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Superior Tribunal de Justiça

PET no RECURSO ESPECIAL Nº 1.822.182 - PR (2019/0183426-1)

RELATOR : MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO


(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE)
REQUERENTE : EDUARDO COSENTINO DA CUNHA
ADVOGADOS : TICIANO FIGUEIREDO DE OLIVEIRA - DF023870
PEDRO IVO RODRIGUES VELLOSO CORDEIRO -
DF023944
DIEGO BARBOSA CAMPOS - DF027185
RAFAEL GUEDES DE CASTRO - PR042484
CÉLIO JÚNIO RABELO DE OLIVEIRA - DF054934
OBERDAN FERREIRA COSTA DA SILVA - DF054168
DOUGLAS RODRIGUES DA SILVA - PR075216
THIAGO SILVEIRA QUADROS - DF056251
JULIANO GOMES AVEIRO - DF057727
JULIA ESTEVES LIMA WERBERICH - DF058042
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
REQUERIDO : PETRÓLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS
ADVOGADOS : RENÊ ARIEL DOTTI - PR002612
ALEXANDRE KNOPFHOLZ - PR035220

DECISÃO

Trata-se de Recurso Especial interposto por EDUARDO COSENTINO


DA CUNHA, com fundamento no art. 105, inciso III, alínea "a", da Constituição
Federal, contra acórdão proferido pelo eg. Tribunal Regional Federal da 4ª Região,
nos autos da Apelação Criminal 5051606-23.2016.4.04.7000/PR.
Em sessão realizada no dia 21.11.2017, a col. 8ª Turma da Corte a quo,
dentre outras deliberações, por maioria de votos, deu parcial provimento ao apelo
interposto pela defesa.

Transcrevo a ementa do acórdão objurgado:

"DIREITO PENAL. DIREITO PROCESSUAL PENAL.


