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Engels e as nacionalizações:
"Produziu-se um falso socialismo que, degenerando aqui e além em complacência
servil, declara, desde logo, socialista toda a nacionalização (...) (...) não se trata de
modo algum, directa ou indirectamente, conscientes ou inconscientemente, de
medidas socialistas. Se o fosse, o comercio marítimo real, a manufactura da porcelana
real e até o alfaiate do regimento no Exército seriam instituições socialistas.
(...) Se as crises mostram que a burguesia é incapaz de administrar por mais tempo as
forças produtivas modernas, a transformação das grandes empresas de produção e de
circulação em sociedade por acções e propriedade do Estado, mostram que é possível
prescindir da burguesia, pois que todas as funções sociais do capitalista são cumpridas
por empregados assalariados. Os capitalistas não realizam hoje outra actividade social
que não seja a de cobrar rendas, cortar cupões e jogar na bolsa, tirando uns aos outros
o seu capital.
(....) Mas nem a transformação em sociedades por acções, nem a transformação em
propriedades do Estado tiram às forças produtivas a condição de serem propriedade
do capital; o caso é evidentíssimo nas sociedades por acções.
Por sua vez, o Estado moderno é uma organização que se alia à burguesia para manter as
condições gerais exteriores da forma de produção capitalista.
(...) O Estado moderno, qualquer que seja a sua forma, é uma maquina essencialmente
capitalista, é o Estado dos capitalistas; é o capitalista colectivo ideal. De quanto mais
forças produtivas se apropria, tanto mais se converte num verdadeiro capitalista colectivo,
mais cidadãos explora. Os trabalhadores continuam a ser assalariados, proletários; o
capitalismo não se suprime, muito pelo contrario, acentua-se; mas chega ao ponto
máximo, muda de direcção e o Estado, proprietário das forças produtivas, não é a solução
do conflito, mas têm o meio, a chave da soluçâo.
(....) Essa solução não pode consistir senão em reconhecer efectivamente o carácter social
das forças produtoras modernas e, por consequência, pôr a forma de produção, de
apropriação, e de troca em harmonia com o carácter social dos ditos meios de produção.
Isso não pode realizar-se de outro modo que não seja tomando a sociedade posse, de um
modo aberto e sem rodeios, das forças produtivas que se subtraíram à sua direcção. Desta
maneira, os produtores plena e conscientemente fazem que prevaleça o carácter social
dos meios de produção e dos produtos, carácter que hoje se volta contra os próprios
produtores, que rompe periodicamente a produção e a troca, que se manifesta como uma
lei cega da natureza, violenta e destruidora e que, de causa de perturbação e de ruína
periódica, chegara a ser uma das alavancas mais potentes dessa produção.
F.Engels em "Anti Dühring"
O que está vago é sua leitura da obra de Marx-Engels- reduzir uma revolução a ação do
estado é de uma completa ignorância com relação a crítica que Marx e Engels desenvolveu
desde a juventude posto aqui um fragmento do Engels sobre a polêmica em questão
Para Marx e Engels a única ciência era a História, daí temos que analisar os fatos
históricos como grandes experiências do fazer humano. É uma fato histórico a
coletivização da economia sob o governo de Stalin na URSS, mas aí o pessoal ( do
purismo anti-Stalin), quer negar esse período histórico dessa experiência. De que
forma fazem isso? Vindo com conceitos vagos como estatismo! Nada mais
impreciso e contraditório! É o mesmo pessoal que reivindica a experiência cubana
como socialismo. Que enche os pulmões para falar do socialismo cubano. Será que
esses já pararam pra pensar como funciona a sociedade cubana? Em sua forma
política e econômica? Não houve estatização dos meios de produção Cuba sob
supervisão do partido em Cuba? Não há Estado em Cuba? Essa acusação é de um
imprecisão delirante! Não tem nenhum rigor teórico nesse tipo de afirmação. É
decepcionante camarada esclarecido, e que me influenciou e influencia muito,
diga-se de passagem, repeti um chavão tão tosco quanto esse.