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PROPOSTA DE

REFORMA DO ENSINO MÉDIO


MP n.° 746/2016
MATERIAL COMPLEMENTAR

DIÁRIO OFICIAL DF
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Um grande abraço da Equipe DODF – Concursos.

Medida Provisória n.º 746/2016 – Proposta de Reforma do Ensino Médio 1


MEDIDA PROVISÓRIA N.º 746/2016 (PROPOSTA DE REFORMA DO
ENSINO MÉDIO)

Entenda o que diz a proposta de Reforma do Ensino Médio

O Governo Federal encaminhou ao Congresso Nacional, no dia 22 de setembro, a


Medida Provisória (MP) 746/2016 para reestruturação do Ensino Médio.
Essa medida provisória denominada Reforma do Ensino Médio prevê as seguintes
mudanças:
- Promove alterações profundas na estrutura do Ensino Médio, última etapa da
Educação Básica, por meio da criação da Política de Fomento à Implementação de Escolas
de Ensino Médio em Tempo Integral por meio de medida provisória;
- Amplia progressivamente a carga horária mínima anual do Ensino Médio de 800
para 1.400 horas;
- Determina que o ensino de Língua Portuguesa e Matemática serão obrigatórios nos
três anos do Ensino Médio;
- Restringe a obrigatoriedade do ensino de Artes e da Educação Física à Educação
Infantil e ao Ensino Fundamental, tornando-as facultativas no Ensino Médio bem como
Filosofia e Sociologia;
- Torna obrigatório o ensino da Língua Inglesa a partir do sexto ano do Ensino
Fundamental e nos currículos do Ensino Médio, facultando neste, o oferecimento de outros
idiomas, preferencialmente o Espanhol;
- Permite que conteúdos cursados no Ensino Médio sejam aproveitados no Ensino
Superior.
- O currículo do Ensino Médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular -
BNCC e por itinerários formativos específicos definidos em cada sistema de ensino e com
ênfase nas áreas de Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e
Formação Técnica e Profissional.
- Dá autonomia aos sistemas de ensino para definir a organização das áreas de
conhecimento, as competências, habilidades e expectativas de aprendizagem definidas na
BNCC.
Ao publicar a MP, no entanto, ficou estabelecido que a questão será decidida pela
Base Nacional Comum Curricular, que ainda não foi definida. Por enquanto, essas
disciplinas continuam obrigatórias nos atuais currículos. A Base Nacional Comum Curricular
é um documento que tem o objetivo de nortear e definir o conteúdo que os alunos
deverão aprender a cada etapa de ensino. A base específica para o Ensino Médio deverá
ser discutida até meados do ano que vem.
Tudo indica que as mudanças seriam implementadas somente a partir de 2018, de
acordo com o texto da MP, no segundo ano letivo subsequente à data de publicação da
Base Curricular, mas podendo ser antecipado para o primeiro ano, desde que com
antecedência mínima de 180 dias entre a publicação da Base Nacional e o início do ano
letivo. Ou seja, nada muda nos atuais currículos. Mas a expectativa é de que essas
mudanças comecem a ser aplicadas a partir de 2017, de acordo com a capacidade de
cada rede de ensino.
A reforma do Ensino Médio passou a ser priorizada pelo Governo após o Brasil não
ter conseguido, por dois anos consecutivos, cumprir as metas estabelecidas. De acordo
com dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a
qualidade do ensino no país, o Ensino Médio é o que está em pior situação quando
comparado às séries iniciais e finais da Educação Fundamental: a meta do ano era de
4.3, mas o índice ficou em 3.7.

Medida Provisória n.º 746/2016 – Proposta de Reforma do Ensino Médio 2


QUADRO DEMONSTRATIVO

EDUCAÇÃO BÁSICA
ENSINO MÉDIO (poderá adotar módulo ou crédito)
ENSINO FUNDAMENTAL
1 ano e meio 1 ano e meio

BASE NACIONAL COMUM LINGUAGENS


CURRICULAR
Disporá sobre temas transversais.
Componentes obrigatórios dependem MATEMÁTICA
ARTE (obrigatório) de:
a) aprovação do Conselho Nacional
de Educação CIÊNCIAS DA NATUREZA
b) homologação do Ministro da
Educação
EDUCAÇÃO FÍSICA (obrigatório) c) audiências do CONSED e da CIÊNCIAS HUMANAS
UNDIME
INGLÊS (obrigatório) FORMAÇÃO TÉCNICA E
INGLÊS (obrigatório a partir do sexto PROFISSIONAL
ano)
PORTUGUÊS