VIGÉSIMA TERCEIRA APELAÇÃO DA 'OPERAÇÃO LAVA-JATO'.
PRELIMINARES. INÉPCIA DA DENÚNCIA NÃO VERIFICADA.
COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL. PROVAS OBTIDAS
NA SUIÇA. AUSÊNCIA DE NULIDADE. PRINCÍPIO DA DUPLA
INCRIMINAÇÃO. INAPLICABILIDADE. COMPETÊNCIA PARA
INVESTIGAÇÃO DE AUTORIDADE COM FORO PRIVILEGIADO.
USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STF NÃO VERIFICADA.
DELAÇÃO PREMIADA. OITIVA DE COLABORADORES NA
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CONDIÇÃO DE TESTEMUNHAS. MEIO DE OBTENÇÃO DE PROVA.
LEI 12.850/13. INSTRUÇÃO PROCESSUAL. INDEFERIMENTO DE
DILIGÊNCIAS PROTELATÓRIAS. CERCEAMENTO DE DEFESA
INEXISTENTE. SENTENÇA E FUNDAMENTAÇÃO SUFICIENTE.
INSTRUÇÃO PROCESSUAL. MÉRITO. CORRUPÇÃO PASSIVA.
RECEBIMENTO DE VANTAGENS INDEVIDAS EM NEGÓCIO
REALIZADO PELA PETROBRÁS. LAVAGEM DE DINHEIRO. CRIME
AUTÔNOMO AO ANTECEDENTE. CICLOS DA LAVAGEM. CRIME
CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. MANUTENÇÃO DE
DEPÓSITOS NÃO DECLARADOS NO EXTERIOR. DOSIMETRIA DA
PENA. ANÁLISE DE VETORIAIS DA PENA-BASE. VEDAÇÃO A
REFORMATIO IN PEJUS. COMPETÊNCIA PARA FIXAR E
VERIFICAR A REPARAÇÃO DOS DANOS. EXECUÇÃO DA PENA.
JULGAMENTO EM SEGUNDA INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE.
1. INÉPCIA DA DENÚNCIA. A denúncia não pode ser
considerada inepta quando formulada em obediência aos requisitos
previstos no art. 41 do Código de Processo Penal, descrevendo de
forma clara as condutas típicas praticadas, atribuindo-as ao acusado
devidamente qualificado, com todas as circunstâncias que permitem o
exercício da ampla defesa. Ademais, na hipótese dos autos, o próprio
STF reconheceu a aptidão da denúncia e a recebeu antes da perda do
mandato parlamentar do acusado.
2. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL. Nos
termos da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos
presentes autos, 'a transferência de procedimento criminal, embora
sem legislação específica produzida internamente, tem abrigo em
convenções internacionais sobre cooperação jurídica, cujas normas,
quando ratificadas, assumem status de lei federal. Além das
Convenções citadas no precedente ('Convenção das Nações Unidas
contra o Crime Organizado Transnacional' - Convenção de Palermo,
promulgada no Brasil pelo Decreto 5.015, de 12.03.04, e 'Convenção
das Nações Unidas contra a Corrupção' - Convenção de Mérida, de
31.10.03, promulgada pelo Decreto 5.687, de 31.01.06), há,
relativamente à República Federativa do Brasil e à Confederação
Suíça, o Tratado de Cooperação Jurídica em Matéria Penal, aprovado
pelo Decreto 6.974, de 7.10.2009, como também a previsão do art. 4U
do Tratado de Extradição entre Suíça e Brasil, de 23.7.1932,
internalizado pelo Decreto 23.997, de 13.3.1934.'
3. A quebra de sigilo bancário determinada diretamente
por autoridades Suíças, inclusive sem qualquer pedido brasileiro para
tanto, rege-se pelas normas helvéticas. Não cabe pretender conferir
efeitos extraterritoriais à legislação brasileira para questionar a
validade de atos jurídicos praticados naquele país com base em sua
própria legislação. Cada Estado soberano tem suas peculiaridades
para a autorização da quebra de sigilo e não se verifica, no caso,
qualquer violação a direitos humanos fundamentais e universais na
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produção dessa prova.
4. As previsões de tratados internacionais contemplam
várias formas de colaboração, dentre as quais inexiste uma vedação a
priori à utilização da integralidade do material probatório
espontaneamente compartilhado por autoridades estrangeiras quando
o próprio Estado remetente não limita a remessa integral de processos
como forma de colaboração ou mesmo a forma de sua utilização pela
autoridade brasileira. Hipótese em que inaplicáveis regras específicas
de extradição a respeito da dupla incriminação.
5. COMPETÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal
exerceu o controle jurisdicional sobre o Inquérito 4.146/DF, no qual
se buscou elementos sobre possíveis crimes praticados por EDUARDO
CUNHA, parlamentar detentor de prerrogativa de foro, e que culminou
na descoberta incidental de atos praticados ou registrados em nome de
seus familiares, CLAUDIA e DANIELLE CRUZ. Foi a própria corte
constitucional o órgão judicante que determinou o desmembramento
do procedimento investigatório, ocasião em que remetido à 13ª Vara
Federal de Curitiba para regular prosseguimento. Tratando-se de
decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal, não há usurpação de
competência a ser reconhecida na hipótese.
6. DELAÇÃO PREMIADA. Na esteira de precedentes do
STF, esta 8ª Turma compreende que o acordo de colaboração
premiada é ato jurídico negocial de natureza processual.
7. Como negócio jurídico processual de natureza
personalíssima que é, não pode ser impugnado por coautores ou
partícipes do colaborador na organização criminosa e nas infrações
