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10 e 11 - Crescimento Microbiano PDF
10 e 11 - Crescimento Microbiano PDF
Microscopia de
contraste de fase
Microscopia de fluorescência
(coloração do nucleóide
com DAPI)
(combinação de colorações –
nucleóide e anel FtsZ)
- Proteinas Fts do anel proteico → divisoma (no centro da célula em divisão; orquestra síntese da
membrana plasmática e da parede celular durante enlongamento da célula, seguindo-se constrição
para formar o septo e separação das células).
Ciclo celular
(ex. Eschericia coli)
Fase C
Fase D
E. coli
Tempo de geração médio, em condições óptimas
~ 25 minutos
EXPERIÊNCIA DE CRESCIMENTO DE UMA
POPULAÇÃO MICROBIANA EM SUSPENSÃO EM MEIO LIQUIDO
1. INOCULAÇÃO
A
B
Imagine que arranja uma forma de manter uma população de células de E. coli em
crescimento exponencial durante 24 horas. Se partir de uma única célula, estime
quantas células obteria após esse período de 24 horas.
24 horas ⇒ 57 duplicações
1 célula = 140.737.488.400.000.000 células
(10-12 gramas) (~1,4 x 1017)
~ 144 Kg de biomassa
Evolução da concentração de células da população microbiana
(http://www.e-escola.utl.pt)
CRESCIMENTO
EXPONENCIAL
log Nt - log N0
Nt = N0.2n ⇒ n = n - nº de gerações ocorridas durante o
período t de crescimento exponencial
log 2
Equivalente a
µ (t-t0)
lnNt = lnN0 + µ (t-t0) (1)
Ou Nt = N0 e
N,
I0 I
DO = Abs
= - log T/100
= log (I0/I)
Prescott, Harley & Klein, Microbiology,
th edition,Mc GrawHill, 2002
Medido
Teórico
DO640nm
Medições no
espectrofotómetro
0
Concentração de células
BIOMASSA - representado normalmente por X
(Escala logaritmica)
5
Tempo (h) N (células / mL) 4
x 104 N
3
0 1.0 x 104 Latencia 2
0.5 1.0 x 104 Declive: 0,7
1 1.5 x 104
Exponencial
2 3.0 x 104
1
2.5 3.6 x 104
3 4.9 x 104 0 1 2 3 4
Estacionária
4 5.0 x 104 Tempo (h)
População duplica
em 1h
ln N2 – ln N1
µ= = ln (3.0 x 104) - ln (1.5 x 104) = 0.7 h-1
(2-1)
β-galactosidade
lactose glucose + galactose
ln [ Células viáveis]
Consumo de lactose
Glucose
esgotada
Consumo de glucose
Tempo
[Nutriente], S (---)
[Biomassa] X (mg/L)
4
3
15
2
1
0
0 1 2 3 4
Tempo (h)
At low nutrient concentrations both growth rate and growth yield are affected.
A taxa específica de crescimento, µ, depende da
concentração de nutriente limitante (S) fornecida no meio de cultura
µmax
EQUAÇÃO DE MONOD
S
µ = µmax
µmax Ks + S
2
Ks ,S
KS – Constante de semi-saturação
- numericamente igual à concentração de substrato
que permite uma taxa de crescimento igual a
metade da µmax;
– reflecte a afinidade dos sistemas de transporte
transmembranar para a molécula do nutriente
limitante (maior Ks ⇒ menor afinidade ⇒ menor µ)
,S
Para uma dada estirpe microbiana, o valor YATP depende das condições ambientais.
Quanto mais afastadas das condições óptimas, maiores são os gastos de energia para manutenção:
⇒ ↓ YATP
Esquema de bioreactor (ou fermentador)
industrial para microrganismo aeróbio
(Note os sistemas para medição e controlo de
temperatura, pH, nivel de oxigénio e
para análise de metabolitos – biosensor unit)
)
Formação de da fermentação alcoólica)
(
metabolito primário
Concentração de células ou
(
de produto formado
Concentração
massa celular
Crescimento
Formação de
metabolito secundário
Metabolito secundário
após a fase de produção das
células (após o crescimento exponencial),
normalmente a partir de um metabolito
Tempo primário ou de substrato usado para
crescimento que esteja em excesso
Esquema de
funcionamento
de um bioreactor para a
cultura contínua de
microrganismos
(exemplo - quimiostato)
X, S, F
QUIMIOSTATO – opera por fornecimento do nutriente limitante do crescimento a uma taxa constante
(relacionada com o caudal de entrada do meio de cultura fresco), de modo que a densidade celular
(biomassa) e a taxa específica de crescimento do microrganismo se ajustam a este fornecimento.
TAXA DE DILUIÇÃO
F
D – taxa de diluição = (h-1) (inverso do tempo de retenção médio da célula
V no interior do quimiostato)
ESTADO ESTACIONÁRIO
Estado dX
⇒ =0 X, S, F
estacionário dt
X – massa celular (g/L)
F – caudal (L/h)
F F
⇒ µ.X = .X ⇒ µ= =D S – concentração de nutriente
V V Limitante (g/L)
T – tempo (h)
µ – taxa específica de crescimento (h-1)
µ=D D – taxa de diluição (h-1)
Estado estacionário (“steady state”) no quimiostato
Dependência da concentração de biomassa (X), da concentração de nutriente limitante (S)
e do tempo de duplicação da população microbiana no estado estacionário, em função da
taxa de diluição a que o quimiostato opera (D).
