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06.08.2018
Fontes
Predominantemente fonte formal – as normas são criadas pelo Estado, são normas estatais.
O processo do trabalho tem as suas normas/regras originadas do Estado, assim sendo, são normas estatais.
A competência para legislar sobre processo do trabalho e direito do trabalho é da União.
Fontes Próprias: Fontes trabalhistas – p.ex.: CLT, leis processuais como a Lei 5.584/90, CF (quando trata da
organização judiciária trabalhista).
Fontes Subsidiárias: ART. 769, CLT – Quando houver omissão, não havendo contradição, o processo comum
pode ser utilizado como fonte subsidiária do processo do trabalho. Assim sendo, são requisitos: a) Que haja
omissão no processo do trabalho; b) Compatibilidade entre o processo comum e os princípios do processo
do trabalho.
CLT - Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do
trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
Exemplo: Art. 840, CLT + Art. 769, CLT + Art. 291 e ss. CPC (valor da causa)
PRINCÍPIOS
1. Princípio da Oralidade: Todos os atos processuais de 1ª instância podem ser feitos de forma oral e, em
alguns casos, devem ser feitas de forma oral, como p.ex. as alegações finais.
2. Princípio da Concentração dos atos em audiência: Se possível realização de uma única audiência. Com o
processo eletrônico a defesa tem que ser apresentada até a abertura da audiência. Ou seja, concentra os
atos na audiência.
3. Princípio da Celeridade Processual: Tramitação mais célere.
4. Princípio da Informalidade: Presunção de que empregado e empregador não tem conhecimento técnico
jurídico.
1. Poder Judiciário: É dividido em Justiça Federal e Justiça Estadual (justiça comum) e suas subdivisões.
A Justiça Federal divide-se em Justiça Federal Ordinária e Especializada. A Justiça Federal Especializada
abrange a Justiça do Eleitoral, Militar e do Trabalho.
Assim sendo, um juiz do trabalho é juiz federal do trabalho ou também designado simplesmente como “juiz
do trabalho”.
2. Vara do Trabalho (VT): 1ª instância. A vara do trabalho é composta pelo juiz do trabalho e pela
secretaria.
3. Tribunais Regionais do Trabalho (TRT’s): 2ª instância.
4. Tribunal Superior do Trabalho (TST): 3ª instância.
VARA DO TRABALHO
Só pode ser criada mediante previsão legal. Lei que autorize a criação de vara do trabalho.
A jurisdição da vara do trabalho e sua extensão é determinada pelo TRT correspondente a essa VT.
Há cidades que não tem VT, mas tem jurisdição trabalhista. P.ex.: Cássia/MG não tem VT, mas a jurisdição de
Passos/MG alcança Cássia/MG.
Ex: cidade de Morro Agudo não tem Vara do Trabalho, mas, tem a jurisdição trabalhista de Orlândia. Nem
sempre uma cidade que não tenha vara do trabalho significa que não vai ter jurisdição trabalhista.
A jurisdição trabalhista pode ser estendida por um raio de 100km se tiver acesso entre uma cidade e outra.
No estado de São Paulo não há nenhuma cidade que não tenha vara trabalhista.
Para as localidades que não têm jurisdição trabalhista, quem atua investido de jurisdição trabalhista é o juiz
de direito. Assim sendo, um juiz de direito só resolve conflito trabalhista quando investido de jurisdição trabalhista e,
só estará investido de jurisdição trabalhista se naquele lugar não há jurisdição trabalhista própria. É o que ocorre em
localidades menos povoadas.
13.08.2018
CF - Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de
trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e
demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários.
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
Os TRT’s são constituídos de, no mínimo, 07 juízes nomeados pelo Presidente da República, com idade
acima de 30 anos e até 65 anos e, ainda, o TRT é constituído por região.
Deve ser respeitado o 5º constitucional.
A previsão legal anterior estabelecia que cada estado teria o seu TRT, entretanto, verificou-se não ser
necessário, tendo a EC nº 45/04 alterado o dispositivo.
