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SEMIOLOGIA GINECOLÓGICA o HAS/DM/TVP

o Tratamentos realizados (IST, terapia


ANAMNESE hormonal, endometriose)
1) Identificação o Doenças da infância
o Nome 7) Antecedentes obstétricos
o Idade o Número de G/P/A → tipo de parto – normal,
cesárea, fórceps
o Cor
o Complicações gravídico/puerperal/HAS/DM
o Naturalidade e Procedência.
o Peso dos filhos ao nascer
o Religião
o Amamentação
o Profissão
8) Antecedentes familiares
2) Queixa principal e duração
o HAS, DM, Doenças da tireoide.
3) HDA – começo, duração, intensidade, fator de
o Câncer
melhora e piora, medicação, sangramento
irregular (toma ACO, há quantos dias), o Eventos tromboembólicos
corrimento; o Hábitos de vida: Atividade física, tabagismo,
4) ISDA: etilismo e alimentação.
o Sintomas mamários: nódulos, derrame papilar 9) Antecedentes endócrinos
(coloração, aspecto, odor), processo o Telarca
inflamatório (edema), mastalgia (dor), o Pubarca
mastodínea (dor ciclo menstrual); o Menarca
o Sintomas urinários: disúria, polaciúria, o Idade da menopausa;
noctúria, poliúria, incontinência urinária,
urgência miccional, hematúria; EXAME DAS MAMAS
o Sintomas intestinais: hábito intestinal 1. Inspeção estática: paciente sentada com braços
(constipação), dor na evacuação, rente ao tórax, ereta e frente ao foco de luz.
sangramento anorretal, incontinência fecal. Avaliar:
5) Interrogatório ginecológico: o Nº de mamas.
o Ciclo menstrual: Data da última menstruação o Simetria.
(DUM), intervalo entre as menstruações (24- o Contorno (abaulamentos e retrações).
35 dias), duração (1-8 dias), quantidade (uso o Volume.
de absorventes/dia), dismenorreia/náuseas/ o Lesões cutâneas (edema – peau d’ Orange,
vomito/diarreia, alterações menstruais. tumores, eritema).
o Vida sexual: início (coitarca), frequência, o Retração mamilar.
sangramento ao coito (sinusorragia),
o Derrame papilar espontâneo.
dispareunia (penetração ou profundidade), nº
de parceiros, libido.
o Método anticoncepcional
o Corrimento genital: duração, coloração,
consistência, odor, dor ou ardor, prurido
vulvar.
o Climatério: ondas de calor (fogacho),
ressecamento vaginal, irritabilidade, insônia.
6) Antecedentes pessoais:
o Cirurgias prévias (miomectomia)
o Transfusão sanguínea
o Medicações
o Alergias
2. Inspeção dinâmica: Semiotécnica:
o Vacinação
o Levantamento dos braços ao seguimento Avaliar: Presença de nódulo palpável (tamanho, nº,
cefálico (mãos na nuca) → aumenta a tensão consistência, mobilidade), condensação (endurecida),
dos ligamentos de Cooper. derrame papilar, elasticidade da papila, dimensão e
o Braços para trás, pressionando o quadril e localização da lesão.
empurrando o peito para frente → contração
5. Expressão mamilar
dos músculos peitorais.
o Espontâneo/provocado.
o Braços para frente com as mãos segura uma
o Uni/bilateral.
na outra, em forma de elo.
o Contínuo/intermitente/cíclico.
o Aspecto da secreção: serosa, purulenta,
láctea, serossanguinolenta.

Avaliação: revelam e/ou evidenciam retrações,


tumores, abaulamentos, alterações papilares e
GENITÁLIA EXTERNA
areolares.
1. Inspeção estática
3. Palpação dos linfonodos: cadeias cervicais,
o Púbis: presença de lesões, pruridos ou
cadeias supraclaviculares, cadeias
parasitas.
infraclaviculares, cadeias axilares.
o Grandes e pequenos lábios: observar simetria,
Sequência: região pré e retro auricular → regiões coloração, integridade da pele, presença de
submandibulares e mentoniana → regiões cervical secreção.
anterior e posterior → regiões supra e infra clavicular o Vulva: monte de vênus, grandes e pequenos
→ região axilar. lábios, vestíbulo (meato uretral, introito
vaginal, hímen, glândula parauretral ou
Avaliar: nº, tamanho, consistência (elástica, vestibulares (Skene e Bartholin), clitóris.
fibroelástica e pétrea), sensibilidade a dor e adesão 2. Inspeção dinâmica
aos tecidos (móvel ou não). o Manobra de Valsava → avalia presença de
prolapso e perda da urina ao esforço.
3. Palpação
o Técnica bidigital: palpar monte de vênus,
grandes e pequenos lábios, hipertrofia das
glândulas de Barthorlin.

