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Nome do formando: WAITE INACIO WAITE

Turma: CV3- C, Código do formando: 1000013462

1- CULTURA DE CENOURA

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO

Esta cultura foi descoberta pelos suecos embora, a sua forma selvagem seja de origem
Árabe. Emigrou para a Europa no século XIII/XIV, onde toma um lugar privilegiado
como cultura. No continente Europeu a partir das formas selvagens, muitas variedades
utilizadas no mundo foram descobertas pelos franceses e difundidas para os diversos
continentes.

IMPORTÂNCIA

A sua raíz é comestível e rica em açúcar, fosfatos, sais e alcalinos. A cenoura raspada
cura ferimentos e atenua queimaduras, comida em jejum, actua como diurético e
combate vermes.
O sumo da cenoura é contra a frieira e inflamação de órgãos respiratórios
O da cenoura junto com o mel das abelhas cura a úlcera e abcessos; regula a disposição
do organismo e torna o corpo resistente ás infecções além de ser boa para o crescimento
das crianças; acalma as inflamações no olho e os nervos na pessoa.
A cenoura é de fácil digestão, podendo ser consumida pela criança assim como pelo
adulto a qualquer altura.

Vitaminas/minerais Quantidades em 100 gr


Caroteno 8.100 mg
Ácido 0.270 mg
Vitamina E 2.600 mg
Vitamina K 0.080 mg
Vitamina B1 0.067 mg
Vitamina B2 0.055 mg
Vitamina B5 0.810 mg

Vitamina B6 0.065 mg
Vitamina C 5.700 mg
Na 45.0 mg
K 28.0 mg
Mg 21.0 mg
Ca 35.0 mg
Fe 0.7 mg
P 31.0 mg
I 3.8 ug
Tabela 3: composição química em vitaminas e minerais na cenoura.

BOTÂNICA

As cenouras são plantas rústicas, bienais e cultivadas como anuais.


Possui um ciclo vegetativo de 70-110 dias. Pertence a família das Umbeliferae
(apiáceas) com o nome científico de Daucos carota L.

VARIEDADES:

Existindo cenoura que se destina ao consumo animal e humano na coloração vermelha,


amarelo-vermelha, amarelo e branco, importa falar de dois tipos de variedades cuja
semente se encontra no mercado local.

 Chantenay Red Cored


É uma planta com folhas mediamente grossas que dá uma boa cobertura. A parte final
do caule é funda, cor alaranjada e casca externa e suave. As raízes podem crescer até 16
cm de comprimento e 6 cm de diâmetro no solo. O colo da raíz mantém-se fora do solo
sem apresentar a coloração verde.
A maturação varia entre 80-110 dias e cujo o rendimento é de 15 ton/ha.

 Nantes:
A parte aérea das plantas é do tamanho médio com 20-30 cm de altura. As raízes são
cilíndricas com alta qualidade, crescimento acima de 16 cm de comprimento e 6 cm de
diâmetro no solo. Possui uma casca lisa com um magnífica cor interna.
A maturação verifica-se aos 65-70 dias depois da sementeira cujo o rendimento é de 15
ton/ha, pode-se cultivar em estufas de vidro ou plástico.

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO

Preparação do terreno:
Efectuada a lavoura 30 dias antes da sementeira e a gradagem 5 dias antes da
sementeira, adubação 4 dias e seguida de gradagem 3 dias antes da sementeira.

Época de sementeira:
Março-Outubro

Sementeira:
Feita a arrumação do terreno, é regado para depois se proceder a sementeira directa com
sementes de 1 ano de vida.
A sementeira pode ser a lanço ou em linhas na quantidade de 4-5 kg/ha. A quantidade
de plantas pode ser de 333.300 a 666.600 plantas/ha. 1 gr de semente contém cerca de
700 sementes com uma estimativa de 50% de germinação.
O compasso a utilizar é de 5-10/30 cm ou 25-8/10 cm.

AMANHOS CULTURAIS

Adubação:
Adubação do fundo (NPK)- 50-100-50 kg/ha e Mg
Adubação de cobertura (NK)- 50-50 kg/ha.
O Mg é óptimo para a cenoura, aumentando-se 1/5 as de sais potâssicos a 30% que
seriam necessários. O N deve ser fornecido com moderação para evitar a vegetação
excessiva.
Rega:
A cenoura precisa de água abundante e constante desde o início. Se vegeta sem água,
fica dura e sabor amargo e pequena.
As regas estão na ordem dos 300 mm/ha; sendo a rega por aspersão e a gravidade de
400 mm. Efectua-se a primeira rega 1 dia antes da sementeira, a segunda 4 dias depois
da sementeira.

