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Origem da Vi
da e do Unive
rso
O R I G
E M D
A V I D
A E D
O U N
I V E R
S O
A B I O L
O G I A
Prontos para i
mergir no univ
erso da Biologi
a? Ou melhor,
do estudo da v
ida e tudo que
envolve isso e
m nosso plane
ta? Durante o t
exto você vai a
prender um po
uco mais sobre
a
Biologia como
uma disicplina
científica e ta
mbém sobre a
origem da vida
, do universo e
tudo
mais...
Muitas vezes a
biologia surge
como algo abst
rato, subjetivo,
que a gente nã
o consegue
entender muit
o bem nem sa
ber direito qua
l o lugar dela n
a nossa compr
eensão do mu
ndo. A
Biologia é a ciê
ncia que estud
a desde o men
or ser vivo ao
maior, e ela nã
o está sozinha
no
mundo não. El
a se conecta c
om outras áre
as de estudo, c
omo a química
, a geografia, a
geologia, a físi
ca, a sociologia
... e abrange as
relações que o
s seres vivos a
presentam ent
re
eles com o am
biente, tentan
do entender o
s padrões e to
da a dinâmica
que resulta de
ssas
interações.
FIGURA 1: A BIOL
OGIA E A INTERAÇ
ÃO COM AS OUTR
AS ÁREAS DO CON
HECIMENTO.
Quando falam
os de biologia
é comum enxe
rgarmos tudo
em caixinhas s
eparadas, cada
uma no
seu canto, real
izando o seu p
apel. Isso dific
ulta a compree
nsão dessa áre
a da ciência tã
o
importante e b
onita, e muitas
vezes torna ch
ata a tentativa
de se conectar
com algo que
parece tão dist
ante e isolado
de todo o rest
o. Pois é exata
mente isso qu
e pretendemo
s mudar
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
com nossas ap
ostilas. Quere
mos mostrar p
ra vocês a con
exão entre as
diferentes áre
as da
Biologia, propo
rcionando um
entendimento
contextualizad
o e integrado s
obre o estudo
da
vida. Nas apos
tilas de Bio, va
mos ver que p
odemos estud
ar essa discipli
na em escalas
muito
diferentes, des
de o mundo m
icroscópico, nã
o visível a olho
nu, até sistem
as bem maiore
s,
como as flores
tas tropicais.
A Ecologia é o
ramo da Biolog
ia que estuda
os seres vivos
e sua interaçã
o com o
ambiente ond
e vivem, e ela
é simplesment
e tudo. Tudo e
nvolve ecologi
a. E para haver
ecologia precis
amos do que?
Seres vivos. E é
aí que entram
as plantas, que
são estudadas
com
a Botânica, os
animais, estud
ados pela Zool
ogia, os fungos
, foco de estud
o da Micologia
, e os
vírus, bactérias
e protozoários
e algas, pesqui
sados pela Mic
robiologia. Par
a compreende
rmos
melhor os sere
s vivos, precisa
mos estudar n
ão só como ele
s interagem co
m o meio, mas
também sua e
strutura e func
ionamento, ou
seja, morfologi
a e fisiologia,
que em biologi
a
possuem relaç
ão muito próxi
ma. Além disso
, esses estudos
podem ser real
izados compar
ando
diferentes org
anismos, o que
chamamos de
Biologia Comp
arada. Mas nã
o pensem que
a
ecologia envol
ve só mato e b
icho não! Têm
outro animal aí
que a gente ai
nda não falou:
o ser
humano. O ser
humano intera
ge tanto quant
o qualquer out
ro ser vivo no
espaço em que
ele
vive, às vezes t
endo uma inte
ração mais dan
osa do que be
néfica. E é exat
amente por iss
o,
precisamos en
tender que faz
emos parte da
natureza, e de
que forma afet
amos o mundo
à
nossa volta. Co
mpreendendo
melhor a Ecolo
gia dos seres h
umanos, tere
mos mais chan
ces de
manter nosso
planeta vivo, h
abitável e saud
ável, vivendo d
e uma forma
mais sustentáv
el e
harmônica.
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
FIGURA 2: INTERA
ÇÕES ENTRE OS S
ERES VIVOS E O M
EIO AMBIENTE (EC
OLOGIA), MOSTR
ANDO QUE TODO
S FAZEM
PARTE DE UMA TE
IA.
