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PIRACICABA – SP
2019
GABRIEL BIANCHI STIVAL
PIRACICABA – SP
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
2. REVISÃO CONCEITUAL ..................................................................................... 6
3. PROCESSO DE PESQUISA ................................................................................ 8
4. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ............................................................................ 10
4.1. DEFINIÇÃO ................................................................................................. 10
4.2. ESTUDOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS ....................................... 10
4.3. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NAS ORGANIZAÇÕES .............................. 11
4.3.1. PANORAMA GERAL ............................................................................ 11
4.3.2. PANORAMA CIENTÍFICO .................................................................... 11
4.3.3. O PAPEL DAS EMOÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES ............................ 13
4.3.4. A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E COLABORATIVA NAS
ORGANIZAÇÕES .............................................................................................. 15
4.3.5. A IMPORTÂNCIA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ........................... 18
5. A APRENDIZAGEM ........................................................................................... 19
5.1. PANORAMA CIENTÍFICO ........................................................................... 19
5.2. APLICAÇÃO À ORGANIZAÇÃO ................................................................ 20
5.2.1. A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM .............................................. 20
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 22
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 23
1. INTRODUÇÃO
O trabalho que será exposto tem como principal objetivo mostrar a real
importância da Inteligência Emocional e da capacidade de Aprendizagem dentro de
um contexto organizacional. Isso porque essas são duas dimensões que, muita das
vezes são esquecidas por todos os que procuram seu lugar no mercado de trabalho
e se sentem frustrados ao perceberem que, apesar do grande esforço para
desenvolver aptidões técnicas exigidas pelas empresas, não são extremamente
recompensados nos trabalhos, enquanto outras pessoas que, se julgadas
tecnicamente, são inferiores, acabam por ter um sucesso profissional muito maior.
Essa situação, a partir da análise dos diversos livros e artigos científicos que
serão expostos posteriormente, se deve a dois fatores principais: o nível de
inteligência emocional e a capacidade de adquirir conhecimento do sujeito.
O segundo, por fim, justifica sua importância a partir dos atuais conceitos de
globalização e de modernidade líquida, de Zygmunt Bauman. A partir deles, é possível
entender que os processos atuais de trabalho mudam constantemente. Enquanto
diversos empregos somem e são tomados pela tecnologia, outros diversos são
demandados por ela. Cabe ao ser humano, portanto, entender que a capacidade
rápida de aprendizagem e de se adaptar às diversas situações se tornou
extremamente fundamental dentro das empresas. Se procura cada vez mais
funcionários capazes de se adaptarem e absorverem cada situação de uma forma
diferente e não encarar todas estas de uma maneira prescritiva e fixa. Dessa forma, o
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que se espera dos que trabalham dentro da organização é a capacidade de se
aprender constantemente e se moldar a cada uma das dificuldades que aparecem
dentro dos processos organizacionais.
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2. REVISÃO CONCEITUAL
O respectivo trabalho abordará algumas obras e artigos que são essenciais
para o entendimento do que é inteligência emocional e aprendizagem, suas
peculiaridades no mundo moderno e sua importância no ambiente organizacional.
Para a elaboração deste documento, três principais autores serão utilizados como
referências centrais e outros diversos artigos e livros (encontrados nas referências
bibliográficas) serão importantes para algumas análises periféricas.
Por fim, o terceiro autor é Peter Senge, escritor do livro: “A quinta disciplina:
arte e prática da organização que aprende”. A parir desse livro, o autor contribui com
novos padrões de pensamento dentro do ambiente empresarial, trazendo cinco
disciplinas para que se estabeleça um aprendizado: domínio pessoal, modelos
mentais, visão compartilhada e aprendizagem em equipe e pensamento sistêmico. O
nome do livro se explica justamente pela quinta disciplina ser a junção e o
funcionamento de todas as outras em conjunto. Isso porque o pensamento sistêmico
é justamente a integração e a interdependência que há de todas as competências
dentro do processo de aprendizagem da organização. Vale destacar, por fim, que
Peter Senge foi escolhido como principal intermediador do tópico da aprendizagem
dentro da organização não só por essa obra em específico, mas por toda a sua vida
dedicada ao tema e em como é importante para o meio organizacional entender a
importância da aprendizagem para o seu sucesso. Com isso, outros diversos artigos
que complementam e ramificam essa ideia central dada por Senge também serão
abordados.
