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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Humanas


Curso de Psicologia

TRABALHO DE OFICINA TERAPÊUTICA: CAIXA SENSORIAL


CASA DE REPOUSO E HOSPEDAGEM FREI JOSÉ

Campinas – Swift
2018
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia

TRABALHO DE OFICINA TERAPÊUTICA: CAIXA SENSORIAL


CASA DE REPOUSO E HOSPEDAGEM FREI JOSÉ

Projeto de oficina terapêutica


apresentado para a disciplina de
Psicopatologia Geral, do curso de
Psicologia da Universidade Paulista,
sob orientação do Professor.

Campinas – Swift
2018
SUMÁRIO

1 DESCRIÇÃO DA DEMANDA ..................................................................................................... 4


2 PROCEDIMENTOS...................................................................................................................... 5
3 ANÁLISE ........................................................................................................................................ 6
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 9
ANEXOS .............................................................................................................................................. 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 17
1 DESCRIÇÃO DA DEMANDA

As Casas de Repouso são estabelecimentos para a conservação ou


educação de pessoas com dificuldades de se manter, pois elas englobam questões
de segurança, conforto e saúde. Para que o idoso se permita às novas
possibilidades indicadas por esse período da vida, é essencial que ele entenda as
perdas e os ganhos e que reaja de forma positiva às mudanças ocorridas com o
processo de envelhecimento.
Em muitas situações, o seguimento normal de envelhecimento é afetado por
doenças crônico-degenerativas. Portanto, podem apresentar atendimento ao idoso,
ocasionando a estimulação cognitiva, proporcionando momentos satisfatórios,
descontração e divertimento, através de brincadeiras, testes e dinâmicas. A
atividade trabalha de forma simples aos estímulos da esfera psicológica, mental,
integração social, coordenação motora e a prática de raciocínio, além disso, coopera
na prevenção contra a perda de memória.
Nós estagiários, tivemos algumas dificuldades nas aplicações das
oficinas, pois são muitas as limitações dos pacientes. Os empecilhos foram vários,
entre eles a dificuldade de interação com as atividades propostas e a locomoção dos
pacientes. Portanto, decidimos aplicar uma atividade dinâmica, porém, simples, de
curta duração e individual, para que facilitasse a participação de todos. Aplicamos a
oficina da caixa de objetos, que teve como objetivo estimular a percepção dos
participantes, trabalhando de imediato sua coordenação motora, memória, tato e
consequentemente a autoestima, com uma proposta geral em superação com as
limitações emocionais, ambientais e sociais, proporcionando uma melhora na
qualidade de vida de todos na instituição. Portanto, optamos especificamente ao
estímulo das funções mentais.

4
2 PROCEDIMENTOS

A oficina de jogos foi realizada na instituição Casa de Repouso e


Hospedagem Frei José, onde os participantes desta dinâmica incluem os pacientes
da instituição (idosos de ambos os sexos) e os estagiários de psicologia.
No dia da aplicação da oficina, providenciamos uma caixa de papelão com um
furo superior embrulhada com papel presente, que continham vários objetos dentro
dela como: rolha, abridor de garrafa (com a ponta cortante devidamente isolada)
pente, relógio, caneca, óculos e uma bolinha pequena, tudo muito simples de fácil
identificação, no qual, o objetivo da oficina era identificar o objeto pelo tato,
buscando assim estimular a percepção do participante, coordenação motora e
memória.
Assim que chegamos ao local, começamos a visitar os quartos, na intenção
de incentivar os pacientes a participarem da oficina. A maioria dos hospedes da
casa, tem limitações para se levantar da cama, na qual, nos ajudou no momento da
escolha da atividade. Perante essas condições de alguns, a oficina não foi realizada
com todos os participantes ao mesmo tempo, e sim, individualmente, onde
conseguimos oferecer uma atenção especial a todos, respeitando suas limitações e
dificuldades.

