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O EU e O OUTRO – Desenvolvendo as relações interpessoais.

1.Introdução

Relacionamento Interpessoal

Os homens são condenados a convivência. Conviver é viver com; é

partilhar a vida e as atitudes com os outros. O ser humano tem a necessidade de

agrupar-se, de estar com, de estar em constante relação. Além disso, a

convivência ajuda na reflexão e na interiorização pessoal e na das demais

pessoas, que convivemos.

Atualmente, a sociedade se encontra na era do individualismo, e com isso, molda

pessoas egoístas e individualistas, que agem somente segundo suas

necessidades e interesses.

Às vezes, as pessoas não entendem porque têm certos tipos de

comportamentos ou atitudes, e isso pode acontecer porque possuem conflitos

interiores que não conseguem resolver sozinhas. Devido a isso o olhar do outro é

tão importante, porque é só através do que os outros pensam ou sentem em

nossa presença, é que conseguimos nos perceber e nos descrever.

Esse conjunto de relações humanas deve ser entendido como

relacionamento interpessoal. Relações interpessoais são as trocas, as

comunicações, os contatos entre as pessoas. Uns interagindo com os outros nas


mais diferentes situações que fazem parte da existência humana. Enfim, é um

fenômeno de gente lidando com gente.

Entre as relações humanas existem dois tipos de comunicação:

comunicação interpessoal e comunicação intrapessoal.

·Comunicação Interpessoal: relacionamentos que ocorrem entre as pessoas.

·Comunicação Intrapessoal: pessoa interagindo com ela mesma.

Para se obter um relacionamento interpessoal legítimo é importante possuir

atitude empática, ou seja, compreender as atitudes ou comportamentos das

pessoas e ter flexibilidade de comportamento, ou seja, conduzir-se

apropriadamente numa dada situação, com determinada pessoa.

O comportamento interpessoal é dirigido pela impressão que as pessoas

causam em seu ambiente. Uma pessoa forma sua impressão de outra pessoa

segundo o que observar, ou seja, observando ações, voz, gestos, movimentos

expressivos, como as palavras são ditas e em como reage na presença das

demais pessoas.

Nossa relação com outra pessoa depende da experiência que tivemos com

ela, com isso, o comportamento das pessoas é que nos leva a percebê-las e a

julgá-las. Uma pessoa só é capaz de descrever outra segundo a sua percepção.

A percepção de um objeto ou fato está condicionada à posição física,

emocional, social ou cultural em que se encontra um indivíduo em um dado

momento em relação a esse objeto ou fato, com isso as pessoas possuem “pontos

cegos” em sua percepção (falsos indícios, percepções imprecisas e egoístas) que

levam a impressões erradas que não condizem com o verdadeiro eu do outro.


Pessoas contaminadas por sua visão de mundo única, estigmatizam esteriótipos e

preconceitos como se pessoas não pudessem ser diferentes daquele padrão pré-

estabelecido. Pessoas assim, não conseguem praticar relações humanas

legítimas e algumas de suas características são:

 Não ouvem tão bem quanto falam;

 Interrompem os outros quando falam,

 São agressivas;

 Gostam de impor suas idéias;

 Não possuem atitude empática.

Para não cair nesta armadilha criada pela sociedade em que vivemos, com

isso criada por nós mesmos, você deve procurar:

 Ver como você mesmo é;

 Ver como são os outros;

 Compreender seus próprios sentimentos;

 Entender seus preconceitos;

 Entender o relacionamento entre as pessoas.

Se as pessoas se compreenderem melhor, passar a entender com mais

eficácia os outros e entenderem as suas próprias barreiras que limitam seus

relacionamentos, está habilitada para uma legítima relação interpessoal como

também a intrapessoal.

Para compreender melhor as pessoas que nos circundam é necessário

ampliar a percepção em relação às pessoas e o ambiente que a circunda.


Ampliando a percepção

Segundo Mazzarella (2000), juntar uma montanha de informações variadas

a respeito de alguém, observando sua aparência, a linguagem corporal, o

ambiente, a voz e a conduta não lhe servirá de nada a menos que você saiba

quais traços serão importantes indícios da personalidade e quais são

relativamente menos importantes, depois de ter identificado as características

potencialmente importantes de alguém, então você terá que examiná-las e

descobrir como as peças se encaixam. Você precisa a aprender a ver o quadro

geral - “a floresta e não apenas as árvores”. Você deverá buscar o máximo de

informações quando estiver avaliando alguém. A determinação de quais são os

critérios mais importantes dependerá das circunstâncias e daquilo que você

precisa no relacionamento.

Você deve começar pelos traços mais marcantes, ver se aquele traço é

passageiro ou permanente, fazendo uma distinção entre traços opcionais e não

opcionais. Formo uma primeira impressão das características mais marcantes,

mas nunca esqueço que as primeiras impressões são só isso, esta terá que ser

revista. As vezes são necessários meses ou anos para ultrapassar a primeira

impressão e enxergar de modo mais preciso o complexo padrão comportamental

de uma pessoa.

