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LEGISLAÇÃO

E NOTAS TÉCNICAS DO
CONASS
Expediente

PRESIDENTE: Jurandi Frutuoso (CE).

VICE-PRESIDENTES: Augustinho Moro (MT); Cláudio Xavier (PR);


Fernando Dourado (PA); José Antônio Rodrigues (BA); e Luiz Roberto
Barradas (SP).

SECRETÁRIOS ESTADUAIS DE SAÚDE: Abelardo Vaz (AP); Aldemaro


Cavalcanti (RN); Anselmo Tose (ES); Augustinho Moro (MT); Carmen
Zanotto (SC); Cláudio Xavier (PR); Eugênia Glaucy Moura Ferreira
(RR); Fernando Cupertino (GO); Fernando Dourado (PA); Gentil Porto
(PE); Geraldo Almeida (PB); Gilson Cantarino (RJ); Gismar Gomes
(TO); Helena Maria Duailibe Ferreira (MA); Jacy Quintella (AL); João
Gabbardo (RS); José Antônio Rodrigues (BA); José Geraldo Maciel (DF);
José Lima Santana (SE); Jurandi Frutuoso (CE); Luiz Roberto Barradas
Barata (SP); Marcelo Teixeira (MG); Matias Gonsales Soares (MS);
Milton Luiz Moreira (RO); Suely de Souza Melo (AC); Tatiana Vieira
Sousa Chaves (PI); e Wilson Duarte Alecrim (AM).

SECRETÁRIO EXECUTIVO: Ricardo Scotti.

COORDENADORA DE GABINETE: Eliana Dourado.

COORDENADORA FINANCEIRA: Regina Nicoletti.

COORDENADOR TÉCNICO: René Santos.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO: Adriane Cruz e Vanessa Pinheiro.

ASSESSORIA TÉCNICA: Déa Carvalho, Gisele Bahia, Júlio Müller, Lore


Lamb, Márcia Huçulak, Rita Cataneli e Viviane Luiz.

APOIO ADMINISTRATIVO: Adriano Salgado, Carolina Abad, Júlio B. C.


Filho, Luciana Tolêdo Lopes e Sheyla Ayala.

CÂMARAS TÉCNICAS: Assistência Farmacêutica; Atenção à Saúde;


Epidemiologia; Gestão e Financiamento; Informação e Informática;
Recursos Humanos; e Vigilância Sanitária.
PACTO PELA SAÚDE 2006

Apresentação

Esse material reúne a legislação


referente ao Pacto pela Saúde 2006 e tem
por objetivo servir de subsídio ao trabalho
das equipes técnicas das Secretarias
Estaduais de Saúde. Está dividido em duas
partes: a primeira, contendo as portarias
referentes ao Pacto, publicadas até o dia
23 de maio de 2006, e as Notas Técnicas
do Conselho Nacional de Secretários
de Saúde (CONASS) explicando-as
detalhadamente.
Para acompanhar os desdobramentos
normativos sobre o Pacto pela Saúde
2006, acesse o sitee do CONA
www.conass.org.br

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Sumário
Parte I

Portarias do Pacto pela Saúde 2006


• Portaria GM/MS 399 de 22 de fevereiro de 2006 7
Anexo I – Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS 7
Anexo II – Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006 9
• Portaria GM/MS 598 de 23 de março de 2006 33
Anexo – Quadro Demonstrativo do Processo de Descentralização 34
• Portaria GM/MS 648 de 28 de março de 2006 35
Anexo I - As atribuições dos profissionais das equipes de Saúde
da Família, de Saúde Buca e de Agentes Comunitários da Saúde 48
Anexo II – da Política Nacional de Atenção Básica
– Quadro para projetos de implantação ACS/SF/SB 50
Anexo III – Política Nacional de Atenção Básica 52
• Portaria GM/MS 649 de 28 de março de 2006 53
• Portaria GM/MS 650 de 28 de março de 2006 53
• Portaria GM/MS 675 de 30 de março de 2006 54
Anexo – Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde 55
• Portaria GM/MS 687 de 30 de março de 2006 59
Anexo – Política Nacional de Promoção da Saúde 59
• Portaria GM/MS 698 de 30 de março de 2006 69
• Portaria GM/MS 699 de 30 de março de 2006 72
Anexo I – Termo de Compromisso de Gestão Municipal 76
Anexo II - Termo de Compromisso de Gestão Estadual 84
Anexo III - Termo de Compromisso de Gestão do Distrito Federal 91
Anexo IV - Termo de Compromisso de Gestão Federal 99
Anexo V – Extrato do Termo de Cooperação entre Entes Públicos 106
Anexo VI – Modelo para Declaração da CIB de Comando Único do
Sistema pelo Gestor Muncipal 106
Anexo VII-a – Termo do Limite Financeiro Global do Município 107
Anexo VII-b – Termo do Limite Financeiro Global do Estado 107
Anexo VII-c – Termo do Limite Financeiro Global do Distrito Federal 108
Anexo VIII – Extrato do Termo de Compromisso de Gestão Municipal/ Sistematização do
Processo de Pactuação das Atribuições e Responsabilidades Sanitárias dos Municípios 108
Anexo IX – Para possibilitar uma mesma compreensão do Termo de Compromisso de gestão 109
• Portaria GM/MS 822 de 17 de abril de 2006 110
• Portaria GM/MS 1.097 de 22 de maio de 2006 111
Anexo I – Termo de Compromisso para Garantia de Acesso 114
Anexo II – Quadros 1 ao 9 114

Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde 119

Parte II

Notas Técnicas do CONASS sobre o Pacto pela Saúde


• Nota Técnica n.º 6 – Para entender o Pacto pela Saúde 2006
• Nota Técnica n.º 11 – Política Nacional de Regulação
• Nota Técnica n.º 12 – Política Nacional de Atenção Básica
• Nota Técnica n.º 13 – Financiamento
PACTO PELA SAÚDE 2006

PORTARIA GM/MS 399 mo de Compromisso de Gestão constante nas Diretri-


(DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006). zes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006, as mes-
mas prerrogativas e responsabilidades dos municípios
Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consoli- e estados que estão habilitados em Gestão Plena do
dação do SUS e aprova as Diretrizes Opera- Sistema, conforme estabelecido na Norma Operacional
cionais do referido Pacto. Básica - NOB SUS 01/96 e na Norma Operacional da
Assistência à Saúde - NOAS SUS 2002.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
no uso de suas atribuições, e publicação.

Considerando o disposto no art. 198 da Constitui- JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA


ção Federal de 1988, que estabelece as ações e serviços
públicos que integram uma rede regionalizada e hierar- Anexo I
quizada e constituem o Sistema Único de Saúde - SUS; PACTO PELA SAÚDE 2006
Considerando o art. 7º da Lei nº 8080/90 dos prin- Consolidação do SUS
cípios e diretrizes do SUS de universalidade do acesso,
integralidade da atenção e descentralização político- O Sistema Único de Saúde - SUS é uma política pú-
administrativa com direção única em cada esfera de blica que acaba de completar uma década e meia de
governo; existência. Nesses poucos anos, foi construído no Brasil,
Considerando a necessidade de qualificar e imple- um sólido sistema de saúde que presta bons serviços à
mentar o processo de descentralização, organização e população brasileira.
gestão do SUS à luz da evolução do processo de pactu- O SUS tem uma rede de mais de 63 mil unidades
ação intergestores; ambulatoriais e de cerca de 6 mil unidades hospitala-
Considerando a necessidade do aprimoramento res, com mais de 440 mil leitos. Sua produção anual é
do processo de pactuação intergestores objetivando a aproximadamente de 12 milhões de internações hospi-
qualificação, o aperfeiçoamento e a definição das res- talares; 1 bilhão de procedimentos de atenção primária
ponsabilidades sanitárias e de gestão entre os entes fe- à saúde; 150 milhões de consultas médicas; 2 milhões
derados no âmbito do SUS; de partos; 300 milhões de exames laboratoriais; 132
Considerando a necessidade de definição de com- milhões de atendimentos de alta complexidade e 14
promisso entre os gestores do SUS em torno de prio- mil transplantes de órgãos. Além de ser o segundo país
ridades que apresentem impacto sobre a situação de do mundo em número de transplantes, é reconhecido
saúde da população brasileira; internacionalmente pelo seu progresso no atendimento
Considerando o compromisso com a consolidação e universal às Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS,
o avanço do processo de Reforma Sanitária Brasileira, na implementação do Programa Nacional de Imuniza-
explicitada na defesa dos princípios do SUS; ção e no atendimento relativo à Atenção Básica. É ava-
Considerando a aprovação das Diretrizes Operacio- liado positivamente pelos que o utilizam rotineiramente
nais do Pacto pela Saúde em 2006 – Consolidação do e está presente em todo território nacional.
SUS na reunião da Comissão Intergestores Tripartite re- Ao longo de sua história houve muitos avanços e
alizada no dia 26 de janeiro de 2006; e também desafios permanentes a superar. Isso tem exi-
Considerando a aprovação das Diretrizes Operacio- gido, dos gestores do SUS, um movimento constante
nais do Pacto pela Saúde em 2006 – Consolidação do de mudanças, pela via das reformas incrementais. Con-
SUS, na reunião do Conselho Nacional de Saúde reali- tudo, esse modelo parece ter se esgotado, de um lado,
zada no dia 9 de fevereiro de 2006, pela dificuldade de imporem-se normas gerais a um
país tão grande e desigual; de outro, pela sua fixação
R E S O L V E: em conteúdos normativos de caráter técnico-processu-
al, tratados, em geral, com detalhamento excessivo e
Art. 1º Dar divulgação ao Pacto pela Saúde 2006 enorme complexidade.
– Consolidação do SUS, na forma do Anexo I a esta Na perspectiva de superar as dificuldades apon-
portaria. tadas, os gestores do SUS assumem o compromisso
Art 2º Aprovar as Diretrizes Operacionais do Pacto público da construção do PACTO PELA SAÚDE 2006,
pela Saúde em 2006 – Consolidação do SUS com seus que será anualmente revisado, com base nos princípios
três componentes: Pactos Pela Vida, em Defesa do SUS constitucionais do SUS, ênfase nas necessidades de saú-
e de Gestão, na forma do Anexo II a esta Portaria. de da população e que implicará o exercício simultâneo
Art. 3º Ficam mantidas, até a assinatura do Ter- de definição de prioridades articuladas e integradas nos

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PACTO PELA SAÚDE 2006

três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do A concretização desse Pacto passa por um movi-
SUS e Pacto de Gestão do SUS. mento de repolitização da saúde, com uma clara estra-
Estas prioridades são expressas em objetivos e me- tégia de mobilização social envolvendo o conjunto da
tas no Termo de Compromisso de Gestão e estão deta- sociedade brasileira, extrapolando os limites do setor
lhadas no documento Diretrizes Operacionais do Pacto e vinculada ao processo de instituição da saúde como
pela Saúde 2006 direito de cidadania, tendo o financiamento público da
saúde como um dos pontos centrais.
I – O PACTO PELA VIDA:
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são:
O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto
de compromissos sanitários, expressos em objetivos de IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE
processos e resultados e derivados da análise da situa- MOBILIZAÇÃO SOCIAL COM A FINALIDADE
ção de saúde do País e das prioridades definidas pelos DE:
governos federal, estaduais e municipais. Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS
Significa uma ação prioritária no campo da saúde que como sistema público universal garantidor desses direitos;
deverá ser executada com foco em resultados e com a ex- Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emen-
plicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e da Constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional;
financeiros para o alcance desses resultados. Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos
As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objeti- orçamentários e financeiros para a saúde.
vos para 2006 são: Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orça-
SAÚDE DO IDOSO: Implantar a Política Nacional de mentos das três esferas de gestão, explicitando o com-
Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção integral. promisso de cada uma delas.
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA: Con-
tribuir para a redução da mortalidade por câncer de ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS
colo do útero e de mama. DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS
MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA: Reduzir a
mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por do- III – O PACTO DE GESTÃO DO SUS
ença diarréica e por pneumonias.
DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊN- O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades
FASE NA DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, claras de cada ente federado de forma a diminuir as
MALÁRIA E INFLUENZA: Fortalecer a capacidade de competências concorrentes e a tornar mais claro quem
resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e deve fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortaleci-
endemias. mento da gestão compartilhada e solidária do SUS.
PROMOÇÃO DA SAÚDE: Elaborar e implantar a Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível:
Política Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase o Brasil é um país continental e com muitas diferen-
na adoção de hábitos saudáveis por parte da população ças e iniqüidades regionais. Mais do que definir dire-
brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade in- trizes nacionais é necessário avançar na regionalização
dividual da prática de atividade física regula,r alimenta- e descentralização do SUS, a partir de uma unidade de
ção saudável e combate ao tabagismo. princípios e uma diversidade operativa que respeite as
singularidades regionais.
ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE Esse Pacto radicaliza a descentralização de atribui-
Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Fa- ções do Ministério da Saúde para os estados, e para os
mília como modelo de atenção básica à saúde e como municípios, promovendo um choque de descentraliza-
centro ordenador das redes de atenção à saúde do ção, acompanhado da desburocratização dos processos
SUS. normativos. Reforça a territorialização da saúde como
base para organização dos sistemas, estruturando as
II – O PACTO EM DEFESA DO SUS: regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão re-
gional.
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas Reitera a importância da participação e do controle
e articuladas pelas três instâncias federativas no sentido social com o compromisso de apoio à sua qualificação.
de reforçar o SUS como política de Estado mais do que Explicita as diretrizes para o sistema de financiamen-
política de governos; e de defender, vigorosamente, os to público tripartite: busca critérios de alocação eqüita-
princípios basilares dessa política pública, inscritos na tiva dos recursos; reforça os mecanismos de transferên-
Constituição Federal. cia fundo a fundo entre gestores; integra em grandes

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PACTO PELA SAÚDE 2006

blocos o financiamento federal e estabelece relações contempla o pacto firmado entre os três gestores do
contratuais entre os entes federativos. SUS a partir de uma unidade de princípios que, guar-
dando coerência com a diversidade operativa, respeita
As prioridades do Pacto de Gestão são: as diferenças loco-regionais, agrega os pactos anterior-
mente existentes, reforça a organização das regiões
DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSA- sanitárias instituindo mecanismos de co-gestão e pla-
BILIDADE SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTO- nejamento regional, fortalece os espaços e mecanismos
RA DO SUS: federal, estadual e municipal, superando o de controle social, qualifica o acesso da população a
atual processo de habilitação. atenção integral à saúde, redefine os instrumentos de
ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO regulação, programação e avaliação, valoriza a macro
SUS, com ênfase na Descentralização; Regionalização; função de cooperação técnica entre os gestores e pro-
Financiamento; Programação Pactuada e Integrada; põe um financiamento tripartite que estimula critérios
Regulação; Participação e Controle Social; Planejamen- de equidade nas transferências fundo a fundo.
to; Gestão do Trabalho e Educação na Saúde. A implantação desse Pacto, nas suas três dimensões
Este PACTO PELA SAÚDE 2006 aprovado pelos - Pacto pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto em Defesa
gestores do SUS na reunião da Comissão Intergesto- do SUS - possibilita a efetivação de acordos entre as
res Tripartite do dia 26 de janeiro de 2006, é abaixo três esferas de gestão do SUS para a reforma de aspec-
assinado pelo Ministro da Saúde, o Presidente do Con- tos institucionais vigentes, promovendo inovações nos
selho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e o processos e instrumentos de gestão que visam alcançar
Presidente do Conselho Nacional de Secretários Muni- maior efetividade, eficiência e qualidade de suas res-
cipais de Saúde - CONASEMS e será operacionalizado postas e ao mesmo tempo, redefine responsabilidades
por meio do documento de Diretrizes Operacionais do coletivas por resultados sanitários em função das ne-
Pacto pela Saúde 2006. cessidades de saúde da população e na busca da equi-
Ministério da Saúde dade social.
Conselho Nacional de Secretários de Saúde CONASS
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde I – PACTO PELA VIDA
CONASEMS
O Pacto pela Vida é o compromisso entre os ges-
Anexo II tores do SUS em torno de prioridades que apresentam
impacto sobre a situação de saúde da população bra-
DIRETRIZES OPERACIONAIS DO sileira.
PACTO PELA SAÚDE EM 2006 A definição de prioridades deve ser estabelecida
através de metas nacionais, estaduais, regionais ou mu-
CONSOLIDAÇÃO DO SUS nicipais. Prioridades estaduais ou regionais podem ser
agregadas às prioridades nacionais, conforme pactua-
Transcorridas quase duas décadas do processo de ção local.
institucionalização do Sistema Único de Saúde, a sua Os estados/região/município devem pactuar as
implantação e implementação evoluíram muito, espe- ações necessárias para o alcance das metas e dos obje-
cialmente em relação aos processos de descentraliza- tivos propostos.
ção e municipalização das ações e serviços de saúde. São seis as prioridades pactuadas:
O processo de descentralização ampliou o contato do Saúde do idoso;
Sistema com a realidade social, política e administrativa Controle do câncer de colo de útero e de mama;
do país e com suas especificidades regionais, tornan- Redução da mortalidade infantil e materna;
do-se mais complexo e colocando os gestores a frente Fortalecimento da capacidade de respostas às doen-
de desafios que busquem superar a fragmentação das ças emergentes e endemias, com ênfase na dengue,
políticas e programas de saúde através da organização hanseníase, tuberculose, malária e influenza;
de uma rede regionalizada e hierarquizada de ações e Promoção da Saúde;
serviços e da qualificação da gestão. Fortalecimento da Atenção Básica.
Frente a esta necessidade, o Ministério da Saúde,
o Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CO- A – SAÚDE DO IDOSO
NASS e o Conselho Nacional de Secretários Municipais Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a
de Saúde - CONASEMS, pactuaram responsabilidades pessoa com 60 anos ou mais.
entre os três gestores do SUS, no campo da gestão do 1 - O trabalho nesta área deve seguir as seguintes
Sistema e da atenção à saúde. O documento a seguir diretrizes:

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PACTO PELA SAÚDE 2006

• Promoção do envelhecimento ativo e saudável; B – CONTROLE DO CÂNCER DE COLO


•Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; DE ÚTERO E DE MAMA:
• Estímulo às ações intersetoriais, visando à integrali-
dade da atenção; 1 - Objetivos e metas para o Controle do Câncer
• A implantação de serviços de atenção domiciliar; de Colo de Útero:
• O acolhimento preferencial em unidades de saúde, Cobertura de 80% para o exame preventivo do cân-
respeitado o critério de risco; cer do colo de útero, conforme protocolo, em 2006.
• Provimento de recursos capazes de assegurar quali- Incentivo da realização da cirurgia de alta freqüência
dade da atenção à saúde da pessoa idosa; técnica que utiliza um instrumental especial para a reti-
• Fortalecimento da participação social; rada de lesões ou parte do colo uterino comprometidas
• Formação e educação permanente dos profissionais de (com lesões intra-epiteliais de alto grau) com menor
saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; dano possível, que pode ser realizada em ambulatório,
• Divulgação e informação sobre a Política Nacional com pagamento diferenciado, em 2006.
de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saú-
de, gestores e usuários do SUS; 2 – Metas para o Controle do Câncer de mama:
• Promoção de cooperação nacional e internacional das Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, con-
experiências na atenção à saúde da pessoa idosa; forme protocolo.
•Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. Realizar a punção em 100% dos casos necessários,
conforme protocolo.
2 - Ações estratégicas:
Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - Instrumento C – REDUÇÃO DA MORTALIDADE
de cidadania com informações relevantes sobre a saúde MATERNA E INFANTIL:
da pessoa idosa, possibilitando um melhor acompanha-
mento por parte dos profissionais de saúde. 1 - Objetivos e metas para a redução da morta-
Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa lidade infantil
Idosa - Para indução de ações de saúde, tendo por re- Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em 2006.
ferência as diretrizes contidas na Política Nacional de Reduzir em 50% os óbitos por doença diarréica e
Saúde da Pessoa Idosa. 20% por pneumonia, em 2006.
Apoiar a elaboração de propostas de intervenção
Programa de Educação Permanente à Distância -
para a qualificação da atenção as doenças prevalentes.
Implementar programa de educação permanente na Criação de comitês de vigilância do óbito em 80%
área do envelhecimento e saúde do idoso, voltado para dos municípios com população acima de 80.000 habi-
profissionais que trabalham na rede de atenção básica tantes, em 2006.
em saúde, contemplando os conteúdos específicos das
repercussões do processo de envelhecimento popula- 2 - Objetivos e metas para a redução da morta-
lidade materna
cional para a saúde individual e para a gestão dos ser-
Reduzir em 5% a razão de mortalidade materna, em
viços de saúde.
2006.
Acolhimento - Reorganizar o processo de acolhi-
Garantir insumos e medicamentos para tratamento
mento à pessoa idosa nas unidades de saúde, como das síndromes hipertensivas no parto.
uma das estratégias de enfrentamento das dificuldades Qualificar os pontos de distribuição de sangue para
atuais de acesso. que atendam as necessidades das maternidades e ou-
Assistência Farmacêutica - Desenvolver ações tros locais de parto.
que visem qualificar a dispensação e o acesso da po-
pulação idosa. D – FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE
Atenção Diferenciada na Internação - Instituir ava- DE RESPOSTAS ÀS DOENÇAS EMERGENTES
liação geriátrica global realizada por equipe multidisci- E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE,
plinar, a toda pessoa idosa internada em hospital que HANSENIASE, TUBERCULOSE, MALARIA E
tenha aderido ao Programa de Atenção Domiciliar. INFLUENZA.
Atenção domiciliar – Instituir esta modalidade de
1 - Objetivos e metas para o Controle da
prestação de serviços ao idoso, valorizando o efeito
Dengue
favorável do ambiente familiar no processo de recu-
Plano de Contingência para atenção aos pacientes,
peração de pacientes e os benefícios adicionais para o elaborado e implantado nos municípios prioritários, em
cidadão e o sistema de saúde. 2006;

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PACTO PELA SAÚDE 2006

Reduzir a menos de 1% a infestação predial por Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da família
Aedes aegypti em 30% dos municípios prioritários ate nos grandes centros urbanos.
2006; Garantir a infra-estrutura necessária ao funciona-
mento das Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de
2 - Meta para a Eliminação da Hanseníase: recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes
Atingir o patamar de eliminação enquanto proble- para o conjunto de ações propostas para esses servi-
ma de saúde pública, ou seja, menos de 1 caso por ços.
10.000 habitantes em todos os municípios prioritários, Garantir o financiamento da Atenção Básica como
em 2006. responsabilidade das três esferas de gestão do SUS.
Aprimorar a inserção dos profissionais da Atenção
3 - Metas para o Controle da Tuberculose: Básica nas redes locais de saúde, por meio de vínculos
Atingir pelo menos 85% de cura de casos novos de de trabalho que favoreçam o provimento e fixação dos
tuberculose bacilífera diagnosticados a cada ano; profissionais.
Implantar o processo de monitoramento e avaliação
4- Meta para o Controle da Malária da Atenção Básica nas três esferas de governo, com vis-
Reduzir em 15% a Incidência Parasitária Anual, na tas à qualificação da gestão descentralizada.
região da Amazônia Legal, em 2006; Apoiar diferentes modos de organização e fortaleci-
mento da Atenção Básica que considere os princípios da
5 – Objetivo para o controle da Influenza estratégia de Saúde da Família, respeitando as especifi-
Implantar plano de contingência, unidades sen- cidades loco-regionais.
tinelas e o sistema de informação - SIVEP-GRIPE, em
2006. II - PACTO EM DEFESA DO SUS
1 - Diretrizes
E – PROMOÇÃO DA SAÚDE
O trabalho dos gestores das três esferas de governo
e dos outros atores envolvidos dentro deste Pacto deve
1 - Objetivos:
considerar as seguintes diretrizes:
Elaborar e implementar uma Política de Promoção
Expressar os compromissos entre os gestores do SUS
da Saúde, de responsabilidade dos três gestores;
com a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira, ex-
Enfatizar a mudança de comportamento da popula-
plicitada na defesa dos princípios do Sistema Único de
ção brasileira de forma a internalizar a responsabilidade
Saúde estabelecidos na Constituição Federal.
individual da prática de atividade física regular, alimen-
Desenvolver e articular ações, no seu âmbito de
tação adequada e saudável e combate ao tabagismo;
competência e em conjunto com os demais gestores,
Articular e promover os diversos programas de pro-
que visem qualificar e assegurar o Sistema Único de
moção de atividade física já existentes e apoiar a cria-
Saúde como política pública.
ção de outros;
Promover medidas concretas pelo hábito da alimen- 2 - O Pacto em Defesa do SUS deve se firmar atra-
tação saudável; vés de iniciativas que busquem:
Elaborar e pactuar a Política Nacional de Promoção A repolitização da saúde, como um movimento que
da Saúde que contemple as especificidades próprias dos retoma a Reforma Sanitária Brasileira aproximando-a
estados e municípios devendo iniciar sua implementa- dos desafios atuais do SUS;
ção em 2006; A Promoção da Cidadania como estratégia de mo-
bilização social tendo a questão da saúde como um di-
F – FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA reito;
1 - Objetivos A garantia de financiamento de acordo com as ne-
Assumir a estratégia de saúde da família como es- cessidades do Sistema;
tratégia prioritária para o fortalecimento da atenção
básica, devendo seu desenvolvimento considerar as di- 3 – Ações do Pacto em Defesa do SUS:
ferenças loco-regionais. As ações do Pacto em Defesa do SUS devem con-
Desenvolver ações de qualificação dos profissionais da templar:
atenção básica por meio de estratégias de educação per- Articulação e apoio à mobilização social pela pro-
manente e de oferta de cursos de especialização e residên- moção e desenvolvimento da cidadania, tendo a ques-
cia multiprofissional e em medicina da família. tão da saúde como um direito;
Consolidar e qualificar a estratégia de saúde da fa- Estabelecimento de diálogo com a sociedade, além
mília nos pequenos e médios municípios. dos limites institucionais do SUS;

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PACTO PELA SAÚDE 2006

Ampliação e fortalecimento das relações com os deve orientar a descentralização das ações e serviços de
movimentos sociais, em especial os que lutam pelos di- saúde e os processos de negociação e pactuação entre
reitos da saúde e cidadania; os gestores.
Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Os principais instrumentos de planejamento da
Usuários do SUS; Regionalização são o Plano Diretor de Regionalização
Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso Na- – PDR, o Plano Diretor de Investimento – PDI e a Pro-
cional, com aprovação do PL nº 01/03, já aprovado e gramação Pactuada e Integrada da Atenção em Saúde
aprimorado em três comissões da Câmara dos Depu- – PPI, detalhados no corpo deste documento.
tados; O PDR deverá expressar o desenho final do pro-
Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos cesso de identificação e reconhecimento das regiões de
orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o saúde, em suas diferentes formas, em cada estado e
compromisso de cada uma delas em ações e serviços de no Distrito Federal, objetivando a garantia do acesso, a
saúde de acordo com a Constituição Federal. promoção da equidade, a garantia da integralidade da
atenção, a qualificação do processo de descentralização
III - PACTO DE GESTÃO e a racionalização de gastos e otimização de recursos.
Para auxiliar na função de coordenação do processo
Estabelece Diretrizes para a gestão do sistema nos de regionalização, o PDR deverá conter os desenhos
aspectos da 1 - Descentralização; 2 - Regionalização; das redes regionalizadas de atenção à saúde, organiza-
3 - Financiamento; 4 - Planejamento; 5 - Programação das dentro dos territórios das regiões e macrorregiões
Pactuada e Integrada – PPI; 6 - Regulação; 7 - Partici- de saúde, em articulação com o processo da Programa-
pação Social; 8 - Gestão do Trabalho; 9 - Educação na ção Pactuada Integrada.
Saúde. O PDI deve expressar os recursos de investimentos
para atender as necessidades pactuadas no processo de
A - DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS planejamento regional e estadual. No âmbito regional
deve refletir as necessidades para se alcançar a sufici-
1 - Descentralização ência na atenção básica e parte da média complexidade
Buscando aprofundar o processo de descentraliza- da assistência, conforme desenho regional e na macror-
ção, com ênfase numa descentralização compartilhada, região no que se refere à alta complexidade. Deve con-
são fixadas as seguintes premissas, que devem orientar templar também as necessidades da área da vigilância
este processo: em saúde e ser desenvolvido de forma articulada com o
Cabe ao Ministério da Saúde a proposição de políti- processo da PPI e do PDR.
cas, participação no co-financiamento, cooperação téc-
nica, avaliação, regulação, controle e fiscalização, além 2.1- Objetivos da Regionalização:
da mediação de conflitos; Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações
Descentralização dos processos administrativos re- e serviços de saúde cuja complexidade e contingente
lativos à gestão para as Comissões Intergestores Bipar- populacional transcenda a escala local/municipal;
tite; Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades so-
As Comissões Intergestores Bipartite são instâncias ciais e territoriais e promover a eqüidade, ampliando a
de pactuação e deliberação para a realização dos pactos visão nacional dos problemas, associada à capacidade
intraestaduais e a definição de modelos organizacionais, de diagnóstico e decisão loco-regional, que possibilite
a partir de diretrizes e normas pactuadas na Comissão os meios adequados para a redução das desigualdades
Intergestores Tripartite; no acesso às ações e serviços de saúde existentes no
As deliberações das Comissões Intergestores Bipar- país;
tite e Tripartite devem ser por consenso; Garantir a integralidade na atenção a saúde, am-
A Comissão Intergestores Tripartite e o Ministério da pliando o conceito de cuidado à saúde no processo de
Saúde promoverão e apoiarão processo de qualificação reordenamento das ações de promoção, prevenção,
permanente para as Comissões Intergestores Bipartite; tratamento e reabilitação com garantia de acesso a to-
O detalhamento deste processo, no que se refere à dos os níveis de complexidade do sistema;
descentralização de ações realizadas hoje pelo Ministé- Potencializar o processo de descentralização, forta-
rio da Saúde, será objeto de portaria específica. lecendo estados e municípios para exercerem papel de
gestores e para que as demandas dos diferentes inte-
2 - Regionalização resses loco-regionais possam ser organizadas e expres-
A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único sadas na região;
de Saúde e um eixo estruturante do Pacto de Gestão e Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, possi-

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PACTO PELA SAÚDE 2006

bilitando ganho em escala nas ações e serviços de saú- alguns estados com mais adensamento tecnológico, a
de de abrangência regional. alta complexidade pode estar contemplada dentro de
uma Região.
Regiões de Saúde As regiões podem ter os seguintes formatos:
Regiões intraestaduais, compostas por mais de um
As Regiões de Saúde são recortes territoriais inse- município, dentro de um mesmo estado;
ridos em um espaço geográfico contínuo, identifica- Regiões Intramunicipais, organizadas dentro de um
das pelos gestores municipais e estaduais a partir de mesmo município de grande extensão territorial e den-
identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de sidade populacional;
comunicação e infra-estrutura de transportes comparti- Regiões Interestaduais, conformadas a partir de mu-
lhados do território; nicípios limítrofes em diferentes estados;
A Região de Saúde deve organizar a rede de ações Regiões Fronteiriças, conformadas a partir de muni-
e serviços de saúde a fim de assegurar o cumprimen- cípios limítrofes com países vizinhos.
to dos princípios constitucionais de universalidade do Nos casos de regiões fronteiriças o Ministério da
acesso, eqüidade e integralidade do cuidado; Saúde deve envidar esforços no sentido de promover
A organização da Região de Saúde deve favorecer articulação entre os países e órgãos envolvidos, na
a ação cooperativa e solidária entre os gestores e o for- perspectiva de implementação do sistema de saúde e
talecimento do controle social; conseqüente organização da atenção nos municípios
Para a constituição de uma rede de atenção à saúde fronteiriços, coordenando e fomentando a constituição
regionalizada em uma determinada região, é necessá- dessas Regiões e participando do colegiado de gestão
rio a pactuação entre todos os gestores envolvidos, do regional.
conjunto de responsabilidades não compartilhadas e
das ações complementares; Mecanismos de Gestão Regional
O conjunto de responsabilidades não compartilha-
das se refere à atenção básica e às ações básicas de vi- Para qualificar o processo de regionalização, bus-
gilância em saúde, que deverão ser assumidas por cada cando a garantia e o aprimoramento dos princípios do
município; SUS, os gestores de saúde da Região deverão constituir
As ações complementares e os meios necessários um espaço permanente de pactuação e co-gestão soli-
para viabilizá-las deverão ser compartilhados e integra- dária e cooperativa através de um Colegiado de Gestão
dos a fim de garantir a resolutividade e a integralidade Regional. A denominação e o funcionamento do Cole-
de acesso; giado devem ser acordados na CIB;
Os estados e a união devem apoiar os municípios O Colegiado de Gestão Regional se constitui num
para que estes assumam o conjunto de responsabili- espaço de decisão através da identificação, definição
dades; de prioridades e de pactuação de soluções para a or-
O corte no nível assistencial para delimitação de ganização de uma rede regional de ações e serviços de
uma Região de Saúde deve estabelecer critérios que atenção à saúde, integrada e resolutiva;
propiciem certo grau de resolutividade àquele territó- O Colegiado deve ser formado pelos gestores muni-
rio, como suficiência em atenção básica e parte da mé- cipais de saúde do conjunto de municípios e por repre-
dia complexidade; sentantes do(s) gestor(es) estadual(ais), sendo as suas
Quando a suficiência em atenção básica e parte da decisões sempre por consenso, pressupondo o envol-
média complexidade não forem alcançadas deverá ser vimento e comprometimento do conjunto de gestores
considerada no planejamento regional a estratégia para com os compromissos pactuados.
o seu estabelecimento, junto com a definição dos in- Nos casos onde as CIB regionais estão constituídas
vestimentos, quando necessário; por representação e não for possível a imediata incor-
O planejamento regional deve considerar os parâ- poração de todos os municípios da Região de Saúde
metros de incorporação tecnológica que compatibili- deve ser pactuado um cronograma de adequação, no
zem economia de escala com eqüidade no acesso; menor prazo possível, para a inclusão de todos os mu-
Para garantir a atenção na alta complexidade e em nicípios nos respectivos colegiados regionais.
parte da média, as Regiões devem pactuar entre si ar- O Colegiado deve instituir processo de planeja-
ranjos inter-regionais, com agregação de mais de uma mento regional, que defina as prioridades, as respon-
Região em uma macrorregião; sabilidades de cada ente, as bases para a programação
O ponto de corte da média complexidade que deve pactuada integrada da atenção a saúde, o desenho do
estar na Região ou na macrorregião deve ser pactua- processo regulatório, as estratégias de qualificação do
do na CIB, a partir da realidade de cada estado. Em controle social, as linhas de investimento e o apoio para

13
PACTO PELA SAÚDE 2006

o processo de planejamento local. A constituição do colegiado de gestão regional deve


O planejamento regional, mais que uma exigên- assegurar a presença de todos os gestores de saúde dos
cia formal, deverá expressar as responsabilidades dos municípios que compõem a Região e da representação
gestores com a saúde da população do território e o estadual.
conjunto de objetivos e ações que contribuirão para a Nas CIB regionais constituídas por representação,
garantia do acesso e da integralidade da atenção, de- quando não for possível a imediata incorporação de
vendo as prioridades e responsabilidades definidas re- todos os gestores de saúde dos municípios da Região
gionalmente estar refletidas no plano de saúde de cada de saúde, deve ser pactuado um cronograma de ade-
município e do estado; quação, com o menor prazo possível, para a inclusão de
Os colegiados de gestão regional deverão ser apoia- todos os gestores nos respectivos colegiados de gestão
dos através de câmaras técnicas permanentes que sub- regionais;
sidiarão com informações e análises relevantes. Constituir uma estrutura de apoio ao colegiado,
através de câmara técnica e eventualmente, grupos de
Etapas do Processo de Construção da trabalho formados com técnicos dos municípios e do
Regionalização estado;
Estabelecer uma agenda regular de reuniões;
Critérios para a composição da Região de Saú-
de, expressa no PDR: O funcionamento do Colegiado deve ser organi-
zado de modo a exercer as funções de:
Contigüidade entre os municípios; Instituir um processo dinâmico de planejamento regional
Respeito à identidade expressa no cotidiano social, Atualizar e acompanhar a programação pactuada
econômico e cultural; integrada de atenção em saúde
Existência de infra-estrutura de transportes e de re- Desenhar o processo regulatório, com definição de
des de comunicação, que permita o trânsito das pesso- fluxos e protocolos
as entre os municípios; Priorizar linhas de investimento
Existência de fluxos assistenciais que devem ser al- Estimular estratégias de qualificação do controle social
terados, se necessário, para a organização da rede de Apoiar o processo de planejamento local
atenção à saúde; Constituir um processo dinâmico de avaliação e mo-
nitoramento regional
Considerar a rede de ações e serviços de saúde,
onde: Reconhecimento das Regiões
As Regiões Intramunicipais deverão ser reconheci-
Todos os municípios se responsabilizam pela atenção das como tal, não precisando ser homologadas pelas
básica e pelas ações básicas de vigilância em saúde; Comissões Intergestores.
O desenho da região propicia relativo grau de re- As Regiões Intraestaduais deverão ser reconhecidas
solutividade àquele território, como a suficiência em nas Comissões Intergestores Bipartite e encaminhadas
Atenção Básica e parte da Média Complexidade. para conhecimento e acompanhamento do MS.
A suficiência está estabelecida ou a estratégia As Regiões Interestaduais deverão ser reconhecidas
para alcançá-la está explicitada no planejamento nas respectivas Comissões Intergestores Bipartite e en-
regional, contendo, se necessário, a definição dos caminhadas para homologação da Comissão Interges-
investimentos. tores Tripartite.
O desenho considera os parâmetros de incorpora- As Regiões Fronteiriças deverão ser reconhecidas
ção tecnológica que compatibilizem economia de esca- nas respectivas Comissões Intergestores Bipartite e en-
la com eqüidade no acesso. caminhadas para homologação na Comissão Interges-
O desenho garante a integralidade da atenção e tores Tripartite.
para isso as Regiões devem pactuar entre si arranjos O desenho das Regiões intra e interestaduais deve
inter-regionais, se necessário com agregação de mais ser submetida a aprovação pelos respectivos Conselhos
de uma região em uma macrorregião; o ponto de corte Estaduais de Saúde.
de média e alta-complexidade na região ou na macro-
região deve ser pactuado na CIB, a partir da realidade 3 - Financiamento do Sistema Único de Saúde
de cada estado.
São princípios gerais do financiamento para o
Constituição, Organização e Funcionamento do Sistema Único de Saúde:
Colegiado de Gestão Regional: Responsabilidade das três esferas de gestão – União,

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PACTO PELA SAÚDE 2006

Estados e Municípios pelo financiamento do Sistema Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário


Único de Saúde; Os recursos do PAB Variável serão transferidos ao
Redução das iniqüidades macrorregionais, estaduais Município que aderir e implementar as estratégias es-
e regionais, a ser contemplada na metodologia de alo- pecíficas a que se destina e a utilização desses recursos
cação de recursos, considerando também as dimensões deve estar definida no Plano Municipal de Saúde;
étnico-racial e social; O PAB Variável da Assistência Farmacêutica e da Vi-
Repasse fundo a fundo, definido como modalidade gilância em Saúde passam a compor os seus Blocos de
preferencial de transferência de recursos entre os ges- Financiamento respectivos.
tores; Compensação de Especificidades Regionais é um
Financiamento de custeio com recursos federais montante financeiro igual a 5% do valor mínimo do
constituído, organizados e transferidos em blocos de PAB fixo multiplicado pela população do Estado, para
recursos; que as CIBs definam a utilização do recurso de acordo
O uso dos recursos federais para o custeio fica res- com as especificidades estaduais, podendo incluir sa-
trito a cada bloco, atendendo as especificidades previs- zonalidade, migrações, dificuldade de fixação de pro-
tas nos mesmos, conforme regulamentação específica; fissionais, IDH, indicadores de resultados. Os critérios
As bases de cálculo que formam cada Bloco e os definidos devem ser informados ao plenário da CIT.
montantes financeiros destinados para os Estados, Mu-
nicípios e Distrito Federal devem compor memórias de b) Bloco de financiamento para a Atenção de
cálculo, para fins de histórico e monitoramento. Média e Alta Complexidade
- Os blocos de financiamento para o custeio são: Os recursos correspondentes ao financiamento dos
a) Atenção básica procedimentos relativos à média e alta complexidade
b) Atenção de média e alta complexidade em saúde compõem o Limite Financeiro da Média e
c) Vigilância em Saúde Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar do Distri-
d) Assistência Farmacêutica to Federal, dos Estados e dos Municípios.
e) Gestão do SUS Os recursos destinados ao custeio dos procedimen-
tos pagos atualmente através do Fundo de Ações Estra-
a) Bloco de financiamento para a Atenção Básica tégicas e Compensação – FAEC serão incorporados ao
O financiamento da Atenção Básica é de responsa- Limite Financeiro de cada Estado, Município e do Distri-
bilidade das três esferas de gestão do SUS, sendo que to Federal, conforme pactuação entre os gestores.
os recursos federais comporão o Bloco Financeiro da O Fundo de Ações Estratégicas e Compensação
Atenção Básica dividido em dois componentes: Piso da – FAEC se destina, assim, ao custeio de procedimentos,
Atenção Básica e Piso da Atenção Básica Variável e seus conforme detalhado a seguir:
valores serão estabelecidos em Portaria específica, com Procedimentos regulados pela CNRAC – Central
memórias de cálculo anexas. Nacional de Regulação da Alta Complexidade;
O Piso de Atenção Básica - PAB consiste em um Transplantes;
montante de recursos financeiros, que agregam as es- Ações Estratégicas Emergenciais, de caráter tempo-
tratégias destinadas ao custeio de ações de atenção bá- rário, implementadas com prazo pré-definido;
sica à saúde; Novos procedimentos: cobertura financeira de apro-
Os recursos financeiros do PAB serão transferidos ximadamente seis meses, quando da inclusão de novos
mensalmente, de forma regular e automática, do Fun- procedimentos, sem correlação à tabela vigente, até a
do Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde dos Muni- formação de série histórica para a devida agregação ao
cípios e do Distrito Federal. MAC.
O Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável
consiste em um montante financeiro destinado ao cus- c) Bloco de financiamento para a Vigilância em
teio de estratégias específicas desenvolvidas no âmbito Saúde
da Atenção Básica em Saúde. Os recursos financeiros correspondentes às ações de
O PAB Variável passa a ser composto pelo financia- Vigilância em Saúde comporão o Limite Financeiro de
mento das seguintes estratégias: Vigilância em Saúde dos Estados, Municípios e do Dis-
Saúde da Família; trito Federal e representam o agrupamento das ações
Agentes Comunitários de Saúde; da Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Sanitária;
Saúde Bucal; O Limite Financeiro da Vigilância em Saúde é com-
Compensação de especificidades regionais posto por dois componentes: da Vigilância Epidemioló-
Fator de incentivo da Atenção Básica aos Povos In- gica e Ambiental em Saúde e o componente da Vigilân-
dígenas cia Sanitária em Saúde;

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PACTO PELA SAÚDE 2006

O financiamento para as ações de vigilância sanitá- vos e programas de saúde específicos, inseridos na rede
ria deve consolidar a reversão do modelo de pagamento de cuidados da atenção básica, sendo de responsabili-
por procedimento, oferecendo cobertura para o custeio dade dos três gestores do SUS.
de ações coletivas visando garantir o controle de riscos O Componente Básico é composto de uma Parte
sanitários inerentes ao objeto de ação, avançando em Fixa e de uma Parte Variável, sendo:
ações de regulação, controle e avaliação de produtos e Parte Fixa: valor com base per capita para ações de
serviços associados ao conjunto das atividades. assistência farmacêutica para a Atenção Básica, trans-
O Limite Financeiro de Vigilância em Saúde será ferido Municípios, Distrito Federal e Estados, conforme
transferido em parcelas mensais e o valor da transfe- pactuação nas CIB e com contrapartida financeira dos
rência mensal para cada um dos Estados, Municípios e estados e dos municípios.
Distrito Federal, bem como o Limite Financeiro respec- Parte Variável: valor com base per capita para ações
tivo será estabelecido em Portaria específica e detalhará de assistência farmacêutica dos Programas de Hiperten-
os diferentes componentes que o formam, com memó- são e Diabetes, exceto insulina; Asma e Rinite; Saúde
rias de cálculo anexas. Mental; Saúde da Mulher; Alimentação e Nutrição e
Comporão ainda, o bloco do financiamento da Vigi- Combate ao Tabagismo.
lância em Saúde – Sub-bloco Vigilância Epidemiológica, A parte variável do Componente Básico será trans-
os recursos que se destinam às seguintes finalidades, ferida ao município ou estado, conforme pactuação na
com repasses específicos: CIB, à medida que este implementa e organiza os servi-
Fortalecimento da Gestão da Vigilância em Saúde ços previstos pelos Programas específicos.
em Estados e Municípios (VIGISUS II) O Componente Estratégico da Assistência Farma-
Campanhas de Vacinação cêutica consiste em financiamento para ações de assis-
Incentivo do Programa DST/AIDS tência farmacêutica de programas estratégicos.
Os recursos alocados tratados pela Portaria MS/GM O financiamento e o fornecimento de medicamen-
nº 1349/2002, deverão ser incorporados ao Limite Fi- tos, produtos e insumos para os Programas Estratégi-
nanceiro de Vigilância em Saúde do Município quando cos são de responsabilidade do Ministério da Saúde e
o mesmo comprovar a efetiva contratação dos agentes reúne:
de campo. Controle de Endemias: Tuberculose, Hanseníase,
No Componente da Vigilância Sanitária, os recursos Malária e Leischmaniose, Chagas e outras doenças en-
do Termo de Ajuste e Metas – TAM, destinados e não dêmicas de abrangência nacional ou regional;
transferidos aos estados e municípios, nos casos de exis- Programa de DST/AIDS (anti-retrovirais);
tência de saldo superior a 40% dos recursos repassados Programa Nacional do Sangue e Hemoderivados;
no período de um semestre, constituem um Fundo de Imunobiológicos;
Compensação em VISA, administrado pela ANVISA e Insulina;
destinado ao financiamento de gestão e descentraliza- O Componente Medicamentos de Dispensação Ex-
ção da Vigilância Sanitária. cepcional consiste em financiamento para aquisição e
Em Estados onde o valor per cápita que compõe distribuição de medicamentos de dispensação excep-
o TAM não atinge o teto orçamentário mínimo da- cional, para tratamento de patologias que compõem
quele Estado, a União assegurará recurso financeiro o Grupo 36 – Medicamentos da Tabela Descritiva do
para compor o Piso Estadual de Vigilância Sanitária SIA/SUS.
– PEVISA. A responsabilidade pelo financiamento e aquisição
dos medicamentos de dispensação excepcional é do
d) Bloco de financiamento para a Assistência Ministério da Saúde e dos Estados, conforme pactuação
Farmacêutica e a dispensação, responsabilidade do Estado.
A Assistência Farmacêutica será financiada pelos O Ministério da Saúde repassará aos Estados, men-
três gestores do SUS devendo agregar a aquisição de salmente, valores financeiros apurados em encontro de
medicamentos e insumos e a organização das ações de contas trimestrais, de acordo com as informações en-
assistência farmacêutica necessárias, de acordo com a caminhadas pelos Estados, com base nas emissões das
organização de serviços de saúde. Autorizações para Pagamento de Alto Custo – APAC.
O Bloco de financiamento da Assistência Farmacêu- O Componente de Medicamentos de Dispensação
tica se organiza em três componentes: Básico, Estraté- Excepcional será readequado através de pactuação en-
gico e Medicamentos de Dispensação Excepcional. tre os gestores do SUS, das diretrizes para definição de
O Componente Básico da Assistência Farmacêutica política para medicamentos de dispensação excepcional.
consiste em financiamento para ações de assistência As Diretrizes a serem pactuadas na CIT, deverão
farmacêutica na atenção básica em saúde e para agra- nortear-se pelas seguintes proposições:

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PACTO PELA SAÚDE 2006

Definição de critérios para inclusão e exclusão de me- investimentos na rede básica de serviços, destinados
dicamentos e CID na Tabela de Procedimentos, com base conforme disponibilidade orçamentária, transferidos
nos protocolos clínicos e nas diretrizes terapêuticas. fundo a fundo para municípios que apresentarem pro-
Definição de percentual para o co-financiamento jetos selecionados de acordo com critérios pactuados
entre gestor federal e gestor estadual; na Comissão Intergestores Tripartite.
Revisão periódica de valores da tabela;
Forma de aquisição e execução financeira, conside- 4 - Planejamento no SUS
rando-se os princípios da descentralização e economia
de escala. O trabalho com o Planejamento no SUS deve
seguir as seguintes diretrizes:
e) Bloco de financiamento para a Gestão do O processo de planejamento no âmbito do SUS
Sistema Único de Saúde deve ser desenvolvido de forma articulada, integrada
O financiamento para a gestão destina-se ao custeio e solidária entre as três esferas de gestão. Essa forma
de ações específicas relacionadas com a organização de atuação representará o Sistema de Planejamento do
dos serviços de saúde, acesso da população e aplicação Sistema Único de Saúde baseado nas responsabilidades
dos recursos financeiros do SUS. de cada esfera de gestão, com definição de objetivos
O financiamento deverá apoiar iniciativas de forta- e conferindo direcionalidade ao processo de gestão do
lecimento da gestão, sendo composto pelos seguintes SUS, compreendendo nesse sistema o monitoramento
sub-blocos: e avaliação.
Regulação, controle, avaliação e auditoria Este sistema de planejamento pressupõe que cada
Planejamento e Orçamento esfera de gestão realize o seu planejamento, articulan-
Programação do-se de forma a fortalecer e consolidar os objetivos
Regionalização e diretrizes do SUS, contemplando as peculiaridades,
Participação e Controle Social necessidades e realidades de saúde locorregionais.
Gestão do Trabalho Como parte integrante do ciclo de gestão, o sistema
Educação em Saúde de planejamento buscará, de forma tripartite, a pac-
Incentivo à Implementação de políticas específicas tuação de bases funcionais do planejamento, monito-
Os recursos referentes a este Bloco serão transferi- ramento e avaliação do SUS, bem como promoverá a
dos fundo a fundo e regulamentados por portaria es- participação social e a integração intra e intersetorial,
pecífica. considerando os determinantes e condicionantes de
saúde.
Financiamento para Investimentos No cumprimento da responsabilidade de coordenar
Os recursos financeiros de investimento devem ser alo- o processo de planejamento se levará em conta as di-
cados com vistas á superação das desigualdades de acesso versidades existentes nas três esferas de governo, de
e à garantia da integralidade da atenção à saúde. modo a contribuir para a consolidação do SUS e para a
Os investimentos deverão priorizar a recuperação, a resolubilidade e qualidade, tanto da sua gestão, quanto
re-adequação e a expansão da rede física de saúde e a das ações e serviços prestados à população brasileira.
constituição dos espaços de regulação.
Os projetos de investimento apresentados para o Objetivos do Sistema de Planejamento do SUS:
Ministério da Saúde deverão ser aprovados nos res- Pactuar diretrizes gerais para o processo de planeja-
pectivos Conselhos de Saúde e na CIB, devendo refletir mento no âmbito do SUS e o elenco dos instrumentos a
uma prioridade regional. serem adotados pelas três esferas de gestão;
São eixos prioritários para aplicação de recursos de Formular metodologias e modelos básicos dos ins-
investimentos: trumentos de planejamento, monitoramento e avalia-
Estímulo à Regionalização - Deverão ser priorizados ção que traduzam as diretrizes do SUS, com capacidade
projetos de investimentos que fortaleçam a regionaliza- de adaptação às particularidades de cada esfera admi-
ção do SUS, com base nas estratégicas nacionais e esta- nistrativa;
duais, considerando os PDI (Plano de Desenvolvimento Promover a análise e a formulação de propostas
Integrado) atualizados, o mapeamento atualizado da destinadas a adequar o arcabouço legal no tocante ao
distribuição e oferta de serviços de saúde em cada es- planejamento no SUS;
paço regional e parâmetros de incorporação tecnológi- Implementar e difundir uma cultura de planejamen-
ca que compatibilizem economia de escala e de escopo to que integre e qualifique as ações do SUS entre as três
com eqüidade no acesso. esferas de governo e subsidiar a tomada de decisão por
Investimentos para a Atenção Básica - recursos para parte de seus gestores;

17
PACTO PELA SAÚDE 2006

Desenvolver e implementar uma rede de coopera- A PPI é um processo que visa definir a programação
ção entre os três entes federados, que permita um am- das ações de saúde em cada território e nortear a alo-
plo compartilhamento de informações e experiências; cação dos recursos financeiros para saúde a partir de
Promover a institucionalização e fortalecer as áreas critérios e parâmetros pactuados entre os gestores.
de planejamento no âmbito do SUS, nas três esferas A PPI deve explicitar os pactos de referencia entre
de governo, com vistas a legitimá-lo como instrumento municípios, gerando a parcela de recursos destinados à
estratégico de gestão do SUS; própria população e à população referenciada.
Apoiar e participar da avaliação periódica relativa à
situação de saúde da população e ao funcionamento do As principais diretrizes norteadoras do processo
SUS, provendo os gestores de informações que permi- de programação pactuada são:
tam o seu aperfeiçoamento e ou redirecionamento;
Promover a capacitação contínua dos profissionais A programação deve estar inserida no processo de
que atuam no contexto do planejamento no SUS; planejamento e deve considerar as prioridades defini-
Promover a eficiência dos processos compartilhados das nos planos de saúde em cada esfera de gestão;
de planejamento e a eficácia dos resultados, bem como Os gestores estaduais e municipais possuem flexi-
da participação social nestes processos; bilidade na definição de parâmetros e prioridades que
Promover a integração do processo de planejamen- irão orientar a programação, ressalvados os parâmetros
to e orçamento no âmbito do SUS, bem como a sua pactuados nacional e estadualmente.
intersetorialidade, de forma articulada com as diversas A programação é realizada prioritariamente, por
etapas do ciclo de planejamento; áreas de atuação a partir das ações básicas de saúde
para compor o rol de ações de maior complexidade;
Monitorar e avaliar o processo de planejamento, as
A tabela unificada de procedimentos deve orientar a
ações implementadas e os resultados alcançados, de
programação das ações que não estão organizadas por
modo a fortalecer o planejamento e a contribuir para a áreas de atuação, considerando seus níveis de agrega-
transparência do processo de gestão do SUS. ção, para formar as aberturas programáticas;
A programação da assistência devera buscar a inte-
Pontos de pactuação priorizados para o gração com a programação da vigilância em saúde;
Planejamento Os recursos financeiros das três esferas de governo
devem ser visualizados na programação.
Considerando a conceituação, caracterização e ob- O processo de programação deve contribuir para a
jetivos preconizados para o sistema de planejamento garantia de acesso aos serviços de saúde, subsidiando o
do SUS, configuram-se como pontos essenciais de pac- processo regulatório da assistência;
tuação: A programação deve ser realizada a cada gestão,
Adoção das necessidades de saúde da população revisada periodicamente e sempre que necessário, em
como critério para o processo de planejamento no âm- decorrência de alterações de fluxo no atendimento ao
bito do SUS; usuário; de oferta de serviços; na tabela de procedi-
Integração dos instrumentos de planejamento, tan- mentos; e no teto financeiro, dentre outras.
to no contexto de cada esfera de gestão, quanto do A programação pactuada e integrada deve subsidiar
SUS como um todo; a programação física financeira dos estabelecimentos
Institucionalização e fortalecimento do Sistema de de saúde.
Planejamento do SUS, com adoção do processo plane- A programação pactuada e integrada deve guardar re-
jamento, neste incluído o monitoramento e a avaliação, lação com o desenho da regionalização naquele estado.
como instrumento estratégico de gestão do SUS;
Revisão e adoção de um elenco de instrumentos de 6 - Regulação da Atenção à Saúde e Regulação
planejamento – tais como planos, relatórios, programa- Assistencial
ções – a serem adotados pelas três esferas de gestão,
com adequação dos instrumentos legais do SUS no to- Para efeitos destas diretrizes, serão adotados os
cante a este processo e instrumentos dele resultantes; seguintes conceitos:
Cooperação entre as três esferas de gestão para o
fortalecimento e a eqüidade no processo de planeja- Regulação da Atenção à Saúde - tem como objeto
mento no SUS. a produção de todas as ações diretas e finais de atenção
à saúde, dirigida aos prestadores de serviços de saúde,
5 - Programação Pactuada e Integrada da Atenção públicos e privados. As ações da Regulação da Atenção
em Saúde – PPI à Saúde compreendem a Contratação, a Regulação do
Acesso à Assistência ou Regulação Assistencial, o Con-

18
PACTO PELA SAÚDE 2006

trole Assistencial, a Avaliação da Atenção à Saúde, a Pelo gestor estadual que se relacionará com a cen-
Auditoria Assistencial e as regulamentações da Vigilân- tral municipal que faz a gestão do prestador.
cia Epidemiológica e Sanitária. Pelo gestor estadual que se relacionará diretamente
Contratação - o conjunto de atos que envolvem com o prestador quando este estiver sob gestão esta-
desde a habilitação dos serviços/prestadores até a for- dual.
malização do contrato na sua forma jurídica. Pelo gestor municipal com co-gestão do estado e
Regulação do Acesso à Assistência ou Regulação representação dos municípios da região;
Assistencial - conjunto de relações, saberes, tecnolo- Modelos que diferem do item ‘d’ acima devem ser
gias e ações que intermedeiam a demanda dos usuários pactuados pela CIB e homologados na CIT.
por serviços de saúde e o acesso a estes.
Complexos Reguladores - uma das estratégias de São metas para este Pacto, no prazo de um ano:
Regulação Assistencial, consistindo na articulação e in- Contratualização de todos os prestadores de serviço;
tegração de Centrais de Atenção Pré-hospitalar e Ur- Colocação de todos os leitos e serviços ambulato-
gências, Centrais de Internação, Centrais de Consultas riais contratualizados sob regulação;
e Exames, Protocolos Assistenciais com a contratação, Extinção do pagamento dos serviços dos profissio-
controle assistencial e avaliação, assim como com outras nais médicos por meio do código 7.
funções da gestão como programação e regionalização.
Os complexos reguladores podem ter abrangência in- 7 - Participação e Controle Social
tra-municipal, municipal, micro ou macro regional, es- A participação social no SUS é um princípio dou-
tadual ou nacional, devendo esta abrangência e respec- trinário e está assegurado na Constituição e nas Leis
tiva gestão, serem pactuadas em processo democrático Orgânicas da Saúde (8080/90 e 8142/90), e é parte
e solidário, entre as três esferas de gestão do SUS. fundamental deste pacto.
Auditoria Assistencial ou clínica – processo regular
que visa aferir e induzir qualidade do atendimento am- As ações que devem ser desenvolvidas para for-
parada em procedimentos, protocolos e instruções de talecer o processo de participação social, dentro
trabalho normatizados e pactuados. Deve acompanhar deste pacto são:
e analisar criticamente os históricos clínicos com vistas Apoiar os conselhos de saúde, as conferências de
a verificar a execução dos procedimentos e realçar as saúde e os movimentos sociais que atuam no campo
não conformidades. da saúde, com vistas ao seu fortalecimento para que os
mesmos possam exercer plenamente os seus papéis;
Como princípios orientadores do processo de Apoiar o processo de formação dos conselheiros;
regulação, fica estabelecido que: Estimular a participação e avaliação dos cidadãos
Cada prestador responde apenas a um gestor; nos serviços de saúde;
A regulação dos prestadores de serviços deve ser Apoiar os processos de educação popular em saúde,
preferencialmente do município conforme desenho da para ampliar e qualificar a participação social no SUS;
rede da assistência pactuado na CIB, observado o Ter- Apoiar a implantação e implementação de ouvido-
mo de Compromisso de Gestão do Pacto e os seguintes rias nos estados e municípios, com vistas ao fortaleci-
princípios: mento da gestão estratégica do SUS;
da descentralização, municipalização e comando Apoiar o processo de mobilização social e institucio-
único; nal em defesa do SUS e na discussão do pacto;
da busca da escala adequada e da qualidade;
considerar a complexidade da rede de serviços locais; 8 - Gestão do Trabalho
considerar a efetiva capacidade de regulação;
considerar o desenho da rede estadual da assistência; As diretrizes para a Gestão do Trabalho no SUS
a primazia do interesse e da satisfação do usuário são as seguintes:
do SUS. A política de recursos humanos para o SUS é um
A regulação das referencias intermunicipais é res- eixo estruturante e deve buscar a valorização do tra-
ponsabilidade do gestor estadual, expressa na coorde- balho e dos trabalhadores de saúde, o tratamento dos
nação do processo de construção da programação pac- conflitos, a humanização das relações de trabalho;
tuada e integrada da atenção em saúde, do processo de Estados, Municípios e União são entes autônomos
regionalização, do desenho das redes; para suprir suas necessidades de manutenção e expansão
A operação dos complexos reguladores no que se dos seus próprios quadros de trabalhadores de saúde;
refere a referencia intermunicipal deve ser pactuada na O Ministério da Saúde deve formular diretrizes de
CIB, podendo ser operada nos seguintes modos: cooperação técnica para a gestão do trabalho no SUS;

