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2.

1 DIABETES
2.1.1 Descoberta
No ano de 1.500 AC, o egípcio Ebers foi o primeiro a descrever uma doença
que se caracterizava por emissão frequente e abundante de urina, mas foi
apenas no sec. II DC, na Grécia Antiga, que esta enfermidade recebeu o nome
de diabetes, dada por Araeteus, que significa “passar através de um sifão” e
explica-se pelo fato de que a poliúria, que caracterizava a doença,
assemelhava-se à drenagem de água através de um sifão. (José Egídio Paulo
de Oliveira, 2006)
Mais adiante, os hindus (sec. VI) detectaram o gosto adocicado da urina de
pacientes com diabetes, mas só em 1660 Willis diferenciou o diabetes mileto
caracterizado pela urina abundante com odor e sabor de mel, e diabetes
insípidos, com urina também abundante, clara, e não adocicada. (Oliveira,
1995).
Em meados do século XIX foi sugerido, por Lanceraux e Bouchardat, que
existiriam dois tipos de diabetes, um em pessoas mais jovens, e que se
apresentava com mais gravidade, e outro em pessoas com mais idade, de
evolução não tão severa, e que surgia mais frequentemente em pacientes com
peso excessivo. (Adolpho Milech, 2006).

2.1.2 O que é Diabetes e Fisiologia


Diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de
insulina e/ou da incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos,
causando um aumento da glicose no sangue (hiperglicemia), porém só se fica
diabético se houver uma predisposição genética que se dá pelos cromossomos
o qual transmitem características hereditárias. (Oliveira, 1995).
Geralmente acontece por uma deficiência absoluta ou relativa da função
secretora de insulina pelo pâncreas (Fig. 1.1) que foi descoberta em 1922 pelos
canadenses Banting e Best, em quantidade suficiente para suprir as
necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é capaz de agir de
maneira adequada (resistência à insulina). A insulina promove a redução da
glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar
dentro das células, para ser utilizado como fonte de energia, portanto, se
houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente, haverá
aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes. (Mario
Vaisman, 1994).
Fig. 1.1
Já que a glicose não consegue entrar na célula (pela falta ou mal
funcionamento da insulina) ela se acumula ao lado de fora conseguintemente o
sangue fica viscoso, assim a glicose deve ser drenada por outras vias não
oferecendo as células energia, então ela é diluída pelos rins que faz com que o
diabético urine muito e com gosto adocicado. (Oliveira, 1995).
No Brasil, foi realizado entre 1986 e 1988 o Censo de Diabetes em diversas
regiões do pais, no qual foi desenvolvido um estudo em nove capitais
brasileiras entre pessoas de 30 a 69 anos de idade e mostrou um
predisposição ou até já com a doença de 5,2% em Brasília e até 9,7% em São
Paulo, com média para o Brasil de 7,60% e que hoje com a modernidade e a
vida não saudável vem aumentando. (João Gomes Temporão, 2006).

2.1.3 Quadro Clinico e Diagnostico


O quadro clinico do diabetes acaba se tornando difícil quando se considera que
os sintomas clássicos da doença (poliúria, polidipsia e polifagia) não estão
presentes na maioria dos casos de diabetes tipo 2,assim o diagnóstico do
diabetes tipo 2 e do pré-diabetes só poderá ser confirmado através de testes
laboratoriais de glicemia e de hemoglobina.
Poliúria é o aumento exagerado de quantidade e vezes da urina, na qual é
liberada a glicose que não consegue ser absorvida com ela é eliminada água e
eletrólitos.
Polidipsia grande sede causada pela grande perda de líquidos (Poliúria).
Polifagia é a constante sensação de fome pelo não aproveitamento da glicose
a qual não é absorvida pelo mal funcionamento da insulina.
Emagrecimento é causado por todos os acima e a diminuição de massa
musculas ocasionada pelo catabolismo muscular.
Astenia sensação de fraqueza, sono e indisposição causada por todos os
fatores acima.
(Galvanin, 1997).
Embora o diagnostico do diabetes possa ser suspeitado clinicamente somente
poderá ser confirmado com exame de sangue para ver se a dosagem de
glicose no sangue esta alta ou não.