Sacha/desbaste:
Além da sacha que é importantíssima, após a primeira fase de desenvolvimento, deve-se
retirar as plantinhas que nascem juntas e o primeiro desbaste é quando as plantas tem 3-
4 folhas, deixando cerca de 3 cm uma da outra. Esta operação é efectuada num terreno
húmido, para não mover todas as plantas, seguida de sacha.
O segundo desbaste, deixa-se 5-10 cm isto quando as plantas tomarem uma coloração
amarelada e que já podem ser consumidas. Procede-se a amontoa para não deixas as
cenouras expostos ao sol.

COLHEITA

A colheita realiza-se manualmente com ajuda de uma enxada aos 70-110 dias. O
rendimento calcula-se em 15 ton/ha

ECOLOGIA

A fecundação é feita pelos insectos. Semente óptima provém da raíz lisa, sem raízes
laterais, sã, não atacada pelos parasitas, com forma e tipo de variedade, colo fino,
coração pouco desenvolvido e tenro, carnudas, resistentes, fácil conservação,
desenvolvimento rápido e bom sabor.
Após ao amanhos culturais, quando as cenouras formarem sementes; estas são colhidas
quando as umbelas se vão tornando castanhos, tendo sempre que esperar pela maturação
completa possível, embora seja antes das sementes se desprenderem. Uma vez cortadas
as umbelas são depois abrigadas em locais ventilados e seco para se completarem a
maturação.
Quando as umbelas se tornarem bastante higroscópicas, devemos fazer a debulha em
dias secos.
Para separar as sementes dos pedicelos, deve-se fazer ou meter em sacos pequenos no
que se esfrega entre as palmas das mãos. A semente da cenoura perde rapidamente o
poder germinativo, motivo pela qual, deve-se vender ou semea-la rapidamente. A
produção de semente é de 6-15 gr por planta.

SANIDADE VEGETAL

PRAGA:

 Mosca da cenoura:
As raízes apresentam externamente estrias ténuas, quando a planta é atacada cortando-a.
Os canalículos abertos pela larva do insecto servem de porta de entra para outras
enfermidades. As larvas são mais temíveis em Maio-Setembro consoante a zona.

Controlo:
1. utilizar o aldrim aplicado no solo quando as plantinhas tiverem 6-10 cm e
repetir o tratamento passados 3 semanas.

2- CULTURA DO ALHO

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO

Acredita-se que o alho seja originário da Silícia ou da Ásia Ocidental.


Desde os tempos bíblicos já era cultivado no Oriente, de onde ganhou a Europa, durante
as cruzadas, tendo sido introduzida na América pelos colonizadores portugueses e
espanhóis.

IMPORTÂNCIA

O alho é um condimento da primeira grandeza no preparo dos alimentos, as suas


propriedades medicinais e alimentares, já comprovadas pela ciência moderna, não são
igualadas por quase nenhuma planta cultivada em larga escala pelo homem.
É certamente por isso que o seu consumo em todo o mundo, não apenas se mantém
estável através das eras, como também aumenta gradativamente com o crescimento da
população do planeta.

BOTÂNICA

O alho é conhecido cientificamente por Allium sativum. Faz parte da família das
liliáceas.
Trata-se de uma planta herbácea, que chega a uma altura de 50-60 cm conforme a
variedade.

MORFOLOGIA:

 Raíz:
Fibrosas, pouco ramificadas, finas e delicadas, crescem verticalmente, alcançando cerca
de 70 cm de profundidade.

 Caule:
Apresenta-se sob forma de um bolbo que é formado por pequenos bolbilhos mais
conhecidos por dentes. Tanto os bolbilhos como bolbos são cobertos por várias
membranas, mais finas ou mais grossas dependendo da variedade. Estas folhas se
envaginam e se transformam para dar a protecção ao caule.

 Folhas:
São alongadas, cerrosas e com secções em forma de V.
O alho não desenvolve sementes e sua reprodução é feita a partir do plantio de dentes,
que nada mais são gemas desenvolvidas, muito ricas em reservas nutritivas.
ECOLOGIA

Temperatura:
Pesquisas realizadas pelo secretaria de agricultura do Distrito de Federal nos finais dos
anos 60, mostraram que o alho era muito exigente quanto ao comprimento do dia. Em
regimes de dias curtos, o alho desenvolve mais a parte aérea mas, não chegando a tirar
cabeças.
Estudos recentes, chegaram a conclusão de que, a temperatura ideal para o cultivo do
alho varia de 13-240c, o que é importante, é que em alguns períodos a temperatura caia
abaixo dos 130c, pois este é um dos detalhes mais importantes para estimular a formação
dos bolbos.
A norma geral para o cultivo do alho é a seguinte:
Um pouco de frio na fase inicial, muito frio na fase média e menos frio e dias longos na
fase final.