Características:
1ª Art. 115, §2º, CF. O TRT pode atuar de forma descentralizada por meio de Câmaras Regionais. Assim
sendo, pode num estado que não tenha o seu próprio TRT, por exemplo, Tocantins, Acre, Roraima, Amapá, o TRT
que compõe essa região pode criar uma Câmara Regional nesses estados e atuar de forma descentralizada, com
todos os atos de jurisdição do TRT.
2ª Art. 115, §1º, CF – O TRT pode atuar por meio de Justiça Itinerante; assim sendo, permite-se a instalação
de um posto avançado temporário de determinada vara da justiça do trabalho, onde poderão ser realizadas
audiências.
Damásio:
Organização dos Tribunais Regionais do Trabalho:
Os TRTs são organizados por região – 24 TRT
Via de regra, cada estado possui um TRT, mas o estado de São Paulo possui dois; um localizado na cidade de
São Paulo e outro em Campinas.
“TARA”
CLT - Art. 674 - Para efeito da jurisdição dos Tribunais Regionais, o território nacional é dividido nas oito
regiões seguintes:
1ª Região - Estados da Guanabara, Rio de Janeiro e Espírito Santo;
2ª Região - Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso; sede: cidade de SP
3ª Região - Estados de Minas Gerais e Goiás e Distrito Federal;
4ª Região - Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina;
5ª Região - Estados da Bahia e Sergipe;
6ª Região - Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte;
7ª Região - Estados do Ceará, Piauí e Maranhão;
8ª Região - Estados do Amazonas, Pará, Acre e Territórios Federais do Amapá, Rondônia e Roraima.
Parágrafo único. Os tribunais têm sede nas cidades: Rio de Janeiro (1ª Região), São Paulo (2ª Região), Belo
Horizonte (3ª Região), Porto Alegre (4ª Região), Salvador (5ª Região), Recife (6ª Região), Fortaleza (7ª Região) e
Belém (8ª Região).
Localização (Cidade -
Região Jurisdição
Estado)
1ª
Rio de Janeiro - RJ Rio de Janeiro
Região
Cidade de São Paulo, Grande São Paulo (acrescida do município de Ibiúna) e
2ª
São Paulo - SP parte da Baixada Santista (Cubatão, Guarujá, Santos, Praia Grande e São
Região
Vicente) - (excluem-se os municípios de Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe) [3]
3ª
Belo Horizonte - MG Minas Gerais (Turma Recursal em Juiz de Fora)
Região
4ª
Porto Alegre - RS Rio Grande do Sul
Região
5ª
Salvador - BA Bahia
Região
6ª
Recife - PE Pernambuco
Região
7ª
Fortaleza - CE Ceará
Região
8ª
Belém - PA Pará e Amapá
Região
9ª
Curitiba - PR Paraná
Região
10ª
Brasília - DF Distrito Federal e Tocantins
Região
11ª
Manaus - AM Amazonas e Roraima
Região
12ª
Florianópolis - SC Santa Catarina
Região
13ª
João Pessoa - PB Paraíba
Região
14ª
Porto Velho - RO Acre e Rondônia
Região
15ª
Campinas - SP Municípios do estado de São Paulo não englobados pela 2ª Região [4]
Região
16ª
São Luís - MA Maranhão
Região
17ª
Vitória - ES Espírito Santo
Região
18ª
Goiânia - GO Goiás
Região
19ª
Maceió - AL Alagoas
Região
20ª
Aracaju - SE Sergipe
Região
21ª
Natal - RN Rio Grande do Norte
Região
22ª
Teresina - PI Piauí
Região
24ª
Campo Grande - MS Mato Grosso do Sul
Região
Está previsto na Constituição Federal, CLT, mas, sobretudo, regula-se através da Lei nº 7.701/88.
Art. 111 – A, CF - O TST é composto por 27 ministros, com idade acima de 35 anos e menos de 65 anos,
nomeados pelo Presidente da República após a aprovação por maioria absoluta do Senado Federal.
