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PROCESSO DO TRABALHO

06.08.2018

LIDE: Conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.

Há três formas de solução de conflito trabalhista:


a) Autocomposição = negociação coletiva (CCT e ACT);
b) Greve – manifestação de autodefesa;
c) Heterocomposição – caracterizada pela intervenção de um 3º para resolver um conflito. Mediação;
conciliação (judicial ou extrajudicial); arbitragem (para conflitos coletivos);
Obs.: Com a reforma trabalhista é possível a arbitragem para resolver conflito individual se o trabalhador
tiver curso superior + salário superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.
d) Jurisdição – Poder Judiciário. Necessário provocação através do ajuizamento de uma ação trabalhista,
que se desenvolverá de acordo com o processo trabalhista.

Fontes
Predominantemente fonte formal – as normas são criadas pelo Estado, são normas estatais.

O processo do trabalho tem as suas normas/regras originadas do Estado, assim sendo, são normas estatais.
A competência para legislar sobre processo do trabalho e direito do trabalho é da União.
 Fontes Próprias: Fontes trabalhistas – p.ex.: CLT, leis processuais como a Lei 5.584/90, CF (quando trata da
organização judiciária trabalhista).
 Fontes Subsidiárias: ART. 769, CLT – Quando houver omissão, não havendo contradição, o processo comum
pode ser utilizado como fonte subsidiária do processo do trabalho. Assim sendo, são requisitos: a) Que haja
omissão no processo do trabalho; b) Compatibilidade entre o processo comum e os princípios do processo
do trabalho.

CLT - Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do
trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.

Exemplo: Art. 840, CLT + Art. 769, CLT + Art. 291 e ss. CPC (valor da causa)

PRINCÍPIOS

Existem os princípios gerais como o princípio da boa-fé, do contraditório, da ampla defesa.


Mas existem princípios que embora aplicáveis no processo comum, eles tem muito mais intensidade no
processo do trabalho, como o princípio da oralidade.

1. Princípio da Oralidade: Todos os atos processuais de 1ª instância podem ser feitos de forma oral e, em
alguns casos, devem ser feitas de forma oral, como p.ex. as alegações finais.
2. Princípio da Concentração dos atos em audiência: Se possível realização de uma única audiência. Com o
processo eletrônico a defesa tem que ser apresentada até a abertura da audiência. Ou seja, concentra os
atos na audiência.
3. Princípio da Celeridade Processual: Tramitação mais célere.
4. Princípio da Informalidade: Presunção de que empregado e empregador não tem conhecimento técnico
jurídico.

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

1. Poder Judiciário: É dividido em Justiça Federal e Justiça Estadual (justiça comum) e suas subdivisões.
A Justiça Federal divide-se em Justiça Federal Ordinária e Especializada. A Justiça Federal Especializada
abrange a Justiça do Eleitoral, Militar e do Trabalho.
Assim sendo, um juiz do trabalho é juiz federal do trabalho ou também designado simplesmente como “juiz
do trabalho”.
2. Vara do Trabalho (VT): 1ª instância. A vara do trabalho é composta pelo juiz do trabalho e pela
secretaria.
3. Tribunais Regionais do Trabalho (TRT’s): 2ª instância.
4. Tribunal Superior do Trabalho (TST): 3ª instância.

CLT - Art. 644 - São órgãos da Justiça do Trabalho:


a) o Tribunal Superior do Trabalho;
b) os Tribunais Regionais do Trabalho;
c) as Juntas de Conciliação e Julgamento ou os Juízos de Direito - “JCJ”.
EC 24/1999 – Até 1999 a composição da primeira instancia era um juiz togado e mais dois juízes chamados
de juízes classistas, um juiz classista representava a classe dos empregados e o outro, dos empregadores. Esses três
juízes, em conjunto, proferiam uma sentença. Se houvesse empate entre os juízes classistas, o desempate cabia ao
juiz togado. Assim sendo, havia uma junta de conciliação e julgamento dos conflitos trabalhista. Entretanto, a EC
24/99 extingue a figura dos juízes classistas, extinguindo também as “juntas”, haja vista que o juiz togado atua de
forma singular, passando a haver, então vara do trabalho.
Se não tem mais junta de conciliação e julgamento, não há mais “presidente” da junta.
Obs.: Atenção para essa questão na prova!!

VARA DO TRABALHO

Só pode ser criada mediante previsão legal. Lei que autorize a criação de vara do trabalho.
A jurisdição da vara do trabalho e sua extensão é determinada pelo TRT correspondente a essa VT.
Há cidades que não tem VT, mas tem jurisdição trabalhista. P.ex.: Cássia/MG não tem VT, mas a jurisdição de
Passos/MG alcança Cássia/MG.
Ex: cidade de Morro Agudo não tem Vara do Trabalho, mas, tem a jurisdição trabalhista de Orlândia. Nem
sempre uma cidade que não tenha vara do trabalho significa que não vai ter jurisdição trabalhista.
A jurisdição trabalhista pode ser estendida por um raio de 100km se tiver acesso entre uma cidade e outra.
No estado de São Paulo não há nenhuma cidade que não tenha vara trabalhista.
Para as localidades que não têm jurisdição trabalhista, quem atua investido de jurisdição trabalhista é o juiz
de direito. Assim sendo, um juiz de direito só resolve conflito trabalhista quando investido de jurisdição trabalhista e,
só estará investido de jurisdição trabalhista se naquele lugar não há jurisdição trabalhista própria. É o que ocorre em
localidades menos povoadas.

