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BIOLOGIA 

Origem da Vi
da e do Unive
rso 
O R I G 
E M  D 
A  V I D 
A  E  D 
O  U N 
I V E R 
S O   

A  B I O L 
O G I A  

Prontos para i
mergir no univ
erso da Biologi
a? Ou melhor, 
do estudo da v
ida e tudo que 
envolve isso e
m nosso plane
ta? Durante o t
exto você vai a
prender um po
uco mais sobre 

Biologia como 
uma disicplina 
científica e ta
mbém sobre a 
origem da vida
, do universo e 
tudo 
mais... 

Muitas vezes a 
biologia surge 
como algo abst
rato, subjetivo, 
que a gente nã
o consegue 
entender muit
o bem nem sa
ber direito qua
l o lugar dela n
a nossa compr
eensão do mu
ndo. A 
Biologia é a ciê
ncia que estud
a desde o men
or ser vivo ao 
maior, e ela nã
o está sozinha 
no 
mundo não. El
a se conecta c
om outras áre
as de estudo, c
omo a química
, a geografia, a 
geologia, a físi
ca, a sociologia
... e abrange as 
relações que o
s seres vivos a
presentam ent
re 
eles com o am
biente, tentan
do entender o
s padrões e to
da a dinâmica 
que resulta de
ssas 
interações. 
FIGURA 1: A BIOL
OGIA E A INTERAÇ
ÃO COM AS OUTR
AS ÁREAS DO CON
HECIMENTO.  

Quando falam
os de biologia 
é comum enxe
rgarmos tudo 
em caixinhas s
eparadas, cada 
uma no 
seu canto, real
izando o seu p
apel. Isso dific
ulta a compree
nsão dessa áre
a da ciência tã

importante e b
onita, e muitas 
vezes torna ch
ata a tentativa 
de se conectar 
com algo que 
parece tão dist
ante e isolado 
de todo o rest
o. Pois é exata
mente isso qu
e pretendemo
s mudar 
BIOLOGIA 
Origem da Vi
da e do Unive
rso 

com nossas ap
ostilas. Quere
mos mostrar p
ra vocês a con
exão entre as 
diferentes áre
as da 
Biologia, propo
rcionando um 
entendimento 
contextualizad
o e integrado s
obre o estudo 
da 
vida. Nas apos
tilas de Bio, va
mos ver que p
odemos estud
ar essa discipli
na em escalas 
muito 
diferentes, des
de o mundo m
icroscópico, nã
o visível a olho 
nu, até sistem
as bem maiore
s, 
como as flores
tas tropicais.  

A Ecologia é o 
ramo da Biolog
ia que estuda 
os seres vivos 
e sua interaçã
o com o 
ambiente ond
e vivem, e ela 
é simplesment
e tudo. Tudo e
nvolve ecologi
a. E para haver 
ecologia precis
amos do que? 
Seres vivos. E é 
aí que entram 
as plantas, que 
são estudadas 
com 
a Botânica, os 
animais, estud
ados pela Zool
ogia, os fungos
, foco de estud
o da Micologia
, e os 
vírus, bactérias 
e protozoários 
e algas, pesqui
sados pela Mic
robiologia. Par
a compreende
rmos 
melhor os sere
s vivos, precisa
mos estudar n
ão só como ele
s interagem co
m o meio, mas 
também sua e
strutura e func
ionamento, ou 
seja, morfologi
a e fisiologia, 
que em biologi

possuem relaç
ão muito próxi
ma. Além disso
, esses estudos 
podem ser real
izados compar
ando 
diferentes org
anismos, o que 
chamamos de 
Biologia Comp
arada. Mas nã
o pensem que 

ecologia envol
ve só mato e b
icho não! Têm 
outro animal aí 
que a gente ai
nda não falou: 
o ser 
humano. O ser 
humano intera
ge tanto quant
o qualquer out
ro ser vivo no 
espaço em que 
ele 
vive, às vezes t
endo uma inte
ração mais dan
osa do que be
néfica. E é exat
amente por iss
o, 
precisamos en
tender que faz
emos parte da 
natureza, e de 
que forma afet
amos o mundo 
à 
nossa volta. Co
mpreendendo 
melhor a Ecolo
gia dos seres h
umanos, tere
mos mais chan
ces de 
manter nosso 
planeta vivo, h
abitável e saud
ável, vivendo d
e uma forma 
mais sustentáv
el e 
harmônica.  
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FIGURA 2: INTERA
ÇÕES ENTRE OS S
ERES VIVOS E O M
EIO AMBIENTE (EC
OLOGIA), MOSTR
ANDO QUE TODO
S FAZEM 

PARTE DE UMA TE
IA. 