Já que estamo
s falando em s
eres humanos,
da mesma for
ma que a morf
ologia e a fisiol
ogia
estudam os ou
tros seres vivo
s, nossa espéci
e também pod
e ser estudada
por essas disci
plinas.
Somos um org
anismo, forma
do por um con
junto de órgão
s que são form
ados por tecid
os. O
estudo dos tec
idos é chamad
o de Histologia
. Mas o que to
dos esses sere
s vivos têm em
comum (com e
xceção dos vír
us)? São forma
dos por células
! Isso mesmo,
células. De um
a
célula, temos u
m universo int
eiro de seres vi
vos. Isso é, a m
aior parte dos
seres vivos são
formados por
apenas uma cé
lula, sendo por
isso chamados
de unicelulare
s. Os formados
por
mais células sã
o chamados de
pluri ou multic
elulares. Nos o
rganismos mul
ticelulares, co
mo os
animais, inclui
ndo os human
os, o estudo d
o desenvolvim
ento de um or
ganismo a par
tir de
uma única célu
la é o foco da E
mbriologia.
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
Ufa! Até aqui t
udo certo? De
u pra perceber
que as coisas e
stão conectad
as? Pois então,
agora
a gente entra
na parte mais
“abstrata”, aq
uela que a gen
te não conseg
ue ver sem a aj
uda de
equipamentos
especiais, que j
á não é tão pal
pável: o univer
so das células.
Esse universo
é
estudado atrav
és da citologia.
Tá, mas e as cé
lulas fazem o q
uê? Como uma
bactéria e um
ser
um humano sã
o formados a p
artir de uma m
esma coisa mic
roscópica? Poi
s existem tipos
de
células diferen
tes, as células
que deram ori
gem aos prime
iros seres vivos
são mais simpl
es, e a
partir delas sur
giram, muito t
empo depois,
um tipo de cél
ula mais compl
exa, capaz de
originar
seres como a g
ente. As célula
s dos seres hu
manos aprese
ntam uma estr
utura que env
olve o
material gené
tico, chamada
de núcleo. Cél
ulas como as n
ossas, que apr
esentam núcle
o, são
chamadas de e
ucarióticas. As
células das bac
térias também
apresentam m
aterial genétic
o,
mas ele não es
tá organizado
na forma de u
m núcleo. Célu
las como as da
s bactérias, se
m
núcleo, são ch
amadas de pro
carióticas. Entr
etanto, tanto h
umanos como
bactérias são
derivados de u
m tipo de célul
a mais simples,
que é ancestra
l de todos os s
eres vivos
conhecidos. E
essa é a parte
da origem da v
ida, que de um
pequeno serzi
nho foi se origi
nando
tudo que conh
ecemos hoje n
o planeta terra
. Mas como? A
través da divis
ão celular! Qu
e é
responsável po
r originar mais
células a partir
de uma. Célula
s que podem v
ir a se diferenc
iar e
não serem igu
ais as que dera
m origem a ela
.
FIGURA 3: CÉLULA
PROCARIONTE E E
UCARIONTE E A O
RIGEM DOS SERES
VIVOS.
Isso é explicad
o pela Evoluçã
o, que mostra
como as espéci
es mudam ao l
ongo do temp
o. Isso
inclui o a célul
a ancestral qu
e originou ao l
ongo do temp
o todas as esp
écies que conh
ecemos
ou mesmo as q
ue já não exist
em mais, que f
oram extintas.
Essa noção, de
que todos
organismos po
ssuem um anc
estral comum,
origina a ideia
de "árvore da
vida”. Abaixo v
ocês
podem ver um
dos ramos da á
rvore: o dos an
imais.
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
FIGURA 4: RAMO
DA ÁRVORE DA VI
DA MOSTRANDO
OS DIFERENTES G
RUPOS DE ANIMAI
S.
Como podem
perceber na im
agem, a evoluç
ão é muito mai
s parecida com
um grande arb
usto,
do que uma lin
ha reta que to
dos organismo
s seguem. Assi
m, dentro do l
eque de
possibilidades,
os organismos
podem mudar
de diferentes f
ormas ao long
o do tempo, fic
ando
maiores, ou m
enores, mais f
ortes ou mais f
racos, sem nen
hum caminho
que seja o únic
o
"trajeto" evolu
tivo. Por exem
plo, a vida se o
riginou de um
organismo sim
ples, unicelular
.