4. Palpação das mamas: paciente deitada em


decúbito dorsal, mãos atrás da nuca e examinador
palpando com a mão homologa:
o Técnica espalmada (Velpeau): sentido horário,
em movimento centrípeto (fora para dentro);
o Técnica dedilhamento (digitopressão): com
digitais dos dedos, realizar varredura em
sentido horário e centrípeto.
 Parede vaginal: tônus, integridade da
mucosa e músculos.
o Coleta do material:
 Ectocérvice (espátula de Aires)
 Endocérvice (escovinha 360º).

GENITÁLIA INTERNA

1. Inspeção (exame especular): colo e vagina. 2. Palpação (toque vaginal)


1. Utilizar lubrificante na luva para facilitar o
Orientações: exame.
o Evitar relação sexual, duchas e supositórios 2. Introduz o dedo no orifício vaginal com a mão
vaginais por 24-48h. dominante.
o Esvaziar a bexiga. 3. E mão não dominante comprime o abdome
inferior para aproximar os órgãos pélvicos do
o Explicar como ocorrera o exame.
toque vaginal.
Semiotécnica: Paciente em decúbito dorsal, cobrir
Avalia: colo e corpo do útero = posição
paciente da metade do abdome até os joelhos.
(anteversofletido, retrovertido, medianizado ou
o Introdução do espéculo: lateralizado), tamanho, forma, simetria, mobilidade e
1- Mão esquerda: afasta lábios e pressão do consistência. Ovários são palpáveis em mulheres no
períneo. menacme, magras e auxiliam no exame. Trompas não
2- Mão direita: introduz o espéculo em 45º com são palpáveis no exame normal.
a vertical (giro horário), especulo move entre
os dedos da mão esquerda até introdução
completa e abre-se o especulo pela válvula.

o Inspecionar:
 Corpo do útero: forma, superfície,
tamanho e posição.
 Colo: secreções, lesões, massas e eritema.
 Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum;

 Actinomices israeli  usuárias de DIU;

3. Fatores de risco

o IST prévias ou atuais – infecção por clamídia,


micoplasmas e/ou gonococos na cérvice uterina;

o Múltiplos parceiros sexuais e parceria sexual atual


portadora de uretrite;

o Uso de método anticoncepcional – DIU;

o Adolescência, idade entre 15 e 25 anos, início precoce


das relações sexuais, parceiros sexuais mais velhos –
referência rotinas em ginecologia;
Doença Inflamatória Pélvica

1. Introdução 4. Quadro clínico

o É uma síndrome clínica atribuída à ascensão de micro- o O diagnóstico clínico de DIP é feito a partir de critérios
organismo do trato genital inferior (vagina e/ou maiores, critérios menores e critérios elaborados;
endocérvice), espontânea ou devida à manipulação
(inserção de DIU, biopsia de endométrio, curetagem); o Para a confirmação clínica, é necessária a presença de:

o Compromete endométrio (endometrite), tubas  Três critérios maiores (mínimo) + um critério


uterinas, anexos uterinos, ovários e/ou estruturas menor (adicional)
contíguas (salpingite, miometrite); OU
 Um critério elaborado (definitivo)
o Por definição, DIP é uma infecção adquirida na
comunidade, iniciada por um agente sexualmente
transmissível, distinguindo-se de infecções pélvicas
causadas por procedimentos médicos. É uma das
complicações das IST, sendo comum em mulheres
jovens com atividade sexual desprotegida;

o Causa morbidades reprodutivas que incluem


infertilidade por fator tubário, gravidez ectópica e dor
pélvica crônica;