Já que estamo
s falando em s
eres humanos, 
da mesma for
ma que a morf
ologia e a fisiol
ogia 
estudam os ou
tros seres vivo
s, nossa espéci
e também pod
e ser estudada 
por essas disci
plinas. 
Somos um org
anismo, forma
do por um con
junto de órgão
s que são form
ados por tecid
os. O 
estudo dos tec
idos é chamad
o de Histologia
. Mas o que to
dos esses sere
s vivos têm em 
comum (com e
xceção dos vír
us)? São forma
dos por células
! Isso mesmo, 
células. De um

célula, temos u
m universo int
eiro de seres vi
vos. Isso é, a m
aior parte dos 
seres vivos são 
formados por 
apenas uma cé
lula, sendo por 
isso chamados 
de unicelulare
s. Os formados 
por 
mais células sã
o chamados de 
pluri ou multic
elulares. Nos o
rganismos mul
ticelulares, co
mo os 
animais, inclui
ndo os human
os, o estudo d
o desenvolvim
ento de um or
ganismo a par
tir de 
uma única célu
la é o foco da E
mbriologia. 
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Ufa! Até aqui t
udo certo? De
u pra perceber 
que as coisas e
stão conectad
as? Pois então, 
agora 
a gente entra 
na parte mais 
“abstrata”, aq
uela que a gen
te não conseg
ue ver sem a aj
uda de 
equipamentos 
especiais, que j
á não é tão pal
pável: o univer
so das células. 
Esse universo 
é 
estudado atrav
és da citologia. 
Tá, mas e as cé
lulas fazem o q
uê? Como uma 
bactéria e um 
ser 
um humano sã
o formados a p
artir de uma m
esma coisa mic
roscópica? Poi
s existem tipos 
de 
células diferen
tes, as células 
que deram ori
gem aos prime
iros seres vivos 
são mais simpl
es, e a 
partir delas sur
giram, muito t
empo depois, 
um tipo de cél
ula mais compl
exa, capaz de 
originar 
seres como a g
ente. As célula
s dos seres hu
manos aprese
ntam uma estr
utura que env
olve o 
material gené
tico, chamada 
de núcleo. Cél
ulas como as n
ossas, que apr
esentam núcle
o, são 
chamadas de e
ucarióticas. As 
células das bac
térias também 
apresentam m
aterial genétic
o, 
mas ele não es
tá organizado 
na forma de u
m núcleo. Célu
las como as da
s bactérias, se

núcleo, são ch
amadas de pro
carióticas. Entr
etanto, tanto h
umanos como 
bactérias são 
derivados de u
m tipo de célul
a mais simples, 
que é ancestra
l de todos os s
eres vivos 
conhecidos. E 
essa é a parte 
da origem da v
ida, que de um 
pequeno serzi
nho foi se origi
nando 
tudo que conh
ecemos hoje n
o planeta terra
. Mas como? A
través da divis
ão celular! Qu
e é 
responsável po
r originar mais 
células a partir 
de uma. Célula
s que podem v
ir a se diferenc
iar e 
não serem igu
ais as que dera
m origem a ela
.  
FIGURA 3: CÉLULA 
PROCARIONTE E E
UCARIONTE E A O
RIGEM DOS SERES 
VIVOS.  

Isso é explicad
o pela Evoluçã
o, que mostra 
como as espéci
es mudam ao l
ongo do temp
o. Isso 
inclui o a célul
a ancestral qu
e originou ao l
ongo do temp
o todas as esp
écies que conh
ecemos 
ou mesmo as q
ue já não exist
em mais, que f
oram extintas. 
Essa noção, de 
que todos 
organismos po
ssuem um anc
estral comum, 
origina a ideia 
de "árvore da 
vida”. Abaixo v
ocês 
podem ver um 
dos ramos da á
rvore: o dos an
imais.  
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FIGURA 4: RAMO 
DA ÁRVORE DA VI
DA MOSTRANDO 
OS DIFERENTES G
RUPOS DE ANIMAI
S.  

Como podem 
perceber na im
agem, a evoluç
ão é muito mai
s parecida com 
um grande arb
usto, 
do que uma lin
ha reta que to
dos organismo
s seguem. Assi
m, dentro do l
eque de 
possibilidades, 
os organismos 
podem mudar 
de diferentes f
ormas ao long
o do tempo, fic
ando 
maiores, ou m
enores, mais f
ortes ou mais f
racos, sem nen
hum caminho 
que seja o únic

"trajeto" evolu
tivo. Por exem
plo, a vida se o
riginou de um 
organismo sim
ples, unicelular

Bilhões de ano
s depois, a mai
or parte dos se
res vivos ainda 
á unicelular, e 
não precisara

desenvolver cé
rebros grandes 
para sobrevive
r bem. Desenv
olver cérebros 
grandes, é ape
nas 
um dos camin
hos que a vida 
seguiu, entre 
muitos e muit
os outros. 