Bilhões de ano
s depois, a mai
or parte dos se
res vivos ainda
á unicelular, e
não precisara
m
desenvolver cé
rebros grandes
para sobrevive
r bem. Desenv
olver cérebros
grandes, é ape
nas
um dos camin
hos que a vida
seguiu, entre
muitos e muit
os outros.
Como, então, t
odos esses ser
es evoluem? U
ma forma de e
ntender isso é
da perspectiva
da
Biologia Molec
ular e da Gené
tica, que não s
ervem apenas
para estudar d
oenças ou expl
icar os
padrões que v
emos nas cara
cterísticas her
editárias. Muit
a informação i
mportante par
a o
desenvolvimen
to dos organis
mos está em s
eu material ge
nético, organiz
ado na forma
de
cromossomos,
em estruturas
que chamamo
s de genes. Os
genes são a ba
se informacion
al
para a produçã
o de proteínas
. Mutações, qu
e são mudança
s aleatórias na
informação qu
e os
genes codifica
m, podem alte
rar os organis
mos. Se essas
alterações fore
m benéficas, p
odem se
acumular ao lo
ngo no tempo
e originar espé
cies diferentes
das ancestrais.
Esse mecanism
o de
sobrevivência
diferencial de
organismos co
m característic
as hereditárias
que os favorec
em na
luta pela existê
ncia, é o que c
hamamos de S
eleção Natural
.
BIOLOGIA
Origem da Vi
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rso
FIGURA 5: RELAÇ
ÃO ENTRE A BIOL
OGIA MOLECULAR
COM A EVOLUÇÃ
O.
Parece complic
ado sobreviver
com tanta cois
a acontecendo
em seu organis
mo, não é não
? E
perceba, que a
interação dos s
eres vivos com
o seu ambient
e, envolvem a
troca de matér
ia e
energia.
Os organismos
precisam de co
mpostos prese
ntes no ambie
nte (e isso incl
ui outros seres
vivos)
para manter se
u metabolism
o, ou seja, as r
eações químic
as necessárias
para sua
sobrevivência.
Por exemplo, u
m tatu, quand
o se alimenta,
utiliza energia
e matéria pres
ente
no alimento pa
ra fabricar a m
atéria de deu p
róprio corpo!
Existem grand
es moléculas q
ue formam tod
os os seres viv
os, chamadas
de biomolécul
as,
como proteína
s, lipídios e car
boidratos. Ess
as moléculas,
por sua vez, sã
o formadas po
r
diferentes áto
mos. Entre os
mais abundant
es nos seres vi
vos estão o car
bono, hidrogê
nio,
oxigênio e nitr
ogênio. Viram
como tudo na
biologia tá con
ectado? Existe
uma teia de int
eração
desde o macro
(ecologia) até
o micro (célula
s e biomolécul
as), que envolv
e todos os sere
s
vivos e o meio
ambiente em q
ue eles estão i
nseridos.
Agora que esta
mos mais por
dentro da Biol
ogia como um
a ciência vamo
s falar um pou
co mais
especifivamen
te sobre as idei
as para a orige
m do universo
e da própria vi
da?
É muito louco
pensar sobre a
forma como a
vida se origino
u em nosso pla
neta. Qual foi
o
primeiro ser vi
vo? Ou ainda,
como nosso pl
aneta se formo
u? E a nossa ga
láxia? Vocês já
pararam para
pensar sobre t
odas essas cois
as? Sim? Não?
Então se prepa
rem, porque n
essa
apostila iremo
s descobrir tud
o isso e muito
mais. Prontos?
Então, vamos l
á!
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
A O R I G
E M D O
U N I V E R
S O
A vida é forma
da pelos mesm
os elementos
básicos que for
mam os planet
as, as estrelas,
as
galáxias... Esse
s elementos p
odem ser cha
mados de áto
mos. Sendo as
sim, sabendo c
omo se
formou o univ
erso, e de ond
e vieram seus
elementos mai
s fundamentai
s, podemos
compreender
melhor a orige
m da própria vi
da.