13.08.2018

TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO

A EC nº 45 de 2004 alterou o texto do art. 115 da CF:

CF - Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de
trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e
demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários.
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Os TRT’s são constituídos de, no mínimo, 07 juízes nomeados pelo Presidente da República, com idade
acima de 30 anos e até 65 anos e, ainda, o TRT é constituído por região.
Deve ser respeitado o 5º constitucional.
A previsão legal anterior estabelecia que cada estado teria o seu TRT, entretanto, verificou-se não ser
necessário, tendo a EC nº 45/04 alterado o dispositivo.
Características:
1ª Art. 115, §2º, CF. O TRT pode atuar de forma descentralizada por meio de Câmaras Regionais. Assim
sendo, pode num estado que não tenha o seu próprio TRT, por exemplo, Tocantins, Acre, Roraima, Amapá, o TRT
que compõe essa região pode criar uma Câmara Regional nesses estados e atuar de forma descentralizada, com
todos os atos de jurisdição do TRT.
2ª Art. 115, §1º, CF – O TRT pode atuar por meio de Justiça Itinerante; assim sendo, permite-se a instalação
de um posto avançado temporário de determinada vara da justiça do trabalho, onde poderão ser realizadas
audiências.

Damásio:
Organização dos Tribunais Regionais do Trabalho:
Os TRTs são organizados por região – 24 TRT
Via de regra, cada estado possui um TRT, mas o estado de São Paulo possui dois; um localizado na cidade de
São Paulo e outro em Campinas.

-> Existem 4 (quatro) estados que não possuem TRT:


Tocantins
Acre
Roraima
Amapá

“TARA”

CLT - Art. 674 - Para efeito da jurisdição dos Tribunais Regionais, o território nacional é dividido nas oito
regiões seguintes:
1ª Região - Estados da Guanabara, Rio de Janeiro e Espírito Santo;
2ª Região - Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso; sede: cidade de SP
3ª Região - Estados de Minas Gerais e Goiás e Distrito Federal;
4ª Região - Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina;
5ª Região - Estados da Bahia e Sergipe;
6ª Região - Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte;
7ª Região - Estados do Ceará, Piauí e Maranhão;
8ª Região - Estados do Amazonas, Pará, Acre e Territórios Federais do Amapá, Rondônia e Roraima.
Parágrafo único. Os tribunais têm sede nas cidades: Rio de Janeiro (1ª Região), São Paulo (2ª Região), Belo
Horizonte (3ª Região), Porto Alegre (4ª Região), Salvador (5ª Região), Recife (6ª Região), Fortaleza (7ª Região) e
Belém (8ª Região).

TRT – 15ª região – sede na cidade de Campinas.

Localização  (Cidade -
Região Jurisdição
Estado)


Rio de Janeiro  - RJ Rio de Janeiro
Região

Cidade de São Paulo, Grande São Paulo  (acrescida do município de  Ibiúna)  e

São Paulo  - SP parte da  Baixada Santista (Cubatão, Guarujá, Santos, Praia Grande e São
Região
Vicente) -   (excluem-se os municípios de  Mongaguá,  Itanhaém  e  Peruíbe)  [3]


Belo Horizonte  - MG Minas Gerais  (Turma Recursal em Juiz de Fora)
Região


Porto Alegre  - RS Rio Grande do Sul
Região

Salvador  - BA Bahia
Região


Recife  - PE Pernambuco
Região


Fortaleza  - CE Ceará
Região


Belém  - PA Pará  e  Amapá
Região


Curitiba  - PR Paraná
Região

10ª
Brasília  - DF Distrito Federal  e  Tocantins
Região

11ª
Manaus  - AM Amazonas  e  Roraima
Região

12ª
Florianópolis  - SC Santa Catarina
Região

13ª
João Pessoa  - PB Paraíba
Região

14ª
Porto Velho  - RO Acre  e  Rondônia
Região

15ª
Campinas  - SP Municípios do  estado de São Paulo  não englobados pela 2ª Região  [4]
Região

16ª
São Luís  - MA Maranhão
Região

17ª
Vitória  - ES Espírito Santo
Região

18ª
Goiânia  - GO Goiás
Região

19ª
Maceió  - AL Alagoas
Região

20ª
Aracaju  - SE Sergipe
Região

21ª
Natal  - RN Rio Grande do Norte
Região

22ª
Teresina  - PI Piauí
Região

23ª Cuiabá  - MT Mato Grosso


Região

24ª
Campo Grande  - MS Mato Grosso do Sul
Região

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

Está previsto na Constituição Federal, CLT, mas, sobretudo, regula-se através da Lei nº 7.701/88.

Art. 111 – A, CF - O TST é composto por 27 ministros, com idade acima de 35 anos e menos de 65 anos,
nomeados pelo Presidente da República após a aprovação por maioria absoluta do Senado Federal.
Sua sede situa-se em Brasília e também deve ser respeitado o 5º constitucional adaptando-se a área
trabalhista.