Como, então, t
odos esses ser
es evoluem? U
ma forma de e
ntender isso é 
da perspectiva 
da 
Biologia Molec
ular e da Gené
tica, que não s
ervem apenas 
para estudar d
oenças ou expl
icar os 
padrões que v
emos nas cara
cterísticas her
editárias. Muit
a informação i
mportante par
a o 
desenvolvimen
to dos organis
mos está em s
eu material ge
nético, organiz
ado na forma 
de 
cromossomos, 
em estruturas 
que chamamo
s de genes. Os 
genes são a ba
se informacion
al 
para a produçã
o de proteínas
. Mutações, qu
e são mudança
s aleatórias na 
informação qu
e os 
genes codifica
m, podem alte
rar os organis
mos. Se essas 
alterações fore
m benéficas, p
odem se 
acumular ao lo
ngo no tempo 
e originar espé
cies diferentes 
das ancestrais. 
Esse mecanism
o de 

sobrevivência 
diferencial de 
organismos co
m característic
as hereditárias 
que os favorec
em na 
luta pela existê
ncia, é o que c
hamamos de S
eleção Natural
.  
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FIGURA 5: RELAÇ
ÃO ENTRE A BIOL
OGIA MOLECULAR 
COM A EVOLUÇÃ
O.   

Parece complic
ado sobreviver 
com tanta cois
a acontecendo 
em seu organis
mo, não é não
?  E 
perceba, que a 
interação dos s
eres vivos com 
o seu ambient
e, envolvem a 
troca de matér
ia e 
energia.  

Os organismos 
precisam de co
mpostos prese
ntes no ambie
nte (e isso incl
ui outros seres 
vivos) 
para manter se
u metabolism
o, ou seja, as r
eações químic
as necessárias 
para sua 
sobrevivência. 
Por exemplo, u
m tatu, quand
o se alimenta, 
utiliza energia 
e matéria pres
ente 
no alimento pa
ra fabricar a m
atéria de deu p
róprio corpo!  

Existem grand
es moléculas q
ue formam tod
os os seres viv
os, chamadas 
de biomolécul
as, 
como proteína
s, lipídios e car
boidratos. Ess
as moléculas, 
por sua vez, sã
o formadas po

diferentes áto
mos. Entre os 
mais abundant
es nos seres vi
vos estão o car
bono, hidrogê
nio, 
oxigênio e nitr
ogênio. Viram 
como tudo na 
biologia tá con
ectado? Existe 
uma teia de int
eração 
desde o macro 
(ecologia) até 
o micro (célula
s e biomolécul
as), que envolv
e todos os sere

vivos e o meio 
ambiente em q
ue eles estão i
nseridos.  

Agora que esta
mos mais por 
dentro da Biol
ogia como um
a ciência vamo
s falar um pou
co mais 
especifivamen
te sobre as idei
as para a orige
m do universo 
e da própria vi
da? 
É muito louco 
pensar sobre a 
forma como a 
vida se origino
u em nosso pla
neta. Qual foi 

primeiro ser vi
vo? Ou ainda, 
como nosso pl
aneta se formo
u? E a nossa ga
láxia? Vocês já 
pararam para 
pensar sobre t
odas essas cois
as? Sim? Não? 
Então se prepa
rem, porque n
essa 
apostila iremo
s descobrir tud
o isso e muito 
mais. Prontos? 
Então, vamos l
á!  
BIOLOGIA 
Origem da Vi
da e do Unive
rso 

A  O R I G 
E M  D O  
U N I V E R 
S O   

A vida é forma
da pelos mesm
os elementos 
básicos que for
mam os planet
as, as estrelas, 
as 
galáxias... Esse
s elementos p
odem ser cha
mados de áto
mos. Sendo as
sim, sabendo c
omo se 
formou o univ
erso, e de ond
e vieram seus 
elementos mai
s fundamentai
s, podemos 
compreender 
melhor a orige
m da própria vi
da.  