Solos:
Prefere solos leves, soltos e ricos em matéria orgânica, que possibilitam o bom
desenvolvimento dos bolbos. Os solos muito argilosos prejudicam o desenvolvimento,
além de dificultar a colheita, enquanto que, os solos arenosos não tema capacidade de
retenção da humidade e os nutrientes necessários para o desenvolvimento.
A combinação dos solos areno-argilosos mostram-se muito favoráveis ao cultivo do
alho, assim como os chamados tufosos, que se apresentam porosos e de boa qualidade.
O PH exigido pela cultura oscila entre 6-6.5. em casos dos solos ácidos, é preciso
realizar a correcção dos mesmos através do calcário.
Tecnicamente recomenda-se a aplicação do calcário a uma profundidade de 40 cm pois,
a menos que isso, logo que o sistema radicular atinja a calcário irá paralisar o
crescimento originando bolbos chamados de “piorra” sem nenhum valor comercial. As
doses profundas são mais duradouras no solo ao longo das safras seguintes.

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO

Preparação do solo:
Durante a preparação do solo, é importante que o agricultor se preocupe em conseguir a
consistência desejada para a terra, que varia de um produto e de uma região a outra. Este
preparo depende muito, de como a terra foi tratada durante as safras anteriores e outros
detalhes que são bem particulares.
Levando isso em conta, é o próprio agricultor quem deve optar pela profundidade das
primeiras arações, considerando a própria terra.
O ideal é diminuir as profundidades das arações. De qualquer forma a execução do
trabalho apenas na extensão do canteiro é uma opção que deve ser sempre ser levada em
conta.

Selecção dos “dentes”:


Os bolbos seleccionados para o plantio, são encontrados “dentes” de todos os tamanhos-
grandes, médios e pequenos. Se estes “dentes” forem plantados misturados, acabaremos
tendo na lavoura plantas misturas de todos os tamanhos isto porque, os bolbos grandes
também dão plantas grandes.
Assim, antes de fazermos a plantação, é necessário realizar a selecção da semente, onde
cada tamanho é posto de lado.

Tratamento da semente:
Para prevenir de possíveis ataques de microrganismos do solo, é preciso fazer o
tratamento das sementes com o uso de fungicidas e outras doenças que podem desimar a
nossa cultura.

Compasso e plantação:
O espaçamento mais usado para o plantio do alho é de três sulcos por canteiro
distanciados a 25 cm. No caso de capinas mecânicas o mais recomendado é o de 65-75
cm entre os sulcos. O espaço entre as plantas é de 12-12.5 cm. A profundidade de
sementeira é de 3-5 cm com o ápice voltada para cima.

AMANHOS CULTURAIS

Sacha:
O alho é muito sensível a concorrência de ervas daninhas por isso, é necessário manter o
campo livre até sensivelmente 3 meses após a germinação. Em área maiores, pode
utilizar hebicidas com é o caso da trifluralina, prometrina, etc.

Rega:
O alho é muito exigente em termos de água, principalmente na sua primeira fase do
desenvolvimento. Mas ao mesmo tempo, o solo muito encharcado propicia o
aparecimento de molestias altamente prejudiciais para a cultura.
É por causa disso que, os produtores tradicionais preferem solos que necessitam de rega
mas também com uma boa drenagem. Uma especial atenção, é a época de maturação e
colheita em não devem coincidir com as chuvas, pois estes prejudicam o valor
comercial do alho.
Como vimos, o ideal é que o alho deve ser cultivado e se desenvolva em períodos frios
do ano.
Os dois sistemas utilizados para a irrigação do alho são o de aspersão e infiltração:
A irrigação por aspersão deve ser realizada preferencialmente com conjuntos de
aspersores especiais. Os outros métodos mais rudimentares acabam molhando apenas as
camadas mais superficiais do solo, o que exige regas diárias com o aumento de mão-de-
obra e custo geral da produção. O final do período de irrigação, deve ocorrer quinze a
vinte dias antes da colheita.
O sistema de irrigação por infiltração é montado através de sulcos que percorrem
longitudinalmente os canteiros onde se encontram as plantas. O comprimento destes
sulcos, segundo várias pesquisas clássicas na área de irrigação, mostram que eles podem
chegar até 100 metros nos solos pesados, onde a perda de água durante o percurso é
menos, mas não devendo passar os 50 metros em solos leves e porosos. A declividade
do sulco pode ser de 0.2-0.6% o que corresponde a caída de 2-6 cm.
SANIDADE VEGETAL