o É uma patologia rara em mulheres que não


menstruam, gravidas e pós-menopáusicas, e é mais
comum em pacientes tabagistas, de raça não branca,
jovens, nulíparas e em pacientes com história de DIP
prévia;  Dor abdominal inferior ou pélvica, presente em
90% dos casos – pode ser leve e unilateral, quando
limitada à trompa, ou intensa e constante, quando
2. Etiologia há comprometimento peritoneal (sinal de
Blumberg positivo);
o A DIP tem etiologia polimicrobiana. Os agentes
etiológicos mais comuns são:  Sangramento vaginal anormal de pouca
quantidade (spotting);
 Bactérias pertencentes às IST  Chlamydia
trachomatis e Neisseria gonorrhoeae – mais  Dispareunia;
comuns;
 Descarga vaginal;
 Bactérias facultativas anaeróbicas (flora vaginal
endógena)  Gardnerella vaginalis, Haemophilus  Dor pélvica ou dor em abdome inferior;
influenzae, Streptococcus agalactiae;
 Dor à mobilização do colo do útero ao toque
podem estar presentes na DIP;  O tratamento ambulatorial aplica-se a mulheres que
apresentam quadro clínico leve, exame abdominal e
ginecológico sem sinais de pelviperitonite;
 Diagnóstico diferencial
 Laparotomia – indicada em casos de massas anexiais
 Gravidez ectópica;
não responsivas ao tratamento ou ruptura das
 Apendicite aguda;
mesmas;
 Infecção do trato urinário;
 Litíase ureteral;
 Critérios para indicação ao tratamento hospitalar
 Torção de tumor cístico de ovário;
 Endometriose;
 Abscesso tubo-ovariano;
 Diverticulite;
 Gravidez;
 Ausência de resposta clínica após 72h do início do
tratamento com antibioticoterapia oral;
5. Diagnóstico  Intolerância a antibióticos orais ou dificuldade para
seguimento;
o Hemograma – leucocitose acima de 10.000 a 12.000;  Estado geral grave, com náuseas, vômitos e febre;
 Dificuldade em exclusão de emergência cirúrgica
o Exame comum de urina – excluir ITU; (apendicite, gravidez ectópica);
o Proteína C reativa e VSH;  Parceiros devem ser tratados com regimes ativos
contra clamídia e gonococo;
o Exame bacteriológico para vaginose bacteriana;
 Regimes terapêuticos – cobertura antimicrobiana para
o Cultura de material de endocérvice com antibiograma os agentes mais comuns:
ou NAAT para Neisseria gonorrhoeae;

o Pesquisa de Clamídia da endocérvice, uretra, de


laparoscopia ou de punção do fundo de saco posterior;

o Hemocultura;

o Sorologia para sífilis (VDRL);

o Solicitação de teste anti-HIV;

o Teste de gravidez;

o USG pélvica ou transvaginal – presença de uma fina


camada líquida, preenchendo a trompa, com ou sem a
presença de liquido livre na pelve; 7. Complicações

o Punção de fundo de saco posterior (culdocentese) para o Está associada a sequelas com impacto adverso na
gram e culturas de aeróbicos e anaeróbicos – rotina em saúde geral e reprodutiva da mulher jovem;
ginecologia;
o Sequelas precoces:
o Biópsia endometrial com evidencia de endometrite;
 Peri-hepatite;
o Laparoscopia – padrão-ouro para o diagnóstico;
 Abscesso tubo-ovariano;
 Morte;
6. Tratamento
o Sequelas tardias
 Deve-se iniciar imediatamente o tratamento
 Infertilidade;
antimicrobiano nas mulheres jovens, sexualmente
 Gestação ectópica;
ativas, com queixa de desconforto ou dor pélvica, e
que preencham os critérios clínicos para DIP;  Dor pélvica crônica – aderências;

 Cuidados
 A decisão de tratar a paciente, ou referi-la para
unidade de maior complexidade baseia-se na gravidade
do quadro clínico e das condições locais de trabalho
para assistência e cuidado;
o A melhora clínica das pacientes com DIP deverá
acontecer nos três primeiros dias após o início do  São frequentemente assintomáticas, em torno de 70 a
tratamento antimicrobiano; 80%. Nos casos sintomáticos, as principais queixas são
corrimento vaginal, sangramento intermenstrual,
dispareunia e disúria;