19
PACTO PELA SAÚDE 2006

Desenvolver, pelas três esferas de gestão, estudos doras existentes;


quanto às estratégias e financiamento tripartite de polí- Sistema Gerencial de Informações - Esse componen-
tica de reposição da força de trabalho descentralizada; te propõe proceder à análise de sistemas de informação
As Diretrizes para Planos de Cargos e Carreira do existentes e desenvolver componentes de otimização
SUS devem ser um instrumento que visa regular as re- e implantação de sistema informatizado que subsidie a
lações de trabalho e o desenvolvimento do trabalhador, tomada de decisão na área de Gestão do Trabalho.
bem como a consolidação da carreira como instrumen-
to estratégico para a política de recursos humanos no 9 - Educação na Saúde
Sistema;
Promover relações de trabalho que obedeçam a exi- As diretrizes para o trabalho na Educação
gências do princípio de legalidade da ação do Estado e na Saúde são:
de proteção dos direitos associados ao trabalho; Avançar na implementação da Política Nacional de
Desenvolver ações voltadas para a adoção de víncu- Educação Permanente por meio da compreensão dos
los de trabalho que garantam os direitos sociais e pre- conceitos de formação e educação permanente para
videnciários dos trabalhadores de saúde, promovendo adequá-los às distintas lógicas e especificidades;
ações de adequação de vínculos, onde for necessário, Considerar a educação permanente parte essencial de
nas três esferas de governo, com o apoio técnico e fi- uma política de formação e desenvolvimento dos trabalha-
nanceiro aos Municípios, pelos Estados e União, con- dores para a qualificação do SUS e que comporta a adoção
forme legislação vigente; de diferentes metodologias e técnicas de ensino-aprendi-
Os atores sociais envolvidos no desejo de consolida- zagem inovadoras, entre outras coisas;
ção dos SUS atuarão solidariamente na busca do cum- Considerar a Política Nacional de Educação Perma-
primento deste item, observadas as responsabilidades nente em Saúde uma estratégia do SUS para a forma-
legais de cada segmento; ção e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor,
Estimular processos de negociação entre gestores e tendo como orientação os princípios da educação per-
trabalhadores através da instalação de Mesas de Nego- manente;
ciação junto às esferas de gestão estaduais e municipais Assumir o compromisso de discutir e avaliar os pro-
do SUS; cessos e desdobramentos da implementação da Política
As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde de- Nacional de Educação Permanente para ajustes neces-
vem envidar esforços para a criação ou fortalecimento sários, atualizando-a conforme as experiências de im-
de estruturas de Recursos Humanos, objetivando cum- plementação, assegurando a inserção dos municípios e
prir um papel indutor de mudanças, tanto no campo da estados neste processo;
gestão do trabalho, quanto no campo da educação na Buscar a revisão da normatização vigente que institui
saúde; a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde,
contemplando a conseqüente e efetiva descentraliza-
- Serão priorizados os seguintes componentes ção das atividades de planejamento, monitoramento,
na estruturação da Gestão do Trabalho no SUS: avaliação e execução orçamentária da Educação Per-
Estruturação da Gestão do Trabalho no SUS - Esse manente para o trabalho no SUS;
componente trata das necessidades exigidas para a Centrar, o planejamento, programação e acompa-
estruturação da área de Gestão do Trabalho integrado nhamento das atividades educativas e conseqüentes
pelos seguintes eixos: base jurídico-legal; atribuições alocações de recursos na lógica de fortalecimento e
específicas; estrutura e dimensionamento organizacio- qualificação do SUS e atendimento das necessidades
nal e estrutura física e equipamentos. Serão prioriza- sociais em saúde;
dos para este Componente, Estados, Capitais, Distrito Considerar que a proposição de ações para forma-
Federal e nos Municípios com mais de 500 empregos ção e desenvolvimento dos profissionais de saúde para
públicos, desde que possuam ou venham a criar setores atender às necessidades do SUS deve ser produto de
de Gestão do Trabalho e da Educação nas secretarias cooperação técnica, articulação e diálogo entre os ges-
estaduais e municipais de saúde; tores das três esferas de governo, as instituições de en-
Capacitação de Recursos Humanos para a Ges- sino, os serviços e controle social e podem contemplar
tão do Trabalho no SUS - Esse componente trata da ações no campo da formação e do trabalho.
qualificação dos gestores e técnicos na perspectiva do
fortalecimento da gestão do trabalho em saúde. Estão IV - RESPONSABILIDADE SANITÁRIA
previstos, para seu desenvolvimento, a elaboração de
material didático e a realização de oficinas, cursos pre- Este capítulo define as Responsabilidades Sanitárias
senciais ou à distância, por meio das estruturas forma- e atribuições do Município, do Distrito Federal, do Es-

20
PACTO PELA SAÚDE 2006

tado e da União. A gestão do Sistema Único de Saúde dades, um processo de planejamento, regulação, pro-
é construída de forma solidária e cooperada, com apoio gramação pactuada e integrada da atenção à saúde,
mútuo através de compromissos assumidos nas Comis- monitoramento e avaliação;
sões Intergestores Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT). formular e implementar políticas para áreas priori-
Algumas responsabilidades atribuídas aos muni- tárias, conforme definido nas diferentes instâncias de
cípios devem ser assumidas por todos os municípios. pactuação;
As outras responsabilidades serão atribuídas de acordo organizar o acesso a serviços de saúde resolutivos e
com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de de qualidade na atenção básica, viabilizando o planeja-
serviços localizada no território municipal. mento, a programação pactuada e integrada da aten-
No que se refere às responsabilidades atribuídas aos ção à saúde e a atenção à saúde no seu território, expli-
estados devem ser assumidas por todos eles. citando a responsabilidade, o compromisso e o vínculo
Com relação à gestão dos prestadores de serviço do serviço e equipe de saúde com a população do seu
fica mantida a normatização estabelecida na NOAS território, desenhando a rede de atenção e promoven-
SUS 01/2002. As referências na NOAS SUS 01/2002 do a humanização do atendimento;
às condições de gestão de estados e municípios ficam organizar e pactuar o acesso a ações e serviços
substituídas pelas situações pactuadas no respectivo de atenção especializada a partir das necessidades da
Termo de Compromisso de Gestão. atenção básica, configurando a rede de atenção, por
meio dos processos de integração e articulação dos ser-
RESPONSABILIDADES GERAIS DA viços de atenção básica com os demais níveis do siste-
GESTÃO DO SUS ma, com base no processo da programação pactuada e
integrada da atenção à saúde;
– MUNICÍPIOS pactuar e fazer o acompanhamento da referência
Todo município é responsável pela integralidade da atenção que ocorre fora do seu território, em coo-
da atenção à saúde da sua população, exercendo essa peração com o estado, Distrito Federal e com os demais
responsabilidade de forma solidária com o estado e a municípios envolvidos no âmbito regional e estadu-
união; al, conforme a programação pactuada e integrada da
atenção à saúde;
Todo município deve: garantir estas referências de acordo com a progra-
garantir a integralidade das ações de saúde presta- mação pactuada e integrada da atenção à saúde, quan-
das de forma interdisciplinar, por meio da abordagem do dispõe de serviços de referência intermunicipal;
integral e contínua do indivíduo no seu contexto fami- garantir a estrutura física necessária para a realiza-
liar, social e do trabalho; englobando atividades de pro- ção das ações de atenção básica, de acordo com as nor-
moção da saúde, prevenção de riscos, danos e agravos; mas técnicas vigentes;
ações de assistência, assegurando o acesso ao atendi- promover a estruturação da assistência farmacêutica
mento às urgências; e garantir, em conjunto com as demais esferas de go-
promover a eqüidade na atenção à saúde, conside- verno, o acesso da população aos medicamentos cuja
rando as diferenças individuais e de grupos populacio- dispensação esteja sob sua responsabilidade, promo-
nais, por meio da adequação da oferta às necessidades vendo seu uso racional, observadas as normas vigentes
como princípio de justiça social, e ampliação do acesso e pactuações estabelecidas;
de populações em situação de desigualdade, respeita- assumir a gestão e execução das ações de vigilância
das as diversidades locais; em saúde realizadas no âmbito local, compreendendo
participar do financiamento tripartite do Sistema as ações de vigilância epidemiológica, sanitária e am-
Único de Saúde; biental, de acordo com as normas vigentes e pactua-
assumir a gestão e executar as ações de atenção bá- ções estabelecidas;
sica, incluindo as ações de promoção e proteção, no elaborar, pactuar e implantar a política de promoção
seu território; da saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no
assumir integralmente a gerência de toda a rede âmbito nacional.
pública de serviços de atenção básica, englobando as
unidades próprias e as transferidas pelo estado ou pela – ESTADOS
união; Responder, solidariamente com municípios, Distrito
com apoio dos estados, identificar as necessidades Federal e união, pela integralidade da atenção à saúde
da população do seu território, fazer um reconheci- da população;
mento das iniqüidades, oportunidades e recursos; Participar do financiamento tripartite do Sistema
desenvolver, a partir da identificação das necessi- Único de Saúde;

21
PACTO PELA SAÚDE 2006

Formular e implementar políticas para áreas priori- ação articulada e simultânea entre os municípios;
tárias, conforme definido nas diferentes instâncias de Apoiar técnica e financeiramente os municípios para
pactuação; que executem com qualidade as ações de vigilância
Coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito esta- em saúde, compreendendo as ações de vigilância epi-
dual, a implementação dos Pactos Pela Vida e de Ges- demiológica, sanitária e ambiental, de acordo com as
tão e seu Termo de Compromisso; normas vigentes e pactuações estabelecidas;
Apoiar técnica e financeiramente os municípios, para Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção
que estes assumam integralmente sua responsabilidade da saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no
de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes; âmbito nacional;
Apoiar técnica, política e financeiramente a gestão Coordenar, normatizar e gerir os laboratórios de
da atenção básica nos municípios, considerando os ce- saúde pública;
nários epidemiológicos, as necessidades de saúde e a Assumir a gestão e a gerência de unidades públi-
articulação regional, fazendo um reconhecimento das cas de hemonúcleos / hemocentros e elaborar normas
iniquidades, oportunidades e recursos; complementares para a organização e funcionamento
Fazer reconhecimento das necessidades da popula- desta rede de serviço.
ção no âmbito estadual e cooperar técnica e financei-
ramente com os municípios, para que possam fazer o – DISTRITO FEDERAL
mesmo nos seus territórios; Responder, solidariamente com a união, pela inte-
Desenvolver, a partir da identificação das necessi- gralidade da atenção à saúde da população;
dades, um processo de planejamento, regulação, pro- Garantir a integralidade das ações de saúde presta-
gramação pactuada e integrada da atenção à saúde, das de forma interdisciplinar, por meio da abordagem
monitoramento e avaliação; integral e contínua do indivíduo no seu contexto fami-
Coordenar o processo de configuração do desenho liar, social e do trabalho; englobando atividades de pro-
da rede de atenção, nas relações intermunicipais, com moção da saúde, prevenção de riscos, danos e agravos;
a participação dos municípios da região; ações de assistência, assegurando o acesso ao atendi-
mento às urgências;
Organizar e pactuar com os municípios, o proces-
Promover a eqüidade na atenção à saúde, conside-
so de referência intermunicipal das ações e serviços de
rando as diferenças individuais e de grupos populacio-
média e alta complexidade a partir da atenção básica,
nais, por meio da adequação da oferta às necessidades
de acordo com a programação pactuada e integrada da
como princípio de justiça social, e ampliação do acesso
atenção à saúde; de populações em situação de desigualdade, respeita-
Realizar o acompanhamento e a avaliação da aten- das as diversidades locais;
ção básica no âmbito do território estadual; Participar do financiamento tripartite do Sistema
Apoiar técnica e financeiramente os municípios para Único de Saúde;
que garantam a estrutura física necessária para a reali- Coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito esta-
zação das ações de atenção básica; dual, a implementação dos Pactos Pela Vida e de Ges-
Promover a estruturação da assistência farmacêutica tão e seu Termo de Compromisso de Gestão;
e garantir, em conjunto com as demais esferas de go- Assumir a gestão e executar as ações de atenção
verno, o acesso da população aos medicamentos cuja básica, incluindo as ações de promoção e proteção, no
dispensação esteja sob sua responsabilidade, fomen- seu território;
tando seu uso racional e observando as normas vigen- Assumir integralmente a gerência de toda a rede
tes e pactuações estabelecidas; pública de serviços de atenção básica, englobando as
Coordenar e executar e as ações de vigilância em unidades próprias e as transferidas pela união;
saúde, compreendendo as ações de média e alta com- Garantir a estrutura física necessária para a reali-
plexidade desta área, de acordo com as normas vigen- zação das ações de atenção básica, de acordo com as
tes e pactuações estabelecidas; normas técnicas vigentes;
Assumir transitoriamente, quando necessário, a execu- Realizar o acompanhamento e a avaliação da aten-
ção das ações de vigilância em saúde no município, com- ção básica no âmbito do seu território;
prometendo-se em cooperar para que o município assu- Identificar as necessidades da população do seu
ma, no menor prazo possível, sua responsabilidade; território, fazer um reconhecimento das iniqüidades,
Executar algumas ações de vigilância em saúde, em oportunidades e recursos;
caráter permanente, mediante acordo bipartite e con- Desenvolver, a partir da identificação das necessi-
forme normatização específica; dades, um processo de planejamento, regulação, pro-
Supervisionar as ações de prevenção e controle da gramação pactuada e integrada da atenção à saúde,
vigilância em saúde, coordenando aquelas que exigem monitoramento e avaliação;

22
PACTO PELA SAÚDE 2006

Formular e implementar políticas para áreas prioritá- Participar do financiamento tripartite do Sistema
rias, conforme definido nas instâncias de pactuação; Único de Saúde;
Organizar o acesso a serviços de saúde resolutivos e Formular e implementar políticas para áreas priori-
de qualidade na atenção básica, viabilizando o planeja- tárias, conforme definido nas diferentes instâncias de
mento, a programação pactuada e integrada da aten- pactuação;
ção à saúde e a atenção à saúde no seu território, expli- Coordenar e acompanhar, no âmbito nacional, a
citando a responsabilidade, o compromisso e o vínculo pactuação e avaliação do Pacto de Gestão e Pacto pela
do serviço e equipe de saúde com a população do seu Vida e seu Termo de Compromisso;
território, desenhando a rede de atenção e promoven- Apoiar o Distrito Federal, os estados e conjunta-
do a humanização do atendimento; mente com estes, os municípios, para que assumam
Organizar e pactuar o acesso a ações e serviços integralmente as suas responsabilidades de gestores da
de atenção especializada a partir das necessidades da atenção à saúde;
atenção básica, configurando a rede de atenção, por Apoiar financeiramente o Distrito Federal e os muni-
meio dos processos de integração e articulação dos ser- cípios, em conjunto com os estados, para que garantam
viços de atenção básica com os demais níveis do siste- a estrutura física necessária para a realização das ações
ma, com base no processo da programação pactuada e de atenção básica;
integrada da atenção à saúde; Prestar cooperação técnica e financeira aos estados,
Pactuar e fazer o acompanhamento da referência ao Distrito Federal e aos municípios para o aperfeiço-
da atenção que ocorre fora do seu território, em co- amento das suas atuações institucionais na gestão da
operação com os estados envolvidos no âmbito regio- atenção básica;
nal, conforme a programação pactuada e integrada da Exercer de forma pactuada as funções de norma-
atenção à saúde; tização e de coordenação no que se refere à gestão
Promover a estruturação da assistência farmacêuti- nacional da atenção básica no SUS;
ca e garantir, em conjunto com a união, o acesso da Identificar, em articulação com os estados, Distrito
população aos medicamentos cuja dispensação esteja Federal e municípios, as necessidades da população
sob sua responsabilidade, fomentando seu uso racional para o âmbito nacional, fazendo um reconhecimento
e observando as normas vigentes e pactuações estabe- das iniqüidades, oportunidades e recursos; e cooperar
lecidas; técnica e financeiramente com os gestores, para que
Garantir o acesso de serviços de referência de acor- façam o mesmo nos seus territórios;
do com a programação pactuada e integrada da aten- Desenvolver, a partir da identificação de necessida-
ção à saúde; des, um processo de planejamento, regulação, progra-
Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção mação pactuada e integrada da atenção à saúde, moni-
da saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no toramento e avaliação;
âmbito nacional; Promover a estruturação da assistência farmacêutica
Assumir a gestão e execução das ações de vigilância e garantir, em conjunto com as demais esferas de go-
em saúde realizadas no âmbito do seu território, com- verno, o acesso da população aos medicamentos que
preendendo as ações de vigilância epidemiológica, sa- estejam sob sua responsabilidade, fomentando seu uso
nitária e ambiental, de acordo com as normas vigentes racional, observadas as normas vigentes e pactuações
e pactuações estabelecidas; estabelecidas;
Executar e coordenar as ações de vigilância em saú- Definir e pactuar as diretrizes para a organização
de, compreendendo as ações de média e alta comple- das ações e serviços de média e alta complexidade, a
xidade desta área, de acordo com as normas vigentes e partir da atenção básica;
pactuações estabelecidas; Coordenar e executar as ações de vigilância em saú-
Coordenar, normatizar e gerir os laboratórios de de, compreendendo as ações de média e alta comple-
saúde pública; xidade desta área, de acordo com as normas vigentes e
Assumir a gestão e a gerência de unidades públi- pactuações estabelecidas;
cas de hemonúcleos / hemocentros e elaborar normas Coordenar, nacionalmente, as ações de prevenção
complementares para a organização e funcionamento e controle da vigilância em saúde que exijam ação ar-
desta rede de serviço. ticulada e simultânea entre os estados, Distrito Federal
e municípios;
– UNIÃO Proceder investigação complementar ou conjunta
Responder, solidariamente com os municípios, o Dis- com os demais gestores do SUS em situação de risco
trito Federal e os estados, pela integralidade da atenção sanitário;
à saúde da população; Apoiar e coordenar os laboratórios de saúde públi-

23
PACTO PELA SAÚDE 2006

ca – Rede Nacional de laboratórios de saúde Pública/ tuações na CIB;


RNLSP - nos aspectos relativos à vigilância em saúde; Coordenar o processo de organização, reconheci-
Assumir transitoriamente, quando necessário, a mento e atualização das regiões de saúde, conforman-
execução das ações de vigilância em saúde nos esta- do o plano diretor de regionalização;
dos, Distrito Federal e municípios, comprometendo-se Participar da constituição da regionalização, dispo-
em cooperar para que assumam, no menor prazo pos- nibilizando de forma cooperativa os recursos humanos,
sível, suas responsabilidades; tecnológicos e financeiros, conforme pactuação esta-
Apoiar técnica e financeiramente os estados, o Dis- belecida;
trito Federal e os municípios para que executem com Apoiar técnica e financeiramente as regiões de saú-
qualidade as ações de vigilância em saúde, compreen- de, promovendo a eqüidade inter-regional;
dendo as ações de vigilância epidemiológica, sanitária e Participar dos colegiados de gestão regional, cum-
ambiental, de acordo com as normas vigentes e pactu- prindo suas obrigações técnicas e financeiras;
ações estabelecidas; Participar dos projetos prioritários das regiões de
Elaborar, pactuar e implementar a política de pro- saúde, conforme definido no plano estadual de saúde,
moção da saúde. no plano diretor de regionalização, no planejamento
regional e no plano regional de investimento.
RESPONSABILIDADES NA REGIONALIZAÇÃO
– DISTRITO FEDERAL
– MUNICÍPIOS Contribuir para a constituição e fortalecimento do
Todo município deve: processo de regionalização solidária e cooperativa, as-
contribuir para a constituição e fortalecimento do sumindo os compromissos pactuados;
processo de regionalização solidária e cooperativa, as- Coordenar o processo de organização, reconheci-
sumindo os compromissos pactuados; mento e atualização das regiões de saúde, conforman-
participar da constituição da regionalização, dispo- do o plano diretor de regionalização;
nibilizando de forma cooperativa os recursos humanos, Apoiar técnica e financeiramente as regiões de saú-
tecnológicos e financeiros, conforme pactuação esta- de, promovendo a eqüidade inter-regional;
belecida; Participar dos colegiados de gestão regional, cum-
participar dos colegiados de gestão regionais, cum- prindo suas obrigações técnicas e financeiras, conforme
prindo suas obrigações técnicas e financeiras. Nas CIB pactuação estabelecida;
regionais constituídas por representação, quando não Participar dos projetos prioritários das regiões de
for possível a imediata incorporação de todos os gesto- saúde, conforme definido no plano estadual de saúde,
res de saúde dos municípios da região de saúde, deve- no plano diretor de regionalização, no planejamento
se pactuar um cronograma de adequação, no menor regional e no plano regional de investimento;
prazo possível, para a inclusão de todos os municípios Propor e pactuar diretrizes e normas gerais sobre a
nos respectivos colegiados de gestão regionais. regionalização, observando as normas vigentes, parti-
participar dos projetos prioritários das regiões de cipando da sua constituição, disponibilizando de forma
saúde, conforme definido no plano municipal de saúde, cooperativa os recursos humanos, tecnológicos e finan-
no plano diretor de regionalização, no planejamento ceiros, conforme pactuação estabelecida.
regional e no plano regional de investimento;
A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo – UNIÃO
com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de Contribuir para a constituição e fortalecimento do
serviços localizada no território municipal processo de regionalização solidária e cooperativa, as-
Executar as ações de referência regional sob sua res- sumindo os compromissos pactuados;
ponsabilidade em conformidade com a programação Coordenar o processo de regionalização no âmbi-
pactuada e integrada da atenção à saúde acordada nos to nacional, propondo e pactuando diretrizes e normas
colegiados de gestão regionais. gerais sobre a regionalização, observando as normas
vigentes e pactuações na CIT;
– ESTADOS Cooperar técnica e financeiramente com as regi-
Contribuir para a constituição e fortalecimento do ões de saúde, por meio dos estados e/ou municípios,
processo de regionalização solidária e cooperativa, as- priorizando as regiões mais vulneráveis, promovendo a
sumindo os compromissos pactuados; eqüidade inter-regional e interestadual;
Coordenar a regionalização em seu território, pro- Apoiar e participar da constituição da regionaliza-
pondo e pactuando diretrizes e normas gerais sobre a ção, disponibilizando de forma cooperativa os recursos
regionalização, observando as normas vigentes e pac- humanos, tecnológicos e financeiros, conforme pactu-

24
PACTO PELA SAÚDE 2006

ação estabelecida; so permanente de planejamento participativo e inte-


Fomentar a constituição das regiões de saúde fron- grado, de base local e ascendente, orientado por pro-
teiriças, participando do funcionamento de seus cole- blemas e necessidades em saúde, com a constituição
giados de gestão regionais. de ações para a promoção, a proteção, a recuperação
e a reabilitação em saúde, construindo nesse processo
RESPONSABILIDADES NO PLANEJAMENTO E o plano estadual de saúde, submetendo-o à aprovação
PROGRAMAÇÃO do Conselho Estadual de Saúde;
Formular, no plano estadual de saúde, e pactuar
– MUNICÍPIOS no âmbito da Comissão Intergestores Bipartite - CIB, a
Todo município deve: política estadual de atenção em saúde, incluindo ações
formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo intersetoriais voltadas para a promoção da saúde;
permanente de planejamento participativo e integrado, Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresenta-
de base local e ascendente, orientado por problemas e do e submetido à aprovação do Conselho Estadual de
necessidades em saúde, com a constituição de ações Saúde;
para a promoção, a proteção, a recuperação e a reabi- Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios na
litação em saúde, construindo nesse processo o plano elaboração da programação pactuada e integrada da
de saúde e submetendo-o à aprovação do Conselho de atenção à saúde, no âmbito estadual, regional e inte-
Saúde correspondente; restadual;
formular, no plano municipal de saúde, a política Apoiar, acompanhar, consolidar e operar quando
municipal de atenção em saúde, incluindo ações inter- couber, no âmbito estadual e regional, a alimentação
setoriais voltadas para a promoção da saúde; dos sistemas de informação, conforme normas do Mi-
elaborar relatório de gestão anual, a ser apresen- nistério da Saúde;
tado e submetido à aprovação do Conselho de Saúde Operar os sistemas de informação epidemiológica
correspondente; e sanitária de sua competência, bem como assegurar a
operar os sistemas de informação referentes à aten- divulgação de informações e análises e apoiar os muni-
ção básica, conforme normas do Ministério da Saúde, e cípios naqueles de responsabilidade municipal.
alimentar regularmente os bancos de dados nacionais,
assumindo a responsabilidade pela gestão, no nível lo- – DISTRITO FEDERAL
cal, dos sistemas de informação: Sistema de Informa- Formular, gerenciar, implementar e avaliar o proces-
ção sobre Agravos de Notificação – SINAN, Sistema so permanente de planejamento participativo e inte-
de Informação do Programa Nacional de Imunizações grado, de base local e ascendente, orientado por pro-
- SI-PNI, Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos blemas e necessidades em saúde, com a constituição
– SINASC, Sistema de Informação Ambulatorial - SIA e de ações para a promoção, a proteção, a recuperação
Cadastro Nacional de Estabelecimentos e Profissionais e a reabilitação em saúde, construindo nesse processo
de Saúde – CNES; e quando couber, os sistemas: Siste- o plano estadual de saúde, submetendo-o à aprovação
ma de Informação Hospitalar – SIH e Sistema de Infor- do Conselho de Saúde do Distrito Federal;
mação sobre Mortalidade – SIM, bem como de outros Formular, no plano estadual de saúde, a política es-
sistemas que venham a ser introduzidos; tadual de atenção em saúde, incluindo ações interseto-
assumir a responsabilidade pela coordenação e exe- riais voltadas para a promoção da saúde;
cução das atividades de informação, educação e comu- Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresenta-
nicação, no âmbito local; do e submetido à aprovação do Conselho Estadual de
elaborar a programação da atenção à saúde, incluí- Saúde;
da a assistência e vigilância em saúde, em conformida- Operar os sistemas de informação epidemiológica
de com o plano municipal de saúde, no âmbito da Pro- e sanitária de sua competência, bem como assegurar a
gramação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde; divulgação de informações e análises;
A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo Operar os sistemas de informação referentes à aten-
com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de ção básica, conforme normas do Ministério da Saúde, e
serviços localizada no território municipal alimentar regularmente os bancos de dados nacionais,
Gerir os sistemas de informação epidemiológica e assumindo a responsabilidade pela gestão, no nível lo-
sanitária, bem como assegurar a divulgação de infor- cal, dos sistemas de informação: Sistema de Informa-
mações e análises. ção sobre Agravos de Notificação – SINAN, Sistema
de Informação do Programa Nacional de Imunizações
– ESTADOS - SI-PNI, Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
Formular, gerenciar, implementar e avaliar o proces- – SINASC, Sistema de Informação Ambulatorial - SIA

25
PACTO PELA SAÚDE 2006

e Cadastro Nacional de Estabelecimentos e Profissio- ceiros provenientes de transferência regular e automá-


nais de Saúde – CNES; Sistema de Informação Hospi- tica (fundo a fundo) e por convênios;
talar – SIH e Sistema de Informação sobre Mortalidade realizar a identificação dos usuários do SUS, com
– SIM, bem como de outros sistemas que venham a ser vistas à vinculação de clientela e à sistematização da
introduzidos; oferta dos serviços;
Assumir a responsabilidade pela coordenação e exe- monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde,
cução das atividades de informação, educação e comu- realizadas em seu território, por intermédio de indica-
nicação, no âmbito do seu território; dores de desempenho, envolvendo aspectos epidemio-
Elaborar a programação da atenção à saúde, incluí- lógicos e operacionais;
da a assistência e vigilância em saúde, em conformida- manter atualizado o Sistema Nacional de Cadastro
de com o plano estadual l de saúde, no âmbito da Pro- de Estabelecimentos e Profissionais de Saúde no seu
gramação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde. território, segundo normas do Ministério da Saúde;
adotar protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas,
– UNIÃO em consonância com os protocolos e diretrizes nacio-
Formular, gerenciar, implementar e avaliar o proces- nais e estaduais;
so permanente de planejamento participativo e inte- adotar protocolos de regulação de acesso, em con-
grado, de base local e ascendente, orientado por pro- sonância com os protocolos e diretrizes nacionais, esta-
blemas e necessidades em saúde, com a constituição duais e regionais;
de ações para a promoção, a proteção, a recuperação controlar a referência a ser realizada em outros mu-
e a reabilitação em saúde, construindo nesse processo nicípios, de acordo com a programação pactuada e in-
o plano nacional de saúde, submetendo-o à aprovação tegrada da atenção à saúde, procedendo à solicitação
do Conselho Nacional de Saúde; e/ou autorização prévia, quando couber;
Formular, no plano nacional de saúde, e pactuar no As responsabilidades a seguir serão atribuídas de
âmbito da Comissão Intergestores Tripartite – CIT, a acordo com o pactuado e/ou com a complexidade da
política nacional de atenção em saúde, incluindo ações rede de serviços localizada no território municipal
intersetoriais voltadas para a promoção da saúde; Definir a programação físico-financeira por estabe-
Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresenta- lecimento de saúde; observar as normas vigentes de
do e submetido à aprovação do Conselho Nacional de solicitação e autorização dos procedimentos hospitala-
Saúde; res e ambulatoriais; processar a produção dos estabe-
Formular, pactuar no âmbito a CIT e aprovar no lecimentos de saúde próprios e contratados e realizar o
Conselho Nacional de Saúde, a política nacional de pagamento dos prestadores de serviços;
atenção à saúde dos povos indígenas e executá-la, con- Operar o complexo regulador dos serviços presen-
forme pactuação com Estados e Municípios, por meio tes no seu território, de acordo com a pactuação esta-
da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA; belecida, realizando a co-gestão com o Estado e outros
Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios, os Municípios, das referências intermunicipais.
estados e Distrito Federal na elaboração da programa- Executar o controle do acesso do seu munícipe aos
ção pactuada e integrada da atenção em saúde, no âm- leitos disponíveis, às consultas, terapias e exames espe-
bito nacional; cializados, disponíveis no seu território, que pode ser
Gerenciar, manter, e elaborar quando necessário, no feito por meio de centrais de regulação;
âmbito nacional, os sistemas de informação, conforme Planejar e executar a regulação médica da atenção
normas vigentes e pactuações estabelecidas, incluindo pré-hospitalar às urgências, conforme normas vigentes
aqueles sistemas que garantam a solicitação e autoriza- e pactuações estabelecidas;
ção de procedimentos, o processamento da produção e Elaborar contratos com os prestadores de acordo
preparação para a realização de pagamentos; com a política nacional de contratação de serviços de
Desenvolver e gerenciar sistemas de informação saúde e em conformidade com o planejamento e a pro-
epidemiológica e sanitária, bem como assegurar a di- gramação pactuada e integrada da atenção à saúde;
Monitorar e fiscalizar os contratos e convênios com
vulgação de informações e análises.
prestadores contratados e conveniados, bem como das
unidades públicas;
RESPONSABILIDADES NA REGULAÇÃO,
Monitorar e fiscalizar a execução dos procedimentos
CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA realizados em cada estabelecimento por meio das ações
de controle e avaliação hospitalar e ambulatorial;
- MUNICÍPIOS Monitorar e fiscalizar e o cumprimento dos critérios
Todo município deve: nacionais, estaduais e municipais de credenciamento de
monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos finan- serviços;

26
PACTO PELA SAÚDE 2006

Implementar a avaliação das ações de saúde nos Operar os complexos reguladores no que se refere
estabelecimentos de saúde, por meio de análise de no que se refere à referencia intermunicipal, conforme
dados e indicadores e verificação de padrões de con- pactuação;
formidade; Monitorar a implementação e operacionalização das
Implementar a auditoria sobre toda a produção de centrais de regulação;
serviços de saúde, públicos e privados, sob sua gestão, Cooperar tecnicamente com os municípios para a
tomando como referência as ações previstas no plano qualificação das atividades de cadastramento, contra-
municipal de saúde e em articulação com as ações de tação, controle, avaliação, auditoria e pagamento aos
controle, avaliação e regulação assistencial; prestadores dos serviços localizados no território muni-
Realizar auditoria assistencial da produção de servi- cipal e vinculados ao SUS;
ços de saúde, públicos e privados, sob sua gestão; Monitorar e fiscalizar contratos e convênios com
Elaborar normas técnicas, complementares às das prestadores contratados e conveniados, bem como das
esferas estadual e federal, para o seu território. unidades públicas;
Elaborar contratos com os prestadores de acordo
– ESTADOS com a política nacional de contratação de serviços de
Elaborar as normas técnicas complementares à da saúde, em conformidade com o planejamento e a pro-
esfera federal, para o seu território; gramação da atenção;
Monitorar a aplicação dos recursos financeiros re- Credenciar os serviços de acordo com as normas vi-
cebidos por meio de transferência regular e automática gentes e com a regionalização e coordenar este proces-
(fundo a fundo) e por convênios; so em relação aos municípios;
Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos finan- Fiscalizar e monitorar o cumprimento dos critérios
ceiros transferidos aos fundos municipais; estaduais e nacionais de credenciamento de serviços
Monitorar o cumprimento pelos municípios: dos pelos prestadores;
planos de saúde, dos relatórios de gestão, da operação Monitorar o cumprimento, pelos municípios, das
dos fundos de saúde, indicadores e metas do pacto de programações físico-financeira definidas na programa-
gestão, da constituição dos serviços de regulação, con- ção pactuada e integrada da atenção à saúde;
trole avaliação e auditoria e da participação na progra- Fiscalizar e monitorar o cumprimento, pelos mu-
mação pactuada e integrada da atenção à saúde; nicípios, das normas de solicitação e autorização das
Apoiar a identificação dos usuários do SUS no âm- internações e dos procedimentos ambulatoriais espe-
bito estadual, com vistas à vinculação de clientela e à cializados;
sistematização da oferta dos serviços; Estabelecer e monitorar a programação físico-financei-
Manter atualizado o cadastramento no Sistema Na- ra dos estabelecimentos de saúde sob sua gestão; observar
cional de Cadastro de Estabelecimentos e Profissionais as normas vigentes de solicitação e autorização dos pro-
de Saúde, bem como coordenar e cooperar com os mu- cedimentos hospitalares e ambulatoriais, monitorando e
nicípios nesta atividade; fiscalizando a sua execução por meio de ações de controle,
Elaborar e pactuar protocolos clínicos e de regulação avaliação e auditoria; processar a produção dos estabeleci-
de acesso, no âmbito estadual, em consonância com os mentos de saúde próprios e contratados e realizar o paga-
protocolos e diretrizes nacionais, apoiando os Municí- mento dos prestadores de serviços;
pios na implementação dos mesmos; Monitorar e avaliar o funcionamento dos Consór-
Controlar a referência a ser realizada em outros es- cios Intermunicipais de Saúde;
tados, de acordo com a programação pactuada e in- Monitorar e avaliar o desempenho das redes regio-
tegrada da atenção à saúde, procedendo a solicitação nais hierarquizadas estaduais;
e/ou autorização prévia, quando couber; Implementar avaliação das ações de saúde nos esta-
Operar a central de regulação estadual, para as re- belecimentos, por meio de análise de dados e indicado-
ferências interestaduais pactuadas, em articulação com res e verificação de padrões de conformidade;
as centrais de regulação municipais; Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde,
Coordenar e apoiar a implementação da regulação realizadas pelos municípios e pelo gestor estadual;
da atenção pré-hospitalar às urgências de acordo com Supervisionar a rede de laboratórios públicos e
a regionalização e conforme normas vigentes e pactu- privados que realizam análises de interesse da saúde
ações estabelecidas; pública;
Estimular e apoiar a implantação dos complexos regu- Elaborar normas complementares para a avaliação
ladores municipais; tecnológica em saúde;
Participar da co-gestão dos complexos reguladores mu- Avaliar e auditar os sistemas de saúde municipais
nicipais, no que se refere às referências intermunicipais; de saúde;

27
PACTO PELA SAÚDE 2006

Implementar auditoria sobre toda a produção de prestadores contratados e conveniados, bem como das
serviços de saúde, pública e privada, sob sua gestão e unidades públicas;
em articulação com as ações de controle, avaliação e Elaborar contratos com os prestadores de acordo
regulação assistencial; com a política nacional de contratação de serviços de
Realizar auditoria assistencial da produção de servi- saúde, em conformidade com o planejamento e a pro-
ços de saúde, públicos e privados, sob sua gestão. gramação da atenção;
Credenciar os serviços de acordo com as normas vi-
– DISTRITO FEDERAL gentes e com a regionalização;
Elaborar as normas técnicas complementares à da Monitorar e avaliar o funcionamento dos Consór-
esfera federal, para o seu território; cios de Saúde;
Monitorar a aplicação dos recursos financeiros re- Monitorar e avaliar o desempenho das redes regio-
cebidos por meio de transferência regular e automática nais hierarquizadas;
(fundo a fundo) e por convênios; Implementar avaliação das ações de saúde nos esta-
Realizar a identificação dos usuários do SUS no belecimentos, por meio de análise de dados e indicado-
âmbito do Distrito Federal, com vistas à vinculação de res e verificação de padrões de conformidade;
clientela e à sistematização da oferta dos serviços; Monitorar e fiscalizar a execução dos procedimentos
Manter atualizado o cadastramento no Sistema Na- realizados em cada estabelecimento por meio das ações
cional de Cadastro de Estabelecimentos e Profissionais de controle e avaliação hospitalar e ambulatorial;
de Saúde no seu território, segundo normas do Minis- Supervisionar a rede de laboratórios públicos e pri-
tério da Saúde; vados que realizam análises de interesse da saúde pú-
Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, blica;
realizadas em seu território, por intermédio de indica- Elaborar normas complementares para a avaliação
dores de desempenho, envolvendo aspectos epidemio- tecnológica em saúde;
lógicos e operacionais; Implementar auditoria sobre toda a produção de
Elaborar e implantar protocolos clínicos, terapêuti- serviços de saúde, pública e privada, em articulação
cos e de regulação de acesso, no âmbito do Distrito com as ações de controle, avaliação e regulação assis-
Federal, em consonância com os protocolos e diretrizes tencial.
nacionais;
Controlar a referência a ser realizada em outros es- – UNIÃO
tados, de acordo com a programação pactuada e in- Cooperar tecnicamente com os estados, o Distrito
tegrada da atenção à saúde, procedendo a solicitação Federal e os municípios para a qualificação das ativi-
e/ou autorização prévia; dades de cadastramento, contratação, regulação, con-
Operar a central de regulação do Distrito Federal, trole, avaliação, auditoria e pagamento aos prestadores
para as referências interestaduais pactuadas, em arti- dos serviços vinculados ao SUS;
culação com as centrais de regulação estaduais e mu- Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos finan-
nicipais; ceiros transferidos fundo a fundo e por convênio aos
Implantar e operar o complexo regulador dos servi- fundos de saúde dos estados, do Distrito Federal e dos
ços presentes no seu território, de acordo com a pactu- municípios;
ação estabelecida; Monitorar o cumprimento pelos estados, Distrito
Coordenar e apoiar a implementação da regulação Federal e municípios dos planos de saúde, dos relató-
da atenção pré-hospitalar às urgências de acordo com rios de gestão, da operação dos fundos de saúde, dos
a regionalização e conforme normas vigentes e pactu- pactos de indicadores e metas, da constituição dos ser-
ações estabelecidas viços de regulação, controle avaliação e auditoria e da
Executar o controle do acesso do seu usuário aos realização da programação pactuada e integrada da
leitos disponíveis, às consultas, terapias e exames es- atenção à saúde;
pecializados, disponíveis no seu território, que pode ser Coordenar, no âmbito nacional, a estratégia de
feito por meio de centrais de regulação; identificação dos usuários do SUS;
Coordenar e cooperar com os estados, o Distrito Fe-
Definir a programação físico-financeira por estabe-
deral e os municípios no processo de cadastramento de
lecimento de saúde; observar as normas vigentes de Estabelecimentos e Profissionais de Saúde;
solicitação e autorização dos procedimentos hospitala- Definir e pactuar a política nacional de contratação
res e ambulatoriais; processar a produção dos estabe- de serviços de saúde;
lecimentos de saúde próprios e contratados e realizar o Propor e pactuar os critérios de credenciamento dos
pagamento dos prestadores de serviços; serviços de saúde;
Monitorar e fiscalizar contratos e convênios com Propor e pactuar as normas de solicitação e autoriza-

28
PACTO PELA SAÚDE 2006

ção das internações e dos procedimentos ambulatoriais acordo com o pactuado e/ou com a complexidade da
especializados, de acordo com as Políticas de Atenção rede de serviços localizada no território municipal
Especializada; Estabelecer, sempre que possível, espaços de nego-
Elaborar, pactuar e manter as tabelas de procedi- ciação permanente entre trabalhadores e gestores;
mentos enquanto padrão nacional de utilização dos Desenvolver estudos e propor estratégias e finan-
mesmos e de seus preços; ciamento tripartite com vistas à adoção de política refe-
Estruturar a política nacional de regulação da aten- rente aos recursos humanos descentralizados;
ção à saúde, conforme pactuação na CIT, contemplan- Considerar as diretrizes nacionais para Planos de
do apoio financeiro, tecnológico e de educação perma- Carreiras, Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS,
nente; quando da elaboração, implementação e/ou reformu-
Estimular e apoiar a implantação dos complexos re- lação de Planos de Cargos e Salários no âmbito da ges-
guladores; tão local;
Cooperar na implantação e implementação dos Implementar e pactuar diretrizes para políticas de
complexos reguladores; educação e gestão do trabalho que favoreçam o provi-
Coordenar e monitorar a implementação e opera- mento e a fixação de trabalhadores de saúde, no âmbi-
cionalização das centrais de regulação interestaduais, to municipal, notadamente em regiões onde a restrição
garantindo o acesso às referências pactuadas; de oferta afeta diretamente a implantação de ações es-
Coordenar a construção de protocolos clínicos e de tratégicas para a atenção básica.
regulação de acesso nacionais, em parceria com os es-
tados, o Distrito Federal e os municípios, apoiando–os – ESTADOS
na utilização dos mesmos; Promover e desenvolver políticas de gestão do tra-
Acompanhar, monitorar e avaliar a atenção básica, balho, considerando os princípios da humanização, da
nas demais esferas de gestão, respeitadas as competên- participação e da democratização das relações de tra-
cias estaduais, municipais e do Distrito Federal; balho;
Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, Desenvolver estudos e propor estratégias e finan-
realizadas pelos municípios, Distrito Federal, estados e ciamento tripartite com vistas à adoção de política refe-
pelo gestor federal, incluindo a permanente avaliação rente aos recursos humanos descentralizados;
dos sistemas de vigilância epidemiológica e ambiental Promover espaços de negociação permanente entre
em saúde; trabalhadores e gestores, no âmbito estadual e regio-
Normatizar, definir fluxos técnico-operacionais e su- nal;
pervisionar a rede de laboratórios públicos e privados Adotar vínculos de trabalho que garantam os direi-
que realizam análises de interesse em saúde pública; tos sociais e previdenciários dos trabalhadores de saú-
Avaliar o desempenho das redes regionais e de refe- de na sua esfera de gestão e de serviços, promovendo
rências interestaduais; ações de adequação de vínculos, onde for necessário,
Responsabilizar-se pela avaliação tecnológica em conforme legislação vigente e apoiando técnica e fi-
saúde; nanceiramente os municípios na mesma direção;
Avaliar e auditar os sistemas de saúde estaduais e Considerar as diretrizes nacionais para Planos de
municipais. Carreiras, Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS,
quando da elaboração, implementação e/ou reformu-
RESPONSABILIDADES NA GESTÃO DO lação de Planos de Cargos e Salários no âmbito da ges-
TRABALHO tão estadual;
Propor e pactuar diretrizes para políticas de educa-
- MUNICÍPIOS ção e gestão do trabalho que favoreçam o provimento
Todo município deve: e a fixação de trabalhadores de saúde, no âmbito es-
promover e desenvolver políticas de gestão do tra- tadual, notadamente em regiões onde a restrição de
balho, considerando os princípios da humanização, da oferta afeta diretamente a implantação de ações estra-
participação e da democratização das relações de tra- tégicas para a atenção básica.
balho;
adotar vínculos de trabalho que garantam os direi- – DISTRITO FEDERAL
tos sociais e previdenciários dos trabalhadores de saú- Desenvolver estudos quanto às estratégias e finan-
de na sua esfera de gestão e de serviços, promovendo ciamento tripartite de política de reposição da força de
ações de adequação de vínculos, onde for necessário, trabalho descentralizada;
conforme legislação vigente; Implementar espaços de negociação permanente
As responsabilidades a seguir serão atribuídas de entre trabalhadores e gestores, no âmbito do Distrito

29
PACTO PELA SAÚDE 2006

Federal e regional; nente em saúde e processos relativos à mesma, orien-


Adotar vínculos de trabalho que garantam os direi- tados pela integralidade da atenção à saúde, criando
tos sociais e previdenciários dos trabalhadores de saú- quando for o caso, estruturas de coordenação e de
de na sua esfera de gestão e de serviços, promovendo execução da política de formação e desenvolvimento,
ações de adequação de vínculos, onde for necessário, participando no seu financiamento;
conforme legislação vigente; promover diretamente ou em cooperação com o esta-
Considerar as diretrizes nacionais para Planos de do, com os municípios da sua região e com a união, pro-
Carreiras, Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS, cessos conjuntos de educação permanente em saúde;
quando da elaboração, implementação e/ou reformu- apoiar e promover a aproximação dos movimentos
lação de Planos de Cargos e Salários no âmbito da ges- de educação popular em saúde na formação dos profis-
tão do Distrito Federal; sionais de saúde, em consonância com as necessidades
Propor e pactuar diretrizes para políticas de educa- sociais em saúde;
ção e de gestão do trabalho que favoreçam o provi- incentivar junto à rede de ensino, no âmbito mu-
mento e a fixação de trabalhadores de saúde, no âmbi- nicipal, a realização de ações educativas e de conheci-
to do Distrito Federal, notadamente em regiões onde a mento do SUS;
restrição de oferta afeta diretamente a implantação de As responsabilidades a seguir serão atribuídas de
ações estratégicas para a atenção básica. acordo com o pactuado e/ou com a complexidade da
rede de serviços localizada no território municipal
– UNIÃO Articular e cooperar com a construção e implemen-
Promover, desenvolver e pactuar políticas de gestão tação de iniciativas políticas e práticas para a mudança
do trabalho considerando os princípios da humaniza- na graduação das profissões de saúde, de acordo com
ção, da participação e da democratização das relações as diretrizes do SUS;
de trabalho, apoiando os gestores estaduais e munici- Promover e articular junto às Escolas Técnicas de
pais na implementação das mesmas; Saúde uma nova orientação para a formação de pro-
Desenvolver estudos e propor estratégias e finan- fissionais técnicos para o SUS, diversificando os campos
ciamento tripartite com vistas à adoção de políticas re- de aprendizagem;
ferentes à força de trabalho descentralizada;
Fortalecer a Mesa Nacional de Negociação Perma- – ESTADOS
nente do SUS como um espaço de negociação entre Formular, promover e apoiar a gestão da educação
trabalhadores e gestores e contribuir para o desenvol- permanente em saúde e processos relativos à mesma
vimento de espaços de negociação no âmbito estadual, no âmbito estadual;
regional e/ou municipal; Promover a integração de todos os processos de
Adotar vínculos de trabalho que garantam os direi- capacitação e desenvolvimento de recursos humanos à
tos sociais e previdenciários dos trabalhadores de saú- política de educação permanente, no âmbito da gestão
de na sua esfera de gestão e de serviços, promovendo estadual do SUS;
ações de adequação de vínculos, onde for necessário, Apoiar e fortalecer a articulação com os municípios
conforme legislação vigente e apoiando técnica e finan- e entre os mesmos, para os processos de educação e
ceiramente os estados e municípios na mesma direção; desenvolvimento de trabalhadores para o SUS;
Formular, propor, pactuar e implementar as Diretri- Articular o processo de vinculação dos municípios às
zes Nacionais para Planos de Carreiras, Cargos e Salários referências para o seu processo de formação e desen-
no âmbito do Sistema Único de Saúde – PCCS/SUS; volvimento;
Propor e pactuar diretrizes para políticas de educa- Articular e participar das políticas regulatórias e de
ção e de gestão do trabalho que favoreçam o provi- indução de mudanças no campo da graduação e da es-
mento e a fixação de trabalhadores de saúde, no âmbi- pecialização das profissões de saúde;
to nacional, notadamente em regiões onde a restrição Articular e pactuar com o Sistema Estadual de Edu-
de oferta afeta diretamente a implantação de ações cação, processos de formação de acordo com as neces-
estratégicas para a atenção básica. sidades do SUS, cooperando com os demais gestores,
para processos na mesma direção;
RESPONSABILIDADES NA EDUCAÇÃO NA Desenvolver ações e estruturas formais de educação
SAÚDE técnica em saúde com capacidade de execução descen-
tralizada no âmbito estadual;
- MUNICÍPIOS
Todo município deve: – DISTRITO FEDERAL
formular e promover a gestão da educação perma- Formular e promover a gestão da educação perma-

30
PACTO PELA SAÚDE 2006

nente em saúde e processos relativos à mesma, orien- apoiar o processo de mobilização social e institucio-
tados pela integralidade da atenção à saúde, criando nal em defesa do SUS;
quando for o caso, estruturas de coordenação e de prover as condições materiais, técnicas e administra-
execução da política de formação e desenvolvimento, tivas necessárias ao funcionamento do Conselho Muni-
participando no seu financiamento; cipal de Saúde, que deverá ser organizado em confor-
Promover a integração de todos os processos de midade com a legislação vigente;
capacitação e desenvolvimento de recursos humanos à organizar e prover as condições necessárias à reali-
política de educação permanente; zação de Conferências Municipais de Saúde;
Articular e participar das políticas regulatórias e de estimular o processo de discussão e controle social
indução de mudanças no campo da graduação e da es- no espaço regional;
pecialização das profissões de saúde; apoiar o processo de formação dos conselheiros de
Articular e cooperar com a construção e implemen- saúde;
tação de iniciativas políticas e práticas para a mudança promover ações de informação e conhecimento
na graduação das profissões de saúde, de acordo com acerca do SUS, junto à população em geral;
as diretrizes do SUS; Apoiar os processos de educação popular em saúde,
Articular e pactuar com o Sistema Estadual de Edu- com vistas ao fortalecimento da participação social do
cação, processos de formação de acordo com as neces- SUS;
sidades do SUS, cooperando com os demais gestores, A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo
para processos na mesma direção; com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de
Desenvolver ações e estruturas formais de educação serviços localizada no território municipal
técnica em saúde com capacidade de execução descen- Implementar ouvidoria municipal com vistas ao for-
talecimento da gestão estratégica do SUS, conforme
tralizada no âmbito do Distrito Federal;
diretrizes nacionais.
Promover e articular junto às Escolas Técnicas de
Saúde uma nova orientação para a formação de pro- – ESTADOS
fissionais técnicos para o SUS, diversificando os campos
Apoiar o processo de mobilização social e institucio-
de aprendizagem;
nal em defesa do SUS;
Apoiar e promover a aproximação dos movimentos
Prover as condições materiais, técnicas e administra-
de educação popular em saúde da formação dos profis-
tivas necessárias ao funcionamento do Conselho Esta-
sionais de saúde, em consonância com as necessidades
dual de Saúde, que deverá ser organizado em confor-
sociais em saúde;
Incentivar, junto à rede de ensino, a realização de midade com a legislação vigente;
ações educativas e de conhecimento do SUS; Organizar e prover as condições necessárias à reali-
zação de Conferências Estaduais de Saúde;
Estimular o processo de discussão e controle social
– UNIÃO
no espaço regional;
Formular, promover e pactuar políticas de educação
Apoiar o processo de formação dos conselheiros de
permanente em saúde, apoiando técnica e financeira-
saúde;
mente estados e municípios no desenvolvimento das
Promover ações de informação e conhecimento
mesmas; acerca do SUS, junto à população em geral;
Promover a integração de todos os processos de Apoiar os processos de educação popular em saúde,
capacitação e desenvolvimento de recursos humanos à com vistas ao fortalecimento da participação social do SUS;
política de educação permanente, no âmbito da gestão Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao for-
nacional do SUS; talecimento da gestão estratégica do SUS, conforme
Propor e pactuar políticas regulatórias no campo da diretrizes nacionais.
graduação e da especialização das profissões de saúde;
Articular e propor políticas de indução de mudanças – DISTRITO FEDERAL
na graduação das profissões de saúde; Apoiar o processo de mobilização social e institucio-
Propor e pactuar com o sistema federal de educa- nal em defesa do SUS;
ção, processos de formação de acordo com as necessi- Prover as condições materiais, técnicas e administra-
dades do SUS, articulando os demais gestores na mes- tivas necessárias ao funcionamento do Conselho Esta-
dual de Saúde, que deverá ser organizado em confor-
ma direção;
midade com a legislação vigente;
Organizar e prover as condições necessárias à reali-
RESPONSABILIDADES NA PARTICIPAÇÃO E zação de Conferências Estaduais de Saúde;
CONTROLE SOCIAL Estimular o processo de discussão e controle social
no espaço regional;
- MUNICÍPIOS Apoiar o processo de formação dos conselheiros de
Todo município deve: saúde;

31
PACTO PELA SAÚDE 2006

Promover ações de informação e conhecimento Anualmente, no mês de março, devem ser revistas
acerca do SUS, junto à população em geral; as metas, os objetivos e os indicadores do Termo de
Apoiar os processos de educação popular em saúde, Compromisso de Gestão.
com vistas ao fortalecimento da participação social do O Termo de Compromisso de Gestão substitui o
SUS; atual processo de habilitação, conforme detalhamento
Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao for- em portaria específica.
talecimento da gestão estratégica do SUS, conforme Fica extinto o processo de habilitação para estados
diretrizes nacionais e municípios, conforme estabelecido na NOB SUS 01/–
96 e na NOAS SUS 2002.
- UNIÃO Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de Com-
Apoiar o processo de mobilização social e institucio- promisso de Gestão constante nas Diretrizes Operacio-
nal em defesa do SUS; nais do Pacto pela Saúde 2006, as mesmas prerrogati-
Prover as condições materiais, técnicas e administra- vas e responsabilidades dos municípios e estados que
tivas necessárias ao funcionamento do Conselho Nacio- estão habilitados em Gestão Plena do Sistema, confor-
nal de Saúde, que deverá ser organizado em conformi- me estabelecido na Norma Operacional Básica - NOB
dade com a legislação vigente; SUS 01/96 e na Norma Operacional da Assistência à
Organizar e prover as condições necessárias à reali- Saúde - NOAS SUS 2002.
zação de Conferências Nacionais de Saúde;
Apoiar o processo de formação dos conselheiros de B - PROCESSO DE MONITORAMENTO
saúde; O processo de monitoramento dos Pactos deve se-
Promover ações de informação e conhecimento guir as seguintes diretrizes:
acerca do SUS, junto à população em geral; Ser um processo permanente, de cada ente com re-
Apoiar os processos de educação popular em saúde, lação ao seu próprio âmbito, dos estados com relação
com vistas ao fortalecimento da participação social do aos municípios do seu território, dos municípios com
SUS; relação ao estado, dos municípios e estado com relação
Apoiar o fortalecimento dos movimentos sociais, à União e da união com relação aos estados, municípios
aproximando-os da organização das práticas da saúde e Distrito Federal;
e com as instâncias de controle social da saúde; Ser orientado pelos indicadores, objetivos, metas e
Formular e pactuar a política nacional de ouvidoria responsabilidades que compõem o respectivo Termo de
e implementar o componente nacional, com vistas ao Compromisso de Gestão;
fortalecimento da gestão estratégica do SUS. Estabelecer um processo de monitoramento dos
cronogramas pactuados nas situações onde o muni-
V - IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO DOS cípio, estado e DF não tenham condições de assumir
PACTOS PELA VIDA E DE GESTÃO plenamente suas responsabilidades no momento da as-
sinatura do Termo de Compromisso de Gestão;
A - PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO Desenvolver ações de apoio para a qualificação do
processo de gestão.
Para a implantação destes Pactos ficam acordados
A operacionalização do processo de monitoramento
os seguintes pontos:
A implantação dos Pactos pela Vida e de Gestão, deve ser objeto de regulamentação específica em cada
enseja uma revisão normativa em várias áreas que se- esfera de governo, considerando as pactuações reali-
rão regulamentadas em portarias específicas, pactuadas zadas.
na CIT.
Fica definido o Termo de Compromisso de Gestão, VI - DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO DO SUS
Federal, Estadual, do DF e Municipal, como o docu-
mento de formalização deste Pacto nas suas dimensões A direção do SUS, em cada esfera de governo, é
Pela Vida e de Gestão. composta pelo órgão setorial do poder executivo e pelo
O Termo de Compromisso de Gestão, a ser regula- respectivo Conselho de Saúde, nos termos das Leis Nº
mentado em normatização específica, contém as metas 8.080/90 e Nº 8.142/1990.
e objetivos do Pacto pela Vida, referidas no item I deste
O processo de articulação entre os gestores, nos
documento; as responsabilidades e atribuições de cada
gestor, constantes do item III e os indicadores de mo- diferentes níveis do Sistema, ocorre, preferencialmen-
nitoramento. te, em dois colegiados de negociação: a Comissão In-
Os Termos de Compromisso de Gestão devem ser tergestores Tripartite - CIT e a Comissão Intergestores
aprovados nos respectivos Conselhos de Saúde. Bipartite - CIB, que pactuarão sobre a organização, di-
Nos Termos de Compromisso de Gestão Estadual e reção e gestão da saúde.
Municipal, podem ser acrescentadas as metas munici- A CIT é composta, paritariamente, por representa-
pais, regionais e estaduais, conforme pactuação; ção do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de

32
PACTO PELA SAÚDE 2006

Secretários de Saúde - CONASS e do Conselho Nacio- definição das normas ordenadoras do Sistema Único de
nal de Secretários Municipais de Saúde – CONASEMS, Saúde;
sendo um espaço tripartite para a elaboração de pro- Considerando as Comissões Intergestores Bipartite
postas para a implantação e operacionalização do SUS. (CIB) como instâncias de pactuação para a realização
A CIB, composta igualmente de forma paritária, é dos pactos intra-estaduais e a definição de modelos or-
integrada por representação da Secretaria Estadual de ganizacionais, a partir de diretrizes e normas pactuadas
Saúde (SES) e do Conselho Estadual de Secretários Mu- na Comissão Intergestores Tripartite (CIT); e
nicipais de Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente é a Considerando o Anexo II – Diretrizes Operacionais
instância privilegiada de negociação e decisão quanto do Pacto pela Saúde – Consolidação do SUS, da Portaria
aos aspectos operacionais do SUS. Um dos represen- nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006,
tantes dos municípios é, necessariamente, o Secretário
de Saúde da Capital. Como parte do processo de cons- R E S O L V E:
tituição das regiões de saúde devem ser constituídos
Colegiados de Gestão Regionais. Art. 1º Definir que os processos administrativos re-
A definição sobre o número de membros de cada lativos à gestão do SUS sejam definidos e pactuados no
CIB deve considerar as diferentes situações de cada es- âmbito das Comissões Intergestores Bipartite (CIB).
tado, como número de municípios, número de regiões § 1º Os processos pactuados no âmbito de cada
de saúde, buscando a maior representatividade possí- CIB deverão respeitar as diretrizes aprovadas na CIT e
vel. os critérios técnicos das portarias específicas do Minis-
As decisões da CIB e CIT serão tomadas sempre por tério da Saúde.
consenso. § 2º A CIB terá o prazo de 30 dias para se posicionar.
As conclusões das negociações pactuadas na CIT Art. 2º Serão descentralizados na primeira etapa os
e na CIB serão formalizadas em ato próprio do gestor processos referentes às áreas: hospitalar, de saúde do
respectivo. trabalhador e de média e alta complexidade, conforme
As decisões das Comissões Intergestores que versa- o Anexo a esta Portaria.
rem sobre matéria da esfera de competência dos Con- Parágrafo único. As áreas constantes do Anexo a
selhos de Saúde deverão ser submetidas à apreciação esta Portaria têm prazos distintos para o processo de
do Conselho respectivo. descentralização.
Art. 3º Definir que para a garantia da permanente
PORTARIA GM/MS 598 qualificação do processo de descentralização seja efe-
(DE 23 DE MARÇO DE 2006). tuado o desenvolvimento de ações como:
I - oferta de capacitação das equipes técnicas de
Define que os processos administrativos relati- estados e de municípios para adequada realização das
vos à gestão do SUS sejam definidos e pactuados no ações descentralizadas;
âmbito das Comissões Intergestores Bipartite. II - apoio técnico às CIBs, por parte da CIT e do Mi-
nistério da Saúde (MS), como forma de estabelecer um
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de processo permanente de qualificação das pactuações
suas atribuições, e em curso; e
Considerando o art. 198 da Constituição Federal e o III - definição das informações estratégicas, cons-
inciso IX do art. 7º da Lei nº 8.080 de 1990, que apon- tantes do Anexo a esta Portaria, que devem ser envia-
tam a descentralização como uma diretriz e princípio, das ao MS para subsidiar o processo de homologação,
respectivamente, do Sistema Único de Saúde (SUS); monitoramento e avaliação.
Considerando a disposição do Ministério da Saúde Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
em priorizar seu papel de proposição de políticas, par- publicação.
ticipação no co-financiamento, desenvolvimento das Art. 5º Fica revogado itens 1.1.3 e 1.1.4 do Anexo
ações de cooperação técnica, avaliação, controle e fis- II à Portaria nº 1.273/GM, de 21 de novembro de 2000,
calização, além da mediação de conflitos; publicada no Diário Oficial da União de 23 de novem-
Considerando a necessidade de aproximar os pro- bro de 2000, Seção 1, página 51, os itens 2.5, 2.6, 2.8,
cessos de descentralização, de organização e de gestão 3.3, 3.4 e 3.5 do Anexo I à Portaria SAS/MS nº 95, de
do SUS às suas atuais exigências e demandas; 16 de fevereiro de 2005, publicada no Diário Oficial
Considerando a necessidade de fortalecer as Comis- da União nº 31, de 16 de fevereiro de 2005, Seção 1,
sões Intergestores Bipartite e Tripartite como espaços página 32, o art. 9º, o § 2º do art. 9º e o item 1.2.4 do
privilegiados para processos de pactuação intergesto- Anexo I à Portaria SAS nº 118, de 23 de fevereiro de
res, objetivando a qualificação, o aperfeiçoamento e a 2005, publicada no Diário Oficial da União nº 37, de 24

33
PACTO PELA SAÚDE 2006

de fevereiro de 2005, Seção 1, página 47, os itens 1.2.4


e 1.2.6, do Anexo I à Portaria SAS/MS nº 210, de 15
de julho de 2004, publicada no Diário Oficial da União
nº 117, de 21 de junho de 2004, Seção 1, página 43, o
item I) nº 4 letra L e item II) nº 2 letras a e b do Anexo
à Portaria SAS/MS nº 211, de 15 de julho de 2004,
publicada no Diário Oficial da União nº 115, de 17 de
junho de 2004, Seção 1, página 93, item I) Disposições
Gerais - letras A, B e D do Anexo II à Portaria SAS/MS
nº 587, de 7 de outubro de 2004, publicada no Diário
Oficial da União nº 196, de 11 de outubro de 2004,
Seção 1, página 105, e os itens 1.2.3 e 1.2.4 do Anexo
I, à Portaria SAS/MS nº 472, de 24 de julho de 2002,
publicada no Diário Oficial da União nº 141, de 24 de
julho de 2002, Seção 1, página 132.