DOENÇAS:

 Ferrugem (Puccinia allii)

Sintomas e características:
Causada por um fungo chamada de Puccinia allii, que ataca também quase toda as
plantas aparentadas com o alho, como a cebolinha e outras. Ataca a planta em qualquer
fase do seu desenvolvimento e se aparece quando as plantas ainda são pequenas, pode
dezimar todo o cultivo em pouco tempo. O fungo provoca manchas amarelas e formam
pústulas dentro das quais se encontram os esporos na superfície das folhas, provocando
a sua secagem. Não ataca os bolbos, mas se invada a planta antes destes estarem
formados, naturalmente prejudica o seu desenvolvimento.
O excesso de matéria orgânica e os solos compactos e de baixada parecem favorecer o
aparecimento de ferrugem bem quando aparecem chuvas pesadas e orvalho abundante.

Controle:
1. de um ano para o outro, os esporos das pústulas de ferrugem podem ficar
adormecidos nas folhas secas do solo. Daí a importância de se promover a rotação de
culturas.

 Podridão branca (Sclerotium cepivorum)

Sintomas e características
Causada por um fungo denominado por Screrotium cepivorum. As folhas das plantas
atacadas ficam amarelas, murcham e tombam. Forma-se antes disso perto do solo ao
redor da planta uma espécie de bolor branco. Com o avanço da doença, vão aparecendo
pontos negros (escleródios) neste bolor e já no final do ataque, todo ele fica enegrecido.
As plantas doentes desprendem facilmente as raízes, mesmo que estejam vivas. Aos
pouco, o fungo vai se alimentando com a matéria de reserva dos dentes do alho, fazendo
com que lentamente o bolbo inteiro murche enquanto a doença se desenvolve.
Controlo:
1. rotação de culturas por vários anos em áreas de lavouras atacadas;
2. drenagem do solo.

PRAGAS:

 Tripes (Thrips tabaci)

Sintomas e características:
Conhecida por Thips tabaci, ataca outras inúmeras culturas. É um insecto minúsculo que
mal pode ser visto a alho nú, quando adulto mede cerca de 1 mm de comprimento.
Atacam a cultura em grupos raspando e chupando a seiva da folha, provocando o
amarelicimento e a caída das mesmas. Quando ataca, forma colônias de coloração
prateada em vários pontos da folha, mas principalmente na superfície interna da bainha.
O insecto ataca principalmente quando as temperaturas estão acima dos 300c.

Controlo:
1. uso de rotação de culturas;
2. combate químico apropriado.

 Ácaros:
Em áreas expostas a temperaturas altas e em períodos de seca, pode aparecer este
pequeno ácaro, de forma alongada, que vive sobre os bolbolhos ou nas dobras das
folhas. Quando ocorre no armazém, quase sempre ocorre o chochamento dos dentes.

Controle:
1. pode-se utilizar a rotação de culturas;
2. uso de um insecticida apropriado.

ERVAS DANINHAS:
O alho, mesmo numa cultura bem desenvolvida, não faz muita competição com as
ervas, devido à suas folhas estreitas e erectas.
Por isso a cultura é extremamente sensível à presença de ervas e o controlo de ervas
durante todo o ciclo vegetativo é indispensável para evitar danos sérios.
O alho transplantado tem que ficar limpa pelo menos durante seis semanas depois da
transplantacão.
As ervas mais comuns no alho são:
Ervas de folhas largas: Amaranthus spp, Galinsoga paviflora, Trbulus terrestris, e
outras.
Gramíneas: Echinochloa colonum, Sorghum arundinaceaum, e outras.
Ciperáceas: Cyperus rotundas e C. esculentus.

Controlo:
1. as sachas devem ser realizadas com enxadas pequenas de duas em duas
semanas;
2. as ervas devem ser controladas até à colheita para o alho poder secar bem, o que
vai diminuir a incidência de podridão mole durante o armazenamento;
3. campos severamente infestados com tiririca (Cyperus spp.) não podem ser
usados sem diminuir a população destas ervas primeiro. Isso tem que ser
realizado na época seca antes da sementeira, por lavouras ou gradagens
regulares, de tal maneira que os tubérculos e rizomas venham para a superfície e
sequem.
Para o controlo químico, pode-se usar o Oxidação (Ronstar 25% EC) ou
Oxifluorfen.

