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Unidade 4

Avaliação de Riscos em Máquinas e Equipamentos

4.1. Laudo de Máquina

A NR-12 contempla que toda máquina e


equipamento devem possuir laudo com recolhi-
mento de ART - ANOTAÇÃO DE RESPONSA-
BILIDADE TÉCNICA, avaliando se as máqui-
nas estão de acordo com as exigências contidas
nesta norma regulamentadora.
Para que se possa dar início ao processo de ela-
boração do laudo, primeiramente precisamos saber
qual categoria que a máquina ou equipamento, que
estamos analisando, se enquadra. Para que isso ocor-
ra, iremos aplicar as categorias de riscos.

4.1.1. Categorias de Risco

Todos os elementos de controles elétricos ou


eletrônicos responsáveis pela parada ou início de
movimentos em prensas, devem obedecer à cate-
goria de riscos nível 4 da NBR-14153. Esta norma
brasileira é baseada na norma europeia EM 954-1,
que determina 5 níveis de análise de riscos, e que
é utilizada para efetuar controles que evitem falhas.
As categorias apresentadas, a seguir, represen-
tam uma classificação de aspectos de segurança de

115
um sistema de controle, que se refere à capacidade
de uma unidade de produção resistir às falhas e seu
desempenho, quando uma falha ocorre.

PONTO DE PARTIDA PARA AVALIAÇÃO


DO RISCO DE SEGURANÇA

www.ab.com639 × 493
FIGURA 26

SEVERIDADE DO FERIMENTO
• S1 leve (normalmente reversível).
• S2 grave (normalmente irreversível).

F – Frequência E Tempo De Exposição


• F1 raro a relativamente frequente e/ou baixo
tempo de exposição.
• F2 frequente até contínuo e/ou tempo de
exposição longo.

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P – Possibilidade De Evitar O Perigo
• P1 possível sob condições específicas.
• P2 quase nunca possível.

Categoria B
Partes de sistemas de comando, relacionadas
à segurança e/ou seus equipamentos de proteção,
bem como seus componentes, devem ser projeta-
dos, construídos, selecionados, montados e combi-
nados de acordo com as normas relevantes, de tal
forma que resistam às influências esperadas.

Categoria 1
Inclui as condições de segurança especificadas
pela categoria B e, além disso, os sistemas de contro-
le mecânico devem estar de acordo com critérios de
qualidade previstos.
Tem como objetivo a PREVENÇÃO de falhas.

Categoria 2
Esta categoria contempla as condições da
categoria B e inclui os dispositivos que evitam
a partida, em caso de uma falha detectada. Isto
sugere o uso de relés de interface com redundân-
cia e autoverificação de energização. Permite-se a
operação mediante um canal simples, sempre que
o dispositivo de partida seja absolutamente efe-
tivo e testado para o uso em condições normais.

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Se o teste for garantido, deve-se optar por um
controle de duplo canal.
Tem como objetivo a DETECÇÃO de falhas
(ou seja, as falhas não devem ser apenas prevenidas,
mas detectadas e corrigidas).

Categoria 3
Esta categoria contempla todas as condições
da categoria B, incluindo os sistemas de seguran-
ça projetados, de forma que uma simples falha
não leve à perda de funções de segurança e a sim-
ples falha possa ser detectada. Isto alerta não so-
mente para o uso de sistemas redundantes no relé
de interface, como também nos dispositivos de
entrada, usando-se sistemas de duplo canal. Tem
como objetivo a DETECÇÃO de falhas (ou seja,
as falhas não devem ser apenas prevenidas, mas
detectadas e corrigidas).

Categoria 4
Esta categoria contempla todas as condições da
categoria B, sendo que uma simples falha será detec-
tada no momento, ou antes, de uma nova energiza-
ção do sistema de segurança, sendo que a acumula-
ção de três falhas consecutivas não deverá conduzir
à perda da função de segurança.
Deve ser considerada como a categoria com o
mais elevado risco.