Sua sede situa-se em Brasília e também deve ser respeitado o 5º constitucional adaptando-se a área
trabalhista.
1 – Turmas: De modo geral, a competência funcional das turmas do TST é julgar Recurso de Revista e os
recursos a ele vinculados.
P.ex.: Do acórdão proferido num recurso de revista, se for oposto embargos de declaração ou agravo de
instrumento, será turma do TST que julgará.
2 – Seção de Dissídio Coletivo – SDC: Já a Seção de Dissídio Coletivo tem competência para julgar
originalmente dissídio coletivo e, também, dissídio coletivo em grau de recurso.
Conforme o dissídio coletivo, a competência funcional originária é do TRT, assim sendo, em havendo recurso
da decisão proferida pelo TRT, o recurso será julgado pela Seção de Dissídio Coletivo do TST.
Entretanto, se nesse dissídio coletivo estão envolvidas partes que extrapolam a jurisdição de um só TRT, a
competência originária passa a ser do TST na SDC (Seção de Dissídio Coletivo).
Obs.: Necessariamente os trabalhadores serão representados por entidade sindical para que haja dissídios
coletivos.
Há sindicato que representa a categoria em um município, mas há sindicatos que representam a categoria de
vários municípios e até de vários estados. Ex.: sindicato dos sapateiros de Franca -> quem vai julgar o dissídio
coletivo é o TRT-15. Entretanto, se tiver um sindicato que faça a região de Franca, Ibiraci e Cássia haverá a
extrapolação do TRT-15 e TRT-3, portanto, a competência funcional originária é do TST na SDC.
Exceção: Se o conflito coletivo está limitado ao estado de São Paulo - TRT-2 e TRT-15. Se o conflito coletivo
envolver apenas o estado de SP, isto é, jurisdição do TRT-2 e do TRT-15; a competência originária é do TRT-2, tendo
em vista que é mais antigo que o TRT-15.
3 – Seção de Dissídio Individual 2– SDI 2 – Julga matéria de ação rescisória, mandado de segurança, habeas
corpus e habeas data. A SDI-2 pode julgar em grau recursal ou originariamente dependendo do caso, mas a matérias
sempre serão as mencionadas.
Observação: Quando a SDI-2 atua ou é em grau recursal de uma decisão proferida pelo TRT ou ela atua em
competência originária. De um jeito ou outra, a matéria não passa pelas Turmas.
4 – Seção de Dissídio Individual 1 – SDI 1 – Competência residual. Todos os demais dissídios individuais em
grau recursal é da competência da SDI -1.
Habeas Corpus – trabalhista: Proteger o direito de liberdade de locomoção lesado ou ameaçado por ato
abusivo de autoridade. A justiça do trabalho não tem competência para julgar matéria criminal, assim sendo,
o habeas corpus deve restringir-se a matéria trabalhista. É muito difícil vislumbrar casos de habeas corpus
em matéria trabalhista, sendo difícil até encontrar exemplos.
5 – Pleno do TST: Sua competência funcional básica é declarar a inconstitucionalidade ou não de lei, se
manifestar sobre os índices de atualização monetária dos créditos trabalhistas e editar, cancelar ou modificar
súmula.
A nova legislação quer dizer que: Não pode mais, como fazia antes, o Pleno se decidir, na composição de
seus 27 ministros, criar uma súmula sobre determinado tema; assim sendo, a súmula representava um consenso
entre eles e, muitas, vezes não representava o que havia sendo decidido pelas Turmas ou pela SDC ou SDI. Assim
sendo, o que o Pleno estava fazendo era estabelecer uma jurisprudência uniforme sobre um tema que muitas vezes
não tinha nem ao menos alcançado o TST para justificar isso; “estava legislando”.
A reforma trabalhista interviu impossibilitando tal atitude através do entendimento de que uma súmula
deve representar realmente o que já é pacífico nos julgamentos das ações que chegam até o STS, ou seja,
uniformização de uma jurisprudência que já existe.