SARAIVA FELIPE

34
PACTO PELA SAÚDE 2006

PORTARIA GM/MS 648 Art. 4º Ficando revogadas as Portarias nº 1.882/


(DE 28 DE MARÇO DE 2006). GM, de 18 de dezembro de 1997, publicada no Diário
Oficial da União nº 247, de 22 de dezembro de 1997,
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, es- Seção 1, página 10, nº 1.884/GM, de 18 de dezembro
tabelecendo a revisão de diretrizes e normas para de 1997, publicada no Diário Oficial da União nº 247,
a organização da Atenção Básica para o Programa de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, página 11, nº
Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Co- 1.885/GM, de 18 de dezembro de 1997, publicada no
munitários de Saúde (PACS). Diário Oficial da União nº 247, de 22 de dezembro de
1997, Seção 1, página 11, nº 1.886/GM, de 18 de de-
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de zembro de 1997, publicada no Diário Oficial da União
suas atribuições, e nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, página
Considerando a necessidade de revisar e adequar 11, nº 59/GM, de 16 de janeiro de 1998, publicada no
as normas nacionais ao atual momento do desenvolvi- Diário Oficial da União nº 14-E, de 21 de janeiro de
mento da atenção básica no Brasil; 1998, Seção 1, página 2, nº 157/GM, de 19 de feve-
Considerando a expansão do Programa Saúde da reiro de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº
Família (PSF) que se consolidou como a estratégia prio- 58, de 26 de março de 1998, Seção 1, página 104, nº
ritária para reorganização da atenção básica no Brasil; 2.101/GM, de 27 de fevereiro de 1998, publicada no
Considerando a transformação do PSF em uma es- Diário Oficial da União nº 42, de 4 de março de 1998,
tratégia de abrangência nacional que demonstra neces- Seção 1, página 70, nº 3.476/GM, de 20 de agosto de
sidade de adequação de suas normas, em virtude da 1998, publicada no Diário Oficial da União nº 160, de
experiência acumulada nos diversos estados e municí- 21 de agosto de 1998, Seção 1, página 55, nº 3.925/
pios brasileiros; GM, de 13 de novembro de 1998, publicada no Diário
Considerando os princípios e as diretrizes propostos Oficial da União nº 22-E, 2 de fevereiro de 1999, Seção
nos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, 1, página 23, nº 223/GM, de 24 de março de 1999,
entre as esferas de governo na consolidação do SUS, publicada no Diário Oficial da União nº 57, de 25 de
que inclui a desfragmentação do financiamento da março de 1999, Seção 1, página 15, nº 1.348/GM, de
Atenção Básica;
18 de novembro de 1999, publicada no Diário Oficial
Considerando a diretriz do Governo Federal de exe-
da União nº 221, de 19 de novembro de 1999, Se-
cutar a gestão pública por resultados mensuráveis; e
ção 1, página 29, nº 1.013/GM, de 8 de setembro de
Considerando a pactuação na Reunião da Comissão
Intergestores Tripartite do dia 23 de março de 2006, 2000, publicada no Diário Oficial da União nº 175-E,
de 11 de setembro de 2000, Seção 1, página 33, nº
R E S O L V E: 267/GM, de 6 de março de 2001, publicada no Diário
Oficial da União nº 46, de 7 de março de 2001, Seção
Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Atenção Bá- 1, página 67, nº 1.502/GM, de 22 de agosto de 2002,
sica, com vistas à revisão da regulamentação de im- publicada no Diário Oficial da União nº 163, de 23 de
plantação e operacionalização vigentes, nos termos agosto de 2002, Seção 1, página 39, nº 396/GM, de 4
constantes do Anexo a esta Portaria. de abril de 2003, publicada no Diário Oficial da União
Parágrafo único. A Secretaria de Atenção à Saúde, nº 104, de 2 de junho de 2003, Seção 1, página 21, nº
do Ministério da Saúde (SAS/MS) publicará manuais e 673/GM, de 3 de junho de 2003, publicada no Diário
guias com detalhamento operacional e orientações es- Oficial da União nº 106, de 4 de junho de 2003, Se-
pecíficas desta Política. ção 1, página 44, nº 674/GM, de 3 de junho de 2003,
Art. 2º Definir que os recursos orçamentários de publicada no Diário Oficial da União nº 106, de 4 de
que trata a presente Portaria corram por conta do or- junho de 2003, Seção 1, página 44, nº 675/GM, de 3
çamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os de junho de 2003, publicada no Diário Oficial da União
seguintes Programas de Trabalho: nº 106, de 4 de junho de 2003, Seção 1, página 45,
I - 10.301.1214.0589 - Incentivo Financeiro a Mu- nº 2.081/GM, de 31 de outubro de 2003, publicada
nicípios Habilitados à Parte Variável do Piso de Atenção no Diário Oficial da União nº 214, de 4 de novembro
Básica; de 2003, Seção 1, página 46, nº 74/GM, de 20 de ja-
II - 10.301.1214.8577 - Atendimento Assistencial neiro de 2004, publicada no Diário Oficial da União nº
Básico nos Municípios Brasileiros; e 15, de 23 de janeiro de 2004, Seção 1, página 55, nº
III - 10.301.1214.8581 - Estruturação da Rede de 1.432/GM, de 14 de julho de 2004, publicada no Diá-
Serviços de Atenção Básica de Saúde. rio Oficial da União nº 157, de 16 de agosto de 2004,
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua Seção 1, página 35, nº 1.434/GM, de 14 de julho de
publicação. 2004, publicada no Diário Oficial da União nº 135, de

35
PACTO PELA SAÚDE 2006

15 de julho de 2004, Seção 1, página 36, nº 2.023/ A Atenção Básica tem como fundamentos:
GM, de 23 de setembro de 2004, publicada no Diário I - possibilitar o acesso universal e contínuo a ser-
Oficial da União nº 185, de 24 de setembro de 2004, viços de saúde de qualidade e resolutivos, caracteriza-
Seção 1, página 44, nº 2.024/GM, de 23 de setembro dos como a porta de entrada preferencial do sistema
de 2004, publicada no Diário Oficial da União nº 185, de saúde, com território adscrito de forma a permitir o
de 24 de setembro de 2004, Seção 1, página 44, nº planejamento e a programação descentralizada, e em
2.025/GM, de 23 de setembro de 2004, publicada no consonância com o princípio da eqüidade;
Diário Oficial da União nº 185, de 24 de setembro de II - efetivar a integralidade em seus vários aspectos,
2004, Seção 1, página 45, nº 619/GM, de 25 de abril a saber: integração de ações programáticas e deman-
de 2005, publicada no Diário Oficial da União nº 78, de da espontânea; articulação das ações de promoção à
26 de abril de 2005, Seção 1, página 56, nº 873/GM, saúde, prevenção de agravos, vigilância à saúde, trata-
de 8 de junho de 2005. publicada no Diário Oficial da mento e reabilitação, trabalho de forma interdisciplinar
União nº 110, de 10 de junho de 2005, Seção 1, página e em equipe, e coordenação do cuidado na rede de
74 e nº 82/SAS, de 7 de julho de 1998, publicada no serviços;
Diário Oficial da União nº 128, de 8 de julho de 1998, III - desenvolver relações de vínculo e responsabili-
Seção 1, página 62. zação entre as equipes e a população adscrita garantin-
do a continuidade das ações de saúde e a longitudina-
SARAIVA FELIPE lidade do cuidado;
IV - valorizar os profissionais de saúde por meio do
estímulo e do acompanhamento constante de sua for-
POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA mação e capacitação;
V - realizar avaliação e acompanhamento sistemáti-
CAPÍTULO I co dos resultados alcançados, como parte do processo
Da Atenção Básica de planejamento e programação; e
VI - estimular a participação popular e o controle
1 - DOS PRINCÍPIOS GERAIS social.
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto Visando à operacionalização da Atenção Básica, de-
de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que finem-se como áreas estratégicas para atuação em todo
abrangem a promoção e a proteção da saúde, a pre- o território nacional a eliminação da hanseníase, o con-
venção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a rea- trole da tuberculose, o controle da hipertensão arterial,
bilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por o controle do diabetes mellitus, a eliminação da desnu-
meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias de- trição infantil, a saúde da criança, a saúde da mulher, a
mocráticas e participativas, sob forma de trabalho em saúde do idoso, a saúde bucal e a promoção da saúde.
equipe, dirigidas a populações de territórios bem deli- Outras áreas serão definidas regionalmente de acordo
mitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitá- com prioridades e pactuações definidas nas CIBs.
ria, considerando a dinamicidade existente no território Para o processo de pactuação da atenção bási-
em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de ca será realizado e firmado o Pacto de Indicadores da
elevada complexidade e baixa densidade, que devem Atenção Básica, tomando como objeto as metas anuais
resolver os problemas de saúde de maior freqüência e a serem alcançadas em relação a indicadores de saúde
relevância em seu território. É o contato preferencial acordados. O processo de pactuação da Atenção Básica
dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pe- seguirá regulamentação específica do Pacto de Gestão.
los princípios da universalidade, da acessibilidade e da Os gestores poderão acordar nas CIBs indicadores es-
coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da taduais de Atenção Básica a serem acompanhados em
integralidade, da responsabilização, da humanização, seus respectivos territórios.
da equidade e da participação social.
A Atenção Básica considera o sujeito em sua singu- 2 - DAS RESPONSABILIDADES DE CADA ESFE-
laridade, na complexidade, na integralidade e na inser- RA DE GOVERNO
ção sócio-cultural e busca a promoção de sua saúde, a Os municípios e o Distrito Federal, como gestores
prevenção e tratamento de doenças e a redução de da- dos sistemas locais de saúde, são responsáveis pelo
nos ou de sofrimentos que possam comprometer suas cumprimento dos princípios da Atenção Básica, pela or-
possibilidades de viver de modo saudável. ganização e execução das ações em seu território.
A Atenção Básica tem a Saúde da Família como es- 2.1 - Compete às Secretarias Municipais de
tratégia prioritária para sua organização de acordo com Saúde e ao Distrito Federal:
os preceitos do Sistema Único de Saúde. I - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações

36
PACTO PELA SAÚDE 2006

de Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu ção permanente dos profissionais das equipes; e
território, incluindo as unidades próprias e as cedidas XVII - buscar a viabilização de parcerias com orga-
pelo estado e pela União; nizações governamentais, não governamentais e com o
II - incluir a proposta de organização da Atenção setor privado para fortalecimento da Atenção Básica no
Básica e da forma de utilização dos recursos do PAB âmbito do seu território.
fixo e variável, nos Planos de Saúde municipais e do
Distrito Federal; 2.2 - Compete às Secretarias Estaduais de Saúde
III - inserir preferencialmente, de acordo com sua e ao Distrito Federal:
capacidade institucional, a estratégia de Saúde da Fa- I - contribuir para a reorientação do modelo de
mília em sua rede de serviços, visando à organização atenção à saúde por meio do apoio à Atenção Básica e
sistêmica da atenção à saúde; estímulo à adoção da estratégia Saúde da Família pelos
IV - organizar o fluxo de usuários, visando a garan- serviços municipais de saúde em caráter substitutivo às
tia das referências a serviços e ações de saúde fora do práticas atualmente vigentes para a Atenção Básica;
âmbito da Atenção Básica; II - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite,
V - garantir infra-estrutura necessária ao funciona- estratégias, diretrizes e normas de implementação da
mento das Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de Atenção Básica no Estado, mantidos os princípios gerais
recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes regulamentados nesta Portaria;
para o conjunto de ações propostas; III - estabelecer, no Plano de Saúde Estadual e do
VI - selecionar, contratar e remunerar os profissio- Distrito Federal, metas e prioridades para a organização
nais que compõem as equipes multiprofissionais de da Atenção Básica no seu território;
Atenção Básica, inclusive os da Saúde da Família, em IV - destinar recursos estaduais para compor o fi-
conformidade com a legislação vigente; nanciamento tripartite da Atenção Básica;
VII - programar as ações da Atenção Básica a partir V - pactuar com a Comissão Intergestores Bipartite
de sua base territorial, utilizando instrumento de pro- e informar à Comissão Intergestores Tripartite a defini-
gramação nacional ou correspondente local; ção da utilização dos recursos para Compensação de
VIII - alimentar as bases de dados nacionais com Especificidades Regionais;
os dados produzidos pelo sistema de saúde municipal, VI - prestar assessoria técnica aos municípios no
mantendo atualizado o cadastro de profissionais, de processo de qualificação da Atenção Básica e de amplia-
serviços e de estabelecimentos ambulatoriais, públicos ção e consolidação da estratégia Saúde da Família, com
e privados, sob sua gestão; orientação para organização dos serviços que considere
IX - elaborar metodologias e instrumentos de mo- a incorporação de novos cenários epidemiológicos;
nitoramento e avaliação da Atenção Básica na esfera VII - elaborar metodologias e instrumentos de mo-
nitoramento e avaliação da Atenção Básica na esfera
municipal;
estadual;
X - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias
VIII - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias
organizacionais de qualificação de recursos humanos
organizacionais de qualificação de recursos humanos
para gestão, planejamento, monitoramento e avaliação para gestão, planejamento, monitoramento e avaliação
da Atenção Básica; da Atenção Básica;
XI - definir estratégias de articulação com os servi- IX - definir estratégias de articulação com as gestões
ços de saúde com vistas à institucionalização da avalia- municipais do SUS com vistas à institucionalização da
ção da Atenção Básica; avaliação da Atenção Básica;
XII - firmar, monitorar e avaliar os indicadores do X - firmar, monitorar e avaliar os indicadores do Pac-
Pacto da Atenção Básica no seu território, divulgando to da Atenção Básica no território estadual, divulgando
anualmente os resultados alcançados; anualmente os resultados alcançados;
XIII - verificar a qualidade e a consistência dos da- XI - estabelecer outros mecanismos de controle e
dos alimentados nos sistemas nacionais de informação regulação, monitoramento e avaliação das ações da
a serem enviados às outras esferas de gestão; Atenção Básica e da estratégia Saúde da Família no âm-
XIV - consolidar e analisar os dados de interesse das bito estadual ou do Distrito Federal;
equipes locais, das equipes regionais e da gestão mu- XII - ser co-responsável, junto ao Ministério da Saú-
nicipal, disponíveis nos sistemas de informação, divul- de, pelo monitoramento da utilização dos recursos da
gando os resultados obtidos; Atenção Básica transferidos aos municípios e ao Distrito
XV - acompanhar e avaliar o trabalho da Atenção Federal;
Básica com ou sem Saúde da Família, divulgando as in- XIII - submeter à CIB, para resolução acerca das ir-
formações e os resultados alcançados; regularidades constatadas na execução do PAB fixo e
XVI - estimular e viabilizar a capacitação e a educa- variável, visando:

37
PACTO PELA SAÚDE 2006

a) aprazamento para que o gestor municipal corrija Saúde da Família;


as irregularidades; IV - estabelecer diretrizes nacionais e disponibilizar
b) comunicação ao Ministério da Saúde; e instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o
c) bloqueio do repasse de recursos ou demais provi- processo de capacitação e educação permanente dos
dências consideradas necessárias e regulamentadas profissionais da Atenção Básica;
pela CIB; V - apoiar a articulação de instituições, em parce-
XIV - assessorar os municípios para implantação dos ria com as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais
sistemas de informação da Atenção Básica, como ins- e do Distrito Federal, para capacitação e garantia de
trumentos para monitorar as ações desenvolvidas; educação permanente para os profissionais de saúde da
XV - consolidar, analisar e transferir os arquivos dos Atenção Básica;
sistemas de informação enviados pelos municípios para VI - articular com o Ministério da Educação estra-
tégias de indução às mudanças curriculares nos cursos
o Ministério da Saúde, de acordo com os fluxos e pra-
de graduação na área da saúde, em especial de medici-
zos estabelecidos para cada sistema;
na, enfermagem e odontologia, visando à formação de
XVI - verificar a qualidade e a consistência dos da-
profissionais com perfil adequado à Atenção Básica;
dos enviados pelos municípios por meio dos sistemas VII - assessorar estados, municípios e o Distrito Fe-
informatizados, retornando informações aos gestores deral na implantação dos sistemas de informação da
municipais;
Atenção Básica;
XVII - analisar os dados de interesse estadual, gera-
VIII - analisar dados de interesse nacional, relacio-
dos pelos sistemas de informação, divulgar os resulta-
nados com a Atenção Básica, gerados pelos sistemas
dos obtidos e utilizá-los no planejamento;
de informação em saúde, divulgando os resultados ob-
XVIII - assessorar municípios na análise e gestão dos
sistemas de informação, com vistas ao fortalecimento tidos;
da capacidade de planejamento municipal; IX - elaborar metodologias e instrumentos de mo-
XIX - disponibilizar aos municípios instrumentos nitoramento e avaliação da Atenção Básica de âmbito
técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de nacional;
formação e educação permanente dos membros das X - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias
equipes; organizacionais de qualificação de recursos humanos
XX - articular instituições, em parceria com as Secre- para gestão, planejamento, monitoramento e avaliação
tarias Municipais de Saúde, para capacitação e garantia da Atenção Básica;
de educação permanente aos profissionais de saúde das XI - definir estratégias de articulação com as gestões
equipes de Atenção Básica e das equipes de saúde da estaduais e municipais do SUS com vistas à instituciona-
família;
lização da avaliação da Atenção Básica;
XXI - promover o intercâmbio de experiências en-
XII - monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da
tre os diversos municípios, para disseminar tecnologias
Atenção Básica, no âmbito nacional, divulgando anual-
e conhecimentos voltados à melhoria dos serviços da
Atenção Básica; e mente os resultados alcançados, de acordo com o pro-
XXII - viabilizar parcerias com organismos interna- cesso de pactuação acordado na Comissão Intergesto-
cionais, com organizações governamentais, não-go- res Tripartite;
vernamentais e do setor privado para fortalecimento XIII - estabelecer outros mecanismos de controle e
da Atenção Básica no âmbito do estado e do Distrito regulação, de monitoramento e de avaliação das ações
Federal. da Atenção Básica e da estratégia de Saúde da Família
no âmbito nacional;
XIV - promover o intercâmbio de experiências e es-
2.3 - Compete ao Ministério da Saúde:
timular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que
I - contribuir para a reorientação do modelo de busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tec-
atenção à saúde no País, por meio do apoio à Atenção nologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica; e
Básica e do estímulo à adoção da estratégia de Saúde XV - viabilizar parcerias com organismos inter-
da Família como estruturante para a organização dos nacionais, com organizações governamentais, não
sistemas municipais de saúde; governamentais e do setor privado, para fortaleci-
II - garantir fontes de recursos federais para compor mento da Atenção Básica e da estratégia de saúde
o financiamento do Piso da Atenção Básica – PAB fixo da família no País.
e variável;
III - prestar assessoria técnica aos estados, ao Distri- 3 - DA INFRA-ESTRUTURA E DOS RECURSOS
to Federal e aos municípios no processo de qualificação NECESSÁRIOS
e de consolidação da Atenção Básica e da estratégia de São itens necessários à realização das ações de Aten-

38
PACTO PELA SAÚDE 2006

ção Básica nos municípios e no Distrito Federal: I - definição do território de atuação das UBS;
I - Unidade(s) Básica(s) de Saúde (UBS) com ou sem II - programação e implementação das atividades,
Saúde da Família inscrita(s) no Cadastro Nacional de com a priorização de solução dos problemas de saúde
Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde, de mais freqüentes, considerando a responsabilidade da
acordo com as normas sanitárias vigentes; assistência resolutiva à demanda espontânea;
II – UBS com ou sem Saúde da Família que, de acor- III - desenvolvimento de ações educativas que pos-
do com o desenvolvimento de suas ações, disponibili- sam interferir no processo de saúde-doença da popula-
zem: ção e ampliar o controle social na defesa da qualidade
III - equipe multiprofissional composta por médico, de vida;
IV - desenvolvimento de ações focalizadas sobre
enfermeiro, cirurgião dentista, auxiliar de consultório
os grupos de risco e fatores de risco comportamentais,
dentário ou técnico em higiene dental, auxiliar de en-
alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de pre-
fermagem ou técnico de enfermagem e agente comu-
venir o aparecimento ou a manutenção de doenças e
nitário de saúde, entre outros;
danos evitáveis;
IV - consultório médico, consultório odontológico
V - assistência básica integral e contínua, organi-
e consultório de enfermagem para os profissionais da
zada à população adscrita, com garantia de acesso ao
Atenção Básica;
apoio diagnóstico e laboratorial;
V - área de recepção, local para arquivos e registros,
VI - implementação das diretrizes da Política Nacio-
uma sala de cuidados básicos de enfermagem, uma sala
nal de Humanização, incluindo o acolhimento;
de vacina e sanitários, por unidade;
VII - realização de primeiro atendimento às urgên-
VI - equipamentos e materiais adequados ao elenco
cias médicas e odontológicas;
de ações propostas, de forma a garantir a resolutivida-
de da Atenção Básica; VIII - participação das equipes no planejamento e
VII - garantia dos fluxos de referência e contra-refe- na avaliação das ações;
rência aos serviços especializados, de apoio diagnóstico IX - desenvolvimento de ações intersetoriais, inte-
e terapêutico, ambulatorial e hospitalar; e grando projetos sociais e setores afins, voltados para a
VIII - existência e manutenção regular de estoque promoção da saúde; e
dos insumos necessários para o funcionamento das uni- X - apoio a estratégias de fortalecimento da gestão
dades básicas de saúde, incluindo dispensação de medi- local e do controle social.
camentos pactuados nacionalmente.
Para Unidade Básica de Saúde (UBS) sem Saúde da 6 - DAS ATRIBUIÇÕES DOS MEMBROS DAS
Família em grandes centros urbanos, recomenda-se o EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA
parâmetro de uma UBS para até 30 mil habitantes, lo- As atribuições específicas dos profissionais da Aten-
calizada dentro do território pelo qual tem responsa- ção Básica deverão constar de normatização do municí-
bilidade sanitária, garantindo os princípios da Atenção pio e do Distrito Federal, de acordo com as prioridades
Básica. definidas pela respectiva gestão e as prioridades nacio-
Para UBS com Saúde da Família em grandes centros nais e estaduais pactuadas.
urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma UBS para
até 12 mil habitantes, localizada dentro do território 7 - DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO
pelo qual tem responsabilidade sanitária, garantindo os PERMANENTE
A educação permanente dos profissionais da Aten-
princípios da Atenção Básica.
ção Básica é de responsabilidade conjunta das SMS e
das SES, nos estados, e da Secretaria de Saúde do Dis-
4 - DO CADASTRAMENTO DAS UNIDADES QUE trito Federal.
PRESTAM SERVIÇOS BÁSICOS DE SAÚDE Os conteúdos mínimos da Educação Permanente
O cadastramento das Unidades Básicas de Saúde devem priorizar as áreas estratégicas da Atenção Bási-
será feito pelos gestores municipais e do Distrito Fede- ca, acordadas na CIT, acrescidos das prioridades estadu-
ral em consonância com as normas do Cadastro Nacio- ais, municipais e do Distrito Federal.
nal de Estabelecimentos de Saúde. Devem compor o financiamento da Educação Per-
manente recursos das três esferas de governo acorda-
5 - DO PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUI- dos na CIT e nas CIBs.
PES DE ATENÇÃO BÁSICA Os serviços de atenção básica deverão adequar-se
São características do processo de trabalho das equi- à integração ensino-aprendizagem de acordo com pro-
pes de Atenção Básica: cessos acordados na CIT e nas CIBs.

39
PACTO PELA SAÚDE 2006

CAPÍTULO II e de agentes comunitários de saúde, com exceção da-


queles que devem dedicar ao menos 32 horas de sua
Das Especificidades da Estratégia de Saúde da carga horária para atividades na equipe de SF e até 8
Família horas do total de sua carga horária para atividades de
residência multiprofissional e/ou de medicina de família
1 - PRINCÍPIOS GERAIS e de comunidade, ou trabalho em hospitais de pequeno
A estratégia de Saúde da Família visa à reorganiza- porte, conforme regulamentação específica da Política
ção da Atenção Básica no País, de acordo com os pre- Nacional dos Hospitais de Pequeno Porte;
ceitos do Sistema Único de Saúde. Além dos princípios V - realizar e manter atualizado o cadastro dos ACS,
gerais da Atenção Básica, a estratégia Saúde da Família dos enfermeiros da equipe PACS e dos profissionais das
deve: equipes de Saúde da Família e de Saúde Bucal, bem
I - ter caráter substitutivo em relação à rede de Aten- como da população residente na área de abrangência
ção Básica tradicional nos territórios em que as Equipes das equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS,
Saúde da Família atuam; nos Sistemas Nacionais de Informação em Saúde defini-
II - atuar no território, realizando cadastramento dos para esse fim; e
domiciliar, diagnóstico situacional, ações dirigidas aos VI - estimular e viabilizar a capacitação específica
problemas de saúde de maneira pactuada com a comu- dos profissionais das equipes de Saúde da Família.
nidade onde atua, buscando o cuidado dos indivíduos
e das famílias ao longo do tempo, mantendo sempre 2.2 Compete às Secretarias Estaduais de Saúde:
postura pró-ativa frente aos problemas de saúde-doen- I - pactuar com a Comissão Intergestores Biparti-
ça da população; te estratégias, diretrizes e normas de implementação
III - desenvolver atividades de acordo com o pla- e gestão da Saúde da Família no Estado, mantidos os
nejamento e a programação realizados com base no princípios gerais regulamentados nesta Portaria;
diagnóstico situacional e tendo como foco a família e II - estabelecer no Plano de Saúde estadual metas e
a comunidade; prioridades para a Saúde da Família;
IV - buscar a integração com instituições e organi- III - submeter à Comissão Intergestores Bipartite
zações sociais, em especial em sua área de abrangência, (CIB), no prazo máximo de 30 dias após a data do pro-
para o desenvolvimento de parcerias; e tocolo de entrada do processo, a proposta de implan-
V - ser um espaço de construção de cidadania. tação ou expansão de ESF, ESB e ACS elaborada pelos
municípios e aprovada pelos Conselhos de Saúde dos
2 - DAS RESPONSABILIDADES DE CADA NÍVEL municípios;
DE GOVERNO IV - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de
Além das responsabilidades propostas para a Aten- acompanhamento do cadastramento dos profissionais
ção Básica, em relação à estratégia Saúde da Família, das Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS
os diversos entes federados têm as seguintes respon- nos sistemas de informação nacionais, definidos para
sabilidades: esse fim;
V - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de des-
2.1 Compete às Secretarias Municipais de Saúde credenciamento e/ou o bloqueio de recursos diante de
e ao Distrito Federal: irregularidades constatadas na implantação e no fun-
I - inserir a estratégia de Saúde da Família em sua cionamento das Equipes de Saúde da Família, de Saúde
rede de serviços visando à organização do sistema local Bucal e ACS, a ser publicado como portaria de resolu-
ção da CIB, visando à regularização das equipes que
de saúde;
atuam de forma inadequada;
II - definir, no Plano de Saúde, as características, os
VI - analisar e consolidar as informações enviadas
objetivos, as metas e os mecanismos de acompanha- pelos municípios, referentes à implantação e ao fun-
mento da estratégia Saúde da Família; cionamento das Equipes de Saúde da Família, de Saúde
III - garantir infra-estrutura necessária ao funciona- Bucal e ACS;
mento das equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal VII - enviar, mensalmente, ao Ministério da Saúde
e das unidades básicas de referência dos Agentes Co- o consolidado das informações encaminhadas pelos
munitários de Saúde, dotando-as de recursos materiais, municípios, autorizando a transferência dos incentivos
equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de financeiros federais aos municípios;
ações propostas; VIII - responsabilizar-se perante o Ministério da
IV - assegurar o cumprimento de horário integral Saúde pelo monitoramento, o controle e a avaliação da
– jornada de 40 horas semanais – de todos os profis- utilização dos recursos de incentivo da Saúde da Família
sionais nas equipes de saúde da família, de saúde bucal transferidos aos municípios no território estadual;

40
PACTO PELA SAÚDE 2006

IX - prestar assessoria técnica aos municípios no realizado a partir da população cadastrada no sistema
processo de implantação e ampliação da SF; de informação vigente.
X - articular com as instituições formadoras de re-
cursos humanos do estado estratégias de expansão e 3 - DA INFRA-ESTRUTURA E DOS RECURSOS
qualificação de cursos de pós-graduação, residências NECESSÁRIOS
médicas e multiprofissionais em Saúde da Família e São itens necessários à implantação das Equipes de
educação permanente, de acordo com demandas e ne- Saúde da Família:
cessidades identificadas nos municípios e pactuadas nas I - existência de equipe multiprofissional responsável
CIBs; e por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo a média reco-
XI - acompanhar, monitorar e avaliar o desenvolvi- mendada de 3.000 habitantes, com jornada de trabalho
mento da estratégia Saúde da Família nos municípios, de 40 horas semanais para todos os seus integrantes e
identificando situações em desacordo com a regula- composta por, no mínimo, médico, enfermeiro, auxiliar
mentação, garantindo suporte às adequações necessá- de enfermagem ou técnico de enfermagem e Agentes
rias e divulgando os resultados alcançados. Comunitários de Saúde;
II - número de ACS suficiente para cobrir 100% da
2.3. Compete ao Distrito Federal: população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas
I - estabelecer, no Plano de Saúde do Distrito Fede- por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família;
ral, metas e prioridades para a Saúde da Família; III - existência de Unidade Básica de Saúde inscri-
II - analisar e consolidar as informações referentes à ta no Cadastro Geral de Estabelecimentos de Saúde do
implantação e ao funcionamento das equipes de Saúde Ministério da Saúde, dentro da área para o atendimen-
da Família, de Saúde Bucal e ACS; to das Equipes de Saúde da Família que possua mini-
III - responsabilizar-se junto ao Ministério da Saúde mamente:
pelo monitoramento, o controle e a avaliação da uti- a) consultório médico e de enfermagem para a
lização dos recursos de incentivo da Saúde da Família Equipe de Saúde da Família, de acordo com as neces-
transferidos ao Distrito Federal; e sidades de desenvolvimento do conjunto de ações de
IV - acompanhar, monitorar e avaliar o desenvolvi- sua competência;
mento da estratégia Saúde da Família no Distrito Fede- b) área/sala de recepção, local para arquivos e re-
ral, identificando e adequando situações em desacordo gistros, uma sala de cuidados básicos de enfermagem,
com a regulamentação e divulgando os resultados al- uma sala de vacina e sanitários, por unidade;
cançados. c) equipamentos e materiais adequados ao elenco
de ações programadas, de forma a garantir a resolutivi-
2.4 Compete ao Ministério da Saúde: dade da Atenção Básica à saúde;
I - definir e rever, de forma pactuada, na Comis- IV - garantia dos fluxos de referência e contra-refe-
são Intergestores Tripartite, as diretrizes e as normas da rência aos serviços especializados, de apoio diagnóstico
Saúde da Família; e terapêutico, ambulatorial e hospitalar; e
II - garantir fontes de recursos federais para com- V - existência e manutenção regular de estoque dos
por o financiamento da Atenção Básica organizada por insumos necessários para o funcionamento da UBS.
meio da estratégia Saúde da Família;
III - apoiar a articulação de instituições, em parceria São itens necessários à incorporação de profissionais
com Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do de saúde bucal nas Equipes de Saúde da Família:
Distrito Federal, para capacitação e garantia de educa- I - no caso das Equipes de Saúde Bucal (ESB), mo-
ção permanente específica aos profissionais da Saúde dalidade 1: existência de equipe multiprofissional, com
da Família; composição básica de cirurgião dentista e auxiliar de
IV - articular com o Ministério da Educação estra- consultório dentário, com trabalho integrado a uma ou
tégias de expansão e de qualificação de cursos de pós- duas ESF, com responsabilidade sanitária pela mesma
graduação, residências médicas e multiprofissionais em população e território que as ESF às quais está vincu-
Saúde da Família e em educação permanente; lada, e com jornada de trabalho de 40 horas semanais
V - analisar dados de interesse nacional relaciona- para todos os seus componentes;
dos com a estratégia Saúde da Família, gerados pelos II - no caso das ESB, modalidade 2: existência de
sistemas de informação em saúde, divulgando os resul- equipe multiprofissional, com composição básica de
tados obtidos; e cirurgião dentista, auxiliar de consultório dentário e
VI - para a análise de indicadores, de índices de va- técnico de higiene dental, com trabalho integrado a
lorização de resultados e de outros parâmetros, o cálcu- uma ou duas ESFs, com responsabilidade sanitária pela
lo da cobertura populacional pelas ESF, ESB e ACS será mesma população e território que as ESFs, às quais está

41
PACTO PELA SAÚDE 2006

vinculada, e com jornada de trabalho de 40 horas se- duos, das famílias e da própria comunidade;
manais para todos os seus componentes; V - trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando
III - existência de Unidade de Saúde inscrita no Ca- áreas técnicas e profissionais de diferentes formações;
dastro Geral de Estabelecimentos de Saúde do Minis- VI - promoção e desenvolvimento de ações interse-
tério da Saúde, dentro da área para atendimento das toriais, buscando parcerias e integrando projetos sociais
equipes de Saúde Bucal, que possua minimamente: e setores afins, voltados para a promoção da saúde, de
a) consultório odontológico para a Equipe de Saúde acordo com prioridades e sob a coordenação da gestão
Bucal, de acordo com as necessidades de desenvolvi- municipal;
mento do conjunto de ações de sua competência; e VII - valorização dos diversos saberes e práticas na
b) equipamentos e materiais adequados ao elenco perspectiva de uma abordagem integral e resolutiva,
de ações programadas, de forma a garantir a resolutivi- possibilitando a criação de vínculos de confiança com
dade da Atenção Básica à saúde. ética, compromisso e respeito;
VIII - promoção e estímulo à participação da comu-
É prevista a implantação da estratégia de Agentes nidade no controle social, no planejamento, na execu-
Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde ção e na avaliação das ações; e
como uma possibilidade para a reorganização inicial da IX - acompanhamento e avaliação sistematica das
Atenção Básica. São itens necessários à organização da ações implementadas, visando à readequação do pro-
implantação dessa estratégia: cesso de trabalho.
I - a existência de uma Unidade Básica de Saúde, As atribuições dos diversos profissionais das Equi-
inscrita no Cadastro Geral de estabelecimentos de saú- pes de Saúde da Família, de Saúde Bucal, ACS e enfer-
de do Ministério da Saúde, de referência para os ACS e meiros das equipes PACS estão descritas no Anexo I.
o enfermeiro supervisor;
II - a existência de um enfermeiro para até 30 ACS, 5 - DA CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO
o que constitui uma equipe de ACS; PERMANENTE DAS EQUIPES
III - o cumprimento da carga horária de 40 horas O processo de capacitação deve iniciar-se concomi-
semanais dedicadas à equipe de ACS pelo enfermeiro tantemente ao início do trabalho das ESF por meio do
supervisor e pelos ACS; Curso Introdutório para toda a equipe.
IV - definição das microareas sob responsabilidade Recomenda-se que:
de cada ACS, cuja população não deve ser superior a I - o Curso Introdutório seja realizado em até 3 me-
750 pessoas; e ses após a implantação da ESF;
V - o exercício da profissão de Agente Comunitário II - a responsabilidade da realização do curso intro-
de Saúde regulamentado pela Lei nº 10.507/2002. dutório e/ou dos cursos para educação permanente das
equipes, em municípios com população inferior a 100
4. DO PROCESSO DE TRABALHO DA SAÚDE mil habitantes, seja da Secretaria de Estado da Saúde
DA FAMÍLIA em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde; e
Além das características do processo de trabalho das III - a responsabilidade da realização do curso intro-
equipes de Atenção Básica, são características do pro- dutório e/ou dos cursos para educação permanente das
cesso de trabalho da Saúde da Família: equipes, em municípios com população superior a 100
I - manter atualizado o cadastramento das famílias e mil habitantes, e da Secretaria Municipal de Saúde, que
dos indivíduos e utilizar, de forma sistemática, os dados poderá realizar parceria com a Secretaria de Estado da
para a análise da situação de saúde considerando as Saúde. No Distrito Federal, a sua Secretaria de Saúde é
características sociais, econômicas, culturais, demográ- responsável pela realização do curso introdutório e/ou
ficas e epidemiológicas do território; dos cursos para educação permanente das equipes.
II - definição precisa do território de atuação, mape- Os conteúdos mínimos do Curso Introdutório e da
amento e reconhecimento da área adstrita, que com- Educação Permanente para as ESFs serão objeto de
preenda o segmento populacional determinado, com regulamentação específica editada pelo Ministério da
atualização contínua; Saúde.
III - diagnóstico, programação e implementação das
atividades segundo critérios de risco à saúde, priorizan- 6 - DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO
do solução dos problemas de saúde mais freqüentes; I - O município e o Distrito Federal deverão elaborar
IV - prática do cuidado familiar ampliado, efetivada a proposta de implantação ou expansão de ESF, ESB e
por meio do conhecimento da estrutura e da funcio- ACS e em conformidade com a regulamentação estadu-
nalidade das famílias que visa propor intervenções que al aprovada pela CIB. Na ausência de regulamentação
influenciem os processos de saúde-doença dos indiví- específica, poderão ser utilizados os quadros constantes

42
PACTO PELA SAÚDE 2006

no Anexo II a esta Portaria. A proposta deve definir: VII - O fluxo dos usuários para garantia da referên-
a) território a ser coberto, com estimativa da popu- cia e contra-referência à atenção especializada, nos ser-
lação residente, definição do número de equipes que viços assistenciais de média complexidade ambulatorial,
deverão atuar e com o mapeamento das áreas e micro- incluindo apoio diagnóstico laboratorial e de imagem
áreas; - RX e ultra-som, saúde mental e internação hospitalar,
b) infra-estrutura incluindo área física, equipamen- levando em conta os padrões mínimos de oferta de ser-
tos e materiais disponíveis nas UBS onde atuarão as viços de acordo com os protocolos estabelecidos pelo
equipes, explicitando o número e o local das unidades Ministério da Saúde e a proposta para garantia da as-
onde irão atuar cada uma das equipes; sistência farmacêutica básica devem constar no Plano
c) ações a serem desenvolvidas pelas equipes no Municipal de Saúde.
âmbito da Atenção Básica, especialmente nas áreas
prioritárias definidas no âmbito nacional; CAPÍTULO III
d) processo de gerenciamento e supervisão do tra- Do Financiamento Da Atenção Básica
balho das equipes;
e) forma de recrutamento, seleção e contratação 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
dos profissionais das equipes, contemplando o cumpri- O financiamento da Atenção Básica se dará em
mento da carga horária de 40 horas semanais; composição tripartite.
f) implantação do Sistema de Informação da Aten- O Piso da Atenção Básica (PAB) constitui-se no
ção Básica (SIAB), incluindo recursos humanos e mate- componente federal para o financiamento da Atenção
riais para operá-lo; Básica, sendo composto de uma fração fixa e outra va-
g) processo de avaliação do trabalho das equipes, riável.
da forma de acompanhamento do Pacto dos Indicado- O somatório das partes fixa e variável do Piso da
res da Atenção Básica e da utilização dos dados dos Atenção Básica (PAB) comporá o Teto Financeiro do
sistemas nacionais de informação; Bloco Atenção Básica conforme estabelecido nas dire-
h) a contrapartida de recursos do município e do trizes dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de
Distrito Federal. Gestão.
Os recursos do Teto Financeiro do Bloco Atenção
II - A proposta elaborada deverá ser aprovada pelos Básica deverão ser utilizados para financiamento das
Conselhos de Saúde dos Municípios e encaminhada à ações de Atenção Básica descritas nos Planos de Saúde
Secretaria Estadual de Saúde ou sua instância regional do município e do Distrito Federal.
para análise. O Distrito Federal, após a aprovação por
seu Conselho de Saúde, deverá encaminhar sua pro- 2 - DO PISO DE ATENÇÃO BÁSICA
posta para o Ministério da Saúde; O Piso da Atenção Básica - PAB consiste em um
III - A Secretaria Estadual de Saúde ou sua instância montante de recursos financeiros federais destinados à
regional terá o prazo máximo de 30 dias após a data viabilização de ações de Atenção Básica à saúde e com-
do protocolo de entrada do processo para sua análise põe o Teto Financeiro do Bloco Atenção Básica.
e encaminhamento à Comissão Intergestores Bipartite O PAB é composto de uma parte fixa (PAB fixo) des-
(CIB); tinada a todos os municípios e de uma parte variável
IV - Após aprovação na CIB, cabe à Secretaria de (PAB variável) que consiste em montante de recursos
Saúde dos Estados e do Distrito Federal informar ao Mi- financeiros destinados a estimular a implantação das
nistério da Saúde, até o dia 15 de cada mês, o número seguintes estratégias nacionais de reorganização do
de ESF, de ESB e de ACS que fazem jus ao recebimento modelo de atenção à saúde: Saúde da Família – SF;
de incentivos financeiros do PAB variável; Agentes Comunitários de Saúde – ACS; Saúde Bucal
V - O município, com as equipes previamente cre- – SB; Compensação de Especificidades Regionais; Saú-
denciadas pelo estado, conforme decisão da CIB, pas- de Indígena – SI; e Saúde no Sistema Penitenciário.
sará a receber o incentivo correspondente às equipes Os repasses dos recursos dos PABs fixo e variável aos
efetivamente implantadas, a partir do cadastro de pro- municípios são efetuados em conta aberta especifica-
fissionais no sistema nacional de informação definido mente para essa finalidade, com o objetivo de facilitar o
para esse fim, e da alimentação de dados no sistema acompanhamento pelos Conselhos de Saúde no âmbito
que comprovem o início de suas atividades; dos municípios, dos estados e do Distrito Federal.
VI -O Ministério da Saúde, os estados e os municí- Os recursos serão repassados em conta específica
pios terão o prazo de até 180 dias para implantação do denominada “FMS – nome do município – PAB” de
novo fluxo de credenciamento e implantação de ESF, de acordo com a normatização geral de transferências fun-
ESB e de ACS; e do a fundo do Ministério da Saúde.

43
PACTO PELA SAÚDE 2006

O Ministério da Saúde definirá os códigos de lan- de saúde para a população, incluindo quantitativos
çamentos, assim como seus identificadores literais, que mensais e anuais de produção de serviços de Aten-
constarão nos respectivos avisos de crédito, para tornar ção Básica.
claro o objeto de cada lançamento em conta. O aviso
de crédito deverá ser enviado ao Secretário de Saúde, 2.1. Da parte fixa do Piso da Atenção Básica
ao Fundo de Saúde, ao Conselho de Saúde, ao Poder Os recursos do PAB serão transferidos mensalmen-
Legislativo e ao Ministério Público dos respectivos ní- te, de forma regular e automática, do Fundo Nacional
veis de governo. de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito
Os registros contábeis e os demonstrativos geren- Federal.
ciais mensais devidamente atualizados relativos aos Excepcionalmente, os recursos do PAB correspon-
recursos repassados a essas contas, ficarão, permanen- dentes à população de municípios que não cumpri-
temente, à disposição dos Conselhos responsáveis pelo rem com os requisitos mínimos regulamentados nesta
acompanhamento, e a fiscalização, no âmbito dos Mu- Portaria podem ser transferidos, transitoriamente, aos
nicípios, dos Estados, do Distrito Federal e dos órgãos Fundos Estaduais de Saúde, conforme resolução das
de fiscalização federais, estaduais e municipais, de con- Comissões Intergestores Bipartites.
trole interno e externo. A parte fixa do PAB será calculada pela multiplicação
Os municípios deverão remeter por via eletrônica o de um valor per capita fixado pelo Ministério da Saúde
processamento da produção de serviços referentes ao pela população de cada município e do Distrito Federal
PAB à Secretaria Estadual de Saúde, de acordo com cro- e seu valor será publicado em portaria específica. Nos
nograma por ela estabelecido. As Secretarias de Saúde municípios cujos valores referentes já são superiores ao
dos Estados e do Distrito Federal devem enviar as infor- mínimo valor per capita proposto, será mantido o maior
mações ao DATASUS, observando cronograma estabe- valor.
lecido pelo Ministério da Saúde. A população de cada município e do Distrito Fede-
Os municípios e o Distrito Federal deverão efetuar ral será a população definida pelo IBGE e publicada em
suas despesas segundo as exigências legais requeridas portaria específica pelo Ministério da Saúde.
a quaisquer outras despesas da administração pública Os municípios que já recebem incentivos referentes
(processamento, empenho, liquidação e efetivação do a equipes de projetos similares ao PSF, de acordo com
pagamento). a Portaria nº 1.348/GM, de 18 de novembro de 1999,
De acordo com o artigo 6º, do Decreto nº 1.651/95, e Incentivos de Descentralização de Unidades de Saúde
a comprovação da aplicação dos recursos transferidos da FUNASA, de acordo com Portaria nº 1.502/GM, de
do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estadu- 22 de agosto de 2002, terão os valores corresponden-
ais e Municipais de Saúde, na forma do Decreto nº tes incorporados a seu PAB fixo a partir da publicação
1.232/94, que trata das transferências, fundo a fundo, do teto financeiro do Bloco da Atenção Básica.
deve ser apresentada ao Ministério da Saúde e ao Es- Ficam mantidas as ações descritas nos Grupos dos
tado, por meio de relatório de gestão, aprovado pelo Procedimentos da Atenção Básica, na Tabela do Sis-
respectivo Conselho de Saúde. tema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único
Da mesma forma, a prestação de contas dos valores de Saúde que permanecem como referência para a ali-
recebidos e aplicados no período deve ser aprovada no mentação dos bancos de dados nacionais.
Conselho Municipal de Saúde e encaminhada ao Tri-
bunal de Contas do Estado ou Município e à Câmara 2.2. Do Piso da Atenção Básica Variável
Municipal. Os recursos do PAB variável são parte integrante do
A demonstração da movimentação dos recursos de Bloco da Atenção Básica e terão sua utilização definida
cada conta deverá ser efetuada, seja na Prestação de nos planos municipais de saúde, dentro do escopo das
Contas, seja quando solicitada pelos órgãos de contro- ações previstas nesta Política.
le, mediante a apresentação de: O PAB variável representa a fração de recursos fe-
I - relatórios mensais da origem e da aplicação dos derais para o financiamento de estratégias nacionais de
recursos; organização da Atenção Básica, cujo financiamento
II - demonstrativo sintético de execução orçamen- global se dá em composição tripartite.
tária; Para fazer jus ao financiamento específico do PAB
III - demonstrativo detalhado das principais despe- variável, o Distrito Federal e os municípios devem aderir
sas; e às estratégias nacionais:
IV - relatório de gestão. I - Saúde da Família (SF);
O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a II - Agentes Comunitários de Saúde (ACS);
aplicação dos recursos financeiros resultou em ações III - Saúde Bucal (SB);

44
PACTO PELA SAÚDE 2006

IV - Compensação de Especificidades Regionais; fórmula: população / 2400.


V - Saúde Indígena (SI); e A fonte de dados populacionais a ser utilizada para
VI - Saúde no Sistema Penitenciário. o cálculo será a mesma vigente para cálculo da parte
fixa do PAB.
A transferência dos recursos financeiros que com- São estabelecidas duas modalidades de financia-
põem os incentivos relacionados ao PAB variável da mento para as ESF:
Saúde Indígena – SI será regulamentada em portaria 1. ESF Modalidade 1: são as ESF que atendem aos
específica. seguintes critérios:
A transferência dos recursos financeiros que com- I - estiverem implantadas em municípios com Índice
põem os incentivos relacionados ao PAB variável da de Desenvolvimento Humano (IDH) igual ou inferior a
Saúde no Sistema Penitenciário se dará em conformida- 0,7 e população de até 50 mil habitantes nos Estados
de ao disposto na Portaria Interministerial nº 1.777, de da Amazônia Legal e até 30 mil habitantes nos demais
9 de setembro de 2003. Estados do País; ou
A efetivação da transferência dos recursos financei- II - estiverem implantadas em municípios que inte-
ros que compõem os incentivos relacionados ao PAB graram o Programa de Interiorização do Trabalho em
variável da SF, dos ACS e da SB tem por base os dados Saúde (PITS) e que não estão enquadrados no estabe-
de alimentação obrigatória do SIAB, cuja responsabili- lecido na alínea I deste item; e
dade de manutenção e atualização é dos gestores do III - estiverem implantadas em municípios não in-
Distrito Federal e dos municípios: cluídos no estabelecido nas alíneas I e II e atendam a
I - os dados serão transferidos, pelas Secretarias Es- população remanescente de quilombos ou residente
taduais de Saúde e do Distrito Federal para o Departa- em assentamentos de no mínimo 70 (setenta) pessoas,
mento de Informática do SUS - DATASUS, por via mag- respeitado o número máximo de equipes por municí-
nética, até o dia 15 de cada mês; pio, publicado em portaria específica.
II - os dados a serem transferidos referem-se ao pe-
ríodo de 1º a 30 do mês imediatamente anterior ao do 2. ESF Modalidade 2: são as ESF implantadas em
seu envio; todo o território nacional que não se enquadram nos
III - a transferência dos dados para a Base Nacional critérios da Modalidade 1.
do SIAB se dará por meio do BBS/MS, da Internet, ou
por disquete; Os valores dos componentes do PAB variável para
IV - o DATASUS remeterá à Secretaria Estadual de as ESF Modalidades I e II serão definidos em portaria
Saúde o recibo de entrada dos dados na Base Nacional específica publicada pelo Ministério da Saúde. Os mu-
do SIAB; e nicípios passarão a fazer jus ao recebimento do incen-
V - O DATASUS atualizará a Base Nacional do SIAB, tivo após o cadastramento das Equipes de Saúde da
localizada no Departamento de Atenção Básica, da Se- Família responsáveis pelo atendimento dessas popula-
cretaria de Atenção à Saúde, até o dia 20 de cada mês. ções específicas no Sistema de Informação da Atenção
O número máximo de equipes de Saúde da Família, Básica (SIAB).
de Saúde Bucal e de ACS a serem financiadas pelo Mi-
nistério da Saúde, a cada ano, será definido em portaria Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
específica, respeitando os limites orçamentários. Os valores dos incentivos financeiros para as equi-
Os valores dos componentes do PAB variável se- pes de ACS implantadas são transferidos a cada mês,
rão definidos em portaria específica pelo Ministério tendo como base o número de Agentes Comunitários
da Saúde. de Saúde (ACS), registrados no cadastro de equipes e
profissionais do Sistema de Informação de Atenção Bá-
Equipe de Saúde da Família (ESF) sica – SIAB, na respectiva competência financeira.
Os valores dos incentivos financeiros para as Equi- Será repassada uma parcela extra, no último trimes-
pes de Saúde da Família implantadas serão transferi- tre de cada ano, cujo valor será calculado com base no
dos a cada mês, tendo como base o número de Equipe número de Agentes Comunitários de Saúde, registra-
de Saúde da Família (ESF) registrados no cadastro de dos no cadastro de equipes e profissionais do Sistema
equipes e profissionais do Sistema de Informação de de Informação de Atenção Básica – SIAB, no mês de
Atenção Básica – SIAB, no mês anterior ao da respectiva agosto do ano vigente.
competência financeira. O número máximo de ACS pelos quais o município
O número máximo de ESF pelas quais o município e o Distrito Federal podem fazer jus ao recebimento
e o Distrito Federal podem fazer jus ao recebimento de recursos financeiros específicos será calculado pela
de recursos financeiros específicos será calculado pela fórmula: população IBGE/ 400.