No séc. XX, co
nhecimentos s
obre física, ast
ronomia e tele
scópios possibi
litaram a prop
osição
da teoria do Bi
g Bang (grande
expansão), qu
e explica a orig
em do univers
o e reforça a id
eia já
antes lançada
por Albert Eins
tein de que o u
niverso estaria
se expandindo.
Essa teoria sug
ere
que em um da
do momento o
universo, o qu
e era um pont
o muito denso,
sofreu uma gra
nde
pressão, ficand
o cada vez mai
s denso, até o
momento que
ele expandiu.
No momento d
essa
“explosão”, ele
deu origem ao
espaço, ao te
mpo, à matéri
a e à energia: f
ormando o uni
verso.
Atualmente, as
estimativas ap
ontam que as
condições inici
ais relacionada
s com o Big Ba
ng
tenham ocorri
do entre 13,3
e 13,9 BILHÕES
de anos atrás!
Galera, isso é t
empo demais.
Complicado at
é de imaginar!
Após essa expa
nsão inicial, a t
emperatura no
universo era tã
o alta que não
permitia a
formação de el
ementos quími
cos. Com o pas
sar do tempo,
e isso significa
muitas centen
as de
milhares de an
os, a temperat
ura diminuiu,
possibilitando
a formação de
elementos sim
ples,
principalmente
o hidrogênio (
H).
A galáxia na qu
al nosso planet
a está localizad
o, é a Via Láct
ea, que obvia
mente não é t
ão
antiga quanto
o próprio univ
erso, mas poss
ivelmente poss
ui mais de 13 b
ilhões de anos.
Essa
galáxia é apen
as uma das bil
hões que exist
em no univers
o. Todas elas a
presentando
quantidades gi
gantescas de e
strelas. O noss
o Sol, por exe
mplo, é apena
s uma das cent
enas de
bilhões de estr
elas que existe
m na Via Lácte
a. Já percebeu
que quando fal
amos em astro
nomia
o termo "bilhõ
es" aparece ba
stante, né? O S
ol, e o sistema
solar, não são t
ão antigos qua
nto a
galáxia. Eles se
formaram há a
proximadamen
te 4,6 bilhões
de anos, que t
ambém é a ida
de de
formação de n
osso próprio pl
aneta. E como
se formou o sis
tema e seus pl
anetas? De um
a
forma bem su
perficial, pode
mos dizer por
causa da força
gravitacional,
partículas de g
ases e
poeira se junta
ram, aumenta
ndo de massa,
que por sua ve
z aumentava a
força gravitaci
onal…
Logo após sua
formação, a Te
rra não era exa
tamente um lu
gar muito agra
dável para se p
assar
as férias. Era m
uito quente, c
om grandes er
upções vulcâni
cas, uma atmo
sfera bem dife
rente,
além de ser fre
quentemente
bombardeada
por matéria vi
nda de fora. A
pesar disso, ao
longo
do tempo, a Te
rra foi mudand
o, e em algum
momento as c
ondições perm
itiram a orige
m dos
primeiros sere
s vivos.
T E O R I A
S D E O R
I G E M D
A V I D A
Bom, entendo
então as condi
ções que perm
itiram que a vi
da surgisse no
planeta, come
çamos
a nos pergunta
r como essa vi
da surgiu. E os
estudiosos daq
uela época ta
mbém tinham
essa
dúvida, e levan
taram duas hip
óteses para ex
plicar a origem
da vida na Terr
a: a da abiogê
nese
e da biogênes
e.
A teoria da abi
ogênese é mui
to antiga: perd
urou desde a a
ntiguidade até
o Século XIX.
Segundo ela, o
s seres vivos su
rgem espontan
eamente a par
tir da matéria i
nanimada:
acreditava-se,
por exemplo, q
ue sapos surgi
am a partir da l
ama. Mais tard
e, a partir dos
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
experimentos
de Francesco R
edi (em 1668),
Lazzaro Spalla
nzani (1770), u
ma nova teoria
chamada biog
ênese ganhou
força. De acor
do com ela, u
m ser vivo só p
ode surgir a pa
rtir de
outro ser vivo.
O S E X P E R
I M E N T O S
D E R E D I
Redi acreditav
a que o surgim
ento dos seres
vivos não se da
va por geração
espontânea e
investigou a su
posta origem d
e vermes a par
tir da carne em
decomposição.
