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ÍNDICE

LISTA DE ABREVIATURAS...................................................................................................2

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................3

1.ELEMENTOS, REQUISITOS E PRESSUPOSTOS..............................................................4

2.MENÇÕES OBRIGATÓRIAS DO ACTO ADMINISTRATIVO.........................................4

3.TIPOLOGIA DOS ACTOS ADMINISTRATIVOS...............................................................5

3.1. Actos Primários................................................................................................................5

3.1.1.Actos Impositivos......................................................................................................5

3.1.2. Actos Permissivos.....................................................................................................7

3.2.Actos Secundários.............................................................................................................9

3.2.1. Actos Instrumentais................................................................................................12

4.CLASSIFICAÇÃO DOS ACTOS ADMINISTRATIVOS...................................................13

4.1.Quanto aos Sujeitos ou Autores......................................................................................14

4.2.Quanto aos Destinatários................................................................................................14

4.3.Quanto ao Direito Substantivo que Regula o seu Conteúdo...........................................15

4.4.Quanto aos Efeitos..........................................................................................................15

5. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO............................................................................16

5.1. Objectivos da Regulamentação Jurídica do Procedimento Administrativo...................18

5.2. Natureza Jurídica do Procedimento Administrativo......................................................19

5.3. Espécies de Procedimentos Administrativos.................................................................19

5.4. A Codificação das normas do Procedimento Administrativo – O Código do


Procedimento Administrativo...............................................................................................20

5.5. Princípios Fundamentais do Procedimento Administrativo..........................................22

6.CONCLUSÃO.......................................................................................................................24

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................25
LISTA DE ABREVIATURAS
CPA- Código do procedimento Administrativo

CRP- Constituição da Republica de Portugal

Art.º - Artigo

LPA- Lei de Formação da Vontade da Administração Pública e de Defesa dos Direitos e


Interesses dos Administrados (Lei do Procedimento Administrativo).
INTRODUÇÃO
O conceito de acto administrativo foi construído com base em considerações de natureza
jurisdicional, ou seja, o acto administrativo delimita certos comportamentos da Administração
em função da fiscalização da actividade administrativa pelos tribunais. Visto a esse conceito
tradicional de Diogo Freitas do Amaral, o grupo foi incumbido de elaborar um trabalho
científico académico para o estudo e desenvolvimento do tema que passa a citar Actos
Administrativos (elementos, requisitos, pressupostos, menções obrigatórias do acto
administrativo, tipos de actos administrativos e a sua classificação) e o Procedimento
Administrativo, com os seguintes objectivos:

Objectivos

Objectivos Gerais

 Conceituar o Procedimento Administrativo e os conteúdos que constituem o acto


administrativo

Objectivos específicos

 Estudar os elementos, requisitos e pressupostos do acto administrativo;


 Mencionar as menções obrigatórias, os tipos de acto administrativo e a sua
classificação;
 Compreender o estudo do procedimento administrativo

Metodologias

A efectivação deste trabalho foi possível mediante a pesquisa bibliográfica։ Que consistiu no
uso de manuais acadêmicos, disponíveis na biblioteca da instituição, com vista a busca de
uma informação credível.

No presente trabalho, usamos as normas de citação APA 6ᵃ edição.


1.ELEMENTOS, REQUISITOS E PRESSUPOSTOS

Primeiramente vamos distinguir em relação ao acto administrativo segundo Amaral (2013),


entre os elementos, requisitos e pressupostos.

 Elementos: são as realidades que integram o próprio acto, em si mesmo considerado, e


que uma análise lógica permite decompor. Estão divididos em elementos essências,
que são aqueles sem os quais o acto não existe ou pode produzir qualquer efeito. E
também elementos acessórios, são aqueles que podem ou não ser introduzidos no acto
pela administração;
 Requisitos: são as obrigações que a lei elabora em relação a cada um dos elementos do
acto administrativo para garantia da legalidade e do interesse publico ou para proteção
dos direitos subjetivos e interesses legítimos dos particulares. Estão divididos em
requisitos de validade: sem cuja observância o acto será invalido e requisito de
eficácia: sem cuja observância o acto será ineficaz;
 Pressupostos: são as situações de facto de cuja ocorrência depende a possibilidade
legal de praticar um certo acto administrativo ou de o dotar com um determinado
conteúdo. (p.277)
Alguns exemplos argumentados por Amaral (2013):
 A existência de uma vaga é pressuposto do acto de nomeação ou promoção;
 A ocorrência de um acidente de trabalho é pressuposto do acto de atribuição de uma
pensão;
 A verificação de uma alteração da ordem pública e pressuposto da interversão policial.
(p.278)

2.MENÇÕES OBRIGATÓRIAS DO ACTO ADMINISTRATIVO

4
São menções obrigatórias do acto administrativo de acordo com Amaral (2013), CPA artigo
123.˚

• A Indicação da autoridade que o praticou e a menção da Delegação ou Subdelegação


de poderes, havendo:

• Indicação adequada do destinatário (s);

• Indicações dos factos ou actos que lhe deram origem, quando relevantes;
• A Fundamentação, quando exigível;

• O conteúdo ou o sentido da decisão e o respectivo objecto;

• A Data em que é praticado;

• Assinatura do autor do acto ou do presidente do Órgão Colegial de que emane.

