Você está na página 1de 6

Principais Títulos, Fundos e Papéis - Prof.

Luciane Carvalho

COMMERCIAL PAPERS - (Notas Promissórias)


São títulos de curto prazo que as empresas por sociedades anônimas (S.A.) emitem,
visando captar recursos no mercado interno para financiar suas necessidades de capital
de giro. É uma alternativa às operações de empréstimos bancários convencionais,
permitindo geralmente uma redução nas taxas de juros pela eliminação da
intermediação financeira bancária (spread). Os comercial papers imprimem ainda maior
agilidade às captações das empresas, determinada pela possibilidade de os tomadores
negociarem diretamente com os investidores de mercado (bancos, fundos de pensão,
etc.). As instituições financeiras, as sociedades corretoras e distribuidoras de valores
mobiliários e sociedades de arrendamento mercantil (empresas de leasing), não podem
emitir esses títulos.
Os custos de emissão destes títulos são, em geral, formados pelos juros pagos aos
aplicadores, comissões e despesas diversas (publicações, taxas de registro na Comissão
de Valores Mobiliários, etc.). Os commercial papers negociados em Bolsas de Valores
previstos na Instrução CVM n° 217, de 2-8-94, não estão sujeitos à tabela de corretagem
adotada pelos membros das Bolsas de Valores
Os commercial papers costumam ser negociados com descontos, sendo seu valor de
face pago por ocasião do resgate. Os títulos podem ser adquiridos no mercado ou por
meio de fundos de investimentos. Eles podem ser transferidos de titularidade mediante
endosso em preto e o IE (índice de endividamento) da empresa emissora não poderá
exceder a 1,2. A empresa emissora deverá possuir registro atualizado junto à CVM.
ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS
Maior controle, comodidade e maximização de recursos na arrecadação de tributos e
tarifas públicas. A facilidade e conveniência para os contribuintes pagarem. Para o
administrador público, a precisão e agilidade tanto no recebimento da informação de
quem pagou quanto no crédito para facilitar a implantação de instrumentos de controle e
previsão da receita de arrecadação. Através de meios eletrônicos e da captura do código
de barras nas guias, o banco disponibiliza toda a sua tecnologia para facilitar a vida do
administrador e de seus contribuintes.
Vantagens para o órgão Público e para os contribuintes:
- Informa de maneira precisa, rápida e em horários flexíveis quem efetuou pagamento
através de transmissão de arquivos;
- Facilita a gestão da receita tributária realizada;
- Diminui os custos de arrecadação pelo pagamento dos tributos na rede bancária,
através do autoatendimento ou por débito automático;
- Ajuda na previsão de arrecadação;
- Reduz os custos administrativos devido à racionalização de processos;
- Aumenta a satisfação da sociedade pela conveniência, praticidade e agilidade;
CARTÃO DE DÉBITO CRÉDITO
O chamado "dinheiro de plástico" (cartões de crédito e de débito) experimentou
crescimento significativo no Brasil desde a estabilização da economia com o plano
Real, em 1994, tendência que ainda permanece. Antes uma ferramenta utilizada mais
por pessoas com rendas superiores, nos últimos anos chegou também às faixas de renda
mais baixas e ocupa cada vez mais o espaço do papel nas transações financeiras.
Historicamente, o uso de cartões no Brasil era insignificante, na comparação com outros
países de economia estável. Isso ocorria devido à alta inflação, que fazia com que
estabelecimentos comerciais desprezassem a alternativa de pagamento por cartão, já que
parte de seus lucros seriam corroídos pela inflação até a data de receber a importância
pela venda de um produto.
FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO
Os fundos mútuos de investimento funcionam como uma sociedade de investidores,
organizada por uma instituição financeira ou por um administrador de recursos. Nesta
sociedade, cada investidor entra com o dinheiro que quiser investir, comprando cotas da
carteira que tem o perfil desejado. E depois sai do investimento vendendo estas cotas.
Seu ganho ou prejuízo estará expresso na diferença de preço entre a compra e a venda
das tais cotas.
Os fundos apresentam diversas vantagens, especialmente para o pequeno investidor,
porque permite um maior rendimento por tipo de aplicação e uma maior diversificação
das aplicações, com potencial redução do risco.
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
A avaliação de desempenho dos fundos de investimento deve sempre considerar a
rentabilidade obtida pela carteira por unidade de risco. A rigor, este é o correto sistema
de avaliação de desempenho de qualquer investimento. Não basta pensar no nível de
retorno esperado se o cliente não conhece o risco do investimento.