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Tem como objetivo a DETECÇÃO de falhas
(ou seja, as falhas não devem ser apenas prevenidas,
mas detectadas e corrigidas). Monitoramento e che-
cagem são as chaves destas 3 últimas categorias.
Para que se possa fazer uma análise de riscos
correta, devemos definir de qual forma iremos quan-
tificar estes riscos.
O método HRN (Número de Classificação de
Perigo) classifica o risco de insignificante à inaceitá-
vel, e para ser classificado algumas informações são
levadas em conta, como:

- Probabilidade de ocorrência (PE)


- Frequência de exposição (FE)
- Grau de possíveis danos (GPD)
- Número de pessoas expostas ao risco (NP)

Para cada item, é atribuído um valor conforme


tabelas abaixo:

HRN (Número de Classificação de Perigo)

Probabilidade de Ocorrência (PO)


5
0,033 1 10
2 Al- 8
Quase Altamen- Muito 15
Possí- guma Prová-
impossí- te impro- prová- Certo
vel chan- vel
vel vável vel
ce

X
119
Frequência de Exposição (FE)
1,5 4 5
0,5 1 2,5
Sema- Em Cons-
Anual- Mensal- Diaria-
nalmen- termos tante-
mente mente mente
te de hora mente

X
Grau de Possíveis Danos (GPD)
0,5 10
2 4 6
0,1 Dilace- Perda
Fratura Fratura Perda 15
Arranhão ração / de dois
/ Enfer- / Enfer- de um Fatali-
/ Contu- Doenças mem-
midade midade membro dade
são leve modera- bros /
leve grave / olho
das olhos

X
Número de Pessoas expostas (NP)
8 12
1 2 4
16-50 Mais
1-2 3-7 8-15
pessoas que 50
pessoas pessoas pessoas
graves pessoas

O resultado do cálculo é comparado com a se-


guinte tabela, que determina o grau do risco de cada
descrição de perigo do equipamento.
HRN Risco Classificação
0-5 Insignificante Oferece um risco muito baixo
para a segurança e saúde.
5-50 Baixo, porém Contém riscos necessários para
significativo a implementação de medidas de
controle de segurança.

120
50- Alto Oferece possíveis riscos, ne-
500 cessitam que sejam utilizadas
medidas de controle de segurança
urgentemente.
500+ Inaceitável É inaceitável manter a operação
do equipamento na situação que
se encontra.

Quando você definir a categoria da sua máquina


e os critérios de avaliação de riscos, pode dar início
ao processo de estudo da máquina ou equipamento.
O Laudo deve ter uma boa conclusão, pois é
daí o ponto de partida para adequar o equipamento.
A sequência do laudo deve ser da seguinte forma:

4.1.2. Capa de Apresentação

Autoria do autor
FIGURA 27

121
Pode ser feito um Pré-Laudo (ou se preferir
pode chamar de Análise de Riscos), para que a em-
presa faça as regularizações necessárias, e após a em-
presa fará as devidas regularizações, sendo emitido o
Laudo final, com recolhimento da ART- ANOTA-
ÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA.
Após deve determinar os dados da empresa.

4.1.3. Identificação da Empresa

Autoria Do Autor.
FIGURA 28

Na parte de identificação da empresa, pode-


rão ser colocados os dados das normas, os quais
foram utilizados como base para a elaboração
deste documento.

122
4.1.4. Fotos de Apresentação da Máquina

Autoria Do Autor._ Foto ilustrativaSAM_4291.JPG


FIGURA 29

A foto da máquina ou equipamento deve ser


anexada para dar ênfase ao laudo, e para àquele, que
for ler, saber do que se refere.

4.1.5. Especificações Técnicas

123
Autoria Do Autor.
FIGURA 30

São muito importantes as características técni-


cas, pois definem a capacidade produtiva, potência e
recursos adicionais das máquinas ou equipamentos.

4.1.6. Referências Normativas para Execução do


Laudo

124
Autoria Do Autor.
FIGURA 31

Como descrito anteriormente, todas às vezes


que não existirem referências normativas nacionais,
devemos procurar normas internacionais para que
possamos embasar nosso trabalho.

4.1.7. Definições Técnicas

125
Autoria Do Autor.
FIGURA 32

Toda palavra que não for usual, do dia a dia, e seja


para informativo técnico deve ser inserida neste campo.