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3. PROCESSO DE PESQUISA
O respectivo trabalho utilizará como perspectiva de investigação uma
abordagem tanto quantitativa como qualitativa.
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Elementos como o nível de excelência, de competitividade e de capacidade produtiva
de cada um acabam refletindo em todos os outros papéis que são desempenhados
pelos sujeitos (família, amigos, instituições etc.). Assim, o que pode se entender é que
os valores ditos da empresa acabam se transformando no de seus próprios
funcionários, que agem como elemento de comunicação e propagação destes aonde
quer que vão. Nessa perspectiva, o respectivo trabalho utilizará como contexto e
ambiente a relação abrangente que há no mundo entre a sociedade e as empresas,
abordando aspectos de inteligência emocional e aprendizagem em ambos ambientes.
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4. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
4.1. DEFINIÇÃO
O termo inteligência emocional é recente. Foi usado pela primeira vez por dois
psicólogos, Salovey e Mayer, e, a partir de então, foi realmente introduzido a todo o
contexto científico. Na época, o termo foi utilizado para representar a capacidade do
indivíduo em observar e perceber todos os seus sentimentos para que, a partir deles,
pudesse haver um direcionamento e um controle maior de suas ações. Em seguida,
depois da descoberta do termo, várias ouras pesquisas surgiram e possibilitaram a
expansão do tema.(1)
A interpretação inicial que já foi citada acima, tem como principal referência um
certo grau de autoconhecimento e de percepção de si mesmo para que, dessa forma,
se possa utilizar esses dados e direcionar o comportamento da melhor forma possível.
Entretanto, alguns anos após isso, a comunidade científica passou a entender que a
IE (inteligência emocional) também está diretamente ligada com um certo grau de
empatia e de interdependência com o próximo, já que se conectar com o próprio
sentimento também significa sintonizar-se com sentimentos de terceiros. Dessa
forma, torna-se evidente que a IE tem uma importância muito perceptível não só para
que o próprio ser humano se torne alguém mais desenvolvido, mas para que este
consiga se relacionar em grupo da forma mais eficaz e sábia possível.
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que se pode observar, do ponto de vista do pesquisador, são dois grupos distintos e
comparar todos os resultados que foram levantados em cada um deles. Por outro lado,
as pesquisas quantitativas, envolvem uma análise do indivíduo da mesma forma,
porém com o uso de alguns instrumentos psicológicos como: as validações, que
podem ser entendidas como a confirmação de alguma escala ou subescala de
medição de IE; correlações, que devem ser vistas como a comparação ou o estudo
da dependência de algum tipo de fator emocional com qualquer outro tipo de variável
psicológica ou física.
Além disso, como referencial científico, foi feito um trabalho cujo objetivo foi
obter evidências da relação entre o comportamento proativo do empreendedor em
rede e a inteligência emocional (traço) visando o suporte à transição para carreiras
empreendedoras. Utilizou-se o Questionário de Traço de Inteligência Emocional –
Versão Curta (TEIQue-SF), desenvolvido por Petrides (2001, 2009), para testar
hipóteses sobre os fatores que definem o uso proativo de uma rede profissional e sua
relação com o nível individual de inteligência emocional enquanto traço e seus quatro
componentes (bem-estar, autocontrole, emocionalidade e sociabilidade). Um
questionário foi enviado a empreendedores locais para verificar se o traço de
inteligência emocional atua como um preditor do comportamento proativo em rede. (8)
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4.3.3. O PAPEL DAS EMOÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES
É primordial para os gestores e líderes que estão dentro de organizações que
conheçam minimamente como funciona o cérebro humano e a tomada de decisão das
pessoas para que seu processo de liderança seja efetivo; para isso, o que se entende
como fator fundamental na escolha de qualquer pessoa é, justamente, a sua emoção.