No séc. XX, co
nhecimentos s
obre física, ast
ronomia e tele
scópios possibi
litaram a prop
osição 
da teoria do Bi
g Bang (grande 
expansão), qu
e explica a orig
em do univers
o e reforça a id
eia já 
antes lançada 
por Albert Eins
tein de que o u
niverso estaria 
se expandindo. 
Essa teoria sug
ere 
que em um da
do momento o 
universo, o qu
e era um pont
o muito denso, 
sofreu uma gra
nde 
pressão, ficand
o cada vez mai
s denso, até o 
momento que 
ele expandiu. 
No momento d
essa 
“explosão”, ele 
deu origem ao 
espaço, ao te
mpo, à matéri
a e à energia: f
ormando o uni
verso. 
Atualmente, as 
estimativas ap
ontam que as 
condições inici
ais relacionada
s com o Big Ba
ng 
tenham ocorri
do entre 13,3 
e 13,9 BILHÕES 
de anos atrás! 
Galera, isso é t
empo demais. 
Complicado at
é de imaginar! 

Após essa expa
nsão inicial, a t
emperatura no 
universo era tã
o alta que não 
permitia a 
formação de el
ementos quími
cos. Com o pas
sar do tempo, 
e isso significa 
muitas centen
as de 
milhares de an
os, a temperat
ura diminuiu, 
possibilitando 
a formação de 
elementos sim
ples, 
principalmente 
o hidrogênio (
H). 
A galáxia na qu
al nosso planet
a está localizad
o, é a Via Láct
ea, que obvia
mente não é t
ão 
antiga quanto 
o próprio univ
erso, mas poss
ivelmente poss
ui mais de 13 b
ilhões de anos. 
Essa 
galáxia é apen
as uma das bil
hões que exist
em no univers
o. Todas elas a
presentando 
quantidades gi
gantescas de e
strelas. O noss
o Sol, por exe
mplo, é apena
s uma das cent
enas de 
bilhões de estr
elas que existe
m na Via Lácte
a. Já percebeu 
que quando fal
amos em astro
nomia 
o termo "bilhõ
es" aparece ba
stante, né? O S
ol, e o sistema 
solar, não são t
ão antigos qua
nto a 
galáxia. Eles se 
formaram há a
proximadamen
te 4,6 bilhões 
de anos, que t
ambém é a ida
de de 
formação de n
osso próprio pl
aneta. E como 
se formou o sis
tema e seus pl
anetas? De um

forma bem su
perficial, pode
mos dizer por 
causa da força 
gravitacional, 
partículas de g
ases e 
poeira se junta
ram, aumenta
ndo de massa, 
que por sua ve
z aumentava a 
força gravitaci
onal…  

Logo após sua 
formação, a Te
rra não era exa
tamente um lu
gar muito agra
dável para se p
assar 
as férias. Era m
uito quente, c
om grandes er
upções vulcâni
cas, uma atmo
sfera bem dife
rente, 
além de ser fre
quentemente 
bombardeada 
por matéria vi
nda de fora. A
pesar disso, ao 
longo 
do tempo, a Te
rra foi mudand
o, e em algum 
momento as c
ondições perm
itiram a orige
m dos 
primeiros sere
s vivos.  

T E O R I A 
S  D E  O R 
I G E M  D 
A  V I D A  

Bom, entendo 
então as condi
ções que perm
itiram que a vi
da surgisse no 
planeta, come
çamos 
a nos pergunta
r como essa vi
da surgiu. E os 
estudiosos daq
uela época ta
mbém tinham 
essa 
dúvida, e levan
taram duas hip
óteses para ex
plicar a origem 
da vida na Terr
a: a da abiogê
nese 
e da biogênes
e.  

A teoria da abi
ogênese é mui
to antiga: perd
urou desde a a
ntiguidade até 
o Século XIX. 
Segundo ela, o
s seres vivos su
rgem espontan
eamente a par
tir da matéria i
nanimada: 
acreditava-se, 
por exemplo, q
ue sapos surgi
am a partir da l
ama. Mais tard
e, a partir dos 
BIOLOGIA 
Origem da Vi
da e do Unive
rso 

experimentos 
de Francesco R
edi (em 1668), 
Lazzaro Spalla
nzani (1770), u
ma nova teoria 
chamada biog
ênese ganhou 
força. De acor
do com ela, u
m ser vivo só p
ode surgir a pa
rtir de 
outro ser vivo. 