 Ao exame físico podem estar presentes dor à


mobilização do colo uterino, material mucopurulento
no orifício externo do colo e sangramento ao toque da
espátula ou swab;

 As principais complicações são: DIP, infertilidade,


gravidez ectópica e dor pélvica crônica;

 A infecção gonocócica na gestante poderá estar


associada a um maior risco de prematuridade, ruptura
prematura de membrana, perdas fetais, retardo de
crescimento intrauterino e febre puerperal;

 O método para diagnóstico da cervicite gonocócica é a


cultura do gonococo em meio seletivo (Thayer-Martin
modificado);

Infecções Sexualmente Transmissíveis


 O diagnóstico laboratorial da cervicite causada por C.
1. IST assintomáticas trachomatis deve ser feito por um método de biologia
molecular (NAAT);
o A sífilis (latente), gonorreia e a clamídia em mulheres e
a hepatite viral B e C e a infecção pelo HIV, são IST
frequentemente assintomáticas;

 Sífilis latente

 É uma das variantes clínicas em que não se observam


sinais e sintomas clínicos. O diagnóstico é realizado
exclusivamente por meio de testes sorológicos;

 É, na maioria das vezes, diagnosticada por triagem de


gestantes ou de pessoas com IST;

 Pode ser classificada em latente recente (até um ano


de infecção) e latente tardia (mais de um ano de
infecção);

 Tratamento – penicilina é a droga de escolha;

 Gonorreia e clamídia: cervicites

 Cervicite mucopurulenta ou endocervicite é a


inflamação da mucosa endocervical (epitélio colunar
do colo uterino);

 Os principais agentes etiológicos são Chlamydia


trachomatis e Neisseria gonorrhoeae;

 Fatores de risco: mulheres sexualmente ativas com


idade inferior a 25 anos, nova perceria sexual,
múltiplas parcerias sexuais, parcerias com IST, história
prévia ou presença de outra IST, e uso irregular de
preservativo;
 Corrimento vaginal

 A infecção vaginal pode ser caracterizada por


corrimento e/ou prurido e/ou alteração de odor e/ou
irritação local;

 Infecções endógenas (candidíase, vaginose bacteriana),


 Hepatites virais infecções iatrogênicas (pós-parto) e IST (tricomoníase);

 As hepatites virais são doenças causadas por diferentes  Vaginose bacteriana – decorrente do desequilíbrio da
agentes etiológicos, que têm em comum o tropismo microbiota vaginal e causada pelo crescimento
primário pelo tecido hepático; excessivo de bactérias anaeróbicas (Gardnerella
vaginalis, Ureaplasma sp. e Mycoplasma sp.).
 A hepatite B é uma infecção de transmissão parenteral, Apresenta corrimento com odor fétido, branco-
predominantemente, pela via sexual. São, acinzentado, de aspecto fluido ou cremoso;
habitualmente, anictérica;
 Candidíase vulvovaginal (Candida albicans) – prurido,
 Diagnóstico sorológico; disúria, dispareunia, corrimento branco, inodoro e com
aspecto caseoso, hiperemia, edema vulvar;

 Tricomoníase, causada por Trichomonas vaginalis –


 Prevenção – vacina hepatite B;
corrimento abundante, amarelado, prurido e/ou
irritação vulvar, dor pélvica, disúria, hiperemia da
 A hepatite C é uma infecção de transmissão
mucosa;
principalmente parenteral. O risco de infecção está
aumentado em populações como usuários de drogas
 As causas não infecciosas do corrimento vaginal
intravenosas ou usuários de cocaína inalada que
incluem: material mucoide fisiológico, vaginite
compartilham os equipamentos de uso;
inflamatória descamativa, vaginite atrófica;

2. IST sintomáticas

 As principais manifestações clínicas das IST são:


o Candidíase vulvovaginal
corrimento vaginal, corrimento uretral, ulceras
genitais, DIP e verrugas anogenitais;
- É a infecção da vulva e vagina, causada por um fungo
comensal que habita a mucosa vaginal e digestiva;

- A relação sexual não é a principal forma de


transmissão;

- Apresenta: prurido vulvovaginal, disúria, dispareunia,


corrimento branco, grumoso e com aspecto caseoso,
hiperemia, edema vulvar, fissuras da vulva, placas
brancas, recobrindo a vagina e colo uterino;

