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Índice

1. Introdução.......................................................................................................1
2. Definição de conceitos...................................................................................2
2.1. Projecto....................................................................................................2
2.2. Projecto de Investigação..........................................................................3
2.3. Gestão de Projecto...................................................................................3
2.4. Financiamento..........................................................................................5
2.5. Projecto de Financiamento ou Financiamento de Projecto....................5
3. Critérios e ou métodos de avaliação actualizados da viabilidade econômica
financeiro de projectos..........................................................................................6
3.1. Valor Presente Líquido (VAL).................................................................6
3.2. Taxa Interna de Rendibilidade (TIR).......................................................8
3.3. Período de recuperação do Investimento (Pay-Back) (PRA)..................9
3.4. Índice de Rendibilidade............................................................................9
4. Critérios e ou métodos de rendibilidade de projectos sem atualização........10
4.1. Rendibilidade do Capital Próprio (RCP)..............................................10
4.2. Rentabilidade Operacional das Vendas (ROV).....................................10
4.3. Taxa Média de Rendibilidade Contabilística ou Return on Investment
(ROI)................................................................................................................10
4.4. Rotação do capital próprio....................................................................11
5. Critérios de selecção em condições específicas...........................................11
5.1. Cash Flow Diferencial...........................................................................11
5.2. Projectos com Restrições Orçamentais.................................................11
5.3. Projectos com diferentes horizontes temporais.....................................12
5.4. Projectos de Substituição.......................................................................12
5.5. Valor Actual Líquido Ajustado (VALA).................................................12
6. Conclusão.....................................................................................................13
7. Bibliografia...................................................................................................14
1. Introdução

Sob uma perspectiva econômica, os recursos são escassos, nesse âmbito, qualquer
financiamento a depositar, tomando em conta a quantidade do capital inicial seja ele próprio
ou externo a ser depositado ou transferido é de extrema importância analisar a viabilidade da
proposta do projecto em causa da maneira mais precisa possível, ou seja, levando em
consideração os riscos e os retornos esperados de cada financiamento que, porem, são
considerados como um sacrifício no presente, com o intuito de se alcançar benefícios no
futuro.

A expressão financiamento de projectos é normalmente utilizada em duas acepções


diferentes: como referência a um plano ou intenção de investimento; como referência ao
estudo (processo escrito) da intenção de investimento. Como o estudo é a tradução no papel
da intenção de investimento, as duas acepções são equivalentes, sendo reunidas no dossier do
projecto de investimento. A realização de um investimento representa a afectação de recursos
que em qualquer organização, seja pública ou privada, são normalmente escassos,
representando igualmente o desvio desses recursos de aplicações alternativas, pelo que a
decisão de investir em qualquer projecto deve ser precedida de uma cuidada avaliação e de
um detalhado planejamento.

Desta feita, o presente trabalho tem como principal objectivo definir o conceito de
financiamento de projecto ou projecto de financiamento, bem como, apresentar e desenvolver
os seus respectivos critérios e ou métodos de avaliação da viavbilidade econômica financeiro
de projectos. Portanto, para materialização dos desígnios destes objectivos fez-se uma
pesquisa bibliográfica, buscando a documentação devida e relevante para desenvolver o
estudo em causa partiram desde livros, artigos e publicações periódicas, bem como,
dissertações.

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2. Definição de conceitos

No contexto da discussão do presente tema levantado para o estudo, Financiamento de


Projectos de Investigação no âmbito da analise e gestão de projectos, tornou-se relevante
conceptualizar cinco conceitos chaves para a compressão da temática em questão.

2.1. Projecto

Numa perspectiva econômica, o conceito de projecto, na óptica dos economistas e


financeiros, é geralmente entendida como um conjunto sistematizado de informações
destinado a fundamentar uma decisão de investimentos de um negócio.

Para melhor compreensão do que realmente são projetos, em 2013, o Project Management
Institute (PMI) através do seu Guia do Conhecimento em Gestão de Projetos, em inglês
Project Management Body of Knowledge Guide (PMBOK) definiu projecto como o esforço
temporário, com uma data de início e término, empreendido para criar um produto, serviço ou
resultado exclusivo (BRAZ, 2015).