Composição Interna – TST:


O TST é composto na sua base por 08 turmas, acima das turmas há, em condição de igualdade seção de
dissídio coletivo e seção de dissídio individual.
A seção de dissídio individual dividiu-se em duas: seção de dissídio individual 1 e seção de dissídio individual
2, também denominadas: SDI 1 e SDI 2 ou subseção de dissídio individual 1 e 2.
Hierarquicamente superior à seção de dissídio individual e coletivo está o Pelo no TST.

Competência Funcional: Determinada por lei.

1 – Turmas: De modo geral, a competência funcional das turmas do TST é julgar Recurso de Revista e os
recursos a ele vinculados.
P.ex.: Do acórdão proferido num recurso de revista, se for oposto embargos de declaração ou agravo de
instrumento, será turma do TST que julgará.

2 – Seção de Dissídio Coletivo – SDC: Já a Seção de Dissídio Coletivo tem competência para julgar
originalmente dissídio coletivo e, também, dissídio coletivo em grau de recurso.
Conforme o dissídio coletivo, a competência funcional originária é do TRT, assim sendo, em havendo recurso
da decisão proferida pelo TRT, o recurso será julgado pela Seção de Dissídio Coletivo do TST.
Entretanto, se nesse dissídio coletivo estão envolvidas partes que extrapolam a jurisdição de um só TRT, a
competência originária passa a ser do TST na SDC (Seção de Dissídio Coletivo).
Obs.: Necessariamente os trabalhadores serão representados por entidade sindical para que haja dissídios
coletivos.

Há sindicato que representa a categoria em um município, mas há sindicatos que representam a categoria de
vários municípios e até de vários estados. Ex.: sindicato dos sapateiros de Franca -> quem vai julgar o dissídio
coletivo é o TRT-15. Entretanto, se tiver um sindicato que faça a região de Franca, Ibiraci e Cássia haverá a
extrapolação do TRT-15 e TRT-3, portanto, a competência funcional originária é do TST na SDC.

Exceção: Se o conflito coletivo está limitado ao estado de São Paulo - TRT-2 e TRT-15. Se o conflito coletivo
envolver apenas o estado de SP, isto é, jurisdição do TRT-2 e do TRT-15; a competência originária é do TRT-2, tendo
em vista que é mais antigo que o TRT-15.

3 – Seção de Dissídio Individual 2– SDI 2 – Julga matéria de ação rescisória, mandado de segurança, habeas
corpus e habeas data. A SDI-2 pode julgar em grau recursal ou originariamente dependendo do caso, mas a matérias
sempre serão as mencionadas.
Observação: Quando a SDI-2 atua ou é em grau recursal de uma decisão proferida pelo TRT ou ela atua em
competência originária. De um jeito ou outra, a matéria não passa pelas Turmas.

4 – Seção de Dissídio Individual 1 – SDI 1 – Competência residual. Todos os demais dissídios individuais em
grau recursal é da competência da SDI -1.
 Habeas Corpus – trabalhista: Proteger o direito de liberdade de locomoção lesado ou ameaçado por ato
abusivo de autoridade. A justiça do trabalho não tem competência para julgar matéria criminal, assim sendo,
o habeas corpus deve restringir-se a matéria trabalhista. É muito difícil vislumbrar casos de habeas corpus
em matéria trabalhista, sendo difícil até encontrar exemplos.

5 – Pleno do TST: Sua competência funcional básica é declarar a inconstitucionalidade ou não de lei, se
manifestar sobre os índices de atualização monetária dos créditos trabalhistas e editar, cancelar ou modificar
súmula.

CLT - Art. 702 - Ao Tribunal Pleno compete:


I - em única instância:
a) decidir sobre matéria constitucional, quando arguido, para invalidar lei ou ato do poder público;
(...)
f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos
dois terços de seus membros, caso a mesma matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimidade
em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda,
por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha
eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial;
(...)
§ 3º As sessões de julgamento sobre estabelecimento ou alteração de súmulas e outros enunciados de
jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com, no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão
possibilitar a sustentação oral pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e por confederações sindicais ou entidades de classe de
âmbito nacional.
§ 4º O estabelecimento ou a alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência pelos Tribunais
Regionais do Trabalho deverão observar o disposto na alínea f do inciso I e no § 3º deste artigo, com rol
equivalente de legitimados para sustentação oral, observada a abrangência de sua circunscrição judiciária.

A nova legislação quer dizer que: Não pode mais, como fazia antes, o Pleno se decidir, na composição de
seus 27 ministros, criar uma súmula sobre determinado tema; assim sendo, a súmula representava um consenso
entre eles e, muitas, vezes não representava o que havia sendo decidido pelas Turmas ou pela SDC ou SDI. Assim
sendo, o que o Pleno estava fazendo era estabelecer uma jurisprudência uniforme sobre um tema que muitas vezes
não tinha nem ao menos alcançado o TST para justificar isso; “estava legislando”.
A reforma trabalhista interviu impossibilitando tal atitude através do entendimento de que uma súmula
deve representar realmente o que já é pacífico nos julgamentos das ações que chegam até o STS, ou seja,
uniformização de uma jurisprudência que já existe.

20.08.2018

COMPETÊNCIA:
 Material – ART. 114, CF
 Em razão da pessoa – ART. 114, I, CF
 Lugar – ART. 651, CLT
 Funcional – TST – Lei nº 7.701/88
TRT – ART. 678 e ss., CLT.
Vara do Trabalho – ART. 652 e ss.