MATEMÁTICA

Outras definições importantes:


(1) Carga horária mínima anual no Ensino Médio: de 800 progressivamente para 1.400;
(2) O ensino da Arte deixa de ser obrigatório, por lei, no Ensino Médio;
(3) A Educação Física deixa de ser obrigatória, por lei, no Ensino Médio;
(4) Filosofia e Sociologia deixam de ser obrigatórias, por lei, no Ensino Médio;
(5) Promove a supressão das seguintes diretrizes, no plano legal, para elaboração dos currículos do Ensino Médio:
a) adoção de metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes e b) destaque para a
educação tecnológica básica, compreensão do significado da Ciência, das Letras e das Artes, do processo histórico de
transformação da sociedade e da cultura, da Língua Portuguesa como instrumento de comunicação e do acesso ao
conhecimento e exercício da cidadania;
(6) A formação técnica e profissional considerará a inclusão de experiência prática de trabalho no setor produtivo;
(7) Os processos seletivos para o Ensino Superior considerarão a Base Nacional Comum Curricular e os itinerários
formativos específicos da segunda metade do Ensino Médio;
(8) Passam a ser considerados profissionais da educação escolar básica aqueles com notório saber, devidamente
reconhecido, para ministrar conteúdos no itinerário formativo específico de formação técnica e profissional;
(9) Institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral;
(10) CONSED é o Conselho Nacional de Secretários de Educação e UNDIME é a União Nacional de Dirigentes de
Educação.

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MEDIDA PROVISÓRIA N.º 746, DE 22 DE SETEMBRO DE 2016

Institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo


Integral, altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, e a Lei nº 11.494 de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação,
e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição,


adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:
Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
"Art. 24. .......................................................................
.............................................................................................
Parágrafo único. A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do caput deverá ser
progressivamente ampliada, no ensino médio, para mil e quatrocentas horas, observadas as normas
do respectivo sistema de ensino e de acordo com as diretrizes, os objetivos, as metas e as
estratégias de implementação estabelecidos no Plano Nacional de Educação." (NR)

COMENTÁRIOS:
A reforma pretende ampliar a carga horária anual no Ensino Médio para 1.400 horas (7 horas diárias em
200 dias letivos), à luz dos objetivos e metas do PNE. Aliás, essa é a única parte em que o Plano Nacional de
Educação é citado ou respeitado na MP.
"Art. 26. .......................................................................
.............................................................................................
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da
língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social
e política, especialmente da República Federativa do Brasil, observado, na educação infantil, o
disposto no art. 31, no ensino fundamental, o disposto no art. 32, e no ensino médio, o disposto no
art. 36.

COMENTÁRIOS:
No art. 26, a abrangência do currículo envolve, na LDB 9.394/96, toda a Educação Básica (Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio). Esse artigo tenta dar clareza à obrigatoriedade da Língua
Portuguesa e da Matemática em todos os anos.
§ 2º O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente
curricular obrigatório da educação infantil e do ensino fundamental, de forma a promover o
desenvolvimento cultural dos alunos.
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular
obrigatório da educação infantil e do ensino fundamental, sendo sua prática facultativa ao aluno:
.......................................................................
COMENTÁRIOS:
Com essa modificação Artes e Educação Física serão optativas no EM. O Governo emitiu uma nota no dia
23/09/16 recuando da mudança e mantendo a obrigatoriedade das Artes e da EF no Ensino Médio.

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§ 5º No currículo do ensino fundamental, será ofertada a língua inglesa a partir do sexto ano.
.......................................................................

COMENTÁRIOS:
Não é mais ‘opcional’ a escolha para a oferta de uma língua estrangeira – que era escolhida e definida pela
escola em seu PPP. Agora o ensino da Língua Inglesa torna-se obrigatória do sexto ano em diante.

§ 7º A Base Nacional Comum Curricular disporá sobre os temas transversais que poderão ser
incluídos nos currículos de que trata o caput.
.......................................................................