penais por ela praticadas, ainda que venham a ser expressamente
nominados no respectivo instrumento quando do 'relato da
colaboração e seus possíveis resultados' (art. 6º, I, da Lei nº
12.850/13). Também por ser personalíssimo, não vincula o delatado
aos seus termos e não atinge diretamente a sua esfera jurídica, isto é,
seus efeitos não são extensíveis aos demais corréus.
8. Quanto à impossibilidade de o corréu prestar
depoimento na condição de testemunha, o Supremo Tribunal Federal,
no julgamento da Ação Penal nº 470 ('Mensalão'), excepcionou tal
regra 'para o caso co-réu colaborador ou delator, a chamada delação
premiada, prevista na Lei 9.807/1999'. Diz o acórdão: 'o sistema
processual brasileiro não admite a oitiva de corréu na qualidade de
testemunha ou, mesmo, de informante, exceção aberta para o caso de
corréu colaborador ou delator, a chamada delação premiada, prevista
na Lei 9.807/1999' (no mesmo sentido RHC 116.108/RJ, rel. Min.
Ricardo Lewandowski).
9. O colaborador deporá em Juízo compromissado em
dizer a verdade, seja pela expressa disposição constante no art. 4º, §
14 da Lei nº 12.850/2013, seja para atestar a veracidade de suas
declarações e assim fazer valer os benefícios previstos no acordo.
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10. CERCEAMENTO DE DEFESA. O Código de
Processo Penal confere ao julgador um controle sobre a pertinência
da prova a ser produzida, prevendo expressamente a possibilidade de
o juízo indeferir as provas 'consideradas irrelevantes, impertinentes
ou protelatórias' (artigo 400, §1º, do CPP). No caso dos autos, todos
os requerimentos da defesa foram devidamente analisados, tendo sido
minuciosamente fundamentados os indeferimentos das diligências
tidas pelo juízo como protelatórias ou inúteis para a apuração dos
fatos. Cerceamento não configurado.
11. SENTENÇA E FUNDAMENTAÇÃO SUFICIENTE. O
juiz não possui o dever legal de se manifestar sobre todos os
argumentos declinados pelas partes, bastando que decida todas as
questões submetidas ao seu julgamento com fundamentação suficiente
a amparar suas conclusões. Precedentes STJ.
12. O juiz, a teor do que dispõe o artigo 155 do CPP,
f'ormará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial'. Assim, as conclusões exaradas pelo juízo, a
partir da análise do conjunto probatório, não podem ser tidas por
inválidas apenas porque a parte discorda de seu mérito.
13. INSTRUÇÃO PROCESSUAL. Conquanto não haja
norma processual que permita expressamente a realização de novas
diligências pela autoridade policial após a deflagração da ação penal,
a conjugação dos artigos 6º, 9º, 10 e 13 do Código de Processo Penal
revela a legalidade de tal procedimento.
14. Ainda que iniciado o processo criminal, nada impede
que a autoridade policial prossiga com as investigações e reúna novos
elementos de convicção, desde que necessários à elucidação dos
ilícitos em apuração e obtidos no exercício de suas atribuições legais.
Ademais, na hipótese dos autos, o levantamento do sigilo do
procedimento investigativo se deu durante a instrução processual e o
réu restou devidamente intimado para que tomasse conhecimento
acerca do conteúdo do material e, caso assim o desejasse,
apresentasse manifestação.
15. CORRUPÇÃO. Os tipos penais de corrupção tutelam
o bom funcionamento da Administração Pública, a qual deve pautar-se
pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. Toda pessoa que exerce cargo, emprego ou
função pública, seja em caráter efetivo, ou mesmo transitoriamente e
ainda que sem remuneração, deve observe esses princípios na prática
dos seus atos. Isso tanto no âmbito da administração direta (ente
político) como da administração indireta (suas autarquias, funções,
empresas públicas e sociedades de economia mista) e também das
empresas contratadas ou conveniadas para a execução de atividade
típica da Administração Pública.
16. Tipifica o delito de corrupção passiva a conduta de
parlamentar que oferece sustentação política para a manutenção de
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indivíduo no cargo de Diretor da Petrobras em troca de propina
recebida quando da realização de operações comerciais no âmbito da
respectiva diretoria. Verificado o recebimento de vantagem indevida
em razão da função.
17. LAVAGEM DE DINHEIRO. Os verbos nucleares do
tipo penal trabalhado pela Lei 9.613/98 em seu art. 1º são ocultar ou
dissimular. Ocultar é esconder, agir para que não seja notado, visto ou
descoberto. Dissimular também implica ocultação, encobrimento, mas
através de uma conduta que faz parecer outra coisa. Quando se
descobre a ocultação e a dissimulação, se encontra o produto do crime
anterior, se levanta o véu que encobria a prática criminosa,
tornando-a desnuda, aparente, acessível.
18. A criminalização da lavagem de dinheiro é
fundamental para a repressão das condutas que impedem ou dificultam
