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Resumo
Com a utilização do fogo pelo ser humano, e o adensamento populacional das
cidades com suas edificações cada vez mais complexas e com maior número de
habitantes, torna-se necessário a utilização de sistemas eficazes de combate a
incêndio. Dentre tais sistemas, merece destaque os sistemas de hidrantes. Embora
existam muitas fontes bibliográficas que discorrem sobre sua composição,
posicionamento, e outros detalhes construtivos, há certo hiato no que se refere a seu
dimensionamento hidráulico, ou por falta ou por ocultação de informações. No
presente trabalho é proposto forma se resolução de problemas de dimensionamento
e verificação hidráulica de hidrantes, partindo-se de formulações tradicionalmente
aceitas, com base nas Leis de Conservação de massas e de Conservação de
Energia, com o uso de software livre para soluções numéricas, em conjunto que seja
didaticamente e profissionalmente viável em termos de recursos computacionais e
softwares necessários.
Introdução
1
Estudante do Curso de Engenharia Civil da UEL
2
Docente e Coordenador do Projeto
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2º ENCONTRO ANUAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
No entanto, esse domínio não se mostra absoluto, por vezes o fogo sai do
controle do Homem, destruindo e matando de forma não programada e muito menos
desejada. Quando assume tal condição, convencionou-se chamá-lo incêndio.
Ainda nos primórdios, aprendeu-se que uma forma rápida e bastante eficaz
de eliminar o fogo, quando este não é desejado, é extingui-lo com o uso de água.
Sendo esta o agente extintor mais comum e adequado à grande maioria dos
materiais combustíveis disponíveis na Natureza e mesmo aos “sintéticos”,
produzidos pelo Homem e presentes na vida atual.
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2º ENCONTRO ANUAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
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Metodologia
Análise e Discussão
Cada trecho de um sistema de hidrante pode ser constituído de até três tipos
de elementos hidráulicos: tubulação, mangueira ou esguicho. Além desses
elementos, que comportam formulações próprias, pode ainda haver a presença de
bombas centrífuga no sistema.
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Para a análise do esguicho, não é correto usar o termo “perda de carga”, uma
vez que a maior parte da carga hidráulica (piezocarga e taquicarga) aplicada à
entrada desse componente é convertida em taquicarga na saída do mesmo.
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v=√ 2∙ g ∙ P (1a)
2∙P
v=
√ ρ
(1b)
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Observe que essa afirmativa exclui esguichos ajustáveis.
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−1
π D4−d 4
Q= ∙ (
√ 8 ∙ ρ D4 ∙ d 4 ) 2
∙ √P 1 (2)
D 4−d 4
L/s mm kPa P=8,42994 ×10 ∙ 4
D ∙d 4
5
(
∙Q 2 ) P=8,42994 ×105 ∙ d−4 ∙Q 2
D4 −d 4
Lpm mm mca P=23,8782 ∙ ( 4
D ∙d 4
∙ Q2) P=23,8782 ∙ d−4 ∙ Q2
D 4−d 4
Lpm mm MPa P=2,34165 × 10−1 ( 4
D ∙d 4 )
∙Q 2 P=2,34165 × 10−1 ∙ d −4 ∙ Q 2
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D 4−d 4
Lpm mm Kgf/cm2 P=2,3878 ( 4
D ∙d 4 )
∙Q 2 P=2,3878 ∙ d−4 ∙ Q 2
D 4−d 4
gpm in psi P=1,16930 ×10−3 ∙ ( D 4∙ d4)∙ Q2 P=1,16930 ×10−3 ∙ d −4 ∙ Q 2
Servindo para esguichos tronco cônicos de jato sólido, essa formulação não
se aplica a esguichos de jato ajustável. Para tal caso, depende-se inteiramente dos
dados publicados por seus fabricantes, obtidos através de ensaios.
Mangueiras de incêndio.
Hickey (pg 127) apresenta uma compilação de perdas de carga para várias
mangueiras, executados por vários autores e entidades. Desses resultados
depreende-se que há significativa variação, em alguns casos ultrapassando 50%,
entre os valores obtidos.
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Tubulações.
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Q 1,85
J=10,68 ∙
C 1,85 ∙ D4,87
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Ver ajuste da fórmula de Hazen Williams ao SI, no apêndice A
5
O coeficiente de H-W, “C”, assume o mesmo valor em qualquer sistema de unidades. As correções
de unidades ficam exclusivamente por conta do coeficiente numérico que precede os termos variáveis
da equação.
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Para sua utilização em tubos de aço galvanizados com costura, Porto (pg 54)
indica C=125.
6 Q 1,852
∆ H =6,1556 ×10 ∙ ∙<¿ (5)
C 1,852 ∙ D 4,87
Bombas centrífugas.
O gráfico apresenta para essa bomba, três opções de rotor, 130mm, 150mm
e 179mm, cada qual com sua curva característica.