COLHEITA E ARMAZENAMENTO
O sinal da maturação caracteriza-se pelo amarelicimento das pontas das folhas e aos
poucos a coloração vai se espalhando em direcção da base da planta. Neste ponto, as
regas devem cessar.
Quando todas as folhas estiverem secas, mas antes que as hastes também comecem a
secar, é a hora de proceder a colheita.
A colheita deve se proceder de preferência em dias de sol, já que a conservação do alho
será bastante prejudicada, no armazém, caso as plantas tomem chuva.
O ideal ainda é que a colheita possa ser feita bem cedinho, logo nas primeiras horas da
manhã, para que a secagem dos bolbos tenha início no próprio terreno, aproveitando
todo o período de sol.
De modo que, depois da colheita, é importante proceder com a cura dos bolbos. Para
isso, as plantas são deixadas de 1-4 dias ao sol no próprio campo onde foram colhidas.
A cura deve ser feita com as ramas, o que favorece a perda de humidade geral, por
dessecamento das plantas. O bolbo de uma planta deve ficar coberto, durante a cura,
pelas folhas de outras plantas. A melhor forma de fazer isso é dispor o alho colhido de
forma que os bolbos de uma linha sejam cobertos pelas folhas das outras.

3-CULTURA DE ALFACE

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO

A cultura do alface é originária da América ou Ásia. É usada como alimento a vários


anos. Como o tempo, a cultura estendeu-se para a Grécia e outros territórios do império
Romano.
Actualmente a cultura é cultivada em todo o mundo e ‘e também considerada a primeira
planta ornamental.

IMPORTÂNCIA EM MOÇAMBIQUE

É muito importante na alimentação devido ao seu conteúdo em vitaminas e substância


nutritivas.
No caso de Moçambique, por ser uma cultura de grande valor nutritivo, recomenda-se a
sua produção ampla pelas populações.

BOTÂNICA

É uma espécie anual, pertence a família das Compostas e espécie Lactuca sativa.

VARIEDADES:

As variedades de alface reúnem-se em dois grupos:


1. alface de repolho (forma cabeça).
Possuem numerosas folhas que se apertam formando cabeças mais ou menos
arredondadas.
2. alface romana (alface de folhas).
Possui folhas alongadas, directas e com configuração oblonga.
 Variedade Capitan
Origem holandesa, com folhas pouco duras, resistentes ao transporte. Rentável nos
meses de Junho-Julho. Usa-se um compasso de 30 x 30 cm e pertence ao grupo romana.

 Variedade Mantilha
Origem italiana, forma cabeças grandes, compactas, resistente ao ataque de fungos e
transporte, podendo cultivar-se em Abril-Setembro. Compasso de 40 x 40 cm.

 Variedade Wonderfullplus
Originária da Inglaterra, a sua cabeça é como a de repolho, chegando a pesar 2 kg. É
resistente a temperaturas elevadas. Pode-se cultivar em Abril-Setembro.

 Variedade romaine
Originária da Itália, tem folhas mais claras e duras, resistente a altas temperaturas e
ataque de fungos. Possui um sabor mais doce e pode-se cultivar de Abri-Setembro num
compasso de 30 x 30 cm.

MORFOLOGIA:

 Raíz:
A cultura de alface possui um sistema radicular bem desenvolvida, que em condições
favoráveis do solo, pode atingir cerca de 1.8 m de profundidade e várias raízes
secundárias podem atingir 60 cm de diâmetro. O maior volume de raízes encontra-se a
5-30 cm de profundidade.

 Caule:
De princípio o seu crescimento é lento e as suas ramificações graças a esta
particularidade formam-se cabeças ou rosetas das folhas e mais tarde, o crescimento é
muito acelerado e surgem muitas ramificações que terminam por uma inflorescência.

 Folhas:
São sesseis, lisas ou fresadas de cor que varia de verde-amarelo a verde acastanhado,
Com maior concentração de antociamina, verifica-se uma coloração arroxeada ou
vermalha.

 Flores:
A inflorescência é um capítulo constituído por 15-25 flores de cor amarela. A
polinização é autogâmica, podendo também se cruzada.

 Sementes:
São alongadas e achatadas de cor branca-acizentada ou castanho-escuro. 1000 sementes
pesam 0.8-1.2 gr. O poder germinativo dura 2 anos.

