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SPAÇO ALTERNATIVO

Laserpuntura: Bases Científicas e Aplicações

- Revisão Bibliográfica -

Luciana Almeida-Lopes

São Carlos, SP
2010
Almeida-Lopes, Luciana

“Laserpuntura: Bases Científicas e Aplicações - Revisão Bibliográfica” – São Carlos,


2010

Monografia - Escola Spaço Alternativo, 2010 – páginas: 75


Área: Habilitação do Curso de Pós-Graduação em Medicina Tradicional Chinesa
Orientador: Joana D’ Arc

1. Laser de baixa intensidade; 2. Laserpuntura; 3. Laseracupuntura

1. Título
“Fim de caminhada
A estrada foi só flores
Porque os espinhos do caminho
Vocês os retiraram
Obrigada amigos!...
Agradecimentos

A minha mãe, Maria Nazareth Almeida Lopes, que a cada fim de semana de aula, se
deslocava de ônibus, de sua cidade, só para estar com meus filhos e cuidar deles.
Ao meu pai, sempre disposto a discutir meus “conflitos lingüísticos e terapêuticos”.
A Profa. Joana D’Arc pela ousadia e desafio de iniciar um curso complementar em uma
cidade de excelência tecnológica.
Ao Prof. Eduardo pelo carinho com que sempre nos recebeu, nos fazendo sentir tão
queridos e importantes! Obrigada por suas palavras de motivação e respeito!
A companheira Rose, sempre tão solicita e entusiasta, por estar sempre aberta a
discussões.
Ao Professor e colega, Dr. Mário Pansini, que me fez acreditar no aspecto científico da
Medicina Tradicional Chinesa.
A meu tão querido amigo René Orosco, ele que me “apresentou” à Medicina Tradicional
Chinesa. Sem suas “conversas” e “ relatos”, seguramente não teria chegado aqui.
Ao estagiário Bruno Alex do Prado, pelo desenho da capa e de outros croquis. Sua boa
vontade é contagiante!
“Hay hombres que luchan un día
Y son buenos
Hay otros que luchan un año
Y son mejores
Hay quienes luchan muchos años
Y son muy buenos
Pero hay los que luchan
Toda la vida
Esos son los imprescindibles”.

B. Brecht
Dedicatória

Aos meus pequeninos: Chiara e Lorenzo.

“Que a tudo o amor obriga


E vence tudo”

Camões
Sumário

Pág.
Nota ......................................................................................................................................i
Abreviaturas ........................................................................................................................ii
Resumo ............................................................................................................................. iv
Abstract ...............................................................................................................................v
1. Introdução .................................................................................................................... 01
2. Revisão da Literatura ....................................................................................................04
2.1. Laser ...............................................................................................................05
2.2. Acupuntura .....................................................................................................23
2.3. Laserpuntura ..................................................................................................36
3. Proposição .....................................................................................................................42
4. Material e Método .........................................................................................................44
5. Resultados .................................................................................................................... 46
6. Discussão ......................................................................................................................50
6.1. Nomenclatura .................................................................................................51
6.2. Laserpuntura – As Vantagens ........................................................................51
6.3. Laserpuntura – Os Problemas ........................................................................52
7. Conclusões ....................................................................................................................53
8. Perspectivas ...................................................................................................................55
Apêndices ..........................................................................................................................57
Referências Bibliográficas................................................................................................ 60
Nota

Esta monografia apresenta-se dentro das normas explicitadas pela Escola Spaço
Alternativo para obtenção do título de Habilitação do Curso de Pós-Graduação em
Medicina Tradicional Chinesa. Para aproximar expressões técnicas às normas
lexicográficas, o texto foi adequado segundo os seguintes dicionários:
• Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Instituto Antônio Houaiss, 1a edição. Rio de
Janeiro, 2001. Editora Objetiva.
• Dicionário Latino Português Geraldo de Ulhoa Cintra e José Cretela Júnior. São Paulo,
1944. Editora Anchieta Limitada.
Para as referências bibliográficas, foram adaptadas e simplificadas as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT-NBR6623/1989.
A abreviatura de títulos e periódicos obedecem às listagens do “Index to Dental
Literature”.

i
Abreviaturas

Å: Angström
A.C.: Antes de Cristo
AsGa: Arsenieto de gálio
AsGaAl: Arsenieto de gálio-alumínio
ATP: Adenosina-trifosfato
ADP: Adenosina-difosfato
C: Centígrado
cél: Célula
cels: Células
cm: Centímetro
cm2: Centímetro quadrado
λ: Comprimento de onda
CO2: Dióxido de carbono
DE: Densidade de Energia
DP: Densidade de Potência
DNA: Ácido desoxirribonucléico
f: Freqüência
Φ: Diâmetro do feixe laser
g: Grama
Ga: Gálio
h: Horas
HeCd: Hélio Cádmio
HeNe: Hélio Neônio
Hz: Hertz
InGaAlP: Índio, gálio, alumínio e fósforo
InP: Índio e fósforo
J: Joules
Kg: Kilograma

ii
m: Metro
M: Mol
mg: Miligramo
min: Minutos
mm: Milímetro
m/s: Minutos por segundo
mrad: Miliradiano
MTC: Medicina Tradicional Chinesa
mW: Miliwatts
µm: Micrômetro
Nd:YAG: Cristal de ytrio, alumínio e granada dopado com íons de neodímio
nm: Nanômetros
P: Potência
PONV: Postoperative nausea and vomiting
RNA: Ácido ribonucléico
seg: Segundo
SiO2: Silício cristalizado
TEM: Transversal Eletromagnetic Mode = Modo eletromagnético transversal
TENS: Transcutaneous Electric Nerve Stimulation
W: Watts
°C: Graus Celsius

iii
Resumo

A Acupuntura é uma técnica de tratamento milenar que consiste no estímulo de


determinados pontos situados na superfície da pele (mas locados em locais estratégicos), com
acesso clínico relativamente fácil. No processo de estimulo desses pontos superficiais, faz-se
uso da inserção de finíssimas agulhas, ventosas, massagens, atrito mecânico, fricção ou calor
proveniente da queima de moxa (moxabustão), que é preparada à partir da erva Artemísia.
Mais modernamente, a MTC tem utilizado outros recursos, como estímulos elétricos,
magnetoterapia e atualmente o laser.
A palavra laser é um acrônimo com origem na língua inglesa que significa: Light
Amplification by Stimulated Emission of Radiation, cuja tradução seria: amplificação de luz
por emissão estimulada de radiação. Esta radiação é eletromagnética não ionizante, sendo um
tipo de fonte luminosa com características bastante específicas.
A utilização do laser operando em baixa intensidade tem sido estudada desde os anos 60.
Os efeitos terapêuticos dos laseres sobre os diferentes tecidos biológicos são muito amplos, ao
induzir efeitos trófico-regenerativos, antiinflamatórios e analgésicos, os quais se têm
demonstrado em estudos tanto in vitro como in vivo; destacando-se os trabalhos que
demonstram um aumento na microcirculação, ativação do sistema, proliferação de células
epiteliais e fibroblastos assim como aumento da síntese de colágeno por parte dos
fibroblastos. Muitos estudos clínicos têm sido publicados confirmando esses efeitos
observados em laboratório. Muitos clínicos têm lançado mão desta ferramenta em sua prática
clínica em MTC, entretanto o que se observa é uma escassa literatura sobre o tema: muito
pobre em casuística, controversa em resultados e com trabalhos publicados de muito baixo
rigor científico e critério de execução. Protocolos sem nenhuma padronização nos são
apresentados e parâmetros de aplicação são praticamente esquecidos nas discussões destes
ditos trabalhos científicos.
A ação dos diferentes comprimentos de onda do laser vem sendo estudada por diferentes
autores. Já se sabe que a ação desses laseres varia segundo a posição que ocupam no espectro de
radiações eletromagnéticas, e que sua ação sobre as células é diferente para os comprimentos de
onda infravermelhos e para os visíveis. Entretanto, a resposta clínica não varia intensamente.
Também se sabe que os parâmetros de irradiação, tais como: irradiância, fluência e intermitência
do laser, assim como número total e freqüência de aplicações, são de fundamental importância
para a obtenção dos resultados na medicina tradicional.
O objetivo deste trabalho é buscar na literatura uma padronização mínima de
parâmetros para a utilização deste poderoso “instrumento”, a fim de normatizar minimamente
sua utilização na MTC, começando pela padronização de um nome.
A palavra laser é um acrônimo (do grego, acro significa ponta; extremidade; nomos
significa lei). Acrônimo por definição significa: palavra formada pela inicial ou por mais de
uma letra de cada um dos segmentos sucessivos de uma locução, HOUAISSI, 2001.
Acupuntura por sua vez, vem do latim (acutus: agudo; punctura: ponta). Por isso propomos a
utilização da terminologia: Laserpuntura e não Laseracupuntura neste trabalho, uma vez que o
estímulo do ponto eleito em MTC não é feito com a agulha, nem com a agulha e o laser em
conjunto, e sim apenas com o laser.

iv
Abstract

Acupuncture is an ancient treatment technique that consists of the stimulation of


certain points in the surface of the skin (but leased in strategic locations), with relatively easy
access to clinical. In the process of surface stimulation of these points, makes use of inserting
very fine needles, suction, massage, mechanical friction, friction or heat from the burning of
moxa (moxibustion), which is prepared from the herb Artemisia. More modernly, the MTC
has used other resources such as electrical stimulation, magnets, and now the laser.
The word LASER is an acronym originated in the English language that means: Light
Amplification by Stimulated Emission of Radiation. This non-ionizing radiation is
electromagnetic, being a type of light source with very specific characteristics.
The use of laser operating at low intensity has been studied since the 60s. The
therapeutic effects of different lasers on biological tissues are very large effects by inducing
trophic-regenerative, anti-inflammatories and analgesics, which have been shown in studies
both in vitro and in vivo, highlighting the works that demonstrate an increase in
microcirculation, system activation, proliferation of epithelial cells and fibroblasts and
increase collagen synthesis by fibroblasts. Many clinical studies have been published
confirming these effects observed in laboratory. Many clinicians have made use of this tool in
their clinical practice in TCM, however what is observed is a limited literature on the topic in
very poor population, and with controversial results in published studies of very low scientific
rigor and test execution. No standardized protocols are presented and the application
parameters are practically forgotten in discussions of scientific papers said.
The action of different wavelengths of laser has been studied by different authors. It is
known that the action of these lasers varies with the position they occupy in the spectrum of
electromagnetic radiation, and that its action on cells is different for the infrared wavelengths
and the visible. However, clinical response does not vary strongly. It is known that the
irradiation parameters such as irradiance, fluence and laser flash, as well as total number and
frequency of applications, are of fundamental importance for achieving the outcomes in
tradicional medicine.
The objective is to seek in literature a minimum standardization of parameters for the
use of this powerful "instrument" in order to standardize their use in minimally TCM, starting
with the standardization of a name.
The word laser is an acronym (from the Greek acro means tip, end; nomos meaning
law). Acronym by definition means: a word formed by the initial or most of a letter from each
of the successive segments of a speech, Concise Oxford, 2001. Acupuncture in turn comes
from Latin (acutus: acute; puncture: tip). Therefore we propose the use of terminology: Laser
punture not Laser acupunture for this work, since the stimulus from the point chosen in TCM
is not done with the needle or the needle and the laser together, but only with the laser.

v
“Antes de tocar Mozart,
É preciso aprender as notas”

Gerard Zwang

1. Introdução

1
1. Introdução

A Acupuntura é uma técnica de tratamento milenar que consiste no estímulo de


determinados pontos situados na superfície da pele (mas locados em locais estratégicos), com
acesso clínico relativamente fácil. É um método natural de tratamento, independente da
Medicina Ocidental. Dentro da concepção da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a doença
é considerada uma manifestação de desequilíbrio, e acupuntura seria uma forma de readquirir
a harmonia perdida. Essa técnica objetiva o desbloqueio e circulação do Qi (energia vital),
promovendo a harmonização e fortalecimento dos órgãos, vísceras e do corpo humano como
um todo. Baseia-se em princípios filosóficos do TAO, na teoria dos Cinco Elementos da
natureza, das energias YIN e YANG e dos Meridianos (canais de energia). Várias doenças
psicossomáticas e ou funcionais, além de dor, podem ser tratadas pela acupuntura com grande
êxito.
No processo de estimulo desses pontos superficiais, faz-se uso da inserção de
finíssimas agulhas, ventosas, massagens, atrito mecânico, fricção ou calor proveniente da
queima de moxa (moxabustão), que é preparada à partir da erva Artemísia. Mais
modernamente, a MTC tem utilizado outros recursos, como estímulos elétricos,
magnetoterapia e atualmente o laser.
A palavra laser é um acrônimo com origem na língua inglesa que significa: Light
Amplification by Stimulated Emission of Radiation, cuja tradução seria: amplificação de luz
por emissão estimulada de radiação. Esta radiação é eletromagnética não ionizante, sendo um
tipo de fonte luminosa com características bastante específicas.
Podemos trabalhar com o laser operando de diversas formas, e aquela que tem indicação
em acupuntura é o estímulo do laser em baixa intensidade de energia, ou também conhecido
como laser terapêutico.
A utilização do laser operando em baixa intensidade tem sido estudada desde os anos 60.
Os efeitos terapêuticos dos laseres sobre os diferentes tecidos biológicos são muito amplos, ao
induzir efeitos trófico-regenerativos, antiinflamatórios e analgésicos, os quais se têm
demonstrado em estudos tanto in vitro como in vivo; destacando-se os trabalhos que
demonstram um aumento na microcirculação local (MIRÓ et al., 1984; MAIER et al., 1990;
MAEGAWA et al., 2000), ativação do sistema linfático (LIEVENS, 1986; 1988; 1990; 1991),
proliferação de células epiteliais (STEINLECHNER e DYSON, 1993) e fibroblastos