No mesmo sentido, um projecto é uma organização temporária em que os recursos são


atribuídos para fazer um determinado trabalho com o intuito de fazer uma mudança benéfica.
Neste entender um projecto é uma série de actividades e tarefas que têm um objectivo
específico a ser concluído num determinado prazo e respeitando determinadas especificações,
tem datas de início e fim definidas, tem um limite de financiamento (se aplicável), consomem
recursos humanos e não humanos (ou seja, dinheiro, mão-de-obra, equipamentos) e são
multifuncionais, abrangem várias linhas funcionais (BRAZ, 2015).

Portanto, um projecto é simplesmente um empreendimento organizado para alcançar um


objectivo específico, ou seja, é uma série de actividades ou de tarefas relacionadas que são,
geralmente, direcionadas para uma saída principal e que necessitam um período de tempo
significativo para sua realização (DAVIS et. al. Apud CAMPOS, 2012). É um esforço
temporário para criar um produto, um serviço ou um resultado único PMI (PMBOK Apud
CAMPOS, 2012).”

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2.2. Projecto de Investigação

Um projecto de investigação é um documento de pesquisa inicial elaborado em forma de


proposta com vista a apresentar às instituições a que se solicita financiamento do que se
pretende fazer ao longo de todo processo de pesquisa. Os projectos de investigação servem
para alcançar um objectivo científico específico, usando recursos humanos e materiais
adequados pela decisão, especificação dos objetivos, elaboração de um esquema, constituição
da equipe de trabalho, levantamento de recursos e cronograma.

Neste âmbito de acordo com Lakatos et al (2003), o desenvolvimento de um projecto de


pesquisa ou de investigação compreende seis critérios:

1. Seleção do tópico ou problema para a investigação;


2. Definição e diferenciação do problema;
3. Levantamento de hipóteses de trabalho;
4. Coleta, sistematização e classificação dos dados;
5. Análise e interpretação dos dados;
6. Relatório do resultado da pesquisa.

Portanto, é uma descrição, num determinado momento e numa situação especifica, dos
processos de mudança que precisamos de iniciar de forma a criar uma nova situação num
determinado momento no futuro. É um processo que envolve a estruturação de um esquema
compreensível, que tem em conta vários aspectos de uma situação, com o propósito de
alcançar uma outra.

2.3. Gestão de Projecto

Por Gestão de Projetos é entendida como sendo um conjunto de princípios, práticas e técnicas
aplicadas para liderar grupos de projectos e controlar programação, custos, riscos e
desempenho para se alcançar as necessidades de um cliente final. E esta compreende duas
etapas fundamentais: o Planejamento e o Controle de Projectos (CAMPOS, 2012).

Este conceito é, também, entendido como sendo a aplicação de um conjunto de ferramentas e


técnicas para utilizar os recursos com vista a obter (desde a concepção até à conclusão) uma
tarefa complexa e única dentro das limitações de tempo, custo e qualidade. Mais
recentemente, a gestão de projetos é definida como a aplicação de métodos, ferramentas,

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técnicas e competências de um projeto através de um processo que inclui a integração de
várias fases do ciclo de vida do projeto. Não muito distinta desta concepção, é definida como
a aplicação de conhecimentos, capacidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a
fim de atender aos seus requisitos (BRAZ, 2015).

Portanto, um processo de gestão de projectos implica o empreendimento de cinco processos,


de PMI Apud Braz (2015) et Campos (2012), os seguintes:

1. Processos de Iniciação ou Concepção - processos pertencentes à fase inicial em que


se define um novo projecto ou fase de um projecto já existente pela identificação de
necessidades, estabelecimento da viabilidade, definição de alternativas,
desenvolvimento de orçamentos e cronogramas e definição da equipe de trabalho.
2. Processos de Planejamento - processos que estabelecem o âmbito do projeto,
detalham os objetivos e definem o plano de acção necessário para alcançar os
objectivos previamente definidos pela programação dos recursos humanos, materiais e
financeiros, estudos e análises, geração de protótipos, análise de resultados e obtenção
de aprovação da execução.
3. Processos de Execução - processos relacionados com a implementação do trabalho
planeado nos Processos de Planeamento para assim satisfazer as especificações do
projecto.
4. Processos de Monitorização e Controlo - processos que envolvem atividades para
monitorizar, acompanhar e regular o progresso e o desempenho do projecto. Estes
processos permitem identificar as áreas em que há necessidade de alterações
relativamente ao plano estabelecido anteriormente, procedendo às respectivas
correções.
5. Processos de Encerramento - processos que remetem para o encerramento de todas as
actividades em todos os grupos de processos, de modo a finalizar formalmente o
projeto ou fase pelo treinamento do pessoal operacional e realocação dos recursos.