Hb=a ∙ Q b2 +b ∙Q b+ c
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6 Q 1,852
∆ Hts=6,1556 ×10 ∙ ∙22,72
1251,852 ∙81,2 4,87
6 Q 1,852
∆ Ht =6,1556 ×10 ∙ ∙ 22,85
1251,852 ∙ 68,54,87
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40 4−13 4 2
∆ He=23,8782∙ ( )
404 ∙13 4
Q
∆ He=8,2671× 10−4 ∙ Q2
e) Desnível geométrico:
Dg = 6,0 m
6,0+ Hb−( 9,1762× 10−6 ∙Q 1,852 +2,1128 ×10−5 ∙ Q1,852 +7,6062 ×10−5 ∙ Q 2 +8,2671× 10−4 ∙ Q 2 )=0
−9,0277 × 10−4 ∙ Q 2−3,0304 ×10−5 ∙ Q 1,852+6,0+ Hb=0 (8)
Essa equação tem duas incógnitas (Q e Hb) de modo que admite inúmeras
soluções – tantas quantas existam bombas no mercado capazes de serem
instaladas como indicado.
Obviamente, há necessidade da escolha de uma dentre tantas. Tal seleção é
feita tendo como critério “o menor modelo – mais econômico – que seja capaz de
fazer com que o sistema possa fornecer a vazão mínima desejada 8”.
Na sequência do exemplo, toma-se a vazão como o mínimo de 200 Lpm (12
m3/h).
Isolando-se Hb, a equação 8 torna-se:
Hb=30,66 mca
8
Via de regra a vazão mínima desejada é aquela exigida como mínima pela normalização vigente.
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clear;
home;
% Salvar como módulo do Octave sob nome: "Meganorm_050_032_125_1_3600_134.m"
q = [0;50;83.33;133.33;166.67;216.67;250;300;333.33;383.33;416.67;466.67]; %
vazões em Lpm
h = [34.1;34.1;34;33.8;33.6;32.9;32.2;31;29.9;27.6;26;24]; % Hb em [mca]
p = [-5e-5; 0.015; 34]; % aproximação inicial dos parâmetros buscados
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global verbose; verbose = false; % mudar de "false" para "1" caso deseje ver
% todo o conjunto de resultados e o gráfico da
% aproximação.
[f1, p, kvg1, iter1, corp1, covp1, covr1, stdresid1, Z1, r21] =...
leasqr (q, h, p, F, stol, niter); % chamada da função que implementa o
% algoritimo de regressão não linear de
% Levenberg-Marquardt.
-6.6729e-05
9.6814e-03
3.3867e+01
function f = f1(q)
f = -9.6950E-4*q.^2 - 3.0304E-5*q.^1.852 + 9.6814E-3*q + 39.867;
endfunction
%
% comandos para a janela de comandos
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%
% >> fun = @f1;
% >> q0 = 200; % aproximação inicial
% >> fzero(fun,q0)
Na janela de comandos,
>> fun = @f1;
>> q0 = 200;
>> fzero (fun,q0)
ans = 206.34
>>
Ou seja, a vazão de operação será de 206,34 Lpm (12,4 m3/h), com a bomba escolhida.
Pode ser observado que o ponto Q=12,4 m3/h com H=33,0 mca pertence à curva da bomba,
sendo, portanto, o ponto de operação do sistema.
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q 1+ q2−q3=0 (10)
O processo de cálculo, como pode ser visto no exemplo que segue, é muito
similar àquele apresentado para um hidrante: determinam-se as equações de
conservação de massas e de energia, faz-se a vazão do hidrante mais desfavorável
igual à vazão mínima requerida e resolvem-se as três primeiras equações (10, 11 e
12) simultaneamente, obtendo-se q3 mínimo e Hb. Com esses valores procede-se a
escolha da bomba, dentre aquelas ofertadas pelos fabricantes. De posse da curva
da bomba escolhida, é possível a determinação dos coeficientes a, b e c da equação
13. A solução simultânea das quatro equações traz à luz as três vazões reais e a
altura manométrica de operação da bomba.
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6q 31,852
∆ Hts=6,1556 ×10 ∙ ∙ 4,20
1251,852 ∙81,2 4,87
6 q31,852
∆ Ht =6,1556 ×10 ∙ ∙ 27,94
1251,852 ∙ 81,24,87
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6 q 11,852
∆ Ht 1=6,1556 × 10 ∙ ∙ 16,26
1251,852 ∙68,5 4,87
6 q 21,852
∆ Ht 2=6,1556 × 10 ∙ ∙ 40,81
1251,852 ∙ 68,54,87
∆ Hm 1=6,085 ×10−5 ∙ q 12
de forma análoga
∆ Hm 2=6,085× 10−5 ∙q 22
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404 −16 4 2
∆ He 1=23,8782 ∙ ( )
40 4 ∙ 164
q1
g) Desníveis geométricos:
Dg1 = -1,50 m
Dg2 = -4,50 m
Dg3 = -6,00 m
observar que são desníveis ascendentes.