2
(LUBART et al., 1995; WEBB et al., 1998; ALMEIDA-LOPES et al., 1998b) assim como
aumento da síntese de colágeno por parte dos fibroblastos (ENWEMEKA et al., 1990;
SKINNER et al., 1996). Muitos estudos clínicos têm sido publicados confirmando esses
efeitos observados em laboratório (TRELLES et al., 1989a; BIHARI e MESTER, 1989;
ROCHKIND et al., 1989; BAXTER, 1994; KAMEYA et al., 1995; TANG et al., 1997;
REDDY et al., 1998).
Muitos clínicos têm lançado mão desta ferramenta em sua prática clínica em MTC,
entretanto o que se observa é uma escassa literatura sobre o tema: muito pobre em casuística,
controversa em resultados e com trabalhos publicados de muito baixo rigor científico e
critério de execução. Protocolos sem nenhuma padronização nos são apresentados e
parâmetros de aplicação são praticamente esquecidos nas discussões destes ditos trabalhos
científicos.
A ação dos diferentes comprimentos de onda do laser vem sendo estudada por diferentes
autores. Já se sabe que a ação desses laseres varia segundo a posição que ocupam no espectro de
radiações eletromagnéticas, e que sua ação sobre as células é diferente para os comprimentos de
onda infravermelhos e para os visíveis (KARU, 1988). Entretanto, a resposta clínica não varia
intensamente. Também se sabe que os parâmetros de irradiação, tais como: irradiância, fluência e
intermitência do laser, assim como número total e freqüência de aplicações, são de fundamental
importância para a obtenção dos resultados na medicina tradicional.
O objetivo deste trabalho é buscar na literatura uma padronização mínima de
parâmetros para a utilização deste poderoso “instrumento”, a fim de normatizar minimamente
sua utilização na MTC, começando pela padronização de um nome.
A palavra laser é um acrônimo (do grego, acro significa ponta; extremidade; nomos
significa lei). Acrônimo por definição significa: palavra formada pela inicial ou por mais de
uma letra de cada um dos segmentos sucessivos de uma locução, HOUAISSI, 2001.
Acupuntura por sua vez, vem do latim (acutus: agudo; punctura: ponta). Por isso propomos a
utilização da terminologia: Laserpuntura e não Laseracupuntura neste trabalho, uma vez que o
estímulo do ponto eleito em MTC não é feito com a agulha, nem com a agulha e o laser em
conjunto, e sim apenas com o laser.

3
“Assim que você pensar que sabe
como são realmente as coisas,
descubra outra maneira de olhar para elas”

Robin Willians

2. Revisão da Literatura

4
2.1. Laser

2.1.1. Luz e seus Princípios Básicos

A luz pode ser descrita como uma oscilação eletromagnética, e como tal tem algumas
características que a identificam plenamente.
Essas oscilações também são conhecidas por radiações ou ondas eletromagnéticas, e
dentro dessa classe de ondas, genericamente, existem as que não podemos ver, tais como as
ondas sonoras emitidas por alguém que fala ou canta, as ondas de rádio AM e FM, e existem
aquelas que podemos ver: as luminosas, compostas por fótons, tais como a luz emitida pelas
lâmpadas dos lustres das casas. Estas emissões estão organizadas segundo o que se chama de
espectro de radiações eletromagnéticas, e estão classificadas segundo uma característica
particular: o seu Comprimento de Onda. Esse espectro é composto por radiações
infravermelhas, radiações visíveis, radiações ultravioletas, radiações ionizantes (raios x e raios
gama), além de outros tipos de radiação que não dizem respeito a este trabalho. Os laseres
utilizados para tratamento médico, odontológico e veterinário emitem radiações que estão
situadas na faixa das radiações visíveis, infravermelhas e ultravioleta próximo, não ionizantes.
Para podermos identificar em que parte do espectro está classificada uma determinada
radiação, precisamos conhecer seu comprimento de onda, que nada mais é do que a distância
medida entre dois picos consecutivos desta trajetória (figura 2.1). A unidade utilizada para
expressar essa grandeza é uma fração do metro, normalmente o nanômetro, que é equivalente
a 0,000000001 metros (ou 10-9).
Uma maneira simples de entender o conceito de espectro é observando um arco-íris
(figura 2.2). Este fenômeno natural é formado pela decomposição da luz branca em sete cores
básicas. Estas sete cores, que podemos enxergar, fazem parte do espectro de radiações
eletromagnéticas e são definidas por seus comprimentos de onda. Cada luz tem um
comprimento de onda próprio, e isso acontece com todas as cores básicas. Existem, porém,
outras “cores” que não conseguimos enxergar, mas que podemos sentir seus efeitos.

5
Figura 2.1. Mensuração de um comprimento de onda eletromagnética.

Na escala de comprimento de onda, abaixo da faixa de luz que chamamos de visível,


temos o ultravioleta, que por sua vez é também uma faixa de luz bem ampla em termos de
comprimento de onda. A luz ultravioleta é responsável pelo escurecimento de nossa pele
quando nos expomos ao sol.
Acima da faixa de luz que chamamos de visível, temos o infravermelho, que é também
uma faixa de luz muito mais ampla do que a faixa que conseguimos enxergar. Esta luz é
responsável pelo aquecimento que observamos na luz gerada pelos aparelhos foto-
polimerizadores de luz halógena, e que é comumente chamada de “calor”.

Figura 2.2. Espectro de oscilações eletromagnéticas.

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O laser nada mais é do que luz e, portanto, tem o comportamento de luz, ou seja, pode
ser refletido, absorvido, transmitido ou sofrer espalhamento. Entretanto é uma luz com
características muito especiais: paralelismo, coerência e monocromaticidade.
O laser é um tipo de luz cujos fótons se propagam sobre trajetórias paralelas,
diferentemente da luz comum, onde fótons de comprimentos de onda diversos são emitidos e
se propagam de forma caótica, em todas as direções. O laser é uma luz coerente, onde os
picos e vales de todas as trajetórias em forma de ondas dos diferentes fótons que a compõem
coincidem em termos de direção, amplitude, comprimento e fase. Difere da luz comum, onde
não existe sincronia entre os fótons emitidos. Todos os fótons emitidos se propagam segundo
trajetórias idênticas, sendo assim, são dispositivos capazes de emitir luz com comprimento de
onda único e definido. De forma simplista, fótons de cor pura.

Para a produção de um laser, são necessárias algumas condições especiais.


Primeiramente necessita-se de um “Meio Ativo”, composto por substâncias (gasosas, líquidas,
sólidas, ou ainda por suas associações), que geram luz quando excitadas por uma fonte de
energia externa. Esse processo de excitação é denominado de Bombeamento e sua função é
transformar o meio ativo em meio amplificador de radiação, já que o bombeamento promove
no meio ativo, o fenômeno denominado Inversão de População, ou seja, os elétrons da
camada de valência do meio absorvem a energia bombeada e saltam para um nível atômico
mais externo. Esse segundo nível está mais distante da influência do núcleo, portanto a
energia dele é maior. Quando o primeiro elétron decai, retorna ao primeiro nível com menor
energia, liberando um “pacotinho” de energia altamente concentrado que se chama fóton, esse
fóton acaba por excitar o decaimento nos demais átomos, que já estavam no estado excitado.
Isso gera um processo em cascata e com crescimento em progressão geométrica que resulta na
emissão estimulada de radiação (BAGNATO, 2001).
O meio ativo deve estar contido por uma Cavidade Ressonante. Nas extremidades
internas dela devem existir espelhos, sendo um totalmente refletor (ou refletivo) e outro
parcialmente refletor, isso assegurará que esse sistema composto por reação óptica e meio
ativo seja a sede de uma oscilação laser. Como a cavidade do laser é composta por espelhos
em suas extremidades, essa radiação é amplificada, ou seja, os fótons emitidos por
estimulação entram em fase (todos os fótons assumem uma mesma direção) e permitem que
ocorra um incremento a cada “viagem” completada dentro da cavidade.
Existem muitos tipos de laser, porém, o princípio básico para produzir um feixe de laser
é o mesmo para todos eles (figura 2.3).

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Para a identificação do laser precisamos conhecer sua fonte geradora (caracterizada pelo
meio ativo que vai gerar a luz laser) e sua intensidade (caracterizada pela potência do laser):
do mesmo modo que as lâmpadas residenciais são identificadas por sua potência,
normalmente expressa em Watts, também utilizamos esta unidade (ou fração dela), para
identificar a potência dos laseres (mW = miliWatt = 0,001 Watt).
A última característica relevante dos laseres é referente ao seu regime de
funcionamento, isto é, existem aqueles que quando acionados, permanecem ligados
continuamente até serem desligados (laseres contínuos). Existem outros tipos que funcionam
de forma pulsada ou chaveada (figura 2.4), ou seja, estão parte do tempo ligados e parte do
tempo desligados. Nesta categoria encontramos a maioria dos laseres de alta intensidade.

Figura 2.3. Diagrama de um laser.

8
Figura 2.4. Diferentes tipos de emissão de um diodo laser.

2.1.1.1. Laser de Semicondutor

Os laseres de semicondutor são os emissores de menores dimensões existentes e


podem ser produzidos em grande escala. Graças à sua eficiência e pequeno tamanho são
especialmente adequados para utilização em clinica médica-odontológica.
O meio ativo mais simples está constituído por um diodo (junção P-N) com elevada
concentração de impurezas (dopantes) doadoras na zona N e receptoras na zona P, e para o
qual o material base é o mesmo para ambas zonas (por exemplo, AlGa ou InP). Esse tipo de
arranjo é conhecido com o nome de homojunção. A configuração básica deste tipo de diodo
está indicado na figura 2.5.a.
Quando se aplica uma tensão elétrica V, polarizando diretamente essa união, é criada
uma estreita região em torno da mesma, onde se produz uma inversão de população. Esta
acontece quando existe uma maior probabilidade de que os elétrons estejam na banda de
condução, do que na banda de valência. A polarização direta produz uma corrente elétrica que
se traduz na passagem de elétrons à zona P e de lacunas à zona N. A radiação luminosa se
produz por uma recombinação de elétrons e lacunas na zona de junção.
O comprimento de onda da transição depende do salto energético entre a banda de
valência e a de condução. A energia potencial necessária para que um elétron salte da banda
de valência à banda de condução é igual à energia do fóton que se produz depois da sua
recombinação.
Normalmente os diodos laseres comerciais são do tipo de heterojunção (figura 2.5.b),
ou seja, formados pela união de dois materiais distintos (por exemplo AsGa e AsGaAl). Este

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tipo de estrutura apresenta certas vantagens em relação à homojunção, que são:
• Maior ganho óptico por unidade de volume.
• A radiação laser fica confinada na região onde se produz o ganho óptico,
produzindo-se um efeito de guia de onda por diferença de índices de refração.
Para se obter a ação laser, duas faces do elemento semicondutor são cortadas
paralelamente e polidas, sendo que nas outras duas é necessário que o acabamento seja
rugoso, a fim de evitar que se produza o fenômeno laser entre as mesmas. Freqüentemente as
duas superfícies polidas não são recobertas com revestimentos anti-reflexivos, já que o índice
de refração de um semicondutor é grande, e existe suficiente refletividade (cerca de 35 por
100) na superfície entre o semicondutor e o ar para produzir uma realimentação óptica
aceitável.
A região ativa por onde circula a energia laser tem seção retangular, com dimensões
típicas de 0,5 µm x 10 µm nos laseres de heterounião. O raio laser de saída tem sessão
elíptica, com divergências diferentes no plano paralelo à união e no perpendicular. Com
adequados sistemas ópticos, esta sessão pode ser convertida em circular, mais conveniente
para sua posterior focalização.
É interessante analisar os diagramas potência-intensidade para um diodo laser
convencional. Observam-se dois aspectos relevantes:
• A presença de uma corrente limite, abaixo da qual não se produz o fenômeno
laser.
• A forte correlação entre a resposta do diodo e a temperatura de trabalho.
Com a presente tecnologia de diodos laser, são habituais patamares de densidade de
corrente de ordem de 50 A/cm2 e as potências ópticas máximas estão próximas dos 2000 mW.
As aplicações dos diodos laser são muito variadas, mas se destacam sobretudo aquelas
no campo das comunicações por fibra óptica.
Outras aplicações de interesse são: reconhecimento dimensional, leitura de código de
barras, leitura de compact disk, impressoras de escritório, sistemas de ponteira, aplicações
médicas, entre outras.

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Figura 2.5.a. Configuração básica de um diodo laser.

Figura 2.5.b. Configuração básica de um diodo laser de heterojunção dupla.