3.TIPOLOGIA DOS ACTOS ADMINISTRATIVOS

Em concordância com Amaral (2013), afirma que os actos administrativos dividem-se, antes
de mais, em dois grandes grupos:

 Os actos Primários;
 Os actos Secundários.

Os actos primários são aqueles que versam pela primeira vez sobre uma determinada situação
da vida. Temos variados exemplos: nomear um funcionário; conceder a um particular uma
licença para construir uma casa, ou recusa-la; (p.281)

Assim, quando a Administração se manifesta pela primeira vez sobre uma situação da vida,
isto é um acto primário.

Os actos secundários, por seu turno, são aqueles que versam sobre um acto primário
anteriormente praticado, ou seja, tem por objectivo um acto primário preexistente, ou então
versam sobre uma situação que já tinha sido regulada através de um acto primário. É o caso
da revogação de um acto administrativo ou da suspensão de um terceiro entre outros.

Nos actos primários segundo Amaral (2013), há que distinguir entre os actos impositivos e os
actos permissivos. (p.282)

3.1. Actos Primários


3.1.1.Actos Impositivos

Os actos impositivos são aqueles que determinam a alguém que adopte uma certa conduta ou
que colocam o seu destinatário em situação de sujeição a um ou mais efeitos jurídicos.
Há que distinguir quatro espécies principais de actos impositivos:

- Os actos de comando

- Os actos punitivos

- Os actos ablativos

- Os juízos

(Amaral, 2013) ‘‘São actos de comando aqueles que impõe a um particular a


adopção de uma conduta positiva ou negativa.’’(p.282)

Por exemplo, a intimação da Administração a um particular para que proceda a demolição de


um prédio que ameaça ruína. Então se os actos impõem uma conduta positiva chamam-se
ordens. Se impõem uma conduta negativa, chamam-se proibições. O domínio principal deste
tipo de actos é, inadequadamente, o direito da polícia;

 Acerca dos actos punitivos, são aqueles que impõem ao individuo ou pessoa colectiva,
uma sanção de caracter administrativo.
Por exemplo: quando é imposto para um individuo, aplicação de uma pena disciplinar
a um funcionário público, em consequência da violação por este de algum dos deveres
funcionais do seu cargo. E no caso de uma pessoa colectiva, a revogação da licença
municipal de funcionamento de um estabelecimento comercial, por força do não
cumprimento pela empresa proprietária de algum ou vários deveres que lhe tenham
sido impostos no alvará que incorpora a licença ou que para ela, enquanto titular de
certa licença, decorreu diretamente a lei.
 Actos ablativos são aqueles que impõem a extinção ou a modificação do conteúdo de
um direito. Quando tratamos das expropriações de terrenos, das nacionalizações de
empresas, das servidões impostas sobre prédios.
 Quando falamos dos juízos, trata-se de actos pelos quais os órgãos da Administração
qualifica, segundo valores de justiça ou critérios técnicos, pessoas, coisas ou actos
submetidos a sua apreciação (graduações, as notações, valorações entre outros).

Para Amaral ‘‘São actos impositivos porque sujeitam os seus destinatários a determinados
efeitos jurídicos, independentemente de eles aceitarem ou não nesse acto, e de estarem ou
não de acordo com o respectivo conteúdo.’’
3.1.2. Actos Permissivos

Dando concordância ao Amaral (2013) os Actos permissivos são aqueles que possibilitam a
alguém a adaptação de uma conduta ou a omissão de um comportamento que de outro modo
lhe estariam vedados. (p.287)

Os actos permissivos distribuem-se por dois grandes grupos:

 Os actos que conferem ou ampliam vantagens;


 Os actos que eliminam ou reduzem encargos.

Na primeira categoria encontramos seis espécies principais:

 A autorização;
 Licença;
 A concessão;
 A delegação;
 A admissão;
 A subvenção;

1.Autorização:definimos como acto pelo qual um órgão da Administração permite a alguém o


exercício de um direito ou de uma competência preexistente. Nesse caso acontece que alguém
é titular de um direito subjectivo, mas a lei estabelece que esse direito só pode ser exercido
mediante autorização prévia, dada caso a caso pela autoridade administrativa competente,
pelo que o particular, se pretender exercer o seu direito, tem de dirigir-se aa Administração
Pública, requerendo que lhe seja conferida autorização para esse fim. O direito pertence ao
particular, não é a autorização que lhe confere, ou seja, ele já é titular do direito, mas o
respectivo exercício esta condicionado pela necessidade de obter uma autorização prévia da
Administração Pública.

De acordo com Amaral (2012), o que se diz acerca do exercício de direitos por particulares
vale também “mutatis mutandis’’ , para o exercício de competências por autoridades
administrativas, o qual também pode ser condicionado a uma autorização de um órgão
administrativo de categoria mais eleva. (p.288)

2. Licença: é o acto pelo qual um órgão da Administração atribui a alguém o direito de


exercer uma actividade privada que é por lei relativamente proibida.
A licença distingue-se da autorização na medida em que, na autorização o particular já é
titular do direito e apenas o exercício desse direito esta dependente da autorização
administrativa. Já na Licença, o particular não é titular de nenhum direito face à
Administração, ou seja, a actividade que ele se propõe desenvolver é até, em princípio,
proibida pela lei. Mas quando essa lei admite que, em certos casos, o titulo exepcional, a
Administração Pública possa permitir o exercício dessa actividade (por exemplo, o porte de
armas ou exploração de um canal privativo de televisão) chama-se licença.