−6,0−1,5+ Hb−( 1,6963 ×10−6 ∙ q 31,852+1,1284 × 10−5 ∙ q 31,852+1,5035 ×10−5 ∙ q11,852 +6,085 ×10−5 ∙ q12 +3,571
−4,18× 10−4 ∙ q12−1,5035 ×10−5 ∙ q 11,852 −1,298 ×10−5 ∙ q 31,852+ Hb−7,5=0 (15)
−6,0−4,5+ Hb−( 1,6963 ×10−6 ∙ q31,852+ 1,1284 ×10−5 ∙ q31,852+ 3,7735× 10−5 ∙ q21,852+6,085 ×10−5 ∙ q 22+3,571
−4,18× 10−4 ∙ q22−3,7735 ×10−5 ∙ q 11,852 −1,298 ×10−5 ∙ q 31,852+ Hb−10,5=0 (16)
k) Seleção da bomba.
A solução do sistema de equações simultâneas, formado pelas equações 14, 15 e 16.
q1 +q 2−q3 =0
{
−4,18 ×10 ∙ q1 −1,5035 ×10−5 ∙ q11,852−1,298 ×10−5 ∙ q31,852 + Hb−7,5=0
−4 2
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Supondo que esta vazão mínima seja igual a 300 Lpm, em q2, tendo-se H2
como hidrante mais desfavorável9, resolve-se o sistema não linear para q1, Hb e q3.
Através do software Octave:
Módulo sistema_1_2hid_bomba.m
function F = sistema_1_2hid_bomba(q)
% Atenção - observe que a posição q(2) foi utlizada para conter o valor de Hb,
% neste primeiro momento. Observa-se ainda que a vazão q2 foi direta-
% mente substituída pela vazão mínima 300 Lpm.
Na tela de comandos:
9
No exemplo apreciado, vê-se claramente que H2 é o hidrante hidraulicamente mais desfavorável
(está mais distante e mais elevado em relação ao ponto “A”). Caso a escolha recaia sobre o hidrante
errado – aquele menos favorável – ao resolver o sistema de equações a vazão no hidrante mais
desfavorável trará resultado inferior àquela mínima desejada, denunciando o hidrante desejado. Basta
então refazer esta etapa.
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2º ENCONTRO ANUAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Procedendo-se o ajuste:
Código do módulo
% não esquecer do "pkg load optim" (sem as aspas) para carregar o pacote que tem
% a função leasqr()
clear;
q = [0;66.67;166.67;233.33;333.33;400;500;566.67;666.67;733.33;833.33;900;1000;1033.33]; %
vazões em Lpm
h = [58.2;58.2;58.2;58.1;57.5;57.2;56.1;54.8;52.8;50.6;46;42;34.1;30.7]; % Hb em [mca]
p = [-5e-5; 0.015; 50]; % aproximação inicial dos parâmetros buscados
global verbose; verbose = false; % mudar de "false" para "1" caso deseje ver
% todo o conjunto de resultados e o gráfico da
% aproximação.
[f1, p, kvg1, iter1, corp1, covp1, covr1, stdresid1, Z1, r21] =...
leasqr (q, h, p, F, stol, niter); % chamada da função que implementa o
% algoritimo de regressão não linear de
% Levenberg-Marquardt.
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2º ENCONTRO ANUAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Na janela de comandos
>> pkg load optim
>> Meganorm_065_040_200_3600_175
Coeficientes do polinomio:
-4.3077e-05
2.1344e-02
5.6575e+01
q1 +q 2−q3 =0
{ −4 2 −5 1,852 −5
−4,18 ×10 ∙ q1 −1,5035 ×10 ∙ q1 −1,298 ×10 ∙ q3 + Hb−7,5=0
1,852
m) Solução
Como apresentado, a solução do sistema 4 x 4 acima pode ser implementada por:
Módulo sistema_2_2hid_bomba.m
function F = sistema_2_2hid_bomba(q)
% Atenção - observe que a posição q(4) foi utlizada para conter o valor de Hb.
%
Na janela de comando:
>>
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2º ENCONTRO ANUAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Resultando em:
q1 = 320,5 Lpm
q2 = 305,7 Lpm
q3 = 626,2 Lpm = 37,6 m3/h
Hb10 = 53,0 mca
Observando-se assim que os dois hidrantes operam com vazões maiores que
as mínimas exigidas, mas não tão superiores a ponto de comprometer o custo do
mesmo.
Considerações Finais
O modelo de cálculo de rede de hidrantes apresentado contribui assim para
um melhor entendimento e previsibilidade da operação dos sistemas de hidrantes.
De forma especial, apresenta uma abordagem visível e explícita do processo
de cálculo, implementável em computador – seja no todo ou em parte – e adequada
à necessidade de produção em um escritório de projetos de prevenção contra
incêndio, ou mesmo em atividade de vistoria e análise de projetos.
Referências Bibliográficas
Relacionar todas as referências citadas nas demais partes do trabalho
redigido, conforme as normas da ABNT.
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Observa-se que, devido à necessidade das variáveis estarem em vetor único, o valor de Hb, no
código, se encontra referenciado como q(4).
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Orientações Gerais:
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