20.08.2018
COMPETÊNCIA:
Material – ART. 114, CF
Em razão da pessoa – ART. 114, I, CF
Lugar – ART. 651, CLT
Funcional – TST – Lei nº 7.701/88
TRT – ART. 678 e ss., CLT.
Vara do Trabalho – ART. 652 e ss.
Competência Funcional:
- TRT: Competência recursal para julgar recurso ordinário e recursos relacionados a ele e competência
originária para mandado de segurança, ação rescisória, habeas corpus e habeas data.
Mandado de Segurança: O mandado de segurança pode ser de competência originária do TRT ou TST
dependendo de quem é a autoridade coatora. Ainda, podem as Varas do Trabalho terem competência para julgar
mandado de segurança a depender da autoridade coatora.
Ação Rescisória: Serve para rescindir uma sentença proferida.
Além disso, o TRT julga, originariamente, dissídio coletivo se o conflito coletivo não extrapola a jurisdição de
um único TRT, pois se extrapolar, a competência originária se descola para SDC do TRT. A única exceção é o estado
de São Paulo (se o conflito de limitar aos dois TRT’s do estado), sendo competente para julgar o TRT mais antigo.
A relação de trabalho é gênero, enquanto relação de emprego é espécie. Assim sendo, a JT julga não só a
relação de emprego, mas todas as relações de trabalho.
(*) Cobrança de honorários advocatícios não é competência da justiça do trabalho e, por analogia, de
quaisquer tipos de honorários.
(*) A competência criminal será da justiça estadual ou federal conforme o caso.
(*) Crime de Condição Análoga a de Escravo e Crime de falso testemunho: A competência não será da
justiça do trabalho, mas da justiça federal.
(*) É competente a justiça do trabalho para julgar conflito de competência entre órgãos da justiça do
trabalho.
MATERIAL DAMÁSIO:
Exceções:
a) Servidor Público Estatutário
Obs.: “empregado público” = celetista; “funcionário público” = estatutário
b) Ação de cobrança de honorários por profissional liberal. Segundo a Súmula 363 – STJ é da Justiça
Estadual a competência.
Súmula 363, STF: “Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional
liberal contra cliente.”
Assim sendo, se um advogado ganha ação trabalhista e seus honorários não são pagos pela parte contrária,
deverá cobrá-los na Justiça Estadual.
Importante ressaltar que não se trata de honorários apenas de advogado, mas de todo e qualquer
profissional liberal.
Observação: A Justiça do Trabalho brasileira é competente para apreciar, inclusive, relações de trabalho
envolvendo entes de direito público externo (embaixadas e consulados).
P.ex. Maria é recepcionista do consulado norte americano no Brasil; deve ela mover ação na JT para receber
suas horas extras.
Inc. IV – A Justiça do Trabalho julga Mandado de Segurança, Habeas Corpus e Habeas Data em matéria
trabalhista.
Assim sendo, a JT julga remédios constitucionais trabalhistas.
P.ex.: Mandado de Segurança -> contra auditor fiscal do trabalho.
P.ex.: Habeas Corpus -> em favor do depositário infiel preso – única hipótese de Habeas Corpus na JT.
PROVA! A Justiça do Trabalho não tem competência criminal, isto é, não julga crimes, nem mesmo o crime
de redução à condição análoga a de escravo, que será de competência da Justiça Federal.
Exemplo: Testemunha mente na justiça do trabalho e é presa, será impetrado HC na JT? Não. O HC do
depositário infiel será julgado na JT pois se trata de prisão civil, já a prisão por falso testemunho é prisão criminal,
devendo ser julgada na JF, assim como a prisão pelo crime de desacato cometido na JT.
INC. V – A Justiça do Trabalho julga conflitos de competência entre órgãos trabalhistas. PROVA!
CONFLITOS:
1º) Entre varas do trabalho –
Quem julgará o conflito de competência? Depende se são da mesma região, ou de regiões diferentes. Se
forem da mesma região, será competente o TRT, se forem de regiões diferentes, competente será o TST.