3. Concessão: é o acto pelo qual um órgão da Administração transfere para uma entidade
privada o exercício de uma actividade pública, que o concessionário desempenhará por sua
conta e risco, mas no interesse geral.

Trate-se de uma situação diferente da licença. Na licença, a Administração permite ao


particular o exercício de uma actividade privada, que, em princípio, é proibida, mas que nem
por isso deixa de ser uma actividade privada.

Na concessão o que se transfere para o concessionário é o direito de exercer uma actividade


pública (exploração de um serviço público, a construção e exploração de uma obra pública, ou
a exploração de um bem do domínio público).

Então, a actividade a transferir para a esfera privada é uma actividade pública, mas que vai
ser desempenhada por entidades privadas.

4. A Delegação: é o acto pelo qual um órgão de Administração, normalmente competente em


determinada matéria, permite, de acordo com a lei, que outro órgão ou agente pratiquem actos
administrativos sobre a mesma matéria.

Importa notar que, diferentemente do que acontece com as três primeiras categoria, onde na
delegação tudo se passa na esfera própria da Administração Pública. Não há uma relação
externa entre a Administração e o particular, há uma relação interna entre órgão e agentes da
Administração.

5. A admissível é o acto pelo qual um órgão da Administração investe um particular numa


determinada categoria legal, de que decorre a atribuição de certos deveres e direitos. Como
exemplo temos, o que acontece com o acto de matrícula num estabelecimento de ensino,
através do qual uma pessoa é admitida na categoria legal de aluno desse estabelecimento.
6. A subvenção pode ser caracterizada segundo Amaral (2013) como o acto pelo qual um
órgão da Administração Pública atribui a um particular uma quantia em dinheiro destinada a
cobrir os custos inerentes à prossecução de uma actividade privada, reconhecida de interesse
publico. (p.292)

Estas, pois, as principais categorias dos actos permissivos que conferem ou aplicam
vantagens. Temos agora os actos que que eliminam ou reduzem encargos.

Ai, temos sobretudo de considerar duas categorias:

 A dispensa;
 A renúncia.

A dispensa é o acto administrativo que permite a alguém, os termos da lei, o não


cumprimento de uma obrigação geral. A dispensa pode, por sua vez, revestir duas
modalidades: a isenção e a escusa. A diferença entre as duas esta em que a isenção é
concedida pela Administração a particulares para a prossecução de um interesse público
relevante (isenções fiscais), por outro lado escusa é concedida por um órgão da Administração
a outro órgão ou agente administrativo a fim de garantir a imparcialidade da Administração. E
a escusa é a renúncia, que consiste no acto pelo qual um órgão da Administração se despoja
da titularidade de um direito legalmente disponível.

Amaral (2013), a renúncia representa à perda do direito. Onde não se pode confundir com
casos como de promessa do não exercício de um direito, ou melhor, a Administração não
renuncia ao seu direito, apenas se limita a prometer que, numa certa situação, não exercera
esse direito, mantendo-se, ainda assim, o mesmo na sua titularidade, podendo portanto ser
exercício em todos os outros casos. O CPA devia prever, restritamente, os casos e os termos
em que a Administração pública pode, a título excepcional, prometer validade não exercer um
direito ou um poder funcional que a lei lhe confira. (p.293)

3.2.Actos Secundários

Para Amaral (2013), Actos secundários:

‘‘São aqueles actos administrativos que versam directamente sobre um acto primário anterior
e, portanto, só indirectamente regulam a situação real subjacente ao acto primário.’’
Correspondem aos actos sobre actos, ou actos de segundo grau, que são actos administrativos
que têm por objectivo imediato um outro acto administrativo anterior.

Os actos secundários distinguem-se em três categorias:

 Actos integrativos
 Actos saneadores
 Actos desintegrativos

Os actos integrativos (Amaral,2013,p.296) são os que visam complementar actos


administrativos anteriores. Temos que distinguir quatro actos, nas seguintes categorias
principais:

- A aprovação;

- O visto;

- O acto confirmativo;

- A ratificação-confirmativa.

1. Amaral (2013), sustenta que:

‘‘A aprovação e o acto pelo qual um órgão da Administração exprime a sua concordância
com um acto anterior existente, já praticado por outro órgão administrativo, e lhe confere
eficácia.’’(p.296)

Em casos práticos temos: certos actos praticados por institutos públicos dependem da
aprovação tutelar do Governo, e outros dependem da aprovação posterior de uma Assembleia,
Conselho ou senado da mesma pessoa colectiva. Esses actos administrativos embora já
praticados e perfeitos, só se tornam eficazes quando sobrevier a aprovação, que é dada por
outro órgão. Pode ser uma aprovação tutelar ou não tutelar, depende dos casos.

Esta aprovação distingue-se da homologação, porque na homologação, antes de ser praticada,


não existe nenhum acto administrativo, apensas uma proposta ou um parecer. Para
(Amaral,2013,p.297), diz que a homologação:

‘‘ É o acto administrativo que absorve os fundamentos e conclusões de uma proposta ou de


um parecer apresentados por outro órgão.’’
A aprovação vem apenas conferir eficácia a um acto administrativo que já existia, só que não
era eficaz. O acto principal é o acto aprovado, não é acto de aprovação, pois aquele só
precisava da aprovação para se tornar eficaz.