Redi tinha uma
hipótese difere
nte para explic
ar a origem de
sses vermes. El
es eram simple
smente larvas
que
se desenvolvia
m na carne a p
artir de ovos d
e moscas. Para
testar sua hipó
tese, Redi reali
zou o
experimento il
ustrado no esq
uema abaixo,
que corroboro
u sua hipótese.
FIGURA 1. ESQUE
MA EXEMPLIFICA
NDO O EXPERIME
NTO DE REDI. A HI
PÓTESE DE QUE A
GERAÇÃO
ESPONTÂNEA DE
VERMES A PARTIR
DE CARNE EM DE
COMPOSIÇÃO NÃ
O OCORRE FOI CO
RROBORADA.
Como você po
de perceber na
imagem, Redi
utilizou dois fr
ascos contend
o pedaços de c
arne,
um que mante
ve aberto e ou
tro que tapou
com gaze para
impedir que m
oscas colocass
em
seus ovos. Os r
esultados sust
entaram a hip
ótese de Redi,
porque os ver
mes só aparec
eram no
frasco que fico
u aberto, perm
itindo que as
moscas deixas
sem seus ovin
hos.
O S E X P E R
I M E N T O S
D E N E E D H
A M E S P A
L L A N Z A N
I
Os trabalhos
de Redi ajuda
ram na dimin
uição da aceit
ação da teori
a da abiogêne
se.
Entretanto, pa
ra muitos, a
origem de org
anismos micro
scópicos ainda
era explicada
pela
geração espon
tânea. Um dos
mais conhecid
os defensores
dessas ideias f
oi John Needh
am. Ele
realizou experi
mentos utiliza
ndo caldos nut
ritivos que hav
iam sido aquec
idos e tapados
de
forma não mui
to eficiente. O
bservou que v
ários microrga
nismos apareci
am nos caldos
depois
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
de um tempo.
Ele defendia a
existência de u
ma "força vital
" que atuava p
ara o surgimen
to
dessas formas
de vida.
Entretanto, ou
tro pesquisad
or, chamado
Spallanzani, re
fez os experi
mentos de Ne
edham
fazendo algu
mas adaptaçõ
es. Ele ferveu
os caldos por
muito mais te
mpo e os tap
ou
completament
e, para evitar q
ue qualquer mi
crorganismo e
ntrasse nos me
smos. Depois d
e
vários dias os c
aldos continua
vam sem nenh
um ser vivo mi
croscópico, sus
tentando mais
uma
vez a hipótese
de que a geraç
ão espontânea
não ocorria. A
pesar disso, Ne
edham argum
entou
que a fervura e
m excesso feit
a por Spallanza
ni acabou com
todo o ar pres
ente nos potes
com
os caldos, e o a
r seria necessá
rio para a gera
ção de novos
microrganismo
s. Para entend
er
como essa situ
ação foi resolvi
da, precisamos
falar sobre os
experimentos
de Louis Paste
ur.
O S E X P E R
I M E N T O S
D E L O U I S
P A S T E U R
Os experiment
os de Pasteur,
por volta de 18
60, contribuíra
m para reforça
r a hipótese da
biogênese. Ele
s estão esque
matizados na fi
gura a seguir.
O caldo nutriti
vo é despejado
em um
frasco de vidro
(1); em seguid
a o gargalo des
se frasco é esti
cado e curvad
o após ser aqu
ecido
em uma cham
a (2); o caldo é
então fervido
e esterilizado (
3); ao final do
experimento o
bserva-
secaldo
nutri
frasc
“pesc
cisne
mant
de
tivo
ooço
”eve-
se
microorganism
os (4); també
m observou-
se que quand
o quebrado o
gargalo do fra
sco,
microorganism
os surgiam no
caldo (5).
FIGURA 2. ESQUE
MA DO EXPERIME
NTO DE LOUIS PA
STEUR, MOSTRAN
DO OS FRASCOS C
OM GARGALOS
CURVADOS, COM
O O PESCOÇO DE
UM CISNE.
