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INFORMATIVO SOBRE A SUSPENSÃO DOS PAGAMENTOS

DOS FINANCIAMENTOS DO BNDES

1. O BNDES está oferecendo a possibilidade de suspensão de juros


remuneratórios e principal por seis meses aos clientes dos financiamentos
indiretos, ou seja, aqueles financiamentos obtidos junto a bancos,
cooperativas e outros agentes financeiros credenciados, firmados até o dia
22/03/2020.

2. Essa nova solução permite a suspensão dos pagamentos das


prestações com vencimento entre abril de 2020 (inclusive) e setembro de
2020 (inclusive).
Nesse período de seis meses, poderão ser renegociadas as prestações
(principal e/ou juros), incluindo parcelas de juros durante o período de
carência, quando for o caso. A suspensão poderá ter efeitos desde a parcela
vencida em março de 2020.

3. Todos aqueles que têm operações indiretas com recursos do BNDES


e desejem a suspensão devem solicitar junto ao agente financeiro com o qual
a operação foi contratada. A autorização para a suspensão da dívida fica
a critério da instituição financeira.

Caso o agente financeiro concorde com a solicitação, deverá


encaminhar o pedido de suspensão ao BNDES, por meio de um formulário
preenchido eletronicamente, conforme modelo a ser disponibilizado pelo
BNDES e encaminhado aos agentes financeiros a partir de 07/04/2020.

4. Uma vez encaminhado o pedido, este será avaliado pela equipe de


acompanhamento responsável pelo seu contrato e submetido ao Comitê de
Crédito e Operações (CCOp). Após a aprovação pelo Comitê, a suspensão
deve ser formalizada mediante aditivo contratual.

5. Na hipótese de operações na modalidade indireta não automática, o


aditivo deverá ser assinado pelos representantes do agente financeiro e do
Cliente Final e, se for o caso, do(s) Interveniente(s), revestido de todas as
formalidades legais relativas à sua assinatura, e apresentado ao BNDES no
prazo de 120 (cento e vinte) dias contado da data da deliberação favorável
pela suspensão temporária de pagamentos pelo Comitê de Crédito e
Operações.

6. As regras sobre a suspensão dos pagamentos estão definidas


na Circular n° 12/2020, de 28.03.2020 (algumas dessa regras já foram
alteradas pelo BNDES, como, por exemplo, o rol de casos em que a
suspensão não poderá ser solicitada).

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7. É importante mencionar que em qualquer modalidade de operação, as
parcelas suspensas serão capitalizadas no saldo devedor, sem alteração do
prazo final dos contratos.

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS:

1. Quando o agente financeiro encaminhar a solicitação para o


BNDES, posso contar com a suspensão automática do meu pagamento?

Não. Uma vez encaminhado pelo agente financeiro, o pedido será


avaliado pela equipe de acompanhamento responsável pelo seu contrato, que
verificará o atendimento dos requisitos mínimos e o encaminhará para
deliberação do Comitê de Crédito e Operações do BNDES.

2. Será necessária formalização da suspensão temporária dos


pagamentos do crédito mediante aditivo contratual?

Sim. Após a aprovação do pedido no Comitê de Crédito e Operações,


a suspensão de pagamentos deverá ser formalizada mediante aditivo ao
instrumento de financiamento.

É obrigação do agente financeiro apresentar ao BNDES tal aditivo, o


que poderá ocorrer por via eletrônica, assinado pelas partes, revestido de
todas as formalidades legais relativas à sua assinatura.

Não haverá cobrança de taxa de renegociação para elaboração do


aditivo.

3. Qual o prazo para formalização do aditivo?

Na hipótese de operações na modalidade indireta não automática, o


aditivo deverá ser assinado pelos representantes do agente financeiro e do
Cliente Final e, se for o caso, do(s) Interveniente(s), revestido de todas as
formalidades legais relativas à sua assinatura, e apresentado ao BNDES no
prazo de 120 (cento e vinte) dias contado da data da deliberação favorável
pela suspensão temporária de pagamentos pelo Comitê de Crédito e
Operações.

É obrigação do agente Financeiro, e não do Cliente Final, apresentar


ao BNDES tal aditivo.

Deverá ser apresentada a ata do órgão deliberativo competente do


Cliente Final, revestida das formalidades legais, em que haja sido aprovada a
alteração contratual, em todos os seus termos e condições, em até 90
(noventa) dias, contados da formalização do aditivo.