Deste ponto em diante, dá-se início ao proces-


so de análise de riscos, que possam influenciar dire-
tamente um acidente, ou crie situações técnicas, as
quais possam colaborar para a má interpretação de
informações, podendo vir a causar acidentes, com
danos físicos e/ou materiais.
Na análise de riscos, devem-se envolver diver-
sas áreas e profissionais, os quais irão contribuir di-
retamente para o êxito de uma análise mais fiel, a
qual venha retratar os perigos e riscos das máquinas
ou equipamentos. As áreas mais comuns, nestes en-
volvimentos, são os usuários das máquinas e equi-

126
pamentos (operadores), aqueles que fazem reparos
(mecânicos e eletricistas), área de projeto, Cipeiros
e o SESMT- Serviço Especialidade em Segurança e
Medicina do Trabalho. Os dois últimos por necessi-
dade e exigência legal da NR-12.
A análise de riscos por si não representa evo-
lução nas ações prevencionistas, caso não sejam im-
plantadas as melhorias nelas propostas. O profissio-
nal de segurança é peça importante nesta fase, pois a
má caracterização de um risco por este profissional
poderá significar a diferença entre um acidente ou
não. Como é comum ouvir profissionais da área de
segurança do trabalho dizer: o pior do que não pro-
teger de forma correta um empregado de um risco, e
dar a falsa impressão que este está protegido.
A CIPA- Comissão Interna de Prevenção de Aci-
dentes, também deverá, neste momento, não ser um
mero expectador, mas sim uma comissão ativa, a qual
deve buscar recursos de todas as áreas para propor me-
lhorias consistentes, sem, no entanto, desejar o impos-
sível, mas também não ficar na sombra do comodismo.
Mas, com certeza o personagem mais importan-
te nesta fase é o operador da máquina ou do equipa-
mento, pois terá que conviver com todos os invólu-
cros colocados nas máquinas e suas complexidades.
A não participação deste pode ocasionar problemas,
desde a interpretação errada de um perigo ou risco,
até a perda consistente de produtividade, devido ao

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engessamento do processo, no momento de instala-
ção de proteções e dispositivos de segurança.
O processo de análise de riscos, não consiste
em demonstrar somente formulários bem elabora-
dos, mas retratar uma condição que comprometa a
saúde e gere riscos de acidentes graves, e iminentes
ao empregado.
Uma máquina ou equipamento seguro irá, cer-
tamente, refletir de forma positiva no ganho de pro-
dutividade.

4.7. Análise De Riscos

Autoria Do Autor.
FIGURA 33

128
Como podemos notar no formulário acima, em
apenas um painel, temos todas as informações ne-
cessárias, desde a identificação dos perigos/riscos, às
ações preventivas, até a quantificação de riscos por
um sistema de classificação.
Com esta classificação, fica mais fácil e co-
erente definir um plano de ação para eliminar
os riscos mais agravantes em uma máquina ou
equipamento, pois aqueles que apresentarem uma
pontuação mais alta deverão ser dados com prio-
ridade, evitando que coloquemos todos os riscos
de forma semelhante em uma mesma balança, e
acabemos relegando ao segundo plano, o que é
prioritário para ser realizado de imediato.
Tomando estes passos de forma coerente, es-
taremos com certeza introduzindo um sistema de
Gestão de Riscos para máquinas e equipamentos,
caminhando a passos largos para um ambiente mais
saudável e seguro.
Vale à pena ressalvar também que todo esse le-
vantamento deve ser apresentado em reunião para a
aprovação de um comitê multidisciplinar composto
pelos profissionais já citados anteriormente, justa-
mente para que todos aprovem de forma uniforme
as melhorias previstas.

129
Autoria Do Autor.
FIGURA 34

Após a aprovação das melhorias e conclusão


destas, deve-se fazer o Laudo final, recolher a ART-
ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉC-
NICA (CREA), para assim, desta maneira, garantir
que a empresa possua uma máquina ou equipamento
dentro das exigências da NR-12.
As empresas que vêm adotando as melhorias em
máquinas e equipamentos, além de demonstrarem
respeito aos seus empregados, e cuidados com estes,
também têm ficado em uma posição de conforto pe-
rante a fiscalização. Não podemos negar que, às vezes,
os custos de melhoria são altos, porém um acidente
grave ou fatal pode ter um custo muito maior, tanto
monetário como para a imagem da empresa.
Este processo de melhoria deve ser um círcu-
lo vicioso, pois não existe melhoria tão perfeita, que