 Competência Funcional:

- TRT: Competência recursal para julgar recurso ordinário e recursos relacionados a ele e competência
originária para mandado de segurança, ação rescisória, habeas corpus e habeas data.
Mandado de Segurança: O mandado de segurança pode ser de competência originária do TRT ou TST
dependendo de quem é a autoridade coatora. Ainda, podem as Varas do Trabalho terem competência para julgar
mandado de segurança a depender da autoridade coatora.
Ação Rescisória: Serve para rescindir uma sentença proferida.
Além disso, o TRT julga, originariamente, dissídio coletivo se o conflito coletivo não extrapola a jurisdição de
um único TRT, pois se extrapolar, a competência originária se descola para SDC do TRT. A única exceção é o estado
de São Paulo (se o conflito de limitar aos dois TRT’s do estado), sendo competente para julgar o TRT mais antigo.

- VARA DO TRABALHO: Competência original para julgar dissídios individuais.

 Competência em Razão da Matéria: O que fixa a competência material é a natureza da matéria


envolvida no conflito. JUSTIÇA DO TRABALHO OU JUSTIÇA COMUM??
Quando houver relação de trabalho, a vara competente é a do trabalho se o serviço for prestado por pessoa
física (natural).

A relação de trabalho é gênero, enquanto relação de emprego é espécie. Assim sendo, a JT julga não só a
relação de emprego, mas todas as relações de trabalho.

Autônomo (não possui subordinação);


Voluntário (não tem onerosidade); A JT é competente para julgar as ações movidas por todas
Eventual (não tem habitualidade); essas pessoas.
Estagiário
Avulso

Obs.: A CLT não se aplica ao estagiário, mas a JT é competente.


Assim sendo, se uma estagiária sofrer danos morais em seu estágio deve mover ação na JT.

Exceções: Relações de consumo; relação mercantil; competência criminal.

(*) Cobrança de honorários advocatícios não é competência da justiça do trabalho e, por analogia, de
quaisquer tipos de honorários.
(*) A competência criminal será da justiça estadual ou federal conforme o caso.
(*) Crime de Condição Análoga a de Escravo e Crime de falso testemunho: A competência não será da
justiça do trabalho, mas da justiça federal.
(*) É competente a justiça do trabalho para julgar conflito de competência entre órgãos da justiça do
trabalho.

MATERIAL DAMÁSIO:
Exceções:
a) Servidor Público Estatutário
Obs.: “empregado público” = celetista; “funcionário público” = estatutário

b) Ação de cobrança de honorários por profissional liberal. Segundo a Súmula 363 – STJ é da Justiça
Estadual a competência.
Súmula 363, STF: “Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional
liberal contra cliente.”
Assim sendo, se um advogado ganha ação trabalhista e seus honorários não são pagos pela parte contrária,
deverá cobrá-los na Justiça Estadual.
Importante ressaltar que não se trata de honorários apenas de advogado, mas de todo e qualquer
profissional liberal.

Observação: A Justiça do Trabalho brasileira é competente para apreciar, inclusive, relações de trabalho
envolvendo entes de direito público externo (embaixadas e consulados).
P.ex. Maria é recepcionista do consulado norte americano no Brasil; deve ela mover ação na JT para receber
suas horas extras.

Inc. II – A Justiça do Trabalho julga ações envolvendo direito de greve.


Tudo que disser respeito a GREVE é de competência da JT.
P.ex.: Os grevistas colocaram fogo na empresa e o empregador deseja indenização -> é de competência da
JT; dissídio coletivo.

ATENÇÃO! As ações possessórias de greve são de competência da JT – Súmula 23.


PROVA! INTERDITO PROIBITÓRIO –> única ação possessória de greve existente. Essa ação serve para barrar
ou cessar o piquete não pacífico (bloqueio da entrada da empresa) - ART. 6º, §3º, Lei 7.783/89.

Inc. III – A Justiça do Trabalho julga ações envolvendo sindicato.


Sindicato x Sindicato
Sindicato x Empregador
Sindicato x Empregado

Inc. IV – A Justiça do Trabalho julga Mandado de Segurança, Habeas Corpus e Habeas Data em matéria
trabalhista.
Assim sendo, a JT julga remédios constitucionais trabalhistas.
P.ex.: Mandado de Segurança -> contra auditor fiscal do trabalho.
P.ex.: Habeas Corpus -> em favor do depositário infiel preso – única hipótese de Habeas Corpus na JT.

Obs.: Não existe Habeas Data trabalhista.

PROVA! A Justiça do Trabalho não tem competência criminal, isto é, não julga crimes, nem mesmo o crime
de redução à condição análoga a de escravo, que será de competência da Justiça Federal.
Exemplo: Testemunha mente na justiça do trabalho e é presa, será impetrado HC na JT? Não. O HC do
depositário infiel será julgado na JT pois se trata de prisão civil, já a prisão por falso testemunho é prisão criminal,
devendo ser julgada na JF, assim como a prisão pelo crime de desacato cometido na JT.

INC. V – A Justiça do Trabalho julga conflitos de competência entre órgãos trabalhistas. PROVA!
CONFLITOS:
1º) Entre varas do trabalho –
Quem julgará o conflito de competência? Depende se são da mesma região, ou de regiões diferentes. Se
forem da mesma região, será competente o TRT, se forem de regiões diferentes, competente será o TST.
Obs.: Conflito entre vara de Campinas e Vara de SP -> TST, pois são de regiões diferentes.