COMENTÁRIOS:
A decisão sobre o que será objeto de ensino é transferida para a BNCC (Base Nacional Curricular Comum)
tornando obrigatórios ou não, entre vários outros itens, os “Princípios da Proteção e Defesa Civil e a Educação
Ambiental”.

§ 10. A inclusão de novos componentes curriculares de caráter obrigatório na Base Nacional


Comum Curricular dependerá de aprovação do Conselho Nacional de Educação e de homologação
pelo Ministro de Estado da Educação, ouvidos o Conselho Nacional de Secretários de Educação -
Consed e a União Nacional de Dirigentes de Educação - Undime." (NR)
COMENTÁRIOS:
É anulada a obrigatoriedade dos componentes curriculares anteriores. Apenas Língua Portuguesa,
Matemática e Língua Inglesa estarão presentes em todos os anos do Ensino Médio (EM). Vale lembrar que
conforme o texto acima, outras disciplinas ‘obrigatórias’ serão definidas pela BNCC, mas até o momento não
foram relacionadas.
"Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e
por itinerários formativos específicos, a serem definidos pelos sistemas de ensino, com ênfase nas
seguintes áreas de conhecimento ou de atuação profissional:
I - linguagens;
II - matemática;
III - ciências da natureza;
IV - ciências humanas; e
V - formação técnica e profissional.

COMENTÁRIOS:
Nesse ponto foi retirada a Filosofia e Sociologia das quatro disciplinas do Ensino Médio (Artes, Educação
Física, Filosofia e Sociologia). Anula a obrigatoriedade no Ensino Médio de Artes e Educação Física.
§ 1º Os sistemas de ensino poderão compor os seus currículos com base em mais de uma
área prevista nos incisos I a V do caput.
§ 3º A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas competências,
habilidades e expectativas de aprendizagem, definidas na Base Nacional Comum Curricular, será feita
de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino.

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§ 5º Os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do aluno, de
maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para a sua
formação nos aspectos cognitivos e socioemocionais, conforme diretrizes definidas pelo Ministério da
Educação.
COMENTÁRIOS:
Em se tratando de Sistema de Ensino, a instância responsável pelo Ensino Médio, com base na LDB
9.394/96, art. 10, inciso VI, são os Estados. Eles também deliberam sobre as instâncias privadas (escolas
particulares) na educação do Ensino Médio e fundamental (art. 17, incisos I a IV). Com base na afirmação da
MP-746/2016, cabe então aos estados a organização e definição da quantidade de áreas (educativas no
Ensino Médio de acordo com a MP) no seu espaço de abrangência legal. Quando a MP diz que “os sistemas
poderão compor os seus currículos com base em mais de uma área”, já dá a entender que podem ser
compostos modelos com apenas uma área ou múltiplos modelos – enfim, uma escola pode oferecer uma área,
outra escola oferecer duas áreas e assim por diante.
§ 6º A carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular não
poderá ser superior a mil e duzentas horas da carga horária total do ensino médio, de acordo com a
definição dos sistemas de ensino.
COMENTÁRIOS:
Nesse parágrafo se a carga horária da BNCC não poderá ser maior que 1200 h/a durante todo o Ensino
Médio, e no modelo anterior em torno de 2000 das 2400 horas/aulas, já na primeira parte do EM (um ano e
meio) será alcançada a carga horária da BNCC.
§ 7º A parte diversificada dos currículos de que trata o caput do art. 26, definida em cada
sistema de ensino, deverá estar integrada à Base Nacional Comum Curricular e ser articulada a partir
do contexto histórico, econômico, social, ambiental e cultural.
§ 8º Os currículos de ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e
poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de
acordo com a disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino.
§ 9º O ensino de língua portuguesa e matemática será obrigatório nos três anos do ensino
médio.
COMENTÁRIOS:
Esses parágrafos, aliados à grande carga horária disponível para a parte diversificada que limitou-se a
BNCC há 1200 horas, levará à inclusão de muitas propostas e atividades em cada sistema de ensino – o que
regionalizará os sistemas educacionais. No § 7º cada sistema poderá escolher o quê e como implementar da
BNCC, sobretudo em relação às disciplinas não obrigatórias. Assim como no Ensino Fundamental, a Língua
Inglesa torna-se oficial no Ensino Médio, podendo, de acordo com a disponibilidade de tempo e de recursos
dos sistemas de ensino, ser oferecidas outras línguas, preferencialmente o Espanhol (§ 8º). Já o § 9º quer
melhorar o desempenho dos estudantes nos Índices Educacionais e Testes Padronizados (Ideb, Prova Brasil,
PISA). Somente Português e Matemática – as mesmas que integram as avaliações estandardizadas – serão
obrigatórias nos três anos do Ensino Médio.
§ 10. Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de vagas na rede, possibilitarão ao
aluno concluinte do ensino médio cursar, no ano letivo subsequente ao da conclusão, outro itinerário
formativo de que trata o caput.