130
não possa ser melhorada. Por este motivo, o profis-
sional de segurança deve ficar atento às novas análi-
ses de riscos das máquinas e equipamentos, que são
considerados como padrão aceitável pela NR-12.
Não se pode ficar na zona de conforto.
O mercado de máquinas e equipamentos muda
constantemente com novidades e recursos que podem
ser utilizados. Atualmente, a produção, se estiver ante-
nada às exigências legais e forem seguidas rigorosamen-
te, poderá utilizar isso como marketing para vendas dos
seus produtos. Nas exigências legais do Ministério do
Trabalho existem itens que comprometem o fabricante
de máquinas e equipamentos, se ao fornecerem seus
produtos ao mercado, não garantirem que estão aten-
dendo aos critérios da Norma Regulamentadora 12.
Seguindo as exigências da emissão do laudo,
devemos entender que nem todas as máquinas, que
já estão em uso nas indústrias, estão completamente
fora das exigências legais.
Ao se analisarem as máquinas e equipamentos, de-
ve-se relatar no laudo, os itens que atendam totalmente
ou parcialmente as recomendações da NR-12, para que
se possa ter um ponto de partida na adequação destes.

4.8. Avaliação das Proteções Existentes

A máquina possui proteção ao redor (carenagem),


a qual inibe a entrada de pessoas no ponto de operação.

131
Autoria Do Autor._ SAM_4398.JPG
FIGURA 35

4.9. Verificação do Monitoramento de


Segurança da Máquina

Após todas as avaliações realizadas, também se


deve detalhar a necessidade do que se vai monitorar
periodicamente, dando aval à continuidade de um
sistema seguro e sem adulterações e violações. Veja
o exemplo abaixo:
• Os Departamentos de Segurança, Manuten-
ção e Supervisão da área deverão fazer auditoria
periodicamente, para verificar se os dispositivos de
segurança estão sendo usados corretamente, e se o
operador da máquina sabe como usá-los (periodici-
dade bimestral).
• O Departamento de Segurança juntamente
com o Supervisor da área deverão fazer auditoria
para verificar se os dispositivos de elevação de carga
estão sendo usados corretamente, e se o operador da
máquina sabe como usá-los.

132
• O Departamento de Segurança juntamente
com o Supervisor da área deverão fazer auditoria
para verificar se as cintas de elevação de carga estão
sendo usados corretamente, e se o operador da má-
quina sabe como usá-los.

OBS.: Criar procedimentos para as 3 situações.

Até parece muito simples, definir o que se deve


monitorar, porém os profissionais que farão isso
têm que ter um profundo conhecido de todo o pro-
cesso da máquina e seus dispositivos, para que não
seja exigido demais em alguns pontos, e, em outros,
acabe deixando a desejar, ou passando pelo esqueci-
mento, o que pode comprometer o trabalho total de
adequação da máquina ou equipamento.

4.10. Vevificação do Sistema de Parada de


Emergência

Ao realizar todo o processo de análise de ris-


cos, verificar se os sistemas de parada de emergên-
cias contemplam as exigências legais, e se estão
instalados em números suficientes e locais ade-
quados da máquina.
O fato de existir a parada de emergência, não ga-
rante que o empregado estará totalmente seguro. Para
que possa ser garantida tal situação, devemos atender

133
a outro item da Norma, que demanda a redundância
de segurança, ou seja, se caso um sistema falhe, a má-
quina ou equipamento, será contemplado um segun-
do dispositivo que cubra a falha do sistema.
O laudo não pode e não deve ser levado como
um documento engessado que segue um formato
único, mas sim, seja levada em consideração a reali-
dade de cada máquina e equipamento, além de levar
em consideração o espaço físico, onde será ou está
instalado.
Veja, a seguir, alguns exemplos de recomenda-
ções para sistemas de parada de emergência:
• Sistema de parada de emergência deverá estar em
pontos que possam ser acionados pelo operador e outra
pessoa que conheça o funcionamento da máquina.
• Prever mais do que um sistema de parada de
emergência da máquina.
• O botão de parada de processo da máquina não
deve ser considerado botão de parada de emergência.