- Fatores que predispõem à infecção: gravidez, DM


descompensado, obesidade, uso de contraceptivos
orais, uso de antibióticos, corticoides, exame bacterioscópico a fresco ou pela coloração de
imunossupressores, hábitos de higiene e vestuário que Gram, Papanicolaou;
aumentem a umidade e o calor local;

- As parcerias sexuais não precisam ser tratadas, exceto  Métodos diagnósticos para corrimento vaginal
os sintomáticos (sexo masculino apresentam balanite
e/ou balanopostite, caracterizada por áreas  pH vaginal – normalmente é menor que 4,5. pH >
eritematosas na glande do pênis, prurido ou irritação); 4,5 indica vaginose bacteriana ou tricomoníase; pH
< 4,5 indica candidíase;
- Candidíase vulvovaginal recorrente (4 ou + episódios
sintomáticos em um ano) – afeta cerca de 5% das
 Teste de Whiff (teste das aminas ou do cheiro) –
mulheres em idade reprodutiva;
gota de KOH. Teste positivo se “odor de peixe”;

 Exame a fresco – os leucócitos estão presentes em


o Vaginose bacteriana
secreções vaginais de mulheres com candidíase
vulvovaginal e tricomoníase;
- É caracterizada por um desequilíbrio da microbiota
vaginal normal, com diminuição acentuada ou
 Bacterioscopia por coloração de Gram – presença
desaparecimento de lactobacilos acidófilos e aumento
de clue cells, células epiteliais escamosas de
de bactérias anaeróbicas;
aspecto granular pontilhado e bordas indefinidas
cobertas por cocobacilos – típica de vaginose
- É a causa mais comum de corrimento vaginal, afetando bacteriana;
cerca de 10 a 30% das gestantes;

- Sintomas: corrimento vaginal fétido, mais acentuado


após a relação sexual sem uso de preservativo, e
durante o período menstrual; corrimento vaginal
branco-acinzentado, de aspecto fluido ou cremoso; dor
à relação sexual (pouco frequente);

- O tratamento deve ser recomendado para mulheres


sintomáticas, gravidas, que apresentem comorbidades
ou potencial de risco de complicações;

- Diagnóstico clínico-laboratorial se confirma quando


estivem presentes 3 dos critérios de Amsel:

 Corrimento vaginal homogêneo;


 pH vaginal > 4,5;
 Teste de Ehiff ou teste da amina positivo;
 Presença de clue cells na bacterioscopia corada
por Gram;

o Tricomoníase
 Tratamento para corrimento
- É causada pelo T. vaginalis, tendo como reservatório o
colo uterino, a vagina e a uretra;

- Sinais e sintomas: corrimento abundante, amarelado


ou amarelo esverdeado; prurido e/ou irritação vulvar;
dor pélvica (ocasionalmente); sintomas urinários
(disúria, polaciúria); hiperemia da mucosa (aspecto de
framboesa);

- O diagnóstico é feito por meio da visualização dos


protozoários moveis em material de ectocérvice, por
- A infecção por clamídia no homem é responsável
por aproximadamente 50% dos casos de uretrite
não gonocócica;

- A transmissão ocorre pelo contato sexual, sendo o


período de incubação, no homem, de 14 a 21 dias;

- Caracteriza-se, habitualmente, pela presença de


corrimento mucoide, discreto, com disúria leve e
intermitente;

 Métodos diagnósticos

- Drenagem purulenta ou mucopurulenta ao exame


físico;

- Bacterioscopia pela coloração Gram de secreção


uretral, apresentando ≥ 5 polimorfonucleares em
 Corrimento uretral lamina de imersão. A infecção gonocócica é
estabelecida pela presença de diplococos
 As uretrites são IST caracterizadas por inflamação da negativos
uretra acompanhada de corrimento. Os agentes - Teste positivo de esterase leucocitária na urina de
microbianos das uretrites podem ser transmitidos por primeiro jato ou exame microscópico de
relação sexual vaginal, anal e oral; sedimento urinário, apresentando ≥ 10 PMN;