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2.4. Financiamento

Por financiamento entende-se segundo Buarque (1991), como sendo a fonte de aquisição e
aplicação fundamental dos recursos disponíveis interna (capital próprio) e externamente
(capital de terceiros, empréstimos bancários privados ou estatais) à proposta do projecto de
investigação, o qual depende da viabilidade técnica e rentável do projecto em termos de
retorno do investimento, bem como, da sua capacidade de atender os compromissos contidos
no documento.

Por outra segundo Mauler (2013), é uma operação de fornecimento de recursos financeiros
para a execução de um investimento previamente acordado entre as partes: empreendedor e
unidade credora do crédito. A finalidade pode ser desde a compra de um equipamento até a
implantação completa do projecto. Os recursos devem, obrigatoriamente, ser empregados na
finalidade acordada.

2.5. Projecto de Financiamento ou Financiamento de Projecto

De acordo com a definição de Estache et Strong Apud Lempke (2008), é entendida como
sendo um tipo de técnica de finanças baseada em débito, sendo muito utilizada para o
desenvolvimento de infra-estruturas publicas, em que o emprestador confia e toma por base o
fluxo de caixa produzido pelo projecto para cobrir o empréstimo, ao invés de outras fontes de
pagamento, como garantias do governo, ativos ou créditos do patrocinador.

Segundo Araujo Apud Lempke (2008), entende como um forma especifica de arranjo
financeiro para viabilização de investimentos, geralmente de grande vulto, onde uma
sociedade específica é criada para gerir um investimento em infra-estrutura. Sua estrutura
financeira envolve, como elementos básicos, a mitigação de riscos pela elevação do numero
de participantes e a securitização de receitas futuras do projecto.

Contudo, Nevitti et Fabozzi Apud Lempke (2008), definem como o processo de doação de
capitais de uma determinada unidade ou entidade econômica, na qual o credor se satisfaz em
olhar inicialmente para o fluxo de caixa e para as receitas desta entidade como fonte de
pagamento do empréstimo e para os activos desta unidade econômica como os colaterais para
o empréstimo.

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3. Critérios e ou métodos de avaliação actualizados da viabilidade econômica
financeiro de projectos

Na avaliação de projectos recorre-se a critérios de rendibilidade de forma a suportar a decisão


de investir ou não naquele projecto, ou escolher entre várias alternativas de investimento. Na
avaliação de projetos de investimentos dispomos de vários critérios que devem ser utilizados
de acordo com cada projeto, ou seja, ao realizarmos um projeto de investimento temos de
identificar qual dos métodos é o mais apropriado para estudar a sua viabilidade. Os critérios
mais utilizados na avaliação de projectos recorrem às projecções previsionais dos cash flows,
pretendendo-se comparar os cash flows de exploração com os cash flows de investimento de
forma a determinar a rendibilidade do(s) projecto(s). De uma forma genérica, um projecto é
aceitável se o somatório dos cash flows de exploração actualizados for superior ao valor do
somatório dos cash flows de investimento também actualizados (WOTTRICH, 2010; DO
ROSÁRIO, 2014; GOMES, 2011). Desta feita, temos os seguintes critérios e ou métodos:

3.1. Valor Presente Líquido (VAL)

Este critério financeiro é utilizado para avaliar investimentos através da comparação entre os
cash flows gerados e o capital investido. A determinação do VAL de um projeto requer as
seguintes etapas:

1. Fixar a taxa de actualização;


2. Determinar o capital investido - (se o investimento requerer investimentos intercalares
é necessário fazer a actualização das saídas de fundos (cash outflows) para o período
zero);
3. Cada cash flow é multiplicado pelo valor actual correspondente;
4. Somar os cash flows atualizados representa o valor actual do cash flow de
investimento;
5. Subtrair ao somatório do valor actual dos cash flows de exploração o custo do
investimento, é igual ao valor actual líquido.

Daí um projeto de investimento é considerado viável quando o seu VAL é positivo.


Teoricamente, o indicador de rendibilidade mais consistente em condições determinísticas é o
VAL (Valor Actualizado Líquido), que aglomera os fluxos líquidos actualizados gerados pelo
projecto. Este conceito pode ser entendido como a quantificação do efeito do investimento na

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riqueza de uma empresa, pelo que é o mais indicado quando os promotores do projecto
assumem uma óptica de maximização da riqueza.