Perceba que e
m seu experim
ento, da mesm
a forma que Sp
allanzani, Past
eur ferveu os c
aldos
nutritivos. Mas
para testar se
o ar era import
ante ele utilizo
u o gargalo em
formato de pe
scoço
de cisne. O gar
galo com esse
formato permi
tia que o ar en
trasse no frasc
o, mas fazia co
m que
os microrganis
mos do ar ficas
sem "presos" e
m suas curvas,
que agiam co
mo filtros. Em
seus
resultados não
observou o de
senvolvimento
de seres vivos
por geração es
pontânea mes
mo na
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
presença de a
r. Microrganis
mos só surgia
m nos frascos
após quebrar
o gargalo. Ess
e
experi
demo
mesmo
surge
partir
outro
mento
strou
micro
m s
rganis
mos
microrganismo
s, desacreditan
do a hipótese
da abiogênese.
O S U R G
I M E N T O
D O P R I
M E I R O
S E R V I V
O
A aceitação da
biogênese levo
u a um novo q
uestionament
o: se todos os
seres vivos sur
gem de
outros preexist
entes, como su
rgiu o primeiro
? Existem pelo
menos três po
ssibilidades
levantadas par
a responder a
esta pergunta:
Criação Divin
a: força super
ior cria a vida
;
Origem po
r evolução quí
mica: para ess
a hipótese, a vi
da se originou
a partir de
compostos nã
o vivos mais si
mples, que aca
baram se com
binando devid
o a
condições amb
ientais particul
ares. Ao longo
do tempo, ess
es composto o
riginaram
moléculas orgâ
nicas, como pr
oteínas e gord
uras. Quando s
istemas compo
stos por
essas molécula
s adquiriram a
capacidade de
se isolar do am
biente (membr
anas),
de se duplicar
(reprodução) e
realizar reaçõe
s químicas (me
tabolismo) par
a
manter sua or
ganização, a vi
da teria se orig
inado;
Panspermi
a: essa hipótes
e defende a id
eia de que a vi
da ou os comp
ostos
necessários pa
ra o desenvolvi
mento dela vie
ram de outros
lugares do uni
verso.
Entretanto, ind
ependente de i
sso ter ocorrid
o ou não, o pr
oblema da evo
lução
química da vid
a continua, mu
dando apenas
o local onde oc
orreu primeiro
.
A hipótese da
evolução quím
ica é a mais ac
eita atualment
e. Mesmo por
que os seres vi
vos são
formados pela
mesma matéri
a presente em
rochas, lagos,
estrelas... Simp
lesmente orga
nizada
de maneira dif
erente e intera
gindo de form
as complexas.
Assim, resumi
ndo, de acordo
com a
Hipótese de Ev
olução Gradual
dos Sistemas Q
uímicos, a vida
seria fruto das
condições
primitivas do a
mbiente da Te
rra. Alguns cie
ntistas pioneir
os dessa área,
na década de 1
920,
tentaram imag
inar como isso
teria ocorrido,
estudando sob
re o passado d
a terra e que ti
po de
ambiente seria
necessário par
a o surgimento
de moléculas c
omplexas e pa
ra a própria vi
da se
desenvolver. E
ntre eles, Opar
in e Haldane sã
o dois nomes t
radicionalment
e lembrados.
H I P Ó T E
S E S M E
T A B Ó L I
C A S
Como vimos, O
parin e Haldan
e foram pionei
ros nessa área.
Eles acreditava
m que a condiç
ão
ambiental da T
erra primitiva t
eria possibilita
do a formação
de coacervado
s, um aglomer
ado
de moléculas p
roteicas circun
dadas por águ
a, e que da me
sma forma que
coacervados s
e
formavam, out
ros sistemas, a
té mesmo mai
s elaborados, e
nvoltos por me
mbrana poderi
am
ter originado o
s primeiros ser
es vivos.
O S E X P E
R I M E N T
O S D E M
I L L E R
Na década de
1950, Stanley
Miller desenvo
lveu um experi
mento para te
star as ideias d
e
Oparin e Halda
ne. Utilizando
um aparelho, e
le tentava imit
ar as condiçõe
s que eram
imaginadas pa
ra o ambiente
da Terra primi
tiva. Assim, um
a mistura de g
ases servia co
mo
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
"atmosfera". E
ntre esses esta
vam a amônia
(NH3), o meta
no (CH4), hidr
ogênio (H2) e v
apor
d´água (H2O).