Porém, antes de que se reflita em tal decisão tomada pela maioria das pessoas,
será apresentada uma variação para tal dilema acima. Que é a seguinte: a pessoa A,
agora, está em cima de uma ponte e em baixo desta ponte passa um trilho de trem,
no qual um trem se aproxima desgovernado e que, se nada for feito, matará cinco
pessoas aleatórias que estão amarradas lá na frente; não há como desamarrá-las, por
questão de tempo; porém, ao lado da pessoa A, há um homem extremamente robusto,
que se encontra na beirada da ponte, que, por sua vez, não possui grades de
proteção; se a pessoa A empurrar tal homem, o trem atropelará o grandão e, por
perder velocidade com o impacto, salvará as outras cinco pessoas. Nessa situação,
dada tal variação no dilema, o que se percebe é que apenas 10% das pessoas
empurrariam tal homem. (9)
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coerente em salvar as cinco pessoas do ponto de vista lógico e racional. Entretanto,
quando seres humanos pensam em outros, não os considera apenas como números,
mas há uma relação mais complexa diante disso. Pesquisadores mapearam o cérebro
de certas pessoas enquanto elas respondiam tal dilema, se passando pela pessoa A,
e quando se responde o segundo dilema, ocorre uma variação no cérebro, com
significância estatística, de certas estruturas. Dentre tais estruturas, as principais são
o córtex pré-frontal ventromedial e o córtex orbitofrontal, em que sua função principal
é carregar as nossas decisões com emoção. Ou seja, em outras palavras, quando se
responde o segundo dilema, há mais emoção envolvida ao empurrar um homem do
que puxar a alavanca. (9)
A primeira tem, por característica, uma certa distância emocional, o medo como
estratégia de gestão e o uso de motivadores extrínsecos como o dinheiro. A partir do
exposto, estudos mostram que, por consequência, o que se gera a partir desse cenário
é a desconfiança, que está extremamente ligada ao medo. (13)
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cérebro de pessoas que tinham que pensar nos seus líderes, ressonantes ou
dissonantes, mostrou que, ao se pensar nisso, quando a pessoa pensa ao líder
ressonante, fui analisada uma ativação nos circuitos cerebrais que geram confiança e
quando lembraram em lideres dissonantes, houve uma inibição dos mesmos circuitos.
Além disso, outro achado do estudo é que, ao pensar no líder ressonante, circuitos
associados ao pensamento lógico e racional foram ativados, enquanto a dissonância
os inibe. Ademais, o estudo também comprovou que a ressonância é capaz de ativar
circuitos associados a emoções positivas, enquanto a dissonância traz ao cérebro
emoções negativas. (13)
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Fonte: Our World In Data (2015). World Value Survey
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de profissão. Além disso, também a 74% a menos de stress e 40% a menos de
Burnout. (15)
Por fim, pode-se dizer que as emoções têm um papel fundamental na vida das
pessoas. A própria sobrevivência a evolução da espécie dos seres humanos mostra
isso. Diversas abordagens científicas já comprovaram que as emoções funcionam
como um tipo de alerta para mostrar alguma necessidade do corpo, ou seja, servem
como uma bússola extremamente competente para nos guiar e fundamentar os
processos de tomada de decisão. A partir disso, vê-se que qualquer tipo de interação
em grupo também é gerado por certas emoções. O grau de união e de comunicação
de certa equipe é gerado justamente pela interrelação e conexão entre todos os tipos
de emoções. A partir do momento em que se compreende isso, é totalmente plausível
de entender que as pessoas que conseguirem controlar e dominar os requisitos da
inteligência emocional, também serão os dominantes dentro de uma organização,
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sendo uma das principais chaves para o seu crescimento e para a boa convivência
entre os membros.