2.1.4 Tipos de Diabetes os


Os tipos e classificações do Diabetes são dados pela Organização Mundial da
Saúde que é baseada em estudos e pesquisas renomadas de outros países,
essas classificações são:
 Diabetes tipo I é uma doença autoimune, na qual o organismo ataca, de
forma errada, as células do pâncreas, causando a destruição das células
que produzem insulina. Assim, a falta de produção de insulina para o
sangue faz com que haja um acúmulo de glicose na circulação, o que
pode trazer malefícios para vários órgãos, como insuficiência renal,
retinopatia ou cetoacidose diabética. Geralmente surge até os 30 anos
afetando crianças e adolescentes, sempre tratada com insulina,
medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar
a controlar o nível de glicose no sangue, os sintomas são vontade
frequente para urinar; sede e fome excessivas e perda de peso sem
causa aparente. (SMELTZER; BARE, 2002)
 Diabetes tipo II quando o organismo não consegue usar
adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente
para controla a taxa de glicemia aparece em pessoas acima dos 40
anos, mas normalmente não é perceptível. Causado por fatores
genéticos juntamente com maus hábitos de vida, como consumo
exagerado de açúcar, gordura, sedentarismo, sobrepeso ou obesidade,
que provocam defeitos na produção e na ação da insulina no corpo.
(GUYTON; HALL, 2002).
 Diabetes Gestacional surge durante a gravidez que pode ser
diagnosticado nos exames de teste de glicose após as 22 semanas de
gestação e é também causada por disfunção na produção e ação da
insulina no corpo, geralmente em mulheres que já tem uma
predisposição genética ou que têm hábitos de vida que não são
saudáveis, como uma alimentação com excesso de gorduras e
açúcares.
 Diabetes gerada por doenças e síndromes como tumor, infecção ou
fibrose.
 Diminuição da glicose indivíduo que apresenta um futuro quadro de
Diabetes.
 Previa de tolerância a glicose indivíduo que já aparentou ou teve
Diabetes, mas hoje não apresenta.
 Potencial de tolerância a glicose indivíduo que tem grande chance de
desenvolver a doença (fator genético e hereditário), mas que ainda a
glicose segue normal.
(Galvanin, 1997).
Apesar do Diabetes quase sempre indicar sintomas há uma grande
necessidade de se fazer o teste para ter a certeza da doença, assim
podendo a tratar, hoje há quatro formas de se fazer esses testes, (Fig
1.2) o da glicose em jejum, teste de glicemia capilar, teste de tolerância
à glicose e o teste da hemoglobina glicada, porem o mais usado, rápido
e fácil é o teste de glicemia capilar que é a famosa “picada no dedo”

Exame Resultado Diagnóstico

Exame de Sangue menor que 110 mg/dl Normal


(glicose em jejum)
maior que 126 mg/dl Diabetes

Picada no dedo menor que 200 mg/dl Normal


(a qualquer hora)
maior que 200 mg/dl Diabetes

Hemoglobina Glicada menor que 5,7% Normal


(feita no exame de sangue)
maior que 6,5% Diabetes

Teste de tolerância à glicose menor que 140 mg/dl Normal

maior que 200 mg/dl Diabetes

Fig 1.2 ( Mauro Tendrinch, 1994)


Egídio, Jose, Caderno De Atenção Básica, Ministerio da Saude, Diabetes de
Mellitus,N°16, Editora MS, Brasilia-DF, 2006
Egídio, José, Diabetes Mellitus, Clínica, Diagnóstico e Tratamento
Multidisciplinar, Editora Atheneu, São Paulo, 2006
GUYTON, A. C. ; HALL, J. E. Insulina, glucagon e diabetes mellitus,Tratado de
fisiologia médica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1997. Cap.78
Milech, Adolpho, Diabetes Mellitus, Clínica, Diagnóstico e Tratamento
Multidisciplinar, Editora Atheneu, São Paulo, 2006
SMELTZER, S. C. ; BARE, B. G. Histórico e tratamento de pacientes com
diabetes Mellitus, Tratado de enfermagem médico-cirurgica. 9. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. Cap. 37.

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