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INTRODUÇÃO

O presente trabalho de investigação ira abordar sobre o IVA. O IVA (imposto sobre o valor
acrescentado) visa tributar todo o consumo em bens materiais e serviços, abrangendo as fases
do circuito económico, desde a produção ao retalho, sendo a base tributável limitada ao valor
acrescentado em cada fase. O imposto sobre o consumo é um imposto indireto, com taxas
proporcionais que incidem sobre quase todas as transações de mercadoria e sobre as
prestações de serviços. Estas taxas podem ser reduzidas, como as que incidem sobre produtos
alimentares tais como cereais, carnes, peixe, leite e laticínios, ou taxas intermédias como as
que incidem sobre refrigerantes, gorduras e óleos comestíveis e frutas e, por último, podem
ser taxas normais. O IVA substituiu, desde 1 de Janeiro de 1986, o imposto de transações
sobre mercadorias e serviços e outros impostos especiais de consumo tais como o imposto
ferroviário e o imposto de turismo.

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Objetivos Gerais

 Trazer de forma geral os aspectos sobre a incidência do Iva e suas implicações nas
contas, como também a sua regularização tanto em Moçambique como também em
alguns países europeus.

Objetivos específicos

 Identificar qual é a taxa de iva que incide em bens e serviços


 Definir o imposto sobre valor acrescentado na sua generalidade e suas características
no contexto económico e contabilístico.
 Determinar como o Iva liquidado se comporta na contabilidade.

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Conceito

O IVA é um imposto que incide sobre todas as fases do processo produtivo, desde o produtor
ao retalhista, através do chamado método subtrativo indireto. O método subtrativo indireto
consiste na técnica de liquidação e dedução do imposto em cada uma das fases do circuito
económico e assim sendo este vai apenas incidir sobre o valor acrescentado, mediante a taxa
do imposto fixado no Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado — CIVA, aprovado
pela Lei n.º 32/2007, de 31 de Dezembro (Assembleia da República de Moçambique, 2007b),
em de 17%.

Segundo Ivanilda Mascarenhas, o IVA é um imposto geral sobre o consumo, uma vez que
incide sobre as transmissões de bens, as prestações de serviços, as importações as aquisições
intracomunitárias de bens e de meios de transporte novos. Trata-se de um imposto
plurifásico, e por isso não cumulativo, pois o seu pagamento é fracionado pelos vários
intervenientes do circuito económico, através do método do crédito do imposto. Foi a partir
da Lei 15/2002, de 26 de Junho(Assembleia da República de Moçambique, 2002a), a
considerada Lei Base do sistema tributário em Moçambique, que estabeleceram-se os
princípios de organização do sistema fiscal dispondo que a tributação dos rendimentos das
pessoas coletivas faz-se através do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas.
Havendo necessidade de proceder à aprovação do Código do referido Imposto, o Conselho de
Ministros, no uso das competências que lhe são cometidas pelo nº 1 do artigo 72 da Lei nº
15/02, de 26 de Junho(Assembleia da República de Moçambique, 2002b), decreta:

IMPLICAÇÕES DO IVA NAS CONTABILIZAÇÕES DAS OPERAÇÕES

O IC tem a desvantagem de ser um imposto monofásico, cujo número de sujeitos passivos


tende a ser reduzido (Sanches e Gama, 2010: 366-371). À semelhança do antigo imposto de
transações português, procede daqui a vantagem, enquanto imposto monofásico, de reduzir o
número de sujeitos passivos e tornar, por força disto, mais fácil a gestão do imposto.

Assinala-se que o IC tem a desvantagem de ser um imposto cumulativo, que não permite a
dedução do imposto na aquisição de bens e serviços indispensáveis para as vendas, ou seja, o
IC tem a desvantagem de não permitir aos operadores ou agentes económicos angolanos a
dedução na sua progressão. Isto é, os impostos de transações e consumo, como é o caso do
IC, na sua progressão, não conseguem mitigar facilmente os efeitos cumulativos na cadeia
fiscal (Magro e Magro, 2014: 56; Sanches e Gama, 2010: 368; e Palma, 2014a:41). Aponta-se
também como desvantagem no IC o facto de não possuir uma base mais alargada quando

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comparado com o IVA da UE, e sem facilidade de diluir o peso do imposto em virtude da
pouca quantidade de operadores económicos. Daqui resulta, por vezes, a dificuldade de
aplicação de taxas uniformes relativamente baixas (Machado et al., 2015: 297). Palma
(2014a: 63) concluiu que uma das grandes desvantagens do IC angolano está na ausência do
caráter de generalidade e na produção de efeitos cumulativos, que tendem a gerar distorções
significativas nas atividades económicas. Assim sendo, não é promovida a desejada
neutralidade económica, como ocorre num modelo de sistema fiscal de IVA, o que dificulta o
desenvolvimento económico.