Autoria Do Autor._ SAM_4368.JPG


FIGURA 35

134
4.11. Programa de Capacitação Profissional

A Norma regulamentadora 12 foi modificada


com intuito de modernizar o parque fabril do país,
mas este não foi o único motivo. Também teve o
objetivo que fazer com que os profissionais que ope-
ram estas máquinas tenham novas posturas em rela-
ção às mesmas e equipamentos.
Para que fosse atendido com êxito este critério
de fazer os profissionais, entenderem a nova filoso-
fia de manuseio, manutenção, limpeza e produção
que existem em uma máquina, foi definido que é de
extrema importância que os empregados conheçam
os dispositivos das máquinas, saibam operá-las de tal
maneira, que fiquem em condições de não se expor
a riscos. Alguns treinamentos são quase que básicos,
conforme abaixo:

• Treinamento de içamento de carga;


• Treinamento de uso de EPIs;
• Treinamento de sistema de emergência da
máquina;
• Treinamento de fixação de peças na mesa da
máquina;
• Treinamento de primeiros socorros;
• Treinamento de combate a incêndio;
• Certificar que o profissional é qualificado, ha-
bilitado e autorizado a operar a máquina;

135
• Treinamento para utilização de produtos quí-
micos.

4.12. Avaliação/Indicação dos Procedimentos de


Segurança

A avaliação deve ser realizada periodicamente,


levando-se em conta todos os indicadores existentes
na empresa, os quais devem ser respeitados, seus pa-
râmetros e exigências legais.
Os procedimentos devem ser adotados de for-
ma constante, sendo através destes, que, em muitos
casos, verificamos falhas, as quais podem se tornar
ações para a eliminação de riscos e perigos.
O Profissional da área de Segurança é parte
fundamental neste processo, pois é ele, em mui-
tos casos, que direta ou indiretamente irá minis-
trar treinamentos.

136
• Elaborar procedimento de Segurança para
içamento de carga;
• Elaborar procedimento de utilização de EPIs;
• Fixar o procedimento junto à máquina;
• Auditar periodicamente os funcionários quan-
to à ciência na aplicação dos procedimentos de segu-
rança da máquina;
• Depois de instalados todo sistema de seguran-
ça para atender as exigências da NR-12, os profissio-
nais devem passar por treinamento de como utilizar
cada sistema.

Após ministrar qualquer treinamento, é de extre-


ma importância que o empregador faça uma avaliação
para identificar se o conteúdo aplicado foi absorvido
pelo empregado. Caso a nota seja inferior a média es-
tipulada em procedimento da empresa, deverá o em-
pregador reciclar este empregado de tal maneira que,
ao final do treinamento, volte a reavaliar.
As empresas vêm, periodicamente, destinan-
do verbas para treinamento, seja por entender que
é importante o empregador saber como aplicar as
regras de segurança, ou seja, caso para aplicação
da Norma Vigente.
O empregado ao entender o funcionamento da
máquina, estará interagindo de forma mais correta
e preservando o equipamento. Ao longo do tempo,
muitos dispositivos de máquinas foram alterados ou

137
eliminados pelo empregado, justamente por este não
entender a real aplicação deste, no contexto produti-
vo e de segurança.
Em todos os segmentos industriais, podemos
verificar máquinas e equipamentos de diversos tipos
e modelos, os quais demandam cuidados específicos.
Estes cuidados devem ser atrelados a uma Gestão de
Segurança, para que sejam administrados de forma
organizada e correta.

4.13. Complementos/Relatório do Auditor

Como citado no item anterior, o sistema de Gestão


de Segurança, hoje, não é uma recomendação às empre-
sas e, sim, uma necessidade. Para que esta Gestão tenha
uma sistemática de verificação de evolução é, extrema-
mente, necessária a aplicação de auditorias por pessoas
que possuam conhecimento e embasamento técnico.
Ao implantar as melhorias em uma máquina
ou equipamento, é necessário entender se os aspec-
tos estão atendendo as necessidades e eliminando e/
ou amenizando riscos e perigos de forma adequada,
para que posteriormente possa auditar as aplicações
e usos destes dispositivos pelo empregado de forma
correta. Veja, a seguir, alguns exemplos de auditoria.
• Auditar periodicamente os funcionários quan-
to à ciência na aplicação dos procedimentos de segu-
rança da máquina;