 O corrimento uretral pode ter aspecto que varia de - A pesquisa de N. gonorrhoeae e C. trachomatis
mucoide a purulento, com volume variável, estando pode ser realizada pelos NAAT, métodos de
associado a dor uretral, disúria, estrangúria (micção biologia molecular;
lenta e dolorosa), prurido uretral e eritema de meato
uretral;

 Fatores associados – idade jovem, baixo nível


socioeconômico, múltiplas parcerias ou nova parceria
sexual, histórico de IST e uso irregular de preservativos;

 Etiologia – N. gonorrhoeae e C. trachomatis;

 Uretrite gonocócica

- Processo infeccioso e inflamatório da mucosa


uretral;

- Nos casos sintomáticos, há presença de


corrimento e/ou disúria;

- Período de incubação é cerca de 2 a 5 dias após a


infecção;

- O corrimento mucopurulento ou purulento é


frequente;

 Uretrite não gonocócica

- É a uretrite sintomática cuja bacterioscopia pela


coloração de Gram e/ou cultura são negativas para
o gonococo;

- Agentes – C. trachomatis, U. urealyticum, M.


hominis e T. vaginalis;
 Tratamento - Cancroide (cancro mole): afecção de transmissão
exclusivamente sexual, provocada pelo H. ducreyi.
Caracteriza-se por lesões múltiplas e
habitualmente dolorosas, mais frequentes no sexo
masculino. O período de incubação é geralmente
de 3 a 5 dias, podendo se estender por até 2
semanas; as lesões são dolorosas, geralmente
múltiplas, a borda é irregular, apresentando
contornos eritemato-edematosos e fundo
irregular, recoberto por exsudato necrótico,
amarelado, com odor fétido;

- Linfogranumoma venéreo (LGV): causado por C.


trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3. A manifestação
clínica mais comum é a linfadenopatia inguinal
e/ou femoral; fase de inoculação (pápula, pústula
ou exulceração indolor), fase de disseminação
linfática regional e fase de sequelas;
 Úlcera Genital
- Donovanose: é uma IST crônica, progressiva,
 As úlceras genitais representam síndrome clínica causada pela bactéria K. granulomatis. Acomete
produzida por agentes infecciosos sexualmente preferencialmente pele e mucosas das regiões
transmissíveis; genitais, perianais e inguinais; quadro clínico inicia-
se com ulceração de borda plana ou hipertrófica,
 Manifestam-se como lesões ulcerativas erosivas, bem delimitada, com fundo granuloso, de aspecto
precedidas ou não por pústulas e/ou vesículas, vermelho vivo e de sangramento fácil;
acompanhadas ou não de dor, ardor, prurido,
drenagem de material mucopurulento, sangramento e  Métodos diagnósticos
linfadenopatia regional;
- Exame a fresco do exsudato da lesão;
 Etiologia – T. pallidum (sífilis primária e secundária); - Exame em campo escuro para pesquisa do T.
HSV 1 e HSV 2 (herpes perioral e genital); H. ducreyi pallidum;
(cancroide); C. trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3 (LGV)
e K. granulomatis (donovanose);

 Aspectos específicos das úlceras

- Sífilis primária: conhecida como cancro duro,


ocorre após o contato sexual. O período de
incubação é de 10 a 90 dias. A primeira
manifestação é caracterizada por uma ulcera,
geralmente única, que ocorre no local de entrada
da bactéria, indolor, com base endurecida e fundo
limpo, rica em treponemas;

- Sífilis secundária: surge em média entre 6


semanas e 6 meses após a infecção. Podem
ocorrer erupções cutâneas em forma de máculas
(roséola) e/ou pápulas, principalmente no tronco.
Eritema palmo-plantar, placas eritematosas
branco-acinzentadas nas mucosas, alopecia em
clareira e madarose;

- Herpes genital: embora os HSV-1 e HSV-2 possam


provocar lesões em qualquer parte do corpo, há
predomínio do tipo 2 nas lesões genitais e do tipo
1 nas lesões periorais; caracterizada pelo
surgimento de lesões eritemato-papulosas de 1 a
3mm, que rapidamente evoluem para vesículas
sobre base eritematosa, muito dolorosas;
 Tratamento para Herpes Genital