Obs.: Conflito entre vara de Campinas e Vara de SP -> TST, pois são de regiões diferentes.
Súmula 420, TST: “Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do
Trabalho a ele vinculada.”
Inc. VI – PROVA!! A Justiça do Trabalho julga indenizações por danos morais ou patrimoniais decorrentes da
relação de trabalho.
- Empregado x INSS – Quando o empregado tem seu benefício negado pelo INSS. Não são de competência da
JT, mas da Justiça Estadual. O INSS é uma autarquia federal, e as ações contra autarquias federais são julgadas pela
JF, exceto quanto a acidentes e doença do trabalho.
- INSS x Empregador – Ação de Regresso do INSS contra o empregador. É de competência da Justiça Federal.
Inc. VII – A Justiça do Trabalho julga penalidades administrativas impostas ao empregador. Ou seja, a JT
julga as multas aplicadas pelo Ministério do Trabalho, inclusive as ações cobrança.
ATENÇÃO!
Ações de cobrança:
E a ação de cobrança da multa, é na JT? Fiscal do Trabalho aplicou uma multa de R$ 200.000,00 a empresa. A
empresa não pagou. Assim sendo, sua dívida foi inscrita na Dívida Ativa da União. Aonde será cobrada essa dívida?
Na Justiça do Trabalho, por ser a multa trabalhista.
Inc. VIII – PROVA!! A Justiça do Trabalho executa, de ofício, contribuições previdenciárias incidentes sobre
verbas deferidas em sentenças ou acordos.
Sentença Trabalhista -> Sobre todas as verbas deferidas em sentença incidem INSS (contribuição
previdenciária). Assim, o próprio juiz trabalhista calcula a verba e a contribuição, e executa na própria esfera
trabalhista essas contribuições.
Acordo Trabalhista -> P.ex. acordo de R$ 10.000,00 referentes a horas extras (verba trabalhista), sobre esse
valor incide contribuição previdenciária (INSS).
ATENÇÃO! PROVA!! Súmula Vinculante 53, STF – “A competência da Justiça do Trabalho prevista no art.
114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto
da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.”
No entanto, a Justiça do Trabalho não tem competência para cobrar contribuições não recolhidas pela
empresa durante o contrato de trabalho. Será competente a Justiça Federal cobrar tudo aquilo que a empresa não
recolheu durante o contrato de trabalho.
Sendo assim, as contribuições para o INSS como verba acessória será de competência na Justiça do
Trabalho, mas como verba principal, terá competência a Justiça Federal.
Ainda que o empregador seja ente público de direito externo, a justiça do trabalho do Brasil é competente
para processar e julgar a ação.
Servidor Público Estatutário: Não é competente a justiça do trabalho.
Servidor Público Celetista: É competente a justiça do trabalho.
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista: É competente a justiça do trabalho.
Competência Territorial: As partes não podem eleger foro no processo do trabalho; assim sendo, a
competência territorial decorre de lei.
CLT – Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade
onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado
noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da
localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será
competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos
dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja
convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de
trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da
prestação dos respectivos serviços.
Regra: Local da última prestação de serviço, ainda que a contratação tenha sido feita em local diverso.
Exceções:
§1º Empregado viajante: É competente a vara do local da filial a qual está subordinado, ou, na falta, o
domicílio.
O viajante comercial vende produtos da empresa em vários lugares diferentes, assim, não possui um lugar
certo de prestação de serviços, dessa maneira, é necessário indicar qual a filial está subordinado. Mas, caso não haja
filial no Brasil, ou se não puder identificá-la, será competente o foro de domicílio do viajante.
§2º A justiça brasileira é competente para apreciar ação movida por brasileiro que trabalha no exterior,
salvo acordo internacional em contrário.
ATENÇÃO! Qual o direito material aplicável nesse caso, o estrangeiro ou nacional? Será o mais benéfico ao
trabalhador. ART. 3º, Lei 7.064/82.