Sempre tenha em mente que existem muitas interpretações para quase

todos os aspectos da aparência, da linguagem corporal, do ambiente, das

entonações vocais, palavras e ações de uma pessoa. A menos que você as

considere sob a luz de todas as informações disponíveis. A importância de quase

todos os traços depende de ser grande, pequeno, intenso ou sutil, é uma questão
de grau. Ao procurar o padrão dê atenção especial a qualquer outro traço que seja

condizente com os mais extremos.

A primeira coisa que a maioria de nós nota numa pessoa é a aparência

física e a linguagem corporal, estas podem revelar muita coisa, mas raramente

são indicadores confiáveis de comportamento humano, são bons indícios, mas

devem ser considerados dentre outros fatores, estes traços podem ter significados

diferentes o importante então, será reunir mais pistas sobre a personalidade ou as

emoções de uma pessoa.

É importante aprender a ouvir além das palavras, por exemplo, quando

você pergunta a uma pessoa como ela está e ela responde que está bem,

normalmente você não se baseia na palavra bem para saber como ela se sente,

você ouve o tom de voz para saber se a pessoa realmente está bem, ou se está

deprimida, ansiosa ou sentindo qualquer outra emoção. Quando você ouve o tom,

o volume, a cadência e outras características vocais, você se sintoniza com a

conversa não verbal, onde muitas vezes a verdade é revelada.

Linguagem verbal e não verbal

Diante a nossa vida cotidiana, estamos acostumados à comunicação

verbal, e ao falarmos em comunicação não-verbal, parece que estamos lidando

com uma dimensão complementar do processo de comunicação. Isto ocorre

porque ouvimos a nós mesmos, como ouvimos os outros, no entanto não nos

vemos. Comunicação verbal e não-verbal são modalidades de exercício da

faculdade humana da linguagem, pela expressão lingüística, na comunicação

verbal, e pela movimentação significativa do corpo, na linguagem não-verbal.


Dessa maneira é possível dizer que ao falarmos usamos o aparelho

fonador, porém ao participar de uma interação social, nós o fazemos com todo o

nosso corpo.

A comunicação não-verbal utiliza-se dos símbolos, que são mensagens que

contém algum significado, são espécie de ferramentas que a inteligência humana

cria, procurando padronizar, facilitando assim a sua tarefa, de compreender. A

comunicação não-verbal utiliza, gestos, que são uma expressão corporal visível

através da qual um significado é transmitido por meio de uma expressão corporal.

O corpo expressa as emoções humanas, através das partes e também do

todo, mostrando algumas emoções como ternura, atenção, sensualidade,

submissão, culpa, medo, receio, firmeza, persuasão, tensão, domínio, entre outras

várias emoções que são transmitidas através da linguagem corporal de cada um

de nós.

Ao ter conhecimento da linguagem não-verbal, o homem pode ver o que se

passa ao seu redor, perceber certas intenções emotivas nas interações, mesmo

não conseguindo atentar-se à todas as situações. No entanto perceber-se já é um

grande começo, para a mudança de suas atitudes e hábitos que os levem ao

crescimento e amadurecimento, pessoal e profissional, auxiliando assim na

postura em toda a vida, ao lidar com pessoas o tempo todo.

Deste modo se o nosso corpo expressa os nossos pensamentos, as nossas

emoções e as nossas reações instintivas, logo ele expressa a personalidade de

cada um. E será que, mudando certos aspectos corporais, poderemos mudar algo

no nosso ser mental, emocional e cognitivo? A resposta é sim, pois há muitas

alterações do equilíbrio quantitativo entre os componentes do nosso corpo, por


isso desde muito tempo já existem técnicas que conseguem mudar, muitos dos

nossos estados emocionais e assim atingir a estrutura da personalidade,

reconhecendo tais características como algo que lhe pertence. Pode ser citado

como exemplo a dança, judô, psicoterapia corporal, entre outros.

A Percepção de si mesmo: O desenvolvimento da auto-estima

Dentro do aspecto de relacionar-se existe uma forma e contexto a ser

aprendido, mas é preciso primeiramente uma relação com nós mesmos

(intrapessoal) e como está essa relação? A auto-estima é um indicativo de como

está a relação.

A auto-estima é uma força poderosa que existe no interior de cada um de

nós. Ela abrange muito mais do que o senso inato de valor pessoal, que

presumivelmente é um direito humano conquistado quando se nasce, uma

centelha que é apenas a ante-sala da auto-estima. Ela tem um conceito muito

mais amplo do que o senso comum costuma designar. Ela é a vivência de sermos

apropriados à vida e às exigências que ela coloca. Mais especificamente ela é a

confiança em nossa capacidade de pensar e enfrentar os desafios básicos da

vida.A confiança em nosso direito de ser feliz, a sensação de termos valor, de que

somos merecedores, de que temos o direito de expressar nossas necessidades e

desejos e de desfrutar os resultados de nossos esforços.

