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Revelação Progressiva

09 de março de 2014
Hebreus 1.1,2
Estrutura sugerida por Calvino em
“Exposição de Hebreus”, Edições
Paracletos, 1997.

Deus falou
Outrora, pelos profetas Agora, pelo Filho

Então, aos pais Agora, a nós

Antes, diversas vezes Agora, nestes últimos dias


Hebreus 1.1,2
Deus falou em ambas as dispensações, só que
de forma diferente. Na antiga dispensação,
Deus falou “diversas vezes”, expressão que faz
referência às várias mudanças de tempos.
Na nova dispensação, chamada de “últimos
dias”, Deus “nos falou pelo Filho”. “últimos
dias”, o sentido consiste em que não há mais
razão para ficarmos ainda em dúvida se
devemos esperar alguma nova revelação.
Introdução
O que você entende por revelação? Deus se
revelou sempre da mesma forma? Ele continua
a se revelar em nossos dias? A Bíblia nos
ensina que só podemos conhecer a Deus se
ele nos fala, se nos revela.
O nosso texto básico menciona o fato de Deus
ter “falado” no período da antiga aliança e
depois reafirma a ideia de que Deus “falou”
também na nova aliança.
Nunca conheceríamos a Deus se ele não nos
falasse.
Introdução

Hoje veremos que a revelação divina é


progressiva e orgânica.
A revelação foi sendo expandida no
decorrer da história. A revelação no início
era incompleta e parcial. É como uma
semente que, potencialmente, é uma
árvore, mas que só com o tempo manifesta
todas as características.
Propósito e Progressividade
Em sua relação com o ser humano, sempre
é Deus quem toma a iniciativa. A não se
que, Deus se mostre aos homens, não
temos condições de conhecê-lo. Tudo o que
sabemos sobre Deus nos foi revelado por
ele mesmo.
Essa iniciativa torna o cristianismo diferente
das demais religiões. O cristianismo é uma
religião vinda de cima para baixo.
Propósito e Progressividade
Podemos resumir as formas pelas quais
Deus se revela conforme o quadro abaixo:
Deus se revela por dois tipos de revelação
A revelação especial A revelação geral
As Sagradas Escrituras, que Manifesta nas obras da
apontam o caráter redentor criação, na sua providência ao
de Deus, e o Verbo encarnado. longo da História e na
constituição do homem.

Em ambos os tipos de revelação, Deus é o único responsável


pela transmissão de conhecimento acerca da sua pessoa.
Propósito e Progressividade
Deus não é um ser distante, que, depois de
haver criado o mundo, se ausentou. A Bíblia
afirma, de forma muito bonita, que Deus se
envolve com o ser humano.
Ele não é apenas o Deus transcendente,
infinito, eterno, mas também o Deus imanente
(Is 57.15; Sl 34.18; 145.18), o Deus que se
revela, e a encarnação do verbo, o Deus
conosco (Mt 1.23), é a grande prova disso.
Propósito e Progressividade
Ao estudar a revelação de Deus, precisamos
ter três aspectos em nossa mente:
1- Somos os recebedores da revelação, não
seus juízes.
Ao estudarmos a Escritura, devemos ter
humildade e não nos comportar como juízes
que determinam o que é aceitável e o que não
é aceitável da Bíblia, estabelecendo critérios
pessoais para apontar aquilo em que devemos
e aquilo em que não devemos crer.
Propósito e Progressividade
Ao estudar a revelação de Deus, precisamos ter três
aspectos em nossa mente:
2- Nosso entendimento da revelação nunca é perfeito.
A revelação de Deus é perfeita, mas a teologia não.