O cálculo deste critério pode ser adaptado de acordo com a óptica de avaliação pretendida: na
óptica do investidor, interessa calcular o VAL utilizando o Fluxo de Caixa Livre (FCL) para
os accionistas para cada período, actualizado à taxa de retorno exigida pelos acionistas. Na
óptica do projecto, o cash flow relevante no cálculo do VAL constitui o Fluxo de Caixa
Operacional Líquido (FCOL) e deverá ser actualizado utilizando a taxa do custo médio
ponderado do capital.

Em análise de um projecto isolado se a decisão de investir no projecto é viável. Um VAL


positivo significa que realizar o projecto gera retorno suficiente para cobrir o investimento
inicial, corresponder à rendibilidade mínima exigida pelo investidor; fontes de financiamento
(de acordo com a óptica de avaliação), resultando num excedente que corresponde ao valor
do VAL. Significa que gera mais recursos que uma alternativa de investimento com nível de
risco equivalente. Se o VAL for igual a zero constitui o ponto de indiferença. Contudo, dado
o nível de incerteza quanto aos resultados futuros, existe uma grande probabilidade do
projecto se tornar inviável. E se o VAL for menor que zero, o projecto é economicamente
inviável, devendo ser rejeitado.

Limitações deste critério:

 Um projecto com elevados níveis de rendimentos e despesas tem um VAL muito


maior do que um projecto com baixos níveis de rendimentos e despesas,
determinando a rejeição do segundo.
 A diferença de horizontes temporais coloca em causa a fiabilidade da utilização do
VAL como critério de decisão.
 Quanto maior for a taxa de actualização, menor será o VAL, pois serão necessários
montantes superiores de fluxos financeiros de forma a corresponder à nova taxa de
rentabilidade exigida.
 A comparação entre projectos alternativos obriga a que as actualizações sejam feitas
para o mesmo momento de referência, caso contrário invalida a análise, dado que os
valores não são economicamente comparáveis.

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 Um determinado VAL, seja qual for o seu valor, tanto pode resultar de um elevado
investimento, como de um investimento com montante pouco significativo em termos
absolutos.

3.2. Taxa Interna de Rendibilidade (TIR)

A Taxa Interna de Rendibilidade é aquela que torna o valor actual dos benefícios económicos
futuros igual ao valor actual dos respectivos custos, pelo que traduz a taxa de rendibilidade
periódica do capital investido. A TIR de um projecto de investimento é a taxa de actualização
pela qual o Valor atual líquido se iguala a zero, ou seja, é a taxa mais alta que o investidor
pode contrair um empréstimo para financiar um investimento sem perder dinheiro. Num
projeto de investimento convencional, a TIR é uma função decrescente e convexa que tende
para um valor negativo do investimento e a taxa de actualização tende para o infinito.

Limitações deste critério:

 Perante a escolha entre projectos alternativos, quando estão em causa projectos do


tipo não convencional (projectos que apresentam cash flows intercalares ou finais
negativos), é desaconselhado o recurso à TIR, dado que, devido à distribuição dos
cash flows, pode resultar em várias soluções, dificultando a análise.
 Pressupõe que o custo de capital se mantém constante ao longo do tempo, logo é
desajustado quando se pretende considerar variações futuras no custo do capital.
 Comparativamente ao VAL, existe dificuldade em apreciar e avaliar o efeito do
investimento na riqueza da empresa. Perante uma decisão entre projectos, o valor do
VAL de um dos projectos pode ser efectivamente mais interessante do ponto de vista
do investidor, mesmo que o valor da TIR correspondente seja menor. Contudo esta
deve servir de base para ordenar os projectos cujo investimento está em causa.

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3.3. Período de recuperação do Investimento (Pay-Back) (PRA)

O período de recuperação actualizado do investimento (PRA) determina o período de retorno


do investimento realizado, ou seja, reflecte quanto tempo é necessário para que os fluxos
gerados pelo projecto cubram na totalidade o investimento que foi realizado para os obter. O
seu valor não faz qualquer referência à rendibilidade do investimento. Esta técnica mede o
número de períodos de tempo que decorre desde o período de investimento até o período em
que se recupera a totalidade do investimento. Este critério aceita o projeto com o Pay-Back
menor que o período de vida útil do projecto. Pode ser ainda entendido como uma medida de
risco no caso de empresas que querem o seu capital recuperado o mais rapidamente possível
de forma a evitar riscos decorrentes de ameaças competitivas.

Limitações deste critério

 Não têm em conta os períodos para além da recuperação.