O S  E X P E R 
I M E N T O S  
D E  R E D I   

Redi acreditav
a que o surgim
ento dos seres 
vivos não se da
va por geração 
espontânea e 
investigou a su
posta origem d
e vermes a par
tir da carne em 
decomposição. 
Redi tinha uma 
hipótese difere
nte para explic
ar a origem de
sses vermes. El
es eram simple
smente larvas 
que 
se desenvolvia
m na carne a p
artir de ovos d
e moscas. Para 
testar sua hipó
tese, Redi reali
zou o 
experimento il
ustrado no esq
uema abaixo, 
que corroboro
u sua hipótese. 
FIGURA 1. ESQUE
MA EXEMPLIFICA
NDO O EXPERIME
NTO DE REDI. A HI
PÓTESE DE QUE A 
GERAÇÃO 

ESPONTÂNEA DE 
VERMES A PARTIR 
DE CARNE EM DE
COMPOSIÇÃO NÃ
O OCORRE FOI CO
RROBORADA.  

Como você po
de perceber na 
imagem, Redi 
utilizou dois fr
ascos contend
o pedaços de c
arne, 
um que mante
ve aberto e ou
tro que tapou 
com gaze para 
impedir que m
oscas colocass
em 
seus ovos. Os r
esultados sust
entaram a hip
ótese de Redi, 
porque os ver
mes só aparec
eram no 
frasco que fico
u aberto, perm
itindo que as 
moscas deixas
sem seus ovin
hos. 

O S  E X P E R 
I M E N T O S  
D E  N E E D H 
A M  E  S P A 
L L A N Z A N 
I  

Os  trabalhos  
de  Redi  ajuda
ram  na  dimin
uição  da  aceit
ação  da  teori
a  da  abiogêne
se. 
Entretanto,  pa
ra  muitos,  a  
origem  de  org
anismos  micro
scópicos  ainda 
 era  explicada  
pela 
geração espon
tânea. Um dos 
mais conhecid
os defensores 
dessas ideias f
oi John Needh
am. Ele 
realizou experi
mentos utiliza
ndo caldos nut
ritivos que hav
iam sido aquec
idos e tapados 
de 
forma não mui
to eficiente. O
bservou que v
ários microrga
nismos apareci
am nos caldos 
depois 
BIOLOGIA 
Origem da Vi
da e do Unive
rso 

de um tempo. 
Ele defendia a 
existência de u
ma "força vital
" que atuava p
ara o surgimen
to 
dessas formas 
de vida. 

Entretanto,  ou
tro  pesquisad
or,  chamado  
Spallanzani,  re
fez  os  experi
mentos  de  Ne
edham 
fazendo  algu
mas  adaptaçõ
es.  Ele  ferveu  
os  caldos  por  
muito  mais  te
mpo  e  os  tap
ou 
completament
e, para evitar q
ue qualquer mi
crorganismo e
ntrasse nos me
smos. Depois d

vários dias os c
aldos continua
vam sem nenh
um ser vivo mi
croscópico, sus
tentando mais 
uma 
vez a hipótese 
de que a geraç
ão espontânea 
não ocorria. A
pesar disso, Ne
edham argum
entou 
que a fervura e
m excesso feit
a por Spallanza
ni acabou com 
todo o ar pres
ente nos potes 
com 
os caldos, e o a
r seria necessá
rio para a gera
ção de novos 
microrganismo
s. Para entend
er 
como essa situ
ação foi resolvi
da, precisamos 
falar sobre os 
experimentos 
de Louis Paste
ur. 

O S  E X P E R 
I M E N T O S  
D E  L O U I S  
P A S T E U R  

Os experiment
os de Pasteur, 
por volta de 18
60, contribuíra
m para reforça
r a hipótese da 
biogênese. Ele
s estão esque
matizados na fi
gura a seguir. 
O caldo nutriti
vo é despejado 
em um 
frasco de vidro 
(1); em seguid
a o gargalo des
se frasco é esti
cado e curvad
o após ser aqu
ecido 
em uma cham
a (2); o caldo é 
então fervido 
e esterilizado (
3); ao final do 
experimento o
bserva- 
secaldo
nutri
frasc
“pesc
cisne
mant
de 
tivo
ooço
”eve-
se
microorganism
os  (4);  també
m  observou-
se  que  quand
o  quebrado  o  
gargalo  do  fra
sco, 
microorganism
os surgiam no 
caldo (5).   
FIGURA 2. ESQUE
MA DO EXPERIME
NTO DE LOUIS PA
STEUR, MOSTRAN
DO OS FRASCOS C
OM GARGALOS 

CURVADOS, COM
O O PESCOÇO DE 
UM CISNE. 