COMENTÁRIOS:
Esse parágrafo aumenta o tempo do estudante no Ensino Médio ou seja, para ter mais de uma área, o
aluno terá que voltar para cursá-la. Quem deseja um Ensino Médio completo, terá que gastar entre 6 e 7 anos
de estudo.
§ 11. A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação a que se refere o inciso V do
caput considerará:

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I - a inclusão de experiência prática de trabalho no setor produtivo ou em ambientes de
simulação, estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos estabelecidos
pela legislação sobre aprendizagem profissional; e
II - a possibilidade de concessão de certificados intermediários de qualificação para o trabalho,
quando a formação for estruturada e organizada em etapas com terminalidade.

COMENTÁRIOS:
Há previsão da concessão de certificados intermediários de qualificação para o trabalho. Ainda no processo
de ensino e formação, o estudante do Ensino Médio poderá receber um certificado profissional para ingresso
no mercado de trabalho.

§ 12. A oferta de formações experimentais em áreas que não constem do Catálogo Nacional
dos Cursos Técnicos dependerá, para sua continuidade, do reconhecimento pelo respectivo Conselho
Estadual de Educação, no prazo de três anos, e da inserção no Catálogo Nacional dos Cursos
Técnicos, no prazo de cinco anos, contados da data de oferta inicial da formação.
§ 13. Ao concluir o ensino médio, as instituições de ensino emitirão diploma com validade
nacional que habilitará o diplomado ao prosseguimento dos estudos em nível superior e demais
cursos ou formações para os quais a conclusão do ensino médio seja obrigatória.
§ 14. A União, em colaboração com os Estados e o Distrito Federal, estabelecerá os padrões
de desempenho esperados para o ensino médio, que serão referência nos processos nacionais de
avaliação, considerada a Base Nacional Comum Curricular.

COMENTÁRIOS:
Novos cursos técnicos poderão ser homologados em um curto prazo de tempo. Há um novo conceito de
acesso dos estudantes ao Ensino Superior, abrindo mais um leque de opções podendo expandir as vagas
previstas no PNE para o Ensino Superior, beneficiando as classes populares.
§ 15. Além das formas de organização previstas no art. 23, o ensino médio poderá ser
organizado em módulos e adotar o sistema de créditos ou disciplinas com terminalidade específica,
observada a Base Nacional Comum Curricular, a fim de estimular o prosseguimento dos estudos.
§ 16. Os conteúdos cursados durante o ensino médio poderão ser convalidados para
aproveitamento de créditos no ensino superior, após normatização do Conselho Nacional de
Educação e homologação pelo Ministro de Estado da Educação.
COMENTÁRIOS:
O § 15 inova na possibilidade da oferta de créditos disciplinares, tal como no ensino superior, podendo
assim ser aproveitado em todo processo escolar. Por exemplo, se um aluno que fez o Curso Técnico em
Administração será dispensado de disciplinas do Bacharelado em Administração que já foram estudadas.

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§ 17. Para efeito de cumprimento de exigências curriculares do ensino médio, os sistemas de
ensino poderão reconhecer, mediante regulamentação própria, conhecimentos, saberes, habilidades
e competências, mediante diferentes formas de comprovação, como:
I - demonstração prática;
II - experiência de trabalho supervisionado ou outra experiência adquirida fora do ambiente
escolar;
III - atividades de educação técnica oferecidas em outras instituições de ensino;
IV - cursos oferecidos por centros ou programas ocupacionais;
V - estudos realizados em instituições de ensino nacionais ou estrangeiras; e
VI - educação a distância ou educação presencial mediada por tecnologias." (NR)