2º) Entre Tribunais Regionais do Trabalho –


Quem julgará o conflito de competência será o TST.
TRT x TRT = TST

3º) Entre Vara do Trabalho e Tribunal Regional do Trabalho –


Quem julgará o conflito de competência? Depende se a vara do trabalho é subordinada ao TRT ou não.
Se a vara do trabalho é subordinada ao TRT em conflito, NÃO HÁ CONFLITO – Súmula 420, TST. Não há
conflito pois há hierarquia, a decisão do Tribunal sobre a competência prevalecerá.
Se a vara do trabalho não for subordinada ao TRT em conflito, será competente o TST.

Súmula 420, TST: “Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do
Trabalho a ele vinculada.”

4º) Entre órgão trabalhista e órgão não trabalhista –


Será competente o STJ (art. 105, I, d, CF).
P.ex.: TRT x TRF – STJ

5º) Entre tribunais superiores –


Será competente o STF (art. 102, I, o, CF).

Inc. VI – PROVA!! A Justiça do Trabalho julga indenizações por danos morais ou patrimoniais decorrentes da
relação de trabalho.

Indenizações danos: morais e patrimoniais -> relação de trabalho = Justiça do Trabalho.


ATENÇÃO!
ACIDENTE/DOENÇA DO TRABALHO:

- Empregado x INSS – Quando o empregado tem seu benefício negado pelo INSS. Não são de competência da
JT, mas da Justiça Estadual. O INSS é uma autarquia federal, e as ações contra autarquias federais são julgadas pela
JF, exceto quanto a acidentes e doença do trabalho.

- Empregado x Empregador - É de competência da Justiça do Trabalho – Súmula Vinculante nº 22, STF.


Súmula Vinculante 22, STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra
empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.”
Obs.: Inclusive a ação movida pelos herdeiros do trabalhador falecido – Súmula 393, TST.

- INSS x Empregador – Ação de Regresso do INSS contra o empregador. É de competência da Justiça Federal.

Inc. VII – A Justiça do Trabalho julga penalidades administrativas impostas ao empregador. Ou seja, a JT
julga as multas aplicadas pelo Ministério do Trabalho, inclusive as ações cobrança.

ATENÇÃO!
Ações de cobrança:
E a ação de cobrança da multa, é na JT? Fiscal do Trabalho aplicou uma multa de R$ 200.000,00 a empresa. A
empresa não pagou. Assim sendo, sua dívida foi inscrita na Dívida Ativa da União. Aonde será cobrada essa dívida?
Na Justiça do Trabalho, por ser a multa trabalhista.

Inc. VIII – PROVA!! A Justiça do Trabalho executa, de ofício, contribuições previdenciárias incidentes sobre
verbas deferidas em sentenças ou acordos.

Sentença Trabalhista -> Sobre todas as verbas deferidas em sentença incidem INSS (contribuição
previdenciária). Assim, o próprio juiz trabalhista calcula a verba e a contribuição, e executa na própria esfera
trabalhista essas contribuições.

Acordo Trabalhista -> P.ex. acordo de R$ 10.000,00 referentes a horas extras (verba trabalhista), sobre esse
valor incide contribuição previdenciária (INSS).

ATENÇÃO! PROVA!! Súmula Vinculante 53, STF – “A competência da Justiça do Trabalho prevista no art.
114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto
da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.”
No entanto, a Justiça do Trabalho não tem competência para cobrar contribuições não recolhidas pela
empresa durante o contrato de trabalho. Será competente a Justiça Federal cobrar tudo aquilo que a empresa não
recolheu durante o contrato de trabalho.
Sendo assim, as contribuições para o INSS como verba acessória será de competência na Justiça do
Trabalho, mas como verba principal, terá competência a Justiça Federal.

 Competência em Razão da Pessoa:


Art. 114 (...) I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e
da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Ainda que o empregador seja ente público de direito externo, a justiça do trabalho do Brasil é competente
para processar e julgar a ação.
Servidor Público Estatutário: Não é competente a justiça do trabalho.
Servidor Público Celetista: É competente a justiça do trabalho.
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista: É competente a justiça do trabalho.

 Competência Territorial: As partes não podem eleger foro no processo do trabalho; assim sendo, a
competência territorial decorre de lei.
CLT – Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade
onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado
noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da
localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será
competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos
dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja
convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de
trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da
prestação dos respectivos serviços.

 Regra: Local da última prestação de serviço, ainda que a contratação tenha sido feita em local diverso.

 Exceções:
§1º Empregado viajante: É competente a vara do local da filial a qual está subordinado, ou, na falta, o
domicílio.
O viajante comercial vende produtos da empresa em vários lugares diferentes, assim, não possui um lugar
certo de prestação de serviços, dessa maneira, é necessário indicar qual a filial está subordinado. Mas, caso não haja
filial no Brasil, ou se não puder identificá-la, será competente o foro de domicílio do viajante.

§2º A justiça brasileira é competente para apreciar ação movida por brasileiro que trabalha no exterior,
salvo acordo internacional em contrário.
ATENÇÃO! Qual o direito material aplicável nesse caso, o estrangeiro ou nacional? Será o mais benéfico ao
trabalhador. ART. 3º, Lei 7.064/82.
Se o trabalhador for brasileiro, contratado no Brasil, será competente a Justiça do Trabalho no Brasil. Mas,
de qual lugar? Segue a regra do §1º.

