica do plano. Aqui todas as ações precisam ser descritas:
Desenvolvimento das ações: passo-a-passo do trabalho e das atividades propostas, respeitando a ordem cronológica.
■ RECURSOS:
Som, papel, barra, espelho, data show, retroprojetor, máquina fotográfica. Especificar quais recursos serão utilizados.
■ DURAÇÃO:
Quantas aulas você trabalhará com esse plano de aula. Ex. 01 aula, 02 aula.
■ AVALIAÇÃO:
A base da avaliação é a participação do aluno em todas as etapas do trabalho, porém o mais importante é que os critérios
sejam claramente expostos no início do projeto. A nota (conceito) pode ser composta pela avaliação de empenho na busca e
seleção de informações, participação nas discussões e desvelo na elaboração do trabalho final.
Todos os participantes do projeto (inclusive professores) devem fazer sua auto-avaliação.
■ Objetivos: Objetivos a serem alcançados com a atividade proposta, e o
conhecimento adquirido pelo alunos.
■ Conteúdos: Conteúdos que serão trabalhados com os alunos.
■ Habilidades: Capacidade para fazer algo que resolva situações de maneira
apropriada atendendo as necessidades propostas. É a conquista do
conhecimento através de aproximações sucessivas proporcionadas pelos
professores em suas aulas. Ex: “aprendemos a dançar com o instrutor e
conquistamos habilidades de executar os movimentos da dança”.
■ Competência “Saber fazer Bem”, o que é necessário e desejável.
■ Estratégias Metodologias/Procedimentos: Forma como os conteúdos serão
trabalhados, possibilitando o desenvolvimento das competências e habilidades
necessárias para atingir o objetivo proposto. Recursos: o que vai ser utilizados
para realizar o plano de aula.
■ Avaliação: É um processo a ser construído no decorrer da aprendizagem, esta
se dará através do ensino e da aprendizagem. É importante ressaltar que os
critérios estabelecidos para a avaliação dever ser respeitados, pois são estes
que irão determinar se o planejamento contemplou os objetivos propostos e o
desenvolvimento do mesmo.
IMPORTANTE: A Função da Avaliação

A ação educativa é intencional. È um conjunto de objetivos a serem


alcançados. Que a avaliação como parte integrante do planejamento do
processo de ensino-aprendizagem, apresenta três funções:

■ Função Diagnóstica: Tem por finalidade realizar uma sondagem de


conhecimentos e experiências já disponíveis no aluno, bem como a
existência de pré-requisitos necessários à aquisição de um novo saber.
Permite ainda identificar progressos e dificuldades de alunos e professores
diante do objeto proposto.
■ Função Formativa: Tem por finalidade proporcionar o feedback
(retroalimentação) para o professor e para o aluno, durante o
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem .
■ Função Somativa: Temos propósito de oferecer subsídios para o registro
das informações relativas ao desempenho do aluno. Considerando que a
função somativa da avaliação visa proporcionar uma medida que poderá ser
expressa em nota ou conceito sobre o desempenho do aluno.
ATIVIDADES

■ Elaborar o plano de ensino e de aula de acordo com a BNCC.


■ Aplicar a aula e fazer observações acerca dos resultados.

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