COMENTÁRIOS:
Esse parágrafo lista uma série de experiências, saberes e aptidões dos estudantes para reconhecimento
curricular no Ensino Médio. Fica demonstrado que parte dos créditos acadêmicos na formação do estudante
do EM pode ser contada como experiências profissionais, atividades à distância e outros.
"Art. 44. .......................................................................
.............................................................................................
§ 3º O processo seletivo referido no inciso II do caput considerará exclusivamente as
competências, as habilidades e as expectativas de aprendizagem das áreas de conhecimento
definidas na Base Nacional Comum Curricular, observado o disposto nos incisos I a IV do caput do
art. 36." (NR)
COMENTÁRIOS:
A inclusão desse parágrafo, determinando a exclusividade das áreas de conhecimento a serem cobradas
nos vestibulares das universidades e no ENEM, estabelece um currículo mínimo para aferir as competências
dos estudantes do Ensino Médio, não só nos testes padronizados, mas também no acesso ao ensino superior.
O ENEM ou os processos seletivos terão seu enfoque em competências e habilidades, e os exames também se
basearão nas expectativas de aprendizagem das áreas de conhecimento definidas na BNCC.

"Art. 61. .......................................................................


.............................................................................................
III - trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área
pedagógica ou afim; e
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino para
ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação para atender o disposto no inciso V do caput do
art. 36.

COMENTÁRIOS:
Com relação ao notório saber reconhecido, já há legislação sobre isso. Os sistemas criarão novas formas
de validação e reconhecimento de notório saber para agilizar a contratação de profissionais.
“Art. 62. .......................................................................
.............................................................................................
§ 8º Os currículos dos cursos de formação de docentes terão por referência a Base Nacional
Comum Curricular.” (NR)

COMENTÁRIOS:
Tal como se pretende com os currículos escolares e com os exames de ingresso no Ensino Superior, a
BNCC será referência também para os cursos de formação de professores.
Art. 2º A Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, passa a vigorar com as seguintes alterações:
Medida Provisória n.º 746/2016 – Proposta de Reforma do Ensino Médio 8
“Art. 10. ........................................................................
.............................................................................................
XIV - formação técnica e profissional prevista no inciso V do caput do art. 36 da Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996;
XV - segunda opção formativa de ensino médio, nos termos do § 10 do caput do art. 36 da Lei
nº 9.394, de 1996;
XVI - educação especial;
XVII - educação indígena e quilombola;
XVIII - educação de jovens e adultos com avaliação no processo; e
XIX - educação de jovens e adultos integrada à educação profissional de nível médio, com
avaliação no processo.
...................................................................................” (NR)
Art. 3º O disposto no § 8º do art. 62 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, deverá ser
implementado no prazo de dois anos, contado da data de publicação desta Medida Provisória.
Art. 4º O disposto no art. 26 e no art. 36 da Lei nº 9.394, de 1996, deverá ser implementado
no segundo ano letivo subsequente à data de publicação da Base Nacional Comum Curricular.
Parágrafo único. O prazo de implementação previsto no caput será reduzido para o primeiro
ano letivo subsequente na hipótese de haver antecedência mínima de cento e oitenta dias entre a
publicação da Base Nacional Comum Curricular e o início do ano letivo.

COMENTÁRIOS:
Os artigos se referem a prazos para a implementação da BNCC como referencial dos cursos de formação
de professores e da carga horária dos curriculares escolares.
Art 5º. Fica instituída, no âmbito do Ministério da Educação, a Política de Fomento à
Implementação de Escolas de ensino médio em Tempo Integral.
Parágrafo único. A Política de Fomento de que trata o caput prevê o repasse de recursos do
Ministério da Educação para os Estados e para o Distrito Federal pelo prazo máximo de quatro anos
por escola, contado da data do início de sua implementação.
Art. 6º São obrigatórias as transferências de recursos da União aos Estados e ao Distrito
Federal, desde que cumpridos os critérios de elegibilidade estabelecidos nesta Medida Provisória e no
regulamento, com a finalidade de prestar apoio financeiro para o atendimento em escolas de ensino
médio em tempo integral cadastradas no Censo Escolar da Educação Básica, e que:
I - sejam escolas implantadas a partir da vigência desta Medida Provisória e atendam às
condições previstas em ato do Ministro de Educação; e
II - tenham projeto político-pedagógico que obedeça ao disposto no § 4º do art. 36 da Lei nº
9.394, de 1996.
§ 1º A transferência de recursos de que trata o caput será realizada com base no número de
matrículas cadastradas pelos Estados e pelo Distrito Federal no Censo Escolar da Educação Básica,
desde que tenham sido atendidos, de forma cumulativa, os requisitos dos incisos I e II do caput.
§ 2º A transferência de recursos será realizada anualmente, a partir de valor único por aluno,
respeitada a disponibilidade orçamentária para atendimento, a ser definida por ato do Ministro de
Estado da Educação.
§ 3º Os recursos transferidos nos termos do caput poderão ser aplicados nas despesas de
manutenção e desenvolvimento das escolas participantes da Política de Fomento, podendo ser
utilizados para suplementação das expensas de merenda escolar e para aquelas previstas nos incisos
I, II, III, VI e VIII do caput do art. 70 da Lei nº 9.394, de 1996.