11
2.1.2. Aspectos Históricos do Laser

A aplicação da luz como tratamento foto-terapêutico é bastante antigo. Em 1903, Finsen


recebeu o Prêmio Nobel pelo avanço no tratamento do Lupus Vulgar utilizando fonte de luz
ultravioleta. Por essa razão, alguns autores como AGGERBO em 1960 (apud RIGAU, 1996),
consideraram Finsen como pai da Foto-medicina moderna.
Einstein postulou as bases teóricas sobre a manipulação controlada de ondas de luz, e
publicou suas idéias em 1917. Esta teoria foi verificada por Landberg em 1928, mas somente
entre 1933 e 1934 Townes e Weber falaram pela primeira vez em amplificação de
microondas. Nessa mesma época houve um grande avanço no desenvolvimento de fibras
ópticas e material óptico de uma maneira geral. A teoria da amplificação da emissão
estimulada foi patenteada em 1951 por Fabrikant (um físico russo) e sua equipe, mas
permaneceram sem publicá-la até 1959 e por isso não pode influenciar os trabalhos que se
desenvolviam nos Estados Unidos.
O primeiro equipamento em que se usou emissão estimulada foi chamado de MASER
(outro acrônimo inglês formado a partir de Microwave Amplification by Stimulated Emission
of Radiation), construído por Townes em 1952. Weber propôs no mesmo ano a amplificação
do MASER, e essa teoria foi publicada por ele em 1953. Em 1954, Basov e Prokhorov
desenvolveram os emissores de microondas que acabaram sendo utilizados com finalidade
diagnóstica. Em 1956, Bloembergen propôs uma massa sólida aos MASER e em 1958
Schawlow e Townes publicaram princípios da amplificação de microondas por emissão
estimulada de radiação e foi então quando se falou pela primeira vez de luz monocromática e
coerente.
O primeiro laser da história foi construído em 1960, por um cientista americano,
Theodore Maiman, nos Estados Unidos (MAIMAN, 1960). Este primeiro laser foi
desenvolvido a partir de uma barra de rubi sintético, que produzia uma luz curta e de alta
densidade de energia, operando em 694,3 nm quando uma luz comum intensa incidia sobre a
mesma. Foi desenvolvido no Hugles Aircraft Research Laboratory em Malibu, e nessa data
apresentada à imprensa.
Em 1961 Gould obteve a patente de aplicação, feito que deu lugar a uma grande
confusão acerca de quem foi seu inventor. Ele publicou as indicações biomédicas da luz laser
de alta densidade de energia. A primeira aplicação foi realizada no campo da Oftalmologia e
também foi onde se observou a primeira complicação clínica: em 1962 Dulberger publicou

12
um trabalho sobre lesões retinais produzidas pela focalização da luz e com conseqüente perda
de visão.
Em 1961 foi fundado por Leon Goldman, na Universidade de Cincinnati, o primeiro
laboratório de laser para aplicações médicas (GOLDMAN, 1981), onde as primeiras
experiências em animais foram realizadas.
Em 1962 Patel desenvolveu o primeiro laser que posteriormente seria usado com
finalidade terapêutica, um hélio-neônio (He-Ne) com comprimento de onda de 632,8 nm
(PÖNTINEN, 1992).
Na antiga União Soviética, diferentes cientistas trabalhavam simultaneamente no
desenvolvimento do laser. Basov e Prokhorov fizeram grandes progressos nessa tecnologia e
junto com Townes ganharam o Premio Nobel de 1964.
Em 1966, as primeiras aplicações clínicas com laser operando em baixa potência foram
relatadas por Endre Mester de Budapeste, Hungria, que apresentou os primeiros relatos de casos
clínicos sobre “Bioestimulação com Laser” de úlceras crônicas de membros inferiores usando
laseres de rubi e de argônio, tendo publicado seus primeiros artigos em 1966 (MESTER, 1966).
Ele produziu um grande volume de trabalhos científicos, clínicos e experimentais, tendo o laser
de He-Ne como tema central.
Os laseres terapêuticos mais utilizados nas décadas de 70 e 80 foram os de He-Ne com
emissão na região do vermelho. Nesta região do espectro eletromagnético, a radiação laser
apresenta pequena penetração nos tecidos biológicos, o que limitava a sua utilização. Para a
aplicação desse tipo de laser em lesões mais profundas, era necessária uma fibra óptica para
guiar a radiação para o interior do corpo do paciente, limitando e contra-indicando muitas vezes
esse tipo de terapia, por ser uma técnica invasiva. Outra limitação dos laseres de He-Ne era sua
grande dimensão e também o fato de seu meio ativo estar contido por ampolas de vidro que
poderiam romper-se facilmente, além do gás hélio permear rapidamente a parede da ampola,
reduzindo drasticamente o tempo de vida destes aparelhos.
Em 1973, seguindo a mesma linha de Mester, Heinrich Plogg de Fort Coulombe,
Canadá, apresentou um trabalho sobre “O uso do laser em acupuntura sem agulhas”, para
atenuação de dores (BAXTER, 1994). A partir do final dessa década começaram a ser
desenvolvidos diodos laseres semicondutores, dando origem ao primeiro diodo operando na
região do infravermelho próximo (λ = 904 nm), constituído de um cristal de arseneto de gálio
(As-Ga). As vantagens dele sobre o He-Ne é que, além da menor dimensão, apresenta maior
penetração no tecido biológico. Outra vantagem é que este dispositivo pode operar de forma

13
contínua ou pulsada, enquanto que o He-Ne só opera em modo contínuo. O efeito da foto-
bioestimulação com laser pulsado foi tema de diferentes trabalhos, sendo que MORRONE et
al., em 1998, demonstraram que para aplicações in vivo a radiação contínua apresenta melhores
resultados que a radiação pulsada.
Em 1981, apareceu pela primeira vez o relato da aplicação clínica de um diodo laser de
As-Ga-Al, publicado por Glen Calderhead, do Japão, que comparava a atenuação de dor
promovida por um diodo laser e o laser de Nd:YAG (Cristal de ytrio, alumínio e granada
dopado com íons de neodímio), operando em 1064 nm (CALDERHEAD, 1981).
No mesmo ano se concedeu o Prêmio Nobel a Schawlow, Bloemberger e Siegmahn, por
seus estudos em espectroscopia aplicada a tecnologia laser (GOLDMAN, 1991).
A partir dos anos 90, diferentes dopantes foram introduzidos na tecnologia para
obtenção de diodos laser gerando uma larga faixa de comprimentos de onda. Com estes
dispositivos hoje se podem ter aparelhos pequenos, de fácil transporte e manuseio, com alta
durabilidade e baixa freqüência de manutenção além de baixo custo.

2.1.3. Aspectos Teóricos

2.1.3.1. Laseres Terapêuticos

Os laseres terapêuticos ou laseres de baixa intensidade são talvez os mais estudados


mundialmente e, com certeza, já fazem parte da rotina de uma grande quantidade de
consultórios em países como a Espanha, Russia e Japão. Uma das razões da popularidade
deste tipo de laser está relacionada ao baixo custo do equipamento além da objetividade e
simplicidade dos procedimentos clínicos terapêuticos a que se destina.
Os primeiros laseres terapêuticos estudados foram os laseres em que o meio ativo era
uma mistura gasosa de Hélio e Neônio (HeNe), com potência variando entre 5 e 30 mW, e
comprimento de onda de 632,8 nm, que está situado dentro da faixa visível do espectro de luz,
mais precisamente na região da cor vermelha.
Consistia de um reservatório (tubo) de vidro preenchido com o referido gás, que era
acionado por uma fonte de alimentação elétrica geradora de alta tensão. A condução da luz até
o ponto de aplicação se dava através de cabo de fibra óptica flexível, tipo feixe de fibras
(similar aos cabos utilizados nos fotopolimerizadores de primeira geração), o que conferia um
baixo rendimento óptico ao sistema, isto é, pouca luz chegava ao ponto de aplicação.

14
Aliado à característica de baixo rendimento óptico, existe ainda o fato de que este
comprimento de onda é altamente absorvido por tecido mole, o que compromete muito a
penetrabilidade da luz.
Estas limitações técnicas impuseram a necessidade de se buscar laseres de baixo custo,
com níveis de potência superiores e com comprimentos de onda que pudessem atravessar o
tecido mole, sem, contudo comprometer a integridade destes tecidos. Isso foi possível com o
surgimento dos laseres de diodo, que são dispositivos eletrônicos relativamente simples e de
baixo custo.
Os laseres de diodo mais utilizados em Fisioterapia têm como meio ativo o composto de
AsGaAl, com comprimento de onda variando entre 760 e 850 nm (o mais utilizado atualmente
é o de 830 nm), que está situado fora da faixa visível do espectro de luz, mais precisamente na
faixa do infravermelho próximo, com potência variando entre 20 e 400 mW.
Outro tipo de meio ativo utilizado é o composto de InGaAlP, que produz luz com
comprimento de onda variando entre 635 e 690 nm, que está situado dentro da faixa visível do
espectro de luz, mais precisamente na região da cor vermelha, com potência variando entre 1
e 50 mW. A luz gerada por este tipo de emissor tem as mesmas características descritas para o
emissor de gás He-Ne e, portanto, as mesmas limitações em termos de penetrabilidade.

2.1.3.2. Conceito de Irradiância e Fluência

Irradiância é o termo que os foto-biologistas usam como sinônimo para densidade de


potência (DP), que é definida como sendo a potência óptica útil do laser em Watts, dividida pela
área irradiada em cm2. É através do controle da irradiância que o cirurgião pode cortar,
vaporizar, coagular ou “soldar” o tecido, quando da utilização de laseres cirúrgicos. A
densidade de potência apropriada pode também gerar foto-ativação com o laser de baixa
intensidade de energia.
O outro fator sobre o qual o clínico tem controle é o tempo de exposição. Ao
multiplicar-se a irradiância pelo tempo de exposição (dado em segundos), pode-se obter a
fluência ou densidade de energia, ou ainda dose de energia (DE) em joules/cm2.
Para uma dada potência, a irradiância e fluência podem produzir efeitos sobre o tecido
biológico que são nitidamente diferenciados. Por exemplo, um laser com potência de saída de
10 W, irradiando uma área 10 cm2 (Φ = 3,5 cm), terá uma irradiância de 1 W/cm2. Se o tempo
de exposição for igual a 10 minutos, a fluência será de 600 J/cm2, o que pode ser considerado

15
como alta energia, causando inclusive dano no tecido alvo. Se o mesmo laser for focalizado
sobre uma área de 8 cm2, (Φ = 0,4 mm), a irradiância será aumentada em 8 vezes,
possivelmente gerando dano térmico ao tecido. Se neste segundo caso, o tempo de exposição
for reduzido a 1 milisegundo (0,001 seg.), então a fluência decresce drasticamente atingindo
valores da ordem de 8 J/cm2, valores tipicamente utilizados em terapia com laser de baixa
intensidade.
A fluência é um conceito fundamental na biomedicina. O jargão da medicina é a dose.
Em antibioticoterapia, por exemplo, para que se obtenha determinado efeito medicamentoso, a
dose terapêutica administrada é fundamental, ou seja, se é prescrita uma dose muito baixa de
determinado medicamento por quilograma peso do paciente, não se obtém o resultado esperado.
Se ao contrário, prescreve-se uma dose muito alta do mesmo medicamento, pode-se levar o
paciente a uma intoxicação, ou mesmo a um choque anafilático. Da mesma forma é feita a
prescrição em terapia com laser de baixa intensidade: doses muito baixas não causam efeitos
satisfatórios nos tecidos, enquanto que doses muito altas em tecido mole, podem levar a uma
inibição do processo cicatricial. A fluência equivaleria então a quantidade de energia necessária
para ativar um determinado número de moléculas suficientes para levar o tecido a reagir de
alguma maneira. Essa quantidade de energia vai estimular o tecido cada vez que o excitem com
laser.

2.1.3.3. Comprimento de Onda

O comprimento de onda é extremamente importante, pois é ele quem define a


profundidade de penetração no tecido alvo (BOURGELAISE, 1983; FULLER, 1983).
Diferentes comprimentos de onda apresentam diferentes coeficientes de absorção para um
mesmo tecido. Na figura 2.2., JACQUES (1995) resume os diferentes coeficientes de absorção
para diferentes tecidos em função do comprimento de onda. Como podemos observar, as
radiações emitidas na região do ultravioleta e na região do infravermelho médio apresentam alto
coeficiente de absorção pela pele, fazendo com que a radiação seja absorvida na superfície,
enquanto que na região no infravermelho próximo (820 nm e 840 nm) constata-se baixo
coeficiente de absorção, implicando em máxima penetração no tecido (KARU, 1985; 1987).
Os tecidos são heterogêneos do ponto de vista óptico e, portanto, absorvem e refletem
energia de maneira distinta. A importância da absorção acontecer de maneira diversificada
segundo o tecido no qual a energia do laser é depositada, está no fato de que segundo o
comprimento de onda, o tecido absorverá essa energia mais superficialmente ou deixará a luz

16
passar e ir agir em um alvo instalado na intimidade tecidual (geralmente a membrana celular).
A isso denominamos “seletividade” do laser. Uma vez absorvida a energia por parte de uma
célula, a energia se converterá em outro tipo de energia. Quando utilizamos os laseres
operando em alta intensidade de energia, na maioria das vezes, essa energia se converterá em
calor. Quando utilizamos os laseres operando em baixa intensidade de energia, os
comprimentos de onda baixos são capazes de excitar eletronicamente as moléculas, enquanto
que para os comprimentos de onda maiores haverá uma vibração celular através da excitação
da membrana celular.

Figura 2.6: Coeficientes de absorção para diferentes tecidos em função do comprimento de onda,
proposto por JACQUES em 1995.