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PACTO PELA SAÚDE 2006

Para municípios dos estados da Região Norte, Ma- 3 - REQUISITOS MÍNIMOS PARA
ranhão e Mato Grosso, a fórmula será: população IBGE MANUTENÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DO PAB
da área urbana / 400 + população da área rural IBGE/ Os requisitos mínimos para a manutenção da trans-
280. ferência do PAB são aqueles definidos pela legislação
A fonte de dados populacionais a ser utilizada para federal do SUS.
o cálculo será a mesma vigente para cálculo da parte O Plano de Saúde municipal ou do Distrito Federal,
fixa do PAB, definida pelo IBGE e publicada pelo Minis- aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde e atua-
tério da Saúde. lizado a cada ano, deve especificar a proposta de or-
ganização da Atenção Básica e explicitar como serão
Equipes de Saúde Bucal (ESB) utilizados os recursos do Bloco da Atenção Básica. Os
Os valores dos incentivos financeiros para as Equi- municípios e o Distrito Federal devem manter a guarda
pes de Saúde Bucal implantadas serão transferidos a desses Planos por no mínimo 10 anos, para fins de ava-
cada mês, tendo como base o número de Equipes de liação, monitoramento e auditoria.
Saúde Bucal (ESB) registrados no cadastro de Equipes O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a
e profissionais do Sistema de Informação de Atenção aplicação dos recursos financeiros resultou em ações de
Básica – SIAB, na respectiva competência financeira. saúde para a população, incluindo quantitativos men-
Farão jus ao recebimento dos incentivos financei- sais e anuais de produção de serviços de Atenção Básica,
ros referentes a Equipes de Saúde Bucal (ESB), quantas e deverá ser apresentado anualmente para apreciação e
equipes estiverem implantadas no SIAB, desde que não aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde.
ultrapassem o número existente de Equipes de Saúde Os valores do PAB fixo serão corrigidos anualmente
da Família, e considerem a lógica de organização da mediante cumprimento de metas pactuadas para indi-
Atenção Básica - Saúde da Família. cadores da Atenção Básica. Excepcionalmente o não
São estabelecidas duas modalidades de financia- alcance de metas poderá ser avaliado e justificado pe-
mento para as ESB: las Secretarias Estaduais de Saúde e pelo Ministério da
I - Equipe de Saúde Bucal Modalidade 1: composta Saúde de maneira a garantir esta correção.
por no mínimo 1 cirurgião-dentista e 1 auxiliar de con- Os indicadores de acompanhamento para 2006
sultório dentário; são:
II - Equipe de Saúde Bucal Modalidade 2: composta I - Cobertura firmada pelo gestor municipal e do
por no mínimo 1 cirurgião-dentista, 1 auxiliar de con- Distrito Federal para o ano anterior no Pacto da Aten-
sultório dentário e 1 técnico de higiene dental. ção Básica, para:
a) média anual de consultas médicas por habitante
Compensação de Especificidades Regionais nas especialidades básicas;
Os valores do recurso Compensação de Especifici- b) proporção de nascidos vivos de mães com quatro
dades Regionais serão definidos em Portaria Ministerial ou mais consultas de pré-natal;
especifica para este fim. c) razão entre exames citopatológico cérvico-vagi-
A utilização dos recursos de Compensação de Es- nais em mulheres entre 25 e 59 anos e a população
pecificidades Regionais será definida periodicamente feminina nessa faixa etária; e
pelas CIBs. II - Cobertura vacinal da terceira dose de tetrava-
A CIB selecionará os municípios a serem contempla- lente em menores de um ano de idade maior ou igual
dos, a partir de critérios regionais, bem como a forma a 95%;
de utilização desses recursos de acordo com as espe- O Ministério da Saúde publicará anualmente, em
cificidades regionais e/ou municipais de cada estado, portaria específica, os indicadores de acompanhamento
a exemplo de sazonalidade, migrações, dificuldade de para fins de reajuste do PAB fixo.
fixação de profissionais, IDH, indicadores de resultados,
educação permanente, formação de ACS. 4 - DA SOLICITAÇÃO DE CRÉDITO RETROATIVO
Os critérios definidos devem ser informados ao ple- Considerando a ocorrência de problemas na ali-
nário da CIT. No caso do Distrito Federal, a proposta de mentação do Sistema de Informação de Atenção Básica
aplicação deste recurso deverá ser submetida à aprova- – SIAB, por parte dos municípios e/ou do Distrito Fe-
ção pelo Conselho de Saúde do Distrito Federal. deral, e na transferência dos arquivos, realizada pelos
As Secretarias Estaduais de Saúde enviarão a lista- municípios, o Distrito Federal e os estados, o Fundo
gem de municípios com os valores e o período de trans- Nacional de Saúde - FNS/SE/MS poderá efetuar crédito
ferência dos recursos pactuados nas CIBs ao Departa- retroativo dos incentivos financeiros a equipes de Saú-
mento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, para de da Família, a equipes de Saúde Bucal e a de Agentes
que os valores sejam transferidos do FNS para os FMS. Comunitários de Saúde, com base em solicitação da Se-

46
PACTO PELA SAÚDE 2006

cretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS. e) Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional -


Esta retroatividade se limitará aos seis meses ante- SISVAN;
riores ao mês em curso. f) Sistema de Informações de Agravos de Notifica-
Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e ção - SINAN; e
o Distrito Federal deverão: g) Sistema de Informações do Programa Nacional de
I - preencher a planilha constante do Anexo III a Imunizações SIS-PNI.
esta Política, para informar o tipo de incentivo financei- Considera-se alimentação irregular a ausência de
ro que não foi creditado no Fundo Municipal de Saúde envio de informações por 2 meses consecutivos ou 3
ou do Distrito Federal, discriminando a competência meses alternados no período de um ano.
financeira correspondente e identificando a equipe, II - Forem detectados, por meio de auditoria fede-
com os respectivos profissionais que a compõem ou o ral ou estadual, malversação ou desvio de finalidade na
agente comunitário de saúde que não gerou crédito de
utilização dos recursos.
incentivo;
A suspensão será mantida até a adequação das irre-
II - imprimir o relatório de produção, no caso de
gularidades identificadas.
equipes de Saúde da Família, referente à equipe e ao
mês trabalhado que não geraram a transferência dos
5.1. Da suspensão do repasse de recursos do
recursos; e
PAB variável
III - enviar ofício à Secretaria de Saúde de seu esta-
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de re-
do, pleiteando a complementação de crédito, acompa-
cursos dos incentivos a equipes de Saúde da Família ou
nhado da planilha referida no item I e do relatório de
de Saúde Bucal ao município e/ou ao Distrito Federal,
produção correspondente. No caso do Distrito Federal,
nos casos em que forem constatadas, por meio do mo-
o ofício deverá ser encaminhado ao Departamento de
nitoramento e/ou da supervisão direta do Ministério da
Atenção Básica da SAS/MS.
As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem Saúde ou da Secretaria Estadual de saúde ou por audi-
a documentação recebida dos municípios, deverão en- toria do DENASUS, alguma das seguintes situações:
caminhar ao Departamento de Atenção Básica da SAS/ I - inexistência de unidade de saúde cadastrada para
MS solicitação de complementação de crédito dos in- o trabalho das equipes e/ou;
centivos tratados nesta Portaria, acompanhada dos do- II - ausência de qualquer um dos profissionais da
cumentos referidos nos itens I e II.
equipe por período superior a 90 (noventa) dias, com
A Secretaria de Atenção à Saúde – SAS/MS, por
exceção dos períodos em que a contratação de profis-
meio do Departamento de Atenção Básica, procederá
à análise das solicitações recebidas, verificando a ade- sionais esteja impedida por legislação específica e/ou;
quação da documentação enviada, se houve suspensão III - o descumprimento da carga horária para os pro-
do crédito em virtude da constatação de irregularida- fissionais das Equipes de Saúde da Família ou de Saúde
de no funcionamento das equipes e se a situação de Bucal estabelecida nesta Política.
qualificação do município ou do Distrito Federal, na O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de re-
competência reclamada, permite o repasse dos recur- cursos dos incentivos, relativos aos Agentes Comuni-
sos pleiteados.
tários de Saúde, ao município e/ou ao Distrito Federal,
nos casos em que forem constatadas, por meio do mo-
5 - DA SUSPENSÃO DO REPASSE DE RECURSOS
nitoramento e/ou da supervisão direta do Ministério da
DO PAB
Saúde ou da Secretaria Estadual de Saúde, ou por audi-
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de
recursos do PAB aos municípios e ao Distrito Federal, toria do DENASUS, alguma das seguintes situações:
quando: I - inexistência de unidade de saúde cadastrada
I - Não houver alimentação regular, por parte dos como referência para a população cadastrada pelos
municípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados ACS e/ou;
nacionais de informação, a saber: II - ausência de enfermeiro supervisor por período
a) Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB) superior a 90 (noventa) dias, com exceção dos períodos
- para os municípios e o Distrito Federal, caso tenham em que a legislação eleitoral impede a contratação de
implantado ACS e/ou ESF e/ou ESB; profissionais, nos quais será considerada irregular a au-
b) Sistema de Informações Ambulatorial - SIA; sência de profissional por e/ou;
c) Sistema de Informações sobre Mortalidade - III - ausência de ACS, por período superior a 90 (no-
SIM; venta) dias consecutivos, e/ou;
d) Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - IV - descumprimento da carga horária estabelecida
SINASC; nesta Política, para os profissionais.

47
PACTO PELA SAÚDE 2006

6 - DOS RECURSOS DE ESTRUTURAÇÃO peamento da área de atuação da equipe, identificando


Na implantação das Equipes de Saúde da Família e grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos, inclusive
de Saúde Bucal os municípios e/ou o Distrito Federal aqueles relativos ao trabalho, e da atualização contínua
receberão recursos específicos para estruturação das dessas informações, priorizando as situações a serem
Unidades de Saúde de cada Equipe de Saúde da Família acompanhadas no planejamento local;
e para Equipes de Saúde Bucal, visando à melhoria da II - realizar o cuidado em saúde da população ads-
infra-estrutura física e de equipamentos das Unidades crita, prioritariamente no âmbito da unidade de saúde,
Básicas de Saúde para o trabalho das equipes. no domicílio e nos demais espaços comunitários (esco-
Esses recursos serão repassados na competência fi- las, associações,entre outros), quando necessário;
nanceira do mês posterior à implantação das equipes. III - realizar ações de atenção integral conforme a
Caso a equipe implantada seja desativada num necessidade de saúde da população local, bem como as
prazo inferior a 12 (doze) meses, contados a partir do previstas nas prioridades e protocolos da gestão local;
recebimento do incentivo de estruturação, o valor re- IV - garantir a integralidade da atenção por meio da
cebido será descontado de futuros valores repassados realização de ações de promoção da saúde, prevenção
aos Fundos de Saúde do Distrito Federal, do estado ou de agravos e curativas; e da garantia de atendimento
do município. da demanda espontânea, da realização das ações pro-
Em caso de redução do numero de Equipes de Saúde gramáticas e de vigilância à saúde;
da Família ou de Saúde Bucal, o município ou o Distrito V - realizar busca ativa e notificação de doenças e
Federal não farão jus a novos recursos de implantação agravos de notificação compulsória e de outros agravos
até que seja alcançado o número de equipes já implan- e situações de importância local;
tadas anteriormente. VI - realizar a escuta qualificada das necessidades
O Ministério da Saúde disponibilizará, a cada ano, dos usuários em todas as ações, proporcionando aten-
recursos destinados à estruturação da rede básica de dimento humanizado e viabilizando o estabelecimento
serviços de acordo com sua disponibilidade orçamentá- do vínculo;
ria. A CIT pactuará os critérios para a seleção dos muni- VII - responsabilizar-se pela população adscrita,
cípios e/ou do Distrito Federal. mantendo a coordenação do cuidado mesmo quando
Para o ano de 2006 serão disponibilizados recursos esta necessita de atenção em outros serviços do sistema
aos municípios: de saúde;
I - Que realizem residência médica em medicina de VIII - participar das atividades de planejamento e
família e comunidade credenciada pelo CNRM; e avaliação das ações da equipe, a partir da utilização dos
II - Que em suas Unidades Básicas de Saúde rece- dados disponíveis;
bam alunos de Cursos de Graduação contemplados no IX - promover a mobilização e a participação da co-
PROSAUDE. munidade, buscando efetivar o controle social;
O Ministério da Saúde publicará portaria especifica X - identificar parceiros e recursos na comunidade
com o montante disponibilizado, a forma de repasse, a que possam potencializar ações intersetoriais com a
listagem de contemplados e o cronograma de desem- equipe, sob coordenação da SMS;
bolso. XI - garantir a qualidade do registro das atividades
Esses recursos serão transferidos fundo a fundo aos nos sistemas nacionais de informação na Atenção Bá-
municípios que se adequarem a esses critérios, e depo- sica;
sitados em conta específica. XII - participar das atividades de educação perma-
nente; e
ANEXO I XIII - realizar outras ações e atividades a serem de-
finidas de acordo com as prioridades locais.
AS ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DAS
EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA, DE SAÚDE 2 - SÃO ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS
BUCAL E DE ACS Além das atribuições definidas, são atribuições míni-
mas específicas de cada categoria profissional, cabendo
As atribuições globais abaixo descritas podem ser ao gestor municipal ou do Distrito Federal ampliá-las,
complementadas com diretrizes e normas da gestão de acordo com as especificidades locais.
local.
Do Agente Comunitário de Saúde:
1 - SÃO ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS I - desenvolver ações que busquem a integração
PROFISSIONAIS: entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS,
I - participar do processo de territorialização e ma- considerando as características e as finalidades do tra-

48
PACTO PELA SAÚDE 2006

balho de acompanhamento de indivíduos e grupos so- Do Enfermeiro:


ciais ou coletividade; I - realizar assistência integral (promoção e proteção
II - trabalhar com adscrição de famílias em base ge- da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamen-
ográfica definida, a microárea; to, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos
III - estar em contato permanente com as famílias e famílias na USF e, quando indicado ou necessário, no
desenvolvendo ações educativas, visando à promoção domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (esco-
da saúde e a prevenção das doenças, de acordo com o las, associações etc), em todas as fases do desenvolvi-
planejamento da equipe; mento humano: infância, adolescência, idade adulta e
IV - cadastrar todas as pessoas de sua microárea e terceira idade;
manter os cadastros atualizados; II - conforme protocolos ou outras normativas téc-
V - orientar famílias quanto à utilização dos serviços nicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do Distrito
de saúde disponíveis; Federal, observadas as disposições legais da profissão,
VI - desenvolver atividades de promoção da saúde, realizar consulta de enfermagem, solicitar exames com-
de prevenção das doenças e de agravos, e de vigilân- plementares e prescrever medicações;
cia à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações III - planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações
educativas individuais e coletivas nos domicílios e na desenvolvidas pelos ACS;
comunidade, mantendo a equipe informada, principal- IV - supervisionar, coordenar e realizar atividades
mente a respeito daquelas em situação de risco; de educação permanente dos ACS e da equipe de en-
VII - acompanhar, por meio de visita domiciliar, to- fermagem;
das as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade, de V - contribuir e participar das atividades de Edu-
acordo com as necessidades definidas pela equipe; e cação Permanente do Auxiliar de Enfermagem, ACD e
VIII - cumprir com as atribuições atualmente defini- THD; e
das para os ACS em relação à prevenção e ao controle VI - participar do gerenciamento dos insumos ne-
da malária e da dengue, conforme a Portaria nº 44/ cessários para o adequado funcionamento da USF.
GM, de 3 de janeiro de 2002.
Do Médico:
Nota: É permitido ao ACS desenvolver atividades I - realizar assistência integral (promoção e proteção
nas unidades básicas de saúde, desde que vinculadas às da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, trata-
atribuições acima. mento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indiví-
duos e famílias em todas as fases do desenvolvimento
Do Enfermeiro do Programa Agentes Comunitários humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira
de Saúde: idade;
I - planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações II - realizar consultas clínicas e procedimentos na
desenvolvidas pelos ACS; USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/
II - supervisionar, coordenar e realizar atividades de ou nos demais espaços comunitários (escolas, associa-
qualificação e educação permanente dos ACS, com vis- ções etc);
tas ao desempenho de suas funções; III - realizar atividades de demanda espontânea e
III - facilitar a relação entre os profissionais da Uni- programada em clínica médica, pediatria, ginecoobste-
trícia, cirurgias ambulatoriais, pequenas urgências clí-
dade Básica de Saúde e ACS, contribuindo para a orga-
nico-cirúrgicas e procedimentos para fins de diagnós-
nização da demanda referenciada;
ticos;
IV - realizar consultas e procedimentos de enferma-
IV - encaminhar, quando necessário, usuários a ser-
gem na Unidade Básica de Saúde e, quando necessário, viços de média e alta complexidade, respeitando fluxos
no domicílio e na comunidade; de referência e contra-referência locais, mantendo sua
V - solicitar exames complementares e prescrever responsabilidade pelo acompanhamento do plano tera-
medicações, conforme protocolos ou outras normati- pêutico do usuário, proposto pela referência;
vas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do V - indicar a necessidade de internação hospitalar ou
Distrito Federal, observadas as disposições legais da domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompa-
profissão; nhamento do usuário;
VI - organizar e coordenar grupos específicos de VI - contribuir e participar das atividades de Educa-
indivíduos e famílias em situação de risco da área de ção Permanente dos ACS, Auxiliares de Enfermagem,
atuação dos ACS; e ACD e THD; e
VII - participar do gerenciamento dos insumos ne- VII - participar do gerenciamento dos insumos ne-
cessários para o adequado funcionamento da UBS. cessários para o adequado funcionamento da USF.

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PACTO PELA SAÚDE 2006

Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem: IX - participar do gerenciamento dos insumos ne-


I - participar das atividades de assistência básica rea- cessários para o adequado funcionamento da USF.
lizando procedimentos regulamentados no exercício de
sua profissão na USF e, quando indicado ou necessário, Do Técnico em Higiene Dental (THD):
no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (es- I - realizar a atenção integral em saúde bucal (pro-
colas, associações etc); moção, prevenção, assistência e reabilitação) individual
II - realizar ações de educação em saúde a grupos e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos
específicos e a famílias em situação de risco, conforme específicos, segundo programação e de acordo com
planejamento da equipe; e suas competências técnicas e legais;
III - participar do gerenciamento dos insumos ne- II - coordenar e realizar a manutenção e a conserva-
cessários para o adequado funcionamento da USF. ção dos equipamentos odontológicos;
III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
Do Cirurgião Dentista: referentes à saúde bucal com os demais membros da
I - realizar diagnóstico com a finalidade de obter o equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e in-
perfil epidemiológico para o planejamento e a progra- tegrar ações de saúde de forma multidisciplinar.
mação em saúde bucal; IV - apoiar as atividades dos ACD e dos ACS nas
II - realizar os procedimentos clínicos da Atenção ações de prevenção e promoção da saúde bucal; e
Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das ur- V - participar do gerenciamento dos insumos neces-
gências e pequenas cirurgias ambulatoriais; sários para o adequado funcionamento da USF.
III - realizar a atenção integral em saúde bucal (pro-
moção e proteção da saúde, prevenção de agravos, Do auxiliar de Consultório Dentário (ACD):
diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da I - realizar ações de promoção e prevenção em saú-
saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indi- de bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante
víduos e a grupos específicos, de acordo com planeja- planejamento local e protocolos de atenção à saúde;
mento local, com resolubilidade; II - proceder à desinfecção e à esterilização de ma-
IV - encaminhar e orientar usuários, quando neces- teriais e instrumentos utilizados;
sário, a outros níveis de assistência, mantendo sua res- III - preparar e organizar instrumental e materiais
ponsabilização pelo acompanhamento do usuário e o necessários;
segmento do tratamento; IV - instrumentalizar e auxiliar o cirurgião dentista
V - coordenar e participar de ações coletivas vol- e/ou o THD nos procedimentos clínicos;
tadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças V - cuidar da manutenção e conservação dos equi-
bucais; pamentos odontológicos;
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades VI - organizar a agenda clínica;
referentes à saúde bucal com os demais membros da VII - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e in- referentes à saúde bucal com os demais membros da
tegrar ações de saúde de forma multidisciplinar. equipe de saúde da família, buscando aproximar e inte-
VII - contribuir e participar das atividades de Educa- grar ações de saúde de forma multidisciplinar; e
ção Permanente do THD, ACD e ESF; VIII - participar do gerenciamento dos insumos ne-
VIII - realizar supervisão técnica do THD e ACD; e cessários para o adequado funcionamento da USF.

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PACTO PELA SAÚDE 2006

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52
PACTO PELA SAÚDE 2006

PORTARIA Nº 649, PORTARIA N o 650,


DE 28 DE MARÇO DE 2006 DE 28 DE MARÇO DE 2006

Define valores de financiamento para o ano Define valores de financiamento do PAB fixo e
de 2006, com vistas à estruturação de Unidades variável mediante a revisão de diretrizes e nor-
Básicas de Saúde para as equipes Saúde da Família, mas para a organização da Atenção Básica, para a
como parte da Política Nacional de Atenção Básica. estratégia de Saúde da Família e para o Programa
de Agentes Comunitários de Saúde, instituídos pela
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de Política Nacional de Atenção Básica.
suas atribuições, e
Considerando a Política Nacional de Atenção Bási- O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de
ca definida por meio da Portaria deDiretrizes e Normas suas atribuições, e considerando a Política Nacional de
para a Atenção Básica, Portaria nº 648/GM, de 28 de Atenção Básica definida por meio da Portaria de Dire-
março de 2006, queregulamenta o desenvolvimento trizes e Normas para a Atenção Básica, Portaria nº 648/
das ações de atenção básica à saúde no Sistema Único GM, de 28 de março de 2006, que regulamenta o de-
de Saúde (SUS) e define critérios para uso dos recursos senvolvimento das ações de atenção básica à saúde no
da atenção básica, resolve: SUS e define critérios para repasse do Piso de Atenção
Art. 1º Definir, para o ano de 2006, a transferên- Básica, fração fixa e variável, resolve:
cia, em parcela única, no valor de R$ 100.000,00 (cem Art. 1º Definir que o valor mínimo per capita do
mil reais) por curso de graduação, aos municípios que Piso de Atenção Básica - PAB, fração fixa (PAB fixo) cor-
aderiram ao PROSAÚDE e recebem alunos de enferma- responde a R$ 13,00 (treze reais)/habitante por ano.
gem, medicina e/ou odontologia nas Unidades Básicas Parágrafo único. Prevalecerá o maior valor per ca-
de Saúde municipais das equipes de Saúde da Família. pita do PAB fixo nos municípios cujos valores referentes
Art. 2º Definir, para o ano de 2006, como valor já são superiores ao mínimo valor per capita proposto,
de transferência para estruturação de Unidades Bási- com base na data da publicação desta Portaria.
cas de Saúde municipais das equipes Saúde da Família, Art. 2º Incorporar ao PAB fixo dos municípios que
aos municípios que recebem nessas unidades, médicos recebem incentivos referentes a equipes de projetos si-
residentes de Medicina de Família e Comunidade, ca- milares, em acordo com a Portaria nº 1.348/GM, de 18
dastrados na Comissão Nacional de Residência Médica de novembro de 1999 (Anexo I), os valores correspon-
(CNRM), parcela única de R$ 30.000,00 (trinta mil re- dentes aos pagos pelas equipes de saúde dos projetos
ais) por aluno residente. similares ao PSF e os Incentivos à Descentralização de
Art. 3º Definir que os recursos tratados nos artigos Unidades de Saúde da Fundação Nacional de Saúde
1º e 2º desta Portaria sejam transferidos do Fundo Na- (FUNASA), de acordo com a Portaria nº 233/GM, de
cional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde para 24 de março de 1999, e a Portaria nº 1.502/GM, de 22
reformas, adequações de área física e equipamentos. de agosto de 2002 (Anexo II), a partir da competência
Art. 4º Definir que cabe à Secretaria de Atenção março de 2006.
a Saúde (SAS/MS), em conjunto com a Secretaria de Art. 3º Criar duas modalidades de Incentivo Finan-
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/ ceiro para as Equipes de Saúde da Família, implantadas
MS), a publicação da listagem de municípios que aten- em conformidade aos critérios estabelecidos pela Políti-
dam aos critérios desta Portaria, com seus respectivos ca Nacional de Atenção Básica.
§ 1º O valor dos Incentivos Financeiros referentes às
valores.
Equipes de Saúde da Família na Modalidade 1 é de R$
Art. 5º Definir que os recursos orçamentários, de
8.100,00 (oito mil e cem reais) a cada mês, por equipe.
que trata a presente Portaria, corram por conta do or- § 2º Fazem jus ao recebimento na Modalidade 1
çamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os todas as Equipes de Saúde da Família dos municípios
seguintes Programas de Trabalho: constantes do Anexo III a esta Portaria e as Equipes de
I - 10.846.1214.0587 - Atendimento Assistencial Saúde da Família dos municípios constantes do Anexo
Básico nos Municípios Brasileiros; e IV a esta Portaria, que atendam a populações residen-
II - 10.845.1214.0589 - Incentivo Financeiro a Mu- tes em assentamentos ou remanescentes de quilombos,
nicípios Habilitados à Parte Variável do Piso da Atenção respeitado o número máximo de equipes definido neste
Básica - PAB para a Saúde da Família. Anexo IV.
Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua § 3º O valor dos Incentivos Financeiros referentes
publicação. às Equipes de Saúde da Família na Modalidade 2 é de
R$ 5.400,00 (cinco mil e quatrocentos reais) a cada
SARAIVA FELIPE mês, por equipe.

53
PACTO PELA SAÚDE 2006

Art. 4º Definir que o valor do Incentivo Financeiro que trata esta Portaria, corram por conta do orçamento
para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) seja de do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes
R$ 350,00 (trezentos e cinqüenta reais) por ACS a cada Programas de Trabalho:
mês, a partir da competência financeira abril de 2006, I - 10.846.1214.0587 - Atendimento Assistencial
estabelecendo como base de cálculo, o número de ACS Básico nos Municípios Brasileiros;
registrados no cadastro de equipes e profissionais do II - 10.845.1214.0589 - Incentivo Financeiro a Mu-
Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB), na nicípios Habilitados à Parte Variável do Piso de Atenção
respectiva competência financeira. Básica - PAB para a Saúde da Família.
Parágrafo único. No último trimestre de cada ano, Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
será repassada uma parcela extra, calculada com base publicação, com efeitos financeiros a partir do mês de
no número de Agentes Comunitários de Saúde regis- competência abril de 2006.
trados no cadastro de equipes e profissionais do Sis-
tema de Informação de Atenção Básica (SIAB) no mês SARAIVA FELIPE
de agosto do ano vigente, multiplicado pelo valor do
incentivo fixado no caput deste artigo. PORTARIA Nº 675/GM
Art. 5º Definir os seguintes valores de Incentivo Fi- DE 30 DE MARÇO DE 2006.
nanceiros das Equipes de Saúde Bucal (ESB) nas Mo-
dalidades 1 e 2, segundo critérios estabelecidos pela Aprova Carta dos Direitos dos Usuários da Saú-
Política Nacional de Atenção Básica: de, que consolida os direitos e deveres do exercício
I - Para as ESB na Modalidade 1 serão transferidos da cidadania na saúde em todo o País.
R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais) a cada mês,
por equipe; e O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de
II - Para as ESB na Modalidade 2 serão transferidos suas atribuições, e
R$ 2.200,00 (dois mil e duzentos reais) a cada mês, por Considerando o disposto no art. 196 da Constitui-
equipe. ção, relativamente ao acesso universal e igualitário às
Parágrafo único. Fazem jus a 50% a mais sobre os ações e serviços de saúde para sua promoção, proteção
valores transferidos referentes as ESB implantadas de e recuperação;
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
acordo com as modalidades definidas no caput deste
1990, que dispõe sobre as condições para a promoção,
artigo, todas as Equipes de Saúde Bucal dos municípios
a proteção e a recuperação da saúde, a organização e o
constantes do Anexo III a esta Portaria e as Equipes de funcionamento dos serviços correspondentes;
Saúde Bucal dos municípios constantes no Anexo IV a Considerando a importância do fortalecimento do
esta Portaria, que atendam a populações residentes em SUS como política pública de saúde pelas três esferas
assentamentos ou remanescentes de quilombos, res- de governo e pela sociedade civil;
peitado o número máximo de equipes definido neste Considerando a Lei nº 9.656, de 1998, da Saúde Su-
Anexo IV. plementar, sua regulamentação e a criação da Agência
Art. 6º Definir como valor de transferência para Nacional de Saúde Suplementar (Lei nº 9.961/2000);
cada Equipe Saúde da Família implantada R$ 20.000,00 Considerando as diretrizes da Política Nacional de
(vinte mil reais) a ser transferido em duas parcelas de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS em im-
R$ 10.000,00 (dez mil reais) nos meses subseqüentes plementação pelo Ministério da Saúde a partir de maio
de 2003;
ao mês de implantação, como recurso para investimen-
Considerando a necessidade de garantir o atendi-
to nas Unidades Básicas de Saúde e realização do Curso
mento humanizado, acolhedor e resolutivo para os usu-
Introdutório. ários dos serviços de saúde;
Art. 7º Definir como valor de transferência para Considerando a necessidade de definir parâmetros
cada Equipe Saúde Bucal implantada R$ 7.000,00 (sete de qualificação do atendimento humanizado para a po-
mil reais) a ser transferido em parcela única no mês pulação brasileira, respeitando as diversidades culturais,
subseqüente ao de implantação, como recurso para in- ambientais e locais; e
vestimento nas Unidades Básicas de Saúde e realização Considerando a necessidade de promover mudan-
do Curso Introdutório. ças de atitude em todas as práticas de atenção e gestão
Art. 8º Atualizar a base populacional para o cálculo que fortaleçam a autonomia e o direito do cidadão,
do PAB fixo e variável com base na população IBGE
2005 e população assentada de 2005, segundo infor- RESOLVE
mação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, con-
forme Anexo V a esta Portaria. Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo a esta Portaria,
Art. 9° Definir que os recursos orçamentários, de a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, que conso-

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PACTO PELA SAÚDE 2006

lida os direitos e deveres do exercício da cidadania na funcionamento dos serviços correspondentes;


saúde em todo o País. Considerando a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de
Art. 2º Convidar todos os gestores, os profissio- 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade
nais de saúde, as organizações civis, as instituições e na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as
as pessoas interessadas em promover o respeito desses transferências intergovernamentais de recursos finan-
direitos e a assegurar seu reconhecimento efetivo e sua ceiros na área da Saúde; e
aplicação. Considerando a necessidade de promover mudan-
Art. 3º Determinar que a Carta dos Direitos dos ças de atitude em todas as práticas de atenção e gestão
Usuários da Saúde seja afixada em todas as unidades que fortaleçam a autonomia e o direito do cidadão.
de saúde, públicas e privadas, em todo o País, em local O Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de
visível e de fácil acesso pelos usuários. Saúde e a Comissão Intergestora Tripartite apresentam
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua a Carta dos Direitos do Usuários da Saúde e convidam
publicação. todos os gestores, profissionais de saúde, organizações
civis, instituições e pessoas interessadas para que pro-
SARAIVA FELIPE movam o respeito destes direitos e assegurem seu re-
conhecimento efetivo e sua aplicação.

ANEXO PRIMEIRO PRINCÍPIO

A carta que você tem nas mãos baseia-se em seis Assegura ao cidadão o acesso ordenado e organiza-
princípios básicos de cidadania. Juntos, eles asseguram do aos sistemas de saúde, visando a um atendimento
ao cidadão o direito básico ao ingresso digno nos siste- mais justo e eficaz.
mas de saúde, sejam eles públicos ou privados. A carta Todos os cidadãos têm direito ao acesso às ações e
é também uma importante ferramenta para que você aos serviços de promoção, proteção e recuperação da
conheça seus direitos e possa ajudar o Brasil a ter um saúde promovidos pelo Sistema Único de Saúde:
sistema de saúde com muito mais qualidade. I - o acesso se dará prioritariamente pelos Serviços
de Saúde da Atenção Básica próximos ao local de mo-
PRINCÍPIOS DESTA CARTA radia;
II - nas situações de urgência/emergência, o aten-
I - todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e dimento se dará de forma incondicional, em qualquer
organizado aos sistemas de saúde; unidade do sistema;
II - todo cidadão tem direito a tratamento adequado III - em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá
e efetivo para seu problema; ser assegurada a remoção do usuário em condições se-
III - todo cidadão tem direito ao atendimento huma- guras, que não implique maiores danos, para um esta-
nizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação; belecimento de saúde com capacidade para recebê-lo;
IV - todo cidadão tem direito a atendimento que IV - o encaminhamento à Atenção Especializada e
respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos; Hospitalar será estabelecido em função da necessidade
V - todo cidadão também tem responsabilidades para de saúde e indicação clínica, levando-se em conta crité-
que seu tratamento aconteça da forma adequada; e rios de vulnerabilidade e risco com apoio de centrais de
VI - todo cidadão tem direito ao comprometimento regulação ou outros mecanismos que facilitem o acesso
dos gestores da saúde para que os princípios anteriores a serviços de retaguarda;
sejam cumpridos. V - quando houver limitação circunstancial na ca-
pacidade de atendimento do serviço de saúde, fica sob
SE PRECISAR, PROCURE A SECRETARIA DE SAÚDE responsabilidade do gestor local a pronta resolução das
DO SEU MUNICÍPIO. condições para o acolhimento e devido encaminhamen-
to do usuário do SUS, devendo ser prestadas informa-
Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde: ções claras ao usuário sobre os critérios de priorização
do acesso na localidade por ora indisponível. A priori-
Considerando o art. 196, da Constituição Federal, que dade deve ser baseada em critérios de vulnerabilidade
garante o acesso universal e igualitário a ações e serviços clínica e social, sem qualquer tipo de discriminação ou
para promoção proteção e recuperação da saúde; privilégio;
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de VI - as informações sobre os serviços de saúde con-
1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, tendo critérios de acesso, endereços, telefones, horá-
proteção e recuperação da saúde, a organização e o rios de funcionamento, nome e horário de trabalho dos

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PACTO PELA SAÚDE 2006

profissionais das equipes assistenciais devem estar dis- pêutica, avaliações da equipe multiprofissional, proce-
poníveis aos cidadãos nos locais onde a assistência é dimentos e cuidados de enfermagem e, quando for o
prestada e nos espaços de controle social; caso, procedimentos cirúrgicos e anestésicos, odonto-
VII - o acesso de que trata o caput inclui as ações lógicos, resultados de exames complementares labora-
de proteção e prevenção relativas a riscos e agravos à toriais e radiológicos;
saúde e ao meio ambiente, as devidas informações re- b) registro da quantidade de sangue recebida e da-
lativas às ações de vigilância sanitária e epidemiológica dos que permitam identificar sua origem, sorologias
e os determinantes da saúde individual e coletiva; e efetuadas e prazo de validade;
VIII - a garantia à acessibilidade implica o fim das c) identificação do responsável pelas anotações.
barreiras arquitetônicas e de comunicabilidade, ofere- IV - o acesso à anestesia em todas as situações em
cendo condições de atendimento adequadas, especial- que for indicada, bem como a medicações e procedi-
mente às pessoas que vivem com deficiências, idosos e mentos que possam aliviar a dor e o sofrimento;
gestantes. V - o recebimento das receitas e prescrições tera-
pêuticas, que devem conter:
SEGUNDO PRINCÍPIO a) o nome genérico das substâncias prescritas;
b) clara indicação da posologia e dosagem;
Assegura ao cidadão o tratamento adequado e efe- c) escrita impressa, datilografadas ou digitadas, ou
tivo para seu problema, visando à melhoria da qualida- em caligrafia legível;
de dos serviços prestados. d) textos sem códigos ou abreviaturas;
É direito dos cidadãos ter atendimento resolutivo e) o nome legível do profissional e seu número de
com qualidade, em função da natureza do agravo, com registro no órgão de controle e regulamentação da pro-
garantia de continuidade da atenção, sempre que ne- fissão;
cessário, tendo garantidos: f) a assinatura do profissional e data;
I - atendimento com presteza, tecnologia apropria- VI - o acesso à continuidade da atenção com o apoio
da e condições de trabalho adequadas para os profis- domiciliar, quando pertinente, treinamento em autocuida-
sionais da saúde; do que maximize sua autonomia ou acompanhamento em
II - informações sobre o seu estado de saúde, exten- centros de reabilitação psicossocial ou em serviços de me-
sivas aos seus familiares e/ou acompanhantes, de ma- nor ou maior complexidade assistencial;
neira clara, objetiva, respeitosa, compreensível e adap- VII - encaminhamentos para outras unidades de
tada à condição cultural, respeitados os limites éticos saúde, observando:
por parte da equipe de saúde sobre, entre outras: a) caligrafia legível ou datilografados/digitados ou
a) hipóteses diagnósticas; por meio eletrônico;
b) diagnósticos confirmados; b) resumo da história clínica, hipóteses diagnósticas,
c) exames solicitados; tratamento realizado, evolução e o motivo do encami-
d) objetivos dos procedimentos diagnósticos, cirúr- nhamento;
gicos, preventivos ou terapêuticos; c) a não-utilização de códigos ou abreviaturas;
e) riscos, benefícios e inconvenientes das medidas d) nome legível do profissional e seu número de re-
diagnósticas e terapêuticas propostas; gistro no órgão de controle e regulamentação da pro-
f) duração prevista do tratamento proposto; fissão, assinado e datado; e
g) no caso de procedimentos diagnósticos e tera- e) identificação da unidade de referência e da uni-
pêuticos invasivos ou cirúrgicos, a necessidade ou não dade referenciada.
de anestesia e seu tipo e duração, partes do corpo afe-
tadas pelos procedimentos, instrumental a ser utilizado, TERCEIRO PRINCÍPIO
efeitos colaterais, riscos ou conseqüências indesejáveis,
duração prevista dos procedimentos e tempo de recu- Assegura ao cidadão o atendimento acolhedor e li-
peração; vre de discriminação, visando à igualdade de tratamen-
to e à uma relação mais pessoal e saudável.
h) finalidade dos materiais coletados para exames;
É direito dos cidadãos atendimento acolhedor na
i) evolução provável do problema de saúde;
rede de serviços de saúde de forma humanizada, livre
j) informações sobre o custo das intervenções das de qualquer discriminação, restrição ou negação em
quais se beneficiou o usuário; função de idade, raça, cor, etnia, orientação sexual,
III - registro em seu prontuário, entre outras, das identidade de gênero, características genéticas, condi-
seguintes informações, de modo legível e atualizado: ções econômicas ou sociais, estado de saúde, ser por-
a) motivo do atendimento e/ou internação, dados tador de patologia ou pessoa vivendo com deficiência,
de observação clínica, evolução clínica, prescrição tera- garantindo-lhes:

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PACTO PELA SAÚDE 2006

I - a identificação pelo nome e sobrenome, devendo da existência e disponibilidade do plano referência;


existir em todo documento de identificação do usuário II - o sigilo e a confidencialidade de todas as infor-
um campo para se registrar o nome pelo qual prefe- mações pessoais, mesmo após a morte, salvo quando
re ser chamado, independentemente do registro civil, houver expressa autorização do usuário ou em caso de
não podendo ser tratado por número, nome da doença, imposição legal, como situações de risco à saúde pú-
códigos, de modo genérico, desrespeitoso ou precon- blica;
ceituoso; III - acesso a qualquer momento, o paciente ou ter-
II - profissionais que se responsabilizem por sua ceiro por ele autorizado, a seu prontuário e aos dados
atenção, identificados por meio de crachás visíveis, nele registrados, bem como ter garantido o encaminha-
legíveis ou por outras formas de identificação de fácil mento de cópia a outra unidade de saúde, em caso de
percepção; transferência;
III - nas consultas, procedimentos diagnósticos, pre- IV - recebimento de laudo médico, quando solicitar;
ventivos, cirúrgicos, terapêuticos e internações, o res- V - consentimento ou recusa de forma livre, voluntária
peito a: e esclarecida, depois de adequada informação, a quaisquer
a) integridade física; procedimentos diagnósticos, preventivos ou terapêuticos,
b) privacidade e conforto; salvo se isso acarretar risco à saúde pública;
c) individualidade; VI - o consentimento ou a recusa dados anterior-
d) seus valores éticos, culturais e religiosos; mente poderão ser revogados a qualquer instante, por
e) confidencialidade de toda e qualquer informação decisão livre e esclarecida, sem que lhe sejam imputa-
pessoal; das sanções morais, administrativas ou legais;
f) segurança do procedimento; VII - não ser submetido a nenhum exame, sem co-
g) bem-estar psíquico e emocional; nhecimento e consentimento, nos locais de trabalho
IV - o direito ao acompanhamento por pessoa de (préadmissionais ou periódicos), nos estabelecimentos
sua livre escolha nas consultas, exames e internações, prisionais e de ensino, públicos ou privados;
no momento do pré-parto, parto e pós-parto e em to- VIII - a indicação de um representante legal de sua
das as situações previstas em lei (criança, adolescente, livre escolha, a quem confiará a tomada de decisões
pessoas vivendo com deficiências ou idoso). Nas de- para a eventualidade de tornar-se incapaz de exercer
mais situações, ter direito a acompanhante e/ou visita sua autonomia;
diária, não inferior a duas horas durante as internações, IX - receber ou recusar assistência religiosa, psico-
ressalvadas as situações técnicas não indicadas; lógica e social;
V - se criança ou adolescente, em casos de interna- X - ter liberdade de procurar segunda opinião ou
ção, continuidade das atividades escolares, bem como parecer de outro profissional ou serviço sobre seu es-
desfrutar de alguma forma de recreação; tado de saúde ou sobre procedimentos recomendados,
VI - a informação a respeito de diferentes possibili- em qualquer fase do tratamento;
dades terapêuticas de acordo com sua condição clínica, XI - ser prévia e expressamente informado quando
considerando as evidências científicas e a relação custo- o tratamento proposto for experimental ou fizer parte
benefício das alternativas de tratamento, com direito à de pesquisa, decidindo de forma livre e esclarecida, so-
recusa, atestado na presença de testemunha; bre sua participação.
VII - a opção pelo local de morte; e XII - saber o nome dos profissionais que trabalham
VIII - o recebimento, quando internado, de visita nas unidades de saúde, bem como dos gerentes e/ou
de médico de sua referência, que não pertença àquela diretores e gestor responsável pelo serviço;
unidade hospitalar, sendo facultado a esse profissional XIII - ter acesso aos mecanismos de escuta para
o acesso ao prontuário. apresentar sugestões, reclamações e denúncias aos
gestores e às gerências das unidades prestadoras de
QUARTO PRINCÍPIO serviços de saúde e às ouvidorias, sendo respeitada a
privacidade, o sigilo e a confidencialidade; e XIV - par-
Assegura o atendimento que respeite os valores e ticipar dos processos de indicação e/ou eleição de seus
direitos do paciente, visando a preservar sua cidada- representantes nas conferências, nos conselhos nacio-
nia durante o tratamento. O respeito à cidadania no nal, estadual, do Distrito Federal, municipal e regional
Sistema de Saúde deve ainda observar os seguintes di- ou distrital de saúde e conselhos gestores de serviços.
reitos:
I - escolher o tipo de plano de saúde que melhor lhe QUINTO PRINCÍPIO
convier, de acordo com as exigências mínimas constan-
tes na legislação, e ter sido informado pela operadora Assegura as responsabilidades que o cidadão tam-

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PACTO PELA SAÚDE 2006

bém deve ter para que seu tratamento aconteça de for- II - adotar as providências necessárias para subsidiar
ma adequada. a divulgação desta declaração, inserindo em suas ações
as diretrizes relativas aos direitos e deveres dos usuá-
Todo cidadão deve se comprometer a: rios, ora formalizada;
I - prestar informações apropriadas nos atendimen- III - incentivar e implementar formas de participa-
tos, nas consultas e nas internações, sobre queixas, ção dos trabalhadores e usuários nas instâncias e nos
enfermidades e hospitalizações anteriores, história de órgãos de controle social do SUS;
uso de medicamentos e/ou drogas, reações alérgicas e IV - promover atualizações necessárias nos regimen-
demais indicadores de sua situação de saúde; tos e/ou estatutos dos serviços de saúde, adequando-
II - manifestar a compreensão sobre as informações os a esta declaração; e
e/ou orientações recebidas e, caso subsistam dúvidas, V - adotar formas para o cumprimento efetivo da
solicitar esclarecimentos sobre elas; legislação e normatizações do sistema de saúde.
III - seguir o plano de tratamento recomendado pelo
profissional e pela equipe de saúde responsável pelo RESPONSABILIDADE PELA SAÚDE DO
seu cuidado, se compreendido e aceito, participando CIDADÃO
ativamente do projeto terapêutico;
IV - informar ao profissional de saúde e/ou à equipe Compete ao município “prestar, com a cooperação
responsável sobre qualquer mudança inesperada de sua técnica e financeira da União e do Estado, serviços de
condição de saúde; atendimento à saúde da população” – Constituição da
V - assumir responsabilidades pela recusa a proce- República Federativa do Brasil, art. 30, item VII.
dimentos ou tratamentos recomendados e pela inob-
servância das orientações fornecidas pela equipe de RESPONSABILIDADES PELA GESTÃO DO
saúde; SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
VI - contribuir para o bem-estar de todos que cir-
culam no ambiente de saúde, evitando principalmente Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990
ruídos, uso de fumo, derivados do tabaco e bebidas al-
coólicas, colaborando com a limpeza do ambiente; I - DOS GOVERNOS MUNICIPAIS E DO DISTRITO
VII - adotar comportamento respeitoso e cordial FEDERAL:
com os demais usuários e trabalhadores da saúde; a) gerenciar e executar os serviços públicos de saúde;
VIII - ter sempre disponíveis para apresentação seus b) celebrar contratos com entidades prestadoras de ser-
documentos e resultados de exames que permanecem viços privados de saúde, bem como avaliar sua execução;
em seu poder;
c) participar do planejamento, programação e orga-
IX - observar e cumprir o estatuto, o regimento ge-
nização do SUS em articulação com o gestor estadual;
ral ou outros regulamentos do espaço de saúde, desde
d) executar serviços de vigilância epidemiológica,
que estejam em consonância com esta declaração;
sanitária, de alimentação e nutrição, de saneamento
X - atentar para situações da sua vida cotidiana em
que sua saúde esteja em risco e as possibilidades de básico e de saúde do trabalhador;
redução da vulnerabilidade ao adoecimento; e) gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
XI - comunicar aos serviços de saúde ou à vigilância f) celebrar contratos e convênios com entidades
sanitária irregularidades relacionadas ao uso e à oferta prestadoras de serviços privados de saúde, assim como
de produtos e serviços que afetem a saúde em ambien- controlar e avaliar sua execução; e
tes públicos e privados; e g) participar do financiamento e garantir o forneci-
XII - participar de eventos de promoção de saúde mento de medicamentos básicos.
e desenvolver hábitos e atitudes saudáveis que melho-
rem a qualidade de vida. II - DOS GOVERNOS ESTADUAIS E DO DISTRITO
FEDERAL:
SEXTO PRINCÍPIO a) acompanhar, controlar e avaliar as redes assisten-
ciais do SUS;
Assegura o comprometimento dos gestores para b) prestar apoio técnico e financeiro aos municípios;
que os princípios anteriores sejam cumpridos. Os ges- c) executar diretamente ações e serviços de saúde
tores do SUS, das três esferas de governo, para obser- na rede própria;
vância desses princípios, se comprometem a: d) gerir sistemas públicos de alta complexidade de
I - promover o respeito e o cumprimento desses di- referência estadual e regional;
reitos e deveres com a adoção de medidas progressivas e) acompanhar, avaliar e divulgar os seus indicado-
para sua efetivação; res de morbidade e mortalidade;

58
PACTO PELA SAÚDE 2006

f) participar do financiamento da assistência farma-


cêutica básica e adquirir e distribuir os medicamentos R E S O L V E:
de alto custo em parceria com o governo federal;
g) coordenar e, em caráter complementar, executar Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Promoção
ações e serviços de vigilância epidemiológica, vigilância da Saúde, conforme documento disponível no seguinte
sanitária, alimentação e nutrição e saúde do trabalha- endereço eletrônico: www.saude.gov.br/svs
dor;
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
h) implementar o Sistema Nacional de Sangue,
publicação.
Componentes e Derivados juntamente com a União e
municípios; e
i) coordenar a rede estadual de laboratórios de saú- SARAIVA FELIPE
de pública e hemocentros.
ANEXO 1
III - DO GOVERNO FEDERAL: MINISTÉRIO DA SAÚDE
a) prestar cooperação técnica e financeira aos esta- POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
dos, municípios e Distrito Federal; Historicamente, a atenção à saúde no Brasil tem in-
b) controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e vestido na formulação, implementação e concretização
substâncias de interesse para a saúde; de políticas de promoção, proteção e recuperação da
c) formular, avaliar e apoiar políticas nacionais no saúde. Há, pois, um grande esforço na construção de
campo da saúde; um modelo de atenção à saúde que priorize ações de
d) definir e coordenar os sistemas de redes integra- melhoria da qualidade de vida dos sujeitos e coletivos.
das de alta complexidade de rede de laboratórios de
O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu
saúde pública, de vigilância sanitária e epidemiológica;
a Agenda de Compromisso pela Saúde que agrega três ei-
e) estabelecer normas e executar a vigilância sanitá-
ria de portos, aeroportos e fronteiras em parceria com xos O Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS),
estados e municípios; O Pacto em Defesa da Vida e o Pacto de Gestão. Destaca-
f) participar do financiamento da assistência farma- se aqui o Pacto pela Vida que constitui um conjunto de
cêutica básica e adquirir e distribuir para os estados os compromissos sanitários que deverão se tornar priorida-
medicamentos de alto custo; des inequívocas dos três entes federativos, com definição
g) implementar o Sistema Nacional de Sangue, das responsabilidades de cada um.
Componentes e Derivados juntamente com estados e Dentre as macro-prioridades do Pacto em Defesa da
municípios; Vida, possui especial relevância o aprimoramento do
h) participar na implementação das políticas de contro- acesso e da qualidade dos serviços prestados no SUS,
le das agressões ao meio ambiente, de saneamento básico com a ênfase para o fortalecimento e qualificação es-
e relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
tratégica da Saúde da Família; A Promoção, Informa-
i) elaborar normas para regular as relações entre o SUS e
ção e Educação em Saúde com ênfase na Promoção de
os serviços privados contratados de assistência à saúde; e
j) auditar, acompanhar, controlar e avaliar as ações atividade física, na Promoção de hábitos saudáveis de
e os serviços de saúde, respeitadas as competências es- alimentação e vida, controle do tabagismo; controle do
taduais e municipais. uso abusivo de bebida alcoólica; cuidados especiais vol-
tados ao processo de envelhecimento.
Nessa direção, o desafio colocado para o gestor fe-
PORTARIA Nº 687/GM deral do SUS consiste em propor uma política trans-
DE 30 DE MARÇO DE 2006. versal, integrada e intersetorial, que faça dialogar as
diversas áreas do setor sanitário, os outros setores do
Aprova a Política de Promoção da Saúde. Governo, os setores privado e não governamental e a
sociedade, compondo redes de compromisso e co-res-
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de ponsabilidade quanto à qualidade de vida da popula-
suas atribuições, e ção em que todos sejam partícipes no cuidado com a
Considerando a necessidade de implantação e im- saúde.
plementação de diretrizes e ações para Promoção da A publicação da Política Nacional de Promoção da
Saúde em consonância com os princípios do SUS; e Saúde ratifica o compromisso da atual gestão do Minis-
Considerando o Pacto pela Saúde, suas diretrizes tério da Saúde na ampliação e qualificação das ações de
operacionais e seus componentes – Pacto pela Vida, promoção da saúde nos serviços e na gestão do Sistema
Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS -, Único de Saúde.
firmado entre as três esferas de governo para a conso- Saraiva Felipe
lidação do SUS, Ministro da Saúde

59
PACTO PELA SAÚDE 2006

1. INTRODUÇÃO as reflexões e os movimentos no âmbito da promoção


da saúde.
As mudanças econômicas, políticas, sociais e cultu- A promoção da saúde, como uma das estratégias de
rais, que ocorreram no mundo desde o século XIX e produção de saúde, ou seja, como um modo de pensar
que se intensificaram no século passado, produziram e de operar articulado às demais políticas e tecnologias
alterações significativas para a vida em sociedade. desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro, contribui
Ao mesmo tempo, tem-se a criação de tecnologias na construção de ações que possibilitam responder às
cada vez mais precisas e sofisticadas em todas as ativi- necessidades sociais em saúde.
dades humanas e o aumento dos desafios e dos impas- No SUS a estratégia de promoção da saúde é reto-
ses colocados ao viver. mada como uma possibilidade de enfocar os aspectos
A saúde, sendo uma esfera da vida de homens e que determinam o processo saúde¬adoecimento em
mulheres em toda sua diversidade e singularidade, não nosso país como, por exemplo: violência, desempre-
permaneceu fora do desenrolar das mudanças da socie- go, subemprego, falta de saneamento básico, habita-
dade nesse período. O processo de transformação da ção inadequada e/ou ausente, dificuldade de acesso à
sociedade é também o processo de transformação da educação, fome, urbanização desordenada, qualidade
saúde e dos problemas sanitários. do ar e da água ameaçada, deteriorada; e potencializar
Nas últimas décadas, tornou-se mais e mais impor- formas mais amplas de intervir em saúde.
tante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vul- Tradicionalmente, os modos de viver têm sido abor-
nerabilidade ao adoecer e as chances de que ele seja dados numa perspectiva individualizante e fragmentária
produtor de incapacidade, de sofrimento crônico e de e, colocam os sujeitos e as comunidades como os res-
morte prematura de indivíduos e população. ponsáveis únicos pelas várias mudanças/arranjos ocor-
Além disso, a análise do processo saúde-adoeci- ridos no processo saúde-adoecimento ao longo da vida.
mento evidenciou que a saúde é resultado dos modos Contudo, na perspectiva ampliada de saúde, como de-
de organização da produção, do trabalho e da socieda- finida no âmbito do Movimento da Reforma Sanitária
de em determinado contexto histórico e o aparato bio- Brasileira, do SUS e das Cartas da Promoção da Saúde,
médico não consegue modificar os condicionantes nem os modos de viver não se referem apenas ao exercício
determinantes mais amplos desse processo, operando da vontade e/ou liberdade individual e comunitária.
um modelo de atenção e cuidado marcado, na maior Ao contrário, os modos como sujeitos e coletividades
parte das vezes, pela centralidade dos sintomas. elegem determinadas opções de viver como desejáveis,
No Brasil, pensar outros caminhos para garantir a organizam suas escolhas e criam novas possibilidades
saúde da população significou pensar a redemocrati- para satisfazer suas necessidades, desejos e interesses
zação do país e a constituição de um sistema de saúde pertencem à ordem coletiva, uma vez que seu processo
inclusivo. de construção dá-se no contexto da própria vida.
Em 1986, a 8ª. Conferência Nacional de Saúde (CNS) Propõe-se, então, que as intervenções em saúde
tinha como tema “Democracia é Saúde” e constituiu-se ampliem seu escopo, tomando como objeto os proble-
em fórum de luta pela descentralização do sistema de mas e necessidades de saúde e seus determinantes e
saúde e pela implantação de políticas sociais que de- condicionantes de modo que a organização da atenção
fendessem e cuidassem da vida (BRASIL, 1986). Era um e do cuidado envolva, ao mesmo tempo, as ações e ser-
momento chave do Movimento da Reforma Sanitária viços que operem sobre os efeitos do adoecer e àqueles
Brasileira e da afirmação da indissociabilidade entre a que visem o espaço para além dos muros das unidades
garantia da saúde como direito social irrevogável e a de saúde e do sistema de saúde, incidindo sobre as con-
garantia dos demais direitos humanos e de cidadania. dições de vida e favorecendo a ampliação de escolhas
O relatório final da 8ª CNS lançou os fundamentos da saudáveis por parte dos sujeitos e coletividades no ter-
proposta do SUS (BRASIL, 1990). ritório onde vivem e trabalham.
Na base do processo de criação do SUS encontram- Nesta direção, a promoção da saúde estreita sua re-
se: o conceito ampliado de saúde, a necessidade de lação com a vigilância em saúde, numa articulação que
criar políticas públicas para promovê-la, o imperativo reforça a exigência de um movimento integrador na
da participação social na construção do sistema e das construção de consensos e sinergias e na execução das
políticas de saúde e a impossibilidade do setor sanitário agendas governamentais a fim de que as políticas pú-
responder sozinho à transformação dos determinantes blicas sejam cada vez mais favoráveis à saúde e à vida
e condicionantes para garantir opções saudáveis para e estimulem e fortaleçam o protagonismo dos cidadãos
a população. Nesse sentido, o SUS, como política do em sua elaboração e implementação, ratificando os
Estado brasileiro pela melhoria da qualidade de vida e preceitos constitucionais de participação social.
pela afirmação do direito à vida e à saúde, dialoga com O exercício da cidadania assim, vai além dos modos

60
PACTO PELA SAÚDE 2006

institucionalizados de controle social, implicando, por No texto constitucional tem-se ainda que o sistema
meio da criatividade e do espírito inovador, a criação sanitário brasileiro encontra-se comprometido com a
de mecanismos de mobilização e participação como os integralidade da atenção à saúde, quando suas ações e
vários movimentos e grupos sociais, organizando-se serviços são instados a trabalhar pela promoção, prote-
em rede. ção e recuperação da saúde, com a descentralização e
O trabalho em rede, com a sociedade civil com a participação social.
organizada,favorece que o planejamento das ações em No entanto, ao longo dos anos, o entendimento da
saúde esteja mais vinculado às necessidades percebidas integralidade passou a abranger outras dimensões, au-
e, vivenciadas pela população nos diferentes territórios mentando a responsabilidade do sistema de saúde com
e, concomitantemente, garante a sustentabilidade dos a qualidade da atenção e do cuidado. A integralidade
processos de intervenção nos determinantes e condi- implica, para além da articulação e sintonia entre as es-
cionantes de saúde. tratégias de produção da saúde, a ampliação da escuta
A saúde, como produção social de determinação dos trabalhadores e serviços de saúde na relação com
múltipla e complexa, exige a participação ativa de to- os usuários, quer individual e/ou coletivamente, de
dos os sujeitos envolvidos em sua produção – usuários, modo a deslocar a atenção da perspectiva estrita do seu
movimentos sociais, trabalhadores da saúde, gestores adoecimento e dos seus sintomas para o acolhimento
do setor sanitário e de outros setores –, na análise e de sua história, de suas condições de vida e de suas ne-
na formulação de ações que visem à melhoria da qua- cessidades em saúde, respeitando e considerando suas
lidade de vida. O paradigma promocional vem colocar especificidades e suas potencialidades na construção
a necessidade de que o processo de produção do co- dos projetos e da organização do trabalho sanitário.
nhecimento e das práticas no campo da saúde e, mais A ampliação do comprometimento e da co-respon-
ainda, no campo das políticas públicas faça-se por meio sabilidade entre trabalhadores da saúde, usuários e ter-
da construção e da gestão compartilhadas. ritório em que se localizam altera os modos de atenção
Desta forma, o agir sanitário envolve fundamen- e de gestão dos serviços de saúde, uma vez que a pro-
talmente o estabelecimento de uma rede de compro- dução de saúde torna-se indissociável da produção de
missos e co-responsabilidades em favor da vida e da subjetividades mais ativas, críticas, envolvidas e solidá-
criação das estratégias necessárias para que ela exista. rias e, simultaneamente, exige a mobilização de recur-
A um só tempo, comprometer-se e co-responsabilizar- sos políticos, humanos e financeiros que extrapolam
se pelo viver e por suas condições são marcas e ações o âmbito da saúde. Assim, coloca-se ao setor saúde
próprias da clínica, da saúde coletiva, da atenção e da o desafio de construir a intersetorialidade.
gestão, ratificando-se a indissociabilidade entre esses Compreende-se a intersetorialidade como uma ar-
planos de atuação. ticulação das possibilidades dos distintos setores de
Entende-se, portanto, que a promoção da saúde pensar a questão complexa da saúde, de co-responsa-
é uma estratégia de articulação transversal na qual se bilizar-se pela garantia da saúde como direito humano
confere visibilidade aos fatores que colocam a saúde da e de cidadania e de mobilizar-se na formulação de in-
população em risco e às diferenças entre necessidades, tervenções que a propiciem.
territórios e culturas presentes no nosso país, visando O processo de construção de ações intersetoriais
à criação de mecanismos que reduzam as situações de implica a troca e a construção coletiva de saberes, lin-
vulnerabilidade, defendam radicalmente a equidade e guagens e práticas entre os diversos setores envolvi-
incorporem a participação e o controle sociais na ges- dos na tentativa de equacionar determinada questão
tão das políticas públicas. sanitária, de modo que nele torna-se possível produzir
Na Constituição Federal de 1988, o Estado brasileiro soluções inovadoras quanto à melhoria da qualidade de
assume como seus objetivos precípuos a redução das vida. Tal processo propicia a cada setor a ampliação de
desigualdades sociais e regionais, a promoção do bem sua capacidade de analisar e de transformar seu modo
de todos e a construção de uma sociedade solidária de operar a partir do convívio com a perspectiva dos
sem quaisquer formas de discriminação. Tais objetivos outros setores, abrindo caminho para que os esforços
marcam o modo de conceber os direitos de cidadania e de todos sejam mais efetivos e eficazes.
os deveres do Estado no país, dentre os quais a saúde O compromisso do setor saúde na articulação in-
(BRASIL, 1988). tersetorial é tornar cada vez mais visível que o proces-
Neste contexto, a garantia da saúde implica asse- so saúde-adoecimento é efeito de múltiplos aspectos,
gurar o acesso universal e igualitário dos cidadãos aos sendo pertinente a todos os setores da sociedade e de-
serviços de saúde, mas também a formulação de polí- vendo compor suas agendas. Dessa maneira, é tarefa
ticas sociais e econômicas que operem na redução dos do setor saúde nas várias esferas de decisão convocar
riscos de adoecer. os outros setores a considerarem a avaliação e os pa-