Temos como distinção principal a aprovação da autorização. A primeira é que a autorização é


um acto permissivo, enquanto a aprovação é um acto integrativo. Por outro lado, a autorização
é prévia em relação ao acto autorizado, enquanto a aprovação é posterior ao acto aprovado.
Diante a várias diferenças, a diferença fundamental (Amaral,2013, p.297), na perspectiva
jurídica, é a seguinte: enquanto a aprovação é uma condição de eficiência de um acto
administrativo, a autorização é uma condição de validades da prática do acto.

Em conclusão, um acto sujeito a aprovação que ainda não haja sido aprovado é um acto
ineficaz. E um acto sujeito a autorização e praticado sem que ela tenha sido dada, é um acto
invalido.

O visto de acordo com Amaral (2013)

‘‘É o acto pelo qual um órgão competente declara ter tomado conhecimento de outro acto
(ou documento), sem se pronunciar sobre o seu conteúdo (visto meramente «cognitivo») ou
declara não ter objeções, de legalidade ou de mérito, sobre o acto examinado e por isso lhe
confere eficácia (visto «volitivo»).’’(p.298)

O visto volitivo diferencia-se da aprovação porquanto, nesta, quem aprova exprime a sua
concordância com o conteúdo e a oportunidade do acto aprovado;

Como assenta Amaral (2013),o acto confirmativo é o acto administrativo pelo qual um órgão
da Administração anuncia e mantem em vigor um acto administrativo anterior. (p.298)

A administração pode confirmar a sua recusa anterior, reiterando a posição primeiramente


tomada. Algumas vezes, é um subalterno que pratica um determinado acto, recusa uma
determinada licença, e o interessado em obter aquilo que ele recusou interpõe um recurso
hierárquico. O superior estuda a questão chega à conclusão que estava decidido, sem tirar nem
por, ou seja, não altera nada, apenas confirma a decisão.

A ratificação- confirmativa é o acto pelo qual o órgão normalmente competente para dispor
sobre certa matéria exprime a sua concordância relativamente aos actos praticados, em
circunstâncias extraordinárias, por um órgão excepcionalmente competente.
3.2.1. Actos Instrumentais

Para Amaral (2013):

Actos instrumentais identifica aquelas pronúncias administrativas que não envolvem uma
decisão de autoridade, antes são auxiliares relativamente a actos administrativos decisórios
(passe o pleonasmo). Quer dizer, «a sua contribuição para a realização das tarefas
administrativas processa-se através de um acto administrativo cuja produção condiciona de
modo diverso ou cuja efectiva operatividade condicionam». (p.301)

Existem duas modalidades dessa doutrina:

 As declarações de conhecimento;
 Os actos opinativos.

As declarações de conhecimento são actos auxiliares pelos quais um órgão da Administração


exprime oficialmente o conhecimento que tem de certos factos ou situações.

Trata-se por exemplo, das participações que são actos pelo qual um agente da autoridade
participa um crime de que tomou conhecimento, dos certificados e das certidões que são
actos pelos quais a Administração declara ao público quais são os factos ou as situações de
que tem conhecimento oficial por se encontrarem documentos nos seus registos ou noa seus
arquivos próprios. Estes têm, em princípio, eficácia retractiva. Como se limitam a reconhecer
direitos ou situações que já existem, sem as alterar, esse reconhecimento vale a partir do
partir do momento em que os direitos ou situações reconhecidas nasceram.

Os actos opinativos são actos pelos quais um órgão da Administração emite o seu ponto de
vista acerca de uma questão técnica ou jurídica. São, no fundo, opiniões. Aqui a
Administração não resolve problemas, não toma decisões, apenas emite opiniões dai a
designação de actos opinativos.

Existem que três modalidades dessa categoria:

- As informações burocráticas;

- As recomendações;
- Os pareceres.

Quando trata-se das informações burocráticas, dizemos segundo Amaral (2013) que são as
opiniões prestadas pelos serviços ao superior hierárquico competente para decidir. É de suma
importância referir informações burocráticas, para distinguir das informações prestadas ao
público, que fazem da categoria anterior, como declaração de conhecimento. (p.303)

Uma coisa é o acto pelo qual a Administração presta certas informações ao público, outra
coisas é o acto pelo qual dentro da esfera interna da Administração, o funcionário estuda um
processo e elabora uma informação que entrega ao seu legitimo superior hierárquico, para que
este possa decidir da forma mais conforme a lei e ao interesse público, (temos como exemplo,
a construção de um determinado edifício, por se mostrar contraria às regras urbanísticas
aplicáveis, deve ser embargada e que deve ser ordenada a sua demolição).

Recomendações são actos pelos quais se emite uma opinião, consubstanciando um apelo a
que o órgão competente decida de certa maneira, mas que o não obrigam a tal. As
recomendações constituem, opiniões reforçadas, ou seja, contêm, na base, uma opinião, mas
não se limitam a dar a conhecer uma tal opinião, propõe que ela seja seguida, isto é,
aconselham, incentivam ou apelam ao órgão decisório para que resolva no sentido
preconizado. É claro que, não sendo estas opiniões vinculativas, o seu destinatário tem o
direito de não perfilhar: mas acarreta com a responsabilidade de ter ignorado a recomendação
e pode ser por isso mal avaliado no seu desempenho.