2.1.3.4. Conceito de Foto-bioativação

O laser operando em baixa intensidade de energia foi considerado por MESTER, em


1969, um Bioestimulador, e por isso, por um determinado período de tempo, encontra-se na
literatura essa terminologia utilizada como sinônimo para designar esse tipo de laser, que
também era chamado de laser de bioestimulação. Ainda não se conhecia muito bem seu
mecanismo de ação nessa época, e o que se observava era que os terapeutas tinham excelentes

17
resultados no tratamento de feridas e úlceras abertas, estimulando seu processo de cicatrização.
Porém, com o passar do tempo, essa terapia começou a ser utilizada não só para estimular e
acelerar processos, mas também para detê-los. MESTER (1969) escolheu a terminologia
“Bioestimulação” porque ele basicamente utilizava essa terapia para acelerar o processo de
cicatrização em úlceras varicosas e de decúbito. Entretanto, essa terapia passou a ser utilizada
muitas vezes buscando-se efeitos antagônicos no tecido biológico: foi utilizada para remover
excessos de pigmento, mas também para restaurar a falta deles (SASAKI e OHSHIRO, 1989);
para tratar cicatrizes deprimidas, mas também cicatrizes hipertróficas (STRONG, 1997); para
aliviar a dor, mas também para fazer com que a sensibilidade voltasse a instalar-se em áreas de
parestesia ou paralisia (ROCHKIND et al., 1989); para controlar hipotensão, mas também para
tratar hipertensões (ASAGAI et al., 1998). A partir de estudos clínicos e laboratoriais pôde-se
concluir que essa terapia não somente acelerava determinados processos, mas também retardava
outros, ou simplesmente modulava outros tantos. Os autores começaram então a entender que
nesse tipo de terapia o laser desempenhava um papel de normalizador das funções celulares e
OSHIRO e CALDERHEAD em 1991, propuseram o nome de “Balanceador e Normalizador de
funções”.

2.1.3.5. Diferença da Ação entre a Luz Laser Visível e Infravermelha

A energia dos fótons de uma radiação laser absorvida por uma célula será transformada
em energia bioquímica e utilizada em sua cadeia respiratória. TINA KARU, em 1988,
descreveu um mecanismo de ação diferente para os laseres emitindo radiação no visível e no
infravermelho próximo (Fig. 2.1).
A luz laser visível induz uma reação foto-química, ou seja, há uma direta ativação da
indução de síntese de enzimas (BOLOGNANI et al., 1993; OSTUNI et al., 1994; BOLTON et
al., 1995), e essa luz tem como primeiro alvo os lisossomos e as mitocôndrias das células.
As organelas não absorvem luz infravermelha, apenas as membranas apresentam
resposta a este estímulo. As alterações no potencial de membrana causadas pela energia de
fótons no infravermelho próximo (PASSARELA et al., 1984) induzem efeitos foto-físico e foto-
elétrico, causando excitação de elétrons, vibração e rotação de moléculas ou rotação de partes
delas como um todo, que se traduzem intracelularmente com um incremento na síntese de ATP
(COLLS, 1986).
O mecanismo de interação do laser em nível molecular foi descrito primeiramente por
KARU (1988). Os incrementos de ATP mitocondrial (PASSARELA et al., 1984; POURREAU-

18
SCHNEIDER et al., 1989; FRIEDMANN et al., 1991) que se produzem após a irradiação com
laser, favorecem um grande número de reações que interferem no metabolismo celular (Fig.
2.1). Em estados patológicos, o laser interfere no processo de troca iônica, acelerando o
incremento de ATP (KARU et al., 1991a; YOUNG et al., 1990; LUBART, et al., 1992b;
LOEVSCHALL E ARENHOLT-BINDSLEV, 1994; LUBART et al., 1996; LUBART et al.,
1997).

Figura 2.7: Modelo de KARU modificado por SMITH. Ação foto-química do laser visível na
cadeia redox da mitocôndria. Ação foto-física do laser infravermelho na membrana celular.
Ambos desencadeiam respostas celulares, que geram uma cascata bioquímica de reações.

2.1.3.6. Atuação da Terapia com Laser de Baixa Intensidade

Os laseres utilizados nesse tipo de terapia estão situados na porção visível do espectro
das radiações eletromagnéticas, bem como no infravermelho próximo. Os comprimentos de
onda mais utilizados estão entre 600 e 1000 nm, estes comprimentos de onda são relativamente
pouco absorvidos e consequentemente apresentam uma boa transmissão na pele e nas mucosas
(RIGAU, 1996).

19
O significado biológico e clínico da coerência ainda não está bem definido. Alguns
autores como KARU em 1987, baseados em achados em cultura de células e de bactérias,
demonstraram que a coerência não é importante. Outros autores como YOUNG et al., 1990, da
equipe de MARY DYSON, trabalharam com cultura de células utilizando linhagem de
macrófagos e fibroblastos e demonstraram efeitos foto-bioestimulativos significativos
utilizando igualmente fontes de luz não-coerente. Também SVAASAND, em 1990, demonstrou
que a absorção de fótons advindos das radiações de laser de baixa intensidade por parte de um
sistema biológico, em condições de homeostase, são de natureza não-coerente. A coerência da
luz perde-se nos primeiros estratos da pele, devido ao fenômeno de dispersão da luz, antes que
se produza a absorção dos fótons por cromóforos como a melanina, hemoglobina, porfirinas,
citocromo oxidase, entre outros, e não é essencial in vivo, como demonstraram PARRISH,
1980; JORI, 1980; ANDERSON e PARRISH, 1982; MCKINLEY et al., 1988; HAZEKI e
TAMURA 1989; YOUNG et al., 1990; TERRIBILE et al., 1992 e LUBART et al., 1995. Dessa
forma conclui-se que os efeitos biológicos dos laseres de baixa intensidade dependem
principalmente de sua monocromaticidade (MESTER et al., 1978; BERKI et al., 1988; KARU
1987; KUBOTA et al. 1989; BIHARI e MESTER, 1989) e da fluência (SHIROTO et al., 1989;
LUBART et al., 1992a; AL-WATBAN e ZHANG, 1994; WEI YU et al., 1994; KARU, et al.,
1996), assim como da fase de crescimento celular em que as células receberam a irradiação
(KARU et al., 1995).
Os diodos laseres e o laser de He-Ne rotineiramente utilizados em aplicações clínicas
com finalidade bioestimulativa, e não inibitória, operam bem abaixo de 1 W, o miliwatt (mW =
0,001 W) é mais comumente utilizado para especificar a irradiância nesses sistemas. A
irradiância média situa-se entre 0,01 e 100 mW/cm2, enquanto que a fluência entre 0,1 e 10
J/cm2 (TRELLES et al., 1989a ; 1989b; MESTER e MESTER, 1989; ROCHKIND et al., 1989;
TERRIBILE et al., 1992; WEI YU et al., 1994; BOLTON et al., 1995; ALMEIDA-LOPES et
al., 2001).
Para os laseres com emissão intermitente (pulsados e chaveados), alguns autores
(DYSON et al., 1991; KARU et al., 1997) especificaram que diferentes freqüências produzem
diferentes efeitos biológicos. Em 1996, EL SAYED e DYSON apresentaram um estudo in vitro
sobre o efeito da média de pulso e pulso de duração sobre o número de mastócitos e sua
degranulação. Os autores observaram que o aumento do número de mastócitos não foi
dependente da freqüência de pulso, enquanto que sua degranulação foi.
Quando os experimentos são feitos in vitro, por exemplo em cultura de células cujos
cultivos apresentem-se em monocamadas, a luz laser incide e conserva sua polarização e

20
coerência. Ali sim, esses fatores podem ser determinantes nos resultados biológicos gerados.
A absorção de fótons por parte da célula, seja diretamente por captação pelos
crómoforos mitocondriais ou por ação em sua membrana celular, produz estimulação ou
inibição de atividades enzimáticas e de reações foto-químicas. Estas ações determinam
alterações foto-dinâmicas em cascatas de reações e em processos fisiológicos com conotações
terapêuticas (FUNK et al., 1992; LOEVSCHALL e ARENHOLT-BINDSLEV et al., 1994;
LUBART et al., 1997).

Esses processos podem manifestar-se clinicamente de três modos. Primeiramente vão


agir diretamente na célula, produzindo um efeito primário ou imediato, aumentando o
metabolismo celular (KARU et al., 1989; ROCHKIND, et al., 1989; BOLTON et al. 1995), ou,
por exemplo, aumentando a síntese de endorfinas e diminuindo a liberação de transmissores
nosciceptivos, como a bradicinina e a serotonina (ATAKA et al., 1989). Também terá ação na
estabilização da membrana celular (PALMGREN, 1992; IIJIMA et al., 1991). Clinicamente
observaremos uma ação estimulativa e analgésica dessa terapia. Haverá, além disso, um efeito
secundário ou indireto, aumentando o fluxo sangüíneo (SCHENK, 1985; KUBOTA e
OHSHIRO, 1989; MAEGAWA et al., 2000) e a drenagem linfática (LIEVENS, 1986; 1988;
1990; 1991; ALMEIDA-LOPES et al., 2002). Dessa forma, clinicamente observaremos uma
ação mediadora do laser na inflamação. Por fim, haverá a instalação de efeitos terapêuticos
gerais ou efeitos tardios, e clinicamente observaremos, por exemplo, a ativação do sistema
imunológico (MESTER et al., 1977; TRELLES, 1986; SKOBELKIN et al., 1991; VÉLEZ-
GONZÁLEZ et al., 1994; TUNÉR e HODE, 2010).

2.1.4. Aplicações Clínicas

Devido às suas características de aliviar a dor, estimular a reparação tecidual, reduzir


edema e hiperemia nos processos antiinflamatórios, prevenir infecções, além de agir em
parestesias e paralisias, o laser de baixa intensidade tem sido empregado freqüentemente em
múltiplas especialidades médicas e odontológicas.
Na clínica odontológica existe grande número de aplicações e o uso dessa terapia já se
faz rotineira para bioestimulação óssea, em casos de implantes e cirurgia oral menor; para
diminuir a dor e edema nos casos de pós-operatórios diversos, úlcera aftosa recorrente, herpes,
nevralgias e hipersensibilidades dentinárias; além de ativar a recuperação em quadros de
paralisias e parestesias (ALMEIDA-LOPES, 1997; 1998a).

21
Existe ainda sua indicação no tratamento de doenças sistêmicas com manifestação
bucal, como o Líquen-Plano e as Mucosites de modo geral, bem como as auto-imunes como o
Lupus Eritematoso e o Pênfigo Vulgar (ALMEIDA-LOPES, 2002; ALMEIDA-LOPES &
MASSINI, 2002). A manifestação bucal dessas doenças são lesões ulceradas, com exposição do
conjuntivo e, portanto, extremamente dolorosas. Essas doenças não têm cura e causam grande
desconforto ao paciente quando os mesmos estão em surto. Elas aparecem ciclicamente e, por
ocasião do surto, o paciente sente muita dor e desconforto: é necessária a utilização de
medicação analgésica potente para o paciente poder deglutir e alimentar-se. Além disso, essas
lesões comprometem esteticamente o paciente, daí a grande indicação do laser de baixa
intensidade para o tratamento durante sua cicatrização. Pelas mesmas razões, existe hoje uma
grande indicação para o tratamento de pacientes imunodeprimidos com Mucosites, causadas
pós-radioterapia ou pós-infusão medular. Seu uso está tão amplamente difundido que já
tratamos dessas lesões preventivamente (BENSADOUN et al., 1999), imediatamente antes da
infusão medular, para minimizar as reações adversas em mucosa, pós-infusão medular.
Em medicina utiliza-se essa terapia para melhorar a cicatrização no tratamento de
queimados e de pacientes que receberam algum tipo de enxerto ou retalho, ativando a
vascularização dessas regiões. Também é utilizada para o tratamento de dores agudas e crônicas
de diversos tipos (KERT e ROSE, 1989) e aquelas causadas por herpes genitais e em pós-
operatórios diversos em ginecologia, dermatologia e cirurgia plástica. Também é freqüente sua
utilização em medicina do esporte e em fisioterapia em pacientes que sofreram trauma
esportivo, devido ao seu emprego com sucesso em quadros de distensões, contraturas
musculares, lesões por esforços repetitivos (LER), artrites, artroses entre outros (TUNÉR e
HODE, 2010).

22
2.2. Acupuntura

2.2.1. Introdução à Medicina Tradicional Chinesa

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é uma ciência milenar, surgida na China há


aproximadamente 4500 anos.
A MTC não tem o conceito de Medicina que temos nós do mundo Ocidental, onde
consideramos a Medicina, como definida no HOUAISS, 2001: “Um conjunto de
conhecimentos relativos à manutenção da saúde, bem como à prevenção, tratamento e cura
das doenças, traumatismos e afecções, considerada por alguns uma técnica e, por outros, uma
ciência”. No mundo Oriental, a MTC é definida por um conceito bastante mais amplo, onde é
considerada como um conjunto de recursos terapêuticos, bem como um caminho de
tratamento, mas também de transformação para obter-se a cura de uma doença, passando pelo
desenvolvimento do autoconhecimento do paciente. Baseado nesse conceito mais amplo
entende-se ainda a MTC como uma opção de vida.
A MTC está baseada em princípios filosóficos, na observação dos fenômenos da
natureza e sua influencia energética no ser humano e em suas relações internas e externas, na
astrologia chinesa, na compreensão do princípio único (Tao) e sua dualidade energética (Yin e
Yang).
Segundo CIRILLO, 2010, o objetivo das práticas terapêuticas baseadas na MTC, é
compreender os fatores que propiciaram ao indivíduo o seu desequilíbrio energético e tentar
estabelecer a fluidez energética obtendo o equilíbrio. Para tanto, o seu diagnóstico (cujo
conceito mais coreto seria: avaliação energética) procura estabelecer relações entre o
comportamento do paciente, seus sentimentos e sua alimentação, analisando para tanto seus
odores, transpiração, pulso, língua, condições da natureza a que este paciente esteve exposto,
entre outras coisas, para então determinar-se qual será o princípio de tratamento a ser
realizado naquele paciente de maneira individualizada e complexa. Este tratamento energético
pode ser obtido através de diversas práticas terapêuticas orientais, a saber:

23
2.2.2. Práticas Terapêuticas orientais utilizadas em MTC

2.2.2.1. Acupuntura: técnica de inserir agulhas finíssimas em pontos específicos dos


meridianos com o objetivo de restabelecer o fluxo natural de energia (denominada tchi). A
acupuntura pode ser dividida em sistêmica (aquela que utiliza agulhas no corpo inteiro),
auriculopuntura (utiliza apenas o pavilhão auricular como área terapêutica utilizando para
tanto a colocação de agulhas, sementes, esferas ou magnetos), Koryo Sooji Chim (consiste na
inserção de agulhas nas mãos), Colorpuntura (utilizam as cores como prática terapêutica)
entre outras técnicas.