61
PACTO PELA SAÚDE 2006

râmetros sanitários quanto à melhoria da qualidade de entende-se que é urgente superar a cultura administra-
vida da população quando forem construir suas políti- tiva fragmentada e desfocada dos interesses e necessi-
cas específicas. dades da sociedade, evitando o desperdício de recursos
Ao se retomar as estratégias de ação propostas pela públicos, reduzindo a superposição de ações e, conse-
Carta de Ottawa (BRASIL, 1996) e analisar a literatura qüentemente, aumentando a eficiência e a efetividade
na área observa-se que, até o momento, o desenvolvi- das políticas públicas existentes.
mento de estudos e evidências aconteceu em grande Nesse sentido, a elaboração da Política Nacional de
parte vinculado às iniciativas ligadas ao comportamen- Promoção da Saúde é oportuna posto que seu proces-
to e aos hábitos dos sujeitos. Nesta linha de interven- so de construção e de implantação/implementação nas
ção já é possível encontrar um acúmulo de evidências várias esferas de gestão do SUS e na interação entre o
convincentes, que são aquelas baseadas em estudos setor sanitário e os demais setores das políticas públicas
epidemiológicos demonstrativos de associações con- e da sociedade provoca a mudança no modo de orga-
vincentes entre exposição e doença a partir de pesqui- nizar, planejar, realizar, analisar e avaliar o trabalho em
sas observacionais prospectivas e, quando necessário, saúde.
ensaios clínicos randomizados com tamanho, duração e
qualidade suficientes (BRASIL, 2004d). 2. OBJETIVOS
Entretanto, persiste o desafio de organizar estudos
e pesquisas para identificação, análise e avaliação de Objetivo Geral
ações de promoção da saúde que operem nas estraté- Promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabi-
gias mais amplas que foram definidas em Ottawa (BRA- lidade e riscos à saúde relacionados aos seus determi-
SIL, 1996) e que estejam mais associadas às diretrizes nantes e condicionantes – modos de viver, condições de
propostas pelo Ministério da Saúde na Política Nacional trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura,
de Promoção da Saúde, a saber: integralidade, equida- acesso a bens e serviços essenciais.
de, responsabilidade sanitária, mobilização e participa-
ção social, intersetorialidade, informação, educação e Objetivos específicos
comunicação, e sustentabilidade. • Incorporar e implementar ações de promoção da
A partir das definições constitucionais, da legislação saúde, com ênfase na atenção básica;
que regulamenta o SUS, das deliberações das conferên- • Ampliar a autonomia e a co-responsabilidade de
cias nacionais de saúde e do Plano Nacional de Saúde sujeitos e coletividades, inclusive o poder público, no
(2004-2007) (BRASIL, 2004a), o Ministério da Saúde cuidado integral à saúde e minimizar e/ou extinguir as
propõe a Política Nacional de Promoção da Saúde num desigualdades de toda e qualquer ordem (étnica, racial,
esforço para o enfrentamento dos desafios de produ- social, regional, de gênero, de orientação/opção sexu-
ção da saúde num cenário sócio¬histórico cada vez al, dentre outras);
mais complexo e que exige a reflexão e qualificação • Promover o entendimento da concepção amplia-
contínua das práticas sanitárias e do sistema de saúde. da de saúde, entre os trabalhadores em saúde, tanto
Entende-se que a promoção da saúde apresenta-se das atividades-meio, como os da atividade-fim;
como um mecanismo de fortalecimento e implantação • Contribuir para o aumento da resolubilidade do
de uma política transversal, integrada e intersetorial, Sistema, garantindo qualidade, eficácia, eficiência e se-
que faça dialogar as diversas áreas do setor sanitário, gurança das ações de promoção da saúde;
os outros setores do Governo, o setor privado e não go- • Estimular alternativas inovadoras e socialmente
vernamental e a sociedade, compondo redes de com- inclusivas/contributivas no âmbito das ações de pro-
promisso e co¬responsabilidade quanto à qualidade de moção da saúde;
vida da população em que todos sejam partícipes na • Valorizar e otimizar o uso dos espaços públicos de
proteção e no cuidado com a vida. convivência e de produção de saúde para o desenvolvi-
Vê-se, portanto, que a promoção da saúde realiza- mento das ações de Promoção da Saúde;
se na articulação sujeito/coletivo, público/privado, Es- • Favorecer a preservação do meio ambiente e a
tado/sociedade, clínica/política, setor sanitário/outros promoção de ambientes mais seguros e saudáveis;
setores, visando romper com a excessiva fragmentação • Contribuir para elaboração e implementação de
na abordagem do processo saúde-adoecimento e redu- políticas públicas integradas que visem à melhoria da
zir a vulnerabilidade, os riscos e os danos que nele se qualidade de vida no planejamento de espaços urbanos
produzem. e rurais;
No esforço por garantir os princípios do SUS e a • Ampliar os processos de integração baseados na
constante melhoria dos serviços por ele prestados e por cooperação, solidariedade e gestão democrática;
melhorar a qualidade de vida de sujeitos e coletividades • Prevenir fatores determinantes e/ou condicionan-

62
PACTO PELA SAÚDE 2006

tes de doenças e agravos à saúde; Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitá-


• Estimular a adoção de modos de viver não-vio- rios de Saúde.
lentos e o desenvolvimento de uma cultura de paz no • Estímulo à inclusão nas capacitações do SUS de
país; temas ligados à Promoção da Saúde.
• Valorizar e ampliar a cooperação do setor da saú- • Apoio técnico a Estados e Municípios para inclu-
de com outras áreas de governos, setores e atores so- são nas capacitações do Sistema Único de Saúde de te-
ciais para a gestão de políticas públicas e a criação e/ou mas ligados à Promoção da Saúde.
o fortalecimento de iniciativas que signifiquem redução 4.5 Apoio a Estados e Municípios que desenvolvam
das situações de desigualdade. ações voltadas para a implementação da Estratégia
Global, vigilância e prevenção de doenças e agravos
3. DIRETRIZES não transmissíveis.
3.1. Reconhecer na Promoção da Saúde uma par- 4.6 Apoio à criação de Observatórios de Experiên-
te fundamental da busca da eqüidade, da melhoria da cias Locais referentes à Promoção da Saúde
qualidade de vida e de saúde. 4.7 Estímulo à criação de Rede Nacional de Expe-
3.2. Estimular as ações intersetoriais, buscando par- riências Exitosas na adesão e no desenvolvimento da
cerias que propiciem o desenvolvimento integral das estratégia de municípios saudáveis
ações de Promoção da Saúde. • Identificação e apoio a iniciativas referentes às
3.3. Fortalecer a participação social como funda- Escolas Promotoras da Saúde com foco em ações de
mental na consecução de resultados de Promoção da Alimentação Saudável; Práticas Corporais/Atividades
Saúde, em especial a eqüidade e o empoderamento in- Físicas e Ambiente Livre de Tabaco.
dividual e comunitário. • Identificação e desenvolvimento de parceria com
3.4. Promover mudanças na cultura organizacional, Estados e municípios para a divulgação das experiências
com vistas à adoção de práticas horizontais de gestão e exitosas relativas a Instituições Saudáveis e Ambientes
estabelecimento de redes de cooperação intersetoriais. Saudáveis.
3.5. Incentivar a pesquisa em Promoção da Saúde, • Favorecimento da articulação entre os setores da
saúde, meio ambiente, saneamento e planejamento
avaliando eficiência, eficácia, efetividade e segurança
urbano a fim de prevenir e/ou reduzir os danos provo-
das ações prestadas.
cados à saúde e ao meio ambiente, através do manejo
3.6. Divulgar e informar das iniciativas voltadas adequado de mananciais hídricos e resíduos sólidos,
para a Promoção da Saúde para profissionais de saúde, uso racional das fontes de energia, produção de fontes
gestores e usuários do SUS, considerando metodologias de energia alternativas e menos poluentes.
participativas e o saber popular e tradicional. • Desenvolvimento de iniciativas de modificação
arquitetônicas e no mobiliário urbano que objetivem a
4. ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO garantia de acesso às pessoas portadoras de deficiência
De acordo com as responsabilidades de cada esfera e idosas.
de gestão do SUS ¬Ministério da Saúde, Estados e Mu- • Divulgação de informações e definição de meca-
nicípios, destacamos as estratégias preconizadas para nismos de incentivo para a promoção de ambientes de
implementação da Política Nacional de Promoção da trabalho saudáveis com ênfase na redução dos riscos de
Saúde acidentes de trabalho
4.1 Estruturação e fortalecimento das ações de 4.8 Criação e divulgação da Rede de Cooperação
Promoção da Saúde no Sistema Único de Saúde, privi- Técnica para Promoção da Saúde
legiando as práticas de saúde sensíveis à realidade do 4.9 Inclusão das ações de Promoção da Saúde na
Brasil. agenda de atividades da comunicação social do SUS.
4.2 Estímulo à inserção de ações de Promoção da • Apoio e fortalecimento de ações de Promoção da
Saúde em todos os níveis de atenção, com ênfase na Saúde inovadoras utilizando diferentes linguagens cul-
turais, tais como jogral, hip hop, teatro, canções, litera-
atenção básica, voltadas às ações de cuidado com o
tura de cordel e outras formas de manifestação.
corpo e a saúde; alimentação saudável e prevenção e
4.10 Inclusão da saúde e de seus múltiplos determi-
controle ao tabagismo. nantes e condicionantes na formulação dos instrumen-
4.3 Desenvolvimento de estratégias de qualificação tos ordenadores do planejamento urbano e/ou agrário
em ações de Promoção da Saúde para profissionais de (planos diretores, agendas 21 locais, dentre outros).
saúde inseridos no Sistema Único de Saúde. 4.11 Estímulo à articulação entre Municípios, Esta-
4.4 Apoio técnico e/ou financeiro a projetos de dos e Governo Federal valorizando e potencializando o
qualificação de profissionais para atuação na área de saber e as práticas existentes no âmbito da Promoção
informação, comunicação e educação popular refe- da Saúde;
rentes à Promoção da Saúde que atuem na Estratégia • Apoio às iniciativas das Secretarias estaduais e

63
PACTO PELA SAÚDE 2006

municipais no sentido da construção de parcerias que da população.


estimulem e viabilizem políticas públicas saudáveis. • Elaboração de materiais de divulgação visando à
4.12 Apoio ao desenvolvimento de estudos refe- socialização da informação e a divulgação das ações de
rentes ao impacto na situação de saúde considerando Promoção da Saúde.
ações de Promoção da Saúde. • Identificação, articulação e apoio a experiências
• Apoio à construção de indicadores relativos as de educação popular, informação e comunicação, refe-
ações priorizadas para a Escola Promotora de Saúde: rentes às ações de Promoção da Saúde.
alimentação 18 saudável; práticas corporais/atividade • Promoção de cooperação nacional e internacional
física e ambiente livre de tabaco. referentes às experiências de Promoção da Saúde nos
4.13 Estabelecimento de intercâmbio técnico-cien- campos da atenção, da educação permanente e da pes-
tífico visando o conhecimento e a troca de informações quisa em saúde.
decorrentes das experiências no campo da atenção à • Divulgação sistemática dos resultados do processo
saúde, formação, educação permanente e pesquisa avaliativo das ações de Promoção da Saúde.
com unidades federativas e países onde as ações de
Promoção da Saúde estejam integradas ao serviço pú- GESTOR ESTADUAL
blico saúde. • Divulgar a Política Nacional de Promoção da Saú-
• Criação da Rede Virtual de Promoção da Saúde. de.
• Implementar as diretrizes da Política de Promoção
5. RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS DE da Saúde em consonância com as diretrizes definidas
GESTÃO no âmbito nacional e as realidades loco-regionais.
• Pactuar e alocar recursos orçamentários e finan-
GESTOR FEDERAL ceiros para a implementação da Política, considerando
• Divulgar a Política Nacional de Promoção da Saúde. a composição bipartite.
• Promover a articulação com os estados para apoio • Criar uma referência e/ou grupos matriciais res-
à implantação e supervisão das ações referentes às ponsáveis pelo planejamento, articulação e monitora-
ações de Promoção da Saúde. mento e avaliação das ações de Promoção da Saúde nas
• Pactuar e alocar recursos orçamentários e finan- Secretarias de Saúde de Estado.
ceiros para a implementação desta Política, consideran- • Manter articulação com municípios para apoio à
do a composição tripartite. implantação e supervisão das ações de Promoção da
• Desenvolvimento de ações de acompanhamento Saúde.
e avaliação das ações de promoção da saúde para ins- • Desenvolvimento de ações de acompanhamento
trumentalização de processos de gestão. e avaliação das ações de promoção da saúde para ins-
• Definir e apoiar as diretrizes capacitação e edu- trumentalização de processos de gestão.
cação permanente em consonância com as realidades • Adotar o processo de avaliação como parte do
loco regionais. planejamento e implementação das iniciativas de Pro-
• Viabilizar linhas de financiamento para a Promo- moção da Saúde, garantindo tecnologias adequadas.
ção da Saúde dentro da política de educação perma- • Estabelecer instrumentos e indicadores para o
nente, bem como propor instrumentos de avaliação de acompanhamento e avaliação do impacto da implanta-
desempenho. ção/implementação desta Política.
• Adotar o processo de avaliação como parte do • Implementar as diretrizes de capacitação e edu-
planejamento e implementação das iniciativas de Pro- cação permanente em consonância com as realidades
moção da Saúde, garantindo tecnologias adequadas. loco regionais.
• Estabelecer instrumentos e indicadores para o • Viabilizar linha de financiamento para Promoção
acompanhamento e avaliação do impacto da implanta- da Saúde dentro da política de educação permanente,
ção/implementação da Política de Promoção da Saúde. bem como propor instrumento de avaliação de desem-
• Articular com os Sistemas de Informação existen- penho, no âmbito estadual.
• Promover articulação intersetorial para a efetiva-
tes a inserção de ações voltadas a Promoção da Saúde
ção da Política de Promoção da Saúde.
no âmbito do SUS.
• Buscar parcerias governamentais e não governa-
• Buscar parcerias governamentais e não governa- mentais para potencializar a implementação das ações
mentais para potencializar a implementação das ações de Promoção da Saúde no âmbito do SUS.
de Promoção da Saúde no âmbito do SUS. • Identificação, articulação e apoio a experiências
• Definir ações de promoção da saúde intersetoriais de educação popular, informação e comunicação, refe-
e pluriinstitucionais de abrangência nacional que pos- rentes às ações de Promoção da Saúde.
sam impactar positivamente nos indicadores de saúde • Elaboração de materiais de divulgação visando a

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PACTO PELA SAÚDE 2006

socialização da informação e a divulgação das ações de das ações de intervenção.


Promoção da Saúde. • Reforço da ação comunitária, através do respeito
• Promoção de cooperação referente às experiên- às diversas identidades culturais nos canais efetivos de
cias de Promoção da Saúde nos campos da atenção, da participação no processo decisório.
educação permanente e da pesquisa em saúde. • Identificação, articulação e apoio a experiências
• Divulgação sistemática dos resultados do processo de educação popular, informação e comunicação, refe-
avaliativo das ações de Promoção da Saúde. rentes às ações de Promoção da Saúde.
• Elaboração de materiais de divulgação visando a
GESTOR MUNICIPAL socialização da informação e a divulgação das ações de
• Divulgar a Política Nacional de Promoção da Saúde. Promoção da Saúde.
• Implementar as diretrizes da Política de Promoção • Divulgação sistemática dos resultados do proces-
da Saúde em consonância com as diretrizes definidas so avaliativo das ações de Promoção da Saúde.
no âmbito nacional e as realidades locais.
• Pactuar e alocar recursos orçamentários e finan- 6. AÇÕES ESPECÍFICAS
ceiros para a implementação da Política de Promoção Para o biênio 2006-2007 foram priorizadas as ações
da Saúde. voltadas a:
• Criar uma referência e/ou grupos matriciais res- 6.1 Divulgação e implementação da Política Nacio-
ponsáveis pelo planejamento, implementação, articula- nal de Promoção da Saúde,
ção e monitoramento e avaliação das ações de Promo- 6.2 Alimentação Saudável,
ção da Saúde nas Secretarias de Municipais de Saúde. 6.3 Prática Corporal/Atividade Física,
• Adotar o processo de avaliação como parte do 6.4 Prevenção e Controle do Tabagismo,
planejamento e implementação das iniciativas de Pro- 6.5 Redução da morbi-mortalidade em decorrência
moção da Saúde, garantindo tecnologias adequadas. do uso abusivo de álcool e outras drogas,
• Participação efetiva nas iniciativas dos gestores 6.6 Redução da morbi-mortalidade por acidentes de
federal e estadual no que diz respeito à execução das trânsito,
ações locais de promoção da saúde e à produção de 6.7 Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz,
dados e informações fidedignas que qualifiquem a pes- 6.8 Promoção do desenvolvimento sustentável.
quisas nessa área.
• Estabelecer instrumentos de gestão e indicadores 6.1 Divulgação e implementação da Política Na-
para o acompanhamento e avaliação do impacto da cional de Promoção da Saúde
implantação/implementação da Política.
• Implantar estruturas adequadas para monitoramento 6.1.1 Promover seminários internos no Ministério
e avaliação das iniciativas de promoção da saúde. da Saúde destinados à divulgação da PNPS, com ado-
• Implementar as diretrizes de capacitação e educação ção de seu caráter transversal.
permanente em consonância com as realidades locais. 6.1.2 Convocar uma mobilização nacional de sen-
• Viabilizar linha de financiamento para Promoção sibilização para o desenvolvimento das ações de pro-
da Saúde dentro da política de educação permanente, moção da saúde, com estímulo à adesão de estados e
bem como propor instrumento de avaliação de desem- municípios.
penho, no âmbito municipal. 6.1.3 Discutir nos espaços de formação e educação
• Estabelecer mecanismos para a qualificação dos permanente de profissionais de saúde a proposta da
profissionais do sistema local de saúde para desenvol- PNPS e estimular a inclusão do tema nas grades cur-
ver as ações de Promoção da Saúde. riculares.
• Realização de oficinas de capacitação, envolvendo 6.1.4 Avaliar o processo de implantação da PNPS
em fóruns de composição tripartite.
equipes multiprofissionais, prioritariamente as que atu-
am na atenção básica. 6.2 Alimentação Saudável
• Promover articulação intersetorial para a efetiva-
ção da Política de Promoção da Saúde. 6.2.1 Promover ações relativas à Alimentação Saudá-
• Buscar parcerias governamentais e não governa- vel visando à promoção da saúde e a segurança alimentar
mentais para potencializar a implementação das ações e nutricional, contribuindo com as ações e metas de re-
de Promoção da Saúde no âmbito do SUS. dução da pobreza, a inclusão social e o cumprimento do
• Ênfase ao planejamento participativo envolvendo Direito Humano à Alimentação Adequada.
todos os setores do governo municipal e representantes 6.2.2 Promover articulação intra e intersetorial vi-
da sociedade civil, no qual os determinantes e condicio- sando à implementação da Política Nacional de Promo-
nantes da saúde sejam instrumentos para formulação ção da Saúde por meio do reforço à implementação das

65
PACTO PELA SAÚDE 2006

diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutri- tares saudáveis por parte dos beneficiários dos progra-
ção e da Estratégia Global. mas de transferência de renda.
• Contribuir com a formulação, implementação e • Estimular ações de empoderamento do consumi-
avaliação de políticas públicas que garantam o acesso à dor para o entendimento e uso prático da rotulagem
alimentação saudável, considerando as especificidades geral e nutricional dos alimentos.
culturais, regionais e locais. • Produção e distribuição de material educativo e
• Mobilização de instituições públicas, privadas e de desenvolvimento de campanhas na grande mídia para
setores da sociedade civil organizada visando a RATIFI- orientar e sensibilizar a população sobre os benefícios
CAR a implementação de ações de combate à fome e da amamentação.
de aumento do acesso ao alimento saudável pelas co- • Sensibilização dos trabalhadores em saúde quanto
munidades e grupos populacionais mais pobres. à importância e benefícios da amamentação.
• Articulação intersetorial no âmbito dos conselhos • Incentivo para a implantação de bancos de leite
de segurança alimentar, para que o crédito e o finan- humano nos serviços de saúde.
ciamento da agricultura familiar incorpore ações de fo- • Sensibilização e educação permanente dos traba-
mento à produção de frutas, legumes e verduras visan- lhadores em saúde no sentido de orientar as gestantes
do o aumento da oferta e o conseqüente aumento do HIV-positivo quanto às especificidades da amamenta-
consumo destes alimentos no país, de forma segura e ção (utilização de banco de leite humano e de fórmula
sustentável, associado às ações de geração de renda. infantil).
• Firmar uma agenda/pacto/compromisso social
com diferentes setores (poder legislativo, setor produ- 6.2.4 Desenvolver ações para a promoção da ali-
tivo, órgãos governamentais e não governamentais, mentação saudável no ambiente escolar
organismos internacionais, setor de comunicação e ou- • Fortalecimento das parcerias com a SGTES, Anvi-
tros), definindo os compromissos e responsabilidades sa, Ministério da Educação e FNDE/MEC para promo-
sociais de cada setor, com o objetivo de favorecer/ga- ver a alimentação saudável nas escolas.
rantir hábitos alimentares mais saudáveis na popula- • Divulgação de iniciativas que favoreçam o acesso à
ção, possibilitando a redução e o controle das taxas das alimentação saudável nas escolas públicas e privadas.
DCNT no Brasil. • Implementação de ações de promoção da alimen-
• Articulação e mobilização dos setores público e tação saudável no ambiente escolar.
privado para a adoção de ambientes que favoreçam a • Produção e distribuição do material sobre alimen-
alimentação saudável, o que inclui: espaços propícios tação saudável para inserção de forma transversal no
à amamentação pelas nutrizes trabalhadoras, oferta de conteúdo programático das escolas em parceria com as
refeições saudáveis nos locais de trabalho, nas escolas e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e Educação.
para as populações institucionalizadas. • Lançamento dos “10 Passos da ALIMENTAÇÃO
• Articulação e mobilização intersetorial para a pro- SAUDÁVEL NA ESCOLA”.
posição e elaboração de medidas regulatórias que vi- • Sensibilização e mobilização dos gestores estadu-
sem promover a alimentação saudável e reduzir o risco ais e municipais de saúde e de educação e as respecti-
do DCNT, com especial ênfase para a regulamentação vas instâncias de controle social para a implementação
da propaganda e publicidade de alimentos. das ações de promoção da alimentação saudável no
ambiente escolar. Com a adoção dos dez passos.
6.2.3 Disseminar a cultura da alimentação saudável • Produção e distribuição de vídeos e materiais ins-
em consonância com os atributos e princípios do Guia trucionais sobre a promoção da alimentação saudável
Alimentar da População Brasileira nas escolas.
• Divulgação ampla do “Guia Alimentar da Popula-
ção Brasileira” para todos os setores da sociedade. 6.2.5 Implementar as ações de vigilância alimentar
• Produção e distribuição de material educativo e nutricional para a prevenção e controle dos agravos e
(guia alimentar da população brasileira, 10 passos para doenças decorrentes da má alimentação.
uma alimentação saudável para diabéticos e hiperten- • Implementação do SISVAN como sistema na-
sos, cadernos de atenção básica sobre prevenção e tra- cional obrigatório vinculado às transferências de re-
tamento da obesidade e orientações para a alimentação cursos do PAB.
saudável dos idosos). • Envio de informações referentes ao SISVAN para
• Desenvolvimento de campanhas na grande mídia o Relatório de Análise de Doenças Não Transmissíveis e
para orientar e sensibilizar a população sobre os bene- Violências.
fícios de uma alimentação saudável. • Realização de inquéritos populacionais para o mo-
• Estimular ações que promovam escolhas alimen- nitoramento do consumo alimentar, e do estado nutricio-

66
PACTO PELA SAÚDE 2006

nal da população brasileira, a cada cinco anos de acordo res nos três níveis de gestão a importância de ações
com a Política Nacional de Alimentação e Nutrição. voltadas para melhorias ambientais com o objetivo de
• Prevenção das carências nutricionais por defici- aumentar os níveis populacionais de atividade física.
ência de micronutrientes (suplementação universal de • Constituir mecanismos de sustentabilidade e con-
ferro medicamentoso para gestantes e crianças e admi- tinuidade das ações do Pratique Saúde no SUS (área
nistração de megadoses de vitamina A para puérperas física adequada e equipamentos, equipe capacitada,
e crianças em áreas endêmicas). articulação com a rede de atenção).
• Realização de inquéritos de fatores de risco para • Incentivar articulações intersetoriais para a melho-
as DCNT da população em geral a cada cinco anos e ria das condições dos espaços públicos para a realização
para escolares a cada dois anos, conforme previsto na de práticas corporais/atividades físicas (urbanização
Agenda Nacional de Vigilância de Doenças e Agravos dos espaços públicos; criação de ciclovias e pistas de
Não Transmissíveis do Ministério da Saúde. caminhadas; segurança, outros).
• Monitoramento do teor de sódio dos produtos
processados, em parceria com a ANVISA e os órgãos da 6.3.3 Ações de aconselhamento/divulgação
vigilância sanitária em Estados e Municípios. • Organizar os serviços de saúde de forma a de-
• Fortalecimento dos mecanismos de regulamenta- senvolver ações de aconselhamento junto à população,
ção, controle e redução do uso de substâncias agrotóxi- sobre os benefícios de estilos de vida saudáveis.
cas e de outros modos de contaminação dos alimentos. • Desenvolver campanhas de divulgação estimu-
lando modos de viver saudáveis e objetivando reduzir
6.2.6 Reorientação dos serviços de saúde com fatores de risco para doenças não transmissíveis.
ênfase na Atenção Básica
• Mobilização e capacitação dos profissionais de 6.3.4 Ações de intersetorialidade e mobilização de
saúde da atenção básica para a promoção da alimen- parceiros
tação saudável nas visitas domiciliares, atividades de • Pactuar com os gestores do SUS e outros setores
grupo e nos atendimentos individuais. nos três níveis de gestão a importância de desenvolver
• Incorporação do componente alimentar no Siste- ações voltadas para estilos de vida saudáveis, mobili-
ma de Vigilância Alimentar e Nutricional de forma a zando recursos existentes.
permitir o diagnóstico e o desenvolvimento de ações • Estimular a formação de redes horizontais de troca
para a promoção da alimentação saudável. de experiências entre municípios.
• Reforço da implantação do SISVAN como instru- • Estimular a inserção e fortalecimento de ações já
mento de avaliação e de subsídio para o planejamento existentes no campo das práticas corporais em saúde
de ações que promovam a segurança alimentar e nutri- na comunidade.
cional em nível local. • Resgatar as práticas corporais / atividades físicas
de forma regular nas escolas, universidades e demais
6.3 Prática Corporal/Atividade Física espaços públicos.
• Articular parcerias estimulando práticas corporais /
6.3.1 Ações na rede básica de saúde e na comu- atividade física no ambiente de trabalho.
nidade
Mapear e apoiar as ações de práticas corporais / ati- 6.3.5 Ações de monitoramento e avaliação
vidade física existentes nos serviços de Atenção Básica e • Desenvolver estudos e formular metodologias
estratégia de Saúde da Família, e inserir naqueles onde capazes de produzir evidências e comprovar a efetivi-
não há ações. dade de estratégias de práticas corporais / atividades
• Ofertar práticas corporais / atividade física como físicas no controle e prevenção das doenças crônicas
caminhadas, prescrição de exercícios, práticas lúdicas, não transmissíveis.
esportivas e de lazer, na rede básica de saúde, voltadas • Estimular a articulação com instituições de ensino
tanto para a comunidade como um todo quanto para e pesquisa para monitoramento e avaliação das ações
grupos vulneráveis. no campo das práticas corporais / atividade física.
• Capacitar os trabalhadores de saúde em conteú- • Consolidar a Pesquisa de Saúde dos Escolares
dos de promoção à saúde e práticas corporais / ativida- (SVS/MS) como forma de monitoramento de práticas
de física na lógica da educação permanente, incluindo corporais / atividade física de adolescentes.
a avaliação como parte do processo.
• Estimular a inclusão de pessoas com deficiências 6.4 Prevenção e controle do tabagismo
em projetos de práticas corporais / atividades físicas.
• Pactuar com os gestores do SUS e outros seto- 6.4.1 Sistematizar ações educativas e mobilizar

67
PACTO PELA SAÚDE 2006

ações legislativas e econômicas, de forma a criar um crescente demanda de fumantes que buscam algum
contexto que: tipo de apoio para esse fim.
• reduza a aceitação social do tabagismo, 6.5 Redução da morbi-mortalidade em decorrên-
• reduza os estímulos para que os jovens comecem cia do uso abusivo de álcool e outras drogas
a fumar e os que dificultam os fumantes a deixarem de
fumar, 6.5.1 Investimento em ações educativas e sensibi-
• proteja a população dos riscos da exposição à po- lizadoras para crianças e adolescentes quanto ao uso
luição tabagística ambiental, abusivo de álcool e suas conseqüências.
• reduza o acesso aos derivados do tabaco, 6.5.2 Produzir e distribuir material educativo para
• aumente o acesso dos fumantes ao apoio para orientar e sensibilizar a população sobre os malefícios
cessação de fumar, do uso abusivo do álcool.
• controle e monitore todos os aspectos relacio- 6.5.3 Promover campanhasmunicipais em interação
nados aos produtos de tabaco comercializados, desde com as agências de trânsito no alerta quanto às conse-
seus conteúdos e emissões até as estratégias de comer- qüências da “direção alcoolizada”.
cialização e de divulgação de suas características para 6.5.4 Desenvolvimento de iniciativas de redução
o consumidor. de danos pelo consumo de álcool e outras drogas que
6.4.2 Realizar ações educativas de sensibilização da envolvam a co-responsabilização e autonomia da po-
população para a promoção de “comunidades livres de pulação.
tabaco”, divulgando ações relacionadas ao tabagismo e 6.5.5 Investimento no aumento de informações vei-
seus diferentes aspectos. culadas pela mídia quanto aos riscos e danos envolvidos
na associação entre o uso abusivo de álcool e outras
• Dia a Mundial sem Tabaco (31 de maio) drogas e acidentes/violências.
• Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto) 6.5.6 Apoio à restrição de acesso a bebidas alco-
ólicas de acordo com o perfil epidemiológico de dado
6.4.3 Fazerarticulações com a mídia para divulga- território, protegendo segmentos vulneráveis e priori-
ção de ações e de fatos que contribuam para o controle zando situações de violência e danos sociais.
do tabagismo em todo o território nacional.
6.4.4 Mobilizar e incentivar as ações contínuas atra- 6.6 Redução da morbi-mortalidade por acidentes
vés de canais comunitários (Unidades de Saúde, Escolas de trânsito
e Ambientes de Trabalho) capazes de manter um fluxo
contínuo de informações sobre o tabagismo, seus riscos 6.6.1 Promoção de discussões intersetoriais que in-
para quem fuma e os riscos da poluição tabagística am- corporem ações educativas à grade curricular de todos
biental para todos que convivem com ela. os níveis de formação
6.4.5 Investir na promoção de ambientes de traba- 6.6.2 Articulação de agendas e instrumentos de
lho livres de tabaco: planejamento, programação e avaliação, dos setores
• realizando ações educativas, normativas e organi- diretamente relacionados ao problema.
zacionais que visem estimular mudanças na cultura or- 6.6.3 Apoio às campanhas de divulgação em massa
ganizacional que levem à redução do tabagismo entre dos dados referentes às mortes e seqüelas provocadas
trabalhadores; por acidentes de trânsito.
• atuando junto a profissionais da área de saúde
ocupacional e outros atores-chave das organizações/ 6.7 Prevenção da violência e estímulo à cultura
instituições para a disseminação contínua de informa- de paz
ções sobre os riscos do tabagismo e do tabagismo pas-
sivo, a implementação de normas para restringir o fumo 6.7.1 Ampliação e fortalecimento da Rede Nacional
nas dependências dos ambientes de trabalho, a sinali- de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde.
zação relativa às restrições ao consumo nas mesmas e a 6.7.2 Investimento na sensibilização e capacitação
capacitação de profissionais de saúde ocupacional para dos gestores e profissionais de saúde na identificação
apoiar a cessação de fumar de funcionários. e encaminhamento adequado de situações de violência
intra-familiar e sexual.
6.4.6 Articular com MEC/Secretarias Estaduais e 6.7.3 Estímulo à articulação intersetorial que envol-
Municipais de Educação o estímulo à iniciativa de Pro- va a redução e o controle de situações de abuso, explo-
moção da Saúde no ambiente escolar ração e turismo sexual.
6.4.7 Aumentar o acesso do fumante aos métodos 6.7.4 Implementação da ficha de notificação de vio-
eficazes para cessação de fumar, e assim atender a uma lência interpessoal.

68
PACTO PELA SAÚDE 2006

6.7.5 Incentivo ao desenvolvimento de Planos Esta- operacionais do Pacto pela Saúde 2006;
duais e Municipais de Prevenção da Violência. Considerando os princípios do SUS de universalida-
6.7.6 Monitoramento e avaliação do desenvolvi- de do acesso e de integralidade da atenção;
mento dos Planos Estaduais e Municipais de Prevenção Considerando o processo de descentralização e or-
da Violência mediante a realização de coleta, sistemati- ganização do SUS;
zação, análise e disseminação de informações. Considerando que o financiamento do SUS é de
6.7.7 Implantação de Serviços Sentinela, que serão responsabilidade conjunta da União, Estados, Distrito
responsáveis pela notificação dos casos de violências. Federal e Municípios; e
Considerando o contínuo movimento de pactuação
6.8 Promoção do Desenvolvimento Sustentável entre as três esferas de gestão com vistas ao aperfeiço-
amento do SUS,
6.8.1 Apoio aos diversos centros colaboradores
existentes no país que desenvolvem iniciativas promo- R E S O L V E:
toras do desenvolvimento sustentável.
6.8.2 Apoio à elaboração de planos de ação esta- Art 1º Definir que o custeio das ações de saúde é
duais e locais, incorporados aos Planos Diretores das de responsabilidade das três esferas de gestão do SUS,
Cidades. observado o disposto na Constituição Federal e na Lei
6.8.3 Fortalecimento de instâncias decisórias inter- Orgânica do SUS.
setoriais com o objetivo de formular políticas públicas Art. 2º Os recursos federais destinados ao custeio
integradas voltadas ao desenvolvimento sustentável. de ações e serviços de saúde passam a ser organizados
6.8.4 Apoio ao envolvimento da esfera não go- e transferidos na forma de blocos de financiamento.
vernamental (empresas, escolas, igrejas e associações Parágrafo único. Os blocos de financiamento são
várias) no desenvolvimento de políticas públicas de constituídos por componentes, conforme as especifici-
Promoção da Saúde, em especial no que se refere ao dades de suas ações e os serviços de saúde pactuados.
movimento por ambientes saudáveis. Art. 3º Ficam criados os seguintes blocos de finan-
6.8.5 Reorientação das práticas de saúde de modo a ciamento:
permitir a interação saúde, meio ambiente e desenvol- I - Atenção Básica;
vimento sustentável. II - Atenção de Média e Alta Complexidade Ambu-
6.8.6 Estímulo à produção de conhecimento e de- latorial e Hospitalar;
senvolvimento de capacidades em desenvolvimento III - Vigilância em Saúde;
sustentável. IV - Assistência Farmacêutica; e
6.8.7 Promoção do uso de metodologias de reco- V - Gestão do SUS.
nhecimento do território, em todas as suas dimensões Art. 4º Os recursos federais para custeio de ações
– demográfica, epidemiológica, administrativa, política, e serviços de saúde serão transferidos a Estados, Distri-
tecnológica, social e cultural, como instrumento de or- to Federal e Municípios, de forma automática fundo a
ganização dos serviços de saúde. fundo, observando os atos normativos específicos refe-
rentes a cada bloco.
PORTARIA Nº 698/GM Parágrafo único. Os recursos federais de custeio
DE 30 DE MARÇO DE 2006. provenientes de acordos de empréstimos internacionais
serão transferidos conforme seus atos normativos.
Define que o custeio das ações de saúde é de Art. 5º As bases de cálculo que formam cada blo-
responsabilidade das três esferas de gestão do SUS, co e componente, bem como os montantes financeiros
observado o disposto na Constituição Federal e na transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios
Lei Orgânica do SUS. deverão estar expressos em memórias de cálculo, para
fins de histórico e monitoramento.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de Art. 6º Os recursos de cada Bloco de Financia-
suas atribuições, e mento devem ser aplicados, exclusivamente, nas ações
Considerando o disposto na Lei nº 8080 de e serviços de saúde relacionados ao Bloco.
19/11/90 e na lei nº 8142 de 28/12/90; § 1º Os recursos oriundos da prestação de serviços
Considerando o disposto no Decreto nº 1.232, de 30 de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar
de agosto de 1994, que trata do repasse de recursos fede- resultantes da produção das unidades públicas não se
rais de saúde a Estados, Distrito Federal e Municípios; aplicam ao previsto no caput deste artigo.
Considerando o disposto na Portaria nº 399/GM, § 2º No Bloco de Financiamento da Assistência Far-
de 22 de fevereiro de 2006, que aprova as diretrizes macêutica, os recursos devem ser aplicados, exclusiva-

69
PACTO PELA SAÚDE 2006

mente, nas ações definidas para cada Componente que pecificidades estaduais e regulamentados por ato nor-
compõem o Bloco. mativo específico.
DO BLOCO DA ATENÇÃO BÁSICA DO BLOCO DA ATENÇÃO DE MÉDIA E
ALTA COMPLEXIDADE AMBULATORIAL E
Art. 7º O Bloco da Atenção Básica será constituído HOSPITALAR
por dois componentes: Piso de Atenção Básica – PAB
Fixo e Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável. Art. 10. O Bloco da Atenção de Média e Alta Com-
Art 8º O Piso de Atenção Básica – PAB Fixo, se refere plexidade Ambulatorial e Hospitalar será constituído
ao custeio de ações de atenção básica à saúde, cujos re- por dois componentes: Componente Limite Financeiro
cursos serão transferidos mensalmente, de forma regular da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospita-
e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de lar – MAC e Componente Fundo de Ações Estratégicas
e Compensação – FAEC.
Saúde do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 11. O Componente Limite Financeiro da Média
Parágrafo único. Os recursos do incentivo à des-
e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar – MAC
centralização de unidades de saúde da Funasa, incor-
- dos Estados, Distrito Federal e Municípios, é destina-
porados ao PAB fixo, podem ser aplicados no custeio do ao financiamento de procedimentos e de incentivos
destas unidades. permanentes, transferidos mensalmente, para custeio
Art 9º O Piso da Atenção Básica Variável - PAB de ações de média e alta complexidade em saúde.
Variável, é constituído por recursos financeiros destina- § 1º O financiamento dos incentivos permanentes
do ao custeio de estratégias, realizadas no âmbito da do Componente MAC, incluem aqueles atualmente de-
Atenção Básica em Saúde, tais como: signados aos:
I - Saúde da Família; I - Centro de Especialidades Odontólogicas (CEO);
II - Agentes Comunitários de Saúde; II - Laboratório de Prótese Dentária;
III - Saúde Bucal; III - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
IV - Compensação de Especificidades Regionais; (SAMU);
IV - Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador;
V - Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos
V - Hospitais de Pequeno Porte;
Indígenas;
VI - Incentivo de Integração do SUS – INTEGRASUS;
VI - Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário;
VII - Fator de Incentivos ao Desenvolvimento do En-
VII - Política de Atenção Integral à Saúde do Adoles- sino e Pesquisa Universitária em Saúde – FIDEPS;
cente em conflito com a lei em regime de internação e VIII - Programa de Incentivo de Assistência à Popu-
internação provisória; e lação Indígena – IAPI; e
VIII - Outros que venham a ser instituídos por meio IX - Outros que venham a ser instituídos por
de ato normativo específico. meio de ato normativo para fins de custeio de ações
de média e alta complexidade e não financiados por
§ 1º Os recursos do PAB Variável serão transferidos
procedimento.
do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde do § 2º Os recursos federais de que trata este arti-
Distrito Federal e dos Municípios, mediante adesão e go, serão transferidos do Fundo Nacional de Saúde aos
implementação das ações a que se destinam e desde Fundos de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Muni-
que constantes do respectivo plano de saúde. cípios, conforme a Programação Pactuada e Integrada
§ 2º Os recursos do PAB Variável transferidos atual- da Assistência, publicada em ato normativo específico.
mente para custeio das ações de assistência farmacêu- Art. 12. O Componente Fundo de Ações Estraté-
gicas e Compensação – FAEC, são recursos destinados
tica e de vigilância sanitária passam a compor o Bloco
ao custeio dos seguintes procedimentos:
de Financiamento da Assistência Farmacêutica e o da
I - procedimentos regulados pela Central Nacional
Vigilância em Saúde, respectivamente.
de Regulação da Alta Complexidade - CNRAC;
§ 3º Os recursos destinados à estratégia de Com- II - transplantes;
pensação de Especificidades Regionais, correspondem III - ações estratégicas ou emergenciais, de caráter
a 5% do valor mínimo do PAB Fixo multiplicado pela temporário e implementadas com prazo pré-definido; e
população do Estado. IV - novos procedimentos, não relacionados aos
§ 4º Os critérios de aplicação dos recursos de constantes da tabela vigente ou que não possuam pa-
Compensação de Especificidades Regionais devem ser râmetros para permitir a definição de limite de financia-
pactuados nas Comissões Intergestores Bipartite - CIB mento, que serão custeados pelo FAEC por um período
e informados ao plenário da CIT, devendo atender a es- de seis meses com vistas a permitir a formação de série
histórica necessária à sua agregação ao Componente

70
PACTO PELA SAÚDE 2006

Limite Financeiro da Atenção de Média e Alta Comple- – TAM e do Piso da Atenção Básica em Vigilância Sani-
xidade Ambulatorial e Hospitalar – MAC. tária – PAB VISA.
Parágrafo único. Os recursos destinados ao custeio DO BLOCO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
de procedimentos atualmente financiados por meio do
FAEC e não contemplados neste artigo, serão incorpo- Art. 16. O Bloco de Financiamento para a Assistên-
rados ao Limite Financeiro da Média e Alta Complexi- cia Farmacêutica é constituído por quatro componen-
dade Ambulatorial e Hospitalar dos Estados, Distrito Fe- tes: Componente Básico da Assistência Farmacêutica;
deral e Municípios, conforme ato normativo específico, Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica;
observando as pactuações da Comissão Intergestores Componente Medicamentos de Dispensação Excepcio-
Tripartite. nal e Componente de Organização da Assistência Far-
macêutica.
DO BLOCO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Art. 17. O Componente Básico da Assistência Far-
macêutica destina-se à aquisição de medicamentos e
Art. 13. O Bloco de Financiamento para a Vigilân- insumos de assistência farmacêutica no âmbito da aten-
cia em Saúde será constituído por dois componentes: ção básica em saúde e aquelas relacionadas a agravos
Componente da Vigilância Epidemiológica e Ambien- e programas de saúde específicos, inseridos na rede de
tal em Saúde e Componente da Vigilância Sanitária em cuidados da atenção básica.
Saúde. § 1º O Componente Básico é composto de uma Parte
Parágrafo único. As responsabilidades de cada Financeira Fixa e de uma Parte Financeira Variável.
uma das esferas de governo estão estabelecidas na le- § 2º A Parte Financeira Fixa do Componente Básico
gislação vigente, devendo as adequações e atualizações consiste em um valor per capita destinado a aquisição
ser pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite. de medicamentos e insumos de assistência farmacêu-
Art 14. O Componente da Vigilância Epidemio- tica em atenção básica, transferido ao Distrito Federal,
lógica e Ambiental em Saúde, se refere aos recursos Estados e/ou Municípios, conforme pactuação nas Co-
federais destinados às ações de vigilância, prevenção e missões Intergestores Bipartite.
controle de doenças, composto pelo atual Teto Finan- § 3º Os gestores estaduais e municipais devem
ceiro de Vigilância em Saúde que incluem os seguintes compor o financiamento da Parte Fixa do Componente
incentivos : Hospitais do Sub Sistema de Vigilância Epi- Básico, como contrapartida, em recursos financeiros ou
demiológica em Âmbito Hospitalar, Registro de Câncer insumos, conforme pactuação na Comissão Intergesto-
de Base Populacional, Atividade de Promoção à Saúde, res Bipartite e normatização da política de assistência
Laboratórios de Saúde Pública e outros que vierem a ser farmacêutica vigente.
implantados através de ato normativo específico. § 4º A Parte Financeira Variável do Componente
§ 1º No componente Vigilância Epidemiológica e Básico consiste em valores per capita destinados a aqui-
Ambiental em Saúde também estão incluídos recursos
sição de medicamentos e insumos de assistência far-
federais com repasses específicos, destinados às se-
macêutica dos Programas de Hipertensão e Diabetes,
guintes finalidades:
I - fortalecimento da Gestão da Vigilância em Saúde Asma e Rinite, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Ali-
em Estados e Municípios (VIGISUS II); mentação e Nutrição e Combate ao Tabagismo.
II - campanhas de vacinação; e § 5º Os recursos da Parte Variável do Componente
III - incentivo do Programa DST/AIDS; Básico poderão ser executados centralizadamente pelo
§ 2º . Os recursos federais destinados à contrata- Ministério da Saúde ou descentralizados a Estados,
ção de pessoal para execução de atividades de cam- Municípios e Distrito Federal, conforme pactuação na
po no combate ao vetor transmissor da dengue serão Comissão Intergestores Tripartite, mediante a imple-
alocados no Bloco Financeiro de Vigilância em Saúde mentação e organização dos serviços previstos nestes
dos Estados, Distrito Federal e Municípios – componen- Programas.
te da Vigilância Epidemiológica e Ambiental em saúde, § 6º Os recursos destinados ao medicamento Insu-
na medida que se comprove a efetiva contratação dos lina Humana, do grupo de medicamentos do Programa
agentes de campo. Hipertensão e Diabetes, serão executados centralizada-
§ 3º Os recursos de que trata o componente da Vi- mente pelo Ministério da Saúde, conforme pactuação
gilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde deverá da Comissão Intergestores Tripartite, retificando a Por-
contemplar ações de rotina e poderá ser acrescido de taria GM nº 399 de 22/02/2006.
valores específicos para a execução de ações contin- Art. 18. O Componente Estratégico da Assistência
genciais, conforme pactuação na CIT. Farmacêutica destina-se ao financiamento para o cus-
Art 15. O Componente da Vigilância Sanitária em teio de ações de assistência farmacêutica nos seguintes
Saúde será constituído do Termo de Ajuste e Metas programas de saúde estratégicos:

71
PACTO PELA SAÚDE 2006

I - Controle de endemias, tais como a Tuberculose, IX - Incentivo à Implantação e/ou Qualificação de


Hanseníase, Malária, Leishmaniose, Chagas e outras Políticas Específicas;
doenças endêmicas de abrangência nacional ou re- § 1º Os incentivos relacionados à Implantação e/ou
gional; Qualificação de Políticas Específicas, incluem aqueles
II - Anti-retrovirais do programa DST/AIDS; atualmente designados à:
III - Sangue e Hemoderivados; e I - Implantação de Centros de Atenção Psicossocial;
IV - Imunobiológicos; II - Qualificação de Centros de Atenção Psicossocial;
Art. 19. O Componente Medicamentos de Dis- III - Implantação de Residências Terapêuticas em
pensação Excepcional, destina-se ao financiamento do Saúde Mental;
Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcio- IV - Fomento para ações de redução de danos em
nal, para a aquisição e distribuição do grupo de medica- CAPS AD;
mentos da tabela de procedimentos ambulatoriais. V - Inclusão social pelo trabalho para pessoas porta-
§ 1º O Programa de Medicamentos de Dispensa- doras de transtornos mentais e outros transtornos de-
ção Excepcional será reformulado no prazo de 60 dias correntes do uso de álcool e outras drogas;
mediante pactuação entre as três esferas de gestão do VI - Implantação de Centros de Especialidades
SUS, observadas as seguintes diretrizes: Odontológicas – CEO;
I - Definição de critérios para inclusão e exclusão de VII - Implantação do Serviço de Atendimento Móvel
medicamentos e CID na Tabela de Procedimentos, com de Urgência – SAMU;
base nos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas; VIII - Reestruturação dos Hospitais Colônias de
II - Definição de percentual de co-financiamento Hanseníase;
entre as esferas de gestão federal e estadual; IX - Implantação de Centros de Saúde do Trabalhador;
III - Revisão periódica de valores da tabela de pro- X - Política de Cirurgias Eletivas;
cedimentos; e XI - Adesão a Contratualização dos Hospitais Fi-
IV - Forma de aquisição e execução financeira, con- lantrópicos;
siderando-se os princípios da descentralização e econo- XII - Cadastro Nacional dos Usuários do SUS (Car-
mia de escala. tão Nacional); e
§ 2º O Ministério da Saúde transferirá mensal- XIII - Outros que vierem a ser instituídos por meio
mente às Secretarias Estaduais, os valores financeiros de ato normativo para fins de implantação de políticas
apurados em encontro de contas trimestrais, com base específicas.
nas emissões de Autorizações de Procedimentos de Alta § 2º A transferência de recursos de que trata este arti-
Complexidade – APAC. go será regulamentada por ato normativo específico.
Art. 20. O Componente de Organização da Assis- Art 23. O Ministério da Saúde publicará porta-
tência Farmacêutica é constituído por recursos federais rias específicas regulamentando a operacionalização de
destinados ao custeio de ações e serviços inerentes à cada Bloco de Financiamento constituído pela presente
assistência farmacêutica. portaria.
Parágrafo Único – O Fundo Nacional de Saúde
DO BLOCO DE GESTÃO DO SUS adotará as medidas necessárias para garantia das trans-
ferências conforme o disposto nesta portaria.
Art. 21. O Bloco de Financiamento para a Gestão Art. 24. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
do SUS destina-se ao fortalecimento da gestão do Sis- publicação.
tema Único de Saúde para o custeio de ações específi- Art. 25. Revogam-se a Portaria nº 059/GM, de 16
cas relacionadas à organização e ampliação do acesso de janeiro de 1998, a Portaria nº 531/GM, de 30 de
aos serviços de saúde.
abril de 1999 e demais disposições em contrário.
Art 22. Os recursos federais que integram o Bloco
de Financiamento para a Gestão do SUS serão constitu-
SARAIVA FELIPE
ídos dos seguintes componentes:
I - Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria;
II - Planejamento e Orçamento; PORTARIA Nº 699/GM
III - Programação; DE 30 DE MARÇO DE 2006.
IV - Regionalização;
V - Gestão do Trabalho; Regulamenta as Diretrizes Operacionais dos
VI - Educação em Saúde; Pactos Pela Vida e de Gestão.
VII - Incentivo à Participação do Controle Social;
VIII - Estruturação de serviços e organização de O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de
ações de assistência farmacêutica; e suas atribuições, e

72
PACTO PELA SAÚDE 2006

Considerando que as Diretrizes Operacionais do pactuação das metas municipais, estaduais e do DF, no que
Pacto pela Saúde, instituídas pela portaria nº399/GM se refere às prioridades estabelecidas no Pacto pela Vida.
de 22 de fevereiro de 2006, alteram várias dimensões § 4º Deverá constar no verso dos documentos dos
do funcionamento do Sistema Único de Saúde – SUS, Termos de Compromisso de Gestão um glossário para
necessitando de normatizações específicas para sua re- facilitar sua compreensão.
gulamentação; § 5º O Termo de Compromisso de Gestão terá os
Considerando que a implementação dos Pactos seguintes Anexos, que ficam instituídos conforme res-
pela Vida e de Gestão, enseja uma revisão normativa pectivos modelos:
em várias áreas que serão regulamentadas em porta- I - Extrato do Termo de Cooperação entre Entes Pú-
rias específicas pactuadas na Comissão Intergestores blicos, quando couber – Anexo V;
Tripartite - CIT; II - A Declaração da CIB de Comando Único do Sis-
Considerando que os Termos de Compromisso de tema pelo Gestor Municipal – Anexo VI;
Gestão Municipal, do Distrito Federal, Estadual e Fe- III - O Termo do Limite Financeiro Global do Muni-
deral são os documentos de formalização do Pacto nas cípio e do Estado e do DF – Anexo VII; e
suas dimensões Pela Vida e de Gestão; IV - Relatório dos Indicadores de Monitoramento, a
Considerando que a assinatura dos Termos de Com- ser implantado a partir de 2007.
promisso de Gestão Municipal, do Distrito Federal, Es- Art. 3º O Termo de Cooperação entre Entes Públicos,
tadual e Federal é a declaração pública dos compromis- cujo conteúdo será pactuado entre Ministério da Saúde,
sos assumidos pelo gestor perante os outros gestores e Conass e Conasems em portaria específica, é destinado à
perante a população sob sua responsabilidade; formalização da relação entre gestores quando unidades
públicas prestadoras de serviço, situadas no território de
Considerando que os Termos de Compromisso de
um município, estão sob gerência de determinada esfera
Gestão Municipal, do Distrito Federal, Estadual e Fede-
administrativa e gestão de outra.
ral substituem o atual processo de habilitação, § 1º O Termo de Cooperação entre Entes Públicos
deve conter as metas e um plano operativo do acordo.
R E S O L V E: § 2º As unidades públicas prestadoras de serviço
devem, preferencialmente, receber os recursos de cus-
Art. 1º Regulamentar a implementação das Dire- teio correspondentes à realização das metas pactuadas
trizes Operacionais dos Pactos Pela Vida e de Gestão no plano operativo e não por produção.
e seus desdobramentos para o processo de gestão do § 3º A transferência de recursos, objeto do Termo
SUS bem como a transição e o monitoramento dos Pac- de Cooperação entre Entes Públicos, deverá ser feita
tos, unificando os processos de pactuação de indicado- conforme pactuação.
res e metas. Art. 4º Estabelecer que a Declaração da CIB de
Comando Único do Sistema pelo Gestor Municipal é o
Art. 2º Estabelecer que as responsabilidades sani-
documento que explicita a gestão dos estabelecimen-
tárias e atribuições do respectivo gestor, as metas e ob-
tos de saúde situados no território de um determinado
jetivos do Pacto pela Vida, que definem as prioridades município.
dos três gestores para o ano em curso e os indicadores Art. 5º Estabelecer que o Termo do Limite Financei-
de monitoramento, que integram os diversos processos ro Global do Município, do Estado e do Distrito Federal
de pactuação de indicadores existentes serão afirmadas refere-se aos recursos federais de custeio, referentes
publicamente por meio dos Termos de Compromisso àquela unidade federada, explicitando o valor corres-
de Gestão Municipal (Anexo I), Estadual (Anexo II), do pondente a cada bloco.
Distrito Federal (Anexo III), e Federal (Anexo IV). § 1º No Termo do Limite Financeiro Global do Mu-
§ 1º A unificação total dos processos de pactua- nicípio, no que se refere ao Bloco da Média e Alta Com-
ção de indicadores existentes dar-se-á no ano de 2007. plexidade, serão discriminados os recursos para a popu-
Para o ano de 2006 continuam em separado o Pacto da lação própria e os relativos à população referenciada.
§ 2º Os recursos relativos ao Termo do Limite Fi-
Atenção Básica e da Programação Pactuada Integrada
nanceiro Global do Município, do Estado e do DF serão
da Vigilância em Saúde /PPI-VS, com a pactuação no
transferidos pelo Ministério da Saúde, de forma regular
Termo de Compromisso de Gestão das metas do Pacto e automática, ao respectivo Fundo de Saúde, excetu-
pela Vida e de alguns indicadores para orientar o moni- ando os recursos transferidos diretamente às unidades
toramento global dos Pactos. universitárias federais e aqueles previstos no Termo de
§ 2º Nos Termos de Compromisso de Gestão Mu- Cooperação entre Entes Públicos.
nicipal, do Distrito Federal e Estadual podem ser acres- § 3º O Termo do Limite Financeiro Global do Mu-
centadas outras metas municipais, regionais e estadu- nicípio deverá explicitar também os recursos de custeio
ais, conforme pactuação. próprios das esferas municipal e estadual. Caso não seja
§ 3º As metas nacionais servem de referência para a possível explicitá-los por blocos, deverá ser informado

73
PACTO PELA SAÚDE 2006

apenas o total do recurso. Termo de Compromisso de Gestão Municipal, junto ao


Art. 6º Estabelecer que o Relatório de Indicadores município e estado, quando solicitado;
de Monitoramento será gerado por um sistema infor- V - Os gestores municipais devem acompanhar o
matizado, a ser implantado a partir de 2007, será um processo de construção do Termo Estadual; e
Anexo do Termo de Compromisso de Gestão. VI - Os gestores municipais e estaduais devem acom-
panhar o processo de construção do Termo Federal.
Parágrafo único. Permanece em vigor, no ano de
§ 1º Os Municípios, Estados e DF que não apresen-
2006, a pactuação de indicadores nos processos espe-
tarem condições de assumir integralmente as responsa-
cíficos do Pacto da Atenção Básica e da Programação bilidades atribuídas a todos no Termo de Compromisso
Pactuada Integrada da Vigilância em Saúde /PPI-VS, de Gestão na data de sua assinatura devem pactuar
conforme disposto no § 1º do art. 2º, aos quais será um cronograma, parte integrante do referido Termo de
acrescido um grupo de indicadores cuja pactuação dar- Compromisso, com vistas a assumi-las. As outras res-
se-á no próprio instrumento do Termo de Compromisso ponsabilidades atribuídas aos municípios serão pactua-
de Gestão, não gerando assim o Relatório de Indicado- das e estabelecido o cronograma, quando necessário.
res de Monitoramento, neste ano. § 2º As ações necessárias para apoiar os municí-
Art. 7º Estabelecer normas para a definição, altera- pios e/ou o estado para a consecução do cronograma
ção e suspensão dos valores do Limite Financeiro Glo- referido no §1º, assim como para o alcance das metas e
bal do Município, Estado e Distrito Federal: objetivos pactuados, devem ser expressas nos respecti-
I - A alocação do recurso referente ao Bloco Finan- vos Planos de Saúde;
§ 3º O Termo de Compromisso de Gestão Municipal
ceiro de Média e Alta Complexidade da Assistência será
deve ser construído em sintonia com o Plano Municipal
definido de acordo com a Programação Pactuada e In- de Saúde, em negociação com o estado e municípios da
tegrada - PPI; sua região de saúde.
II - A alteração no valor do recurso Limite Financeiro § 4º O Termo de Compromisso de Gestão Estadual
Global do Município, Estado e Distrito Federal, deve ser deve ser construído em sintonia com o Plano Estadual
aprovada na Comissão Intergestores Bipartite – CIB e de Saúde, em negociação com o gestor federal e repre-
encaminhada ao MS para publicação; e sentante dos gestores municipais de saúde, na CIB.
III - As transferências fundo a fundo do Ministério § 5º O Termo de Compromisso de Gestão do DF
da Saúde para estados, DF e municípios serão suspen- deve ser construído em sintonia com o seu Plano de
sas nas seguintes situações: Saúde, em negociação com o gestor federal.
a) não pagamento dos prestadores de serviços pú- § 6º O Termo de Compromisso de Gestão Federal
deve ser construído em sintonia com o Plano Nacional
blicos ou privados, hospitalares e ambulatoriais, até o
de Saúde, em negociação com representantes dos ges-
quinto dia útil, após o Ministério da Saúde creditar na
tores estaduais e municipais, na CIT.
conta bancária do Fundo Estadual/Distrito Federal/Mu- § 7º Anualmente, no mês de março, serão revistas as
nicipal de Saúde e disponibilizar os arquivos de proces- metas, objetivos e indicadores dos Termos de Compromis-
samento do SIH/SUS, no BBS/MS, exceto as situações so de Gestão Municipal, do DF, Estadual e Federal.
excepcionais devidamente justificadas; Art. 9º Definir o fluxo para aprovação do Termo de
b) falta de alimentação dos Bancos de Dados Na- Compromisso de Gestão Municipal:
cionais estabelecidos como obrigatórios, por 2 (dois) I - Aprovação no Conselho Municipal de Saúde;
meses consecutivos ou 3 (três) meses alternados, no II - Encaminhamento para a CIB;
prazo de um ano; e III - Após pactuação na CIB, a Secretaria Estadual de
c) indicação de suspensão decorrente de relatório Saúde encaminhará para a CIT o Extrato do Termo de
da Auditoria realizada pelos componentes estadual ou Compromisso de Gestão Municipal (Anexo VIII), junta-
mente com o Extrato do Termo de Compromisso entre
nacional, respeitado o prazo de defesa do município,
Entes Públicos (Anexo V), quando couber; a Declaração
DF ou estado envolvido.
da CIB de Comando Único do Gestor Municipal(Anexo
Art. 8º Estabelecer que a construção dos Termos VI), observada a pactuação estabelecida; o Termo do
de Compromisso de Gestão Municipal, do DF, Estadual Limite Financeiro Global do Município (Anexo VII) e o
e Federal deve ser um processo de negociação e apoio Relatório dos Indicadores de Monitoramento;
entre os entes federados diretamente envolvidos: IV - Após receber os documentos a CIB e a CIT te-
I - Gestores municipal e estadual para o Termo de rão o prazo de 30 dias, a partir da data do protocolo,
Compromisso de Gestão Municipal; para se manifestar; e
II - Gestores estadual e federal para o Termo de V - Após homologação na CIT, esta encaminhará
Compromisso de Gestão Estadual e do DF; os documentos citados no item III para o Ministério
III - Gestores federal, municipal e estadual para o da Saúde, visando publicação de portaria contendo in-
Termo de Compromisso de Gestão Federal; formações sobre o Termo de Compromisso de Gestão
IV - O Ministério da Saúde apoiará a negociação do Municipal e o Termo do Limite Financeiro Global, para
subsidiar o processo de monitoramento.