sobremaneira a percepção e a investigação da prática de crimes,
sendo que tutela a Administração da Justiça, bem como a ordem
econômica.
19. A lavagem de ativos é crime autônomo em relação ao
crime antecedente, já que possui estrutura típica independente
(preceito primário e secundário), pena específica, conteúdo de
culpabilidade própria e não constitui uma forma de participação
post-delictum.
20. Na esteira de precedentes do STF: '4) O delito de
lavagem de dinheiro consoante assente na doutrina norte-americana
(money laundering), caracteriza-se em três fases. A saber: a primeira é
a da 'colocação' (placement) dos recursos derivados de uma atividade
ilegal em um mecanismo de dissimulação da sua origem, que pode ser
realizado por instituições financeiras, casas de câmbio, leilões de
obras de arte, dentre outros negócios aparentemente lícitos. Após,
inicia-se a segunda fase, de 'encobrimento', 'circulação' ou
'transformação' (layering), cujo objetivo é tornar mais difícil a
detecção da manobra dissimuladora e o descobrimento da lavagem.
Por fim, dá-se a 'integração' (integration) dos recursos a uma
economia onde pareçam legítimos.' (STF, AP 470, EI-décimos
segundos, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em
13/03/2014)
21. De qualquer modo, tratando-se de crime de ação
múltipla, não é exigível o exaurimento dessas fases para a
configuração do crime. Basta a prática de quaisquer das condutas
descritas no tipo para que estejamos diante de crime consumado.
22. O aprofundamento da lavagem de determinado
quantia, através de sucessivas operações, não inaugura, quanto ao
próprio autor do crime antecedente, atos autônomos de lavagem. Não
há como infligir ao réu punição autônoma em razão de cada ato, sob
pena de bis in idem.
23. MANUTENÇÃO DE DEPÓSITOS NÃO
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DECLARADOS NO EXTERIOR. O art. 22 da Lei 7.492/86 criminaliza
a evasão de divisas, assim entendida não apenas a conduta de efetuar
operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de
divisas do País, como também as condutas de quem, a qualquer título,
promove, sem autorização legal, a saída de moeda ou divisa para o
exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados à repartição
federal competente (evasão imprópria).
25. De acordo com a Circular nº 3.071/01 do Banco
Central do Brasil, a Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior
(CBE) é obrigatória para os residentes no país, 'detentores de ativos
(participação no capital de empresas, títulos de renda fixa, ações,
depósitos, imóveis, dentre outros) contra não residentes, que totalizem
montante igual ou superior ao equivalente a U$ 100.000,00 (cem mil
dólares dos Estados Unidos) no último dia de cada ano.'
26. Não há falar em continuidade delitiva pela existência
de duas contas bancárias distintas não declaradas no exterior. A
declaração é anual e única, independentemente da quantidade de
contas existentes. A consumação do delito se dá, a cada 31 de
dezembro, pela manutenção no exterior de valores acima de U$
100.000,00 (cem mil dólares) sem a devida declaração à autoridade
competente, importando a soma total e não em quantos investimentos
estão aplicados.
27. A manutenção de depósitos não declarados no
exterior não pode ser considerada como uma etapa necessária à
lavagem de capitais, razão pela qual é inaplicável o princípio da
consunção.
28. DOSIMETRIA. PENA-BASE. In casu, o Ministério
Público Federal trouxe razões recursais exclusivamente destinadas a
considerar como negativas as vetoriais 'motivos do crime' e 'conduta
social'. Não houve irresignação em relação ao quantum de aumento
derivado das vetoriais já reconhecidas pelo magistrado de primeiro
grau. Sendo assim, negado provimento ao recurso, a majoração da
pena-base fundada nas mesmas vetoriais aplicadas em primeiro grau
de jurisdição implica reformatio in pejus sem que haja efetiva
pretensão exercida pelo Ministério Público Federal neste sentido.
29. REGIME. PROGRESSÃO. CONDIÇÃO:
REPARAÇÃO DOS DANOS. MODULAÇÃO E QUESTIONAMENTOS:
COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. Mantida a sentença na
parte em que refere que a progressão de regime fica, em princípio,
condicionada à reparação do dano, nos termos do art. 33, §4º, do
Código Penal, porque 'ex vi legis'. As questões concernentes à
aplicação dessa previsão legal, seu modo e tempo de cumprimento,
bem como quaisquer outro incidentes que venham a surgir a seu
respeito, serão da competência do Juízo da execução.
30. EXECUÇÃO DA PENA ASSIM QUE EXAURIDA A
SEGUNDA INSTÂNCIA. A execução da pena terá início assim que
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exaurida a segunda instância, não se devendo aguardar o trâmite de
eventuais recursos especiais e extraordinários, os quais não versam
sobre matéria de fato e não são dotados de efeito suspensivo.
Entendimento consolidado na Súmula nº 122 do TRF4." (fls.
18.855-18.860)