ECOLOGIA

Temperatura:
Para a germinação, a temperatura mínima deve ser de 3-50c, a óptima 20-250c, para o
crescimento 15-220c.
As temperaturas superiores a 250c são prejudiciais porque favorecem o crescimento
rápido do caule sem que se forme as cabeças ou rosetas.

Pluviosidade:
Na primeira fase do desenvolvimento, uma vez que o sistema radicular é pequeno, a
cultura exige muita água.
Durante o crescimento das folhas e da cabeça a exigência em água é ainda maior para
que as folhas cresçam tenras.
O exagero na aplicação da água, é prejudicial porque origina cabeças abertas e o
apodrecimento das folhas basais.

Fotoperiodismo:
É muito exigente em luz, quando criada as condições de pouca luz as folhas crescem
estreitas, a roseta das folhas e o repolho, caso se forme serão muito soltas.

Solos:
Embora se desenvolva em diferentes tipos de solos, prefere solos médios (francos,
franco-arenosos e limosos) os solos arenosos não são aconselháveis porque não retém a
água. O PH é de 5.8-7.

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO

Preparação do terreno:
Visa a ter uma cama com uma profundidade de 20-30 cm e a eliminação das ervas
daninhas. Em casos de pequenas áreas pode-se fazer pequenos canteiros com 1 m de
largura. A não feitura de canteiros e a produção de grandes áreas está dependente da boa
drenagem do solo.

Sementeira:
Existem duas possibilidades para a sua realização:
 Sementeira directa:
Impraticável por possuir inúmeros inconvenientes. A única vantagem é a de não romper
o sistema radicular sendo assim, menos exigente em água.

 Viveiro:
No viveiro, fazem-se canteiros altos semeando 1-1.5 gr/m 2 em fila a uma distância de
12-15 cm de profundidade.
Antes da germinação as regas devem ser frequentes e abundantes(2 vezes por dia)
verificando-se a germinação 4-6 dias após a sementeira. Depois da germinação a rega
continua a ser frequente e 6-7 dias antes do transplante diminui-se a frequência da rega.
No viveiro, todas as assistências no que diz respeito as fitossanidade, nutrição devem
ser respeitadas. A adubação pode ser:

Nutriente Quantidade em gr/100m2


N 400
P205 450
K20 500
Tabela 5: Quantidade de nutriente para o viveiro

Transplante:
Esta operação realiza-se quando as plantas tiverem cerca de 3 folhas e 8-10 cm de altura
o que corresponde a 20 dias após a sementeira.
Ao plantar não se deve cobrir o rebento terminal da planta e ele deve ficar ao nível da
superfície do solo.

Compasso:
Linhas simples-40-50 x 20 cm
Linhas duplas- 50-60 x 30 x 20-25 cm.

AMANHOS CULTURAIS

Sacha:
Maioritariamente o controlo é manual, duas ou três sachas são suficientes, não havendo
possibilidades de fazer a monda química porque, o ciclo da cultura é curto e pode ser
dispendioso.

Adubação:
Pode-se aplicar o NPK na ordem dos 60:60:140 kg/ha.

SANIDADE VEGETAL

PRAGAS:

 Lesmas e caracois:
Atacam as folhas.
Controlo:
1. uso de molusquicidas.

 Larva do gorgulho:

Características:
Possui uma cor amarela, com um comprimento de 1.5 cm. Vive a maior parte da sua
vida no solo, atacam as bases do caule e a planta murcha.

Controlo:
1. pode-se usar o aldrim, dieldrim nas doses de 1-1.5 l/300 litros de
água/ha.
2. por em volta da planta uma certa quantidade de ureia para provocar a sua
fuga.

 Piolho:
Provoca lesões nas folhas e consequentemente problemas na assimilação.
DOENÇAS:

As doenças mais frequente são provocadas por bactérias e fungos. Por isso, pode-se usar
para o seu combate o liro-manzeb a 1.8 kg/ha. O combate pode-se começar no viveiro
arrancando e queima das plantas atacadas.

COLHEITA, ARMAZENAMENTO E RENDIMENTO

A colheita realiza-se em etapas, quanto as plantas tiverem um diâmetro de 15-30 cm.


O armazenamento pode ser feita em caixas, tendo o cuidado de não empilhar a planta. A
temperatura de 0.50c com um humidade de 90%, pode-se armazenar durante 1 semana.
O rendimento está estimada em 20 ton/ha.

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