2.2.2.2. Moxibustão: técnica pela qual a moxa (Artemisia vulgaris), com ou sem
ervas, é submetida á combustão, acima ou sobre a pele, mais frequentemente sobre os
acupontos (JIRUI e WANG, 2008), ativando o fluxo de tchi. Também é muito utilizada para
expulsar o frio dos canais.

2.2.2.3. Ventosa: técnica que se utiliza de copos que produzem vácuo sobre uma
determinada região através de uma pressão negativa, promovendo assim a superficialização
sanguinea, com isto a estagnação do sangue é desfeita. Muitas vezes também é utilizada para
promover a sangria da região.

2.2.2.4. Massagem: através de toques, pressões e deslizamentos tem como objetivo


ativar o fluxo energético. Há diversos tipos de massagem (shiatsu, tui-ná, an-ma, seitai, jão
tche do, entre outras).

2.2.2.5. Fitoterapia: através da utilização de plantas específicas, propicia a ativação,


eliminação e o fortalecimento do tchi.

2.2.2.6. Tchi Kun: técnica que se utiliza de exercícios, posturas e meditações


baseados na respiração do paciente. Tem como objetivo desenvolver a consciência e o
aprimoramento do tchi.

24
2.2.2.7. Feng Shui: estudo das moradias tem como objetivo harmonizar o local onde
trabalhamos ou moramos. Esta prática pode ser utilizada para escolher o local onde se vai
adquirir u imóvel, onde se vai construí-lo, ou até mesmo para se definir o tipo de construção.

2.2.2.8. I Ching: técnica cabalística que tende, através da sabedoria dos hexagramas e
sua interpretação, mostrar as opções do caminho a seguir.

2.2.2.9. Astrologia Chinesa: analisando as influências das energias do momento do


nascimento (hora, dia, mês e ano) do paciente, tenta ajudar na compreensão da sua
personalidade e tendências comportamentais e patológicas.

2.2.2. Aspectos Históricos da MTC

Em 1970, na China, arqueologistas descobriram uma tumba antiga da Dinastia Han


(206-220 a.C.) na região de Ma Dui, província Hunan (CIRILLO, 2010). Dentro da tumba,
foi descoberto um tratado médico escrito durante o período da "Guerra entre os Estados"(403-
221 a.C.). O nome deste tratado é "Fórmulas para o tratamento de cinqüenta e duas doenças".
Outro tratado fundamental da MTC foi escrito por Zhang Zhong-jing (150-219) o Shang Han
Lun (Tratado do Frio Nocivo).

O mais antigo livro de medicina que ainda hoje se mantém em uso é o "HUANG DI
NEI JING" (Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo), tendo sido encontrado um
exemplar, em escavações arqueológicas, datado de cerca de 500 a.C. Atribui-se sua autoria a
HUANG DI (Imperador Amarelo), que em realidade é o título e não o nome pelo qual ele era
chamado.

HUANG DI foi um dos três imperadores míticos da China. Os outros dois foram FU SHI, a
quem se atribui a criação das trigramas - a primeira escrita chinesa - e o "YI JING" (ou "I
Ching", como é mais conhecido), e SHEN NONG, a quem se atribui o ensino da agricultura.
São míticos porque não há registros históricos de sua passagem, apenas a tradição oral.
HUANG DI teria sido o unificador da China e reinado de 2690 a 2590 A.C,
aproximadamente.

25
O "HUANG DI NEI JING" é dividido em dois volumes: "SOU WEN" e "LING SHU".
O primeiro é referido como sendo o “Livro das Patologias” e o segundo como o “Livro da
Acupuntura”. Portanto, podemos assegurar uma história escrita de pelo menos 2.500 anos à
MTC. Se considerarmos verdadeira sua autoria, poderíamos ampliar isso para 4.500 anos.
Hipócrates, conhecido por ser o “Pai da Medicina” (Ocidental), viveu por volta de 500 A.C., o
que justifica dizer que o livro que trata de MTC seria a mais antiga obra de medicina (mesmo
que Oriental. O mais incrível é que ainda está em uso hoje, pois toda a literatura a respeito faz
referência ao "NEI JING".

As escavações arqueológicas revelaram também a utilização de antigas agulhas de


pedra, chamadas bian, depois substituídas por outras de bambu e espinhas de peixe.
Atualmente são utilizadas agulhas metálicas, descartáveis.

Não se sabe seguramente como foram descobertos os canais de energia (tchi) e os


pontos pelos quais estes poderiam ser estimulados. Acredita-se que grandes mestres de Tchi
Kun visualizaram estes canais, assim como esses pontos, da mesma forma que descobriram as
propriedades energéticas das plantas.

No início, a MTC chegou ao Ocidente através de comerciantes viajantes e


posteriormente pela imigração chinesa. Entretanto, o grande crescimento da MTC no Ocidente
se deu ao fato das imigrações orientais para o Ocidente e através de um diplomata francês
conhecido por Soulie de Mornat, que se encantou com a prática da acupuntura e tornou-se um
estudioso sobre a mesma. Quando voltou à França, tornou-se um entusiasta divulgador desta
prática.

No Brasil, a MTC foi trazida principalmente pela imigração japonesa que aqui
introduziu o Shiatsu e a Acupuntura, há cerca de cem anos. A fitoterapia chinesa e o tchi kun
foram introduzidos posteriormente, pela imigração chinesa. Mas estas técnicas só começaram
a ser amplamente divulgadas após a criação do Instituto Brasileiro de Chi Kung.

2.2.3. Fundamentos Básicos da MTC

Os fundamentos da MTC dependem da compreensão da filosofia taoísta, do conceito


de energia e do estudo das relações entre o homem - o céu - e a terra.

26
2.2.3.1. Filosofia Taoísta

Tao é tudo o que existe e ao mesmo tempo nada. É o princípio da unicidade. A palavra
Tao pode ser traduzida de diversas formas. Literalmente, significa: falar, dizer ou conduzir.
Poderia ser traduzida como "orientação da mente" ou "o caminho para a mente espiritual". Ou
como alguns autores preferem: "o caminho para a imortalidade". Segundo Lao-Tsé: "O Tao
que pode ser definido, não é o Tao Eterno".

O Taoísmo se utiliza do conhecimento das ciências mítica, cosmologia, tchi kun,


meditação, poesia e filosofia, para que o indivíduo, através do auto-conhecimento, se torne
único com o universo. Foi um modo de vida quase desaparecido no mundo, criticado como
superstição pitoresca e sem valor, tornou-se incerto depois do domínio comunista, e hoje raras
pessoas mantêm-se nesse caminho. O Taoísmo sofreu influências do conhecimento do "Livro
das Mutações" - I Ching.

O Tao é o incognoscível, vasto, eterno. Como vazio indiferenciado, puro espírito, é a


mãe do cosmos; como não vazio, é o receptáculo, o amparo e, num certo sentido, o ser dos
objetos inumeráveis, que permeia a todos. Como o alvo da existência, é o Caminho do Céu, da
Terra, do Homem. Segundo ensinou Lao-Tsé, é melhor confiar as coisas ao Tao, sem intervir
em seu curso natural, pois: "coisa mais fraca no céu e na terra, supera a mais forte, vem de
lugar nenhum e penetra onde não há nenhuma fenda. Sei assim o valor da inatividade. Raros
são os que reconhecem o mérito do ensino sem palavras e sem atos".

Lao-Tsé ensina que o Tao (Caminho) não passa de um termo aceitável para que fora
melhor chamado "o Inominado".

Dizer que ele existe equivale a dizer que não existe, apesar do vazio ser a sua
verdadeira natureza. Dizer que não existe é excluir a plenitude permeada por ele. As palavras
limitam, e o Tao não tem limites. É T’ai Hsu (o Grande Vazio), isento de características, auto-
existente, indiferenciado vasto, mas presente todo inteiro numa semente. É também T’ai Chi
(a Causa Final, a Mola Mestra do Cosmos). E ainda T’ai I (o Grande Modificador), suas
mutações não conhecem termo. Apreendido pela visão limitada do homem, é também T’ien (o
Céu), fonte do governo e ordem. É a Mãe do Céu e da Terra, e nada existiria sem seu
alimento.

27
Essa concepção do Tao torna-o muito maior que Deus, de maneira que os deístas
asseguram estar o criador para sempre separado de suas criaturas. O cristão, embora aspire
viver diante da face de Deus, jamais sonharia em ser um Deus! Assim, Deus é menos que
infinito e exclui aquilo que não é Deus. Para o Taoísta nada está separado do Tao.

2.2.3.2. Elementos do Taoísmo

YIN E YANG

É a conceituação e o estudo da dualidade energética.

MUDANÇAS CÍCLICAS

Conceito básico do Taoísmo e da MTC que é a transformação.

WU HSING (as cinco atividades ou elementos)

É a teoria dos cinco elementos (ou movimentos).

VEIAS DE DRAGÃO

São linhas invisíveis, que fazem a união do Yang puro, e do Yin puro, correndo do céu
para as montanhas e destas para a terra, sua função é similar a dos canais energia do corpo
humano que tanta importância tem para a acupuntura e o tchi kun.

Os taoístas observaram que em certos lugares existem essas veias de dragão, por onde
flui Yang tchi (vitalidade Cósmica) que vai ao encontro de Yin tchi (vitalidade da Terra). Tais
veias podem ser observadas por indivíduos treinados na ciência do Yin e Yang. Da noção das
veias de dragão originou-se a ciência do Feng Shui (vento e água). A localização de novas
moradas, assim como o local das sepulturas, são escolhidos de acordo com essa ciência, para
se tirar o máximo proveito do fluxo de vitalidade cósmica e assegurar o correto equilíbrio do
Yin eYang.

OS TRÊS TESOUROS

Há três substâncias ou energias de imensa importância no taoísmo conhecidas como os


três tesouros: Jing (essência), Tchi (energia) e Shen (espírito).

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WU WEI

Significa literalmente: “não ação”. Explicando melhor, não agir em determinadas


circunstâncias, deixar a natureza fazê-la por si mesma.

Um taoísta dedicado é alguém que procura viver o mais possível de acordo com a
Natureza: contemplação de seus caminhos, reconhecimento de sua adequação e consciência de
que tudo nela é bom porque é essencial ao Único.

SERENIDADE

Está inscrita na entrada de todos os mosteiros, escavada nas rochas, pintada nas
paredes, e é proferida por todos os mestres e incluída em qualquer livro direta ou
indiretamente, ligado ao cultivo do Caminho. Ë o estado mais importante para ser um Taoísta.

2.2.3.3. Conceituação de energia

Nada poderia existir sem ela. A própria ciência Ocidental se baseia em diversos
conceitos de energia, e para isso utiliza-se de nomes como: energia solar, térmica, eólica,
sonora, luminosa, ATP, ADP de combustão e etc. Dentro das práticas Orientais, sejam elas
filosóficas, marciais ou terapêuticas, utilizamos a palavra tchi (que pode ser escrito chi, ki, qi)
para expressar energia. O tchi é invisível, mas todos sabem que ela existe e está presente. Sua
parte material é o sangue (xue). O tchi transforma-se o tempo todo, portanto ele é mutável.
Newton já dizia em seus tratados científicos: "Nada se perde, nada se ganha, tudo se
transforma". Esta frase também pode ser aplicada à MTC. O tchi está em constante mutação
da energia do céu (Yang) para energia da terra (Yin). São estas transformações que fazem as
estações mudarem, o ser humano crescer, existir o calor e o frio, o dia e a noite, o homem e a
mulher, a ação e a não ação, entre outras transformações.

Nos seres vivos estas energias fluem por canais (meridianos), é como se a água de um
rio fosse o tchi e o rio os meridianos. Nos seres vivos o tchi recebe diversas denominações de
acordo com suas funções: Yuan Qi - Tchi original; Jing – essência; Jing Qi Inato - energia
herdada de nossos pais; Jing Qi Adquirido - este é adquirido através da alimentação e da
respiração; Gu Qi - tchi dos alimentos; Kong Qi - origina-se no ar que respiramos através dos

29
pulmões (Fei), Zhong Qi - o Baço envia o Gu Qi aos pulmões, que reage com Kong Qi
absorvido e forma o Zhong Qi; Zhen Qi - o tchi verdadeiro.