Se o trabalhador for brasileiro, contratado no Brasil, será competente a Justiça do Trabalho no Brasil. Mas,
de qual lugar? Segue a regra do §1º.
§3º Empresa itinerante – p.ex. circo; feiras, etc. É competente a vara do local da contratação ou da última
prestação de serviço; cabe ao empregado a escolha.
27.08.2018
Procedimento:
Ordinário – CLT – ART. 837 e ss.
Sumário – Lei 5.584/70
Sumaríssimo – ARTS. 852-A e ss.
Ações Trabalhistas
PROCEDIMENTOS
Rito Ordinário: Trata-se do “rito comum” aplicável aos dissídios individuais de competência da Justiça do
Trabalho. Admite-se a citação por edital.
Rito Sumaríssimo: Foi criado no ano de 2000, através dos artigos 852-A até 852-I, CLT. O cabimento do Rito
Sumaríssimo se dá em dissídios individuais, com valor da causa que não exceda 40 salários mínimos. Caso
exceda a esse mínimo, será aplicável o Rito Sumário.
Só mantém o Rito Sumaríssimo, mesmo que o valor da causa não exceda a 40 salários mínimos, se não for
parte do dissídio individual a Administração Pública. A Administração Pública segue o Rito Ordinário.
- Trata-se de Exceção ao Rito Ordinário.
- O autor deve formular pedidos certos ou determinados e indicar o valor para cada pedido formulado.
- Cabe ao autor indicar endereço completo da parte ré (Reclamada), isso devido ao fato de que não é cabível
a citação por edital. Assim sendo, é requisito da P.I a indicação do endereço completo da Reclamada.
- Quando não for possível a citação do Requerido por falta de endereço ou ausência de valor da causa haverá
o arquivamento do processo: Extinção do processo sem resolução de mérito.
- Na prática o juiz altera, de ofício, o valor da causa, remetendo o processo para o Rito Ordinário, que
permite a citação por edital.
OBS.: Citação por edital – Lugar incerto e não sabido (CPC).
Prazo: A ação deve ser apreciada no prazo de 15 (quinze) dias, contados do ajuizamento da ação. Cumpre
ressaltar que tal regra não se verifica na prática.
Falso Testemunho: A competência material para apurar falso testemunho é criminal da Justiça Federal da
jurisdição da região da Justiça do Trabalho em que ocorreu o crime.
Audiência: Será uma. Exceto motivo justificado pelo juiz ou necessidade de prova técnica (insalubridade ou
periculosidade). Se houver o adiamento da audiência, a ação deverá ser resolvida no prazo de 30 dias, isto é, deve
haver nova audiência nesse prazo + sentença nesse mesmo prazo.
AÇÕES TRABALHISTAS
Dissídios Coletivos: De acordo com a matéria e as partes envolvidas é que se distinguirá se o processo é
trabalhista ou do processo comum.
- Trabalhista: P.ex.: Dissídio Coletivo Trabalhista – ação própria para tratar de direitos coletivos trabalhistas.
- Processo Comum.
Dissídios Individuais: Só existem 03 ações individuais trabalhistas, entretanto, todas as ações individuais
que tem competência material trabalhista são ajuizadas na Justiça do Trabalho.
- Processo Civil.
1. Reclamação Trabalhista: O art. 840, CLT traz os requisitos para uma P.I de qualquer ação trabalhista e não
apenas para a Reclamação Trabalhista.
a) Hipótese de cabimento: É a ação para pleitear (todos) direitos decorrentes do contrato individual de
trabalho. Os pedidos podem ser de ordem civil desde que tenham origem numa relação de trabalho, assumindo
natureza de direito trabalhista, como p.ex.: indenização por dano moral
Autor = Reclamante; tanto empregado, quanto empregador (em tese). O mais comum é que o reclamante
seja o empregado ou ex empregado.
Réu = Reclamado
c) Escrito ou Verbal.
a) Hipótese de cabimento: Tem cabimento apenas para apurar falta grave cometida por empregado estável.