Medida Provisória n.º 746/2016 – Proposta de Reforma do Ensino Médio 9


§ 4º Na hipótese de o Distrito Federal ou de o Estado ter, no momento do repasse do apoio
financeiro suplementar de que trata o caput, saldo em conta de recursos repassados anteriormente,
esse montante, a ser verificado no último dia do mês anterior ao do repasse, será subtraído do valor
a ser repassado como apoio financeiro suplementar do exercício corrente.
§ 5º Serão desconsiderados do desconto previsto no § 4º os recursos referentes ao apoio
financeiro suplementar, de que trata o caput, transferidos nos últimos doze meses.
Art. 7º Os recursos de que trata o parágrafo único do art. 5º serão transferidos pelo Ministério
da Educação ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, independentemente de
celebração de termo específico.
Art. 8º Ato do Ministro de Estado da Educação disporá sobre o acompanhamento da
implementação do apoio financeiro suplementar de que trata o parágrafo único do art. 5º.
Art. 9º A transferência de recursos financeiros prevista no parágrafo único do art. 5º será
efetivada automaticamente pelo FNDE, dispensada a celebração de convênio, acordo, contrato ou
instrumento congênere, mediante depósitos em conta corrente específica.
Parágrafo único. O Conselho Deliberativo do FNDE disporá, em ato próprio, sobre condições,
critérios operacionais de distribuição, repasse, execução e prestação de contas simplificada do apoio
financeiro.
Art. 10. Os Estados e o Distrito Federal deverão fornecer, sempre que solicitados, a
documentação relativa à execução dos recursos recebidos com base no parágrafo único do art. 5º ao
Tribunal de Contas da União, ao FNDE, aos órgãos de controle interno do Poder Executivo federal e
aos conselhos de acompanhamento e controle social.
Art. 11. O acompanhamento e o controle social sobre a transferência e a aplicação dos
recursos repassados com base no parágrafo único do art. 5º serão exercidos no âmbito dos Estados
e do Distrito Federal pelos respectivos conselhos previstos no art. 24 da Lei nº 11.494, de 20 de
junho de 2007.
Parágrafo único. Os conselhos a que se refere o caput analisarão as prestações de contas dos
recursos repassados no âmbito desta Medida Provisória, formularão parecer conclusivo acerca da
aplicação desses recursos e o encaminharão ao FNDE.
Art. 12. Os recursos financeiros correspondentes ao apoio financeiro de que trata o parágrafo
único do art. 5º correrão à conta de dotação consignada nos orçamentos do FNDE e do Ministério da
Educação, observados os limites de movimentação, de empenho e de pagamento da programação
orçamentária e financeira anual.
Art. 13. Fica revogada a Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005.
Art. 14. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.
COMENTÁRIOS:
A medida trata de apoio financeiro da União diretamente às escolas de Ensino Médio que implementarem
a jornada de tempo integral e adaptarem seus currículos aos ditames da MP – com base comum restrita e
com opções de ênfases de estudos específicos em uma das 5 áreas definidas nos incisos do caput do art. 36
da LDB – pelo prazo máximo de 4 anos.

Fontes:
http://www.ebc.com.br/educacao/2016/10/entenda-reforma-do-ensino-medio
http://frankvcarvalho.blogspot.com.br/2016/10/a-polemica-medida-provisoria-do-ensino.html
http://contee.org.br/contee/index.php/2016/09/cnte-analise-da-medida-provisoria-no-746-que-trata-da-reforma-do-
ensino-medio/#.WElvl9IrIy4

Medida Provisória n.º 746/2016 – Proposta de Reforma do Ensino Médio 10


RASCUNHO

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