138
• Auditar periodicamente a eficiência e eficácia
do sistema de segurança existente na máquina.
Após inserir as auditorias específicas em máqui-
nas e equipamentos no sistema de gestão, deve-se
ficar atento às mudanças tecnológicas, de lay out, de
processo e produto na área fabril, para que sejam de-
mandadas novas necessidades de implementação de
dispositivos de segurança. Por mais que os processos
evoluam, sempre haverá interação do ser humano,
talvez em menor escala, porém nunca será abolido a
mão de obra por completo. Isso significa que riscos
de acidentes sempre estarão presentes.
Devem-se resguardar as características de cada
sistema de produção e as suas interfaces, para que
sejam inseridos os processos de auditoria. Às vezes,
linhas semelhantes em uma mesma empresa, podem
ter características de segurança diferentes, só pelo
simples fato de serem instalados em espaços diferen-
tes. Fazer cópias de sistemas de auditorias de outras
empresas e setores, e utilizá-los de forma fiel, pode
acabar acarretando erros de interpretação, e má in-
terpretação de riscos e perigos, e vir a expor os em-
pregados a possíveis acidentes.

4.14. Laudos/Análises Adicionais

Neste item, deve constar todo tipo de laudos,


análises técnicas que possam, de certa maneira, dar

139
subsídios técnicos para complemento do laudo da
NR-12. Existe um item que consta na NR-12 que
são riscos adicionais, e, muitas vezes, são relegados
ao segundo plano, pelos profissionais de segurança
do trabalho e, em muitos casos, nem constam no
Laudo da máquina ou equipamento.
Este item demonstra, ainda, mais a necessidade
de citar novamente o quanto é importante fazer um
Sistema de Gestão de Segurança nas empresas.
O cuidado deve ser grande ao relacionar os
laudos adicionais, pois a falta de critério ao atender
as exigências que constam em algum laudo, que foi
citado, poderá comprometer o trabalho. Caso típico
é o cronograma de ações do PPRA- PROGRAMA
DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS.
Veja, a seguir, alguns exemplos de laudos que
podem ser usados como apoio para dar aval e sus-
tentação ao laudo de máquina e equipamento:
• Laudo Elétrico;
• Laudo Ergonômico.
• Laudo PPRA – PROGRAMA DE PREVEN-
ÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES.

4.15. Anotações Gerais

Estas anotações devem ser colocadas, quando


existe a necessidade de informações adicionais que
não se enquadram em nenhum dos itens anteriores,

140
porém se julga necessária a informação da pessoa
ou profissional que irá ler este documento. Veja o
exemplo a seguir:
• Programa BNDES Finame de Modernização
de Máquinas e Equipamentos Instalados no País -
BNDES Finame-Moderniza BK.

4.16. Conclusão

Todo laudo deve possuir uma conclusão, pois


é embasado em normas, procedimentos, exigências
legais e características diferenciadas para comprovar
ou demonstrar algo.
Em relação às máquinas e equipamentos, esta
conclusão deve ser muito direcionada, para que se
possa enquadrar de forma correta, e ser o mais objeti-
vo possível. Veja, a seguir, um exemplo de conclusão:

Conforme verificado nestes documentos fo-


ram encontrados diversos itens que não contem-
plam as exigências contidas na NR-12; mas de-
vido o alto teor de complexidade desta norma,
devemos levar em consideração que todos os itens
relatados neste documento para melhorias, serão
apresentados a um Comitê, que irá definir a me-
lhor forma de aplicá-los.
Este Comitê, deve ser composto por profissionais
de diversas áreas, tais como: Segurança do Trabalho,

141
Manutenção, Produção e representantes da CIPA –
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
Os itens descritos, nesta Análise de Riscos, não
esgotam o assunto, e qualquer informação ou situa-
ção que possa levantar nossas condições de riscos, de-
vem ser perioricamente verificadas e tomadas ações
para neutralizá-los, adequá-los ou eliminá-los.
Após a conclusão de todas as melhorias, será
emitido Laudo Final (conforme modelo da página
48), validando a máquina como adequada aos itens
proposto na NR-12 – SEGURANÇA NO TRABA-
LHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS.