§3º Empresa itinerante – p.ex. circo; feiras, etc. É competente a vara do local da contratação ou da última
prestação de serviço; cabe ao empregado a escolha.

ATENÇÃO!! A competência territorial é relativa, assim sendo, admite-se sua prorrogação.

27.08.2018

Procedimento:
 Ordinário – CLT – ART. 837 e ss.
 Sumário – Lei 5.584/70
 Sumaríssimo – ARTS. 852-A e ss.

Ações Trabalhistas

PROCEDIMENTOS

 Rito Ordinário: Trata-se do “rito comum” aplicável aos dissídios individuais de competência da Justiça do
Trabalho. Admite-se a citação por edital.

Testemunhas: Cada parte poderá ouvir, no máximo, 03 testemunhas. As testemunhas comparecem à


audiência independentemente de intimação. Não faz-se necessário comprovar o convite, basta informar a ausência
da testemunha, podendo o juiz de ofício, ou a requerimento da parte interessada, determinar a intimação da
testemunha. Intimada, a testemunha deverá comparecer a audiência e, se injustificadamente não comparecer,
estará sujeita à condução coercitiva e multa.
 Rito Sumário: Não está previsto na CLT, mas na Lei 5.584/70. É denominado “rito de alçada”. Em processo de
trabalho, o que estabelece o procedimento é o valor da causa. Valor de alçada corresponde o valor da causa
que não ultrapasse dois salários mínimos. O valor da causa é considerado na época da distribuição da ação.
Nesse caso, essa ação tramita em única e última instância em vara do trabalho, isso porque da sentença
proferida pela vara do trabalho não cabe nenhum recurso. Exceto em matéria constitucional.
Assim sendo, a sentença proferida não admite nenhuma recurso, exceto se tratar de matéria constitucional.
- A irrecorribilidade da sentença proferida pela vara do trabalho é a principal e única característica exclusiva
do Rito Sumário.

Testemunhas: Cada parte poderá ouvir, no máximo, 02 testemunhas. As testemunhas comparecem à


audiência independentemente de intimação.
No que for compatível, será usado no Rito Sumário as regras do Sumaríssimo. No Rito Sumaríssimo a
sentença proferida admite recurso, enquanto no Sumário, não. Esta é a única incompatibilidade entre os
procedimentos.

 Rito Sumaríssimo: Foi criado no ano de 2000, através dos artigos 852-A até 852-I, CLT. O cabimento do Rito
Sumaríssimo se dá em dissídios individuais, com valor da causa que não exceda 40 salários mínimos. Caso
exceda a esse mínimo, será aplicável o Rito Sumário.
Só mantém o Rito Sumaríssimo, mesmo que o valor da causa não exceda a 40 salários mínimos, se não for
parte do dissídio individual a Administração Pública. A Administração Pública segue o Rito Ordinário.
- Trata-se de Exceção ao Rito Ordinário.
- O autor deve formular pedidos certos ou determinados e indicar o valor para cada pedido formulado.
- Cabe ao autor indicar endereço completo da parte ré (Reclamada), isso devido ao fato de que não é cabível
a citação por edital. Assim sendo, é requisito da P.I a indicação do endereço completo da Reclamada.
- Quando não for possível a citação do Requerido por falta de endereço ou ausência de valor da causa haverá
o arquivamento do processo: Extinção do processo sem resolução de mérito.
- Na prática o juiz altera, de ofício, o valor da causa, remetendo o processo para o Rito Ordinário, que
permite a citação por edital.
OBS.: Citação por edital – Lugar incerto e não sabido (CPC).

Prazo: A ação deve ser apreciada no prazo de 15 (quinze) dias, contados do ajuizamento da ação. Cumpre
ressaltar que tal regra não se verifica na prática.

Testemunhas: Cada parte poderá ouvir, no máximo, 02 testemunhas. As testemunhas comparecem


independentemente de intimação.
O não comparecimento da(s) testemunha(s) convidada, a parte que comprovar o convite pode requerer a
intimação da testemunha e o adiamento da audiência, de modo que a testemunha seja intimada a comparecer a
uma próxima audiência. Nesse último caso poderá haver a condução coercitiva, além de multa pelo não
comparecimento injustificado.
Se a parte não comprova o convite à testemunha, não será adiada a audiência e a parte perderá a
oportunidade de produzir prova testemunhal.
Essas regras acerca da prova testemunhal tem a intenção de tornar o rito mais célere.

Falso Testemunho: A competência material para apurar falso testemunho é criminal da Justiça Federal da
jurisdição da região da Justiça do Trabalho em que ocorreu o crime.

Audiência: Será uma. Exceto motivo justificado pelo juiz ou necessidade de prova técnica (insalubridade ou
periculosidade). Se houver o adiamento da audiência, a ação deverá ser resolvida no prazo de 30 dias, isto é, deve
haver nova audiência nesse prazo + sentença nesse mesmo prazo.

AÇÕES TRABALHISTAS

 Dissídios Coletivos: De acordo com a matéria e as partes envolvidas é que se distinguirá se o processo é
trabalhista ou do processo comum.

