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Ao longo da primeira década dos anos 2000 havia no Brasil todo um clima de
euforia por parte significativa das esquerdas com os chamados “governos
progressistas da América Latina, no plano ideológico o maior entusiasta dessa
perspectiva é sem sobra de dúvida o sociólogo Emir Sader, que a época era o
principal intelectual vinculado ao PT, para este os governos petistas romperam em
pelo menos três aspectos essenciais com o neoliberalismo, ao focar sua ação em
“políticas sociais redistributivistas não na austeridade fiscal, por seu papel na
integração regional contrário aos tratados de livre comercio e pela retomada do
papel do Estado como indutor da economia rompendo assim com a concepção de
Estado mínimo típica do neoliberalismo, portanto, para Sader essas “características
constituem o eixo do modelo pós-neoliberal comum a todos os governos
progressistas da América Latina”[1]. No entanto, já na segunda década dos anos
2000, vários companheiros têm apontado para o surgimento de uma “ofensiva
neoliberal-conservadora” que colocou em “cheque “os governos progressistas na
América Latina.
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Termo cunhado por Florestan Fernandes.
investimentos necessários em uma infraestrutura pensada no sentido
das reais necessidade da maioria da população. [Idem]
O pacto social tinha essa dupla tensão ao mesmo tempo tinha que garantir as
condições de acumulação e reprodução do capital monopolista e realizar um
conjunto de ações localizadas para combater a miséria absoluta. Para viabilizar o
pacto seria necessário “o desenvolvimento de um mercado de consumo massas”
(IASI,2014) tornado possível a partir de uma política de liberalização de crédito,
isenção fiscal para linha branca, política de empréstimos a setores monopolistas etc.
Visando evitar convulsões sociais o modelo se mantinha a partir de um “reformismo
fraco” e do transformismo das direções da organizações de cúpula dos
trabalhadores, tal modelo passava longe de ser o estado indutor da economia das
experiências sociais democratas clássicas.
Para Iasi o acumulo de força é um dos muitos mitos desta estratégia, que nos
permite compreender a ascensão do conservadorismo no país. Vejamos.
Essa consciência “revertida em alienação” foi muito bem explorada pela nova
direita, que que com seus aparelhos de hegemonia ocuparam de forma compete as
redes sociais, somando ativismo virtual com grandes manifestações de rua, (a que
se ressaltar o apoio da grande mídia). Paulatinamente esses setores foram
“acumulando forças” passando a instituir um novo senso comum conservador em
alguns casos até mesmo reacionário. Por ironia da história a estratégia política que
visava avançar à consciência dos trabalhadores rumo a transformação social,
produziu exatamente o contrário, ou seja, os valores da ideologia neoliberal,
competividade, meritocracia, individualismo, necessidade de manutenção da ordem
etc. os portadores materiais destes valores como é de costume foram os setores
médios com respingos nos setores populares é aqui que aparece a figura do “pobre
de direita”. De acordo com Marx.
Referências