Perceba que e
m seu experim
ento, da mesm
a forma que Sp
allanzani, Past
eur ferveu os c
aldos 
nutritivos. Mas 
para testar se 
o ar era import
ante ele utilizo
u o gargalo em 
formato de pe
scoço 
de cisne. O gar
galo com esse 
formato permi
tia que o ar en
trasse no frasc
o, mas fazia co
m que 
os microrganis
mos do ar ficas
sem "presos" e
m suas curvas, 
que agiam co
mo filtros. Em 
seus 
resultados não 
observou o de
senvolvimento 
de seres vivos 
por geração es
pontânea mes
mo na 
BIOLOGIA 
Origem da Vi
da e do Unive
rso 

presença  de  a
r.  Microrganis
mos  só  surgia
m  nos  frascos 
 após  quebrar  
o  gargalo.  Ess

experi
demo
mesmo
surge
partir
outro
mento
strou
  micro
m s 
rganis
mos
microrganismo
s, desacreditan
do a hipótese 
da abiogênese. 

O  S U R G 
I M E N T O 
 D O  P R I 
M E I R O  
S E R  V I V 
O   

A aceitação da 
biogênese levo
u a um novo q
uestionament
o: se todos os 
seres vivos sur
gem de 
outros preexist
entes, como su
rgiu o primeiro
? Existem pelo 
menos três po
ssibilidades 
levantadas par
a responder a 
esta pergunta: 

Criação  Divin
a: força super
ior cria a vida

   Origem  po
r  evolução  quí
mica: para ess
a hipótese, a vi
da se originou 
a partir de 
compostos nã
o vivos mais si
mples, que aca
baram se com
binando devid
o a 
condições amb
ientais particul
ares. Ao longo 
do tempo, ess
es composto o
riginaram 
moléculas orgâ
nicas, como pr
oteínas e gord
uras. Quando s
istemas compo
stos por 
essas molécula
s adquiriram a 
capacidade de 
se isolar do am
biente (membr
anas), 
de se duplicar 
(reprodução) e 
realizar reaçõe
s químicas (me
tabolismo) par

manter sua or
ganização, a vi
da teria se orig
inado; 

   Panspermi
a: essa hipótes
e defende a id
eia de que a vi
da ou os comp
ostos 
necessários pa
ra o desenvolvi
mento dela vie
ram de outros 
lugares do uni
verso. 
Entretanto, ind
ependente de i
sso ter ocorrid
o ou não, o pr
oblema da evo
lução 
química da vid
a continua, mu
dando apenas 
o local onde oc
orreu primeiro

A hipótese da 
evolução quím
ica é a mais ac
eita atualment
e. Mesmo por
que os seres vi
vos são 
formados pela 
mesma matéri
a presente em 
rochas, lagos, 
estrelas... Simp
lesmente orga
nizada 
de maneira dif
erente e intera
gindo de form
as complexas. 
Assim, resumi
ndo, de acordo 
com a 
Hipótese de Ev
olução Gradual 
dos Sistemas Q
uímicos, a vida 
seria fruto das 
condições 
primitivas do a
mbiente da Te
rra. Alguns cie
ntistas pioneir
os dessa área, 
na década de 1
920, 
tentaram imag
inar como isso 
teria ocorrido, 
estudando sob
re o passado d
a terra e que ti
po de 
ambiente seria 
necessário par
a o surgimento 
de moléculas c
omplexas e pa
ra a própria vi
da se 
desenvolver. E
ntre eles, Opar
in e Haldane sã
o dois nomes t
radicionalment
e lembrados. 

H I P Ó T E 
S E S  M E 
T A B Ó L I 
C A S   
Como vimos, O
parin e Haldan
e foram pionei
ros nessa área. 
Eles acreditava
m que a condiç
ão 
ambiental da T
erra primitiva t
eria possibilita
do a formação 
de coacervado
s, um aglomer
ado 
de moléculas p
roteicas circun
dadas por águ
a, e que da me
sma forma que 
coacervados s

formavam, out
ros sistemas, a
té mesmo mai
s elaborados, e
nvoltos por me
mbrana poderi
am 
ter originado o
s primeiros ser
es vivos. 

O S  E X P E 
R I M E N T 
O S  D E  M 
I L L E R  

Na década de 
1950, Stanley 
Miller desenvo
lveu um experi
mento para te
star as ideias d

Oparin e Halda
ne. Utilizando 
um aparelho, e
le tentava imit
ar as condiçõe
s que eram 
imaginadas pa
ra o ambiente 
da Terra primi
tiva. Assim, um
a mistura de g
ases servia co
mo 
BIOLOGIA 
Origem da Vi
da e do Unive
rso 

