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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
DECISÃO
“0033627-83.2007.8.19.0021 - APELAÇÃO
DES. JOSE CARLOS PAES - Julgamento: 14/03/2012 -
DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL AGRAVO INOMINADO NA
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. FATO
EXCLUSIVO DA VÍTIMA. AUSÊNCIA DE NEXO DE
CAUSALIDADE.1. O apelo tem como fundamento a
assertiva de que o veículo conduzido pelo apelado subiu a
Apelação Cível 0010462-93.2005.8.19.0209
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fins legais), afirmou que “observou que o automóvel Fiesta de cor branca,
que estava à frente, saiu da pista vindo a colidir no automóvel Palio de
cor escura que vinha na outra pista, em sentido contrário, e voltando à
pista de origem, onde continuou o trajeto.”
Tal prova emprestada, a toda evidência, suprime a prova
testemunhal que essa mesma condutora produziria em juízo. O
contraditório, da mesma forma, foi observado, eis que, em primeiro lugar,
a ré estava presente na audiência realizada no IX Juizado Especial
Criminal e, em segundo lugar, a ata respectiva foi acostada ao bojo dos
presentes autos pela autora, juntamente com sua exordial, tendo sido
oportunizado à ré que se manifestasse sobre tal documento, por ocasião
do oferecimento de sua contestação.
A alegação formulada pela ré de que o perito teria,
informalmente, lhe dito que nada poderia constatar, face à deterioração
dos autos, expostos ao relento por anos a fio, além de não comprovada, a
toda evidência, não merece acolhida, eis que, como é cediço, caso assim
fosse, o profissional possuiria toda a liberdade para validamente
confeccionar laudo pericial inconclusivo, o que não ocorreu. Ademais,
como acima esposado, a formação do conjunto probatório não se deu, tão
somente, pela inspeção dos autos, tendo havido outras provas capazes de
formar o convencimento judicial a respeito do caso.
A ré alega, ainda, que o terceiro carro envolvido na colisão
seria o verdadeiro culpado pelo acidente, não trazendo, no entanto,
qualquer prova nesse sentido. Acresça-se a isso o fato de que tal
afirmação vai de encontro a todos os demais elementos probatórios
carreados aos autos.
Assim sendo, pelo exposto, tem-se que a culpa da ré pelo fato
objeto da presente lide restou devidamente demonstrada.
O fato em tela ultrapassou a esfera do mero aborrecimento
tolerável da vida quotidiana, eis que não se tratou, apenas, de acidente
de trânsito, mas de acontecimento que culminou com lesões físicas na
autora, a qual, inclusive, teve de ser levada para hospital.
O dano moral exsurge, portanto, das lesões físicas sofridas
pela autora. O valor constante da condenação, no entanto, merece
redução, eis que excessivamente fixado, estando em total dissonância dos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Note-se que a autora
logrou comprovar, tão somente (fl. 17), ter sido encaminhada, na data do
acidente, a um nosocômio, apresentando escoriações e tendo feito
exames. O documento de fl. 18 atesta que a autora, em 05.4.05,
presentava dores e edemas decorrentes do evento, tendo sido realizados
alguns exames. Não logrou, dessa forma, comprovar as alegações de que
teria se submetido a tratamento contínuo, fisioterapia ou que possui
seqüelas em virtude do acidente.
Entende-se por razoável e consentâneo com as peculiaridades
do caso concreto o valor de R$ 5.000,00. Nesse sentido:
“0040775-14.2008.8.19.0021 - APELAÇÃO
0013975-51.2005.8.19.0021 - APELAÇÃO
0028414-98.2008.8.19.0203 - APELAÇÃO