 Verrugas anogenitais

 Etiologia – o HPV pode induzir uma grande variedade


de lesões proliferativas na região anogenital.
Aproximadamente 40 tipos infectam o trato anogenital
e pelo menos 20 subtipos estão associados ao
carcinoma do colo uterino;

 A maioria das infecções são assintomáticas ou não


aparentes. Outras podem apresentar-se sob a forma de
 Tratamento para cancroide, LGV e donovanose
lesões exofíticas, os chamados condilomas
acuminados, verrugas genitais ou cristas de galo;

 A transmissão ocorre, preferencialmente por via


sexual;

 Apresentação latente – ocorre quando as pessoas


infectadas por HPV não desenvolvem qualquer lesão;

 Apresentação subclínica – a lesão ocorre quando as


microlesões pelo HPV são diagnosticadas por meio de
exame papanicolaou e/ou colposcopia;

 Apresentação clínica – a forma mais comum de


apresentação é conhecida como verruga genital ou
condiloma acuminado;

 O diagnóstico é clínico do condiloma acuminado.


Exames como colpocitologia oncótica de colo uterino,
citologia oncótica anal, colposcopia, anuscopia,
histopatologia;
INFERTILIDADE

1. Introdução

 Infertilidade é a incapacidade de conceber após pelo


menos 1 ano de relações sexuais regulares sem uso
de nenhum método anticoncepcional;

 Em mulheres com mais de 35 anos, ciclos menstruais


irregulares, história de DIP, endometriose, sugere-se
que a avaliação e o tratamento sejam iniciados após
período de apenas 6 meses;

 Comumente, a infertilidade afeta 7 a 8% dos casais;

2. Etiologia

 Estudo realizado pela ONU mostrou que, em países


desenvolvidos, o fator feminino era diagnosticado
em 37%, o fator masculino em 8% e o fator
combinado em 35% dos casos;

 As principais causas femininas encontradas foram:


distúrbios ovulatórios, endometriose, aderências
pélvicas, fator tubário e hiperprolactinemia;

 Outros fatores são conhecidos por elevarem o risco


de infertilidade – idade, fumo e peso aumentado. A
prevalência de infertilidade aumenta drasticamente
com a idade. O aumento da idade é reconhecido
como causa de declínio na vida reprodutiva;

 A taxa de aborto espontâneo é três vezes maior em


mulheres acima de 40 anos de idade quando
comparadas com mulheres abaixo dos 25 anos
submetidas à FIV;

 A infertilidade acomete 11% das mulheres com um


episódio de doença inflamatória pélvica (DIP), 34%
quando são dois episódios, e 54% das mulheres com
três ou mais episódios de DIP;

 Pacientes com obstrução tubária podem


desenvolver hidrossalpinge, fator que diminui as
taxas de sucesso de FIV;
- Fator hormonal – as principais inter-relações
 A endometriose tem comprovada associação com endócrinas que interferem com a função
infertilidade. Essa associação se faz por meio de ovariana são a hipófise, tireoide e suprarrenal.
anormalidades anatômicas devido adesões, Assim, a prolactina, o TSH e a 17-OH-
formação de endometrioma ovariano, além da progesterona descartam alterações
produção de citocinas e fatores de crescimento que extraovarianas;
prejudicam o processo normal de ovulação,
fertilização e implantação;

 Casais inférteis apresentam uma alta prevalência de


anormalidades genéticas. As principais anomalias
são a aneuplodia 45X nas mulheres e 47XXY nos
homens;