A não apresentação deste documento configura condição resolutiva da


eficácia do aditivo para suspensão de pagamentos.

4. Quando e como serão pagas as parcelas entre abril de 2020 e


setembro de 2020 que forem suspensas?

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O valor das prestações suspensas será incorporado ao saldo devedor
e redistribuído nas parcelas restantes da dívida, mantido o termo final do
contrato. Ou seja, o prazo final de amortização não será estendido. Por essa
razão, as dívidas cuja última prestação tenha vencimento entre os meses de
abril de 2020 (inclusive) e setembro de 2020 (inclusive) não poderão ser
renegociadas.

IMPORTANTE: Somente será admitida a suspensão de prestações


sucessivas, com vencimento entre abril/2020 e setembro/2020. Nunca de
prestações intercaladas.

5. O prazo do meu financiamento será estendido no número de


meses correspondente ao número das parcelas renegociadas?

Não. As datas de vencimento das prestações que vencem após a


última prestação suspensa serão mantidas de acordo com o cronograma
originalmente pactuado. Ou seja, o prazo final do financiamento é aquele
definido antes da renegociação. Não há alongamento do prazo de pagamento.

A concessão de suspensão temporária de pagamentos não acarretará


alteração do termo final do prazo de amortização da dívida nem da taxa de
juros da Operação.

Trata-se de obrigação do agente financeiro não alterar a sua


remuneração estabelecida no contrato de repasse nem exigir do Cliente Final
garantias adicionais às nele previstas em função da suspensão de
pagamentos.

6. Além da suspensão do pagamento de parcelas (principal e juros),


o que pode ser alterado no meu financiamento?

A solução proposta se destina à renegociação das prestações que


vencem entre abril de 2020 (inclusive) e setembro de 2020 (inclusive). As
demais condições pactuadas, incluindo os encargos contratuais e a
periodicidade de pagamento ficam mantidos. Ou seja, as demais condições e
o prazo final de amortização do financiamento ficam mantidos.

7. Quais casos em que a suspensão não pode ser solicitada?

De acordo com a nova Decisão da Diretoria do BNDES, de 02.02.2020,


a possibilidade de solicitação da suspensão dos pagamentos para operações
indiretas, no momento, não se aplica a:

I. Créditos ou subcréditos objeto de equalização pelo Tesouro Nacional;

II. Clientes Finais:

a) Pessoas jurídicas de Direito Público interno;

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b) Entidades direta ou indiretamente controladas por pessoas jurídicas de
Direito Público interno, que dependem de transferências orçamentárias destes
entes públicos para sua manutenção;

III. Agentes Financeiros repassadores:

a) Que possuam apontamento que, por sua gravidade, repetição ou


relevância, possam implicar em restrições à sua pessoa e/ou ao seu
respectivo Grupo Econômico ou em substancial risco de imagem ao BNDES;

b) Que estejam inadimplentes financeiramente com o Sistema BNDES;

IV. Instrumentos em que o BNDES e/ou o Agente Financeiro avalie(m) outra


circunstância impeditiva em razão do risco da operação.

8. Se o Banco (Agente Financeiro) não quiser suspender pagamento


das minhas parcelas, posso solicitar a linha de Renegociação
Emergencial em outro agente/banco?

Não. Essa linha foi criada para suspensão de pagamentos de


financiamentos já contratados com as linhas do BNDES. Como se trata de
uma linha indireta, a autorização depende do agente financeiro, que é o
responsável pela análise de crédito e aprovação do financiamento, pois, o
agente é quem assume o risco da operação perante o BNDES, de acordo com
o limite de crédito e o perfil de cada cliente. Dessa maneira, infelizmente o
BNDES não tem poderes para interferir na análise de crédito realizada pelos
agentes financeiros repassadores.

9. Meu financiamento vence entre os meses de abril e setembro de


2020. Posso solicitar a suspensão de pagamentos?

Não. Dívidas, cuja última prestação tenha vencimento entre abril de


2020 e setembro de 2020, não poderão ser renegociadas.

10. Posso ter suspensão de pagamentos se minhas parcelas estão


atrasadas (inadimplente)?

O agente financeiro está autorizado a renegociar as prestações de abril


a setembro. Se o cliente está inadimplente em relação às prestações
anteriores a abril, fica a critério do agente financeiro efetuar ou não a
renegociação, sendo certo que as prestações anteriores a abril não poderão
ser prorrogadas na relação entre agente financeiro e BNDES.