- Trabalhista: P.ex.: Dissídio Coletivo Trabalhista – ação própria para tratar de direitos coletivos trabalhistas.
- Processo Comum.

 Dissídios Individuais: Só existem 03 ações individuais trabalhistas, entretanto, todas as ações individuais
que tem competência material trabalhista são ajuizadas na Justiça do Trabalho.

- Trabalhistas: * Reclamação Trabalhista – ART. 840


* Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave – ART. 853
* Ação de Cumprimento – ART. 872; Súmula 246, 286

- Processo Civil.

1. Reclamação Trabalhista: O art. 840, CLT traz os requisitos para uma P.I de qualquer ação trabalhista e não
apenas para a Reclamação Trabalhista.

a) Hipótese de cabimento: É a ação para pleitear (todos) direitos decorrentes do contrato individual de
trabalho. Os pedidos podem ser de ordem civil desde que tenham origem numa relação de trabalho, assumindo
natureza de direito trabalhista, como p.ex.: indenização por dano moral

Autor = Reclamante; tanto empregado, quanto empregador (em tese). O mais comum é que o reclamante
seja o empregado ou ex empregado.
Réu = Reclamado

b) Competência Funcional: Vara do trabalho (VT).

c) Escrito ou Verbal.

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.


§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve
exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu
valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou
secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1º deste artigo.
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos sem resolução
do mérito.

2. Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave (I.J.A.F.G):

a) Hipótese de cabimento: Tem cabimento apenas para apurar falta grave cometida por empregado estável.
Assim sendo, só há exigência da ação quando a falta grave for cometida por empregado estável dos
seguintes tipos:
1º Estabilidade decenal;
2º Estabilidade de dirigente sindical;
3º Estabilidade para diretor de cooperativa de empregados;
4º Estabilidade do conselho nacional de previdência social.

b) Finalidade: Será apurado todos os aspectos da falta grave, como a autoria, gravidade, imediatismo,
causalidade, singularidade e, ainda, se a falta grave realmente ocorreu para que possa ser realizada a dispensa com
justa causa. Assim sendo, o pedido do I.J.A.F.G é a dispensa com justa causa.
Assim sendo, para que um empregado estável, dos quatro tipos mencionados, seja dispensado com justa
causa, não basta a ocorrência da justa causa, sendo necessária a devida apuração nos termos legais, o que quer
dizer que deve ser ajuizado o I.J.A.F.G, com sentença procedente transitada em julgado.
Cumpre ressaltar que o I.J.A.F.G deve ser feita anteriormente à dispensa com justa causa.
Quando o I.J.A.F.G é ajuizado após a dispensa, de nada valerá. A dispensa realizada sem o devido
procedimento é nula e o empregado deverá ser reintegrado e os salários e direitos trabalhistas devem ser pagos da
data da dispensa até a data da reintegração.
Autor = Requerente: Empregador (sempre);
Réu = Requerido: Empregado.

c) Prazo: 30 dias contados da suspensão do empregado que cometeu falta grave.

d) Suspensão: O empregador pode, se quiser, suspender o empregado enquanto apura falta grave cometida.
A suspensão terá a mesma duração da apuração da falta grave, assim sendo, não se confunde com a suspensão
disciplinar. Essa suspensão poderá durar dias, meses ou anos.
Se a sentença julgar improcedente o Inquérito, o empregador deverá remunerar salários e direitos de todo o
período de suspensão e reintegrar o empregado. Por esse motivo muitas vezes o empregador não suspende o
empregado, mas permite que continua trabalhando, para não ter que pagar todas as verbas de uma só vez na
hipótese de improcedência.
* Importante ressaltar que as verbas trabalhistas serão pagas durante todo o período de suspensão que
abranger a estabilidade o empregado. Cessado o período de estabilidade, cessa também o direito às verbas.
Por outro lado, se a ação for julgada procedente, o empregador apenas receberá as verbas rescisórias da
dispensa com justa causa que forem devidas até a data do cometimento da falta grave; assim sendo, a sentença de
procedência é retroativa.

(*) Se o empregador optar por não suspender o empregado, o prazo é imediato, isto é, abrange apenas o
tempo necessário (razoável) para a confecção da petição inicial, juntada de documentos etc.

CLT - Art. 853 - Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido
com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30
(trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado.

CLT - Art. 494 - O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua
despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se verifique a procedência da acusação.
Parágrafo único - A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão final do processo.

e) Apenas por ESCRITO.

3. Ação de Cumprimento:

Art. 872 - Celebrado o acordo, ou transitada em julgado a decisão, seguir-se-á o seu cumprimento, sob as
penas estabelecidas neste Título.
Parágrafo único - Quando os empregadores deixarem de satisfazer o pagamento de salários, na
conformidade da decisão proferida, poderão os empregados ou seus sindicatos, independentes de outorga de
poderes de seus associados, juntando certidão de tal decisão, apresentar reclamação à Junta ou Juízo competente,
observado o processo previsto no Capítulo II deste Título, sendo vedado, porém, questionar sobre a matéria de
fato e de direito já apreciada na decisão.

a) Hipótese de cabimento: Cabe para fazer cumprir matéria salarial estabelecida em acordo ou sentença no
dissídio coletivo.
Acordo no dissídio coletivo, ou
Sentença do dissídio coletivo, denominada: sentença normativa.
Assim sendo, trata-se de ação cabível para se fazer cumprir o acordo ou a sentença normativa, o que quer
dizer que a sentença normativa não tem executividade no que se refere a matéria salarial.