3. Avaliação diagnóstica do casal

 História detalhada sobre – idade, ocupação, tempo


de infertilidade, paridade, características do ciclo
menstrual, história das gestações, infecções prévias,
cirurgias pélvicas, fumo, exposição à fármacos,  Avaliação masculina
substancias tóxicas ou fatores ambientais;
- História – uso de fármacos, ocupação, cirurgias
 Avaliação do desenvolvimento folicular e ovulação pélvicas anteriores, infecções, DM, traumas
(US e dosagem progesterona); testiculares, doenças da infância,
criptorquidismo;
 Triagem inicial para doenças infecciosas
- Exame físico – presença de testículos na bolsa
- VDRL; escrotal, bem como sua consistência e seu
- HBsAG; volume, os epidídimos e os deferentes devem
ser avaliados;
- Anti-HCV;
- Anti-HIV;
- A pesquisa da infertilidade masculina
- HTLV I/II;
fundamenta-se basicamente no
- Clamídia no soro (imunofluorescência indireta
espermocitograma. A espermatogênese dura
IgG);
cerca de 75 dias. Este exame deve ser feito com
3 a 7 dias de abstinência sexual. São avaliados
 Avaliação feminina fator anatômico – fator volume, cor, viscosidade, aparência, pH,
tuboperitoneal: concentração total e por mL, motilidade,
vitalidade e morfologia. O mínimo de duas
- Histerossalpingografia – exame utilizado na amostras devem ser analisadas, com 1 a 2
investigação tubária. Permite avaliar a semanas de intervalo entre as coletas;
configuração uterina e a permeabilidade
tubária; - Nos casos em que o espermocitograma esteja
alterado, deve-se proceder à avaliação do
- Histerossonossalpingografia – consiste na paciente. A busca de causas que possam
visualização ultrassonográfica da difusão de soro interferir na função espermática, inicia-se com
fisiológico ou de meios de contraste à base de dosagem de FSH, prolactina, TSH, testosterona e
galactose; ecografia testicular com Doppler;

- Laparoscopia – completa investigação do fator - O exame de cariótipo deve ser solicitado a todos
tuboperitoneal, sendo considerada PADRÃO os pacientes com suspeita de insuficiência
OURO. O método utilizado para avaliação da testicular e volume testicular diminuído, bem
permeabilidade tubária é a cromotubagem como com oligoastenoteratospermia grave;
(cateterização do colo uterino e, através de uma
sonda inserida no colo, é injetada uma solução - Em um homem com azoospermia, testículos de
de azul de metileno diluída; então, sob visão tamanho normal, frutose presente no sêmen,
laparoscópica, é identificada a permeabilidade dosagens de FSH e testosterona normais, há
tubária); grande possibilidade de obstrução epididimária;
4. Tratamento 5. Avaliação

 Nos casos de infertilidade masculina, o manejo pode  Exames sorológicos e espermocitrograma;


ser dividido em cirúrgico, medicamentoso e
clinicamente assistido;  Se alterado – TSH, prolactina, FSH, testosterona;

 A cirurgia é reservada para casos de varicocele ou de  Cariótipo;


patologias obstrutivas. Os pacientes com diagnóstico
de ejaculação retrógrada devem realizar técnicas de  Fator hormonal feminino  TSH, prolactina, > 35
reprodução assistida após terem realizado pesquisa anos, FSH até o dia 5 do ciclo, ciclos irregulares;
e obtenção de espermatozoides na urina ou por
eletroejaculação;  Fator anatômico feminino  histerossalpingografia
ou histerossonossalpingografia, laparoscopia e
 O uso de fármacos está indicado apenas nos casos histeroscopia;
de hipogonadismo-hipogonadotrófico, nos quais as
gonadotrofinas – hCG + HMG ou hCG isolado –
possuem bons resultados;

 A maioria dos casos de fator masculino grave será


manejada por meio de técnicas de reprodução
assistida. Nos casos de azoospermia obstrutiva,
deve-se tentar obter espermatozoides epididimários
por microcirurgia ou punção aspirativa percutânea
com posterior uso de FIV-ICSI;

 Nos casos em que há o diagnóstico de alguma


endocrinopatia, o objetivo inicial é realizar o
tratamento da doença de base;

 Quanto à indução de ovulação, o fármaco utilizado


dependerá da causa da infertilidade e do tipo de
tratamento utilizado. Adota-se o uso de citrato de
clomifeno 100mg do 3º ao 7º dia do ciclo. Este é um
antagonista sintético dos estrogênios que possui um
efeito estrogênico fraco, sendo a principal terapia
para indução da ovulação;

 Após 3 a 6 meses sem efetividade, inicia-se o


manejo de superovulação associado a técnicas de
reprodução assistida. Inicialmente a proposta é a
inseminação artificial com ciclo estimulado e,
posteriormente, a fertilização in vitro;

 O controle ecográfico da ovulação é o método


padrão ouro para avaliação. Por meio da ecografia
transvaginal, pode-se acompanhar a resposta
ovariana ao tratamento (crescimento folicular) e,
além disso, avaliar o numero de folículos e
endométrio (espessura);

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