Para Amaral (2013):

‘‘Os pareceres são actos opinativos elaborados por peritos especializados em certos ramos do
saber, ou por órgãos colegiais de natureza consultiva.’’(p.304)

Ao contrário da informação burocrática, que si limita, em regra, a carrear os dados de facto e


de direito importam a decisão do caso, a parecer apresenta-se como uma opinião crítica
autorizada, em que são aprofundados os mais difíceis problemas técnicos, jurídicos e políticos
e proposta uma solução final firmada em fundamentos cuidadosamente apurados, depois de
examinados todos os ângulos e possíveis incidências de tal soluções.

4.CLASSIFICAÇÃO DOS ACTOS ADMINISTRATIVOS


Como afirma Macie (2015), os actos administrativos são classificados
tendo em conta os seguintes critérios:
4.1.Quanto aos Sujeitos ou Autores
Os actos administrativos podem ser decisões ou deliberações. São
decisões quando provenham de órgãos singulares ou colectivos e são
deliberações quando provenham de órgãos colegiais.

A deliberação deve provir de um procedimento de formação especial,


designadamente, a constituição do (quórum) de deliberações, da votação
como forma de manifestação da vontade de cada membro, exigindo-se a
maioria, quer simples, quer absoluta ou qualificada conforme
especificação legal.

Já a decisão circunscreve numa única vontade, quer do órgão singular,


quer colectivo. É colectivo quando constituído por mais de uma pessoa,
mas que nenhum membro tem vontade relevante para a decisão, senão o
chefe supremo. É o caso do Conselho de Ministros, em que vinga a
vontade do Presidente da Republica, como Chefe do Governo.

4.2.Quanto aos Destinatários


Os actos podem ser colectivos, plurais e gerais.

São actos colectivos os que têm como destinatários um conjunto unificado


de particulares ou pessoas. Normalmente os actos colectivos visam
directamente os membros de um órgão colegial, mas como estão
unificados numa instituição, então ela acaba sendo a capa do acto, o
órgão colegial, como instituição, permanece intocável, senão a própria lei
que criou a possa eliminar do ordenamento jurídico.

Os actos plurais constituem na concentração de vários actos


administrativos autónomos e destacáveis de igual natureza e
aplicabilidade num único acto-mãe, visando diferentes destinatários. É o
caso do acto administrativo que aprecia e classifica os participantes num
concurso público; a nomeação de tantos funcionários num único acto-mãe.
Veja-se que cada classificado ou nomeado corresponde um acto
administrativo autónomo e individualizável e, por conseguinte, capaz de
ser impugnado (contrariado).
Os actos gerais segundo Freitas Do Amaral citado por Macie
(2015,pag.133) “são aqueles que se aplicam de imediato a um grupo
inorgânico de cidadãos, todos bem determinados, ou determináveis no
local”. Portanto, estes actos consistem em comandos concretos e directos
dirigidos a um conjunto de pessoas determináveis. Por exemplo: os
transportes públicos (vulgo chapeiros) que são advertidos por um agente
municipal a retomarem as suas rotas, apos uma concentração
reivindicativa.

4.3.Quanto ao conteúdo

Podem ser positivos e negativos, declarativos e constitutivos.

São positivos quando desencadeiam benefícios aos particulares,


introduzindo no ordenamento jurídico os efeitos jurídicos desejados, isto é
introduzem alterações na ordem jurídica administrativa. São negativos os
que negam a introdução de novos efeitos jurídicos na ordem jurídica, ou
que suprimem ou comprimem os efeitos anteriormente introduzidos. Por
exemplo: a concessão de um título uso e aproveitamento de terra
(positivo), ou a revogação de uma licença de condução (negativo).

São constitutivos os actos administrativos que criam, modificam ou


extinguem situações jurídicas na esfera dos particulares e os declarativos
se limitam a comprovar situações jurídicas anteriormente existentes. Os
primeiros podem ser constitutivo de direitos (concessão de uma licença de
exploração mineira); constitutivo de obrigações legais (acto que seleciona
uma pessoa a cumprir o serviço militar); de sujeições (acto que intima o
funcionário a pagar as diferenças do IRPS). Os declarativos são os casos
de certificados de habilitações e diplomas.

4.3.Quanto ao Direito Substantivo que Regula o seu Conteúdo


Podem ser de conteúdo do Direito Administrativo, privado ou misto

São de Direito Administrativo os actos administrativos cujo seu


conteúdo é consequência da aplicação das normas do Direito
Administrativo.
São de Direito Privado os actos administrativos que fazem aplicação
de normas de Direito Privado a questões reguladas por este. É o que
passa na generalidade dos casos de “Administração Publica no
Direito Privado”. Exemplos: certidões de registos públicos, actos
notariais, cópias autênticas de documentos oficiais depositados em
arquivos públicos.

São de conteúdo misto ou duplo, os actos administrativos que fazem


a aplicação do direito administrativo e do direito administrativo e do
direito privado, simultaneamente. A questão de fundo a decidir
passa, necessariamente, pela aplicação de normas administrativas,
civis, comerciais ou laboral.

4.4.Quanto aos Efeitos


Podem ser de execução instantânea e continuada.

Os actos de execução instantânea são aqueles cujos efeitos se


esgotam num só momento, através de um acto ou facto isolado, por
exemplo, a ordem de destruição de uma loja ilegalmente construída,
encerramento de um estabelecimento.

Os actos de execução continuada quando os respectivos efeitos se


projectam e prolongam no tempo, com caracter de continuidade,
sucessivo e constante, por exemplo, a licença de condução, os seus
efeitos se projectam no tempo de forma duradoura.