Além disso, de
scargas elétric
as eram utiliza
das como equi
valente de raio
s
presentes dura
nte tempestad
es. No aparelh
o também exis
tia uma imitaç
ão dos mares e
lagos,
que era aqueci
da para simula
r a evaporação
da água. Toda
essa mistura er
a acabava
condensando "
chovendo" nov
amente para o
"mar". Miller d
eixou a simula
ção ocorrendo
durante vários
dias e após exa
minou a comp
osição dos líqu
idos acumulad
os. Os resultad
os
foram surpree
ndentes. Mes
mo após pouc
os dias, várias
tipos de moléc
ulas complexas
que não
existam no iníc
io do experime
nto foram for
madas. Entre e
las várias subst
âncias orgânic
as,
como aminoác
idos, que são o
s constituintes
básicos das pr
oteínas. Atual
mente sabemo
s que a
composição de
nosso planeta
era diferente d
a utilizada nos
experimentos
de Miller.
De qualquer fo
rma em seus tr
abalhos ficou c
laro que muito
s dos compost
os presentes n
os
seres vivos po
dem "evoluir"
quimicamente
a partir de mol
éculas muito si
mples. Isso ref
orçou a
hipótese de qu
e a vida se orig
inou pela evol
ução química.
Quase 60 anos
depois, muitos
outros trabalh
os apresentara
m resultados s
emelhantes, m
esmo utilizand
o informações
mais
acuradas sobre
as condições p
rimitivas de no
sso planeta. Al
ém disso, molé
culas complex
as já
foram detecta
das em diverso
s locais fora de
nosso planeta,
como em mete
oros. Tudo isso
mostra que ap
esar de o surgi
mento da vida
provavelmente
ser um evento
raro, os
componentes
necessários pa
ra isso são facil
mente produzi
dos em condiç
ões ambientais
adequadas. E p
erceba, apesar
de raro, em te
se, esse event
o só precisou o
correr uma vez
!
C O M O E
R A M O S
P R I M E I R
O S S E R E
S V I V O S
?
Ok, entendem
os que a vida
provavelment
e se originou
por evolução
química. Tam
bém
podemos imag
inar que esses
primeiros sere
s eram envolto
s por algum tip
o de membran
a, que
conseguiam re
produzir, e qu
e apresentava
m alguma for
ma de metabol
ismo. Existem
duas
hipóteses sobr
e a natureza
do metabolis
mo dos prime
iros seres viv
os: a autotró
fica e a
heterotrófica.
A hipótese aut
otrófica afirma
que os primeir
os organismos
fabricavam seu
s
próprios comp
ostos orgânico
s, como a glico
se, através da
quimiossíntes
e (processo qu
e utiliza
substâncias in
orgânicas para
produção de e
nergia).
Já para a hipót
ese heterotrófi
ca os primeiros
organismos er
am heterotrófi
cos, que
precisam cons
eguir suas font
es energéticas
a partir de mat
éria orgânica p
resente no am
biente.
Nas condições
da terra primiti
va, como vimo
s, muita matéri
a orgânica pod
e ter sido form
ada,
resultando em
fontes abunda
ntes de energi
a para esses or
ganismos. Em
um ambiente
pobre
em oxigênio,
uma das vias
metabólicas m
ais simples pa
ra a obtenção
de energia é
a
fermentação.
Com o passar
do tempo, a
quantidade de
matéria orgâ
nica provavel
mente
diminui, limita
ndo a quantid
ade de alime
nto para esse
s organismos.
O CO2, produ
to da
ferme
acum
atmo
cenár
com
ntação
ulado
sfera.
io
,
disponibilidad
e de CO2 e pou
ca matéria org
ânica, organis
mos com a cap
acidade de util
izar a
luz solar para p
roduzir seu ali
mento, utilizan
do o CO2, teria
m sido benefici
ados (eles fazi
am
fotossíntese!).
Então alguns o
rganismos com
eçam a fazer f
otossíntese e u
m dos produto
s da
fotossíntese é
o oxigênio, q
ue começa a
se acumular n
a atmosfera.
Alguns organis
mos
conseguiram u
tilizar o oxigêni
o em um proce
sso mais eficie
nte do que a fe
rmentação par
a a
obtenção de
energia, cham
ado de respir
ação aeróbia.