1.FONTES DE AUTO-ESTIMA

Existem algumas condições que favorecem o desenvolvimento de nossa

auto-estima. As principais são:


-Conhecer-se;

-Aceitar-se;

-ser responsável;

-Trabalhar pela auto-estima do outro;

COMO SE MANIFESTA A AUTO-ESTIMA SAUDÁVEL

-Uma expressão de rosto, um gesto e um modo de falar e andar que

projetam o prazer que se tem em estar vivo.

-A simplicidade em comentar a respeito de realizações e fracassos.

-Tranqüilidade em dar e receber elogios, manifestações de afeto, e apreço.

-Ter abertura a críticas, porque a auto-estima não está vinculada a imagem

de perfeição.

-Espontaneidade das palavras e movimentos.

-Harmonia entre o que a pessoa diz e faz.

-A atitude de abertura e curiosidade diante de novas idéias e possibilidades

da vida.

-Os sentimentos de insegurança e ansiedade quando aparecem tem menos

chance de intimidar a pessoa.

-A capacidade para gozar dos aspectos da vida, em si e nos outros.

-Flexibilidade e criatividade nas relações.

-Segurança diante de comportamentos assertivos em si e nos outros.

-Capacidade de preservar a harmonia e a dignidade sob condições de

estresse.
NO PLANO ESTRITAMENTE FÍSICO

-Olhos alertas, brilhantes e marcados pela vivacidade.

-Face descontraída e (exceto em períodos de doença) com cor natural, boa

tonicidade da pele.

-Mandíbula em posição normal, alinhada com o resto do corpo;

-Queixo solto;

-Ombros descontraídos, mas não despencados.

-Mãos que tendem a permanecer relaxadas, graciosas e calmas.

-Braços que pendem de modo natural, descontraído.

-Postura que tende a ser ereta, relaxada, equilibrada.

-Jeito de andar que tende a ter direcionamento.

-Voz que tende a ser melodiosa com uma intensidade apropriada a cada

situação, com pronuncia clara.

2.Justificativa

Por uma avaliação do responsável pelo marketing da empresa foi possível

constatar que os consultores realizavam atendimento e não relacionamento.

Também uma das funcionárias que possui formação em dança, afirmou que os

funcionários não têm desenvoltura corporal. Através de diagnóstico realizado na

empresa pelas estagiárias de psicologia foi possível confirmar estas hipóteses.

O mundo está permeado de relações, pois o homem constitui-se em um ser

gregário, precisamos conviver com o outro o tempo inteiro, assim também no

mundo do trabalho as relações com as pessoas são necessárias. Muitas vezes


estas relações não ocorrem de uma maneira produtiva por as pessoas terem uma

visão distorcida ou não perceber o outro de uma maneira eficaz.

Ao se pensar nesta idéia, surge a necessidade de pensar no

desenvolvimento de algumas habilidades perceptivas, para que possamos nos ver

de uma forma mais ampla e real, assim ampliando também a visão do mundo e

das pessoas que nos rodeiam.

3.Objetivo geral

- desenvolver habilidades perceptuais, e de relacionamento dos

funcionários, para assim ampliar a visão que estes tem de si próprios e de outros

que os rodeiam como colegas, clientes e concorrentes.

3.1Objetivos específicos

- Discorrer brevemente sobre o conceito de relacionamento interpessoal;

-Descrever algumas características importantes da linguagem verbal e não

verbal no cotidiano, assim como da percepção do ambiente que o circunda.

-Ressaltar a importância da percepção de si mesmo (auto-estima), para o

desenvolvimento de relações interpessoais saudáveis.

4.Metodologia:

Desenvolveremos uma técnica chamada três diferenças, essa têm por

objetivo, ser como ativador da percepção, mudança de atenção e comunicação

não-verbal. Os participantes irão dividir-se em pares, e permanecerão por um


minuto, olhando um para o outro, observando-se. Após os membros das duplas

irão ficar de costas uns para os outros, e irão mudar três coisas sobre seu próprio

aspecto, (como sorrir,fechar um olho, cruzar os braços, desamarrar o sapato, tirar

os óculos, passar o anel de uma mão para outra). Pediremos a seguir para que

cada participante observe seu companheiro novamente, durante um minuto e

tentem achar o que mudou no parceiro. Deste modo serão discutidas quais as

mudanças que foram notadas, e quais não. A partir desta discussão será

desenvolvida a importância da percepção, do outro e do ambiente que o circunda

para nossos relacionamentos interpessoais, e a importância da comunicação não-

verbal.

5.Data de realização: 18/04/05.

6.Horário: 08:00- 08:50 horas.

7.Custos: R$ 2,00

8.Materiais: Folhas de flip Sharp, ou utilização de slides para data show.

9-Referências Bibliográficas

Branden, N. O poder da auto-estima. 9º ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

CAMPOS,R., Eu tenho a força. Viver Psicologia. Maio.2001.

MAZZARELLA,S. Decifrar Pessoas. São Paulo: Saraiva, 2000.

MINICUCCI, A. Relações humanas: psicologia das relações interpessoais. 6ª ed.


São Paulo: Atlas, 2001.
WEIL,P. O corpo fala: A linguagem silenciosa da comunicação não verbal.
Petrópolis: Vozes, 1986.

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Cristiane Biscoli Geysa Pereira

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