74
PACTO PELA SAÚDE 2006

Art. 10. Definir o fluxo para aprovação do Termo tão farão jus às prerrogativas financeiras deste Pacto,
de Compromisso de Gestão Estadual: tais como recursos para a gestão e regulação e terão
I - Aprovação no Conselho Estadual de Saúde; prioridade para o recebimento dos recursos federais de
II - Encaminhamento para a CIB; investimentos, excetuando as emendas parlamentares
III - Após pactuação na CIB, a Secretaria Estadual e os vinculados a políticas específicas pactuadas. O MS
de Saúde encaminhará para a CIT o Termo de Compro- poderá propor à CIT outros incentivos para os estados,
misso de Gestão Estadual (Anexo II), juntamente com Distrito Federal e municípios que assinaram o Termo de
o Termo do Limite Financeiro Global do Estado (Anexo Compromisso de Gestão; e
VII) e o Relatório dos Indicadores de Monitoramento; V - Após o término do prazo será feita uma avalia-
IV - Após receber os documentos, a CIB e a CIT ção tripartite, pela CIT, sobre a situação dos estados e
terão o prazo de 30 dias, a partir da data do protocolo, municípios que não assinaram o Termo de Compromis-
para se manifestar; e so de Gestão no prazo estabelecido.
V - Após homologação na CIT, esta encaminhará Art. 14. O processo de monitoramento do Pacto
os documentos citados no item III para o Ministério deverá seguir as seguintes diretrizes:
da Saúde, visando publicação de portaria contendo in- I - Ser um processo permanente no âmbito de cada
formações sobre o Termo de Compromisso de Gestão esfera de governo, dos estados com relação aos muni-
Estadual e o Termo do Limite Financeiro Global, para cípios do seu território, dos municípios com relação ao
subsidiar o processo de monitoramento. estado, dos municípios e estado com relação à União e
Art. 11. Definir o fluxo para aprovação do Termo da União com relação aos estados, municípios e Distrito
de Compromisso de Gestão do Distrito Federal: Federal;
I - Aprovação no Conselho de Saúde do Distrito II - Ser orientado pelos indicadores, objetivos, metas
Federal. e responsabilidades que compõem o respectivo Termo
II - Após aprovação no Conselho de Saúde do DF, de Compromisso de Gestão;
a Secretaria de Saúde do DF encaminhará para a CIT o III - Monitorar os cronogramas pactuados nas situ-
Termo de Compromisso de Gestão do DF (Anexo III), ações onde o município, estado e DF não tenham con-
juntamente com o Termo do Limite Financeiro Global dições de assumir plenamente suas responsabilidades
do DF (Anexo VII) e o Relatório dos Indicadores de Mo- no momento da assinatura do Termo de Compromisso
nitoramento; de Gestão; e
III - Após receber os documentos, a CIT terá o prazo IV - Desenvolver ações de apoio para a qualificação
de 30 dias, a partir da data do protocolo, para se ma- do processo de gestão.
nifestar; e Parágrafo Único. A operacionalização do processo
IV - Após homologação na CIT, esta encaminhará de monitoramento deve ser objeto de regulamentação
os documentos citados no item II para o Ministério da específica em cada esfera de governo, considerando as
Saúde, visando publicação de portaria contendo infor- pactuações realizadas.
mações sobre o Termo de Compromisso de Gestão do Art. 15. Definir regras e fluxos para os processos de
Distrito Federal e o Termo do Limite Financeiro Global, recursos dos estados e municípios:
para subsidiar o processo de monitoramento. I - Definir que as instâncias de análise e decisão dos
Art. 12. Definir o fluxo para aprovação do Termo processos de recursos dos estados e municípios, relati-
de Compromisso de Gestão Federal: vos à pactuação entre gestores do SUS no que se refere
I - Aprovação no Conselho Nacional de Saúde; e à gestão e a aspectos operacionais de implantação das
II - Encaminhamento do Termo de Compromisso de normas do SUS, são a Comissão Intergestores Bipartite
Gestão Federal (Anexo IV) para a CIT, que terá trinta – CIB e a Comissão Intergestores Tripartite – CIT.
dias para se posicionar; § 1º Enquanto é analisado o recurso no fluxo esta-
Art. 13. Estabelecer as seguintes regras de transição: belecido, prevalece a decisão inicial que o gerou.
I - As responsabilidades e prerrogativas de estados § 2º Definir o seguinte fluxo para os recursos de
e municípios, habilitados nas condições de gestão esta- municípios:
belecidas pela NOB SUS 96 e pela NOAS SUS 01/2002, I - Em caso de discordância em relação a decisões
ficam mantidas até à assinatura do respectivo Termo de da CIB, os municípios poderão encaminhar recurso à
Compromisso de Gestão; própria CIB, com clara argumentação contida em expo-
II - Os processos de habilitação de municípios con- sição de motivos; e
forme a NOAS SUS 01/2002 que já tenham sido pactu- II - permanecendo a discordância em relação à de-
ados nas respectivas CIB até à data de publicação desta cisão da CIB quanto ao recurso, os municípios poderão
portaria, poderão ser homologados pela CIT; encaminhar o recurso à Secretaria Técnica da CIT para
III - Os estados, Distrito Federal e municípios deverão análise, pela sua Câmara Técnica e encaminhamento ao
assinar o respectivo Termo de Compromisso de Gestão até plenário da CIT devidamente instruído;
nove meses após a publicação desta portaria; III - A CIB e a CIT deverão observar o prazo de até
IV - Apenas os estados, o Distrito Federal e os muni- 45 (quarenta e cinco) dias contados a partir da data
cípios que assinarem o Termo de Compromisso de Ges- do protocolo do recurso naqueles fóruns, para analisar,

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PACTO PELA SAÚDE 2006

discutir e se posicionar sobre o tema, em plenário; e dispõe a Constituição Federal, em especial o seu arti-
IV - Transcorrido o prazo mencionado no inciso III e go 196, as Leis n.º 8.080/90 e n.º 8.142/90, celebra o
sem a apreciação do recurso, os municípios poderão en- presente Termo de Compromisso de Gestão Municipal,
viá-lo para a instância seguinte, definida neste artigo. formalizando os pactos constituídos e as responsabili-
§ 3º Definir o seguinte fluxo para os recursos dades da gestão municipal do Sistema Único de Saúde /
de estados: SUS, frente ao disposto na Portaria MS nº 399/GM, de
I - Os estados poderão encaminhar os recursos, com 22 de fevereiro de 2006, que estabelece as Diretrizes
clara argumentação contida em exposição de motivos, Operacionais dos Pactos Pela Vida, em Defesa do SUS
à Secretaria Técnica da CIT para análise, pela sua Câ- e de Gestão.
mara Técnica e encaminhamento ao plenário da CIT
devidamente instruído; e CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO
II - Em caso de discordância em relação à decisão
da CIT, os estados poderão encaminhar novo recurso à O presente Termo de Compromisso de Gestão
própria CIT; e formaliza o Pacto pela Saúde nas suas dimensões Pela
III - A CIT deverá observar o prazo de até 45 (qua- Vida e de Gestão, contendo os objetivos e metas, as
renta e cinco) dias, contados a partir da data do proto- atribuições e responsabilidades sanitárias do gestor
colo do recurso, para analisar, discutir e se posicionar municipal e os indicadores de monitoramento e ava-
sobre o tema, em plenário. liação desses Pactos.
§ 4º A Câmara Técnica da CIT convocará o Grupo § 1º Nos casos em que não for possível assumir in-
de Trabalho de Gestão do SUS, para analisar a admis- tegralmente alguma responsabilidade constante deste
sibilidade do recurso e instruir o processo para o seu Termo, deve-se pactuar o cronograma, identificando o
envio ao plenário da CIT. prazo no qual o município passará a exercê-la na sua
§ 5º Os recursos deverão ser protocolados na Se- plenitude.
cretaria Técnica da CIT até 10 (dez) dias antes da reu- § 2º As ações necessárias para a consecução deste
nião da CIT, para que possam ser analisados pelo Grupo cronograma, assim como para o alcance das metas e
de Trabalho. objetivos pactuados, devem ser contempladas no Plano
§ 6º Será considerado o cumprimento do fluxo es- Municipal de Saúde.
tabelecido nesta Portaria para julgar a admissibilidade CLÁUSULA SEGUNDA – DAS ATRIBUIÇÕES
do recurso no plenário da CIT.
E RESPONSABILIDADES SANITÁRIAS DOS
§ 7º As entidades integrantes da CIT podem apre-
MUNICÍPIOS.
sentar recursos à CIT acerca de decisões tomadas nas
CIB visando suspender temporariamente os efeitos des- As atribuições e responsabilidades sanitárias conti-
sas decisões enquanto tramitam os recursos. das neste Termo serão pactuadas mediante o preenchi-
Art. 16. Esta portaria entra em vigor na data de sua mento do quadro correspondente a cada um dos eixos,
publicação. a saber: 1. Responsabilidades Gerais da Gestão do SUS;
Art. 17. Fica revogada a Portaria nº 1734/GM, 2. Regionalização;3. Planejamento e Programação; 4.
de 19 de agosto de 2004, publicada no Diário Oficial Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria; 5. Gestão
da União nº 162, de 23 de agosto de 2004, seção 1, do Trabalho; 6. Educação na Saúde; 7. Participação e
página 34. Controle Social.
§ 1º O quadro identifica a situação do município,
SARAIVA FELIPE frente ao conjunto das responsabilidades, para as con-
dições de “Realiza”, “Não realiza ainda”, “Prazo para
ANEXO I realizar” e “Não se aplica”.
TERMO DE COMPROMISSO DE GESTÃO § 2º Os itens que iniciam com a expressão “Todo
MUNICIPAL município deve” indica a obrigatoriedade do fazer / da
Termo de Compromisso de Gestão que firma a Se- competência a todo e qualquer município, não sendo
cretaria Municipal de Saúde de XX, representada pelo possível a utilização da opção “Não se aplica”.
seu Secretário Municipal de Saúde, com o objetivo de § 3º Nos itens que não iniciam com a expressão
pactuar e formalizar a assunção das responsabilidades “Todo município deve”, a responsabilidade será atri-
e atribuições inerentes à esfera municipal na condução buída de acordo com o pactuado e/ou com a com-
do processo permanente de aprimoramento e consoli- plexidade da rede de serviços localizada no território
dação do Sistema Único de Saúde. municipal.
O Governo Municipal de XX, por intermédio de sua § 4º A opção “Não se aplica” deve ser marcada para
Secretaria Municipal da Saúde, inscrita no CNPJ sob n.º as situações em que a complexidade do sistema local de
XX, neste ato representada por seu Secretário Municipal saúde não permita a realização de uma dada responsa-
da Saúde, (nome), (estado civil), portador da carteira bilidade ou em situação previamente pactuada.
de identidade n.º.................., expedida por..............., § 5º Nas Responsabilidades Gerais da Gestão do
e inscrito no CPF sob o n.º..........., considerando o que SUS, os itens 1.1 e 1.3 não são passíveis de pactuação,

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CLÁUSULA TERCEIRA – DOS OBJETIVOS E METAS PRIORITÁRIAS DOS PACTOS PELA VIDA E DE GESTÃO

Constitui um conjunto de compromissos sanitários expressos em objetivos e metas, pactuado de forma tripar-
tite, a ser implementado em cada município.
§ 1º Quando não for possível quantificar a meta de um dado objetivo, não será necessário o preenchimento
respectivo no quadro de metas.

PRIORIDADES METAS META LOCAL


OBJETIVOS
NACIONAL 2006

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CLÁUSULA QUARTA – DOS INDICADORES DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS PACTOS PELA


VIDA E DE GESTÃO

Os indicadores contidos no quadro 1, devem ser pactuados neste Termo de Compromisso de Gestão,
mediante o estabelecimento de metas locais.
Os indicadores contidos no quadro 2 e 3, no ano de 2006, serão pactuados no Pacto da Atenção Bá-
sica e na Programação Pactuada e Integrada da Vigilância em Saúde (PPI VS), respectivamente, não havendo
necessidade de preenchimento destes neste Termo.

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CLÁUSULA QUINTA – DA REVISÃO dades da gestão estadual do Sistema Único de Saúde /


Os objetivos, metas e indicadores constantes SUS, frente ao disposto na Portaria MS nº 399/GM, de
deste Termo serão revistos anualmente, sendo 22 de fevereiro de 2006, que estabelece as Diretrizes
março o mês de referência para esse processo. O Operacionais dos Pactos Pela Vida, em Defesa do SUS
cronograma pactuado deve ser objeto permanente e de Gestão.
de acompanhamento.
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO
CLÁUSULA SEXTA – DA PUBLICAÇÃO O presente Termo de Compromisso de Gestão forma-
Este Termo de Compromisso de Gestão será publi- liza o Pacto pela Saúde nas suas dimensões Pela Vida e de
cado no Diário Oficial do Município ou em instrumento Gestão, contendo os objetivos e metas, as atribuições e
correlato, conforme legislação vigente. responsabilidades sanitárias do gestor estadual e os indi-
cadores de monitoramento e avaliação desses Pactos.
E, por estar assim de acordo com as disposições des- § 1º Nos casos em que não for possível assumir
te, o Secretário Municipal de Saúde de XX firma o pre- integralmente todas as responsabilidades constantes
sente Termo de Compromisso de Gestão, deste Termo, deve-se pactuar o cronograma, identifi-
cando o prazo no qual o estado passará a exercê-la na
Local e Data sua plenitude.
_____________________________________ § 2º As ações necessárias para a consecução deste
Secretário Municipal de Saúde de XX cronograma, assim como para o alcance das metas e
objetivos pactuados, devem ser contempladas no Plano
ANEXO II Estadual de Saúde.
TERMO DE COMPROMISSO DE GESTÃO
ESTADUAL CLÁUSULA SEGUNDA – DAS ATRIBUIÇÕES
E RESPONSABILIDADES SANITÁRIAS DOS
Termo de Compromisso de Gestão que firma a Se- ESTADOS.
cretaria Estadual de Saúde de XX, representada pelo As atribuições e responsabilidades sanitárias conti-
seu Secretário de Estado da Saúde, com o objetivo de das neste Termo serão pactuadas mediante o preenchi-
pactuar e formalizar a assunção das responsabilidades e mento do quadro correspondente a cada um dos eixos,
atribuições inerentes à esfera estadual na condução do a saber: 1. Responsabilidades gerais da Gestão do SUS;
processo permanente de aprimoramento e consolida- 2. Regionalização;3. Planejamento e Programação; 4.
ção do Sistema Único de Saúde. Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria; 5. Gestão
O Governo Estadual de XX, por intermédio de sua do Trabalho; 6. Educação na Saúde; 7. Participação e
Secretaria Estadual de Saúde, inscrita no CNPJ sob n.º Controle Social.
XX, neste ato representada por seu Secretário Estadual § 1º O quadro identifica a situação do estado, fren-
da Saúde, (nome), (estado civil), portador da carteira te ao conjunto das responsabilidades, para as condi-
de identidade n.º.................., expedida por..............., ções de “Realiza”, “Não realiza ainda” e “Prazo para
e inscrito no CPF sob o n.º..........., considerando o que realizar”.
dispõe a Constituição Federal, em especial o seu arti- § 2º Nas Responsabilidades Gerais da Gestão do
go 196, as Leis n.º 8.080/90 e n.º 8.142/90, celebra o SUS, o item 1.1 não é passível de pactuação, visto ex-
presente Termo de Compromisso de Gestão Estadual, pressar princípio doutrinário do SUS, devendo orientar
formalizando os pactos constituídos e as responsabili- as ações de todos os estados.

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(Continuação)

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7. RESPONSABILIDADE NA PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

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CLÁUSULA QUINTA – DA REVISÃO ANEXO III


Os objetivos, metas e indicadores constantes
deste Termo serão revistos anualmente, sendo TERMO DE COMPROMISSO DE GESTÃO DO
março o mês de referência para esse processo. O DISTRITO FEDERAL
cronograma pactuado deve ser objeto permanente
de acompanhamento. Termo de Compromisso de Gestão que firma a Se-
cretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal, repre-
CLÁUSULA SEXTA – DA PUBLICAÇÃO sentada pelo seu Secretário de Estado da Saúde, com o
Este Termo de Compromisso de Gestão será publi- objetivo de pactuar e formalizar a assunção das respon-
cado no Diário Oficial do Estado ou em instrumento sabilidades e atribuições inerentes ao Distrito Federal na
correlato, conforme legislação vigente. condução do processo permanente de aprimoramento
E, por estar assim de acordo com as disposições des- e consolidação do Sistema Único de Saúde.
te, o Secretário Estadual de Saúde de XX firma o pre- O Governo do Distrito Federal, por intermédio de sua
sente Termo de Compromisso de Gestão, Secretaria de Estado da Saúde, inscrita no CNPJ sob n.º
Local e Data XX, neste ato representada por seu Secretário de Estado
Secretário Estadual de Saúde de XX da Saúde, (nome), (estado civil), portador da carteira

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PACTO PELA SAÚDE 2006

de identidade n.º.................., expedida por..............., § 2º. As ações necessárias para a consecução deste
e inscrito no CPF sob o n.º..........., considerando o que cronograma, assim como para o alcance das metas e
dispõe a Constituição Federal, em especial o seu arti- objetivos pactuados, devem compor o Plano Estadual
go 196, as Leis n.º 8.080/90 e n.º 8.142/90, celebra o de Saúde do Distrito Federal.
presente Termo de Compromisso de Gestão do Distrito
Federal, formalizando os pactos constituídos e as res- CLÁUSULA SEGUNDA – DAS ATRIBUIÇÕES E
ponsabilidades da gestão do Sistema Único de Saúde / RESPONSABILIDADES SANITÁRIAS DO DISTRI-
SUS, frente ao disposto na Portaria MS nº 399/GM, de TO FEDERAL.
22 de fevereiro de 2006, que estabelece as Diretrizes As atribuições e responsabilidades sanitárias conti-
Operacionais dos Pactos Pela Vida, em Defesa do SUS das neste Termo serão pactuadas mediante o preenchi-
e de Gestão. mento do quadro correspondente a cada um dos eixos,
a saber: 1. Responsabilidades gerais da Gestão do SUS;
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO 2. Regionalização;3. Planejamento e Programação; 4.
O presente Termo de Compromisso de Gestão for- Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria; 5. Gestão
maliza o Pacto pela Saúde nas suas dimensões Pela Vida do Trabalho; 6. Educação na Saúde; 7. Participação e
e de Gestão, contendo os objetivos e metas, as atribui- Controle Social.
ções e responsabilidades sanitárias do gestor do Distrito § 1º. O quadro identifica a situação do Distrito Federal
Federal e os indicadores de monitoramento e avaliação frente ao conjunto das responsabilidades, para as condições
desses Pactos. de “Realiza”, “Não realiza ainda” e “Prazo para realizar”.
§ 1º. Nos casos em que não for possível assumir in- § 2º. Nas Responsabilidades Gerais da Gestão do
tegralmente todas as responsabilidades constantes des- SUS, os itens 1.1 e 1.3, não são passíveis de pactuação,
te Termo, deve-se pactuar o cronograma, identificando visto expressarem princípios doutrinários do SUS, de-
o prazo no qual o Distrito Federal passará a exercê-la vendo orientar as ações do Distrito Federal.
na sua plenitude.

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(Continuação)

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Quadro 3 - Continação

CLÁUSULA QUINTA – DA REVISÃO CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO


Os objetivos, metas e indicadores constantes deste
Termo serão revistos anualmente, sendo março o mês de O presente Termo de Compromisso de Gestão for-
referência para esse processo. O cronograma pactuado maliza o Pacto pela Saúde nas suas dimensões Pela Vida
deve ser objeto permanente de acompanhamento. e de Gestão, contendo os objetivos e metas, as atri-
buições e responsabilidades sanitárias do gestor federal
CLÁUSULA SEXTA – DA PUBLICAÇÃO e os indicadores de monitoramento e avaliação desses
Este Termo de Compromisso de Gestão será publi- Pactos.
cado no Diário Oficial do Distrito Federal ou em instru- § 1º As ações necessárias para o alcance das metas
mento correlato, conforme legislação vigente. e objetivos pactuados, devem ser contempladas no Pla-
E, por estar assim de acordo com as disposições des- no Nacional de Saúde.
te, o Secretário de Estado da Saúde do Distrito Federal
firma o presente Termo de Compromisso de Gestão. CLÁUSULA SEGUNDA – DAS ATRIBUIÇÕES E
Local e Data RESPONSABILIDADES SANITÁRIAS DA UNIÃO
Secretário de Estado da Saúde do Distrito Federal As atribuições e responsabilidades sanitárias conti-
das neste Termo serão pactuadas mediante o preenchi-
ANEXO IV mento do quadro correspondente a cada um dos eixos,
a saber: 1. Responsabilidades gerais da Gestão do SUS;
TERMO DE COMPROMISSO DE GESTÃO FEDERAL 2. Regionalização;3. Planejamento e Programação; 4.
Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria; 5. Gestão
Termo de Compromisso de Gestão que firma o Mi- do Trabalho; 6. Educação na Saúde; 7. Participação e
nistério da Saúde, representado pelo Ministro de Estado Controle Social.
da Saúde, com o objetivo de formalizar a assunção das
responsabilidades e atribuições inerentes à esfera fede- 1. RESPONSABILIDADES GERAIS DA GESTÃO
ral na condução do processo permanente de aprimora- DO SUS
mento e consolidação do Sistema Único de Saúde. 1.1. Responder, solidariamente com os municípios,
O Governo Federal, por intermédio do Ministé- o Distrito Federal e os estados, pela integralidade da
rio da Saúde, inscrito no CNPJ sob n.º XX, neste ato atenção à saúde da população;
representado pelo Ministro de Estado da Saúde, 1.2. Participar do financiamento tripartite do Siste-
(nome), (estado civil), portador da carteira de identi- ma Único de Saúde;
dade n.º.................., expedida por..............., e inscrito 1.3. Formular e implementar políticas para áreas
no CPF sob o n.º..........., considerando o que dispõe a prioritárias, conforme definido nas diferentes instâncias
Constituição Federal, em especial o seu artigo 196, as de pactuação;
Leis n.º 8.080/90 e n.º 8.142/90, celebra o presente 1.4. Coordenar e acompanhar, no âmbito nacional,
Termo de Compromisso de Gestão Federal, formalizan- a pactuação e avaliação do Pacto de Gestão e Pacto
do os pactos constituídos e as responsabilidades da ges- pela Vida e seu Termo de Compromisso de Gestão;
tão estadual do Sistema Único de Saúde / SUS, frente ao 1.5. Apoiar o Distrito Federal, os estados e conjun-
disposto na Portaria MS nº 399/GM, de 22 de fevereiro tamente com estes, os municípios, para que assumam
de 2006, que estabelece as Diretrizes Operacionais dos integralmente as suas responsabilidades de gestores da
Pactos Pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. atenção à saúde;
1.6. Apoiar financeiramente o Distrito Federal e os

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PACTO PELA SAÚDE 2006

municípios, em conjunto com os estados, para que ga- 1.19. Elaborar, pactuar e implementar a política de
rantam a estrutura física necessária para a realização promoção da saúde.
das ações de atenção básica; 2. RESPONSABILIDADES NA REGIONALIZAÇÃO
1.7. Prestar cooperação técnica e financeira aos es- 2.1. Contribuir para a constituição e fortalecimento
tados, ao Distrito Federal e aos municípios para o aper- do processo de regionalização solidária e cooperativa,
feiçoamento das suas atuações institucionais na gestão assumindo os compromissos pactuados;
da atenção básica; 2.2. Coordenar o processo de regionalização no
1.8. Exercer de forma pactuada as funções de nor- âmbito nacional, propondo e pactuando diretrizes e
matização e de coordenação no que se refere à gestão normas gerais sobre a regionalização, observando as
nacional da atenção básica no SUS; normas vigentes e pactuações na CIT;
1.9. Identificar, em articulação com os estados, Dis- 2.3. Cooperar técnica e financeiramente com as re-
trito Federal e municípios, as necessidades da população giões de saúde, por meio dos estados e/ou municípios,
para o âmbito nacional, fazendo um reconhecimento priorizando as regiões mais vulneráveis, promovendo a
das iniqüidades, oportunidades e recursos; e cooperar eqüidade inter-regional e interestadual;
técnica e financeiramente com os gestores, para que 2.4. Apoiar e participar da constituição da regiona-
façam o mesmo nos seus territórios; lização, disponibilizando de forma cooperativa os re-
1.10. Desenvolver, a partir da identificação de ne- cursos humanos, tecnológicos e financeiros, conforme
cessidades, um processo de planejamento, regulação, pactuação estabelecida;
programação pactuada e integrada da atenção à saúde, 2.5. Fomentar a constituição das regiões de saúde
monitoramento e avaliação; fronteiriças, participando do funcionamento de seus
1.11. Promover a estruturação da assistência farma- colegiados de gestão regionais.
cêutica e garantir, em conjunto com as demais esferas
de governo, o acesso da população aos medicamentos 3 – RESPONSABILIDADES NO PLANEJAMENTO
que estejam sob sua responsabilidade, fomentando seu E PROGRAMAÇÃO
uso racional, observadas as normas vigentes e pactua- 3.1. Formular, gerenciar, implementar e avaliar o
ções estabelecidas; processo permanente de planejamento participativo e
1.12. Definir e pactuar as diretrizes para a organiza- integrado, de base local e ascendente, orientado por
ção das ações e serviços de média e alta complexidade, problemas e necessidades em saúde, com a constituição
a partir da atenção básica; de ações para a promoção, a proteção, a recuperação
1.13. Coordenar e executar as ações de vigilância e a reabilitação em saúde, construindo nesse processo
em saúde, compreendendo as ações de média e alta o plano nacional de saúde, submetendo-o à aprovação
complexidade desta área, de acordo com as normas vi- do Conselho Nacional de Saúde;
gentes e pactuações estabelecidas; 3.2. Formular, no plano nacional de saúde, e pactuar
1.14. Coordenar, nacionalmente, as ações de pre- no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite – CIT, a
venção e controle da vigilância em saúde que exijam política nacional de atenção em saúde, incluindo ações
ação articulada e simultânea entre os estados, Distrito intersetoriais voltadas para a promoção da saúde;
Federal e municípios; 3.3. Elaborar relatório de gestão anual, a ser apre-
1.15. Proceder investigação complementar ou con- sentado e submetido à aprovação do Conselho Nacio-
junta com os demais gestores do SUS em situação de nal de Saúde;
risco sanitário; 3.4. Formular, pactuar no âmbito a CIT e aprovar
1.16. Apoiar e coordenar os laboratórios de saúde pú- no Conselho Nacional de Saúde, a política nacional de
blica – Rede Nacional de laboratórios de saúde Pública/ atenção à saúde dos povos indígenas e executá-la, con-
RNLSP - nos aspectos relativos à vigilância em saúde;
forme pactuação com Estados e Municípios, por meio
1.17. Assumir transitoriamente, quando necessário,
da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA;
a execução das ações de vigilância em saúde nos esta-
3.5. Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios,
dos, Distrito Federal e municípios, comprometendo-se
os estados e Distrito Federal na elaboração da progra-
em cooperar para que assumam, no menor prazo pos-
mação pactuada e integrada da atenção em saúde, no
sível, suas responsabilidades;
âmbito nacional;
1.18. Apoiar técnica e financeiramente os estados,
o Distrito Federal e os municípios para que executem 3.6. Gerenciar, manter, e elaborar quando neces-
com qualidade as ações de vigilância em saúde, com- sário, no âmbito nacional, os sistemas de informação,
preendendo as ações de vigilância epidemiológica, sa- conforme normas vigentes e pactuações estabelecidas,
nitária e ambiental, de acordo com as normas vigentes incluindo aqueles sistemas que garantam a solicitação e
e pactuações estabelecidas; autorização de procedimentos, o processamento da pro-

100
PACTO PELA SAÚDE 2006

dução e preparação para a realização de pagamentos; saúde, realizadas pelos municípios, Distrito Federal,
3.7. Desenvolver e gerenciar sistemas de informa- estados e pelo gestor federal, incluindo a permanente
ção epidemiológica e sanitária, bem como assegurar a avaliação dos sistemas de vigilância epidemiológica e
divulgação de informações e análises. ambiental em saúde;
4 – RESPONSABILIDADES NA REGULAÇÃO, 4.17. Normatizar, definir fluxos técnico-operacio-
nais e supervisionar a rede de laboratórios públicos e
CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA
privados que realizam análises de interesse em saúde
4.1. Cooperar tecnicamente com os estados, o Dis- pública;
trito Federal e os municípios para a qualificação das 4.18. Avaliar o desempenho das redes regionais e
atividades de cadastramento, contratação, regulação, de referências interestaduais;
controle, avaliação, auditoria e pagamento aos presta- 4.19. Responsabilizar-se pela avaliação tecnológica
dores dos serviços vinculados ao SUS; em saúde;
4.2. Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos 4.20. Avaliar e auditar os sistemas de saúde estadu-
financeiros transferidos fundo a fundo e por convênio ais e municipais;
aos fundos de saúde dos estados, do Distrito Federal e 5 - RESPONSABILIDADES NA GESTÃO DO
dos municípios; TRABALHO
4.3. Monitorar o cumprimento pelos estados, Dis- 5.1. Promover, desenvolver e pactuar políticas de
trito Federal e municípios dos planos de saúde, dos re- gestão do trabalho considerando os princípios da hu-
latórios de gestão, da operação dos fundos de saúde, manização, da participação e da democratização das
dos pactos de indicadores e metas, da constituição dos relações de trabalho, apoiando os gestores estaduais e
serviços de regulação, controle avaliação e auditoria e municipais na implementação das mesmas;
da realização da programação pactuada e integrada da 5.2. Desenvolver estudos e propor estratégias e fi-
atenção à saúde; nanciamento tripartite com vistas à adoção de políticas
4.4. Coordenar, no âmbito nacional, a estratégia de referentes aos recursos humanos descentralizados;
identificação dos usuários do SUS; 5.3. Fortalecer a Mesa Nacional de Negociação Per-
4.5 Coordenar e cooperar com os estados, o Distrito manente do SUS como um espaço de negociação entre
Federal e os municípios no processo de cadastramento trabalhadores e gestores e contribuir para o desenvol-
de Estabelecimentos e Profissionais de Saúde; vimento de espaços de negociação no âmbito estadual,
4.6. Definir e pactuar a política nacional de contra- regional e/ou municipal;
tação de serviços de saúde; 5.4. Adotar vínculos de trabalho que garantam os
4.7. Propor e pactuar os critérios de credenciamen- direitos sociais e previdenciários dos trabalhadores de
to dos serviços de saúde; saúde na sua esfera de gestão e de serviços, promo-
4.8. Propor e pactuar as normas de solicitação e au- vendo ações de adequação de vínculos, onde for neces-
torização das internações e dos procedimentos ambu- sário, conforme legislação vigente e apoiando técnica
latoriais especializados, de acordo com as Políticas de e financeiramente os estados e municípios na mesma
Atenção Especializada; direção;
4.9. Elaborar, pactuar e manter as tabelas de proce- 5.5. Formular, propor, pactuar e implementar as
dimentos enquanto padrão nacional de utilização dos Diretrizes Nacionais para Planos de Carreiras, Car-
mesmos e de seus preços; gos e Salários no âmbito do Sistema Único de Saúde
4.10. Estruturar a política nacional de regulação da – PCCS/SUS;
atenção à saúde, conforme pactuação na CIT, contem- 5.6. Propor e pactuar diretrizes para políticas de
plando apoio financeiro, tecnológico e de educação educação e de gestão do trabalho que favoreçam o
permanente; provimento e a fixação de trabalhadores de saúde,
4.11. Estimular e apoiar a implantação dos comple- no âmbito nacional, notadamente em regiões onde a
xos reguladores; restrição de oferta afeta diretamente a implantação de
4.12. Cooperar na implantação e implementação ações estratégicas para a atenção básica.
dos complexos reguladores;
4.13. Coordenar e monitorar a implementação e 6 - RESPONSABILIDADES NA EDUCAÇÃO NA
operacionalização das centrais de regulação interesta- SAÚDE
duais, garantindo o acesso às referências pactuadas; 6.1. Formular, promover e pactuar políticas de edu-
4.14. Coordenar a construção de protocolos clínicos cação permanente em saúde, apoiando técnica e finan-
e de regulação de acesso nacionais, em parceria com ceiramente estados e municípios no desenvolvimento
os estados, o Distrito Federal e os municípios, apoian- das mesmas;
do–os na utilização dos mesmos; 6.2. Promover a integração de todos os processos
4.15. Acompanhar, monitorar e avaliar a atenção bá- de capacitação e desenvolvimento de recursos huma-
sica, nas demais esferas de gestão, respeitadas as compe- nos à política de educação permanente, no âmbito da
tências estaduais, municipais e do Distrito Federal; gestão nacional do SUS;
4.16. Monitorar e avaliar as ações de vigilância em 6.3. Propor e pactuar políticas regulatórias no

101
PACTO PELA SAÚDE 2006

campo da graduação e da especialização das profis- 7.3. Organizar e prover as condições necessárias à
sões de saúde; realização de Conferências Nacionais de Saúde;
6.4. Articular e propor políticas de indução de mu- 7.4. Apoiar o processo de formação dos Conselhei-
danças na graduação das profissões de saúde; ros de Saúde;
6.5. Propor e pactuar com o sistema federal de edu- 7.5. Promover ações de informação e conhecimento
cação, processos de formação de acordo com as ne- acerca do SUS, junto à população em geral;
cessidades do SUS, articulando os demais gestores na 7.6. Apoiar os processos de educação popular em
mesma direção. saúde, com vistas ao fortalecimento da participação so-
cial do SUS;
7 - RESPONSABILIDADES NA PARTICIPAÇÃO E
7.7. Apoiar o fortalecimento dos movimentos so-
CONTROLE SOCIAL
ciais, aproximando-os da organização das práticas da
7.1. apoiar o processo de mobilização social e insti-
saúde e com as instâncias de controle social da saúde;
tucional em defesa do SUS;
7.8. Formular e pactuar a política nacional de ouvi-
7.2. Prover as condições materiais, técnicas e admi-
doria e implementar o componente nacional, com vis-
nistrativas necessárias ao funcionamento do Conselho
tas ao fortalecimento da gestão estratégica do SUS.
Nacional de Saúde, que deverá ser organizado em con-
formidade com a legislação vigente;

102
PACTO PELA SAÚDE 2006

103
PACTO PELA SAÚDE 2006

Quadro 1 (Continuação)

104
PACTO PELA SAÚDE 2006

CLÁUSULA QUINTA – DA REVISÃO E, por estar assim de acordo com as disposições des-
Os objetivos, metas e indicadores constantes deste te, o Ministro de Estado da Saúde firma o presente Ter-
Termo de Compromisso de Gestão serão revistos anu- mo de Compromisso de Gestão.
almente, sendo março o mês de referência para esse Local e Data
processo. Ministro da Saúde

CLÁUSULA SEXTA – DA PUBLICAÇÃO


O presente Termo será publicado no Diário Oficial
da União.

105
PACTO PELA SAÚDE 2006

[LOCAL], [DIA] de [MÊS] de [ANO] [ASSINATURA E IDENTIFICAÇÃO DO GESTOR MUNICIPAL] [ASSINATURA E IDENTIFICAÇÃO GESTOR ESTADUAL/FEDERAL]

ANEXO VI Conforme pactuação, as unidades listadas a seguir


ficam sob a gestão do estado:
MODELO PARA DECLARAÇÃO DA CIB DE CO-
MANDO ÚNICO DO SISTEMA PELO GESTOR
Nome da Unidade CGC
MUNICIPAL
DECLARAÇÃO

Declaro que o município de [NOME DO MUNICÍ-


PIO], que teve seu Termo de Compromisso de Gestão
pactuado nesta CIB, assumiu a gestão dos prestadores
situados em seu território, independente de sua nature-
za jurídica, assumindo, portanto, as responsabilidades
relativas à seleção, cadastramento, contratação, esta-
belecimento de contratos, regulação, controle, avalia- Desta forma, o referido município, tem condições
ção e pagamento desses prestadores, observado o es- para assumir as responsabilidades pactuadas no Termo
tabelecido abaixo: de Compromisso de Gestão que foram devidamente
Para as unidades listadas abaixo, que o município analisadas e aprovada pela Comissão Intergestores Bi-
não assumiu ainda a gestão, fica pactuado o seguinte partite de [NOME DO ESTADO] em [DATA DA REU-
cronograma: NIÃO DA CIB QUE ANALISOU A QUESTÃO].

Nome da Unidade CGC Prazo


[LOCAL], [DIA] de [MÊS] de [ANO]
[ASSINATURA E IDENTIFICAÇÃO DO COORDENADOR DA CIB]
[ASSINATURA E IDENTIFICAÇÃO DO GESTOR MUNICIPAL]

106
PACTO PELA SAÚDE 2006

ANEXO VII-a

TERMO DO LIMITE FINANCEIRO GLOBAL DO MUNICÍPIO

Código _________________
Município _________________________ UF___________

* Considerado apenas o recurso federal repassado fundo a fundo para custeio.


**Valor a ser transferido do FNS ao FMS

ANEXO VII-b
TERMO DO LIMITE FINANCEIRO GLOBAL DO ESTADO

Código _________________
Município _________________________ UF___________

* Considerado apenas o recurso federal repassado fundo a fundo para custeio.


** A ser utilizado em situações excepcionais.

107
PACTO PELA SAÚDE 2006

* Considerado apenas o recurso federal repassado fundo a fundo para custeio.

108
PACTO PELA SAÚDE 2006

III - APROVAÇÃO NO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE E NA CIB


Aprovado na Reunião do CMS de / / Deliberação n.º , de / /
Homologado na Reunião da CIB de / /
Nome SMS:________________________________________________
Ass.:_________________________________________________
Nome SES:__________________________________________________
Ass.:___________________________________________________

Município _________________________________________________________________________ UF_________


Prefeito Municipal ______________________________________________________________________________
Secretário Municipal da Saúde ____________________________________________________________________
Endereço da SMS_______________________________________________________________________________
CEP ___________________ Tel. ( ) _________________________________ Fax ( ) _______________________
E-mail:________________________________________________________________________________________

Anexo IX tegração dos dispositivos de Regulação de Acesso (cen-


trais de internação, centrais de consultas especializadas
Para possibilitar uma mesma compreensão do Ter- e exames, protocolos assistenciais) com outras ações da
mo de Compromisso de Gestão, são consideradas as Regulação da Atenção à Saúde (contratação, controle
seguintes definições: assistencial e avaliação) assim como com outras fun-
ções da Gestão (programação e regionalização).
1. Gestão
Atividade e a responsabilidade de dirigir um sistema 5. Vigilância em Saúde
de saúde – municipal, estadual ou nacional, mediante Neste Termo quando se escreve vigilância em saúde,
o exercício de funções de coordenação, articulação, ne- estão contemplados os componentes: Vigilância Epide-
gociação, planejamento, acompanhamento, regulação, miológica, Vigilância Sanitária e Vigilância Ambiental.
controle, avaliação e auditoria, gestão do trabalho, de-
senvolvimento e apropriação de ciência e tecnologias, 6. Programação Pactuada e Integrada da Aten-
dentre outras. ção à Saúde
Neste Termo programação em saúde compreende,
2. Gerência no seu escopo, os processos de programação da assis-
Administração de uma unidade ou órgão de saúde tência à saúde e da vigilância em saúde, podendo, no
(unidade básica de saúde, hospital, instituto, fundação, termo, ser enfatizado um desses processos.
etc.), que se caracteriza como prestador de serviços no
Sistema único de Saúde. 7. Política de Reposição da Força de Trabalho
Descentralizada
3. Atenção à Saúde Conjunto de ações e diretrizes que visam superar
questões decorrentes da descentralização da força de
Engloba o conjunto de ações levadas a efeito pelo
trabalho no Sistema Único de Saúde, como a reposição
SUS, em todos os níveis de governo, para o atendimen- de pessoal e remuneração.
to das demandas pessoais e das exigências ambientais,
compreendendo os campos a saber: 8. Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo
a) o da assistência, em que as atividades são diri- Transferência de recursos, de forma regular e au-
gidas às pessoas, individual ou coletivamente, e que tomática, do Fundo Nacional de Saúde aos fundos es-
é prestada no âmbito ambulatorial e hospitalar, bem taduais, do Distrito Federal e municipais de saúde, in-
como em outros espaços, especialmente no domiciliar; dependente de convênio e segundo o atendimento de
b) o das intervenções ambientais, no seu sentido critérios pré-estabelecidos para o credenciamento dos
mais amplo, incluindo as relações e as condições sani- Estados e Municípios a essa prerrogativa.
tárias nos ambientes de vida e de trabalho, o controle
9. Ouvidoria
de vetores e hospedeiros e a operação de sistemas de
Canais democráticos que permitem disseminar in-
saneamento ambiental (mediante o pacto de interesses,
formações e receber manifestações de usuários, propi-
as normalizações, as fiscalizações e outros);
ciando análises, encaminhamentos, acompanhamentos
e respostas às suas manifestações.
4. Co-gestão no Processo Regulatório
10 Auditoria Assistencial
Relação intergestora que permite e articulação e in-
Processo regular que visa aferir e induzir qualidade

109
PACTO PELA SAÚDE 2006

do atendimento amparada em procedimentos, protoco- PORTARIA Nº 822/GM


los e instruções de trabalho normatizados e pactuados. DE 17 DE ABRIL DE 2006.
Deve acompanhar e analisar criticamente os históricos
clínicos com vistas a verificar a execução dos procedi- Altera critérios para definição de modalidades
mentos e realçar as não conformidades. das ESF dispostos na Política Nacional de Atenção
Básica.
11. Avaliar
Conjunto de ações que permite emitir um juízo de O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO,
valor sobre algo que está acontecendo (sendo obser- no uso de suas atribuições;
vado) a partir de um paradigma (optimum, desejável, Considerando o disposto na Política Nacional de
preceito legal, etc.). Consiste em atribuir um valor ao Atenção Básica definida por meio da Portaria nº 648/
encontrado, o grau de alcance dos resultados, a partir GM, de 28 de março de 2006, que estabelece a revi-
do esperado. Avaliação pode se constituir em uma fer-
são de diretrizes e normas para a organização Atenção
ramenta para se fazer fiscalização, controle, auditoria,
Básica, para o Programa de Saúde da Família - PSF e o
planejamento, melhorar desempenhos e qualidades, ou
seja, auxiliar a qualificação do processo de gestão. Programa Agentes Comunitários de Saúde - PACS;
Assim, trata-se da análise da estrutura, dos pro- Considerando o disposto na Portaria nº 650/GM, de
cessos e resultados das ações, serviços e sistemas de 28 de março de 2006, que define valores de financia-
saúde, com o objetivo de verificar sua adequação aos mento do PAB fixo e variável; e
critérios e parâmetros de eficácia (grau de atingimento Considerando o pactuado na Reunião da Comis-
de metas), eficiência (recursos envolvidos) e efetividade são Intergestores Tripartite - CIT, de 30 de março de
(impacto) estabelecidos para o sistema de saúde. 2006, sobre a necessidade de alteração de critérios para
definição de modalidades das ESF, dispostos na Política
12. Fiscalizar Nacional de Atenção Básica,
Submeter a atenta vigilância, sindicar, examinar, ve-
rificar. A fiscalização confere ao fiscalizador poder de R E S O L V E:
polícia ou de lavrar autos de infração com base em de-
terminada legislação vigente. Art. 1º Alterar a Portaria nº 648/GM, de 28 de mar-
ço de 2006, publicada no Diário Oficial da União nº
13. Monitorar 61, de 29 de março de 2006, Seção 1, página 71, os
Conjunto de ações de acompanhamento de um de- critérios para que as Equipes Saúde da Família - ESF
terminado plano, programa, atividade, ação ou proces- enquadrem-se na Modalidade 1, dispostos no item 2.2
so. O monitoramento sempre está baseado num con- do Capítulo III da Política Nacional de Atenção Básica,
junto de informações e indicadores que, pré-definidos, que passam a vigorar com a seguinte redação:
dão a dimensão da ação que vem sendo implementada, “Equipe de Saúde da Família:
apontando os indicativos de correção de rumos. I - ESF Modalidade 1 são:
- Todas as ESF implantadas em municípios:
14. Normatizar a ) com população de até 50 mil habitantes nos Es-
Estabelecer normas para o funcionamento de uma tados da Amazônia Legal, ou
organização ou sistema; submeter às normas o funcio- b) com população até 30 mil habitantes e Índice
namento de alguma estrutura. Mesmo que normalizar. de Desenvolvimento Humano (IDH) igual ou inferior a
0,7, nos demais Estados do País; ou
15. Credenciar c) que já fazem jus ao recebimento de acréscimo de
Conferir credenciais, poderes ou crédito; qualificar 50% no valor dos incentivos referentes ao total de ESF
alguém, alguma estrutura ou serviço. No âmbito do e ESB que implantar; e
Pacto, expressa a qualificação de um serviço para atuar As ESF implantadas em municípios não incluídos no
como tal, a partir do atendimento de um regulamento estabelecido na alínea I e atendam a população rema-
técnico. nescente de quilombos e/ou residente em assentamen-
tos de no mínimo 70 (setenta) pessoas, respeitado o
16. Contratar número máximo de equipes por município, publicado
Fazer contrato, negociar, combinar, ajustar, con- em portaria específica. “(NR)”.
vencionar, definir. O contrato é um termo jurídico que Art. 2º Alterar os Anexos III e IV da Portaria nº
regula a relação entre entes públicos e/ou privados. 650/GM, de 28 de março de 2006, publicada no
Processo por meio do qual estabelecimentos e serviços Diário Oficial da União nº 61, de 29 de março de
privados de saúde passam a integrar a rede do SUS. 2006, Seção 1, página 76, que passam a vigorar com

110
PACTO PELA SAÚDE 2006

a redação constante dos Anexos I e II a esta Portaria, Considerando a necessidade de acompanhamento


respectivamente. dos Limites Financeiros da Assistência de Média e Alta
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC) pelo
publicação, com efeitos financeiros a contar do mês Ministério da Saúde;
abril de 2006. Considerando a necessidade de redefinição dos me-
canismos de envio das atualizações das programações e
JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA dos respectivos limites financeiros de média e alta com-
plexidade pelos Estados; e
Considerando a reformulação da Programação Pac-
PORTARIA GM Nº 1.097 tuada e Integrada aprovada na Reunião da Comissão
DE 22 DE MAIO DE 2006. Intergestores Tripartite do dia 27 de abril de 2006,

R E S O L V E:
Define o processo da Programação Pactuada e
Integrada da Assistência em Saúde seja um proces- Art. 1º Definir que a Programação Pactuada e Inte-
so instituído no âmbito do Sistema Único de Saúde. grada da Assistência em Saúde seja um processo institu-
ído no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) onde,
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, em consonância com o processo de planejamento, são
no uso de suas atribuições, e definidas e quantificadas as ações de saúde para a po-
Considerando a necessidade de garantir o acesso da pulação residente em cada território, bem como efetu-
população às ações e aos serviços de assistência à saú- ados os pactos intergestores para garantia de acesso da
de, com eqüidade; população aos serviços de saúde.
Considerando o Inciso XI do art. 7º do capítulo II Parágrafo único. A Programação Pactuada e Inte-
da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que esta- grada da Assistência em Saúde tem por objetivo orga-
belece como um dos princípios e diretrizes do Sistema nizar a rede de serviços, dando transparência aos fluxos
Único de Saúde a “conjugação dos recursos financei- estabelecidos, e definir, a partir de critérios e parâme-
ros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos tros pactuados, os limites financeiros destinados à assis-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na presta- tência da população própria e das referências recebidas
ção de serviços de assistência à saúde da população”; de outros municípios.
Considerando o art. 36, da Lei nº 8.080, de 19 de
Art. 2º Definir que a Programação Pactuada e Inte-
setembro de 1990, que estabelece que o “processo de
grada da Assistência em Saúde se oriente pelo Manual
planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde
(SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ou- “Diretrizes para a Programação Pactuada e Integrada
vidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as da Assistência em Saúde”, a ser disponibilizado pelo
necessidades da política de saúde com a disponibilidade Ministério da Saúde.
de recursos em planos de saúde dos municípios, dos Art. 3º Os objetivos gerais do processo de Pro-
Estados, do Distrito Federal e da União”; gramação Pactuada e Integrada da Assistência em
Considerando a Emenda Constitucional nº 29, de Saúde são:
13 de setembro de 2000, que altera os arts 34, 35, 156, I - buscar a eqüidade de acesso da população brasi-
160, 167 e 198 da Constituição Federal e acrescenta leira às ações e aos serviços de saúde em todos os níveis
artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitó- de complexidade;
rias para assegurar os recursos mínimos para o financia- II - orientar a alocação dos recursos financeiros de
mento das ações e dos serviços públicos de saúde; custeio da assistência à saúde pela lógica de atendi-
Considerando o disposto nas Diretrizes Operacio- mento às necessidades de saúde da população;
nais do Pacto Pela Saúde, aprovadas pela Portaria nº III - definir os limites financeiros federais para a
399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, em especial seu assistência de média e alta complexidade de todos os
item III.A.5 - Programação Pactuada e Integrada da municípios, compostos por parcela destinada ao atendi-
Atenção em Saúde e item III. B. 3 - Responsabilidades mento da população do próprio município em seu terri-
no Planejamento e Programação; tório e pela parcela correspondente à programação das
Considerando o financiamento tripartite para as referências recebidas de outros municípios;
ações e os serviços de saúde, conforme o disposto na IV - possibilitar a visualização da parcela dos recur-
Portaria nº 698/GM, de 30 de março de 2006; sos federais, estaduais e municipais, destinados ao cus-
Considerando os parâmetros para a programação teio de ações de assistência à saúde;
de ações de assistência à saúde a serem publicados pelo V - fornecer subsídios para os processos de regula-
Ministério da Saúde em portaria específica; ção do acesso aos serviços de saúde;

111
PACTO PELA SAÚDE 2006

VI - contribuir na organização das redes de serviços estão organizadas por áreas estratégicas deve ser orien-
de saúde; e tada pela estrutura da Tabela de Procedimentos, com
VII - possibilitar a transparência dos pactos interges- flexibilidade no seu nível de agregação, permitindo,
tores resultantes do processo de Programação Pactua- inclusive, a programação de procedimentos que não
da e Integrada da Assistência e assegurar que estejam estão previstos na tabela;
explicitados no “Termo Compromisso para Garantia de c) a programação hospitalar deve ser orientada pelas
Acesso”, conforme Anexo I a esta Portaria. clínicas de acordo com a distribuição de leitos do Cadas-
§ 1º O Termo de Compromisso para Garantia de tro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES); e
Acesso, de que trata o inciso VII deste artigo, é o do- d) os procedimentos financiados pelo Fundo de
cumento que, com base no processo de Programação Ações Estratégicas e Compensação (FAEC) devem ser
Pactuada e Integrada, deve conter as metas físicas e programados de acordo com as aberturas programá-
orçamentárias das ações a serem ofertadas nos mu- ticas definidas, bem como as ações executadas pelos
nicípios de referência, que assumem o compromisso serviços financiados por valores globais;
de atender aos encaminhamentos acordados entre os III - Parâmetros para Programação de Ações de Saúde:
gestores para atendimento da população residente em a) a programação das ações de atenção básica e
outros municípios. média complexidade ambulatorial serão orientadas a
§ 2º O Termo de Compromisso para Garantia de partir de parâmetros de concentração e cobertura po-
Acesso entre municípios de uma mesma Unidade Fede- pulacional, sugeridos pelo Ministério da Saúde, confor-
rada deve ser aprovado na respectiva Comissão Inter- me portaria específica a ser publicada;
gestores Bipartite - CIB. b) a programação das ações de alta complexidade
§ 3º O Termo de Compromisso para Garantia de dar-se-á, conforme parâmetros já definidos para a es-
Acesso interestadual deve ser aprovado nas Comissões truturação das redes de serviços de alta complexidade;
Intergestores Bipartite dos Estados envolvidos. IV - Integração das Programações – os agravos de
Art. 4º Os pressupostos gerais que deverão nortear relevância para a Vigilância em Saúde serão incorpora-
a Programação Pactuada e Integrada (PPI) da Assistên- dos nas áreas estratégicas previstas na PPI da Assistên-
cia são os seguintes: cia, considerando as metas traçadas anualmente na PPI
I - integrar o processo geral de planejamento em da Vigilância em Saúde;
saúde de cada Estado e município, de forma ascenden- V - Composição das Fontes de Recursos Financeiros
te, coerente com os Planos de Saúde em cada esfera a serem Programados - visualização da parcela dos re-
de gestão; cursos federais, estaduais e municipais, destinados ao
II - orientar-se pelo diagnóstico dos principais pro- custeio de ações de assistência à saúde; e
blemas de saúde, como base para a definição das prio- VI - Processo de Programação e Relação Interges-
ridades; tores - definição das seguintes etapas no processo de
III - ser coordenado pelo gestor estadual com seus programação:
métodos, processos e resultados aprovados pela Co- a) Etapa Preliminar de Programação;
missão Intergestores Bipartite. (CIB), em cada unidade b) Programação Municipal;
federada; e c) Pactuação Regional; e
IV - estar em consonância com o processo de cons- d) Consolidação da PPI Estadual.
trução da regionalização. § 1º Estabelecer que, quando necessário, seja reali-
Art. 5º Os eixos orientadores do processo de Pro- zada a programação interestadual, com a participação
gramação Pactuada e Integrada (PPI) da assistência são dos Estados e dos municípios envolvidos, com media-
os seguintes: ção do gestor federal e aprovação nas respectivas Co-
I - Centralidade da Atenção Básica – a programação missões Intergestores Bipartite, mantendo consonância
da assistência deve partir das ações básicas em saúde, com o processo de construção da regionalização.
para compor o rol de ações de maior complexidade § 2º Estabelecer que a programação de Estados,
tecnológica, estabelecendo os patamares mínimos de de municípios e do Distrito Federal esteja refletida na
demanda orientada pelos problemas e estratégias da programação dos estabelecimentos de saúde sob sua
atenção básica, não apenas na sua dimensão assisten- gestão.
cial, como também na de promoção e prevenção; § 3º Dar flexibilidade aos gestores estaduais e muni-
II - Conformação das Aberturas Programáticas: cipais na definição de parâmetros e prioridades que irão
a) a programação da atenção básica e da média orientar a programação, respeitando as pactuações nas
complexidade ambulatorial deve partir de áreas estra- Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e na Comissão
tégicas; Intergestores Tripartite (CIT);
b) a programação das ações ambulatoriais que não Art 6º A programação nas regiões de fronteiras in-

112
PACTO PELA SAÚDE 2006

ternacionais deve respeitar o Sistema Integrado de Saú- II a esta Portaria, devidamente assinados pelos Coorde-
de nas Fronteiras (SIS Fronteiras), instituído pela Porta- nadores Estadual e Municipal da CIB.
ria nº 1.120/GM, de 6 de julho de 2005. Art 10. Os documentos discriminados nos incisos
Art 7º Definir que a Programação Pactuada e Inte- dos artigos 8º e 9º desta Portaria deverão ser postados
grada seja realizada no mínimo a cada gestão estadual, à Secretaria de Atenção à Saúde, até o dia 25 do mês
respeitando as pactuações nas Comissões Intergestores anterior à competência em que vigorará o novo limite
Bipartite, e revisada periodicamente, sempre que neces- financeiro de Média e Alta Complexidade (MAC)
sário, em decorrência de alterações de fluxo no atendi- Parágrafo único. Os quadros referentes ao Anexo
mento ao usuário, de oferta de serviços, na tabela de II a esta Portaria também deverão ser encaminhados
procedimentos, nos limites financeiros, entre outras. em meio magnético à Secretaria de Atenção à Saú-
Parágrafo único. Estabelecer que no início da gestão de, Departamento de Regulação, Avaliação e Con-
municipal seja efetuada uma revisão da PPI estadual trole de Sistemas, por meio do endereço eletrônico
para face dos novos Planos Municipais de Saúde. ppiassistencial@saude.gov.br, até o dia 25 do mês an-
Art. 8º Estabelecer que, ao final do processo de terior à competência em que vigorará o novo limite fi-
Programação Pactuada e Integrada da Assistência, a nanceiro MAC.
Secretaria de Estado da Saúde e do Distrito Federal en- Art. 11. Definir com competência da Secretaria de
caminhe à Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério Atenção à Saúde, por intermédio do Departamento de
da Saúde, a seguinte documentação acompanhada de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas, a con-
ofício devidamente assinado pelos Coordenadores Es- ferência e a validação da documentação encaminhada
tadual e Municipal da CIB: pelos Estados e o Distrito Federal, bem como a devida
I - cópia da resolução CIB que aprova a nova pro- orientação às Secretarias Estaduais quanto ao seu cor-
gramação; reto preenchimento.
II - quadros com os Limites Financeiros da Assistên- Art. 12. Estabelecer que as alterações de limites fi-
cia de Média e Alta Complexidade, conforme Anexo II nanceiros, cumpridos os trâmites e prazos estabelecidos
a esta portaria, devidamente assinados pelos Coorde- nesta Portaria, entrem em vigor a partir da competên-
nadores Estadual e Municipal da CIB; cia subseqüente ao envio da documentação pela CIB,
por intermédio de portaria da Secretaria de Atenção à
III - quadro síntese dos critérios e parâmetros ado-
Saúde.
tados; e
§ 1º Quando ocorrerem erros no preenchimento da
IV - memória dos pactos municipais realizados com documentação, o Departamento de Regulação, Avalia-
explicitação das metas físicas e financeiras. ção e Controle de Sistemas deverá comunicar à CIB,
§ 1º As Secretarias de Saúde dos Estados e do Dis- viabilizando um prazo para regularização pela SES, não
trito Federal podem dispor de instrumentos próprios de superior a cinco dias úteis, objetivando que a vigência
programação, respeitando os padrões estabelecidos por da publicação não seja prejudicada.
esta Portaria. § 2º Não serão realizadas alterações de limites fi-
§ 2º Os incisos III e IV deste artigo podem ser subs- nanceiros, com efeitos retroativos em relação ao prazo
tituídos pelo envio da base do sistema informatizado do
estabelecido no artigo 10, excetuando os casos excep-
Ministério da Saúde, para os Estados que optarem pela
cionais, devidamente justificados.
sua utilização.
§ 3º Os casos excepcionais deverão ser enviados à
Art 9º Determinar que alterações periódicas nos Li-
mites Financeiros dos Recursos Assistenciais para Média Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS, com as devi-
e Alta Complexidade dos Estados, dos Municípios e do das justificativas pela CIB Estadual e estarão condicio-
Distrito Federal, decorrentes de revisões na PPI, sejam nados à aprovação do Secretário de Atenção à Saúde,
aprovadas pelas respectivas Comissões Intergestores para posterior processamento pelo Departamento de
Bipartite (CIB) e encaminhadas à Secretaria de Aten- Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas.
ção à Saúde, pela Secretaria de Estado da Saúde, e do § 4º As mudanças operacionais/gerenciais, em re-
Distrito Federal mediante ofício, devidamente assina- lação aos limites financeiros, adotadas por Secretarias
do pelos Coordenadores Estadual e Municipal da CIB, Estaduais e/ou Municipais de Saúde ou ainda por Co-
acompanhado da seguinte documentação: missões Intergestores Bipartite, antes da vigência da
I - cópia da Resolução da CIB que altera o(s) limite(s) publicação de portaria da SAS/MS, serão de exclusiva
financeiro(s), justificando e explicitando os valores anu- responsabilidade do gestor do SUS que as adotar.
§ 5º Nas situações em que não houver acordo na
ais do Estado e dos Municípios envolvidos; e
Comissão Intergestores Bipartite, vale o disposto no re-
II - quadros com os Limites Financeiros da Assistên- gulamento do Pacto de Gestão, publicado pela Portaria
cia de Média e Alta Complexidade conforme o Anexo nº 699/GM, de 30 de março de 2006.