"atmosfera". E
ntre esses esta
vam a amônia 
(NH3), o meta
no (CH4), hidr
ogênio (H2) e v
apor 
d´água (H2O). 
Além disso, de
scargas elétric
as eram utiliza
das como equi
valente de raio

presentes dura
nte tempestad
es. No aparelh
o também exis
tia uma imitaç
ão dos mares e 
lagos, 
que era aqueci
da para simula
r a evaporação 
da água. Toda 
essa mistura er
a acabava 
condensando "
chovendo" nov
amente para o 
"mar". Miller d
eixou a simula
ção ocorrendo 
durante vários 
dias e após exa
minou a comp
osição dos líqu
idos acumulad
os. Os resultad
os 
foram surpree
ndentes. Mes
mo após pouc
os dias, várias 
tipos de moléc
ulas complexas 
que não 
existam no iníc
io do experime
nto foram for
madas. Entre e
las várias subst
âncias orgânic
as, 
como aminoác
idos, que são o
s constituintes 
básicos das pr
oteínas. Atual
mente sabemo
s que a 
composição de 
nosso planeta 
era diferente d
a utilizada nos 
experimentos 
de Miller.  

De qualquer fo
rma em seus tr
abalhos ficou c
laro que muito
s dos compost
os presentes n
os 
seres vivos po
dem "evoluir" 
quimicamente 
a partir de mol
éculas muito si
mples. Isso ref
orçou a 
hipótese de qu
e a vida se orig
inou pela evol
ução química. 
Quase 60 anos 
depois, muitos 
outros trabalh
os apresentara
m resultados s
emelhantes, m
esmo utilizand
o informações 
mais 
acuradas sobre 
as condições p
rimitivas de no
sso planeta. Al
ém disso, molé
culas complex
as já 
foram detecta
das em diverso
s locais fora de 
nosso planeta, 
como em mete
oros. Tudo isso 
mostra que ap
esar de o surgi
mento da vida 
provavelmente 
ser um evento 
raro, os 
componentes 
necessários pa
ra isso são facil
mente produzi
dos em condiç
ões ambientais 
adequadas. E p
erceba, apesar 
de raro, em te
se, esse event
o só precisou o
correr uma vez

C O M O  E 
R A M  O S  
P R I M E I R 
O S  S E R E 
S  V I V O S 
?   

Ok,  entendem
os  que  a  vida 
 provavelment
e  se  originou  
por  evolução  
química.  Tam
bém 
podemos imag
inar que esses 
primeiros sere
s eram envolto
s por algum tip
o de membran
a, que 
conseguiam re
produzir, e qu
e apresentava
m alguma for
ma de metabol
ismo. Existem 
duas 
hipóteses  sobr
e  a  natureza  
do  metabolis
mo  dos  prime
iros  seres  viv
os:  a  autotró
fica  e  a 
heterotrófica. 
A hipótese aut
otrófica afirma 
que os primeir
os organismos 
fabricavam seu

próprios comp
ostos orgânico
s, como a glico
se, através da 
quimiossíntes
e (processo qu
e utiliza 
substâncias in
orgânicas para 
produção de e
nergia).  

Já para a hipót
ese heterotrófi
ca os primeiros 
organismos er
am heterotrófi
cos, que 
precisam cons
eguir suas font
es energéticas 
a partir de mat
éria orgânica p
resente no am
biente. 
Nas condições 
da terra primiti
va, como vimo
s, muita matéri
a orgânica pod
e ter sido form
ada, 
resultando em 
fontes abunda
ntes de energi
a para esses or
ganismos. Em 
um ambiente 
pobre 
em  oxigênio,  
uma  das  vias  
metabólicas  m
ais  simples  pa
ra  a  obtenção 
 de  energia  é  

fermentação.  
Com  o  passar  
do  tempo,  a  
quantidade  de 
 matéria  orgâ
nica  provavel
mente 
diminui,  limita
ndo  a  quantid
ade  de  alime
nto  para  esse
s  organismos.  
O  CO2,  produ
to  da 
ferme
acum
atmo
cenár
com 
ntação
ulado
sfera.
io

disponibilidad
e de CO2 e pou
ca matéria org
ânica, organis
mos com a cap
acidade de util
izar a 
luz solar para p
roduzir seu ali
mento, utilizan
do o CO2, teria
m sido benefici
ados (eles fazi
am 
fotossíntese!). 
Então alguns o
rganismos com
eçam a fazer f
otossíntese e u
m dos produto
s da 
fotossíntese  é  
o  oxigênio,  q
ue  começa  a  
se  acumular  n
a  atmosfera.  
Alguns  organis
mos 
conseguiram u
tilizar o oxigêni
o em um proce
sso mais eficie
nte do que a fe
rmentação par
a a 
obtenção  de  
energia,  cham
ado  de  respir
ação  aeróbia.  
Perceba  que,  
dentro  da  hip
ótese 
heterotrófica,  
podemos  resu
mir  os  o  surgi
mento  dos  pr
ocessos  meta
bólicos  na  seg
uinte 
ordem: Ferme
ntação - Fotoss
íntese - Respir
ação aeróbia. 
BIOLOGIA 
Origem da Vi
da e do Unive
rso 