(X)
(S0)
(S)
(D)
“WASHOUT”
Exemplo: Volume cultura = 5000 mL; Caudal através do (quando D ≥ Dc
quimiostato, F = 2500 mL/hora --- D = 0,5 h-1
Dc – taxa de diluição crítica)
Nota: alteração de F → alteração da taxa de diluição, D
Desvio ao modelo estabelecido para o quimiostato (X em função de D):
(X)
(S0)
(S)
(D)
Vantagens/aplicações do crescimento microbiano em contínuo no quimiostato
(versus crescimento descontínuo ou “batch”):
Em certas condições, o aumento da massa pode não reflectir crescimento da população, mas
aumento de compostos de reserva (p.ex. glicogénio, poli-β-hidroxibutirato, etc.)
Grande parte dos microrganismos multiplica-se por fissão binária (p.ex. maior parte das bactérias) ou
por gemulação (p.ex. maior parte das leveduras). Em consequência do processo de multiplicação
celular, uma célula dará origem a duas ao fim de um certo período de tempo que é designado por
tempo de geração ou duplicação.
O tempo de duplicação (ou geração) pode repetir-se várias vezes, enquanto estiverem disponíveis no
meio de cultura nutrientes em quantidade suficiente para assegurarem os metabolismos
catabólico (bioenergético) e anabólico (biossíntese) das células e enquanto as condições ambientais
forem favoráveis.
⇒ OBJECTIVOS ESSENCIAIS:
seleccionar as condições de cultura óptimas para um dado microrganismo.
estabelecer métodos que permitam controlar o crescimento de microrganismos.
Contadores electrónicos
(ex. Contador coulter, citómetro de fluxo)
• Fácil e rápido
• Não permite distinguir células viáveis de mortas
• Útil para microrganismos grandes, mas não para a maior parte das
bactérias
FASES DO CRESCIMENTO MICROBIANO EM DESCONTÍNUO
Fase de morte
Perda irreversível da capacidade de divisão celular; ocorre o decréscimo progressivo
no nº de células viáveis da população.
NOTAS SOBRE CULTURA CONTÍNUA
QUIMIOSTATO – opera por fornecimento do nutriente limitante do crescimento a uma taxa constante
(relacionada com o caudal de entrada do meio de cultura fresco), de modo que a densidade celular
(biomassa) e a taxa específica de crescimento do microrganismo se ajustam a este fornecimento.
Meio de cultura fresco (esterilizado) é fornecido contínuamente (caudal F), o qual contém, entre outros
nutrientes, o nutriente limitante (concentração S0). Simultâneamente, parte da cultura é removida, com
o mesmo caudal F a que meio de cultura fresco entra. O efluente removido contém células do
microrganismo (biomassa, X), assim como produto(s) sintetizado(s) pelas células. A concentração de
nutriente limitante à saída (S) é, em condições operacionais adequadas, muito baixa ou
aproximadamente nula.
No estado estacionário (no quimiostato):
S D. KS
D=µ → D = µmax → S=
Ks + S µmax - D
Notas sobre as representações gráficas da concentração de biomassa (X), da
concentração de nutriente limitante (S) e do tempo de duplicação da população
microbiana no estado estacionário, em função da taxa de diluição a que o
quimiostato opera (D).
A densidade celular (biomassa, X) é igual, para uma gama larga de taxas de diluição a que o
quimiostato pode operar (consequentemente, a concentração residual de nutriente limitante, S, no
quimiostato é mantida com um valor baixo, uma vez que este nutriente está a ser consumido pelas
células da cultura em crescimento) ;
A gama de valores de taxa de diluição, D, a que o quimiostato pode operar é limitada. O valor limite
é a taxa de diluição crítica (Dc). Para valores muito altos da taxa de diluição (D ≥ Dc), o crescimento
celular não consegue compensar a diluição da cultura, e a população de células sai do quimiostato
(“Wash-out” – “lavagem” do quimiostato) ; consequentemente, nessas condições, a concentração de
nutriente limitante aumenta, porque não é consumido ; quando D ≥ Dc ⇒ S=S0)
A taxa de diluição torna-se crítica e ocorre o “Wash-out” quando a taxa de diluição a que o
quimiostato opera ultrapassa a taxa específica máxima de crescimento da população microbiana (µmáx)
Cultura contínua permite estabelecer condições selectivas para o enriquecimento de
amostras ambientais (populações mistas) em microrganismos específicos
Por exemplo:
microganismos capazes de metabolizar eficientemente nutrientes tóxicos ou
dificilmente metabolizáveis (comparativamente a outros microrganismos presentes
numa amostra ambiental, p.ex. solo, água, esgoto, etc.)
P.ex. Útil para o isolamento de microrganismos capazes de biodegradar
hidrocarbonetos do petróleo, benzeno, fenol, ácido benzóico, pesticidas ou
outros compostos orgânicos, a partir de solo (população mista).
(nestes casos, o quimiostato é inoculado com a amostra ambiental; o meio de cultura fresco contém o composto em causa
como substrato limitante para crescimento e é fornecido contínuamente com taxa de diluição adequada; nestas condições,
prolifera(m) preferencialmente o(s) microrganismo(s) que seja(m) capaz(es) de metabolizar eficientemente o composto em
causa; outros microrganismos que não tenham essa capacidade (p.ex, com µ < D) eventualmente presentes na amostra
ambiental, sofrerão “washout”, sendo expulsos do quimiostato)
1 Contaminação da cultura
Em cultura contínua, é necessário manter condições de esterilidade durante períodos longos.
A adição contínua de meio fresco e o arejamento aumentam a probabilidade de ocorrer contaminação
da cultura. Contudo, condições especiais, tais como temperaturas elevadas, valores de pH extremos
e substratos pouco usuais podem reduzir a probabilidade de ocorrer contaminação da cultura.
2 Degenerescência da cultura
Durante a multiplicação celular dum certo microrganismo pode ocorrer uma mutação expontânea, e
surgir um mutante viável na cultura.
Consequências