 Não quantifica a rentabilidade do projecto.
 Ignora o valor temporal dos cash flows.

3.4. Índice de Rendibilidade

O IR ou retorno do investimento mede a rendibilidade do projecto por cada unidade de


capital investido. O índice de rendibilidade de um projeto está relacionado com o respectivo
valor actual líquido que indica a rendibilidade que efectivamente se obtém por cada unidade
de capital investido.

Limitações deste critério

 Tal como acontece com o critério do VAL, é necessário conhecer previamente a taxa
de actualização.

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4. Critérios e ou métodos de rendibilidade de projectos sem atualização

No contexto da análise financeira, podem ainda ser utilizados critérios que não consideram o
valor temporal do tempo e nem uma taxa do custo de capital. No contexto da análise
financeira, podem ainda ser utilizados critérios que não consideram o valor temporal do
dinheiro nem dependem da definição de uma taxa de custo do capital, como é o caso dos
rácios de rendibilidade. Apesar de partirem de informação financeira fornecida pela
contabilidade, cujos critérios contabilísticos podem influenciar as variáveis utilizadas,
fornecem informação bastante útil, quer para concluir sobre o desempenho financeiro da
organização e do projecto e a eficácia da sua estratégia, quer para servir de base a previsões
futuras partindo dos seus dados históricos e presentes. Apresenta os seguintes critérios:

4.1. Rendibilidade do Capital Próprio (RCP)

Revela o lucro gerado pelo capital investido na organização (na perspectiva dos seus
investidores). O seu valor indica a percentagem de lucro por unidade monetária de capital
próprio. No caso de o projeto apresentar o mesmo perfil de risco da empresa, este rácio pode
ser utilizado como a taxa de atualização.

4.2. Rentabilidade Operacional das Vendas (ROV)

A rendibilidade operacional das vendas permite analisar o desempenho do negócio


independentemente da forma de financiamento adoptada. O valor deste rácio indica o lucro
(ou prejuízo) por cada unidade vendida, traduzindo a eficiência do negócio.

4.3. Taxa Média de Rendibilidade Contabilística ou Return on Investment (ROI)

A Taxa Média de Rendibilidade Contabilística (ou ARR - Accountig Rate of Return)


pretende calcular a taxa de rendibilidade do investimento em relação ao seu custo. O seu
valor indica a percentagem de lucro por cada unidade monetária investida. Em termos de
decisão, deve ser comparada com a taxa de rendibilidade associada a uma alternativa de
investimento previamente definida. Nesse sentido, devem ser rejeitados os projectos com
uma ARR inferior à previamente fixada.

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4.4. Rotação do capital próprio

Este rácio dá-nos o número de vezes, por ano, que o capital próprio é reconstituído através
das vendas. Quanto maior este indicador, melhor é para a rendibilidade da empresa, uma vez
que, se o ativo é renovado muitas vezes durante o ano, significa que as vendas potenciam o
crescimento da empresa. Caso os valores dados por este indicador não sejam consistentes
com os da rendibilidade do capital próprio, a empresa deve rever as suas políticas de
investimento e de vendas.

5. Critérios de selecção em condições específicas

Por vezes os projectos estão sujeitos a características específicas, que invalidam a aceitação
dos critérios de avaliação convencionais. Seguidamente serão especificadas alguns dos
critérios e métodos de avaliação que contornam as limitações dos critérios convencionais,
possibilitando a sua aplicação nos casos mais específicos através do recurso a variantes dos
mesmos (GOMES, 2011).

5.1. Cash Flow Diferencial

Perante duas alternativas de investimento correspondentes a projectos mutuamente


exclusivos, é frequente recorrer ao cálculo do VAL diferencial, que pressupõe a determinação
prévia dos cash flows diferenciais.

5.2. Projectos com Restrições Orçamentais

A existência de restrições orçamentais pressupõe a escassez de recursos, ou seja, existe um


limite referente ao montante que o promotor tem disponível para investir no projecto. Tal
como referido anteriormente neste capítulo, aquando da referência ao critério do Índice de
Rendibilidade do Projecto (IRP), este revela-se indicado na avaliação de projectos com
restrições orçamentais. Para comparar duas alternativas de investimento, é necessário utilizar
uma variante do IRP (IRP’), cujo valor será obtido através da ponderação do VAL de cada
projecto pelo respectivo investimento.