ASPECTOS GERAIS DO IVA

Em geral, nos países que adaptaram o IVA, este imposto é dotado dos seguintes aspectos
principais:

 Imposto geral sobre o consumo de bens e serviços


 Imposto plurifásico
 Imposto indireto (método subtrativo indireto)
 Imposto não cumulativo
 Imposto baseado no princípio de tributação no destino nas relações internacionais (na
UE foi, até Dezembro de 2011, transitoriamente baseado no princípio de tributação no
país de destino para as transações intracomunitárias de bens)

O IVA moçambicano partilha de todas estes aspectos à excepção, naturalmente, da última. O


princípio geral de um modelo baseado no imposto sobre o valor acrescentado consiste em
aplicar aos bens e serviços um imposto geral sobre o consumo proporcional ao preço dos
bens e serviços, independentemente do número de transações ocorridas no processo de
produção e de distribuição anterior à fase de tributação.

Nas operações entre sujeitos passivos de IVA, em cada uma das transações, o imposto sobre
o valor acrescentado, calculado sobre o preço do bem ou do serviço à taxa aplicável ao
referido bem ou serviço, é exigível, com prévia dedução do montante do imposto sobre o
valor acrescentado que tenha incidido diretamente sobre o custo dos diversos elementos
constitutivos do preço. Num modelo de base alargada, o imposto sobre o valor acrescentado é
aplicável até ao estádio do comércio a retalho, inclusive. O IVA é conhecido por resistir bem

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ao teste da neutralidade, de nas transações internacionais se basear no princípio de tributação
no país de destino e de ser bastante creditício relativamente aos demais tributos.

PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES ADMINISTRATIVAS E CONTABILÍSTICAS

IVA SUPORTADO NA AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

Nem todo o IVA suportado é IVA dedutível. Apesar de praticamente todas as transações
estarem sujeitas a imposto, há exceções às deduções do IVA que foi efetivamente suportado
pelo contribuinte. De forma sucinta, distinguimos de seguida os conceitos de IVA Suportado
e de IVA Dedutível.

O que é o IVA suportado?


Por IVA Suportado entende-se o montante do imposto sobre o valor acrescentado pago pelo
sujeito passivo sempre que um produto é vendido ou um serviço prestado. Neste sentido, o
IVA é suportado em diferentes momentos das transações. 1 O IVA é suportado quando um
produto sai da fábrica para o distribuidor, é pago quando este vende ao armazenista e quando
o armazenista o vende ao comerciante. Nesta cadeia, o consumidor final também suporta o
IVA quando compra o produto ou serviço ao comerciante. Mas poderão todos estes sujeitos
passivos deduzir o IVA Suportado? Não, daí a designação de IVA Dedutível. Por norma, é
dedutível o IVA suportado pelos agentes económicos. De todos os sujeitos passivos acima
referidos, apenas o consumidor final não pode em momento algum deduzir o IVA suportado
nas suas aquisições.

Mesmo para os agentes económicos que sejam sujeitos passivos de IVA nem todo o IVA
suportado é passível de dedução. Nuns casos, a dedução é apenas de uma percentagem do
valor suportado na aquisição. Mas há também situações concretas em que não poderão
deduzir qualquer parte do imposto e que estão definidas no Artigo 2 do Código do IVA que
A taxa do imposto, fixada no Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado — CIVA,
aprovado pela Lei n.º 32/2007, de 31 de Dezembro, é de 17%. . Por norma, é apenas
dedutível o IVA suportado na aquisição de bens e serviços necessários à operacionalidade da
empresa. A estes conceitos soma-se o IVA Liquidado. Saiba mais sobre o IVA liquidado e o
IVA suportado.
1
https://www.economias.pt/iva-suportado-e-iva-dedutivel/

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IVA LIQUIDADO E REGULARIZAÇÕES DO IVA

O IVA liquidado é aplicado aos clientes nas vendas que a empresa efetua. O IVA incide
sobre as vendas de produtos e serviços, sendo pago ao comerciante/prestador de serviços pelo
consumidor, ao fazer a sua compra. O IVA sobre o preço de venda dos bens ou serviços
corresponde ao IVA liquidado (o imposto "recolhido" nas vendas).
Segundo o Artigo 5 a Liquidação do imposto devido deve ser efectuado pelos sujeitos
passivos, observando o disposto nos artigos 18 a 22 do Código do IVA.

Artigo 6

Pagamento do imposto

O pagamento do imposto liquidado pelo contribuinte, ou por iniciativa dos serviços deve
observar o disposto nos artigos 23 e 24 do Código do IVA.

O pagamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado deve ser efectuado na Recebedoria de


Fazenda competente ou em instituições de crédito autorizadas para o efeito.

Considera-se Recebedoria de Fazenda competente, a da Direcção de Área Fiscal onde o


sujeito passivo tiver a sua sede, estabelecimento principal ou na falta deste a do domicílio.

O pagamento do imposto devido na importação é liquidado e cobrado no acto do


desembaraço alfandegário, nos termos da legislação aduaneira aplicável.

As pessoas singulares ou colectivas que não possuam, no território nacional, sede,


estabelecimento estável, domicílio ou representação, efectuam o pagamento do imposto, nos
termos dos artigos 26 do Código do IVA e 56 deste Regulamento.

Artigo 7

Títulos de cobrança

1. Para efeitos do pagamento do imposto, os sujeitos passivos devem preencher a declaração


periódica prevista no artigo 32 do Código do IVA e entregá-la à Direcção de Área Fiscal
competente, simultaneamente com o meio de pagamento do valor correspondente ao imposto
devido.

2. Nos casos em que o imposto é liquidado pelos serviços e nas situações de sujeitos passivos
que pratiquem uma só operação tributável, ou aqueles que mencionem indevidamente
Imposto sobre o Valor Acrescentado, nos termos dos artigos 24 e 33 e da alínea e) do n.º 1 do

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artigo 2, todos do Código do IVA e 31 do presente Regulamento, o imposto é pago através da
declaração de modelo apropriado.

3. Tratando-se de sujeitos passivos enquadrados no regime de tributação simplificada o


pagamento do imposto é efectuado através da declaração de modelo apropriado.

Regularização do IVA em caso de autoliquidação

Artigo 13
Erro na autoliquidação

1. Havendo erro na liquidação resultante dos factos previstos no n.º 6 do artigo 51 do Código
do IVA e não procedendo o sujeito passivo à despectiva regularização pela forma e nos
prazos estabelecidos, devem os serviços fiscais:

a) Proceder à liquidação adicional do imposto devido, nos termos do n.º 1 do artigo 32 deste
Regulamento;

b) considerar como não efetuadas quaisquer rectificações posteriores, sendo a diferença entre
a importância constante do meio de pagamento e a do imposto apurado pelos serviços fiscais,
tratada nos termos dos artigos 10 e 11 deste Regulamento, conforme o seu valor seja,
respetivamente, negativo ou positivo.

A regularização do IVA em Portugal por exemplo irá incidir no momento em que ocorrer o
facto gerador do imposto e a sua exigibilidade, tributando o consumo de forma exata e
proporcional ao preço dos bens e serviços. Simultaneamente questiona-se qual o momento
que o agente económico poderá receber a contraprestação relativa à venda de bens ou
prestações de serviços, tendo em conta que a data de exigibilidade do imposto não é
necessariamente a da contraprestação. Face ao exposto importa citar a reflexão de Martins &
Moreira (2014, p. 56) no que concerne aos dois momentos distintos: “… as partes não
conseguem prever de antemão, de forma absolutamente determinável, o que é que o
fornecedor ou o prestador receberá relativamente a tais operações. Mais, não é possível
garantir que as condições das prestações reciprocas acordadas entre as partes numa operação
não venham a ser ulteriormente alteradas (ou até mesmo as operações anuladas) seja por
vontade dos intervenientes, ou por mera força das circunstâncias.” De modo a fazer face a

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estes casos a Diretiva 2006/112/ CE, de 28 de novembro de 2006, denominada Sexta
Diretiva, no artigo 90º - Disposições diversas, contempla a autorização de regularização do
IVA, no caso de não existir pagamento das transações qualificadas para o valor tributável, “
Em caso de anulação, rescisão, resolução, não pagamento total ou parcial ou redução do
preço depois de efectuada a operação, o valor tributável é reduzido em conformidade, nas
condições fixadas pelos Estados-Membros.”. Em Portugal o Código do IVA prevê um regime
de regularizações do imposto quer a favor do Estado quer a favor do sujeito passivo, imposto
liquidado e imposto dedutível, respetivamente.

Todas estas alterações ao regime de regularização de IVA, a favor do sujeito passivo no que
concerne aos créditos incobráveis e de cobrança duvidosa, vieram, em parte, dar resposta aos
anseios da classe empresarial em Portugal, sobre este tema tão conturbado.

Citando Cardoso, E. (2012, 29 de outubro), estas alterações nas normas de recuperação de


IVA nos créditos incobráveis e de cobrança duvidosa é devido “… às dificuldades
económicas que o país atravessa. A falta de liquidez por parte dos agentes económicos poderá
conduzir a um aumento dos casos em que os clientes não terão possibilidade de honrar os
compromissos assumidos.”.

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