Por isso, os rankings que consideram apenas a rentabilidade são insuficientes, embora
ainda sejam de uso bastante comum. A meta de qualquer investidor é escolher fundos e
ativos que tenham maior retorno por unidade de risco. Ou, em outras palavras, que
garantam um nível de retorno com menor risco. O gestor deve ter a preocupação de
garantir retorno compatível com o nível de risco aceito pelo investidor.
CLASSIFICAÇÃO
Existem várias classificações formais e informais para os fundos de investimento. O
importante é o investidor entender os conceitos necessários para avaliar suas aplicações.
Vale lembrar que a legislação que classifica os fundos de investimento sofre constantes
atualizações. Mais um motivo para tentar entender melhor
o conceito.
De forma mais genérica, os fundos de investimento podem ser divididos em dois
grandes grupos: renda fixa e renda variável. Desta classificação, de imediato surge uma
terceira possibilidade: os fundos mistos, que misturam numa única carteira ativos de
renda fixa e renda variável (também chamados de multiportfólio ou multicarteira).
A legislação atual dá uma liberdade grande aos gestores na composição da carteira, de
forma que um fundo de renda fixa pode ter até 49% em ações. E uma carteira de ações
pode ter até 49% em renda fixa. Por isso, o quotista deve estar atento ao regulamento do
fundo mais do que aos nomes genéricos que as instituições apresentam ou mesmo a
classificação oficial da carteira.
FUNDOS DE RENDA FIXA
Os fundos de renda fixa concentram suas operações com títulos que pagam juros, sejam
prefixados ou pós-fixados. Também é possível obter rendimento similar aos juros pós-
fixados com operações nos mercados futuros e de derivativos. Os fundos de renda
variável concentram suas operações em ativos que não sejam títulos de renda fixa,
especialmente ações, ou qualquer outro ativo que tenha rendimento variável.
Novamente, o quotista precisa ter muita atenção. Fundos fiscalizados pelo Banco
Central, os FIFs (Fundos de Investimento Financeiro), genericamente chamados de
renda fixa, podem ter um peso grande de derivativos e papéis de renda variável, ou
estarem vinculados à ativos atrelados ao câmbio (fundos cambiais). Neste ponto é
preciso explicar claramente que uma coisa é o conceito, renda fixa e renda variável,
outra coisa é a prática do mercado. A rigor, fundos derivativos e multiportfólios são de
renda variável, mas estão sob a fiscalização do Banco Central dentro do grupo dos FIFs.
De forma menos técnica, é comum o mercado dizer que os FIFs são carteiras de renda
fixa, mas nem sempre. No grupo de FIFs temos carteiras com perfil de renda fixa, e
carteiras com elevada concentração de risco e papéis diversos, de renda variável,
incluindo derivativos.
Tentando esclarecer melhor o investidor sobre nível de risco, o Banco Central exige que
as instituições classifiquem os FIFs em referenciados, não referenciados e genéricos. Os
fundos referenciados são os de menor risco (menor oscilação). Seu desempenho deve
seguir um determinado referencial. O administrador deve compor a carteira com no
mínimo 95% em ativos ou operações que possam proporcionar rendimento próximo ao
do referencial. O investidor ainda pode perder, mas com menor probabilidade. Desta
carteira, 80% deve ser de títulos públicos federais e privados de baixo risco.
No caso dos fundos não referenciados, a carteira não precisa de um referencial de
rendimento, como o próprio nome diz. A carteira também deve concentrar 80% em
títulos federais ou privados de baixo risco, mas a carteira pode ter um pouco mais de
risco à medida que não há um referencial fixo. Estes fundos podem até
aplicar em derivativos (mercados futuros), com a finalidade de proteger a carteira
(operações de hedge). Mas estas operações devem estar limitadas ao patrimônio do
fundo. A rentabilidade destas carteiras pode ser maior que os referenciados, mas
também o risco é maior.
Os fundos genéricos, por sua vez, têm uma administração livre. Por isso mesmo, os
riscos são maiores. O investidor pode perder tudo o que colocou e ainda ser obrigado a
colocar mais dinheiro, se o fundo tiver prejuízos com as operações. O problema é que
nesta classificação também podem estar fundos com administração mais conservadora.
O problema vai ser o enquadramento de compra mínima de títulos, e o fato de ter ou não
um referencial fixo. Então é preciso conhecer a política de investimento do fundo para
saber se um genérico tem ou não maior risco. Neste grupo devem ser enquadrar os
chamados fundos multiportfólio e derivativos, dependendo da composição das carteiras.
FUNDOS DE AÇÕES
Os fundos fiscalizados pela CVM, por sua vez, são chamados Fundos de Investimento
em Títulos e Valores Mobiliários, sempre de renda variável, embora também possam ter