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5.3. Projectos com diferentes horizontes temporais

Perante projectos mutuamente exclusivos com diferentes horizontes temporais, existem


métodos que contornam essa particularidade, permitindo suportar a decisão. Primeiro,
Método da Anuidade ou do VAL Médio, este método pressupõe que o VAL é repartido por
prestações iguais ao longo do horizonte temporal considerado. O projecto que apresentar uma
anuidade superior, apresenta maior viabilidade. Segundo, Horizonte Temporal Comum, este
método assume um reinvestimento a partir do último ano de vida útil do projecto, replicando
os seus cash flows durante sucessivos períodos, até que os horizontes temporais dos projectos
se igualem. Ou seja, replicar os cash flows do projecto com vida útil mais curta, até que
iguale a vida útil do segundo projecto, formando um plano estratégico de contingência de
custos.

5.4. Projectos de Substituição

Este critério visa manter a capacidade produtiva actual da empresa, substituindo


equipamentos usados por equipamentos novos com características técnicas similares. Um
investimento de substituição é realizado com o objectivo de redução de custos, obtido pela
melhoria de eficiência na utilização dos recursos. Nesse sentido importa calcular o valor
actual do investimento exclusivamente na óptica da componente da despesa, com o
pressuposto de que o nível das receitas se mantém constante.

5.5. Valor Actual Líquido Ajustado (VALA)

Este conceito é entendido como sendo uma das demais variáveis financeiras de projecto,
concebida como um método de ajustamento para determinar a viabilidade do financiamento
projecto, tanto provenientes do capital interno e externo. Assim sendo, Valor Atual Líquido
Ajustado (VALA), consiste na junção do valor actual obtido anteriormente com o
pressuposto de o projecto ser financiado somente com capitais próprios com os benefícios
fiscais obtidos ao optar por financiar o projecto com capitais alheios (DO ROSÁRIO, 2014).
Este método consiste na avaliação do projecto, agregando a decisão de investimento e a
decisão de financiamento. Este método consiste em tratar os projectos como se
primeiramente fossem financiados por capitais próprios para depois ser adicionado o valor
obtido pela opção de financiamento externo. Este método é obtido através dos benefícios
fiscais e financeiros, quando o projeto for financiado através de um empréstimo interno.

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6. Conclusão

Em suma, por financiamento de projecto entende-se como o processo de doação de capitais


de uma determinada unidade ou entidade econômica, na qual o credor se satisfaz em olhar
inicialmente para o fluxo de caixa e para as receitas desta entidade como fonte de pagamento
do empréstimo e para os activos desta unidade econômica como os colaterais para o
empréstimo.

Na avaliação de projectos recorre-se a critérios de rendibilidade de forma a suportar a decisão


de investir ou não naquele projecto, ou escolher entre várias alternativas de investimento. Na
avaliação de projectos de investimentos cada critério deve ser utilizado de acordo com a
natureza econômica e financeira de cada projecto, identificando o método que é mais
apropriado para estudar a sua viabilidade.

Portanto, no contexto da análise financeira, podem ainda ser utilizados critérios que não
consideram o valor temporal do tempo e nem uma taxa do custo de capital, como é o caso dos
rácios de rendibilidade. Pois, fornecem informação bastante útil, quer para concluir sobre o
desempenho financeiro da organização e do projecto e a eficácia da sua estratégia, quer para
servir de base a previsões futuras partindo dos seus dados históricos e presentes.

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7. Bibliografia

1. BRAZ, Miguel Joaquim Quinta. Gestão de Projetos: As Práticas de uma Empresa de


Software. Coimbra, jun. 2015.
2. CAMPOS, Luiz Fernando Rodrigues. Gestão de Projetos. Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia. Paraná: Curitiba-PR, 2012.
3. DO ROSÁRIO, Lenira Patrícia da Cruz. Análise da Viabilidade Económica e
Financeira de Projetos de Investimento em Cabo Verde. Mindelo, mai. 2014.
4. GOMES, Vânia Sofia dos Santos. Avaliação de Projectos de Investimento:
Elaboração de um Estudo de Viabilidade Económico-Financeira. Coimbra, set. 2011.
5. LAKATOS, Eva Maria et al. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São
Paulo: Editora Atlas, 2003.
6. LEMPKE, Thomas Keiserman. Planos de Financiamento em Project Finances de
Infra-estruturas. Porto Alegre, dez. 2008.
7. WOTTRICH, Breno. Modelo para a Análise Econômica e Financeira em Projectos
de Geração Distribuída de Energia com Fontes Alternativas. Brasil: Santa Maria –
RS, 2010.

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