5. A APRENDIZAGEM
Com o processo de inovação presente em todas as empresas de grande ou
pequeno porte no mundo atual, fica extremamente evidente, junto com a inteligência
emocional, o papel fundamental da aprendizagem vista dentro de um contexto
organizacional. Tal termo pode ser entendido como a própria obtenção de novos
conceitos e de novas experiências relacionadas diretamente com a cognição e o
comportamento de cada sujeito. Isso porque o processo de ensino não deve ser visto
como algo contínuo e permanente, mas como uma constante mudança com alto grau
de adaptação a cada nova situação imposta. Há uma necessidade, portanto, de uma
troca de ensinamentos.
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do tempo, como fenômeno comportamental, cognitivo, sociocultural, fenômeno com
dimensões reflexivas e emocionais, fenômeno experiencial. (7)
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É extremamente importante, ressaltar, por fim, que a inteligência emocional e
a aprendizagem são dois fatores fundamentais dentro de um espaço corporativo. O
que se entende é que o mundo está em constante transformação e mudança devido
à globalização e ao acesso extremamente rápido às informações; sendo assim, é de
fundamental importância que seja instaurado nos líderes e colaboradores de uma
organização a habilidade e o hábito de sempre estar compreendendo e aprendendo
coisas novas que serão de fundamental importância para o crescimento da
organização, garantindo um aumento significativo da capacidade competitiva tanto
dos funcionários em relação ao mercado de trabalho, quanto das corporações em
relação aos seus concorrentes. Por fim, também se entende que o fator emocional é
extremamente importante dentro das organizações, podendo gerar confiança ou
desconfiança em seu ambiente e, possibilitando e direcionando, assim, seu sucesso
ou insucesso; dessa forma, a capacidade de que a organização como um todo e,
principalmente, seus líderes saibam lidar e entender com os fatores da inteligência
emocional é fundamental para que a empresa cresce tanto financeiramente, quanto
no nível de satisfação com o trabalho de todos os seus colaboradores e líderes.
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7. REFERÊNCIAS
1. GOLEMAN, Daniel; BOYATZIS, Richard; MCKEE, Annie. O poder da
inteligência emocional. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
2. LEITÃO, Sergio Proença; FORTUNATO, Graziela; DE FREITAS, Angilberto
Sabino. Relacionamentos interpessoais e emoções nas organizações: uma
visão biológica. Revista de Administração Pública, v. 40, n. 5, p. 883-908,
2006.
3. SILVA, Maria João Martins Rosa da. A inteligência emocional como factor
determinante nas relações interpessoais: emoções, expressões corporais
e tomadas de decisão. 2010. Tese de Doutorado.
4. Senge, P. M. (2006). A quinta disciplina: arte e prática da organização que
aprende. In A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende.
5. RUAS, Roberto et al. Aprendizagem organizacional e competências. Porto
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6. DE SOUZA, Yeda Swirski. Organizações de aprendizagem ou aprendizagem
organizacional. RAE-eletrônica, v. 3, n. 1, p. 1-16, 2004.
7. ANTONELLO, Claudia Simone; GODOY, Arilda Schmidt. Uma agenda
brasileira para os estudos em aprendizagem organizacional. RAE-Revista de
Administração de Empresas, v. 49, n. 3, p. 266-281, 2009.
8. TORRES-CORONAS, Teresa; VIDAL-BLASCO, María-Arántzazu. O papel da
inteligência emocional (traço) na previsão do comportamento em rede. Revista
Brasileira de Gestão de Negócios-RBGN, v. 19, n. 63, p. 30-47, 2017.
9. Greene, J. D., Sommerville, R. B., Nystrom, L. E., Darley, J. M., & Cohen, J. D.
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10. McClure, S.M., Li, J., Tomlin, D., Cypert, K.S., Montague, L.M., & Montague,
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11. Edward M. Saunders, Jr. The American Economic Review, Vol. 83, p. 1337-
1345.
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the weather. The Journal of Finance, p. 1009-1032.
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13. Boyatzis, R. E. et al. (2012). Examination of the neural substrates activated in
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Quarterly, p.259-272.
14. Harari, Y. (2015). Sapiens
15. Zak, P. (2017). Trust Factor.
16. Harter, J. et al. (2002). Journal of Applied Psychology, p.268.
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