Assim sendo, só há exigência da ação quando a falta grave for cometida por empregado estável dos
seguintes tipos:
1º Estabilidade decenal;
2º Estabilidade de dirigente sindical;
3º Estabilidade para diretor de cooperativa de empregados;
4º Estabilidade do conselho nacional de previdência social.
b) Finalidade: Será apurado todos os aspectos da falta grave, como a autoria, gravidade, imediatismo,
causalidade, singularidade e, ainda, se a falta grave realmente ocorreu para que possa ser realizada a dispensa com
justa causa. Assim sendo, o pedido do I.J.A.F.G é a dispensa com justa causa.
Assim sendo, para que um empregado estável, dos quatro tipos mencionados, seja dispensado com justa
causa, não basta a ocorrência da justa causa, sendo necessária a devida apuração nos termos legais, o que quer
dizer que deve ser ajuizado o I.J.A.F.G, com sentença procedente transitada em julgado.
Cumpre ressaltar que o I.J.A.F.G deve ser feita anteriormente à dispensa com justa causa.
Quando o I.J.A.F.G é ajuizado após a dispensa, de nada valerá. A dispensa realizada sem o devido
procedimento é nula e o empregado deverá ser reintegrado e os salários e direitos trabalhistas devem ser pagos da
data da dispensa até a data da reintegração.
Autor = Requerente: Empregador (sempre);
Réu = Requerido: Empregado.
d) Suspensão: O empregador pode, se quiser, suspender o empregado enquanto apura falta grave cometida.
A suspensão terá a mesma duração da apuração da falta grave, assim sendo, não se confunde com a suspensão
disciplinar. Essa suspensão poderá durar dias, meses ou anos.
Se a sentença julgar improcedente o Inquérito, o empregador deverá remunerar salários e direitos de todo o
período de suspensão e reintegrar o empregado. Por esse motivo muitas vezes o empregador não suspende o
empregado, mas permite que continua trabalhando, para não ter que pagar todas as verbas de uma só vez na
hipótese de improcedência.
* Importante ressaltar que as verbas trabalhistas serão pagas durante todo o período de suspensão que
abranger a estabilidade o empregado. Cessado o período de estabilidade, cessa também o direito às verbas.
Por outro lado, se a ação for julgada procedente, o empregador apenas receberá as verbas rescisórias da
dispensa com justa causa que forem devidas até a data do cometimento da falta grave; assim sendo, a sentença de
procedência é retroativa.
(*) Se o empregador optar por não suspender o empregado, o prazo é imediato, isto é, abrange apenas o
tempo necessário (razoável) para a confecção da petição inicial, juntada de documentos etc.
CLT - Art. 853 - Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido
com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30
(trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado.
CLT - Art. 494 - O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua
despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se verifique a procedência da acusação.
Parágrafo único - A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão final do processo.
3. Ação de Cumprimento:
Art. 872 - Celebrado o acordo, ou transitada em julgado a decisão, seguir-se-á o seu cumprimento, sob as
penas estabelecidas neste Título.
Parágrafo único - Quando os empregadores deixarem de satisfazer o pagamento de salários, na
conformidade da decisão proferida, poderão os empregados ou seus sindicatos, independentes de outorga de
poderes de seus associados, juntando certidão de tal decisão, apresentar reclamação à Junta ou Juízo competente,
observado o processo previsto no Capítulo II deste Título, sendo vedado, porém, questionar sobre a matéria de
fato e de direito já apreciada na decisão.
a) Hipótese de cabimento: Cabe para fazer cumprir matéria salarial estabelecida em acordo ou sentença no
dissídio coletivo.
Acordo no dissídio coletivo, ou
Sentença do dissídio coletivo, denominada: sentença normativa.
Assim sendo, trata-se de ação cabível para se fazer cumprir o acordo ou a sentença normativa, o que quer
dizer que a sentença normativa não tem executividade no que se refere a matéria salarial.
e) Não é necessário o trânsito em julgado da sentença normativa para que seja interposta Ação de
Cumprimento, basta que seja proferida.