b) Legitimidade Ativa: Autor = Empregado ou sindicato da categoria profissional, como substituto


processual.

c) Competência Funcional: Vara do Trabalho. Não há fase de conhecimento.

d) Apenas por ESCRITO.

e) Não é necessário o trânsito em julgado da sentença normativa para que seja interposta Ação de
Cumprimento, basta que seja proferida.
Súmula 246 – TST: “É dispensável o trânsito em julgado da sentença normativa para a propositura da ação
de cumprimento.”

f) A Ação de Cumprimento também tem cabimento para fazer cumprir Acordo Coletivo ou Convenção
Coletiva em matéria salarial.
Súmula 286 – TST: “A legitimidade do sindicato para propor ação de cumprimento estende-se também à
observância de acordo ou de convenção coletivos.”

10.09.2018

PETIÇÃO INICIAL – ART. 840

(Material Carol)

Obs.: Perdi o começo sobre reclamação verbal.

Requisitos da PI:

1. Designação do juízo (endereçamento);

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ... Vara do Trabalho da Cidade de ...

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal do Trabalho da ... Vara do Trabalho da Comarca de ...

Se o caso concreto não forneceu elementos para você identificar a competência territorial, coloca só ...

2. Qualificação das partes (preâmbulo: qualificação do reclamante; identificação da ação – art. 840 c. c. art.
769 c. c. art. 319, CPC; rito processual; qualificação do reclamado);

Primeiro qualifica quem está apresentando a peça processual, ou seja, o autor (reclamante).

A qualificação completa do trabalhador tem que conter: nome, nacionalidade, estado civil, endereço,
profissão, documentos pessoais (RG, CPF, CTPS e NÚMERO DO PIS), nome da mãe e data de nascimento.

A qualificação do empregador:

Se for pessoa jurídica: nome, endereço e CNPJ.

Se for pessoa física: nome, nacionalidade, endereço, estado civil, profissão, documentos pessoais.

Terminou a qualificação do autor, deve se falar qual o propósito da ação, ou seja, ajuizar a presente AÇÃO
TRABALHISTA, nos termos do art. 840 da CLT, que deverá seguir pelo rito ordinário, sumaríssimo, e após faz-se a
qualificação do reclamado.

Na relação de trabalho, para empregado, além de RG e CPF, também terá que indicar o número da CTPS e do
PIS. Na Justiça do Trabalho, não é necessário o endereço eletrônico.

Se o reclamante ou reclamado for pessoa jurídica, basta colocar nome, endereço e CNPJ.

Em síntese:
a) reclamante
b) identificação da ação – art.
c) rito
d) reclamada

3. Breve exposição dos fatos;

Deve colocar a função do empregado, duração do contrato, valor do salário etc.


Não deve ser fatos extensos.
É o fato que vai conduzir os pedidos que serão formulados.
Data da admissão, do término, motivação do término.
E o que for necessário para a ação.
4. Direito (fundamento jurídico);

Embora não seja um requisito com previsão legal na CLT, ele deve estar presente em uma petição inicial
trabalhista.

5. Pedido (pretensão, designação de audiência, revelia e confissão, procedência, honorários)

Independente do rito processual, o pedido deve ser certo e determinado e com a identificação do valor.

A identificação do valor não significa memorial descritivo de cálculo, ou seja, não precisa falar como chegou
naquele valor, basta chegar no valor.

Pedir revelia e confissão ficta não é requisito legal, mas não há problema em se dizer isso. O mesmo vale
para produção de provas, que mesmo não requeridas serão feitas em audiência.

Súmula 211 TST – “Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o
pedido inicial ou a condenação.”
Assim, mesmo que não tenha sido pedido correção monetária e incidência de juros, isto está implícito.

Dentro do pedido existem vários outros elementos, como o de procedência da ação.

Honorários advocatícios no processo do trabalho:

 ART. 791 CLT - “jus postulandi”

As partes podem estar em juízo sem estarem representadas por um advogado.

A própria parte tem direito postulatório, ela pode sozinha atuar em juízo.

Súmula 425 TST: As próprias partes podem se fazer representar em juízo sem um advogado. O TST modulou
os limites para isso – S. 425, TST. Não pode ser usado em ação rescisória, ação cautelar, MS e os Recursos de
competência do TST.
Súmula 425 TST: “O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de
segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.”

A parte que escolhe se ela quer advogado ou não, mas, se tiver advogado, terá cabimento os honorários
advocatícios judiciais.

Valor: Mínimo 5% e máximo 15%. O Juiz tem parâmetros para arbitrar (ART. 791-A, CLT).

A base de cálculo dos honorários será o valor da causa ou o benefício financeiro alcançado.

Súmulas 219, 329, 383, 395 e 456.

Provas: No art. 840 não tem previsão, então não precisa pedir designação de audiência e nem a produção de
provas, isto porque, pelos princípios do processo do trabalho a audiência tem que ser designada, independente, de o
autor ter pedido ou não.

6. Valor da causa

Não está expressamente previsto no art. 840, mas é requisito essencial, senão não se estabelece o rito
processual.
O valor da causa será conforme o CPC.

7. Local, data e assinatura.

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