113
PACTO PELA SAÚDE 2006

Art 13. Determinar que à Secretaria de Atenção à Saúde/MS adote as medidas necessárias à publicação de
portaria com Parâmetros para Programação de Ações de Assistência à Saúde.
Art. 14. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação
Art. 15. Fica revogada a Portaria nº 1.020/GM, de 31 de maio de 2002, publicada no Diário Oficial da União
nº 107, de 6 de junho de 2002, página 39, Seção 1, e a Portaria nº 04/SAS/MS, de 6 de janeiro de 2000, publicada
no Diário Oficial da União nº 5-E, de 7 de janeiro de 2000, página 20, Seção 1.

ASS JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA


ANEXO I
TERMO DE COMPROMISSO PARA GARANTIA DE ACESSO

O município de (nome do município de referência ), representado pelo Secretário Municipal de Saúde (nome
do Secretário), assume a garantia de acesso aos usuários do Sistema Único de Saúde procedentes dos municípios
XXXXX, WWWWW, YYYYY, ZZZZZZZ, conforme a Programação Pactuada e Integrada , aprovada na reunião
da Comissão Intergestores Bipartite - CIB realizada em ___/___/___. (anexar relatório das referências rece-
bidas)

Local e data

________________________________________________________
(nome do gestor do município de referência)
________________________________________________________
(assinatura)
________________________________________________________
(nome do coordenador municipal da CIB)
________________________________________________________
(assinatura)
________________________________________________________
(nome do coordenador estadual da CIB)

_________________________________________________________
(assinatura)

___________________________________________________________________________________________
(nome do coordenador estadual/municipal da CIB do estado encaminhador - no caso de PPI Interestadual)

114
PACTO PELA SAÚDE 2006

QUADRO 02
PPI ASSISTENCIAL - DETALHAMENTO DOS VALORES PROGRAMADOS NA SES (valores anuais)

Competência:______________________________________________________________________UF: _________

Código da UF____________ESPECIFICAÇÃO______________TOTAL PPI ASSISTENCIAL ___________________

Tratamento Fora do Domicílio Estadual _____________________________________________________________


Hemorrede ____________________________________________________________________________________
Valores encaminhados a outras UFs ________________________________________________________________
Valores recebidos de outras UFs ___________________________________________________________________
Outros__________________________(especificar ) ___________________________________________________
Total quadro 02 ___________
OBS : total quadro 1 + total quadro 2 = total da UF
Os valores recebidos pelos estabelecimentos da Rede Sarah não estão contemplados nestes quadros

QUADRO 03
PPI ASSISTENCIAL - DETALHAMENTO DOS VALORES ENCAMINHADOS A MUNICÍPIOS DE OUTRAS UFs DE
REGIÕES INTERESTADUAIS (valores anuais)

Competência:______________________________________________________________________UF: _________
IBGE do município Município de origem IBGE município executor
Município executor RECURSOS ENCAMINHADOS TOTAL PPI ASSISTENCIAL
de origem Gestão Estadual Gestão Municipal

Subtotal estado Y ___________________________________________________


Subtotal estado X ___________________________________________________
Total quadro 03 ____________________________________________________

QUADRO 04
PPI ASSISTENCIAL - DETALHAMENTO DOS VALORES A SEREM DESCONTADOS DA PPI DOS MUNICÍPIOS
EM FUNÇÃO DE TCEP ENTRE OS GESTORES ESTADUAL e MUNICIPAL (valores anuais)
Competência:______________________________________________________________________UF: _________
Fundo (FMS ou FES) Valor ANUAL a
IBGE Data de Publicação ser destinado ao
Município Nome da Unidade Código CNES Número do Termo para o qual serão reali-
do Extrato do Termo Fundo de Saúde
zadas as transferências

Total quadro 04
Os valores serão descontados da PPI dos municípios (quadro 1) quando as transferências forem realizadas ao FES.
Quando as transferências forem realizadas ao FMS os valores não serão descontados da PPI dos municípios

115
PACTO PELA SAÚDE 2006

116
PACTO PELA SAÚDE 2006

117
PACTO PELA SAÚDE 2006

Carta dos Direitos dos


Usuários da Saúde

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PACTO PELA SAÚDE 2006

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PACTO PELA SAÚDE 2006

121
PACTO PELA SAÚDE 2006

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PACTO PELA SAÚDE 2006

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PACTO PELA SAÚDE 2006

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PACTO PELA SAÚDE 2006

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PACTO PELA SAÚDE 2006

126
PACTO PELA SAÚDE 2006

Parte II

Notas Técnicas do CONASS

127
PACTO PELA SAÚDE 2006

128
PACTO PELA SAÚDE 2006

Apresentação
A efetivação do pacto pela saúde 2006 será sem dúvida um dos nossos
maiores desafios.
A aprovação das portarias de regulamentação do pacto pela saúde
2006 é o resultado de um esforço conjunto dos três gestores, no entanto
o resultado de todo esse trabalho só será bem sucedido se conseguirmos
transformar em prática aquilo que pudemos consensar.
É necessário que em curto prazo possamos divulgar o pacto pela saúde.
É necessário que as secretarias municipais e estaduais de saúde e as
comissões intergestores bipartite estejam preparadas para assumirem as
responsabilidades previstas.
Essas Notas Técnicas, elaboradas pela assessoria do Conselho Nacional
de Secretários de Saúde (CONASS), trazem a análise e os comentários so-
bre as Portarias GM/MS 399, GM/MS 699, GM/MS 648, GM/MS 649,
GM/MS 650, GM/MS 822 e GM/MS 698 de 2006 e servirão de subsídio
para o trabalho das Secretarias Estaduais de Saúde.

129
PACTO PELA SAÚDE 2006

Para entender o Pacto


pela Saúde 2006

131
PACTO PELA SAÚDE 2006

I. INTRODUÇÃO serviços de saúde em blocos de financiamento.


Estas diretrizes reafirmam princípios, consolidam
Desde 2003, resultado das discussões e dos con- processos como a importância da regionalização e dos
sensos elaborados a partir do Seminário para Constru- instrumentos de planejamento e de programação como
ção de Consensos do CONASS e da carta de Sergipe, o o Plano Diretor de Regionalização (PDR), Plano Diretor
CONASS solicitou ao Ministério da Saúde a revisão do de Investimentos (PDI) e a Programação Pactuada In-
processo normativo do SUS. tegrada (PPI); além de possibilitarem a reorganização
Era compreensão dos gestores estaduais que o pro- dos processos de gestão e de regulação do sistema de
cesso normativo do SUS necessitava contemplar a am- saúde no âmbito dos Estados com objetivo de melhorar
pla diversidade e as diferenças do nosso país e que a e qualificar o acesso do cidadão às ações e aos serviços
elaboração de uma nova norma deveria contribuir para de saúde.
a construção de um modelo de atenção que contem-
plasse os princípios do SUS, sob a égide da responsabi- II. PACTO PELA SAÚDE
lidade sanitária, adequada à realidade de cada Estado e A partir das discussões que envolvem o Pacto de
região do país, integrando ações de promoção à saúde; Gestão, houve a compreensão pelos gestores federal,
atenção primária; assistência de média e alta complexi- estaduais e municipais da importância de se pactuar
dade; epidemiologia e controle de doenças; vigilância também metas e objetivos sanitários a serem alcança-
sanitária e ambiental; a reafirmação da importância das dos, assim como a necessidade de envolver a sociedade
instâncias deliberativas CIB e CIT e o fortalecimento do na defesa do SUS. Então, estabeleceu-se a organização
controle social. de um Pacto pela Saúde, com capacidade de respon-
Entre as prioridades discutidas e consideradas prio- der aos desafios atuais da gestão e de organização do
ritárias para os secretários, citamos: compromisso com sistema, para dar respostas concretas às necessidades
o SUS e seus princípios; o fortalecimento da Atenção de saúde da população brasileira e tornar a saúde uma
Primária; a valorização da saúde e a necessária articu- política de Estado mais que uma política de governo.
lação intersetorial; o fortalecimento do papel dos Es- Esse processo de pactuação tem como finalidade a
tados; a luta pela regulamentação da Emenda Consti- qualificação da gestão pública do SUS, buscando maior
tucional n.º 29 e por mais recursos financeiros para a efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas.
área da saúde. Nesse sentido, foram definidas três dimensões no
O processo iniciou-se em agosto de 2004, quando Pacto pela Saúde 2006: Pacto em Defesa do SUS, Pacto
foi organizada, pelo Ministério da Saúde, uma oficina pela Vida e Pacto de Gestão.
denominada “Agenda do Pacto de Gestão”, com ob-
jetivo de dar início à discussão para a revisão do pro- PACTO EM DEFESA DO SUS
cesso normativo do SUS e estabelecer as diretrizes, os
conteúdos e a metodologia de trabalho para a elabo-
Compromisso inequívoco com a repolitização do
ração de propostas para pactuação de questões fun-
SUS, consolidando a política pública de saúde brasileira
damentais referentes ao processo de gestão do SUS.
como uma política de Estado, mais que uma política de
Os participantes dessa oficina foram representantes do
governos.
CONASS, Conasems e do Ministério da Saúde.
Os gestores reconhecem a necessidade de romper
O trabalho conjunto exigiu o exercício da constru-
os limites setoriais e levar a discussão sobre a política
ção de consensos entre CONASS, Conasems e Minis-
pública de saúde para a sociedade organizada, tendo o
tério da Saúde. Há pontos de operacionalização que
financiamento público da saúde como um dos pontos
ainda estão sendo discutidos, pois esse processo é
centrais.
dinâmico e necessita de avaliação constante para sua
efetiva operacionalização, assim como para aperfeiço-
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são:
ar os mecanismos de planejamento e a programação
• implementar um projeto permanente de mobili-
para a gestão do SUS. Os primeiros resultados obtidos
zação social com a finalidade de:
constam da Portaria GM/MS nº 399, publicada em 22
• mostrar a saúde como direito de cidadania e o
de fevereiro de 2006, com a definição das diretrizes
SUS como sistema público universal garantidor desses
operacionais do Pacto pela Saúde.
direitos;
Em 03 de abril de 2006, foi publicada a Portaria GM/
• alcançar, em curto prazo, a regulamentação da
MS nº. 699, que regulamenta as diretrizes operacionais
Emenda Constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional;
dos Pactos Pela Vida e de Gestão e a Portaria GM/MS
• garantir, em longo prazo, o incremento dos recur-
nº 698, que instituiu a nova forma de transferência dos
sos orçamentários e os financeiros para a saúde;
recursos federais destinados ao custeio de ações e de

133
PACTO PELA SAÚDE 2006

• aprovar o orçamento do SUS, composto pelos seja no campo operacional.


orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o Há de se mudar a cultura da pactuação: o pacto
compromisso de cada uma delas; não termina no momento de sua assinatura, mas ali
• elaborar e divulgar a carta dos direitos dos usuá- começa. No entanto, os objetivos e as metas pactuados
rios do SUS. devem servir de bússola para que os diferentes entes fe-
derados orientem suas decisões estratégicas e focalizem
PACTO PELA VIDA a alocação dos recursos. Só quando houver conver-
gência entre metas e objetivos pactuados, priorização
O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de ações táticas e alocação de recursos, estarão sendo
de compromissos sanitários, expressos em objetivos de feitos pactos reais.
processos e resultados e derivados da análise da situa- No campo operativo, as metas e os objetivos do
ção de saúde da população e das prioridades definidas Pacto pela Vida devem se inscrever em instrumentos
pelos governos federal, estaduais e municipais. jurídicos públicos, os Termos de Compromisso de Ges-
Significa uma ação prioritária no campo da saúde tão, firmados pela União, Estados e municípios. Esses
que deverá ser executada com foco em resultados e termos têm como objetivo formalizar a assunção das
com a explicitação inequívoca dos compromissos or- responsabilidades e atribuições inerentes às esferas go-
çamentários e financeiros para o alcance desses resul- vernamentais na condução do processo permanente de
tados. aprimoramento e consolidação do SUS.
O Pacto pela Vida – como instrumento do Pacto Nos Termos de Compromisso de Gestão inscrevem-se,
pela Saúde 2006 – representa uma mudança radical na como parte substantiva, os objetivos e metas prioritárias
forma de pactuação do SUS, vigente até agora. do Pacto pela Vida, bem como seus indicadores de moni-
Esse fato ocorre porque rompe com os pactos rea- toramento e de avaliação.
lizados em variáveis discretas de tempo, por meio de A operacionalização do processo de monitoramento
normas operacionais. A observação da trajetória do e avaliação deve ser objeto de regulamentação especí-
SUS mostra que esse sistema público de saúde vem fica em cada esfera de governo, considerando as pac-
sendo mudado, de tempos em tempos, pelas reformas tuações realizadas.
incrementais que se materializaram em normas opera- A definição de objetivos deve ser estabelecida por
cionais (NOBS e NOAS). meio de metas nacionais, estaduais, regionais ou muni-
Essas normas fixavam-se, prioritariamente, em pro- cipais. Os pactos estaduais deverão estar referenciados
cessos operacionais, distanciando-se de compromissos pelas metas e objetivos nacionais; os pactos regionais
com resultados sanitários. e municipais devem estar referenciados pelas metas es-
Assim, a instituição do Pacto pela Vida representa taduais. Essa é uma mudança operacional importante
duas mudanças fundamentais na reforma incremen- porque não há de se impor metas nacionais a estados,
tal do SUS. De um lado, substitui pactos fortuitos por nem metas estaduais a regiões ou municípios. Pacto é
acordos anuais obrigatórios; de outro, muda o foco, negociação equilibrada entre atores e não imposição
de mudanças orientadas a processos operacionais para de uma das partes sobre a outra.
mudanças voltadas para resultados sanitários. Desse O Pacto pela Vida 2006 definiu seis prioridades:
modo, o Pacto pela Vida reforça, no SUS, o movimento Saúde do idoso; Controle do câncer de colo de útero e
da gestão pública por resultados. de mama; Redução da mortalidade infantil e materna;
O Pacto pela Vida será permanente. Ao fim do pri- Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças
meiro trimestre de um novo ano, serão avaliados os emergentes e endemias, com ênfase na dengue, han-
resultados do ano anterior e pactuadas novas metas e seníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da
objetivos a serem atingidos no ano em curso. Saúde; e Fortalecimento da Atenção Básica/Primária.
Ao mesmo tempo, deverá haver um processo per-
manente de monitoramento, de cada ente com relação SAÚDE DO IDOSO
ao próprio âmbito, dos estados em relação aos muni-
cípios do seu território, dos municípios em relação ao Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a
Estado, dos municípios e Estado com relação à União e pessoa com 60 anos ou mais.
da União em relação aos Estados, municípios e Distrito
Federal. 1 – O trabalho nesta área deve seguir as seguin-
Para que não se proceda, uma vez mais, à formali- tes diretrizes:
zação de pactos meramente burocráticos, com parcos • promoção do envelhecimento ativo e saudável;
resultados sanitários, haverá de se operar mudanças • atenção integral e integrada à saúde da pessoa
nos mecanismos de pactuação, seja no campo cultural, idosa;

134
PACTO PELA SAÚDE 2006

• estímulo às ações intersetoriais, visando à integra- 1 – Objetivos e metas para o controle do câncer
lidade da atenção; de colo de útero:
• a implantação de serviços de atenção domiciliar; • cobertura de 80% para o exame preventivo
• o acolhimento preferencial em unidades de saú- do câncer do colo de útero, conforme protocolo, em
de, respeitado o critério de risco; 2006;
• provimento de recursos capazes de assegurar • incentivo da realização da cirurgia de alta freqü-
qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; ência técnica que utiliza instrumental especial para a re-
• fortalecimento da participação social; tirada de lesões ou parte do colo uterino comprometida
• formação e educação permanente dos profissionais (com lesões intra-epiteliais de alto grau) com menor
de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; dano possível, que pode ser realizada em ambulatório,
• divulgação e informação sobre a Política Nacional com pagamento diferenciado, em 2006.
de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde,
2 – Metas para o controle do câncer de mama:
gestores e usuários do SUS;
• ampliar para 60% a cobertura de mamografia,
• promoção de cooperação nacional e internacional
conforme protocolo;
das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa;
• realizar a punção em 100% dos casos necessários,
• apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
conforme protocolo.
2 - Ações estratégicas
• Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa – Instrumento REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E
de cidadania com informações relevantes sobre a saúde da INFANTIL
pessoa idosa, possibilitando melhor acompanhamento por 1 – Objetivos e metas para a redução da morta-
parte dos profissionais de saúde. lidade infantil:
• Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa • reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em
Idosa – para indução de ações de saúde, tendo por re- 2006;
ferência as diretrizes contidas na Política Nacional de • reduzir em 50% os óbitos por doença diarréica e
Saúde da Pessoa Idosa. 20% por pneumonia, em 2006;
• apoiar a elaboração de propostas de intervenção
• Programa de Educação Permanente à Distância
para a qualificação da atenção as doenças prevalentes;
– implementar programa de educação permanente na
• criação de comitês de vigilância do óbito em 80%
área do envelhecimento e saúde do idoso, voltado para
dos municípios com população acima de 80.000 habi-
profissionais que trabalham na rede de atenção básica
tantes, em 2006.
em saúde, contemplando os conteúdos específicos das
repercussões do processo de envelhecimento popula- 2 – Objetivos e metas para a redução da morta-
cional para a saúde individual e para a gestão dos ser- lidade materna:
viços de saúde. • reduzir em 5% a razão de mortalidade materna,
• Acolhimento – reorganizar o processo de acolhi- em 2006;
mento à pessoa idosa nas unidades de saúde, como • garantir insumos e medicamentos para tratamen-
uma das estratégias de enfrentamento das dificuldades to das síndromes hipertensivas no parto;
atuais de acesso. • qualificar os pontos de distribuição de sangue
• Assistência Farmacêutica – desenvolver ações para que atendam às necessidades das maternidades e
que visem qualificar a dispensação e o acesso da po- outros locais de parto.
pulação idosa.
• Atenção Diferenciada na Internação – instituir ava- FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE
RESPOSTAS ÀS DOENÇAS EMERGENTES
liação geriátrica global realizada por equipe multidiscipli-
E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE,
nar, a toda pessoa idosa internada em hospital que tenha
HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E
aderido ao Programa de Atenção Domiciliar.
INFLUENZA
• Atenção Domiciliar – instituir esta modalidade de
prestação de serviços ao idoso, valorizando o efeito 1 – Objetivos e metas para o controle da dengue:
favorável do ambiente familiar no processo de recu- • plano de contingência para atenção aos pacientes,
peração de pacientes e os benefícios adicionais para o elaborado e implantado nos municípios prioritários, em
2006;
cidadão e o sistema de saúde.
• reduzir a menos de 1% a infestação predial por
CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE Aedes aegyptii em 30% dos municípios prioritários até
ÚTERO E DE MAMA 2006;

135
PACTO PELA SAÚDE 2006

2 – Meta para a eliminação da hanseníase lia nos grandes centros urbanos;


• atingir o patamar de eliminação como problema • garantir a infra-estrutura necessária ao funciona-
de saúde pública, ou seja, menos de um caso por 10 mento das Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de
mil habitantes em todos os municípios prioritários, em recursos materiais, equipamentos e insumos suficien-
2006. tes para o conjunto de ações propostas para esses
serviços;
3 – Metas para o controle da tuberculose • garantir o financiamento da Atenção Primária
• atingir pelo menos 85% de cura de casos novos como responsabilidade das três esferas de gestão
de tuberculose bacilífera diagnosticados a cada ano; do SUS;
• aprimorar a inserção dos profissionais da Atenção
4 – Meta para o controle da malária Primária nas redes locais de saúde, por meio de víncu-
• reduzir em 15% a incidência parasitária anual, na los de trabalho que favoreçam o provimento e fixação
região da Amazônia Legal, em 2006 dos profissionais;
• implantar o processo de monitoramento e avalia-
5 – Objetivo para o controle da Influenza ção da Atenção Primária nas três esferas de governo,
• implantar plano de contingência, unidades sentine- com objetivo de qualificar a gestão descentralizada;
las e o sistema de informação – SIVEP-GRIPE, em 2006. • apoiar diferentes modos de organização e forta-
lecimento da Atenção Primária que considere os princí-
PROMOÇÃO DA SAÚDE pios da estratégia de Saúde da Família, respeitando as
especificidades loco-regionais;
1 – Objetivos • implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa
• elaborar e implementar uma Política de Promoção Idosa, buscando a atenção integral.
da Saúde, de responsabilidade dos três gestores;
• enfatizar a mudança de comportamento da po- PACTO DE GESTÃO
pulação brasileira de forma a internalizar a responsabi- Contempla os princípios do SUS previstos na Cons-
lidade individual da prática de atividade física regular, tituição Federal de 1988 e na Lei n.º 8080/90. Esta-
alimentação adequada e saudável e combate ao taba- belece as responsabilidades solidárias dos gestores de
gismo; forma a diminuir as competências concorrentes, contri-
• articular e promover os diversos programas de buindo, assim, para o fortalecimento da gestão com-
promoção de atividade física já existentes e apoiar a partilhada e solidária do SUS.
criação de outros; Avança na regionalização e na descentralização do
• promover medidas concretas pelo hábito da ali- SUS, a partir da proposição de algumas diretrizes per-
mentação saudável; mitindo diversidade operativa que respeite as singula-
• elaborar e pactuar a Política Nacional de Promo- ridades regionais.
ção da Saúde que contemple as especificidades pró- Propõe a descentralização de atribuições do Minis-
prias dos Estados e municípios devendo, iniciar sua im- tério da Saúde para os Estados, e para os municípios,
plementação em 2006. acompanhado da desburocratização dos processos nor-
mativos. Reforça a territorialização da saúde como base
FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
para organização dos sistemas, estruturando as regiões
sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional.
1 – Objetivos:
Explicita as diretrizes para o sistema de financia-
• assumir a estratégia de saúde da família como
estratégia prioritária para o fortalecimento da atenção mento público tripartite em grandes blocos de financia-
primária, devendo seu desenvolvimento considerar as mento federal e estabelece relações contratuais entre
diferenças loco-regionais; os entes federativos.
• desenvolver ações de qualificação dos profissio-
1 – Os objetivos do Pacto de Gestão são
nais da atenção primária por meio de estratégias de
• definir a responsabilidade sanitária de cada ins-
educação permanente e de oferta de cursos de espe-
tância gestora do SUS: federal, estadual e municipal,
cialização e residência multiprofissional e em medicina
da família; superando o atual processo de habilitação;
• consolidar e qualificar a estratégia de saúde da • estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS,
família nos pequenos e médios municípios; com ênfase na Descentralização; Regionalização; Fi-
• ampliar e qualificar a estratégia de saúde da famí- nanciamento; Programação Pactuada e Integrada;

136
PACTO PELA SAÚDE 2006

Regulação; Participação e Controle Social; Planeja- a serem desempenhadas em cada região deverá estar
mento; Gestão do Trabalho e Educação na Saúde. de acordo com as necessidades de saúde e da capa-
cidade de oferta da região. No entanto, para que isso
III. DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS – O ocorra, será necessário que o processo de regionalização
QUE MUDA COM O PACTO se faça sobre territórios sanitários mais que sobre territó-
A – DESCENTRALIZAÇÃO rios político-administrativos. O que implicará o uso de
Com a aprovação das diretrizes do Pacto de Gestão metodologias que incorporem operacionalmente os
inicia-se um processo de descentralização dos proces- conceitos de economia de escala, os fluxos viários e os
sos administrativos relativos à gestão para as Comis- fluxos assistenciais.
sões Intergestores Bipartite. O processo de regionalização envolverá diferentes
Desta forma, a proposta é de que gradativamente, territórios sanitários: a microárea de abrangência de um
respeitadas as diretrizes e as normas pactuadas na Comis- agente comunitário de saúde; a área de abrangência de
são Intergestores Tripartite, os Estados, em parceria com uma equipe de saúde da família ou de uma Unidade Bá-
os municípios, nas CIBs, definam os modelos organizacio- sica de Saúde; a região de saúde (na prática o mesmo
nais a serem implantados de acordo com a realidade de que a microrregião da NOAS) que será o território de
cada estado e região do país. Não será mais necessário auto-suficiência nos procedimentos de média complexi-
o envio de processos de credenciamento de serviços dade; e a macrorregião que será o território de auto-su-
e/ou projetos para implantação de novos serviços ao ficiência em procedimentos de média complexidade de
Ministério da Saúde. mais alta densidade tecnológica e dos procedimentos de
Neste sentido, as Secretarias Estaduais, em parceria alta complexidade. Em conseqüência, as escalas das re-
com a representação dos municípios nos Estados, de- giões serão bem menor que a escala das macrorregiões.
vem fortalecer esse espaço de negociação e pactuação, O processo de regionalização, obedecidos os prin-
por meio de câmaras técnicas e/ou grupos de apoio cípios mencionados, deverá ser flexível, especialmente
para dar suporte às decisões da CIB. em regiões de baixa densidade demográfica, em que,
As CIBs estaduais e microrregionais passam a desem- sempre, o princípio do acesso preponderará frente ao
penhar papel relevante na análise da situação de saúde, princípio da escala.
O resultado do processo de regionalização, no que
na elaboração de propostas de intervenção e no esta-
concerne às regiões e às macrorregiões sanitárias, deverá
belecimento dos mecanismos para melhorar a gestão e
estar expresso no Plano Diretor de Regionalização (PDR).
regulação do sistema. Da mesma forma, permanece o Plano Diretor de
B – REGIONALIZAÇÃO Investimentos (PDI), que deve expressar os recursos de
investimentos para atender às necessidades pactuadas
O Pacto de Gestão reafirma a Regionalização como
no processo de planejamento regional e estadual. No
uma diretriz do Sistema Único de Saúde. Atualmente,
âmbito regional, devem refletir as necessidades para
existem inúmeras regiões de saúde constituídas no se alcançar a suficiência na atenção básica e parte da
país, portanto, há de se considerar os esforços já reali- média complexidade da assistência, conforme desenho
zados na elaboração do Plano Diretor de Regionalização regional. Deve contemplar também as necessidades da
(PDR), nos Estados, a partir da implantação da NOAS/ área da vigilância em saúde e ser desenvolvido de for-
SUS 01/2002. Assim, as Secretarias Estaduais, consi- ma articulada com o processo da PPI e do PDR.
derando as premissas propostas no pacto de gestão, O processo de regionalização inscreve-se em uma
devem avaliar a constituição das regiões de saúde, dos perspectiva de mudança cultural: da regionalização es-
seus Planos Diretores de Regionalização com objetivo pacial para uma regionalização da atenção à saúde. Nes-
de conformar o modelo de atenção integrado. se sentido, o processo de regionalização será utilizado
O que se pretende com o processo de regionaliza- como base espacial para a construção de redes de aten-
ção à saúde. Isso é uma exigência da situação epidemio-
ção é melhorar o acesso a serviços de saúde, respeitan-
lógica brasileira, marcada pela convivência de doenças
do-se os conceitos de economia de escala e de quali-
transmissíveis e doenças crônicas, com predominância
dade da atenção, de forma a se desenvolver sistemas relativa dessas últimas. Quando existe uma situação de
eficientes e efetivos. E ao construir uma regionalização dupla carga das doenças impõe-se uma resposta social
eficaz, criar as bases territoriais para o desenvolvimen- organizada dos sistemas de saúde, expressa nas redes
to de redes de atenção à saúde. integradas de atenção à saúde.
O Pacto não propõe nenhum desenho ou modelo
padrão de Região de Saúde. Cada CIB deverá estabe- C – MECANISMOS DE GESTÃO REGIONAL.
lecer qual o desenho mais apropriado para garantir o Uma das mudanças na gestão propostas no pacto é
acesso com qualidade às ações e aos serviços de saúde. a constituição de um espaço permanente de pactuação
Portanto, a definição do conjunto de ações e serviços e co-gestão solidária e cooperativa por meio de um

137
PACTO PELA SAÚDE 2006

colegiado de gestão regional (a proposta de colegiado BLOCO DA ATENÇÃO BÁSICA


regional aproxima-se das Comissões Intergestores Bi-
O Bloco da Atenção Básica será constituído por dois
partites Microrregionais, existentes em alguns Estados
componentes: Piso de Atenção Básica (PAB) Fixo e Piso
brasileiros). A denominação e o funcionamento do Co-
da Atenção Básica Variável (PAB) Variável.
legiado devem ser acordados na CIB.
O Piso de Atenção Básica (PAB) Fixo refere-se ao
A constituição do colegiado de gestão regional deve
custeio de ações de atenção básica à saúde, cujos re-
assegurar a presença de todos os gestores de saúde dos
cursos serão transferidos mensalmente, de forma re-
municípios que compõem a região e da representação
gular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos
estadual.
Fundos de Saúde do Distrito Federal e dos Municípios.
Nas CIBs regionais constituídas por representação,
Os recursos do incentivo à descentralização de uni-
quando não for possível a imediata incorporação de to-
dades de saúde da Funasa, incorporados ao PAB fixo,
dos os gestores de saúde dos municípios da região de
podem ser aplicados no custeio destas unidades.
saúde, deve ser pactuado um cronograma de adequa-
O Piso da Atenção Básica Variável (PAB) Variável é
ção, para a inclusão de todos os gestores nos respecti-
constituído por recursos financeiros destinado ao cus-
vos colegiados de gestão regionais.
teio de estratégias, realizadas no âmbito da Atenção
D – FINANCIAMENTO DO SUS Básica em Saúde, tais como:
São princípios gerais do financiamento para o SUS: I – Saúde da Família;
a) responsabilidade das três esferas de gestão – União, II – Agentes Comunitários de Saúde;
Estados e Municípios pelo financiamento do SUS; b) III – Saúde Bucal;
redução das iniqüidades macrorregionais, estaduais e IV – Compensação de Especificidades Regionais;
V – Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos
regionais, a ser contemplada na metodologia de alo-
Indígenas;
cação de recursos; c) repasse fundo a fundo definido
VI – Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário;
como modalidade preferencial na transferência de re-
VII – Política de Atenção Integral à Saúde do Ado-
cursos entre os gestores; e financiamento de custeio lescente em conflito com a lei em regime de internação
com recursos federais constituídos e transferidos em e internação provisória; e
blocos de recursos. VIII – outros que venham a ser instituídos por meio
A principal mudança no financiamento, relativo ao de ato normativo específico.
custeio das ações e serviços de saúde, é a alocação dos Os recursos do PAB Variável serão transferidos do
recursos federais em cinco blocos. As bases de cálcu- Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde do Dis-
lo que formam cada bloco e os montantes financeiros trito Federal e dos Municípios, mediante adesão e im-
destinados para os Estados, municípios e Distrito Fede- plementação das ações a que se destinam e desde que
ral serão compostos por memórias de cálculo, para fins constantes do respectivo plano de saúde. Os recursos
de histórico e monitoramento. Desta forma, estados e do PAB Variável transferidos atualmente para custeio
municípios terão maior autonomia para alocação dos das ações de assistência farmacêutica e de vigilância
recursos de acordo com as metas e prioridades estabe- sanitária passam a compor o Bloco de Financiamento
da Assistência Farmacêutica e o da Vigilância em Saú-
lecidas nos planos de saúde.
de, respectivamente.
O Ministério da Saúde está propondo o incremento
Os blocos de financiamento para o custeio são: de recursos destinados à estratégia de Compensação
• Atenção básica/primária; de Especificidades Regionais, correspondente a 5% do
• Atenção de média e alta complexidade; valor mínimo do PAB Fixo multiplicado pela população
• Vigilância em Saúde; do Estado.
• Assistência Farmacêutica; e Os critérios de aplicação dos recursos de Compensa-
• Gestão do SUS ção de Especificidades Regionais devem ser pactuados
Os recursos de cada bloco de financiamento de- nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e informa-
vem ser aplicados exclusivamente às ações e serviços dos ao plenário da CIT, devendo atender a especifici-
de saúde relacionados ao bloco. Aos recursos oriundos dades estaduais e regulamentadas por ato normativo
específico.
da prestação de serviços de média e alta complexidade
ambulatorial e hospitalar, resultante da produção das BLOCO DA ATENÇÃO DE MÉDIA E ALTA
unidades públicas, não se aplica essa restrição. COMPLEXIDADE AMBULATORIAL E HOSPITALAR
No bloco de financiamento da assistência farmacêu-
tica, os recursos devem ser aplicados exclusivamente às O Bloco da Atenção de Média e Alta Complexidade
ações definidas em cada componente. Ambulatorial e Hospitalar será constituído por dois com-
ponentes: componente limite financeiro da Média e Alta

138
PACTO PELA SAÚDE 2006

Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC) e com- te da Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde


ponente Fundo de Ações Estratégicas e Compensação e Componente da Vigilância Sanitária em Saúde.
(Faec). O Componente da Vigilância Epidemiológica e Am-
O Componente Limite Financeiro da Média e Alta biental em Saúde refere-se aos recursos federais desti-
Complexidade Ambulatorial e Hospitalar de Estados, nados às ações de vigilância, à prevenção e ao controle
Distrito Federal e Municípios, é destinado ao financia- de doenças, composto pelo atual Teto Financeiro de Vi-
mento de procedimentos e de incentivos permanentes, gilância em Saúde que incluem os seguintes incentivos:
transferidos mensalmente, para custeio de ações de Hospitais do Sub-Sistema de Vigilância Epidemiológica
média e alta complexidade em saúde. em Âmbito Hospitalar, Registro de Câncer de Base Po-
O financiamento dos incentivos permanentes do pulacional, Atividade de Promoção à Saúde, Laborató-
Componente MAC inclui aqueles atualmente designa- rios de Saúde Pública e outros que vierem a ser implan-
dos aos: tados pelo ato normativo específico.
I – Centro de Especialidades Odontológicas (CEO); No componente Vigilância Epidemiológica e Am-
II – Laboratório de Prótese Dentária; biental em Saúde, também estão incluídos recursos fe-
III – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência derais com repasses específicos, destinados às seguin-
(Samu); tes finalidades:
IV – Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador; I – fortalecimento da Gestão da Vigilância em Saú-
V – Hospitais de Pequeno Porte; de em Estados e Municípios (VIGISUS II);
VI – Incentivo de Integração do SUS (Integrasus); II – campanhas de vacinação; e
VII – Fator de Incentivos ao Desenvolvimento do III – incentivo do Programa DST/Aids;
Ensino e Pesquisa Universitária em Saúde (Fideps); Os recursos federais destinados à contratação de
VIII - Programa de Incentivo de Assistência à Popu- pessoal para execução de atividades de campo no
lação Indígena (Iapi); e combate ao vetor transmissor da dengue serão alo-
IX – outros que venham a ser instituídos por meio cados no Bloco Financeiro de Vigilância em Saúde
de ato normativo para fins de custeio de ações de mé- dos Estados, Distrito Federal e Municípios – com-
dia e alta complexidade e não financiados por proce- ponente da Vigilância Epidemiológica e Ambiental
dimento. em saúde, na medida em que se comprove a efetiva
Os recursos federais de que trata este artigo serão contratação dos agentes de campo.
transferidos do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Os recursos de que trata o componente da Vigi-
de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios, lância Epidemiológica e Ambiental em Saúde deverá
conforme a Programação Pactuada e Integrada da As-
contemplar ações de rotina e poderá ser acrescido
sistência, publicada em ato normativo específico.
de valores específicos para a execução de ações
O Fundo de Ações Estratégicas e Compensação
(Faec) deverá ser reduzido ao custeio de procedimen- contingenciais, conforme pactuação na CIT.
tos, conforme detalhado a seguir: O Componente da Vigilância Sanitária em Saúde
• procedimentos regulados pela Central Nacional será constituído do Termo de Ajuste e Metas (TAM)
de Regulação da Alta Complexidade (CNRAC); e do Piso da Atenção Básica em Vigilância Sanitária
• transplantes; (PAB) VISA.
• ações estratégicas emergenciais, de caráter tem-
BLOCO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
porário, implementadas com prazo pré-definido;
• novos procedimentos: cobertura financeira de O Bloco de Financiamento para a Assistência Far-
aproximadamente seis meses, quando da inclusão de macêutica é constituído por quatro componentes:
novos procedimentos, sem correlação à tabela vigente, Componente Básico da Assistência Farmacêutica;
até a formação de série histórica para a devida agrega- Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica;
ção ao MAC. Componente Medicamentos de Dispensação em cará-
Sendo que os procedimentos atualmente pagos por ter excepcional e Componente de Organização da As-
meio do Faec serão incorporados, gradativamente, aos sistência Farmacêutica.
limites financeiros dos estados e municípios, na medida O Componente Básico da Assistência Farmacêutica
da elaboração do cálculo dos valores correspondentes, destina-se à aquisição de medicamentos e insumos de
de acordo com parâmetros a serem pactuados na CIT. assistência farmacêutica no âmbito da atenção básica
em saúde e aquelas relacionadas a agravos e progra-
BLOCO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
mas de saúde específicos, inseridos na rede de cuida-
O Bloco de Financiamento para a Vigilância em Saú- dos da atenção básica.
de será constituído por dois componentes: Componen- O Componente Básico é composto de uma Parte
Financeira Fixa e de uma Parte Financeira Variável.

139
PACTO PELA SAÚDE 2006

A Parte Financeira Fixa do Componente Básico con- III – Revisão periódica de valores da tabela de pro-
siste em um valor per capitaa destinado à aquisição de cedimentos; e
medicamentos e insumos de assistência farmacêutica IV – Forma de aquisição e execução financeira, con-
em atenção básica, transferido ao Distrito Federal, Es- siderando-se os princípios da descentralização e eco-
tados e/ou municípios, conforme pactuação nas Co- nomia de escala.
missões Intergestores Bipartite. O Ministério da Saúde transferirá, mensalmente, às
Os gestores estaduais e municipais devem compor Secretarias Estaduais os valores financeiros apurados
o financiamento da Parte Fixa do Componente Básico, em encontro de contas trimestrais, com base nas emis-
como contrapartida, em recursos financeiros ou insu- sões de Autorizações de Procedimentos de Alta Com-
mos, conforme pactuação na Comissão Intergestores plexidade (Apac).
Bipartite e normatização da política de assistência farma- O Componente de Organização da Assistência Far-
cêutica vigente. A Parte Financeira Variável do Compo- macêutica é constituído por recursos federais destina-
nente Básico consiste em valores per capitaa destinados dos ao custeio de ações e serviços inerentes à assistên-
a aquisição de medicamentos e insumos de assistência cia farmacêutica.
farmacêutica dos Programas de Hipertensão e Diabe-
tes, Asma e Rinite, Saúde Mental, Saúde da Mulher, BLOCO DE FINANCIAMENTO PARA A GESTÃO DO
Alimentação e Nutrição e Combate ao Tabagismo. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Os recursos da Parte Variável do Componente Bá-
sico poderão ser executados centralizadamente pelo Este será composto por novos recursos federais que
Ministério da Saúde ou descentralizados a Estados, serão incorporados aos tetos financeiros de Estados e
municípios e Distrito Federal, de acordo com a pactu- municípios e destina-se ao custeio de ações específi-
ação na Comissão Intergestores Tripartite, mediante a cas relacionadas à organização dos serviços de saúde,
implementação e a organização dos serviços previstos acesso da população e a aplicação dos recursos finan-
nestes Programas. ceiros do SUS.
Os recursos destinados ao medicamento Insulina O financiamento deverá apoiar iniciativas de forta-
Humana, do grupo de medicamentos do Programa Hi- lecimento da gestão, sendo composto pelos seguintes
pertensão e Diabetes, serão executados centralizada- sub-blocos:
mente pelo Ministério da Saúde, conforme pactuação • Regulação, controle, avaliação e auditoria;
da Comissão Intergestores Tripartite, retificando a Por- • Planejamento e Orçamento;
taria GM nº 399, de 22/02/2006. • Programação;
O Componente Estratégico da Assistência Farma- • Regionalização;
cêutica destina-se ao financiamento para o custeio de • Participação e Controle Social;
ações de assistência farmacêutica nos seguintes pro- • Gestão do Trabalho;
gramas de saúde estratégicos: • Educação em Saúde;
I – controle de endemias, tais como a Tuberculose, • Incentivo à implementação de políticas específicas;
Hanseníase, Malária, Leishmaniose, Chagas e outras do- • Estruturação de serviços e organização da assis-
enças endêmicas de abrangência nacional ou regional; tência farmacêutica.
II – anti-retrovirais do programa DST/AIDS; Os recursos referentes a este Bloco serão transfe-
III – sangue e semoderivados; e ridos fundo a fundo e regulamentados por portarias
IV – imunobiológicos. específicas.
O Componente Medicamentos de Dispensação Ex-
cepcional destina-se ao financiamento do Programa FINANCIAMENTO PARA INVESTIMENTOS
de Medicamentos de Dispensação Excepcional, para a
aquisição e distribuição do grupo de medicamentos da Os recursos financeiros de investimento devem
tabela de procedimentos ambulatoriais. ser alocados com vistas à superação das desigual-
O Programa de Medicamentos de Dispensação Ex- dades de acesso e à garantia da integralidade da
cepcional será reformulado no prazo de 60 dias, me- atenção à saúde. Os investimentos deverão priori-
diante pactuação entre as três esferas de gestão do zar a recuperação, a readequação e a expansão da
SUS, observadas as seguintes diretrizes: rede física de saúde e a constituição dos espaços de
I – Definição de critérios para inclusão e exclusão de regulação.
medicamentos e CID na Tabela de Procedimentos, com Os projetos de investimento apresentados para
base nos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas; o Ministério da Saúde deverão ser aprovados nos
II – Definição de percentual de co-financiamento respectivos Conselhos de Saúde e na CIB, devendo
entre as esferas de gestão federal e estadual; refletir uma prioridade regional.

140
PACTO PELA SAÚDE 2006

E – PROGRAMAÇÃO PACTUADA E INTEGRADA • pelo gestor municipal com co-gestão do estado e


DA ATENÇÃO EM SAÚDE (PPI) representação dos municípios da região.
Como explicitado pelas diretrizes a regulação dos
O Ministério da Saúde está propondo diretrizes para prestadores não tem um modelo único para o país.
a elaboração da PPI para saúde a partir de critérios e Cada CIB poderá definir o modelo que melhor se
parâmetros pactuados entre os gestores. A nova pro- adapte a realidade do Estado e municípios envolvi-
posta de PPI permite maior autonomia dos gestores na
dos.
definição de suas prioridades e nos parâmetros a serem
A regulação assistencial não é prerrogativa de
adotados de acordo com a necessidade, demanda, e
uma esfera de governo, exclusivamente.
disponibilidade de recursos para programação de ações
e serviços de saúde no âmbito dos estados. Porém, vale destacar nessa premissa, o papel
Permanece na PPI a explicitação dos pactos de re- fundamental das Secretarias Estaduais na garantia
ferência entre municípios, determinando a parcela de do acesso do cidadão, notadamente nas referências
recursos destinados à própria população e à população intermunicipais.
referenciada. Considerando a necessidade de avançar no pro-
Porém, a proposta ainda é conservadora e não avan- cesso de regulação dos prestadores foram estabele-
ça no processo de integração das ações de vigilância à cidas metas para este Pacto, que devem ser alcança-
saúde, será necessário fazer um esforço no sentido de das no prazo de um ano:
integrar as programações que estão dispersas no Pacto 1 – Contratualização de todos os prestadores de
de indicadores da Atenção Básica, na PPI da vigilância serviços;
à saúde e no Termo de Ajuste e Metas da Vigilância
2 – Colocação de todos os leitos e serviços am-
Sanitária.
bulatoriais contratualizados sob regulação;
3 – Extinção do pagamento dos serviços dos pro-
F – REGULAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE E
REGULAÇÃO ASSISTENCIAL fissionais médicos por meio do código 7.

Como princípios orientadores do processo de regu- IV – RESPONSABILIDADES SANITÁRIAS


lação, estabeleceram-se:
• cada prestador responde apenas a um gestor; O pacto de gestão estabeleceu que as ações e servi-
• a regulação dos prestadores de serviços deve ser ços de atenção primária são responsabilidades que de-
preferencialmente do município conforme desenho da vem ser assumidas por todos os municípios. As demais
rede da assistência pactuado na CIB, observado o Ter- ações e os serviços de saúde serão atribuídos de acordo
mo de Compromisso de Gestão do Pacto e os seguintes com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de
princípios:
serviços localizada no território municipal.
• da descentralização, municipalização e comando
Em relação à gestão dos prestadores de serviço,
único;
fica mantida a normatização estabelecida na NOAS
• da busca da escala adequada e da qualidade;
• considerar a complexidade da rede de serviços locais; SUS 01/2002. As referências na NOAS SUS 01/2002
• considerar a efetiva capacidade de regulação; às condições de gestão de estados e municípios fi-
• considerar o desenho da rede estadual da assistência; cam substituídas pelas situações pactuadas no res-
• a primazia do interesse e da satisfação do usuário pectivo Termo de Compromisso de Gestão.
do SUS; Ou seja, estados e municípios são considerados
• a regulação das referencias intermunicipais é res- gestores de saúde, o que diferencia o gestor, a partir
ponsabilidade do gestor estadual, expressa na coorde-
da publicação do pacto, é a pactuação de respon-
nação do processo de construção da programação pac-
sabilidades definidas nas respectivas CIBs. A gestão
tuada e integrada da atenção em saúde, do processo
de regionalização, do desenho das redes; dos prestadores deixa de ser prerrogativa do gestor
• a operação dos complexos reguladores no que diz municipal ou estadual, como era no processo an-
respeito a referência intermunicipal deve ser pactuada terior, conforme a condição de habilitação. Assim,
na CIB, podendo ser operada nos seguintes modos: pode-se haver situação que o Estado fica com a ges-
• pelo gestor estadual que se relacionará com a tão dos prestadores de alta complexidade e de parte
central municipal que faz a gestão do prestador; da média complexidade, se assim for à compreensão
• pelo gestor estadual que se relacionará diretamente com dos gestores para determinado Estado.
o prestador quando este estiver sob gestão estadual;

141
PACTO PELA SAÚDE 2006

Não há um modelo a ser seguido, tampouco existe no plano diretor de regionalização, no planejamento
alguma prerrogativa para que os Estados ou municípios regional e no plano regional de investimento.
assumam a gestão de parte ou de todos os prestadores
em determinada região do Estado. A definição da ges- C – RESPONSABILIDADES NO PLANEJAMENTO
tão ficará de acordo com pactuação a ser estabelecida E PROGRAMAÇÃO
nas CIBs. 1 – formular, gerenciar, implementar e avaliar o pro-
cesso permanente de planejamento participativo e in-
A – RESPONSABILIDADES GERAIS DA GESTÃO tegrado, de base local e ascendente, orientado por pro-
DO SUS blemas e necessidades em saúde, com a constituição
Foram definidas responsabilidades gerais da ges- de ações para a promoção, a proteção, a recuperação
tão para os três entes federados (municípios, Estados e e a reabilitação em saúde, construindo nesse processo
União). Estas responsabilidades dizem respeito a ques- o plano estadual de saúde, submetendo-o à aprovação
tões como à garantia da integralidade da atenção á do Conselho Estadual de Saúde;
saúde; participação no financiamento do Sistema Úni- 2 – formular, no plano estadual de saúde, e pactuar
co de Saúde; reconhecimento das necessidades da po- no âmbito da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), a
pulação; desenvolver a partir da identificação das ne- política estadual de atenção em saúde, incluindo ações
cessidades, um processo de planejamento, regulação, intersetoriais voltadas para a promoção da saúde;
programação pactuada e integrada da atenção à saú- 3 – elaborar relatório de gestão anual, a ser apresen-
de, monitoramento e avaliação; definição do processo tado e submetido à aprovação do Conselho Estadual de
de referência intermunicipal das ações e serviços de Saúde;
média e alta complexidade a partir da atenção básica, 4 – coordenar, acompanhar e apoiar os municípios
de acordo com a programação pactuada e integrada da na elaboração da programação pactuada e integrada
atenção à saúde; promover a estruturação da assistên- da atenção à saúde, no âmbito estadual, regional e in-
cia farmacêutica e garantir o acesso da população aos terestadual;
medicamentos, fomentando seu uso racional e obser- 5 – apoiar, acompanhar, consolidar e operar quando
vando as normas vigentes e pactuações estabelecidas; couber, no âmbito estadual e regional, a alimentação
coordenar e executar e as ações de vigilância em saú- dos sistemas de informação, conforme normas do Mi-
de, elaborar, pactuar e implantar a política de promo- nistério da Saúde;
ção da saúde, considerando as diretrizes estabelecidas 6 – operar os sistemas de informação epidemiológi-
no âmbito nacional. ca e sanitária de sua competência, bem como assegurar
A seguir, apresentamos as responsabilidades espe- a divulgação de informações e análises e apoiar os mu-
cíficas dos Estados. nicípios naqueles de responsabilidade municipal.

B – RESPONSABILIDADES NA REGIONALIZAÇÃO D – RESPONSABILIDADES NA REGULAÇÃO,


1 – coordenar a regionalização em seu território, CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA.
propondo e pactuando diretrizes e normas gerais so- 1 – elaborar as normas técnicas complementares à
bre a regionalização, observando as normas vigentes e da esfera federal para o seu território;
pactuações na CIB; 2 – monitorar a aplicação dos recursos financeiros
2 – coordenar o processo de organização, reconhe- recebidos por meio de transferência regular e automá-
cimento e atualização das regiões de saúde, confor- tica fundo a fundo e por convênios;
mando o plano diretor de regionalização; 3 – monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos
3 – participar da constituição da regionalização, dis- financeiros transferidos aos fundos municipais;
ponibilizando de forma cooperativa os recursos huma- 4 – monitorar o cumprimento pelos municípios: dos
nos, tecnológicos e financeiros, conforme pactuação planos de saúde, dos relatórios de gestão, da operação
estabelecida; dos fundos de saúde, indicadores e metas do pacto de
4 – apoiar técnica e financeiramente as regiões de gestão, da constituição dos serviços de regulação, con-
saúde, promovendo a eqüidade inter-regional; trole avaliação e auditoria e da participação na progra-
5 – participar dos colegiados de gestão regional, mação pactuada e integrada da atenção à saúde;
5 – Apoiar a identificação dos usuários do SUS no
cumprindo suas obrigações técnicas e financeiras;
âmbito estadual, com vistas à vinculação de clientela e
6 – participar dos projetos prioritários das regiões
à sistematização da oferta dos serviços;
de saúde, como definido no plano estadual de saúde,
6 – Manter atualizado o cadastramento no Sistema

142
PACTO PELA SAÚDE 2006

Nacional de Cadastro de Estabelecimentos e Profissio- sico-financeira dos estabelecimentos de saúde sob sua
nais de Saúde, bem como coordenar e cooperar com os gestão; observar as normas vigentes de solicitação e
municípios nesta atividade; autorização dos procedimentos hospitalares e ambu-
7 – elaborar e pactuar protocolos clínicos e de regu- latoriais, monitorando e fiscalizando a sua execução
lação de acesso, no âmbito estadual, em consonância por meio de ações de controle, avaliação e auditoria;
com os protocolos e diretrizes nacionais, apoiando os processar a produção dos estabelecimentos de saúde
municípios na implementação dos mesmos; próprios e contratados e realizar o pagamento dos
8 – controlar a referência a ser realizada em outros prestadores de serviços;
estados, de acordo com a programação pactuada e in- 23 – monitorar e avaliar o funcionamento dos Con-
tegrada da atenção à saúde, procedendo à solicitação sórcios Intermunicipais de Saúde;
e/ou autorização prévia, quando couber; 24 – monitorar e avaliar o desempenho das redes
9 – operar a central de regulação estadual, para regionais hierarquizadas estaduais;
as referências interestaduais pactuadas, em articulação 25 – implementar avaliação das ações de saúde nos
com as centrais de regulação municipais; estabelecimentos, por meio de análise de dados e indi-
10 – coordenar e apoiar a implementação da regu- cadores e verificação de padrões de conformidade;
lação da atenção pré-hospitalar às urgências de acordo 26 – monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde,
com a regionalização e conforme normas vigentes e realizadas pelos municípios e pelo gestor estadual;
pactuações estabelecidas;
27 – supervisionar a rede de laboratórios públicos
11 – estimular e apoiar a implantação dos comple- e privados que realizam análises de interesse da saúde
xos reguladores municipais;
pública;
12 – participar da co-gestão dos complexos regula-
28 – elaborar normas complementares para a ava-
dores municipais, no que se refere às referências inter-
liação tecnológica em saúde;
municipais;
29 – avaliar e auditar os sistemas de saúde munici-
13 – operar os complexos reguladores no que diz res-
peito à referência intermunicipal, conforme pactuação; pais de saúde;
14 – monitorar a implementação e operacionaliza- 30 – implementar auditoria sobre toda a produção
ção das centrais de regulação; de serviços de saúde, pública e privada, sob sua gestão
15 – cooperar tecnicamente com os municípios para e em articulação com as ações de controle, avaliação e
a qualificação das atividades de cadastramento, con- regulação assistencial;
tratação, controle, avaliação, auditoria e pagamento 31 – realizar auditoria assistencial da produção
aos prestadores dos serviços localizados no território de serviços de saúde, públicos e privados, sob sua
municipal e vinculados ao SUS; gestão.
16 – monitorar e fiscalizar contratos e convênios
com prestadores contratados e conveniados, bem E – RESPONSABILIDADES NA GESTÃO DO
como das unidades públicas; TRABALHO
17 – elaborar contratos com os prestadores de acor- 1 – promover e desenvolver políticas de gestão do
do com a política nacional de contratação de serviços trabalho, considerando os princípios da humanização,
de saúde, em conformidade com o planejamento e a da participação e da democratização das relações de
programação da atenção; trabalho;
18 – credenciar os serviços de acordo com as nor- 2 – desenvolver estudos e propor estratégias e fi-
mas vigentes e com a regionalização e coordenar este nanciamento tripartite com vistas à adoção de política
processo em relação aos municípios; referente aos recursos humanos descentralizados;
19 – fiscalizar e monitorar o cumprimento dos crité- 3 – promover espaços de negociação permanente
rios estaduais e nacionais de credenciamento de servi- entre trabalhadores e gestores, no âmbito estadual e
ços pelos prestadores; regional;
20 – monitorar o cumprimento, pelos municípios, 4 – adotar vínculos de trabalho que garantam os di-
da programação físico-financeira definidas na progra- reitos sociais e previdenciários dos trabalhadores de saúde
mação pactuada e integrada da atenção à saúde; na sua esfera de gestão e de serviços, promovendo ações
21 – fiscalizar e monitorar o cumprimento, pelos de adequação de vínculos, onde for necessário, de acordo
municípios, das normas de solicitação e autorização com a legislação vigente e apoiando técnica e financeira-
das internações e dos procedimentos ambulatoriais es- mente os municípios na mesma direção;
pecializados; 5 – considerar as diretrizes nacionais para Planos de
22 – estabelecer e monitorar a programação fí- Carreiras, Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS,

143
PACTO PELA SAÚDE 2006

quando da elaboração, implementação e/ou reformu- 7 – apoiar os processos de educação popular em


lação de Planos de Cargos e Salários no âmbito da ges- saúde, com vistas ao fortalecimento da participação
tão estadual; social do SUS;
6 – propor e pactuar diretrizes para políticas de edu- 8 – implementar ouvidoria estadual, visando ao for-
cação e gestão do trabalho que favoreçam o provimen- talecimento da gestão estratégica do SUS, de acordo
to e a fixação de trabalhadores de saúde, no âmbito com diretrizes nacionais.
estadual, notadamente em regiões nas quais a restrição
de oferta afeta diretamente a implantação de ações es- V – IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO DOS
tratégicas para a atenção básica. PACTOS PELA VIDA E DE GESTÃO

F – RESPONSABILIDADES NA EDUCAÇÃO NA A – PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO


SAÚDE Para a implantação destes Pactos ficam acordados
1 – formular, promover e apoiar a gestão da educa- os seguintes pontos:
ção permanente em saúde e processos relativos à mes- A implantação dos Pactos pela Vida e de Gestão en-
ma no âmbito estadual; seja uma revisão normativa em várias áreas que serão
2 – promover a integração de todos os processos de regulamentadas em portarias específicas, pactuadas na
capacitação e desenvolvimento de recursos humanos à CIT.
política de educação permanente, no âmbito da gestão O Termo de Compromisso de Gestão, Federal, Es-
estadual do SUS; tadual, do DF e Municipal, é o documento de formali-
3 – apoiar e fortalecer a articulação com os municí- zação do Pacto. Estes termos devem ser aprovados nos
pios e entre os mesmos, para os processos de educação respectivos Conselhos de Saúde.
As Secretarias Estaduais podem definir metas regio-
e desenvolvimento de trabalhadores para o SUS;
nais e estaduais, conforme pactuação nas CIBs.
4 – articular o processo de vinculação dos municí-
Existe a perspectiva que anualmente, no mês de
pios às referências para o seu processo de formação e
março, devem ser revistas as metas, os objetivos e os
desenvolvimento; indicadores do Termo de Compromisso de Gestão.
5 – articular e participar das políticas regulatórias e Fica extinto o processo de habilitação para Esta-
de indução de mudanças no campo da graduação e da dos e municípios, conforme estabelecido na NOB SUS
especialização das profissões de saúde; 01/1996 e na NOAS SUS 2002.
6 – articular e pactuar com o Sistema Estadual de Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de Com-
Educação, processos de formação de acordo com as promisso de Gestão constante nas Diretrizes Operacio-
necessidades do SUS, cooperando com os demais ges- nais do Pacto pela Saúde 2006, as mesmas prerrogati-
tores, para processos na mesma direção; vas e responsabilidades dos municípios e Estados que
7 – desenvolver ações e estruturas formais de edu- estão habilitados em Gestão Plena o Sistema, conforme
cação técnica em saúde com capacidade de execução estabelecido na Norma Operacional Básica (NOB) SUS
01/96 e na Norma Operacional da Assistência à Saúde
descentralizada no âmbito estadual;
(NOAS) SUS 2002.
G – RESPONSABILIDADES NA PARTICIPAÇÃO E
B – PROCESSO DE MONITORAMENTO
CONTROLE SOCIAL
1 – apoiar o processo de mobilização social e insti- O processo de monitoramento dos Pactos deve ser
tucional em defesa do SUS; permanente, de cada ente, dos Estados em relação aos
municípios, dos municípios em relação ao Estado, dos
2 – prover as condições materiais, técnicas e admi-
nistrativas necessárias ao funcionamento do Conselho municípios e Estado em relação à União e da União em
Estadual de Saúde, que deverá ser organizado em con- relação aos Estados, municípios e Distrito Federal.
formidade com a legislação vigente;
3 – organizar e prover as condições necessárias à VI – REGULAMENTAÇÃO DO PACTO
realização de Conferências Estaduais de Saúde; PELA SAÚDE
4 – estimular o processo de discussão e controle so-
cial no espaço regional; A partir das diretrizes e responsabilidades sanitá-
5 – apoiar o processo de formação dos conselheiros rias estabelecidas no Pacto pela Saúde ], definiu-se
de saúde; a regulamentação dos pactos pela vida e de gestão,
6 – promover ações de informação e conhecimento por meio da Portaria GM/MS nº 699, de 3 de abril
acerca do SUS, junto à população em geral; de 2006.