4.5.Quanto a localização do acto no procedimento e na hierarquia


administrativa

Podem ser definitivos e não definitivos

(Marcelo Caetano citado por Macie 2015, p.137) diz que o Acto
administrativo definitivo é “a resolução final que define a situação
jurídica da pessoa cujo órgão se pronunciou ou de outra que com ela esta
ou pretende estar em relação administrativa. ”
O acto administrativo põe termo a um conjunto de actos sequenciais
levados a cabo por um órgão da Administração Publica, que são chamados
de procedimento administrativo. Portanto é definitiva:

 A decisão final de um órgão, em que não possui recurso hierárquico


necessário, pós quem toma a decisão é o último órgão da
hierarquia, ou seja quem toma a decisão final é um órgão com
competência exclusiva em certa matéria, deferida diferida
directamente por lei, a ele. Por exemplo, Um Ministro, num
Ministério ele é o órgão supremo da hierarquia do ministério;
 A decisão final em que não exista nenhuma outra entidade a quem
interpor o recurso;

5. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

De acordo com Amaral (2013.p.322) “A actividade da Administração Pública é, em larga


medida, uma actividade processual”, ou seja, começa num determinado ponto e depois
caminha por fases, desenrolando-se de acordo com um certo modelo, avança pela prática de
actos que se encadeiam uns nos outros e pela observância de certos trâmites, de certos ritos,
de certas formalidades que se sucedem numa determinada sequência.

Chama-se a esta sequência Procedimento Administrativo, ou processo burocrático, ou


processo administrativo gracioso, ou ainda processo não contencioso.

‘‘O Procedimento Administrativo é a sequência juridicamente ordenada de actos e


formalidades tendentes à preparação da prática de um acto da Administração ou à sua
execução.’’(p.323)

O procedimento Administrativo no texto legal segundo Macie (2015, p.18), de acordo com a Lei n.˚
14/2011, de 10 de Agosto, que regula a formação da vontade da Administração Pública, estabelece as
normas de defesa dos direitos e interesses os particulares, define o procedimento administrativo como
uma sucessão ordenada de actos e formalidades com vista a formação e manifestação da vontade da
Administração Publica ou a sua execução.

Primeiramente o procedimento é uma sequência. Quer isto dizer que os vários elementos que


o integram não se encontram organizados de qualquer maneira. Aqui são dispostos numa certa
sequência, numa dada ordem ao longo do tempo e com princípio, meio e fim.
Segundo, o procedimento constitui uma sequência juridicamente ordenada. É a lei que
determina quais os actos a praticar e quais as formalidades a observar; é também a lei que
estabelece a ordem dos trâmites a cumprir, o momento em que cada um deve ser efectuado,
quais os actos antecedentes e os actos subsequentes.

Terceiro, o Procedimento Administrativo traduz-se numa sequência de actos e formalidades. 


Não há nele apenas actos jurídicos ou tão-só formalidades: no Procedimento Administrativo
tanto encontramos actos jurídicos como meras formalidades.

Quarto, o Procedimento Administrativo tem por objecto um acto da Administração. A


expressão acto da Administração engloba genericamente todas essas categorias. O que dá
carácter administrativo ao procedimento é, precisamente, o envolvimento da Administração
Pública e o facto de o objecto dele ser um acto da Administração.

Quinto, o Procedimento Administrativo tem por finalidade preparar a prática de um acto ou


respectiva execução. Onde decorre a distinção, entre procedimentos decisórios e executivos.

A distinção funcional vem no artigo 1º CPA:

 Entende-se por Procedimento Administrativo a sucessão ordenada de actos e


formalidades tendentes à formação e manifestação da vontade da Administração Pública
ou à sua execução.

 Entende-se por processo administrativo o conjunto de documentos em que se traduzem


os actos e formalidades que integram o Procedimento Administrativo.

5.1. Objectivos da Regulamentação Jurídica do Procedimento Administrativo

Segundo Amaral (2013.p.326) o Procedimento Administrativo é uma sequência juridicamente


ordenada. O Direito interessa-se por ele e regula-o através de normas jurídicas, obrigatórias
para a Administração. Isto acontece por estas razões:

Existem vários os objectivos da regulamentação jurídica do Procedimento Administrativo:

a) Em primeiro lugar, a lei visa disciplinar da melhor forma o desenvolvimento da actividade


administrativa, procurando nomeadamente assegurar a racionalização dos meios a utilizar
pelos serviços (principio de eficiência);
b) Em segundo lugar, é objectivo da lei que através do procedimento se consiga esclarecer a
vontade da Administração, de modo a que sejam sempre tomadas decisões justas, úteis e
oportunas (na visão politica, jurídica, económica, financeira, técnica, etc.);

c) Em terceiro lugar, entende a lei dever salvaguardar os direitos subjectivos e os interesses


legítimos dos particulares, impondo à Administração todas as cautelas para que eles sejam
respeitados ou, quando hajam de ser sacrificados, para que o não sejam por forma excessiva;

d) Em quarto lugar, a lei quer evitar a burocratização e aproximar os serviços públicos das
populações (democracia participativa);

e) E, por último, pretende a lei assegurar a participação dos cidadãos na preparação das
decisões que lhes digam respeito.

É o que resulta com toda a clareza do artigo 267.º/1/4 CRP.