Súmula 246 – TST: “É dispensável o trânsito em julgado da sentença normativa para a propositura da ação
de cumprimento.”
f) A Ação de Cumprimento também tem cabimento para fazer cumprir Acordo Coletivo ou Convenção
Coletiva em matéria salarial.
Súmula 286 – TST: “A legitimidade do sindicato para propor ação de cumprimento estende-se também à
observância de acordo ou de convenção coletivos.”
10.09.2018
(Material Carol)
Requisitos da PI:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ... Vara do Trabalho da Cidade de ...
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal do Trabalho da ... Vara do Trabalho da Comarca de ...
Se o caso concreto não forneceu elementos para você identificar a competência territorial, coloca só ...
2. Qualificação das partes (preâmbulo: qualificação do reclamante; identificação da ação – art. 840 c. c. art.
769 c. c. art. 319, CPC; rito processual; qualificação do reclamado);
Primeiro qualifica quem está apresentando a peça processual, ou seja, o autor (reclamante).
A qualificação completa do trabalhador tem que conter: nome, nacionalidade, estado civil, endereço,
profissão, documentos pessoais (RG, CPF, CTPS e NÚMERO DO PIS), nome da mãe e data de nascimento.
A qualificação do empregador:
Se for pessoa física: nome, nacionalidade, endereço, estado civil, profissão, documentos pessoais.
Terminou a qualificação do autor, deve se falar qual o propósito da ação, ou seja, ajuizar a presente AÇÃO
TRABALHISTA, nos termos do art. 840 da CLT, que deverá seguir pelo rito ordinário, sumaríssimo, e após faz-se a
qualificação do reclamado.
Na relação de trabalho, para empregado, além de RG e CPF, também terá que indicar o número da CTPS e do
PIS. Na Justiça do Trabalho, não é necessário o endereço eletrônico.
Se o reclamante ou reclamado for pessoa jurídica, basta colocar nome, endereço e CNPJ.
Em síntese:
a) reclamante
b) identificação da ação – art.
c) rito
d) reclamada
Embora não seja um requisito com previsão legal na CLT, ele deve estar presente em uma petição inicial
trabalhista.
Independente do rito processual, o pedido deve ser certo e determinado e com a identificação do valor.
A identificação do valor não significa memorial descritivo de cálculo, ou seja, não precisa falar como chegou
naquele valor, basta chegar no valor.
Pedir revelia e confissão ficta não é requisito legal, mas não há problema em se dizer isso. O mesmo vale
para produção de provas, que mesmo não requeridas serão feitas em audiência.
Súmula 211 TST – “Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o
pedido inicial ou a condenação.”
Assim, mesmo que não tenha sido pedido correção monetária e incidência de juros, isto está implícito.
A própria parte tem direito postulatório, ela pode sozinha atuar em juízo.
Súmula 425 TST: As próprias partes podem se fazer representar em juízo sem um advogado. O TST modulou
os limites para isso – S. 425, TST. Não pode ser usado em ação rescisória, ação cautelar, MS e os Recursos de
competência do TST.
Súmula 425 TST: “O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de
segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.”
A parte que escolhe se ela quer advogado ou não, mas, se tiver advogado, terá cabimento os honorários
advocatícios judiciais.
Valor: Mínimo 5% e máximo 15%. O Juiz tem parâmetros para arbitrar (ART. 791-A, CLT).
A base de cálculo dos honorários será o valor da causa ou o benefício financeiro alcançado.
Provas: No art. 840 não tem previsão, então não precisa pedir designação de audiência e nem a produção de
provas, isto porque, pelos princípios do processo do trabalho a audiência tem que ser designada, independente, de o
autor ter pedido ou não.
6. Valor da causa
Não está expressamente previsto no art. 840, mas é requisito essencial, senão não se estabelece o rito
processual.
O valor da causa será conforme o CPC.