Na sequência, foram opostos Embargos de Declaração pela defesa de


Eduardo Cunha, os quais restaram parcialmente conhecidos e, nessa extensão,
desprovidos (fl. 19.027-19.028).

Irresignada, a defesa interpôs, concomitantemente, Recurso Especial


(fls. 19.070-19.247) contra a parte unânime do acórdão apelatório e, em face da
parcela majoritária do julgado, Embargos Infringentes (fls. 19.039-19.068).

Nas razões do especial postula, em apertada síntese, seja: i) declarada a


nulidade do acórdão proferido em sede de apelação e aclaratórios, ante a violação
aos arts. 381, III; 619 do CPP; ii) absolvido o recorrente, relativamente ao crime de
corrupção passiva, por afronta ao art. 317 do CP, arts. 41 e 386, VII, do CPP; iii)
absolvido o insurgente da prática dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de
divisas, ante a não observância do art. 386, III e VII, do CPP; iv) subsidiariamente, a
redução das penas privativa de liberdade e de multa quanto ao crime funcional, bem
como o afastamento da majorante prevista no art. 317, § 1º, do CP; v) o afastamento
da obrigação de reparar o dano ou o seu condicionamento ao prévio trânsito em
julgado do édito condenatório; vi) a limitação do valor estabelecido a título de
confisco ao quantum relativo à reparação do dano decorrente da infração penal; vii)
o sobrestamento da execução do acórdão condenatório até que sobrevenha o
respectivo trânsito em julgado.

Contra a decisão monocrática do em. Relator, Desembargador Federal


Leandro Paulsen, que negou seguimento aos infringentes (fls. 19.449-19455), foi
interposto e, por maioria de votos, rejeitado o Agravo Regimental, nos termos do
acórdão assim ementado, verbis:

"DIREITO PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS


INFRINGENTES. LIMITE DA DIVERGÊNCIA. RESSALVA DE
FUNDAMENTAÇÃO. DESCABIMENTO.
1. A análise da existência de voto favorável ao réu, a
ensejar a interposição de embargos infringentes, cinge-se à sua
conclusão e não à fundamentação.
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2. A desfavorabilidade do julgamento para o condenado
e a eventual maioria, quanto à pena imposta, avalia-se pelo quantum
final, e não em relação a cada etapa da sua individualização.
3. Os embargos infringentes não possibilitam a existência
de terceiro resultado não adotado por nenhum dos desembargadores
votantes. Precedentes do STJ.
4. A mera ressalva de fundamentação ou de entendimento
pessoal de um dos julgadores não corresponde à divergência, que
exige a não coincidência entre os dispositivos" (fl. 19.572, julgado em
18.10.2018)

Por decisão de 26.4.2019, a Desembargadora Vice-Presidente do


Tribunal a quo, admitiu o recurso de direito estrito, especificamente no que diz
respeito às alegadas violações ao art. 7º, inciso II, da Lei 9.613/1998 e art. 91 do CP,
e negou efeito suspensivo a insurgência (fls. 20.222-20.242).

Inconformado com o decisum que impediu o processamento dos


Embargos Infringentes, a defesa impetrou ordem de Habeas Corpus perante esse
eg. Superior Tribunal de Justiça que, após registrado sob o n. 510.214/PR, foi
distribuído à relatoria do em. Min. Felix Fischer por prevenção.

Por decisão de 19.11.2019, monocraticamente, dei provimento a


Agravo Regimental e, reconsiderando entendimento anterior, concedi a ordem de
ofício "[...] para determinar que a 8ª Turma do e. Tribunal Regional Federal da 4ª
Região conheça dos embargos infringentes opostos na Apelação Criminal n.
5051606-23.2016.4.04.7000/PR, apreciando-lhe o mérito como entender de
direito." (fls. 983 do e-STJ - HC 510.214/PR).

A decisão concessiva da ordem transitou em julgado no dia 17.12.2019


(cf. certidão de fls. 990).

Em 13.12.2019 foi juntada aos autos petição interlocutória apresentada


pela defesa constituída (fls. 20.477-20.479), na qual requer a baixa da distribuição
deste recurso excepcional ou o sobrestamento de seu curso até o julgamento dos
Embargos Infringentes pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

É o relatório.