grande concentração de aplicação em renda fixa ou mesmo derivativos. Neste grupo, o
nome do fundo deve sempre indicar qual o valormobiliário que é o principal foco de
investimento (principal ativo). Por isso, no caso da carteira concentrar ações, será
chamado Fundo de Investimento em Ações.
Vale lembrar que existem outros valores mobiliários, como as cotas dos contratos de
parceria de engorda de animais e certificados audiovisuais. Os fundos de renda variável
fiscalizados pela CVM não são classificados por risco, embora o administrador precise
indicar claramente no prospecto e no regulamento o
nível de risco que o investidor está correndo. Informalmente, os administradores
costumam falar em conservador, moderado e agressivo, a partir do critério crescente de
risco, mas não é uma classificação formal.
Também informalmente se fala em fundo "tarja preta", para aqueles que carregam muito
risco, mas não há uma definição formal sobre nível de risco, nem esta é uma
classificação legal. O administrador, no entanto, preciso dar claros indicativos do nível
de risco no prospecto do fundo.
Nos fundos de ações, o horizonte é o mesmo do investimento em ações, ou seja, de
longo prazo. Embora o fundo permita o resgate diário (com ou sem dias de carência
para o saque, dependendo do regulamento), o mais conveniente é fazer investimentos
sem horizonte de saque. Quando se fala em longo prazo não significa colocar o dinheiro
por um prazo definido, dois ou cinco anos, mas colocar o dinheiro sem prazo definido
para resgate. Pode acontecer de o fundo ter um rendimento alto e suficiente no prazo de
um ou seis meses, e o investidor querer mudar sua aplicação por não confiar mais no
potencial do fundo.
O importante é não entrar com um horizonte definido, porque pode acontecer de o
fundo estar desvalorizado na data marcada de resgate. Por isso também, não se deve
colocar o dinheiro no fundo de ações e depois esquecer de acompanhar. É preciso ver
como o investimento se comporta ao longo do tempo, o que mudou na conjuntura
econômica do país e nas suas exigências pessoais para saber se mantém ou não na
mesma carteira.
PRAZO DE RESGATE
O prazo de resgate corresponde ao período que o investidor precisa aguardar para retirar
seu dinheiro, sem perder o rendimento. Pela atual legislação, os fundos não têm mais
um prazo de resgate. Na legislação anterior, havia fundos que não pagavam rendimento
para saques por prazos inferiores a 60 dias. Hoje os fundos de renda fixa têm
rendimento diário, porém penalizado por uma maior tributação se o saque acontecer
antes de 29 dias corridos.
Nos fundos de ações, o prazo para saque dos recursos deve constar do regulamento do
fundo. Regra geral é de 4 dias, sendo que o valor do resgate é pelo preço da cota no dia
seguinte ao pedido de resgate. É costume o gestor solicitar uma carência de poucos dias
para poder vender as ações e pagar o resgate das cotas aos clientes. Mas também
existem fundos de ações que permitem o saque diário.
REGULAMENTO E FISCALIZAÇÃO
A fiscalização dos fundos, inclusive para garantir que seu regulamento está sendo
seguido, bem como a legislação, é feita pelo Banco Central (no caso dos fundos de
renda fixa e derivativos) e pela Comissão de Valores Mobiliários (fundos de renda
variável de títulos de valores mobiliários).
RISCO
Os fundos de investimento tendem a oferecer carteiras com menor risco que ativos
financeiros similares. Isso é possível porque os fundos conseguem diversificar melhores
suas aplicações.
Um grande investidor pode aplicar seus recursos em vários tipos de ativo, de títulos
públicos a ações e. imóveis, reduzindo seu risco. Mas pequenos e médios investidores
não conseguem. Como o fundo reúne um volume expressivo de dinheiro, o
administrador pode fazer uma diversificação que não seria possível ao pequeno
investidor.
Desta forma, mesmo com pouco dinheiro, todos os quotista de um fundo vão se
beneficiar desta maior diversificação, que reduz o risco. Este conceito é fácil de
entender quando se lembra do ditado: Não coloque todos os ovos em uma única cesta!
SEGURO BANCÁRIO PROTEGE FUNDOS DE INVESTIMENTO
O investidor precisa compreender que o fundo é um sistema de cotas, como se fosse
uma empresa.
Logo, se o fundo faz uma aposta e perde, é preciso que os quotista se unam para cobrir
esta perda. O Fundo Garantidor de Crédito, também chamado de seguro bancário, não
cobre perdas de fundos de investimentos.

HOT MONEY
No mercado financeiro brasileiro, é o termo usado para operações de crédito voltadas às
empresas que precisam de capital de curtíssimo prazo (inferior a 30 dias) normalmente
de um a 7 dias. As empresas tomam dinheiro no hot money para cobrir eventual falta de
caixa para suas atividades. As taxas são formadas no mercado interfinanceiro (taxa
CDI)

Você também pode gostar