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ENGANAR
Falar em esquerda e direita é participar de um jogo retórico que serve aos interesses
de apenas um dos jogadores. Quase sempre, quem dá as cartas é a esquerda.
O mesmo jogo serve também para contextos totalmente díspares e nos quais
encontrar um oprimido e um opressor é bem menos claro. Penso em dois bem
aplicáveis ao Brasil, que mostram como é arbitrária essa divisão.
As pessoas que migram pra direita têm sido aquelas que sentem o sistema
balançar e abraçam a leitura da luta de classes, só que para defender o lado
mais forte, em geral criando espantalhos para demonizar o outro lado. Isso,
evidentemente, em nada ajuda a imagem de um contingente já associado à
raiva ou ao ódio. A direita, de alguma maneira, acaba por proliferar o “tiozão
reaça que só escreve em caps lock”.