Decido.

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O pedido defensivo merece prosperar.

Do cotejo entre as informações constantes destes autos com os


elementos existentes no Habeas Corpus n.510.214/PR, percebe-se que ainda não
se encerrou a jurisdição do col. Tribunal Regional Federal da 4ª Região quanto
ao objeto da Apelação Criminal 5051606-23.2016.4.04.7000, na medida em que
remanesce pendente de julgamento questões relativas ao cometimento do crime de
evasão de divisas e também quanto à respectiva apenação.

De fato, malgrado tenha concedido de ofício o mandamus apenas para


que a Corte de origem apreciasse parte dos fundamentos dos Embargos Infringentes
interpostos contra o acórdão apelatório, reconheci o interesse recursal da defesa no
manejo do mencionado recurso.

Eis os fundamentos da decisão monocrática proferida no writ:

"A Defesa, como relatado, pretende ver admitidos os embargos


infringentes opostos na origem com base em duas possíveis divergências que se
teriam manifestado no acórdão que julgou os recursos de apelação:
a) quanto ao crime de evasão de divisas, a maioria reconheceu a
prática de dois delitos em continuidade delitiva, ao passo que a minoria,
representada no voto do e. Des. Fed. João Pedro Gebran Neto, concluiu ter havido
crime único, embora ambas as posições tenham atribuído a mesma pena final de 3
(três) anos e 6 (seis) meses de reclusão, considerando divergência manifestada na
fixação da pena-base;
b) sobre os critérios de valoração da prova, o e. Des. Fed. Victor Luiz
dos Santos Laus teria firmado entendimento diverso dos demais Desembargadores
no que diz respeito aos limites de valoração das provas coligidas nos autos e à
possibilidade de reconhecer a responsabilidade penal do agente com base em prova
tarifada.
[...]
Os embargantes infringentes constituem espécie recursal que tem por
pressuposto de admissibilidade a efetiva divergência de decisão, de conclusão,
entre os julgadores, não de mera ressalva de fundamentação. Não é outro o
entendimento desta Corte Superior:
[...]
Por conseguinte, não conheço do habeas corpus no ponto.
Adiante, para a análise do argumento de que existe interesse recursal
para a oposição dos infringentes fundado no reconhecimento, pelo voto minoritário,
da existência de crime único de evasão de divisas, malgrado a pena de reclusão
arbitrada por todos os julgadores tenha sido a mesma, transcrevo, de início, os
fundamentos do exame de materialidade feito pelo Des. Fed. Leandro Paulsen
(voto-condutor), que reconheceu a existência de dois crimes em continuidade
REsp 1822182 Petição : 842879/2019 C54250651507401:5<0812@ C584<05308470032542290@
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Publicação no DJe/STJ nº 2860 de 03/03/2020. Código de Controle do Documento: BA9CDAFB-BBC7-4919-9B53-3E696827E702
Superior Tribunal de Justiça
delitiva (fls. 705-706):
[...]
Pois bem. Entendo haver interesse recursal na oposição dos embargos
infringentes.
Com efeito, o voto-vencedor infligiu aos dois crimes de evasão de
divisas, reconhecida a continuidade prevista no art. 71, caput, do CP, a pena final
de 3 (três) anos e 6 (seis) meses de reclusão e 150 (cento e cinquenta) dias-multa,
calculado o dia no valor de 5 (salários-mínimos).
Por outro lado, o voto-vencido cominou ao único crime de evasão de
divisas também a pena de 3 (três) anos e 6 (seis) meses de reclusão, porém aplicou a
pena de 140 (cento e quarenta dias-multa), calculado o dia no valor de 5
(salários-mínimos).
[...]
In casu, portanto, embora ambos os votos, assim o majoritário como o
minoritário, tenham atribuído o mesmo quantum à pena privativa de liberdade, a
divergência no arbitramento da pena de multa justifica, por si só, a oposição dos
embargos infringentes.
Existindo a divergência e tendo o voto-vencido sido favorável ao
paciente, impõe-se o exame dos embargos infringentes, situação que, por
consequência, franqueia a reabertura da discussão a respeito da unicidade ou
dualidade do crime de evasão de divisas.
Ademais, concluiu o voto-vencido que houve um único crime de
evasão de divisas, o que, tendo por parâmetro a sentença de primeiro grau e o
voto-vencedor, os quais reconheceram que foram praticados dois delitos em
continuidade delitiva, significa que o paciente restou absolvido de uma das
condutas criminosas que lhe foram imputadas. Nesse cenário, não houve mera
disparidade de fundamentos, mas, sim, houve divergência de conclusão.
[...]
Feitas essas considerações, entendo configurado o constrangimento
ilegal pelo não conhecimento dos embargos infringentes na origem." (fls. 971-983)