Nossa compreensão da revelação é limitada e imperfeita


-Limitadas porque somos limitados; -Imperfeita por causa do pecado que
-Por mais que estudemos a Deus obscureceu o nosso entendimento
nunca o entenderemos por completo; das realidades espirituais;
-Ele ultrapassa as nossas capacidades -Não conhecemos perfeitamente
intelectuais. mesmo as verdades que somos
capazes de conhecer.
Propósito e Progressividade
Ao estudar a revelação de Deus,
precisamos ter três aspectos em nossa
mente:
3- Devemos usar a revelação para o
propósito para a qual foi dada. A doutrina
bíblica não tem o objetivo de nos apresentar
conceitos abstratos a respeito de Deus e da
fé, mas de nos colocar em comunhão com
Deus e alimentar nossa fé.
Formas de Revelação
O autor aos Hebreus diz: “Havendo Deus,
outrora, falado, muitas vezes e de muitas
maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes
últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo
qual também fez o universo” (Hb 1.1,2).
Mesmo antes de a Bíblia ter sido escrita, Deus
já se revelara de forma especial para o seu
povo. Dois modos bastante usados foram:
teofania e profecia.
Teofania
Essa revelação por manifestação externa se
refere às vezes em que Deus
temporariamente apareceu sob uma forma
(theo: Deus; phaino: aparecer).
A teofania envolve uma presença pessoal
de Deus (como anjo, homem fogo, nuvem
etc) e uma voz audível. Portanto, trata-se de
uma revelação que se dirige diretamente
aos nossos sentidos.
Teofanias
Depois da queda, embora o contato com Deus tenha sido menos comum e
menos esplendoroso, o Senhor continuou a aparecer aos fiéis por meio de
teofanias
Deus apareceu a Jó num redemoinho Jó 38.1
Apareceu a Abraão em forma de homem Gn 18.1-8; 17.1
Apareceu a Isaque Gn 26.2,24
Apareceu a Jacó Êx 6.3; Gn 28.13-17
Na sarça ardente Êx 3.2-6
Na coluna de nuvem e fogo Êx 14.24
Na nuvem escura sobre o Monte Sinai Êx 19.9,11,16-19; 20.18-21
apareceu a todo o povo
E também aos anciãos Êx 24.9-11.15-18
E ainda na tenda da congregação Êx 33.7-11
Profecias
A partir de Moisés, Deus passou a usar mais
amplamente uma nova forma de revelação. Ele
começou a se revelar através da profecia (Nm 12.6-
8). A revelação por profecia é uma forma mais
indireta de revelação.
O profeta recebia algo de Deus, mas em forma de
sonho ou visão. Era responsabilidade do profeta
transmitir ao povo aquilo que viu no sonho ou visão.
Dado o risco de falsificação, Deus estabeleceu dois
testes para o profeta e a profecia. Veracidade do
fato (Dt 18.20-22) e conformidade com a Palavra
Escrita (Dt 13.1-5). O período profético se estendeu
desde a morte de Moisés até João Batista.
Profecias
A função básica do profeta era ser um porta-
voz de Deus.por isso, usualmente o profeta
começava sua mensagem com a sentença:
“Assim diz o Senhor...”. Isso indica que o
próprio Deus colocava suas palavras na boca
dos profetas. Um detalhe que não pode ser
esquecido é o caráter orgânico da recepção e
entrega da mensagem profética.
Os profetas não falavam em transe, mas
usavam seus recursos, qualidades e talentos
para transmitir a mensagem de Deus. A
mensagem era, de certo modo, acomodada à
personalidade do profeta.
Revelação na pessoa do Filho

A revelação de Deus em Cristo é mais magnífica

Pois em vez de se mostrar por


sonhos e visões, Deus fala aos
Do que a profecia nossos sentidos na plenitude
de nossas faculdades.
Pois as teofanias eram
aparições temporárias,
Do que a teofania enquanto Jesus é Deus
presente entre os homens para
sempre.
Revelação na pessoa do Filho
Conhecer a Cristo é privilégio dos que vivem
na nova aliança (Mt 13.16,17). Nada depois de
diz mais que ele sobre Deus. Todas as coisas
que os apóstolos disseram sobre eram apenas
uma explanação daquilo que, em semente já
havia sido revelado por Cristo e em Cristo.
Quando Jesus prometeu que o Espírito os
guiaria a toda verdade (Jo 16.12-15), não
significa que a revelação aos apóstolos fosse
um adendo ou uma melhoria em relação ao
ensino de Jesus; a verdade ensinada pelo
Espírito aos apóstolos era a verdade de Cristo.
Conclusão
Deus não se revelou sempre da mesma forma.
Ele usou uma variedade de modos de
revelação para, de uma forma didática, se
fazer conhecido à humanidade (revelação
geral) e ao seu povo (revelação especial).
No entanto, apesar da variedade de modos de
revelação e de seu caráter progressivo, a
revelação de Deus é orgânica, de modo que
cada modo de revelação usado na antiga
aliança está ligado e relacionado à sua
revelação máxima em Cristo, em quem habita
a plenitude da Divindade.
Aplicação

Aquele que diz ter sonho, guarde-o para si;


aquele que diz ter visão, não se vanglorie por
isso. Nós ficamos com aquilo com que não cessou:
a eterna Palavra de Deus.
Boa Semana!
No próximo domingo
abordaremos o tema “O
Registro da Revelação”.
Prepare-se estudando a
lição e participe conosco
de nosso módulo “A
Confiabilidade da Bíblia”.

Esperamos você e sua


família, até lá!

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