2.2.3.4. Teoria da Bipolaridade Energética

O princípio da bipolaridade energética é fundamento principal da MTC, as idéias em


que assentam foram desenvolvidas levando em consideração o princípio de que para que algo
exista, tem que se ter energia. Mas observando-se a natureza percebeu-se que agrupam-se em
pares opostos mutuamente dependentes, a estes pares deu-se nome de Yin e Yang. São as
forças fundamentais do universe (figura.2.8).

Figura 2.8. Formação da Teoria Yin e Yang.

Inicialmente o Yin e Yang eram utilizados como princípio da filosofia chinesa. Da


escola que deu origem à Medicina Natural. O seu estudo estava associado principalmente ao
"Livro das Mutações - I Ching", que na antiguidade era usado como oráculo. Inicialmente o
Yang indicaria o “sim”, representado por uma linha simples (____) e o Yin indicaria o “não”,
representado por uma linha partida (__ __). Entretanto percebeu-se muito cedo a interatividade
e relatividade do Yin e Yang, e a diferenciação de um ciclo bioenergético de ascensão e
dissensão do Yin e Yang formando pares combinados de Yin e Yang.

2.2.3.5. Teoria dos Cinco Elementos

Esta teoria é uma tentativa de classificar os fenômenos da natureza, espécies vivas, da


fisiologia, patologia e anatomia do corpo humano. É a compreensão e estudo da interação
destas energias, classificadas em cinco elementos: Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água.

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Através desta teoria, podemos compreender as influências da força da natureza na vida do
homem, no meio ambiente e no relacionamento do homem para com ele mesmo. Esta teoria
determinou um ciclo (figura 2.9). Podem-se observar algumas classificações envolvendo essas
cinco energias na tabela 2.1:

Figura 2.9. Teoria ilustrativa dos Cinco Elementos.

Tabela 2.1. Classificações envolvendo as cinco energias ou cinco elementos.

Madeira Fogo Terra Metal Água

Órgão Fígado Coração Baço Pulmão Rim

Víscera Vesícula Biliar Intestino Estômago Intestino Bexiga


Delgado Grosso
Órgão dos Olhos Língua Boca Nariz Ouvido
Cinco Sentidos
Tecidos Tendão Vasos Músculo Pele e Ossos
Cabelos
Emoção Agressividade Prazer Pensamento Desgosto Medo
Orientação Leste Sul Centro Oeste Norte
Cor Verde Vermelho Amarelo Branco Preto
Sabor Azedo Amargo Doce Picante Salgado
Natureza Vento Calor Umidade Secura Frio

Estação do Ano Primavera Verão 5 Estação/Chuvas Outono Inverno

Crescimento e
Germinação Crescimento Transformação Colheita Armazenagem
Desenvolvimento

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2.2.3.5. Teoria dos Meridianos

A teoria dos Meridianos pressupõe que no organismo existem canais e colaterais que
distribuem o tchi pelas diversas camadas e pelos Zang/Fu. O termo correto para os canais e
colaterais de acordo com a MTC é Jing Luo.

O sistema de canais e colaterais é composto de 12 canais regulares (jing mai), oito canais
extras (qing jing mai) e 15 meridianos colaterais (luo mai). Subordinado aos 12 canais
regulare, estão 12 canais divergentes (jing bie), os 12 meridianos tendineo-musculares (jing
jin) e os 12 meridianos das zonas cutâneas (Pi bu).

PONTOS DE ESTÍMULO

São regiões por onde se podem harmonizar os meridianos. Estes pontos têm características
próprias e ações fisiológicas características.

2.2.3.6. Pontos dos Cinco Elementos

Os pontos dos cinco elementos são pontos de abertura que correspondem aos elementos,
facilitando a interação energética do elemento com ele mesmo e com os outros. Portanto, são
cinco que situam-se entre os cotovelos e as mãos e entre os joelhos e os pés.

• Pontos Ting (Nascente) – estão situados nas extremidades dos dedos, correspondem ao
elemento madeira para os Zang Yin e ao elemento metal para os Fu Yang.

• Pontos Iong (Poço) – estão situados nas articulações próximas as falanges.


Correspondem ao elemento fogo para os Zang Yin e ao elemento água para as Fu
Yang.

• Pontos Iu (Córrego) – estão situados nas articulações metacarpianas e metatarsianas.


Correspondem ao elemento terra para os Zang Yin e ao elemento madeira para os Fu
Yang.

• Pontos King (Rio) – estão situados próximos as articulações do punho e tornozelo.


Correspondem ao elemento metal para os Zang Yin e ao elemento fogo para os Fu
Yang.

32
• Ponto Ho (Lago) – estão situados próximos as articulações dos cotovelos e joelhos
Correspondem ao elemento água para os Zang Yin e ao elemento terra para os Fu
Yang.

2.2.4. Acupuntura

A Acupuntura é um ramo da Medicina Tradicional Chinesa e visa restabelecer a


circulação de energia dos meridianos, dos órgãos e das vísceras e com isso levar a harmonia
de energia e de matéria para todo o corpo.
Atualmente a Acupuntura é considerada “Um método de tratamento complementar” de
acordo com a nova terminologia da Organização Mundial da Saúde - OMS.
“Consiste na introdução de agulhas finíssimas, em pontos definidos do corpo,
chamados de “Pontos de Acupuntura” ou “Acupontos”, para a obtenção de um efeito
terapêutico objetivando o desbloqueio e a circulação de tchi, promovendo a harmonização e o
fortalecimento dos órgãos, vísceras, e do corpo como um todo. O nome “Acupuntura” foi
atribuído por um jesuíta que, retornando da China no século XVII, adaptou os termos chineses
“Zhen” e “Jiu”, juntando as palavras latinas “Acum” e “Punctum”.
O termo Acupuntura deriva do latim, acum (significa agulha) e punctum (significa
picada ou punção) e por isso, as grafias consideradas corretas para design-a-la são:
Acupuntura ou Acupunctura.

Figura 2.9. Alguns pontos de acupuntura.

33
No entanto, a tradução literal do termo chinês é bem diferente: o correto seria:
“ZHEN” = agulha e “JIU” = moxa, ou seja, longo tempo de aplicação do fogo. A tradução
causa a impressão de que o terapeuta só trabalha com agulhas. O pontos e meridianos também
podem ser estimulados por outros tipos de técnicas.

2.2.4.1. Tipos de estímulos utilizados

Na verdade, os pontos de Acupuntura podem ser estimulados por:

• Agulhas = embora a Acupuntura tenha uma longa história, houve uma


evolução no concernente ao “instrumental” utilizado para estimular os pontos
de acupuntura. A literatura relata que, inicialmente, os estímulos eram feitos
com “instrumentos pontiagudos” (considerados agulhas) feitos de pedra,
depois de metal, mas existem relatos de acupuntura feita com espinhas de
peixe. Mais recentemente, alguns profissionais começaram a utilizar a
aplicação de correntes elétricas bem tênues, acopladas à agulhas metálicas
inseridas, ao que se chama: eletro-acupuntura.

• Dedos = utilizando a técnica denominada acupressão. Pode-se utilizar o dedo


diretamente sobre um acuponto ou a mão em uma zona afetada.

• Estiper = oriundo do inglês, Stiper (Stimulation and Permanency, cuja tradução


seria: estimulação permanente). São pastilhas macias produzidas com silício
cristalizado (SiO2) e aglutinadas com celulose vegetal.

• Ventosa = Esta forma de terapia é utilizada desde tempos remotos em quase


todas as civilizacões, como a européia, oriental, africana e indígena.Os indios
usavam chifres e faziam a vácuo sugando o ar, os orientais costumavam
empregar o bambu, e a Europa desenvolveu a ventosa como conhecemos hoje,
empregando o vidro. Os copos redondos de vidro são aquecidos internamente
com fogo, que cria um vácuo em seu interior, gerando uma força de sucção.
Os copos são aplicados imediatamente após o aquecimento em áreas
especificas da pele que necessitam de tratamento, principalmente nas costas.

34
• Moxa = bastão de artemísia em brasa, que é aproximado da pele para aquecer
o ponto de acupuntura.

• Há também, o método de estimulação por laser, que é o escopo de nosso


trabalho.

35
2.3. Laserpuntura

2.3.1. Introdução

Na literatura compulsada, encontramos como nomina utilizada para designar a


“Acupuntura utilizando como instrumento de estimulação a aplicação de laser de baixa
intensidade diretamente sobre os acupontos como definição formal de Laser Acupuntura
como sendo: a estimulação dos pontos da acupuntura tradicional utilizando laser de baixa
intensidade, ou seja, irradiação laser do tipo não-térmica (WHITTAKER, 2004).

2.3.2. Estudos in vivo – Em animais

A Acupuntura Tradicional é tema de vários trabalhos científicos em vários tipos de


modelos de estudo envolvendo ratos, coelhos ou camundongos. Além disso, na China,
tradicionalmente os veterinários fazem uso desta terapia para tratar animais domésticos
(CHAN et al., 2001).
A localização dos acupontos em animais tem sido baseada no empirismo, a partir da
transposição dos pontos dos meridianos dos humanos, levando-se em consideração a anatomia
peculiar de cada um deles (PANZER, 1993); entretanto esta transposição é aberta a grandes
variações, devido a obvia diferença anatômica entre as espécies
A Laserpuntura é uma técnica recente e sua ênfase clínica provavelmente explica
porque há, comparativamente, menor número de estudos em modelos animais que não em
humanos. Além disso, estes estudos focam principalmente a analgesia.
LUNDEBERG e ZHOU, em 1991, irradiaram receptores de sensores de estiramento
de lagostins isolados, durante 20 min. Com dois comprimentos de onda distintos: um
vermelho (HeNe, 632,8 nm, 1,56 mW) e outro grupo com um laser de diodo infra-vermelho
(904 nm, 0,07 mW, 73 Hz). A ausência de resultados no potencial de ação os fez concluir no
trabalho que a laserpuntura não tem ação direta no tecido nervoso e que a laserpuntura teria
um efeito placebo sobre o alívio de dor.
O mesmo grupo (LUNDEBERG et al.), em 1987, estudaram a laserpuntura no alivio
de dor utilizando como modelo animais intactos. Ratos tiveram suas caudas submersas em
água à 490C e foi medido o tempo que o animal levava para retirar a calda dali (reflexo de
tail-flick). Os testes foram feitos antes e depois da laserpuntura (com os mesmos parâmetros

36
relatados no experimento anterior) aplicadas em ambos os lados da base da cauda (os autores
consideravam que esse local corresponderia ao ponto VG 1), durante 1 min. Outros dois
grupos eram testados: um com eletroacupuntura (utilizando agulhas estimuladas por uma
corrente elétrica) e outro controle, com aplicação de injeção de morfina. A laserpuntura não
aumentou o tempo para o reflexo de tail-flick, embora os outros dois grupos apresentaram
resultado positivo.
Acreditamos que a dose de laser utilizada, assim como sua irradiância em ambos os
trabalhos tenham sido insuficientes, uma vez que, embora os parâmetros dos laseres utilizados
estivessem incompletos e não tenhamos podido analisar seguramente a dose depositada, nos
pareceu que foi insuficiente. Também sabemos que o laser vermelho, continuo e de baixa
irradiância, que são características do laser de HeNe não é o mais indicado para alívio de dor.
Já outros autores (KILDE e MARTIN), em 1989, em um experimento desenhado com
um equipamento de potência similar, trabalharam em modelo de estudo animal em cavalos,
para tratamento de alívio de dor crônica no dorso do animal, aplicaram tratamentos com
duração de 2 min., semanalmente, durante 11 semanas, em acupontos de modelo animal
eqüino, com os seguintes parâmetros de laser: 904 nm, 0,3 mW, 360 Hz). Foram utilizados 14
animais, e de todos os animais tratados, 11 tiveram alívio. Este resultado foi similar ao
segundo grupo, onde os animais foram tratados com acupuntura tradicional com agulhas e
também ao grupo controle, onde utilizaram injeção salina sobre os acupontos.
Acreditamos que os poucos estudos em animais que estão relatados na literatura são
contraditórios, pouco confiáveis de difícil reprodutibilidade, uma vez os modelos de estudos
não reproduzem a realidade clínica de humanos.