Dos excertos transcritos percebe-se que a concessão da ordem, com a


consequente determinação de processamento dos Embargos Infringentes na origem,
afastou o exaurimento das vias recursais de natureza ordinária, o que, como se sabe,
é pressuposto para o conhecimento do Recurso Especial.

Nesse exato sentido a jurisprudência deste col. Tribunal Superior,


cristalizada súmula 207: "É inadmissível recurso especial quando cabíveis
embargos infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de origem."

Em aplicação ao verbete sumular em questão, trago à baila o seguinte


julgado, e. g.:

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


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Superior Tribunal de Justiça
ESPECIAL. FURTO. ACÓRDÃO RECORRIDO NÃO UNÂNIME.
AUSÊNCIA DE EMBARGOS INFRINGENTES. SÚMULA N. 207 DO
STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. ILEGALIDADE
FLAGRANTE. AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA E ATENUANTE DA
CONFISSÃO. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. HABEAS CORPUS
CONCEDIDO DE OFÍCIO. EXECUÇÃO IMEDIATA DA PENA.
1. A jurisprudência desta Corte Superior exige o
esgotamento da instância, via oposição de embargos infringentes,
quando o resultado do julgamento, não unânime, na origem, tenha
sido desfavorável ao réu, ainda que oriundo de apelo da acusação.
Incidência da Súmula n. 207 do STJ." (AgRg no AREsp 994536/SE.
Sexta Turma. Rel. Min. Rogério Schietti Cruz. DJe de 11.09.2017)

"PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO


REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRÁFICO.
ABSOLVIÇÃO. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE PROVAS.
DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DO ART. 28 DA LEI N.
11.343/2006. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS.
ELEMENTOS QUE INDICAM O TRÁFICO. REVISÃO.
INVIABILIDADE. SÚMULA 7/STJ. INCIDÊNCIA DA CAUSA
ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DA PENA PREVISTA NO ART. 33, § 4º,
DA LEI N. 11.343/2006. ALTERAÇÃO DO REGIME PRISIONAL E
SUBSTITUIÇÃO DA PENA. APELAÇÃO DESPROVIDA EM
JULGAMENTO NÃO UNÂNIME. NÃO OFERECIMENTO DE
EMBARGOS INFRINGENTES. AUSÊNCIA DE ESGOTAMENTO DA
INSTÂNCIA ORDINÁRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 207/STJ.
PEDIDO DE CONCESSÃO DA ORDEM DE HABEAS CORPUS DE
OFÍCIO QUANTO AOS PONTOS. DESCABIMENTO. INEXISTÊNCIA
DE ILEGALIDADE.
[...]
3. Nos termos da Súmula 207/STJ, é manifestamente
inadmissível o recurso especial interposto sem prévio esgotamento das
instâncias ordinárias, especialmente quando cabíveis embargos
infringentes contra acórdão proferido, por maioria, no Tribunal de
origem." (AgRg no AREsp 908937/BA. Sexta Turma. Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior. DJe de 03.08.2016)

Assim, sobrevindo circunstância fático-processual que afastou


pressuposto recursal de natureza objetiva, resta prejudicado o conhecimento
do Recurso Especial até o esgotamento das vias recursais ordinárias.

Ante o exposto, com fundamento no art. 34, inciso XVIII, alínea "a", do
Regimento Interno deste col. Superior Tribunal de Justiça, determino o
cancelamento da distribuição deste Recurso Especial, com a baixa dos autos à

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Superior Tribunal de Justiça
origem para o cumprimento do quanto determinado nos autos do Habeas Corpus
510.214/PR.

P. e I.

Brasília (DF), 28 de fevereiro de 2020.

MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO


(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE)
Relator

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