‘‘A regulamentação jurídica do Procedimento Administrativo visa, por um lado, garantir a


melhor ponderação possível da decisão a tomar à luz do interesse público e, por outro,
assegurar o respeito pelos direitos dos particulares. Nesta medida, as normas que regulam o
Procedimento Administrativo são, pois, típicas normas de Direito Administrativo, por isso
que procuram conciliar as exigências do interesse colectivo com as exigências dos interesses
individuais.’’

5.2. Natureza Jurídica do Procedimento Administrativo

Para Amaral (2013), um dos principais problemas que se devem discutir acerca da natureza
jurídica do procedimento administrativo consiste em saber se este constitui ou não um
verdadeiro processo. (p.332)

Confrontam-se a respeito desta questão duas teses opostas:

a) A Tese Processualista: para os defensores desta tese, o Procedimento Administrativo é um


autêntico processo. Claro que há diferenças entre o Procedimento Administrativo e o Processo
Judicial: mas ambos são espécies de um mesmo género – o processo;

b) A Tese Anti processualista: para os defensores desta tese, o Procedimento Administrativo


não é um processo, Procedimento Administrativo e Processo Judicial não são duas espécies de
um mesmo género, mas sim dois géneros diferentes, irredutíveis um ao outro.
O processo será a sucessão ordenada de actos e formalidades tendentes à formação ou à
execução de uma vontade funcional. Sempre que a lei pretende disciplinar a manifestação de
uma vontade funcional, e desde que o faça ordenando o encadeamento sequencial de actos e
formalidades para a obtenção de uma solução final ponderada e adequada, aí teremos um
processo.

O Procedimento Administrativo é, pois, um processo – tal como são o Processo Legislativo e


o Processo Judicial. Múltiplas diferenças os separam; aproxima-os a circunstâncias de todos
serem uma sequência juridicamente ordenada de actos e formalidades tendentes à formação
de uma vontade funcional ou à respectiva execução.

5.3. Espécies de Procedimentos Administrativos

Geralmente, para Amaral (2013) enunciam-se duas classificações dos procedimentos


administrativos.

Temos Principais classificações:

Na questão de saber quem toma a iniciativa de desencadear o início do procedimento:

 Procedimentos de iniciativa pública: são os procedimentos que a Administração toma


a iniciativa de desencadear, ou melhor, são susceptíveis de início oficioso;
  Procedimento de iniciativa particular: são os procedimentos desencadeados por
iniciativa dos particulares, ou seja, dependentes de requerimento deste;

No critério do objecto do procedimento:

 Procedimento decisórios: visam a tomada de uma decisão administrativa, o


procedimento decisório pode ser um Procedimento de 1º grau: incidem pela primeira
vez sobre uma situação da vida e procedimentos de 2º grau: incidem sobre uma
decisão administrativa anteriormente tomada;
  Procedimentos executivos: tem por finalidade assegurar a projeção dos efeitos de
uma decisão administrativa ou acto administrativo.

Com base na lei do CPA, artigo.2.˚, temos:


 Procedimento comum: é aquele que não é regulado por legislação especial mas pelo
próprio CPA, e que deve ser seguido em todos os casos em que haja legislação
especial aplicável;  
 Procedimentos especiais: são regulados em leis especiais. (procedimentos de licença
de construção ou de formação de contratos públicos, etc.)

A última classificação atende a natureza punitiva ou não punitiva do acto final do


procedimento:

 Procedimentos administrativos sancionatórios: são aqueles que podem dar lugar a


prática de um acto punitivo, razão por que a posição do arguido é objecto de especiais
garantias;
 Procedimento administrativo não sancionatórios: são por exclusão de partes, todos os
demais, ou melhor, aqueles cujo acto final não reveste em caso algum a natureza
sancionatória.

5.4. A Codificação das normas do Procedimento Administrativo – O Código do


Procedimento Administrativo

O Código de hoje vigora entre nós haveria de resultar do Projecto do Código do Procedimento
Administrativo de 1989. O impulso legislativo governamental foi coberto por uma lei de
autorização legislativa (Lei n.º 32/91, de 20 de Julho) e o Código do Procedimento
Administrativo viria a ser aprovado pelo DL n.º 442/91 de 15 de Novembro. A entrada em
vigor do CPA verificou-se em 16 de Maio de 1992. O Código do Procedimento
Administrativo foi revisto pelo DL n.º 6/96, publicado em 31 de Janeiro de 1996.

Segundo Macie (2015,p.28), em Moçambique, o Procedimento Administrativo não esta


codificado. Assim, a falta de codificação não influi na regulamentação do procedimento,
conseguindo-se no caso pátrio através da Lei n.˚ 14/2011, de 10 de Agosto e pelo Decreto n.˚
15/2001, de 15 de Outubro. A Lei n.˚ 14/2011, de 10 de Agosto, veio revogar a RAU,
aprovado pelo Decreto-Lei n.˚23229, de 15 de Novembro de 1933.

Seguindo uma tradição que remonta ao projecto de 1968, o Código do Procedimento


Administrativo não trata apenas do Procedimento Administrativo propriamente dito, dando-se
mesmo a circunstância, um tanto insólita, de a sua Parte III apresentar epígrafe idêntica ao
nome do próprio código: Do Procedimento Administrativo.
Para além desta, o Código tem uma primeira parte dedicada aos princípios gerais, uma
segunda relativa aos sujeitos do procedimento e uma quarta, regulando as formas da
actividade administrativa. Disciplina pois, bem mais do que o Procedimento Administrativo.