5
3 ANÁLISE

Para a realização do estágio de Psicopatologia Especial, foi proposto que


fossemos até uma instituição onde tivessem pacientes em estado de
vulnerabilidade, com isso fomos até a Casa de Repouso e Hospedagem Frei José,
onde tivemos contatos com diversos idosos que estavam ali pelos mais diversos
motivos. Segundo Santos (2013) “Regularmente, é o conjunto de duas razões
(solidão e/ou isolamento e estado de dependência) que motiva o internamento, ou
seja, se o idoso deixa de conseguir realizar as atividades da vida diária de forma
independente e autónoma”.
A ideia é que realizássemos oficinas terapêuticas com esses pacientes,
levando em conta a Portaria Nº 189, de 19 de novembro de 1991 se legitima o ato
“Considerando a necessidade de melhorar a qualidade da atenção às pessoas
portadoras de transtornos mentais e considerando a necessidade de diversificação
dos métodos e técnicas terapêuticas, visando a integralidade da atenção a esse
grupo”. (BRASIL, 1991 SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE).
Além disso, segundo Valladares, Lappann-Botti, Mello, Kantorski, Scatena
(2003 apud RAUTER, 2000) propõe: agir, isto é, inserir socialmente indivíduos
segregados e ociosos, e de recuperá-los enquanto cidadãos, através de ações que
passam fundamentalmente pela inserção do paciente psiquiátrico no trabalho e/ou
em atividades artísticas, artesanais, ou em dar-lhes acesso aos meios de
comunicação entre outros.
Sendo assim e tendo como bases que estávamos em lar para idosos,
decidimos optar por atividades que estimulassem a memória dos pacientes, por
conta disso, a oficina base para esse projeto foi: Oficina para estímulo de memória
coordenação motora, tato e que consequentemente trabalhasse com a autoestima
do paciente, na qual preparamos alguns objetos de fácil identificação, como: óculos,
chave, pente, bolinha de borracha, abridor de garrafas/latas e uma rolha. Colocamos
todos eles dentro de uma caixa, na qual havia um buraco onde os participantes iriam
pôr a mão e identificar os objetos apenas pelo tato.
Dentro da instituição tivemos várias dificuldades, isso porque a mesma não
propõe atividades aos idosos ali presentes, o que faz com que eles encontrem
diversas contrariedades para realizar as atividades, com isso em uma instituição

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com mais de vinte hóspedes, apenas sete aproximadamente participavam de fato e
ainda assim alguns com muita resistência ou até mesmo começavam a atividade e
paravam no meio.
Logo, está não foi diferente, foram poucos os idosos que se propuseram a
participar, alguns tiveram mais dificuldades, outros decidiram por sequer terminar a
atividade. Entretanto pudemos observar que as respostas ditas pelos pacientes para
cada objeto, falavam muito sobre a vida de cada um, isso porque, eles não
descreviam de forma concisa o que era cada objeto, mas falavam quais eram os
significados de cada objeto para eles e como tais objetos fizeram parte de suas
vidas. De acordo com Rabelo e Neri (2013) isso se dá por que: “A experiência de
vida é fator relevante para eles em tudo que lhes é proposto. Os idosos geralmente
querem compartilhar suas histórias”.
Nossa oficina como dita anteriormente tinha como função estimular a
memória desses pacientes, como o caso de Dona N., uma senhora de 100 anos, ela
entre os pacientes que participavam das dinâmicas era a que se apresentava mais
lúcida, apresentando boa comunicação, porém, com a memória um pouco debilitada
repetindo as mesmas coisas por diversas vezes, assim que explicamos a dinâmica
ela rapidamente aceitou dizendo que tinha a cabeça boa, e de fato ela acertou
praticamente todos os itens menos a bolinha de borracha, a qual ela disse que
parecia uma batata. Outra situação foi com o Sr. M. que possui uma limitação visual
grave, que no fim, acaba tendo uma sensibilidade maior com os outros sentidos. Sr.
M. sempre se mostrou muito disposto a realizar as atividades, que no caso da caixa
de objetos, não agiu diferente. O primeiro objeto que tirou da caixa foi uma rolha,
onde imediatamente levou-a até o nariz para sentir o cheiro que procurava.
Achamos interessante a atitude de cheirar a rolha, e comentamos naquele momento
sobre a situação, onde o mesmo nos disse que seu pai era dono de um empório, na
qual passou a maior parte de sua infância.
Contudo, através da dinâmica foi possível observar a função motora de cada
um desses pacientes, quando os mesmos tiveram que pegar dentro do buraco o
objeto, fazendo assim que eles utilizassem de seu tato para fazer o reconhecimento,
e de sua fala para reproduzir sua ideia do que seria tal objeto.
Realizar tal estágio em um lar de idosos nos trouxe uma visão diferenciada
sobre a oficina terapêutica como descreve Ibiapina, Monteiro, Alencar, Fernandes,