O R I G E M 
 D O S  E U 
C A R I O T 
O S   

Então, pessoal, 
tudo certo até 
aqui? Falamos 
que os primeir
os seres vivos 
conseguiam 
reproduzir, tin
ham metabolis
mo, e além dis
so possuíam u
m envoltório q
ue os isolava d

ambiente. Isso 
é muito pareci
do com a descr
ição de uma cé
lula. O primeir
o ser vivo era 
provavelmente 
muito parecid
o com as célul
as mais simple
s, procarióticas
.   

A característic
a mais marcan
te das células 
eucariontes, e 
que dá o nome 
para elas, é a 
presença de u
ma membrana 
envolvendo se
u material gen
ético, que é ch
amada de cari
oteca. 
Essa estrutura 
formada pela 
membrana e o 
material genéti
co em seu inte
rior é chamada 
de 
núcleo! As célu
las procarionte
s apresentam 
material genéti
co, mas ele nã
o está organiza
do na 
forma de um n
úcleo, e sim di
sperso pelo cit
oplasma. Além 
disso, a célula 
eucarionte pos
sui 
diversas organ
elas membran
osas que não e
stão presentes 
nas células pro
cariontes. 
Organismos qu
e apresentam 
células eucario
ntes incluem a
s plantas, fung
os, protozoário
s e 
animais (lembr
a que a gente 
é animal). Org
anismos com c
élulas procario
ntes incluem a

bactérias e arq
ueas. Os ances
trais de todos 
esses seres era 
muito provavel
mente mais 
parecido com 
as células proc
ariontes do qu
e com as eucar
iontes. Como s
erá que ocorre
u essa 
mudança?  

A  T E O R I 
A  E N D O 
S S I M B I 
Ó T I C A  

Muitas das org
anelas membr
anosas das cél
ulas eucariótic
as, como o retí
culo endoplas
mático 
e o complexo 
de Golgi, tem s
ua origem a pa
rtir de invagina
ções da própri
a membrana 
plasmática. En
tretanto, exist
em duas organ
elas com uma 
origem mais in
teressante! As 
mitocôndrias 
e os cloroplast
os. Para explic
ar a origem de
ssas duas orga
nelas foi propo
sta a 
teoria endossi
mbiótica, com 
Lynn Margulis 
sendo sua mai
or defensora. S
egundo ela, es
sas 
organelas teria
m sido bactéri
as independen
tes, capazes de 
respirar e reali
zar a fotossínt
ese, 
respectivamen
te. Posteriorm
ente, podem t
er sido fagocit
adas (“engolid
as”) por um or
ganismo 
fermentador 
maior. Dessa f
orma, surge a 
célula eucarió
tica animal, qu
e apresenta 
mitocôndrias, 
e a vegetal, qu
e apresenta mi
tocôndrias e cl
oroplastos. 
BIOLOGIA 
Origem da Vi
da e do Unive
rso 

FIGURA 5. REPRES
ENTAÇÃO ESQUE
MÁTICA DA TEORI
A ENDOSSIMBIÓTI
CA. 
BIOLOGIA 
Origem da Vi
da e do Unive
rso 

P R I N C I 
P A I S  E V 
E N T O S  
N A  H I S T 
Ó R I A  D 
A  V I D A  

Muitas vezes a 
evolução da Te
rra e dos seres 
vivos é algo di
fícil de quantifi
car e fica abstr
ato 
de relacionar o
s eventos com 
o passar dos a
nos. Uma linha 
do tempo com 
os principais 
momentos da 
história da vid
a nos possibilit
a relacionar os 
acontecimento
s da vida na Te
rra 
com as eras ge
ológicas desde 
sua formação 
até os dias de 
hoje, nos most
rando também 

quão ínfima é 
a história hum
ana quando co
mparada com 
a história de n
osso planeta. 
FIGURA 6. REPRES
ENTAÇÃO DA LIN
HA DO TEMPO DO 
PLANETA TERRA C
OM OS PRINCIPAI
S EVENTOS DA 

HISTÓRIA DA VIDA

Perceba pela i
magem que o 
planeta se for
mou faz muito
s e muitos ano
s. Após, destac
amos a 
solidificação d
a crosta, ou sej
a, a Terra ficar 
“dura”. Isso tu
do antes da ori
gem da vida, q
ue 
ocorreu faz tan
to tempo... E p
or aí vai... 

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