2.3.3. Estudos in vivo – Em Humanos

Devemos tomar muito cuidado ao atribuir o fracasso, ou o sucesso, a uma técnica


quando da transposição de seus resultados reproduzirem in vitro para in vivo. Na literatura
compulsada, pudemos observar que as bibliografias são absolutamente discrepantes sobre
o assunto. Ao fazer uma meta-análise, primeiramente devemos observar o modelo de
estudo, para o caso de humanos, a patologia a estudar e o grupo de estudo eleito, são
variantes de primeira ordem, assim como os parâmetros do laser utilizado. Para melhor
análise dos trabalhos escolhidos, tentamos dividir os estudos em dois blocos:

37
2.3.3.1. Tratamento para alívio da dor

Nos estudos envolvendo laserpuntura, a maioria dos trabalhos tem enfocado as


desordens musculoesqueléticas dolorosas como modelo de estudo. A evolução subseqüente
destes estudos e também do laser de baixa intensidade (com ação terapêutica) em
freqüentemente sido alvo de estudos de meta-análise (GAM et al., 1993; WHITE e ERNEST,
1999; GERRITSEN et al., 2002). Embora seja louvável a premissa da “Medicina baseada em
evidências”, há sempre o risco de haver enganos ao não considerar-se certos pontos de análise
em um trabalho científico. Por exemplo, em uma meta-análise para avaliação de desordens
musculoesqueléticas, critérios como: randomização, estudo duplo cego para paciente e
operador e análise estatística apropriado devem ser considerados, uma vez que são variáveis
de primeira ordem (BECKERMAN et al., 1992). Entretanto, o mesmo tipo de critério deveria
ser observado para avaliarem-se os parâmetros do laser empregado no estudo, uma vez que
comprimento de onda, fluência, dose e irradiância, também são considerados fatores de
primeira ordem (ALMEIDA-LOPES, 2003).
Como exemplo, podemos citar um trabalho onde WAYLONIS et al., em 1988,
concluem que não houve beneficio algum em pacientes tratados com laserpuntura no alívio da
dor crônica, entretanto, no artigo não há sequer a citação da energia ou dose utilizada. Teriam
utilizado uma dose insuficiente? Em laser, assim como em terapêutica medicamentosa, não se
pode conseguir efeito se não há dose suficiente da terapêutica empregada.
Paradoxalmente, em um dos estudos mais conceituados e, portanto considerado
superior, a ineficiência da laserpuntura no tratamento da epicondilite humeral lateral foi
reportada, entretanto, HAKER e LUNDEBERG, em 1990, sequer relataram o comprimento
de onda ou parâmetros do laser utilizado.
Também em um trabalho apresentado por CECCHERELLI et al., 1989, esse tipo de
omissão de parâmetros laser caracterizados como variáveis de primeira ordem foram
omitidos. Pacientes portadores do dor miofacial foram tratados com laserpuntura e o resultado
para o grupo tratado foi de extremo êxito. Como avaliar se o resultado foi conclusivo se não
conhecemos nenhum detalhe do tratamento?
Outro ponto de discussão importante é o fato de que sequer se conhecem bem os
parâmetros indicados para o tratamento adequado de acupuntura. Há evidentemente, alguns
trabalhos que por terem obtido êxito, têm seus parâmetros reproduzidos em outros trabalhos.
Entretanto, nestes casos, não podemos desconsiderar o tipo de modelo de estudo, que também
é uma variável de primeira ordem. Talvez seja o que tenha acontecido nos trabalhos de

38
LUNDERBERG et al., em 1987, e no de KRECZI e KLINGLER, em 1986. No primeiro
trabalho, os autores usaram um laser de 632,8 nm, de 0,07 mW e um de 904 nm, de 0,07 mW,
trabalharam em modelo de tail-flick em calda de rato, obtendo sucesso nos grupos tratados
com laserpuntura, mas usando os mesmos parâmetros em pacientes portadores de ombro de
tenista, os resultados foram negativos. Será que a dose ideal para tratamento em ratos, seria
baixa ou insuficiente para o tratamento de humanos (adultos esportistas). Isto é um ponto
importante a ser discutido, uma vez que em farmacologia, temos a questão dos resultados
esperados com determinada droga serem dependentes da dualidade: peso do paciente e
quantidade da droga. Outro estudo de 1986, usando um laser de He-Ne de 2 mW relatou êxito
no tratamento de alívio de dor espinal tratando acupontos localizados nas costas, onde a pele é
grossa e a transmissão da luz laser é limitada (KRECZI e KLINGLER).
Estes estudos demonstram que “a qualidade das evidências não deve ser medida pelo
método pelo qual o resultado foi obtido, mas sim pela sua força ou fraqueza (BLACK, 1998).
Assim, muitos estudos na literatura, assim como estes, embora tenham sido bem desenhados
em outros aspectos, são inconclusivos e não podem ser considerados relevantes, uma vez que
no concernente aos parâmetros laser são bastante contestáveis, já que justamente estes
parâmetros são variáveis de primeira ordem e, portanto, determinante dos resultados obtidos.
Paradoxalmente, ZHOU, em 1984, relatou em seu trabalho de maneira mais minuciosa
os parâmetros do laser utilizado (632,8 nm, 2,8 a 6,0 mW, diâmetro do spot: 1,5-2,0 mm) para
extração dental e de cirurgia oral menor. No pré-operatório, 1-5 min. de laser foram aplicados
em um de três pontos faciais (E 1, E 6, ou ID 18) determinado pela natureza do procedimento
e localização, e então o laser era irradiado no acuponto IG 4 (localizado entre o primeiro e
segundo metacarpo) durante a duração da cirurgia (10-70 min.). Nenhum dos 610 pacientes,
receberam anestesia nem sedativos, e o autor relata um impressionante e espantoso êxito com
taxa de sucesso > 95%. O mesmo autor, em 1988, relatou em seu estudo enorme, com 7.000
pacientes, êxito na utilização de um laser de CO2 (100 mW) neste tipo de estudo.
Além dos problemas detectados em trabalhos com relação a pobreza de detalhes em
relação aos parâmetros do laser, temos em alguns a inequívoca atribuição de resultados
positivos á laserpuntura comprometida pelo desenho no estudo. CECCHERELLI et al., em
1989, aos irradiou acupontos sistêmicos com laser, mas mesclou seu tratamento com
manopuntura, enquanto que NAESER et al., 2002, combinou laserpuntura com TENS (do
inglês: transcutaneous electric nerve stimulation) para tratar dor na Síndrome do Túnel do
Carpo. Nestes estudos, obviamente o resultado positivo não pode ser atribuído
exclusivamente aos efeitos da laserpuntura.

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A laserpuntura também foi testada em auriculopuntura. Em um estudo de1990, KING
et al., trabalharam com um laser de He-Ne em limiar de dor. Os resultados mostraram que a
auriculoterapia com laser pode aumentar o limiar de dor e os autores a colocam como uma
possível indicação para pacientes intolerantes à acupuntura tradicional com agulhas.
Em um estudo curioso, IRNICH et al., em 2002, estudaram pacientes portadores de
dor crônica cervical e utilizaram a laserpuntura como grupo controle no desenho deste estudo,
onde o grupo considerado tratado era submetido à acupuntura tradicional com agulhas.
Em 2005, EBNESHAHIDI et al., trataram pacientes com dor de cabeça causada por
tensão crônica. O trabalho foi bem desenhado e os parâmetros do laser utilizado foram muito
bem descritos. Foi utilizado um laser infravermelho, CW, durante 43 seg. em cada acuponto
(830 nm, 39 mW/cm2, 1,3J, 13J/cm2). Para o grupo controle, o laser foi aplicado desligado,
para verificação de efeito placebo. A laserpuntura foi considerada efetiva no tratamento desta
enfermidade.

2.3.3.2. Outras Aplicações

A laserpuntura tem sido empregada no tratamento das mais diversas afecções e


enfermidades, e podemos observar vários estudos nas mais diversas práticas clínicas, a saber:
soluços crônicos (SCHLAGER, 1998); enurese noturna (RADMAYR et al., 2001); perda de
peso (WOZNIAK et al., 2003). Até dentro as Odontologia esta prática tem sido utilizada no
tratamento das mais diversas afecções bucais desde a década de 90 (VALIENTE e ANDREU,
1997). Entretanto, assim como existem trabalhos com resultados desfavoráveis para
laserpuntura no tratamento para alívio da dor, estudos em outras áreas também demonstram
esses resultados em outros tipos de enfermidades, tais como: migrânia (LAVIES, 1998); asma
brônquica (TANDON, et al., 1991); no tratamento para deixar de fumar (YIMING et al.,
2000); NA Síndrome da abstinência alcoólica (TRÜMPLER et al., 2003). Embora o
delineamneto de todos estes estudos estejam equivocados, eles frequentemente ilustram
importantes assuntos. Por exemplo, em dois estudos, os autores reportaram reportaram o
fracasso do tratamento com laserpuntura em pacientes portadores de asma provocada por
exercícios. O primeiro estudo foi executado em crianças asmáticas (GRUBER et al., 2002) e o
segundo em pacientes mulheres adultas (MORTON et al., 1993). No delineamento do
experimento os autores reportavam que usaram o “protocolo de tratamento de asma”,
entretanto, do total de 11 pontos selecionados em ambos os protocolos, apenas um era comum
a ambos. Neste caso, o protocolo de acupontos em si, é uma variável de primeira ordem, e

40
ainda gera muita controvérsia.
Há situações ainda passíveis de muita discussão. Por exemplo, o fato de haver grande
controvérsia no sentido de haver ou não efetiva ação da acupuntura tradicional com agulhas
no tratamento anti-emético em pacientes no pós-operatório cirúrgico - PONV (VICKERS,
1996). Os próprios usuários da técnica contestam sua ação. Entâo, como haveria de se esperar
resultados favoráveis com a laserpuntura nesses pacientes? É surpreendente então que se
elabore um estudo nesse sentido. Mas foi o que ocorreu em 1999, quando LEE e DONE
apresentaram resultados negativos para esses pacientes tratados com laserpuntura.
Com o passar do tempo verificamos que os autores ficaram muito mais criteriosos, e a
partir do ano 2000, os trabalhos relatam de forma muito mais bem documentadas todas as
variáveis de primeira ordem do ponto de vista de delineamento do experimento, como
veremos nos trabalhos sumarizados a seguir.
No tratamento da osteoartrite de joelho, a laserpuntura provou sua eficiência em 2007,
em um estudo bastante criterioso e muito bem delineado, executado por YURTKURAN et al.,
onde seu grupo tratou de pacientes com um laser infravermelho (904 nm, 10 mW/cm2, 4 mW,
spot size de 0,4 cm2, dose de 0,48 J, 120 seg.) e verificou que no grupo tratado, os pacientes
apresentaram redução do edema periarticular quando comparado ao grupo placebo.
Por outro lado, na mesma década, em 2006, a laserpuntura foi utilizada por AIGNER
et al., para tratar injurias lombares da espinha cervical. O protocolo aplicado no tratamento de
tais injúrias envolvia além da laserpuntura, colar cervical mais terapia medicamentosa. O
grupo controle era considerado o grupo que recebeu todos os tratamentos, mas com o laser
desligado (para descartar um possível efeito placebo). Um laser de HeNe de 5 mW foi
utilizado em 22 pontos de acupuntura e concluiu-se que a laserpuntura foi ineficiente.
Estamos em 2010, o laser de He Ne já não é utilizado há cerca de uma década. Com o advento
dos laseres de diodo vermelho, este tipo de laser foi abandonado, e sequer existem empresas
no Brasil que façam manutenção destes equipamentos. Hoje se sabe que uma potência desta
ordem (5 mW) é absolutamente ineficaz, e os equipamentos que a utilizam limitam-se a
ponteiras para projeção em salas de aula, ou equipamentos para leitura de código de barras em
supermercado. A própria questão do protocolo de 20 pontos é contestável, pois em acupuntura
tenta-se utilizar o menor número de pontos possíveis. Outra agravante contra a credibilidade
do delineamento deste trabalho é o protocolo de mesclas entre: terapia complementar,
mecânica e medicamentosa.

41
“Faça as coisas o mais simples que você puder,
porém não as mais simples”

Einstein

3. Proposição

42
3. Proposição

Na literatura compulsada parece haver controvérsia com relação aos parâmetros de


aplicação do laser em seu uso clínico freqüente. Há grande variação de parâmetros, tais como:
comprimento de onda, fluência, irradiância, tempo de aplicação, quantidade e freqüência dessas
aplicações. Até mesmo o nome dado para esse tipo de utilização do laser como instrumento
estimulador dentro da MTC é controverso.
O objetivo deste trabalho é:
1. Buscar na literatura uma padronização mínima de parâmetros para a utilização deste
poderoso “instrumento”, a fim de normatizar minimamente sua utilização na MTC.

1. 2. Padronizar um nome adequado para a técnica de tratamento com acupuntura cujos estímulos
aplicados no acuponto são através da irradiação com laser de baixa intensidade.

43
“Os homens se distinguem pelo que aparentam
E se assemelham pelo que escondem
Os abismos são muito parecidos:
As vegetações que os cobrem é que são diferentes”

Paul Valery

4. Material e Métodos

44
4. Material e Método

4.1. Material

Por tratar-se de uma Revisão Bibliográfica fizemos uso de dados obtidos a partir da
literatura compulsada.
Foram utilizados livros base de laserterapia, livros base de acupuntura e foram
revisados artigos nas bases de dados da PubMed, Med Line, Ciscopus, ISI e Scielo,
compreendidos no período de 1984 até 2010.

4.2. Método

Os artigos compulsados foram lidos, tiveram seus dados copilados e foram discutidos.
Tabelas foram elaboradas com os parâmetros que julgamos necessários quando da descrição
de um tratamento com laser, quais sejam: comprimento de onda utilizado, potência do
equipamento, irradiância utilizada no tratamento, dose e fluência utilizados nos pontos de
tratamento, número de acupontos e número de sessões de tratamento.
Os parâmetros obtidos foram normatizados e foram geradas tabelas para análise e
respectiva discussão.

45
“Quando se elimina o impossível,
o que sobra, por improvável que seja,
Deve ser a verdade”

Arthur Conan Doyle

5. Resultados

46
5. Resultados

5.1. Resultado da Revisão da Literatura

É importante ressaltarmos que levantamos praticamente todos os artigos disponíveis


para Laserpuntura no período de tempo compreendido entre 1984 e 2010 nas bases de dados
da PubMed, Med Line, Ciscopus, ISI e Scielo.

Nossa revisão bibliográfica contemplou quase 30 anos da história da Laserpuntura.