Perceba que,
dentro da hip
ótese
heterotrófica,
podemos resu
mir os o surgi
mento dos pr
ocessos meta
bólicos na seg
uinte
ordem: Ferme
ntação - Fotoss
íntese - Respir
ação aeróbia.
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
O R I G E M
D O S E U
C A R I O T
O S
Então, pessoal,
tudo certo até
aqui? Falamos
que os primeir
os seres vivos
conseguiam
reproduzir, tin
ham metabolis
mo, e além dis
so possuíam u
m envoltório q
ue os isolava d
o
ambiente. Isso
é muito pareci
do com a descr
ição de uma cé
lula. O primeir
o ser vivo era
provavelmente
muito parecid
o com as célul
as mais simple
s, procarióticas
.
A característic
a mais marcan
te das células
eucariontes, e
que dá o nome
para elas, é a
presença de u
ma membrana
envolvendo se
u material gen
ético, que é ch
amada de cari
oteca.
Essa estrutura
formada pela
membrana e o
material genéti
co em seu inte
rior é chamada
de
núcleo! As célu
las procarionte
s apresentam
material genéti
co, mas ele nã
o está organiza
do na
forma de um n
úcleo, e sim di
sperso pelo cit
oplasma. Além
disso, a célula
eucarionte pos
sui
diversas organ
elas membran
osas que não e
stão presentes
nas células pro
cariontes.
Organismos qu
e apresentam
células eucario
ntes incluem a
s plantas, fung
os, protozoário
s e
animais (lembr
a que a gente
é animal). Org
anismos com c
élulas procario
ntes incluem a
s
bactérias e arq
ueas. Os ances
trais de todos
esses seres era
muito provavel
mente mais
parecido com
as células proc
ariontes do qu
e com as eucar
iontes. Como s
erá que ocorre
u essa
mudança?
A T E O R I
A E N D O
S S I M B I
Ó T I C A
Muitas das org
anelas membr
anosas das cél
ulas eucariótic
as, como o retí
culo endoplas
mático
e o complexo
de Golgi, tem s
ua origem a pa
rtir de invagina
ções da própri
a membrana
plasmática. En
tretanto, exist
em duas organ
elas com uma
origem mais in
teressante! As
mitocôndrias
e os cloroplast
os. Para explic
ar a origem de
ssas duas orga
nelas foi propo
sta a
teoria endossi
mbiótica, com
Lynn Margulis
sendo sua mai
or defensora. S
egundo ela, es
sas
organelas teria
m sido bactéri
as independen
tes, capazes de
respirar e reali
zar a fotossínt
ese,
respectivamen
te. Posteriorm
ente, podem t
er sido fagocit
adas (“engolid
as”) por um or
ganismo
fermentador
maior. Dessa f
orma, surge a
célula eucarió
tica animal, qu
e apresenta
mitocôndrias,
e a vegetal, qu
e apresenta mi
tocôndrias e cl
oroplastos.
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
FIGURA 5. REPRES
ENTAÇÃO ESQUE
MÁTICA DA TEORI
A ENDOSSIMBIÓTI
CA.
BIOLOGIA
Origem da Vi
da e do Unive
rso
P R I N C I
P A I S E V
E N T O S
N A H I S T
Ó R I A D
A V I D A
Muitas vezes a
evolução da Te
rra e dos seres
vivos é algo di
fícil de quantifi
car e fica abstr
ato
de relacionar o
s eventos com
o passar dos a
nos. Uma linha
do tempo com
os principais
momentos da
história da vid
a nos possibilit
a relacionar os
acontecimento
s da vida na Te
rra
com as eras ge
ológicas desde
sua formação
até os dias de
hoje, nos most
rando também
o
quão ínfima é
a história hum
ana quando co
mparada com
a história de n
osso planeta.
FIGURA 6. REPRES
ENTAÇÃO DA LIN
HA DO TEMPO DO
PLANETA TERRA C
OM OS PRINCIPAI
S EVENTOS DA
HISTÓRIA DA VIDA
.
Perceba pela i
magem que o
planeta se for
mou faz muito
s e muitos ano
s. Após, destac
amos a
solidificação d
a crosta, ou sej
a, a Terra ficar
“dura”. Isso tu
do antes da ori
gem da vida, q
ue
ocorreu faz tan
to tempo... E p
or aí vai...