4.17. Laudo Técnico de Vistoria e Responsabilidade

Após cumprir todos os tópicos anteriores


e, principalmente, sanar e ou adequar os riscos e
perigos de forma controlada, conforme descrito
no item ------, atendendo as exigências da NR-
12, o profissional de segurança que for respon-
sável técnico pela elaboração deste documento,
deve emitir LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA
E RESPONSABILIDADE, acompanhado pela
emissão de ART- ANOTAÇÃO DE RESPON-
SABILIDADE TÉCNICA - CREA, dando aval a
este documento de forma legal.
O Laudo Técnico de Vistoria e Responsa-
bilidade, somente tem validade legal, se houver

142
recolhimento da ART- ANOTAÇÃO DE RES-
PONSABILIDADE TÉCNICA - CREA.
Também deve constar neste documento final,
que o Laudo está sendo emitido de acordo com as
condições demonstradas, por foto, neste documen-
to, e que qualquer mudança de: Lay-out, processos,
dispositivos de segurança, modo de operação, siste-
ma de transporte e outros que possam gerar riscos
de acidentes, será passivo de novo laudo.
A responsabilidade do profissional de Segu-
rança ao emitir o Laudo final da máquina ou equi-
pamento é muito grande, e tem que ser criterio-
so, de tal maneira, que não seja passivo de dúbia
interpretação, as recomendações e conclusões que
constam no documento.
O empregador entende que ao contratar uma
empresa para emitir um laudo da máquina ou equi-
pamento, se isenta que qualquer responsabilidade de
acidentes que venham a ocorrer. Isto não é verda-
de, pois a falta de aplicação dos dispositivos e a má
interpretação dos riscos poderão levar tanto o em-
pregador como a empresa, que emitiu o laudo, a ter
responsabilidade solidária, arcando com os ônus do
acidente, seja na esfera civil, como criminal. Portan-
to, a necessidade de um trabalho com responsabili-
dade e critério deve ser acompanhada pelo emprega-
dor, através de sua área de segurança do trabalho, do
começo ao fim.

143
Veja o exemplo/modelo do LAUDO, que a
empresa deve possuir, após a conclusão das exigên-
cias para atender a NR-12.

LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA E RES-


PONSABILIDADE
N.º 0001/201x
Solicitados pela empresa:
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx LTDA e embasados na
Vistoria Técnica por nós efetuada na máquina tor-
noxxxxxxxx, abaixo mencionado, declaramos que
o mesmo confere com as exigências da Norma Re-
gulamentadora 12, conforme planta anexa, descrita
no croqui constante no “requerimento” da empre-
sa. Este laudo é exclusivo para o torno citado acima,
não devendo ser extensivo a outras máquinas mesmo
que similares. O TORNO XXXXXXXX - é com-
posto de um total de n.º ___ de eixos, onde a carga
está distribuída de forma a atender a legislação per-
tinente. A máquina é constituída de uma peça única:
-_________________, com peso de ______ tonela-
das largura de _____ metros, altura de n.º _____ me-
tros, fabricada pela empresa: XXXXXXX localizada
na ____________________, município de ______,
Estado de ______ país______. O peso bruto do
equipamento resultante é de ____ toneladas.
Declaramos, também, que o TORNO
XXXXXXXXXXX, dispõe de potencial adequado,

144
condições de estabilidade e segurança, capacidade
de tração, condições de frenagem, sinalização regula-
mentar, na forma exigida na legislação complementar.

São Paulo, ___de______ de_____.

_______________________________
Nome:
Engenheiro de Segurança do Trabalho
CREA
ART VINCULADA

145
Questões

1. Para que serve o Laudo de uma máquina ou


equipamento?

2. Cite 3 tópicos que devem constar em um lau-


do de máquina.

3. Simule um cálculo de Número de Classifica-


ção de Perigo.

4. Cite dois tipos de laudos adicionais que po-


dem ser descritos como material de apoio para ela-
boração do documento.

5. Alguns treinamentos são quase que básicos


na operação de máquinas?

146
Bibliografia Básica

CASAL, J. Evaluation of the effects and con-


sequences of major accidents in industrial plants.
Amsterdam: Elsevier, 2008.

DE CICCO, F. M. Custo de acidentes. São


Paulo: Fundacentro, 1985.

HOYOS, C.; ZIMOLONG, B. Occupational


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