11. Durante o período da suspensão temporária de pagamentos,


serão cobrados os juros remuneratórios?

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Sim. Os juros remuneratórios serão cobrados, mas não terão que ser
pagos no período da suspensão, sendo capitalizados no saldo devedor, assim
como o principal.

12. Por quanto tempo vale a suspensão?

Por 6 (seis) meses, observados os limites de carência de juros e


principal estabelecidos em legislação específica (*).

Na hipótese em que o prazo final de amortização for igual ou inferior a


6 meses na data da primeira parcela a ser suspensa, a suspensão irá findar
na penúltima parcela de amortização do contrato de repasse, caso em que a
suspensão temporária valerá por menos de seis meses.

Nessa hipótese, na data de vencimento da última parcela, o saldo


devedor deverá ser integralmente pago, inclusive os valores capitalizados.

(*) Sem prejuízo de outros normativos aplicáveis, deverão ser


observados os limites de carência de juros e principal estabelecidos nos
seguintes normativos específicos:

I. Resolução nº 3.828, de 17 de dezembro de 2009, do Conselho


Monetário Nacional (CMN), ou demais Resoluções do CMN acerca da
aplicação dos recursos desse Fundo, na hipótese de operações com recursos
do Fundo da Marinha Mercante; e

II. Resolução nº 511, de 18 de outubro de 2006, do Conselho


Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador – CODEFAT, ou demais
Resoluções do CODEFAT acerca da aplicação de recursos do FAT -
Depósitos Especiais para o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo
Orientado – PNMPO.

13. Existem obrigações especiais às quais o cliente final ou o agente


financeiro que solicitar a suspensão do pagamento ficarão obrigados?

Sim. As obrigações serão definidas pela equipe operacional do


BNDES, destacando-se entre algumas obrigações mínimas:

Em relação ao agente financeiro:

• Não alterar a sua remuneração estabelecida no contrato de repasse


ou exigir do Cliente Final garantias adicionais às nele previstas em função da
suspensão de pagamentos;

• Na hipótese de Project Finance, não emitir declaração sobre a


conclusão física e o atingimento da performance econômico-financeira do
projeto no exercício seguinte ao do termo final da suspensão de pagamento;

• Nas hipóteses em que o registro for necessário à validade e eficácia


do negócio jurídico, apresentar o aditivo registrado no prazo de 150 (cento e
cinquenta) dias, contado da data desta decisão do BNDES;

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• Inserir no instrumento aditivo, cláusulas que consubstanciem:

(i) Informação de que o(s) (sub)crédito(s) com recursos equalizados


pelo Tesouro Nacional permanecerá(rão) observando o disposto no
instrumento específico formalizado com o Cliente Final;

Em relação ao Cliente Final:

a) Apresentar a ata do órgão deliberativo competente, revestida das


formalidades legais, em que haja sido aprovada a alteração contratual, em
todos os seus termos e condições, em até 90 (noventa) dias, contados da
formalização do aditivo;

b) Limitar ao mínimo disposto na legislação societária o pagamento aos


acionistas/cotistas, a título de dividendos e juros sobre capital próprio
referente ao exercício de do ano em que ocorrer a suspensão de pagamentos;

c) Declaração firmada pelo(s) representante(s) legal(is) do Cliente Final


na data de assinatura do aditivo informando que:

• Com relação à legitimidade para contratar: possui pleno poder,


autoridade e capacidade para celebrar o aditivo mencionado e cumprir as
obrigações por ele assumidas, tendo adotado todas as medidas societárias
necessárias para autorizar a celebração do aditivo;

• Inexiste decisão condenatória administrativa ou judicial, apta a


produzir efeitos, que importe em proibição de contratar com instituições
financeiras oficiais ou com a Administração Pública, ou de receber benefícios
ou incentivos creditícios, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de
órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou
controladas pelo poder público, em razão da prática de atos ilícitos definidos
em lei;

• Ratifica todas as cláusulas e condições do contrato de repasse, no


que não colidirem com o que se estabelece no aditivo.

REFERÊNCIAS

Todos os dados trazidos neste informativo foram coletados no site do


BNDES, nos seguintes links:

- Suspensão de pagamentos – medida emergencial


- Suspensão de pagamentos para operações diretas e indiretas
- Tire suas dúvidas: suspensão de pagamentos
- Perguntas mais frequentes
- Circular n. 12/20, do BNDES

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