Nesse tempo todo observamos um fluxo constante de estudos sobre o assunto; entretanto, uma
avaliação objetiva dos resultados obtidos é difícil, senão impossível, devido a vários fatores
que causam confusão no entendimento dos referidos estudos. O escopo destes problemas vai
desde um amplo espectro de problemas técnicos verificados no desenho do experimento, ou
que muita vezes não são relatados (geralmente devido à pobreza do julgamento delegado ao
trabalho) e à freqüente falta de documentação das possíveis variáveis utilizadas.
Observamos que variáveis de primeira ordem importantíssimas e que absolutamente
determinam os resultados são muitas vezes simplesmente desconsideradas. Acreditamos que
na maioria dos trabalhos, cujos autores concluíram fracasso da laserpuntura, isto foi devido à
baixa potência do equipamento laser utilizado no estudo, escolha equivocada do comprimento
de onda ou simplesmente, pelo uso incorreto dos parâmetros previamente escolhidos para o
delineamento do experimento.
O impacto destes equívocos pode ser observado no ceticismo que ainda existe por
parte dos profissionais em relação à eficácia da laserpuntura, e que é plenamente justificável,
uma vez que trabalhos mais bem delineados e bastante mais precisos no concernente aos
parâmetros laser utilizados, deverão ser definidos e executados.
De qualquer modo, dentro do escopo de nosso trabalho, dividimos didaticamente
nossa revisão bibliográfica em duas tabelas. Dentro da literatura compulsada, desenhamos
duas tabelas. Os trabalhos com resultados desfavoráveis, que podem ser observados na tabela
5.1 e os trabalhos com resultados favoráveis, observados na tabela 5.2. Para melhor
compreensão dos mesmo,s estabelecemos uma logística entre a lesão tratada, os parâmetros do
laser, o número de acupontos e o tipo de estudo.

47
Tabela 5.1: Literatura compulsada – Estudos em Laserpuntura que apresentaram resultados
desfavoráveis.
Referência Números Estudo Grupo
Bibliografia Assunto Parâmetos do Laser de cego contro
acupontos le
Comprimento Potência Frequênci Diâmetro Tempo de
de onda (nm) (mW) a (Hz) do spot tratamento
(mm) (s)
TANDON et Asma 632.8 5.6 CW 1 13a 10-20 >8 incluindo Sim Sim
al,1991 pontos
autriculares

AIGNER et al, Dor lombar 632.8 5 CW 15 11 incluindo Não Não


1999 pontos
auriculares

BROCKHA e Analgesia 632.8 10 Pulsado 60 4 Sim Sim


ELGER,
1990

YIMING et al , Parar de 632.8 2.5 3.0 CW 1 60 4 pontos Sim Sim


2000 fumar auriculares

WILDER-SMITH, Náusea em 632.8 6 CW 180 1 Não Não


1988 cirurgia
dental

POTHMAN e Sinusite 632.8 a 2 5 Não Não


YEH,1982

LUX et al, Secreção 632.8a 2a 20 1.800 3 Sim Sim


1994 gástrica

WAYLONI et al, Dor 632.8a CW73 15 X 12 Sim Sim


1988

LUNDEBERG et al, Dor - ratos 632.8/904 1.560.07 CW73 60 2 Sim Sim


1987

LUNDEBERG et al, Dor 632.8/904 1.560.07 60 X 10 Sim Sim


1987

GRUBER et Asma 830 22.5 CW 1 60 X 6 Sim


al,2002

TRUMPLER.F. Síndrome 830 60 2/10 pontos Sim Sim


2003 da auriculares
Abstinência
alcoólica

HAKER e Epicondilit 904 12 70 30 X 5 Sim Sim


LUNDEBERG,199 e
0

LAVIES, Migrânia 904 Pulsado 40 X 4


1998

MORTON et Asma 1.5 20 5 Sim Sim


al,1993
Sim Sim
AIGNER et al, Injúria 632.8 5 CW a 22
2006 lombar
a
Informação que não constava do trabalho, mas que pôde ser foi inferida.

48
Tabela 5.2: Literatura compulsada – Estudos em Laserpuntura que apresentaram resultados
favoráveis.

Referência Números de Estudo Grupo


Assunto Parâmetos do Laser
Bibliografia acupontos cego controle
Comprimento Potênci Frequênci Diâmetr Tempo de
de onda (nm) a (mW) a (Hz) o do spot tratamento
(mm) (s)
KRECZI e Dor 632.8 2 100 1 2 30 5/6 incluindo Sim Não
KLINGLER, auriculares
1986

ZALESSKIY et Parar de 632.8 3 CW 0.015 10 X 4 auriculares Não Não


al, 1983 fumar (com agulha)

ZHOU Y-C, Analgesia 632.8 2.8-6.0 CW 1.5 2.0 300 2/4 Não Não
1984 dental

NAESER et al, Síndrome 632.8904 15 CW 73 25 67-462 X >11 Sim Sim


2002 do túnel Variável 3.500 60 X
carpal

SCHLAGER, Soluço 670 10 CW a 60 X 60 X 4 pontos Não Não


1998 manopuntura

SCHLAGER et PONV 670 10 CW a 30 1 Sim Sim


al,1998

RADMAYR, et Enurese 670 10 CW 30 X 7 Não Não


al, 2001

SING e YANG, Dor – 780 5 9.720 120 2 Não Não


1997 coelhos

NAESER et AVC com 780 20 CW 20-40 X 14-19 Não Não


al,1995 paralisia

NEPP et AL Xerostomia 780 4 20 X >9 Sim Sim


1998

KILD e Dor – 904 0.3 360 120 X ~3-5 Não


MARTIN, cavalos
1989

CECCHERELLI Dor 904 5 1.000 20 X 5 pontos Sim Sim


et al, 1989 ahshi

ZHOU Y-C, Analgesia 10.600 20 30 CW 300 2 4 Não Não


1988 dental

ZHONG et al, Dor – 10.600 CW 2 3 1


1989 coelhos

WOSNIAK et Perda de 24 900 10 15X 8 pontos Não Não


al, 2003 peso auriculares

KING et al, Limiar de 632.8 3 100 10 X 8 4 pontos Sim


1990 dor auriculares

IRNICH et al, Dor 632.8 CW Sim Sim


2002 crônica
cervical
830 39 CW 43 8 pontos Sim
EBNESHAHIDI Dor de Bilaterais
et al, 2005 cabeça
904 4 0,4 120 1 ponto Sim Sim
YURTKURAN Osteoartrite local
et al, 2007 de joelho
a
Informação que não constava do trabalho, mas que pôde ser foi inferida.

49
“Quando se elimina o impossível,
o que sobra, por improvável que seja,
Deve ser a verdade”

Arthur Conan Doyle

6. Discussão

50
6. Discussão

6.1. Nomenclatura

Embora WHITTAKER, em 2004, tenha feito uma extensa revisão sobre a utilização
do laser na acupuntura, ele utiliza o termo para essa nova proposta nova de tratamento com
sendo “Laser Acupuntura”.
Nós contestamos esse termo, uma vez que vimos que o termo Acupuntura deriva do
latim, acum (significa agulha) e punctum (significa picada ou punção). Já que na Acupuntura
Tradicional o estímulo de pontos é feito por “picadas”, ou seja, pela introdução de agulhas, e
na técnica proposta desta monografia o estímulo seria feito pelo laser de baixa intensidade
aplicado sobre o acuponto, sem introdução de agulhas ou outros instrumentos invasivos,
propomos a terminologia “Laserpuntura”. Acreditamos ser essa a palavra mais correta, do
ponto de vista de léxico.

6.2. Laserpuntura – As Vantagens

O laser de baixa intensidade possibilita um tratamento fácil e de baixo custo, podendo


substituir ou complementar diversas terapias tanto na Medicina, como na Fisioterapia e na
Odontologia.
Na Medicina Tradicional Chinesa, dentro da Acupuntura, a substituição do estímulo
mecânico de agulhas nos acupontos por estímulos elertomagnéticos de laser de baixa
intensidade por sobre esses pontos, têm inúmeras vantagens, à saber:
6.2.1. Higiene: não existe nenhum sangramento no transcorrer do tratamento, evitando
assim contaminações por parte do profissional (que poderia contaminar-se ao remover alguma
agulha que tivesse gerado algum tipo de sangramento no paciente) além de contaminações
cruzadas (advinda de uma agulha contaminada de um paciente para outro paciente).
6.2.2. Segurança: pacientes de clinica pediátrica, geriátrica e psiquiátrica seriam
beneficiados com os benefícios que a Acupuntura poderia trazer, com muito mais segurança
em seu manuseio.
6.2.3. Fobias: pacientes fóbicos, que gostariam de fazer uso da Acupuntura, mas que
tenham medo incontrolável de agulhas, seriam os mais beneficiados com essa técnica.

51
6.2.1. Meio Ambiente: as agulhas utilizadas em acupuntura precisam ser descartadas
no meio ambiente de maneira especial. Já na clínica, em nível ambulatorial, seu sistema de
descarte é bastante específico. É necessário um coletor especial para o seu descarte. Uma vez
que este coletor está cheio, é necessário que um sistema de coleta de lixo especial seja
solicitado para que o mesmo seja descartado de maneira especial, após passar por um serviço
de incineração e não vá parar em aterros sanitários nem “lixões” comuns.

6.3. Laserpuntura – Os Problemas

Apesar de diversos trabalhos corroborarem o efeito bioestimulador do laser de baixa


intensidade, assim como seu desempenho favorável como opção para a substituição das
agulhas na terapia de Acupuntura Tradicional, são necessárias mais pesquisas e comprovações
clínicas com a finalidade de determinar suas ações sobre a particularidade de cada quadro
patológico. Faz-se ainda necessária uma padronização rigorosa quanto à variação de
parâmetros de irradiação tais como: comprimento de onda, dose, fluência, irradiância, número
e freqüência de sessões de aplicação, de forma a obterem-se resultados reproduzíveis e
confiáveis.

52
“Que os nossos esforços desafiem as impossibilidades.
Lembrai-vos de que as maiores proezas da história
foram conquistadas do que parecia impossível”

Charles Chaplin

7. Conclusões

53
7. Conclusões

Para a literatura compulsada:

1. Não existe uma padronização de parâmetros no que se refere a: comprimento de onda, energia
utilizada no tratamento, fluência utilizada por ponto; número de sessões, nem tempo de tratamento.

2. Não existe um consenso em relação a qual nomenclatura utilizar para a técnica de tratamento com
acupuntura cujos estímulos aplicados no acuponto são através da irradiação com laser de baixa
intensidade.

54
“É mais fácil viver sem pão,
que sem ilusões”

Danuso

8. Perspectivas

55
8. Perspectivas

Dentro de ambiente ambulatorial queremos:

1. Verificar se existe um comprimento de onda ideal para ser utilizado em Laserpuntura.


2. Verificar se existe uma dose (ou doses) ideal (is) de laser para estimulação em
Laserpuntura.
3. Verificar se a irradiância influi nos resultados obtidos em Laserpuntura.
4. Montar protocolos estandardizados para diferentes enfermidades.

56
“O caminho da sabedoria é longo, através de preceitos
E eficaz através de exemplos”

Sêneca

Apêndices

57
Apêndices

Apêndice 1: Texto com sugestões para a utilização da laserpuntura na prática clínica.

Aspectos a serem considerados quando da aplicação de Laserpuntura

1. Conhecer o equipamento laser a ser utilizado

É extremamente importante conhecer o comprimento de onda e a potência de seu


equipamento.
1.1. Comprimento de onda = comprimentos emitidos na parte visível do espectro (neste caso, no
vermelho) são de baixa penetração na pele e muito absorvidos em superfícies escuras.
Significa dizer, que em peles negras e escuras, devemos eleger preferencialmente,
comprimentos de ondas emitidos no infravermelho.
1.2. Potência do equipamento = potências muito baixas (menos de 20 mW) atualmente são
consideradas insatisfatórias para atender a necessidade clínica da laserpuntura.
1.3. Parâmetros = conhecidas estas duas principais características acima mencionadas, deve-se
procurar conhecer o spot do equipamento para entender a irradiância que o equipamento tem
e fluência com que se vai trabalhar.

2. Montagem de um protocolo de tratamento

É importante estabelecer um protocolo de tratamento. Os acupontos a serem estimulados


deverão ser anotados e a fluência ou dose a ser utilizada em cada um deles deve ser calculada
levando-se em consideração: a idade, o grau de hidratação e a cor de pele do paciente.

3. Preparação do paciente

3.1. Informe seu paciente sobre a eficiência e a segurança da técnica = isto é importante para
garantir a adesão do paciente ao tratamento. O medo do desconhecido pode fazer com que o
paciente rejeite a técnica.

58
3.2. Preparo da pele = a limpeza da pele é importante para evitar a reflexão do raio (caso a pele
esteja com gordura, pode-se ter de 15 a 20% de perda, segundo FÜCHTENBUSCH e
BRINGMANN, 2004). Limpe com água e sabão ou com uma solução à base de álcool.
3.3. Evite a interferência de campos artificiais = eles podem reduzir a densidade de energia
presente no campo de irradiação. Entre outras coisas, isto inclui jóias e relógios de quartzo.
Mantenha o nível de ruído no local sob controle, é importante que o paciente esteja relaxado,
em posição cômoda, preferencialmente deitado.
3.4. A aplicação do laser deve ser feita sempre o mais perpendicular possível sobre o acuponto
estimulado, ou seja, sobre a superfície da pele.

59
“O principal da vida não é o conhecimento
Mas o uso que dele se faz”

Talmude

Referências Bibliográficas

60
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