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Costa Filho (2017) “De modo geral, o grupo terapêutico possibilita o
compartilhamento de experiências entre os participantes, propicia escuta, orientação
e construção de projetos terapêuticos condizentes com as necessidades dos
sujeitos. ”A complexidade em lidar com sujeitos que tem mais dificuldade em seu
raciocínio nós mostrou o quão importante é tal atividade em tal contexto como dito
por Valladares, Lappann-Botti, Mello, Kantorski, Scatena (2003) em seu texto: “As
oficinas terapêuticas são atividades de encontro de vidas entre pessoas em
sofrimento psíquico, promovendo o exercício da cidadania a expressão de liberdade
e convivência dos diferentes”.

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4 CONCLUSÃO

Analisando os pacientes da casa de repouso concluímos que o melhor a fazer


eram oficinas terapêuticas que estimulassem sua memória, para que assim também
pudéssemos ver não somente suas capacidades de memória de longo prazo, mas
também suas capacidades de tato. Observamos que a maioria dos idosos obteve
êxito na identificação dos objetos, alguns com mais facilidade que outros, mas de
forma geral os objetos eram mais facilmente compreendidos pelos pacientes dados
as suas experiências de vida. A dinâmica também nos possibilitou observar as
condições motoras dos pacientes, onde alguns deles não conseguiam colocar a mão
dentro do buraco da caixa, então fizemos de outra maneira para que conseguissem
participar da oficina, de forma que elas se sentissem parte do processo
independente de suas limitações, levando em conta a portaria Nº 189, de 19 de
novembro de 199 que justifica o ato considerando a necessidade de melhorar a
qualidade da atenção às pessoas portadoras de transtornos mentais, tendo em vista
a necessidade de diversificação dos métodos e técnicas terapêuticas, visando à
integralidade da atenção a esse grupo.
Ao final podemos concluir que a oficina terapêutica nos rendeu bons
resultados, onde podemos ver pela descrição que os idosos conseguiram identificar
os objetos com facilidade, isto mostras que sua memória e seu tato estão bons,
embora sejam poucos estimulados pela instituição. Também nos deu a visão pratica
da importância da oficina terapêutica em uma instituição de acolhimento a idosos,
importância que é dita no texto de Ibiapina, Monteiro, Alencar, Fernandes, Costa
Filho (2017) “De modo geral, o grupo terapêutico possibilita o compartilhamento de
experiências entre os participantes, propicia escuta, orientação e construção de
projetos terapêuticos condizentes com as necessidades dos sujeitos”.

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ANEXOS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ibiapina ARS, Monteiro CFS, Alencar DC, Fernandes MA, Costa Filho AAI. Oficinas
Terapêuticas e mudanças no transtorno mental. Universidade Federal do Piauí.
Terezina, 2017 Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ean/v21n3/pt_1414-8145-
ean-2177-9465-EAN-2016-0375.pdf > Acessado em: 19/11/2018

Portaria nº 189, de 19 de novembro de 1991. Aprova os Grupos e Procedimentos


da Tabela do SIH-SUS, na área de Saúde Mental. Brasília: Ministério da Saúde,
1991.

Rabelo, D.F., Neri, A.L. Intervenções psicossociais com grupos de idosos.


Revista Kairós Gerontologia,16(6), pp.43-63. São Paulo 2013 Disponível em:
< https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/viewFile/20022/14897 > Acessado
em: 18/11/2018

Santos, V. M. Institucionalização na terceira idade: escolha ou última


alternativa? Universidade Da Beira Interior. Covilhã, Junho de 2013 Disponivel em:
<https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2833/1/Dissertacao_Veronica_Santos.pd
f> Acessado em: 18/11/2018

Valladares, A. C. A.; Lappann-Botti, N. C.; Mello, R.; Kantorski, L. P.; Scatena, M. C.


M. Reabilitação psicossocial através das oficinas terapêuticas e/ou
cooperativas sociais. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 5 n. 1 p. 04 – 09, 2003.
Disponível em: <https://www.fen.ufg.br/revista/revista5_1/pdf/reabili.pdf> Acessado
em: 18/11/2018

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(Jaciane Souza Cruz) (Pâmela Benite Miciato)
RA: C60BEB-6 RA: T42279-5

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(Odinei Gomes Vaz) (Victor Matheus Dias Secafim)
RA: C4449A-9 RA: C424H-3
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