O art. 2º CPA contém as regras que determinam o âmbito de aplicação do Código.

a) No que se refere ao âmbito subjectivo, o Código do Procedimento Administrativo aplica-se


às entidades que compõem a Administração Pública em sentido orgânico (enumeradas no n.º
2), aos órgãos do Estado estranhos a esta mas que desenvolvam actividades materialmente
administrativa (n.º 1), e ainda às empresas concessionárias, quando actuem no exercício de
poderes de autoridade (n.º 3);

b) Quanto ao âmbito material de aplicação, há a registar sobretudo que:

 Os princípios da actividade administrativa e as normas de concretização


constitucional são aplicáveis, em quaisquer circunstâncias, a todo e qualquer tipo de
actividade, seja ela de gestão pública, de gestão privada ou de índole técnica (n.º 5);

 As disposições relativas à organização e à actividade administrativas são aplicáveis às


actividades de gestão pública (n.º 6);

 As restantes disposições do Código do Procedimento Administrativo são aplicáveis,


igualmente apenas no domínio das actividades de gestão pública, ao Procedimento
Comum e, supletivamente, também aos Procedimentos Especiais, desde que daí não
resulte diminuição das garantias dos particulares (n.º 7).

5.5. Princípios Fundamentais do Procedimento Administrativo

O Código do Procedimento Administrativo inclui dois tipos de princípios: em primeiro lugar,


os princípios gerais do Código, constantes dos artigos. 3º Até 12º:

 O Princípio da Legalidade (art. 3º);

 O Princípio da Proporcionalidade (art. 5º);

 O Princípio da Justiça (art. 6º)

 O Princípio da Imparcialidade (art. 6º);


 O Princípio da Boa Fé (art. 6º-A);

 O Princípio da Colaboração da Administração com os Particulares (art. 7º), este dever


de colaboração existe nos dois sentidos: deve a Administração colaborar com os
particulares – ouvindo-os, apoiando-os, estimulando-os – e devem os particulares
colaborar com a Administração, sem prejuízo dos seus direitos e interesses legítimos.

 O Princípio da Participação (art. 8º), que serve de enquadramento à mais importante


inovação introduzida pelo Código do Procedimento Administrativo, a audiência dos
interessados no procedimento, regulada nos arts. 100º e segs.

 O Princípio da Decisão (art. 9º), que assegura aos cidadãos o direito a obterem uma
decisão administrativa quando o requeiram ao órgão competente  (dever de pronuncia).

 O Princípio da Desburocratização e da Eficiência (art. 10º);

 O Princípio da Gratuitidade (art. 11º);

 O Princípio do Acesso à Justiça (art. 12º).

Em segundo lugar, os princípios gerais do procedimento, incluídos nos arts. 56º Ate 60º:

 O Princípio do Inquisitório, inscrito no art. 56º CPA, que como corolário do princípio


a prossecução do interesse público, assinala o papel preponderante dos órgãos
administrativos da decisão administrativa;

 O Princípio da Celeridade, que acompanhado da fixação de um prazo legal para


conclusão do procedimento, pretende prenunciar o fim desejado daquelas gavetas onde a
velha máxima dizia que os órgãos administrativos guardavam os assuntos que o tempo
haveria de resolver (arts. 57º e 58º);

 O Princípio da publicidade do Impulso Processual, consignado no art. 55º CPA, que,


por via da garantia de que os interessados estejam informados do início do procedimento,
procura assegurar-lhes efectivas possibilidades de participação no mesmo.

 O Princípio da Colaboração dos Interessados, com o qual se pretende garantir que


estes facilitem a actividade da Administração Pública, auxiliando esta, com boa fé e
seriedade, na preparação das decisões administrativas (art. 60º).
O Procedimento Administrativo obedece também a um certo número de outros princípios
fundamentais:

a) Carácter escrito: em regra o Procedimento Administrativo tem carácter escrito, os estudos e


opiniões têm de ser emitidos por escrito, etc.…

b) Simplificação e formalismo: o Procedimento Administrativo é muito menos formalista e é


mais maleável. A lei traça apenas algumas linhas gerais de actuação e determina quais as
formalidades essenciais: o resto é variável conforme os casos e circunstâncias;

c) Natureza inquisitória: os Tribunais são passivos: aguardam as iniciativas dos particulares e,


em regra, só decidem sobre o que eles lhes tiverem pedido pelo contrário, a Administração é
activa, goza do direito de iniciativa para promover a satisfação dos interesses públicos postos
por lei a seu cargo.

6.CONCLUSÃO

Dando conclusão ao presente trabalho,

Entendemos que o procedimento administrativo é o modo de realização do Direito


Administrativo, ou seja, a realização da actividade administrativa pela Administração Pública
está procedimentalizada. A excepção a esta regra só pode ocorrer em situações de estado de
necessidade ou de emergência e nos casos de regimes previstos em leis especiais.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Amaral D. F. (2013). Curso de Direito Administrativo (vol. II) 2˚ edição, Coimbra, Portugal:
Edição Almedina.

Macie, A. (2015). Lições de Direito Administrativo Moçambicano (Actividade administrativa


e Garantias administrativas), vol. III, Maputo. Moçambique: Edição do Autor.

Legislação

Código do procedimento Administrativo

Lei n.˚ 14/2011, de 10 de Agosto – Formula a vontade da Administração Pública

Constituição da República Portuguesa

Lei do Procedimento Administrativo

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