144
PACTO PELA SAÚDE 2006

PORTARIA GM/MS Nº 699 declaração encontra-se no anexo VI e deve conter a as-


DE 30 DE MARÇO DE 2006 sinatura do coordenador da CIB e do gestor municipal.
A referida declaração apresenta as unidades que serão
A Portaria nº 699 GM/MS de 30 de março de 2006 assumidas a partir de um cronograma pelo município e
regulamenta a implementação das Diretrizes Operacio- àquelas que permanecerão sobre gestão estadual.
nais dos Pactos pela Vida e de Gestão e seus desdobra-
mentos para o processo de gestão do SUS, bem como Cabe nesta Nota Técnica, registrar algumas ques-
a transição e o monitoramento dos Pactos, unificando tões previstas no artigo 13 que trata das regras de
os processos de pactuação e metas. transição:
1 – Ficam mantidas as responsabilidades e prerro-
A referida portaria estabelece: gativas de Estados e municípios, habilitados nas condi-
• as responsabilidades sanitárias e atribuições de
ções de gestão estabelecidas pela NOB SUS 96 e pela
cada gestor do SUS (que consta do anexo termo de
NOAS 01/2002 até a assinatura do respectivo Termo
compromisso de gestão);
• as metas e objetivos do Pacto pela Vida e define de Compromisso de Gestão;
as prioridades dos três gestores para o ano em curso; 2 – Os processos de habilitação de municípios con-
• os indicadores de monitoramento dos pactos pela forme a NOAS 01/2002 que já tinham sido pactuados
vida e de gestão; até a data de publicação dessa portaria (3 de abril de
• as normas para a definição, alteração e suspensão 2006) poderão ser homologados na CIT;
dos valores do limite financeiro global do município, 3 – Segundo a portaria, os Estados, o Distrito Fede-
Estado e Distrito Federal; ral e os municípios deverão assinar o respectivo Termo
• define os fluxos de aprovação dos termos de de Compromisso de Gestão até nove meses após a pu-
compromisso de gestão Municipal, Estadual, do Distri- blicação dessa portaria (janeiro de 2007);
to Federal e da União; 4 – Cabe salientar que os Estados, o Distrito Federal
• as regras de transição relativas à habilitação de
e os municípios que assinarem o Termo de Compro-
municípios;
misso de Gestão farão jus às prerrogativas financeiras
• o prazo para assinatura dos termos de compro-
misso de gestão; deste pacto, tais como recursos para a gestão e regula-
• o processo de monitoramento do pacto; ção, e terão prioridade para o recebimento dos recur-
• as regras e fluxos para os processos de recursos sos federais de investimentos, excetuando as emendas
dos Estados e Municípios. parlamentares e os vinculados a políticas específicas
pactuadas, que permanecem em seu fluxo normal. A
São anexos da portaria de regulamentação: Portaria prevê que o Ministério da Saúde poderá pro-
• os termos de compromisso de gestão Municipal, por à CIT outros incentivos para os Estados, o Distrito
Estadual, do Distrito Federal e da União; Federal e municípios que assinarem o Termo de Com-
• a declaração de comando único do sistema pelo gestor promisso de Gestão. Vencido o prazo estabelecido de
municipal que explicita a situação de gestão dos prestadores janeiro de 2007, será feita uma avaliação na CIT sobre
de serviços de acordo com a pactuação na CIB;
a situação dos Estados e municípios que não assinaram
• o termo do limite financeiro global do município,
o respectivo Termo de Compromisso de Gestão.
estado e Distrito Federal, que informa os recursos fede-
Uma portaria publicada no contexto do Pacto pela
rais de custeio, explicitando o valor correspondente aos
cinco blocos de financiamento (atenção básica, média e Saúde / Pacto de Gestão é a Portaria GM/MS n.º
alta complexidade ambulatorial e hospitalar, assistência 698/2006, que trata da forma de transferência de re-
farmacêutica, vigilância em saúde e gestão do SUS). cursos federais, cujas diretrizes já foram objeto da Por-
taria GM/MS n.º 399/2006.
Algumas considerações sobre a Portaria GM/MS nº
699, de 30 de março de 2006:
• segundo parágrafo 1º do artigo 2º da referida
portaria a unificação total dos processos de pactuação
de indicadores existentes dar-se-á no ano de 2007.
• o Termo de Cooperação entre Entes Públicos, terá
seu conteúdo pactuado entre Ministério da Saúde, CO-
NASS e Conasems e será objeto de portaria específica.
• o Artigo 4º estabelece que a declaração de coman-
do único pelo gestor municipal é o documento que expli-
cita a gestão dos estabelecimentos de saúde situados no
território de determinado município. O modelo dessa

145
PACTO PELA SAÚDE 2006

Política Nacional de
Regulação

147
PACTO PELA SAÚDE 2006

I. INTRODUÇÃO - Pelo gestor estadual que se relacionará com a cen-


tral municipal que faz a gestão do prestador.
As diretrizes operacionais instituídas pelo Pacto pela - Pelo gestor estadual que se relacionará diretamen-
Saúde, publicado pela pPortaria GM/MS nº. 399, de te com o prestador quando este estiver sob gestão es-
22 de fevereiro de 2006, contemplaram áreas priori- tadual.
tárias do SUS. - Pelo gestor municipal com co-gestão do Estado e
Estas diretrizes reafirmam princípios; consolidam representação dos municípios da região.
processos como a importância da regionalização e dos Conforme explicitado pelas diretrizes, a regulação
instrumentos de planejamento e programação, como o dos prestadores não tem um modelo único para o país.
Plano Diretor de Regionalização (PDR), o Plano Diretor Cada CIB poderá definir o modelo que mais bem se
de Investimentos (PDI) e a Programação Pactuada Inte- adapte à realidade do estado e municípios envolvidos.
grada (PPI); e possibilitam a reorganização dos proces- A regulação assistencial não é prerrogativa de uma
sos de gestão e de regulação do sistema de saúde no esfera de governo, exclusivamente. Porém, vale desta-
âmbito dos Estados com vistas a melhorar e a qualificar car, nessa premissa, o papel fundamental das Secreta-
o acesso do cidadão às ações e aos serviços de saúde. rias Estaduais na garantia do acesso do cidadão, nota-
Em conformidade com esse processo, de descentra- damente nas referências intermunicipais.
lização e aprimoramento da gestão do SUS, está sendo Considerando a necessidade de se avançar no pro-
proposta a implantação da Política Nacional de Regula- cesso de regulação dos prestadores, foram estabeleci-
ção em todas as Unidades Federadas. das metas para este Pacto, que devem ser alcançadas
Nesta nota técnica, apresentamos as diretrizes da no prazo de um ano:
regulação assistencial inseridas no Pacto pela Saúde e a 1 – contratualização de todos os prestadores de ser-
proposta de implantação da Política Nacional de Regu- viços;
lação, já aprovada pela Comissão Intergestores Tripar- 2 – colocação de todos os leitos e serviços ambula-
tite, em abril de 2006. toriais contratualizados sob regulação;
3 – extinção do pagamento dos serviços dos profis-
II. DIRETRIZES PARA À REGULAÇÃO DA ATEN- sionais médicos por meio do código 7.
ÇÃO À SAÚDE E REGULAÇÃO ASSISTENCIAL
III. RESPONSABILIDADES DO GESTOR ESTADUAL
No Pacto pela Saúde, como princípios orientadores NA REGULAÇÃO, NO CONTROLE, NA AVALIAÇÃO E
do processo de regulação, estabeleceram-se: NA AUDITORIA
• cada prestador responde apenas a um gestor;
• a regulação dos prestadores de serviços deve ser Estas são as responsabilidades atribuídas ao ges-
preferencialmente do município conforme desenho da tor estadual no Termo de Compromisso de Gestão
rede da assistência pactuado na CIB, observado o Ter- Estadual:
mo de Compromisso de Gestão do Pacto e os seguintes 1 – elaborar as normas técnicas complementares à
princípios: da esfera federal, para o seu território;
- da descentralização, municipalização e coman- 2 – monitorar a aplicação dos recursos financeiros
do único; recebidos por meio de transferência regular e automá-
- da busca da escala adequada e da qualidade; tica (fundo a fundo) e por convênios;
- da consideração da complexidade da rede de 3 – monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos
serviços locais; financeiros transferidos aos fundos municipais;
- da consideração da efetiva capacidade de regulação; 4 – monitorar o cumprimento pelos municípios: dos
- da consideração do desenho da rede estadual da planos de saúde, dos relatórios de gestão, da operação
assistência; de fundos de saúde, indicadores e metas do pacto de
- da primazia do interesse e da satisfação do usuário gestão, da constituição dos serviços de regulação, con-
do SUS. trole avaliação e auditoria e da participação na Progra-
• a regulação das referências intermunicipais é res- mação Pactuada e Integrada da atenção à saúde;
ponsabilidade do gestor estadual, expressa na coorde- 5 – apoiar a identificação dos usuários do SUS no
nação do processo de construção da Programação Pac- âmbito estadual, com vistas à vinculação de clientela e
tuada e Integrada da atenção em saúde, do processo à sistematização da oferta dos serviços;
de regionalização e do desenho das redes; 6 – manter atualizado o cadastramento no Sistema
• a operação dos complexos reguladores no que diz Nacional de Cadastro de Estabelecimentos e Profissio-
respeito à referencia intermunicipal deve ser pactuada nais de Saúde, bem como coordenar e cooperar com os
na CIB, podendo ser operada nos seguintes modos: municípios nesta atividade;

149
PACTO PELA SAÚDE 2006

7 – elaborar e pactuar protocolos clínicos e de regu- por meio de ações de controle, avaliação e auditoria;
lação de acesso, no âmbito estadual, em consonância processar a produção dos estabelecimentos de saúde
com os protocolos e as diretrizes nacionais, apoiando próprios e contratados e realizar o pagamento dos
os municípios na implementação destes; prestadores de serviços;
8 – controlar a referência a ser realizada em outros 23 – monitorar e avaliar o funcionamento dos Con-
estados, de acordo com a Programação Pactuada e In- sórcios Intermunicipais de Saúde;
tegrada da atenção à saúde, procedendo à solicitação 24 – monitorar e avaliar o desempenho das redes
e/ou autorização prévia, quando couber; regionais hierarquizadas estaduais;
9 – operar a central de regulação estadual, para as 25 – implementar avaliação das ações de saúde nos
referências interestaduais pactuadas, em articulação estabelecimentos, por meio de análise de dados e indi-
com as centrais de regulação municipais; cadores e verificação de padrões de conformidade;
10 – coordenar e apoiar a implementação da regu- 26 – monitorar e avaliar as ações de vigilância em
lação da atenção pré-hospitalar às urgências de acordo saúde, realizadas pelos municípios e pelo gestor es-
com a regionalização e conforme normas vigentes e tadual;
pactuações estabelecidas; 27 – supervisionar a rede de laboratórios públi-
11 – estimular e apoiar a implantação dos comple- cos e privados que realizam análises de interesse da
xos reguladores municipais; saúde pública;
12 – participar da co-gestão dos complexos regula- 28 – elaborar normas complementares para a ava-
dores municipais, no que se refere às referências inter- liação tecnológica em saúde;
municipais; 29 – avaliar e auditar os sistemas municipais de saúde;
13 – operar os complexos reguladores no que diz res- 30 – implementar auditoria sobre toda a produção
peitop à referência intermunicipal, conforme pactuação; de serviços de saúde, pública e privada, sob sua gestão
14 – monitorar a implementação e operacionaliza- e em articulação com as ações de controle, avaliação e
ção das centrais de regulação; regulação assistencial; e
15 – cooperar tecnicamente com os municípios para 31 – realizar auditoria assistencial da produção de
a qualificação das atividades de cadastramento, con- serviços de saúde, públicos e privados, sob sua gestão.
tratação, controle, avaliação, auditoria e pagamento
aos prestadores dos serviços localizados no território IV. REGULAÇÃO EM SAÚDE
municipal e vinculados ao SUS;
16 – monitorar e fiscalizar contratos e convênios O termo regulação, aplicado ao setor saúde no país,
com prestadores contratados e conveniados, bem tem diversos entendimentos, concepções e práticas.
como das unidades públicas; A NOAS/SUS 01-2002 disseminou o conceito de
17 – elaborar contratos com os prestadores de acor- regulação como sinônimo de regulação do acesso dos
do com a política nacional de contratação de serviços usuários a serviços de saúde – uma concepção restrita
de saúde, em conformidade com o planejamento e a de regulação que induz a iniciativa de controle do aces-
programação da atenção; so, de adequação à oferta. Assim, como a NOAS/SUS
18 – credenciar os serviços de acordo com as nor- 01-2002 vinculou o processo e as ações de regulação
mas vigentes e com a regionalização e coordenar este às formas de gestão estabelecidas.
processo em relação aos municípios; Como conclusão de várias discussões feitas com os
19 – fiscalizar e monitorar o cumprimento dos crité- gestores estaduais, há o reconhecimento que a regu-
rios estaduais e nacionais de credenciamento de servi- lação é uma das macrofunções a serem desempenha-
ços pelos prestadores; das pelo gestor estadual. O CONASS entende que há
20 – monitorar o cumprimento, pelos municípios, necessidade de aprofundar esta discussão, no sentido
da programação físico-financeira definida na Progra- de se estabelecer alguns consensos, para contribuir
mação Pactuada e Integrada da atenção à saúde; com o fortalecimento da gestão estadual e incentivar
21 – fiscalizar e monitorar o cumprimento, pelos a incorporação de atividades e ações de Regulação, na
municípios, das normas de solicitação e autorização garantia do direito à saúde, da universalidade e da inte-
das internações e dos procedimentos ambulatoriais es- gralidade, com eficiência, eficácia e efetividade.
pecializados;
22 – estabelecer e monitorar a programação físi- Alguns conceitos:
co-financeira dos estabelecimentos de saúde sob sua Regular, também segundo o Aurélio (1999), tem
gestão; observar as normas vigentes de solicitação e como significados: sujeitar às regras, dirigir, regrar, en-
autorização dos procedimentos hospitalares e ambu- caminhar conforme a lei, esclarecer e facilitar por meio
latoriais, monitorando e fiscalizando a sua execução de disposições, regulamentar, estabelecer regras para,

150
PACTO PELA SAÚDE 2006

regularizar, estabelecer ordem ou parcimônia em, acer- As funcionalidades gerais de um Sistema de Regu-
tar, ajustar, conter, moderar, reprimir, conformar, aferir, lação abrangem:
confrontar, comparar, entre outros. • permitir o controle de acesso dos usuários do sis-
“A regulação estatal dá-se quando o Estado, inves- tema informatizado;
tido de seu papel de mediador coletivo, exercita um • configurar o perfil do estabelecimento de saúde
conjunto de diferentes funções para direcionar os sis- no que se refere à sua natureza (executante e/ou soli-
temas de serviços de saúde no sentido do cumprimento
citante) e à oferta e complexidade desta;
de seus objetivos e para definir, implementar e avaliar
• configurar a PPI para a população própria e refe-
as regras do jogo desses sistemas, de forma a regular
renciada, a sua validade e o controle financeiro;
o comportamento dos atores sociais em situação e a
satisfazer as demandas, necessidades e representações • configurar a oferta por estabelecimento, por vali-
da população” (MENDES, 2005). dade e controle financeiro;
• permitir a hierarquização entre as Centrais de Re-
V. IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE gulação;
REGULAÇÃO • interagir com outros bancos de dados (CNES,
A Política Nacional de Regulação do SUS propõe os CNS, PPI, SIA e SIH);
seguintes eixos a serem operacionalizados pelos gesto- • gerar arquivos para bases de dados nacionais; e
res, em consonância com o estabelecido nas diretrizes • gerar relatórios operacionais e gerenciais.
– Regulação da Atenção à Saúde e Regulação Assisten- III – Instituição de diretrizes para contratação de ser-
cial – do Pacto de Gestão. viços assistenciais no âmbito do SUS: é uma das metas
I – Implantação e implementação de complexos do Pacto de Gestão, no prazo de um ano, é a contratu-
reguladores: uma das estratégias de Regulação Assis- alização de todos os prestadores de serviço do SUS.
tencial, consistindo na articulação e na integração de IV – Capacitação e educação permanente das equi-
Centrais de Atenção Pré-hospitalar e Urgências, Cen- pes gestoras estaduais e municipais, bem como dos de-
trais de Internação, Centrais de Consultas e Exames, mais entes envolvidos no processo, para a operaciona-
Protocolos Assistenciais com a contratação, o controle lização das ações de regulação: O Ministério da Saúde,
assistencial e a avaliação, assim como com outras fun- por meio do Drac e do Denasus, realiza, em conjunto
ções da gestão, como programação e regionalização. com as Secretarias Estaduais e Municipais, o Curso Bá-
Os complexos reguladores podem ter abrangência in- sico de Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria do
tramunicipal, municipal, micro ou macroregional, esta- SUS, cujo objetivo principal é a transformação das prá-
dual ou nacional, devendo esta abrangência e respecti- ticas nessas áreas, incorporando saberes e adequando-
va gestão serem pactuadas em processo democrático e os às atuais necessidades da gestão do SUS, e propõe-
solidário, entre as três esferas de gestão do SUS. se à multiplicação em larga escala em todo o território
II – Implantação de Sistemas Informatizados de Re- nacional.
gulação: utilizados para gerenciar e operacionalizar as O Ministério da Saúde está propondo a efetivação
funções das Centrais de Regulação, que possuem os desta política por meio de duas portarias. A primeira
seguintes objetivos: minuta de portaria do GM institui a Política Nacional
• distribuir de forma equânime os recursos de saú- de Regulação que será efetivada mediante a ação de
de para a população própria e referenciada; complexos reguladores e estabelece os eixos que orien-
• distribuir os recursos assistenciais disponíveis de taram essa política.
forma regionalizada e hierarquizada; A segunda minuta de portaria da SAS/MS estabe-
• acompanhar dinamicamente a execução dos tetos lece o valor de incentivo financeiro, de acordo com
pactuados entre as Unidades e os municípios; o anexo I da portaria, destinado à implantação e/ou
• permitir o referenciamento em todos os níveis de implementação de Complexos Reguladores, que será
atenção nas redes de prestadores públicos e privados; repassado às Secretarias de Saúde.
• identificar as áreas de desproporção entre a oferta Cada Estado deverá elaborar um projeto definindo
e a demanda; o número de complexos reguladores que serão implan-
• subsidiar as repactuações na PPI e o cumprimento tados ou implementados, as regiões de saúde a serem
dos termos de garantia de acesso; e contempladas, e definir as responsabilidades pela ges-
• permitir o acompanhamento da execução, por tão dos complexos (Secretarias Estaduais de Saúde, Se-
prestador, das programações feitas pelo gestor. cretarias Municipais de Saúde ou ambas).

151
PACTO PELA SAÚDE 2006

Estes projetos devem ser pactuados nas CIBs e en- ANEXO I


caminhados ao Ministério da Saúde para homolo- Valores a serem transferidos às UF para a implantação
gação. e/ou implementação dos complexos reguladores
Os recursos financeiros serão liberados mediante trans-
ferência fundo a fundo na forma de um incentivo, para o UF População Recursos Financeiros
gestor do complexo regulador (Estado ou município). AC 664.285 537.744
Os valores definidos por Unidade Federada para a
AL 3.025.073 947.527
implantação dos complexos reguladores foram calcula-
dos com a seguinte base: AM 3.262.993 868.734
AP 600.158 487.744
Investimento
BA 13.850.882 1.809.794

1. Infra-estrutura para implantação de comple- CE 8.128.868 1.509.507


xos reguladores até o limite de três por Estado DF 2.333.108 518.949
ES 3.423.110 1.089.923
GO 5.649.143 1.301.616
Regiões com população até 250 mil hab. R$ 50.000,00 MA 6.124.741 1.113.022
Regiões com população de 250.001 a 500.000 hab. R$ 100.000,00
MG 19.301.237 3.057.140
Regiões com população acima de 500.000 hab. R$ 150.000,00
MS 2.273.305 753.239
MT 2.817.441 924.428
2. Equipamentos e mobiliários - R$ 38.490,00 (o
PA 7.007.470 1.163.022
valor por UF varia conforme o número de reguladores,
videofonistas, estações de trabalho e computadores). PB 3.603.092 1.020.626
PE 8.437.063 1.486.408
3. Telefonia - R$ 4.000,00 por ponto de telefonia
(o valor por UF varia conforme o número de video- PI 3.014.639 1.020.626
fonistas). PR 10.294.954 1.855.992
4. Servidor - valor fixo por UF de R$ 55.000,00. RJ 15.430.426 2.595.160

5. Capacitação - valor fixo por UF de R$ 13.400,00. RN 3.013.812 1.043.725


RO 1.541.931 657.041
VI. Referências
RR 394.488 437.744
MENDES, E. V. A regulação estatal dos sistemas
RS 10.876.236 2.179.378
de serviços de saúde. Trabalho apresentado ao Se-
minário sobre Regulação do CONASS. Brasília, 10 de SC 5.890.747 1.320.913
agosto de 2005. SE 1.976.479 878.230

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Regulação no Setor SP 40.604.417 5.482.535


Saúde - buscando seus fundamentos públicos. TO 1.312.772 607.041
2004.
Total 184.852.870 36.667.808
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Minuta da Portaria GM/
MS, Institui a Política Nacional de Regulação, a ser im- Fonte de Referência (população): http://www.ibge.gov.br,

plantada em todas as unidades federadas, respeitadas População estimada para 2005.

as competências das três esferas de gestão. CIT, abril, Valores expressos em Reais (R$), exceto a coluna “População”.

2006.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Minuta da Portaria SAS/


MS, Estabelece incentivo financeiro destinado à im-
plantação e/ou implementação de Complexos Regula-
dores, CIT, abril, 2006.

152
PACTO PELA SAÚDE 2006

Política Nacional de
Atenção Básica

153
PACTO PELA SAÚDE 2006

I. INTRODUÇÃO tica Nacional de Atenção Básica, a partir da revisão das


diretrizes e das normas para a organização da atenção
O Pacto pela Vida 2006 definiu como uma de suas básica, para o Programa Saúde da Família (PSF) e o
prioridades o Fortalecimento da Atenção Primária/ Programa Agentes Comunitários de Saúde (Pacs) - PT
Básica que tem como objetivos nacionais: GM/MS nº 648/2006.
• Assumir a estratégia de saúde da família como
estratégia prioritária para o fortalecimento da atenção II. Diretrizes para a Gestão do SUS na Atenção
primária, devendo seu desenvolvimento considerar as Primária/Básica
diferenças loco-regionais.
• Desenvolver ações de qualificação dos profissio- A Política Nacional de Atenção Básica traz princípios,
nais da atenção primária por meio de estratégias de fundamentos e áreas de atuação da atenção primária,
educação permanente e de oferta de cursos de espe- bem como as responsabilidades e as competências de
cialização e residência multiprofissional e em medicina cada esfera de gestão; a infra-estrutura e as especifici-
da família. dades da estratégia de saúde da família e as atribuições
• Consolidar e qualificar a estratégia de saúde da dos profissionais das Equipes de Saúde da Família (ESF),
família nos pequenos e nos médios municípios. Equipes de Saúde Bucal (ESB) e Agentes Comunitários
• Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da famí- de Saúde (ACS).
lia nos grandes centros urbanos. Princípios: a atenção básica caracteriza-se por um
• Garantir a infra-estrutura necessária ao funcio- conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e co-
namento das Unidades Básicas de Saúde, dotando- letivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde,
as de recursos materiais, equipamentos e insumos a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a
suficientes para o conjunto de ações propostas para reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida
esses serviços. por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias
• Garantir o financiamento da atenção primária democráticas e participativas, sob forma de trabalho
como responsabilidade das três esferas de gestão em equipe, dirigidas a populações de territórios bem
do SUS. delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sa-
• Aprimorar a inserção dos profissionais da aten- nitária, considerando a dinamicidade existente no ter-
ção primária nas redes locais de saúde, por meio de ritório em que vivem essas populações. Utiliza tecno-
vínculos de trabalho que favoreçam o provimento e a logias de elevada complexidade e baixa densidade,
fixação dos profissionais. que devem resolver os problemas de saúde de maior
• Implantar o processo de monitoramento e avalia- freqüência e relevância em seu território. É o conta-
ção da atenção primária nas três esferas de governo, to preferencial dos usuários com os sistemas de saúde.
com vistas à qualificação da gestão descentralizada. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da aces-
• Apoiar diferentes modos de organização e forta- sibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e
lecimento da atenção primária que considere os princí- da continuidade, da integralidade, da responsabiliza-
pios da estratégia de saúde da família, respeitando as ção, da humanização, da eqüidade e da participação
especificidades loco-regionais. social. A atenção básica considera o sujeito em sua
• Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa singularidade, na complexidade, na integralidade e na
Idosa, buscando a atenção integral. inserção sóciocultural e busca a promoção de sua saú-
Esses objetivos deverão ser a referência para o es- de, a prevenção e o tratamento de doenças e a redução
tabelecimento dos pactos e das metas estaduais dentro de danos ou de sofrimentos que possam comprometer
da nova lógica que estabelece que “não há que se im- suas possibilidades de viver de modo saudável.
por metas nacionais a estados, nem metas estaduais a A atenção básica tem a saúde da família como es-
regiões ou municípios. Pacto é negociação equilibrada tratégia prioritária para sua organização de acordo com
entre atores e não imposição de uma das partes sobre os preceitos do Sistema Único de Saúde.
a outra”.
O Pacto de Gestão contempla os princípios do Fundamentos:
SUS previstos na Constituição Federal de 1988 e na Lei I – possibilitar o acesso universal e contínuo a ser-
8080/90 e estabelece as responsabilidades solidárias viços de saúde de qualidade e resolutivos, caracteriza-
dos gestores a fim de diminuir as competências con- dos como a porta de entrada preferencial do sistema
correntes, contribuindo, assim, para o fortalecimento de saúde, com território adscrito a fim de permitir o
da gestão compartilhada e solidária do SUS. planejamento e a programação descentralizada, e em
Considerando os princípios e as diretrizes propostas consonância com o princípio da eqüidade;
pelo Pacto pela Saúde foi pactuada e aprovada a Polí- II – efetivar a integralidade em seus vários aspecto:

155
PACTO PELA SAÚDE 2006

integração de ações programáticas e demanda espon- • define como responsabilidade do gestor municipal
tânea; articulação das ações de promoção à saúde, assegurar o cumprimento de horário integral – jornada
prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento de 40 horas semanais – de todos os profissionais nas
e reabilitação, trabalho de forma interdisciplinar e em Equipes de Saúde da Família, Saúde Bucal e de Agentes
equipe; e coordenação do cuidado na rede de servi- Comunitários de Saúde;
ços; • permite o cumprimento de 32 horas aos profissio-
III – desenvolver relações de vínculo e responsabi- nais da ESF para atividades de residência multiprofissio-
lização entre as equipes e a população adscrita garan- nal e/ou em medicina da família/comunitária;
tindo a continuidade das ações de saúde e a longitudi- • define a educação permanente como responsabi-
nalidade do cuidado; lidade conjunta das SES e SMS, com recursos das três
IV – valorizar os profissionais de saúde por meio do esferas;
estímulo e do acompanhamento constante de sua for- • define irregularidades e fluxos para suas adequa-
mação e capacitação; ções e suspensão de recursos.
V – realizar avaliação e acompanhamento sistemáti-
co dos resultados alcançados, como parte do processo No financiamento: instituição do Bloco da Atençã-
de planejamento e programação; e po Básica com definição do Teto Financeiro deste bloco
VI – estimular a participação popular e o controle social. e diminuição das rubricas de transferência. O Bloco da
Atenção Básica será constituído por dois componentes:
Áreas estratégicas para atuação: Piso de Atenção Básica (PAB) Fixo e Piso da Atenção
• eliminação da hanseníase; Básica (PAB) Variável.
O PAB Fixo se refere ao custeio de ações de aten-
• controle da tuberculose;
ção básica à saúde, cujos recursos serão transferidos
• controle da hipertensão arterial;
mensalmente, de forma regular e automática, do Fun-
• controle do diabetes mellitus; do Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde do Distrito
• eliminação da desnutrição infantil; Federal e dos municípios.
• saúde da criança;
• saúde da mulher; Atenção:
• saúde do idoso;
• saúde bucal; • nos municípios cujos valores referentes já são su-
• promoção da saúde; e periores ao valor per capitaa proposto, será mantido o
• outras áreas definidas regionalmente de acordo maior valor;
com prioridades e pactuações definidas nas CIBs. • os projetos similares ao PSF e os Incentivos de
Descentralização de Unidades de Saúde da Funasa são
Para o processo de pactuação da atenção básica será incorporados ao PAB Fixo e podem ser aplicados no
realizado e firmado o Pacto de Indicadores da Atenção custeio destas unidades;
Básica, tomando como objeto as metas anuais a serem • atualização da base populacional IBGE 2005 – PT
alcançadas em relação a indicadores de saúde acorda- GM/MS nº 650/2002 (competência abril de06);
dos. Os gestores poderão acordar nas CIBs indicadores • os valores do PAB Fixo serão corrigidos anual-
estaduais de atenção aásica a serem acompanhados em
mente mediante cumprimento de metas pactuadas
seus respectivos territórios.
para indicadores da atenção básica. Os indicadores de
acompanhamento para 2006 são:
III. Principais mudanças com a Política Nacional de
Atenção Básica
I – cobertura firmada pelo gestor municipal e
do Distrito Federal para o ano anterior no Pacto da
Na gestão:
Atenção Básica, para:
• reúne em um único documento toda a regula-
a) média anual de consultas médicas por habi-
mentação da atenção básica em vigor e revoga 27
tante nas especialidades básicas;
portarias;
• define a saúde da família como estratégia de or- b) proporção de nascidos vivos de mães com
ganização da AB, indicando o caráter substitutivo desta quatro ou mais consultas de pré-natal;
em relação à AB; c) razão entre exames citopatológico cérvico-va-
• altera do parâmetro de pessoas por ESF: até 4 mil ginais em mulheres entre 25 e 59 anos e a popula-
– média recomendada 3 mil; ção feminina nessa faixa etária.
• integra a Saúde Bucal e as Equipes de Saúde da II – cobertura vacinal da terceira dose de tetra-
Família ao definir que ambas terão responsabilidade valente em menores de um ano de idade maior ou
pela mesma população e território; igual a 95%.

156
PACTO PELA SAÚDE 2006

Excepcionalmente, o não alcance de metas poderá Agentes Comunitários de Saúde (ACS):


ser avaliado e justificado pelas Secretarias Estaduais de • redefinição do número máximo de ACS: popula-
Saúde e pelo Ministério da Saúde de maneira a garantir ção IBGE/ 400 (para municípios dos Estados da região
esta correção. Norte, Maranhão e Mato Grosso, a fórmula será: Po-
O Piso da Atenção Básica (PAB) Variável é constitu- pulação IBGE da área urbana/400 + população da área
ído por recursos financeiros destinados ao custeio de rural IBGE/280); e
estratégias, realizadas no âmbito da Atenção Básica em • alteração no valor do Incentivo Financeiro para
Saúde, tais como: os Agentes Comunitários de Saúde (ACS): R$ 350,00
(trezentos e cinqüenta reais) por ACS a cada mês, a
I – Saúde da Família; partir da competência financeira de abril de 2006, e
II – Agentes Comunitários de Saúde; repasse no último trimestre de cada ano de uma par-
III – Saúde Bucal; cela extra, calculada com base no número de Agen-
IV – Compensação de Especificidades Regionais; tes Comunitários de Saúde registrados no cadastro de
V – Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos equipes e profissionais do Sistema de Informação de
Indígenas; Atenção Básica.
VI – Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário;
VII – Política de Atenção Integral à Saúde do Ado- Equipe de Saúde Bucal (ESB)
lescente em conflito com a lei em regime de internação • Alteração no valor do incentivo de implantação:
e internação provisória; e R$ 7.000,00 (sete mil reais) transferidos em parcela
VIII – Outros que venham a ser instituídos por meio única no mês subseqüente ao de implantação, como
de ato normativo específico. recurso para investimento nas Unidades Básicas de
Saúde e realização do Curso Introdutório.
Atenção: • Alteração no valor do incentivo de custeio:
Modalidade 1 (1 cirurgião-dentista e 1 auxiliar de
Equipe Saúde da Família (ESF) consultório dentário): R$ 1.700,00 (um mil e setecen-
• fim do financiamento por faixa de cobertura; tos reais) a cada mês, por equipe;
• redefinição do número máximo de ESF/municí- Modalidade 2 (no mínimo 1 cirurgião-dentista, 1
pio: População/2400; auxiliar de consultório dentário e 1 técnico de higiene
• alteração no Incentivo de Implantação das ESF: dental): R$ 2.200,00 (dois mil e duzentos reais) a cada
R$ 20.000,00 em duas parcelas para investimento e mês, por equipe.
realização do Curso Introdutório; e
• instituição de duas modalidades de incentivo Compensação de Especificidades Regionais
para ESF: • Incremento de recursos correspondente a 5% do
valor mínimo do PAB Fixo multiplicado pela população
I – ESF Modalidade 1: do Estado, aplicados conforme critérios que atendam a
Todas as ESF implantadas em municípios: especificidades regionais. A CIB selecionará os municí-
a ) com população de até 50 mil habitantes nos Es- pios a serem contemplados, a partir de critérios regio-
tados da Amazônia Legal; ou nais, bem como a forma de utilização desses recursos
b) com população de até 30 mil habitantes e Índice de acordo com as especificidades regionais e/ou mu-
de Desenvolvimento Humano (IDH) igual ou inferior a nicipais de cada Estado, a exemplo de sazonalidade,
0,7, nos demais Estados do país; ou
migrações, dificuldade de fixação de profissionais, IDH,
c) que já fazem jus ao recebimento de acréscimo de
50% no valor dos incentivos referentes ao total de ESF indicadores de resultados, educação permanente, for-
e ESB que implantar; e mação de ACS. Os critérios definidos devem ser infor-
As ESF implantadas em municípios não-incluídos no mados ao plenário da CIT.
estabelecido na alínea I e que atendam à população re- Os recursos do PAB Variável transferidos atualmen-
manescente de quilombos e/ou residente em assenta- te para custeio das ações de assistência farmacêutica
mentos de no mínimo 70 (setenta) pessoas, respeitado e de vigilância sanitária passam a compor o Bloco de
o número máximo de equipes por município: valor do Financiamento da Assistência Farmacêutica e o da Vigi-
incentivo – R$ 8.100,00. lância em Saúde, respectivamente.

II – ESF Modalidade 2: Recursos para Estruturação das ESF e ESB:


ESF implantadas em todo o território nacional que • Transferência, em parcela única, no valor de R$
não se enquadram nos critérios da Modalidade 1. 100.000,00 (cem mil reais) por curso de graduação,
Valor do incentivo – R$ 5.400,00. aos municípios que aderiram ao Prosaúde e recebem

157
PACTO PELA SAÚDE 2006

alunos de enfermagem, medicina e/ou odontologia


nas Unidades Básicas de Saúde municipais das equipes
de Saúde da Família.
• Transferência para estruturação de Unidades Bási-
cas de Saúde municipais das equipes Saúde da Família,
aos municípios que recebem nessas unidades, médicos
residentes de Medicina de Família e Comunidade, ca-
dastrados na Comissão Nacional de Residência Médica
(CNRM), parcela única de R$ 30.000,00 (trinta mil re-
ais) por aluno residente.

Portarias:
Portaria GM/MS nº 648/06 - Aprova a Política Na-
cional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de
diretrizes e normas para a organização da Atenção Bá-
sica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Pro-
grama Agentes Comunitários de Saúde (PACS): Traz os
Princípios; Responsabilidades e Competências; Infra-
estrutura; Especificidades da estratégia SF e Atribuições
dos profissionais das ESF, ESB e ACS.

Portaria GM/MS nº 649/06 - Define valores de fi-


nanciamento para o ano de 2006, com estruturação
de Unidades Básicas de Saúde para as equipes Família,
como parte da Política Nacional de Atenção Básica.

Portaria GM/MS nº 650/06 - Define valores de fi-


nanciamento do PAB fixo e variável mediante a revisão
de diretrizes e normas para a organização da Atenção
Básica, para a estratégia de Saúde da Família e para o
Programa de Agentes Comunitários de Saúde, instituí-
dos pela Política Nacional de Atenção Básica.

Portaria GM/MS nº 822/06 - Altera critérios para


definição de modalidades das ESF dispostos na Política
Nacional de Atenção Básica.

158
PACTO PELA SAÚDE 2006

159
PACTO PELA SAÚDE 2006

Financiamento do SUS

161
PACTO PELA SAÚDE 2006

APRESENTAÇÃO saúde, é prerrogativa do governo estadual.


• Assim, as políticas e as prioridades deve m ser
Para vencer o desafio da efetivação do Pacto pela definidas pela SES, em sintonia com as políticas nacio-
Saúde 2006, o CONASS entende que é imprescindível nais de saúde, e submetidas ao Conselho Estadual de
sua divulgação no menor prazo de tempo possível, en- Saúde.
tre as três esferas de gestão e de maneira uniforme.
Visando contribuir para o processo de discussão, es- Redução das desigualdades regionais na defini-
tamos dando seqüência à uma série de Notas Técnicas ção dos limites financeiros da assistência
(NT) Para Entender o Pacto pela Saúde 2006. Esta
traz análise e comentários sobre a Portaria GM nº 698, • Construção de uma nova política de alocação de
de 30 de março de 2006, que definiu a nova forma de recursos federais visando à redução das desigualdades
transferência dos recursos federais destinados ao cus- macrorregionais e interestaduais.
teio de ações e serviços de saúde em blocos de finan- • Revisão urgente dos limites financeiros federais
ciamento, bem como considerações sobre as Portarias da Assistência de Média e Alta Complexidade, contem-
GM nº 399, de 22 de fevereiro de 2006, que definiu as plando as reais necessidades de cada Unidade da Fede-
diretrizes operacionais do Pacto pela Saúde, e GM nº ração e observando o disposto no orçamento do Minis-
699, de 3 de abril de 2006, que regulamentou as dire- tério da Saúde (Lei Orçamentária nº 10.640/2003) que
trizes operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão. prevê alocação de recursos com o objetivo de reduzir
desigualdades regionais.
I. INTRODUÇÃO
Revisão das tabelas de procedimentos
Em julho de 2003, foi realizado em Sergipe, o 1º Se-
minário do CONASS para Construção de Consensos, cujo • Revisão dos valores das tabelas de procedimen-
tema central foi “Preocupações e prioridades dos Secre- tos ambulatoriais e hospitalares (SIA e SIH), de fim de
tários Estaduais quanto à organização, gestão e financia- corrigir a enorme defasagem entre os custos reais e os
mento do SUS”. valores remunerados pelo SUS.
Era compreensão dos gestores estaduais que o pro- • Realização de estudos para a utilização de novos
cesso de financiamento do SUS necessitava contemplar mecanismos de pagamento de procedimentos.
a ampla diversidade e diferenças do nosso país e que a
construção de uma nova política de alocação de recur- A nova diretoria eleita em 2006, tendo a clareza
sos federais visando à redução das desigualdades ma- de que é fundamental que as Secretarias Estaduais de
crorregionais e interestaduais deveria contribuir para a Saúde sejam fortalecidas para desempenhar as suas
garantia dos princípios constitucionais do SUS. funções, entende que todos os esforços devem estar
Entre as prioridades relativas ao financiamento do concentrados na imediata regulamentação da Emenda
SUS discutidas e consideradas prioritárias para os Se- Constitucional nº 29/2000 e nas ações voltadas ao en-
cretários, citadas na síntese das conclusões do Semi- frentamento do subfinanciamento crônico que ameaça
nário que está expressa na “Carta de Sergipe” em três a universalidade e a integralidade do sistema.
tópicos são:
II. PACTO PELA SAÚDE 2006
Financiamento do SUS
• Manifestação ao Congresso Nacional sobre a O Pacto pela Saúde 2006, assinado pelo Ministério
necessidade da imediata regulamentação da Emenda da Saúde, pelo CONASS e pelo Conasems, representou
Constitucional nº 29 por meio de lei complementar. o compromisso político dos gestores com os princípios
• Reafirmação dos Secretários de Estado da Saúde constitucionais do SUS e expressou-se nos Pactos pela
do seu compromisso histórico de lutar pelo cumpri- Vida, em Defesa do SUS e de Gestão.
mento da EC-29.
• Divulgação de um manifesto do CONASS pela II.1. Pacto pela Vida
manutenção da vinculação das receitas para a saúde e
pela regulamentação da EC-29. O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto
• Demonstração com transparência dos gastos es- de compromissos sanitários, expressos em objetivos de
taduais, municipais e federal em saúde. processos e resultados e derivados da análise da situa-
• Incremento da participação dos Estados no finan- ção de saúde da população e das prioridades definidas
ciamento do SUS. pelos governos federal, estaduais e municipais.
• A alocação dos recursos do Tesouro do Estado, na Significa uma ação prioritária no campo da saúde

163
PACTO PELA SAÚDE 2006

que deverá ser executada com foco em resultados Explicita as diretrizes para o sistema de financia-
e com a explicitação inequívoca dos compromissos mento público tripartite em grandes blocos de financia-
orçamentários e financeiros para o alcance desses mento federal e estabelece relações contratuais entre
resultados. os Entes Federativos.
Assim, a instituição do Pacto pela Vida representa
duas mudanças fundamentais na reforma incremen- Os objetivos do Pacto de Gestão são:
tal do SUS. De um lado, substitui pactos fortuitos por
• Definir a responsabilidade sanitária de cada ins-
acordos anuais obrigatórios; de outro, muda o foco,
tância gestora do SUS: federal, estadual e municipal,
de mudanças orientadas a processos operacionais para
superando o atual processo de habilitação.
mudanças voltadas para resultados sanitários. Desse
• Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS,
modo, o Pacto pela Vida reforça, no SUS, o movimento
com ênfase em Descentralização; Regionalização; Fi-
da gestão pública por resultados.
nanciamento; Programação Pactuada e Integrada; Re-
II.2. Pacto em Defesa do SUS gulação; Participação e Controle Social; Planejamento;
Gestão do Trabalho; e Educação na Saúde.
Compromisso inequívoco com a repolitização do
III. DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS
SUS, consolidando a política pública de saúde brasileira
como uma política de Estado, mais do que uma política FINANCIAMENTO DO SUS – O QUE MUDA COM
O PACTO
de governos.
Os gestores reconhecem a necessidade de romper
São princípios gerais do financiamento para o SUS:
os limites setoriais e levar a discussão sobre a política
• responsabilidade das três esferas de gestão –
pública de saúde para a sociedade organizada, tendo o
União, Estados e Municípios pelo financiamento do
financiamento público da saúde como um dos pontos
SUS;
centrais.
• redução das iniqüidades macrorregionais, estadu-
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são:
ais e regionais, a ser contemplada na metodologia de
- implementar um projeto permanente de mobiliza-
alocação de recursos;
ção social com a finalidade de:
• repasse fundo a fundo definido como modalida-
- alcançar, no curto prazo, a regulamentação
de preferencial na transferência de recursos entre os
da Emenda Constitucional nº 29, pelo Congresso
gestores; e
Nacional;
• financiamento de custeio com recursos federais
- garantir, no longo prazo, o incremento dos recur-
sos orçamentários e financeiros para a saúde. organizados e transferidos em blocos de recursos.
- aprovar o orçamento do SUS, composto pelos
orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o Financiamento para custeio
compromisso de cada uma delas.
O Pacto pela Saúde 2006 está alterando a forma
de financiamento do SUS ao eliminar mais de 100 mo-
II.3. Pacto de Gestão
dalidades de transferências de recursos e reduzi-las a
apenas cinco blocos. Essa é a principal mudança no fi-
Contempla os princípios do SUS previstos na Cons-
nanciamento, relativo ao custeio das ações e serviços
tituição Federal de 1988 e na Lei nº 8080/1990. Es-
tabelece as responsabilidades solidárias dos gestores a de saúde: a alocação dos recursos federais em cinco
blocos.
fim de diminuir as competências concorrentes, contri-
As bases de cálculo que formam cada bloco e os
buindo, assim, para o fortalecimento da gestão com-
partilhada e solidária do SUS. montantes financeiros destinados para Estados, muni-
cípios e Distrito Federal serão compostos por memórias
Avança na regionalização e na descentralização do
de cálculo, para fins de histórico e monitoramento.
SUS, a partir da proposição de algumas diretrizes per-
mitindo uma diversidade operativa que respeite as sin- Dessa forma, Estados e municípios terão maior au-
tonomia para alocação dos recursos de acordo com as
gularidades regionais.
metas e as prioridades estabelecidas nos planos de saú-
Propõe a descentralização de atribuições do Ministério
de.
da Saúde para os Estados, e para os municípios, acompa-
nhada da desburocratização dos processos normativos.
Financiamento para investimentos
Reforça a territorialização da saúde como base para or-
ganização dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias Os recursos financeiros de investimento devem ser
e instituindo colegiados de gestão regional. alocados com vistas a superação das desigualdades de

164
PACTO PELA SAÚDE 2006

acesso e à garantia da integralidade da atenção à saú- I - DO BLOCO DA ATENÇÃO BÁSICA


de. Os investimentos deverão priorizar a recuperação,
a readequação e a expansão da rede física de saúde e a O Bloco da Atenção Básica será constituído por dois
constituição dos espaços de regulação. componentes:
Os projetos de investimento apresentados para o I.1 - Piso de Atenção Básica (PAB) Fixo;
Ministério da Saúde deverão ser aprovados nos respec- I.2 - Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável.
tivos Conselhos de Saúde e na CIB, devendo refletir O Piso de Atenção Básica (PAB) Fixo se refere ao
uma prioridade regional. custeio de ações de atenção básica à saúde, cujos re-
cursos serão transferidos mensalmente, de forma re-
IV. PORTARIA GM nº 698, de 30/3/2006 gular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos
Fundos de Saúde do Distrito Federal e dos municípios.
A Portaria GM nº 698, de 30 de março de 2006, Os recursos do incentivo à descentralização de uni-
define que o custeio das ações de saúde é de responsa- dades de saúde da Funasa, incorporados ao PAB fixo,
bilidade das três esferas de gestão do SUS, observado podem ser aplicados no custeio destas unidades.
o disposto na Constituição Federal e na Lei Orgânica O Piso da Atenção Básica Variável (PAB) Variável, é
do SUS. constituído por recursos financeiros destinado ao cus-
Os recursos federais destinados ao custeio de ações teio de estratégias, realizadas no âmbito da Atenção
e serviços de saúde passam a ser organizados e transfe- Básica em Saúde, tais como:
ridos na forma de blocos de financiamento. I - Saúde da Família;
Os blocos de financiamento são constituídos por II - Agentes Comunitários de Saúde;
componentes, conforme as especificidades de suas III - Saúde Bucal;
ações e os serviços de saúde pactuados. IV - Compensação de Especificidades Regionais;
Os blocos de financiamento para o custeio são: V - Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos
I - Atenção Básica; Indígenas; e
II - Atenção de Média e Alta Complexidade Ambu- VI - Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário;
latorial e Hospitalar; VII - Política de Atenção Integral à Saúde do Ado-
III - Vigilância em Saúde; lescente em conflito com a lei em regime de internação
IV - Assistência Farmacêutica; e e internação provisória; e
V - Gestão do SUS. VIII - outros que venham a ser instituídos por meio
Os recursos federais para custeio de ações e serviços
de ato normativo específico.
de saúde serão transferidos a Estados, Distrito Federal
Os recursos do PAB Variável serão transferidos do
e municípios, de forma automática fundo a fundo, ob-
Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde do Dis-
servando os atos normativos específicos referentes a
trito Federal e dos municípios, mediante adesão e im-
cada bloco.
plementação das ações a que se destinam e desde que
Os recursos federais de custeio provenientes de
constantes do respectivo plano de saúde.
acordos de empréstimos internacionais serão transfe-
Os recursos do PAB Variável transferidos atualmen-
ridos conforme seus atos normativos.
te para custeio das ações de assistência farmacêutica
As bases de cálculo que formam cada bloco e com-
e de vigilância sanitária passam a compor o Bloco de
ponente, bem como os montantes financeiros transfe-
Financiamento da Assistência Farmacêutica e o da Vigi-
ridos a Estados, Distrito Federal e municípios, deverão
lância em Saúde, respectivamente.
estar expressas em memórias de cálculo, para fins de
O Ministério da Saúde está propondo o incremento
histórico e monitoramento.
de recursos destinados à estratégia de Compensação
Os recursos de cada Bloco de Financiamento devem
de Especificidades Regionais, correspondente a 5% do
ser aplicados, exclusivamente, nas ações e nos serviços
valor mínimo do PAB Fixo multiplicado pela população
de saúde relacionados ao Bloco.
Os recursos oriundos da prestação de serviços de do Estado.
média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar Os critérios de aplicação dos recursos de Compensa-
resultantes da produção das unidades públicas não se ção de Especificidades Regionais devem ser pactuados
aplicam ao previsto no caputt deste artigo. nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e informa-
No Bloco de Financiamento da Assistência Farma- dos ao plenário da CIT, devendo atender a especifici-
cêutica, os recursos devem ser aplicados, exclusiva- dades estaduais, e regulamentados por ato normativo
mente, nas ações definidas para cada componente que específico.
compõe o bloco.

165
PACTO PELA SAÚDE 2006

II - DO BLOCO DA ATENÇÃO DE MÉDIA E ALTA Os recursos destinados ao custeio de procedimentos


COMPLEXIDADE AMBULATORIAL E HOSPITALAR atualmente financiados por meio do Faec e não con-
templados anteriormente, serão incorporados ao Limite
O Bloco da Atenção de Média e Alta Complexida- Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial
de Ambulatorial e Hospitalar será constituído por dois e Hospitalar de Estados, Distrito Federal e municípios,
componentes: conforme ato normativo específico, observando as
II.1 - Componente Limite Financeiro da Média e pactuações da Comissão Intergestores Tripartite.
Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC);
II.2 - Componente Fundo de Ações Estratégicas e III - DO BLOCO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Compensação (Faec).
O Componente Limite Financeiro da Média e Alta O Bloco de Financiamento para a Vigilância em
Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC) dos Saúde será constituído por dois componentes:
Estados, do Distrito Federal e dos municípios, é destina- III.1 - Componente da Vigilância Epidemiológica e
do ao financiamento de procedimentos e de incentivos Ambiental em Saúde;
permanentes, transferidos mensalmente, para custeio III.2 - Componente da Vigilância Sanitária em Saúde.
de ações de média e alta complexidade em saúde. As responsabilidades de cada uma das esferas de
O financiamento dos incentivos permanentes governo estão estabelecidas na legislação vigente, de-
do Componente MAC inclui aqueles atualmente vendo as adequações e as atualizações serem pactua-
designados aos: das na Comissão Intergestores Tripartite.
I - Centro de Especialidades Odontólogicas (CEO); O Componente da Vigilância Epidemiológica e Am-
II - Laboratório de Prótese Dentária; biental em Saúde refere-se aos recursos federais desti-
III - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência nados às ações de vigilância, prevenção e controle de
(Samu); doenças, composto pelo atual Teto Financeiro de Vi-
IV - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador; gilância em Saúde que inclui os seguintes incentivos:
V - Hospitais de Pequeno Porte; Hospitais do Sub Sistema de Vigilância Epidemiológica
VI - Incentivo de Integração do SUS (Integrasus); em Âmbito Hospitalar, Registro de Câncer de Base Po-
VII - Fator de Incentivos ao Desenvolvimento do pulacional, Atividade de Promoção à Saúde, Laborató-
Ensino e Pesquisa Universitária em Saúde (Fideps); rios de Saúde Pública e outros que vierem a ser implan-
VIII - Programa de Incentivo de Assistência à Popu- tados por meio de ato normativo específico.
lação Indígena (Iapi); e No componente Vigilância Epidemiológica e Am-
IX - outros que venham a ser instituídos por meio biental em Saúde também estão incluídos recursos fe-
de ato normativo para fins de custeio de ações de mé- derais com repasses específicos, destinados às seguin-
dia e alta complexidade e não financiados por proce- tes finalidades:
dimento. I - fortalecimento da Gestão da Vigilância em Saúde
Os recursos federais serão transferidos do Fundo em Estados e municípios (Vigisus II);
Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde de Estados, II - campanhas de vacinação; e
Distrito Federal e municípios, conforme a Programação III - incentivo do Programa DST/Aids;
Pactuada e Integrada da Assistência, publicada em ato Os recursos federais destinados à contratação de
normativo específico.
pessoal para execução de atividades de campo no com-
O Componente Fundo de Ações Estratégicas e
bate ao vetor transmissor da dengue serão alocados
Compensação (Faec) trata de recursos destinados ao
custeio dos seguintes procedimentos: no Bloco Financeiro de Vigilância em Saúde de Esta-
I - procedimentos regulados pela Central Nacional dos, Distrito Federal e Municípios – Componente da
de Regulação da Alta Complexidade (CNRAC); Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde, na
II - transplantes; medida em que se comprove a efetiva contratação dos
III - ações estratégicas ou emergenciais, de caráter agentes de campo.
temporário e implementadas com prazo predefinido; e Os recursos de que trata o Componente da Vigi-
IV - novos procedimentos, não relacionados aos lância Epidemiológica e Ambiental em Saúde deverão
constantes da tabela vigente ou que não possuam pa- contemplar ações de rotina e poderão ser acrescidos de
râmetros para permitir a definição de limite de financia- valores específicos para a execução de ações contin-
mento, que serão custeados pelo Faec por um período genciais, conforme pactuação na CIT.
de seis meses com vistas a permitir a formação de série
O Componente da Vigilância Sanitária em Saúde
histórica necessária à sua agregação ao Componente
será constituído do Termo de Ajuste e Metas (TAM)
Limite Financeiro da Atenção de Média e Alta Comple-
e do Piso da Atenção Básica em Vigilância Sanitári
xidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC).
(PAB Visa).

166
PACTO PELA SAÚDE 2006

IV - DO BLOCO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA I - Controle de endemias, tais como: Tuberculose,


Hanseníase, Malária, Leishmaniose, Chagas e outras
O Bloco de Financiamento para a Assistência Far- doenças endêmicas de abrangência nacional ou re-
macêutica é constituído por quatro componentes: gional;
IV.1- Componente Básico da Assistência Farmacêutica; II - Anti-retrovirais do Programa DST/Aids;
IV.2 - Componente Estratégico da Assistência Far- III - Sangue e Hemoderivados; e
macêutica; IV - Imunobiológicos.
IV.3 - Componente Medicamentos de Dispensação O Componente Medicamentos de Dispensação
Excepcional; e Excepcional destina-se ao financiamento do Programa
IV.4 - Componente de Organização da Assistência de Medicamentos de Dispensação Excepcional para
Farmacêutica. aquisição e distribuição do grupo de medicamentos
O Componente Básico da Assistência Farmacêutica da tabela de procedimentos ambulatoriais.
destina-se à aquisição de medicamentos e insumos de O Programa de Medicamentos de Dispensação Ex-
assistência farmacêutica no âmbito da atenção básica cepcional será reformulado no prazo de 60 dias me-
em saúde e àquelas relacionadas a agravos e progra- diante pactuação entre as três esferas de gestão do
mas de saúde específicos, inseridos na rede de cuida- SUS, observadas as seguintes diretrizes:
dos da atenção básica. I - definição de critérios para inclusão e exclusão de
O Componente Básico é composto de uma Parte medicamentos e CID na Tabela de Procedimentos, com
Financeira Fixa e de uma Parte Financeira Variável. base nos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas;
A Parte Financeira Fixa do Componente Básico con- II - definição de percentual de co-financiamento
siste em um valor per capitaa destinado à aquisição de entre as esferas de gestão federal e estadual;
medicamentos e insumos de assistência farmacêutica III - revisão periódica de valores da tabela de pro-
em atenção básica, transferido ao Distrito Federal, a cedimentos; e
Estados e/ou municípios, conforme pactuação nas Co- IV - forma de aquisição e execução financeira, con-
missões Intergestores Bipartite. siderando-se os princípios da descentralização e eco-
Os gestores estaduais e municipais devem compor nomia de escala.
o financiamento da Parte Fixa do Componente Básico, O Ministério da Saúde transferirá mensalmente às
como contrapartida, em recursos financeiros ou insu- Secretarias Estaduais os valores financeiros apurados
mos, conforme pactuação na Comissão Intergestores em encontro de contas trimestrais, com base nas emis-
Bipartite e normatização da política de assistência far- sões de Autorizações de Procedimentos de Alta Com-
macêutica vigente. plexidade (Apac).
A Parte Financeira Variável do Componente Básico O Componente de Organização da Assistência Far-
consiste em valores per capitaa destinados à aquisição macêutica é constituído por recursos federais destina-
de medicamentos e insumos de assistência farmacêu- dos ao custeio de ações e serviços inerentes à assistên-
tica dos Programas de Hipertensão e Diabetes, Asma e cia farmacêutica.
Rinite, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Alimentação e
V - DO BLOCO DE GESTÃO DO SUS
Nutrição e Combate ao Tabagismo.
Os recursos da Parte Variável do Componente Bá- O Bloco de Financiamento para a Gestão do SUS
sico poderão ser executados centralizadamente pelo destina-se ao fortalecimento da gestão do Sistema Úni-
Ministério da Saúde ou descentralizados a Estados, co de Saúde para o custeio de ações específicas rela-
municípios e Distrito Federal, conforme pactuação na cionadas à organização e à ampliação do acesso aos
Comissão Intergestores Tripartite, mediante a imple- serviços de saúde.
mentação e a organização dos serviços previstos nestes Os recursos federais que integram o Bloco de Finan-
Programas. ciamento para a Gestão do SUS serão constituídos dos
Os recursos destinados ao medicamento Insulina seguintes componentes:
Humana, do grupo de medicamentos do Programa Hi- I - Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria;
pertensão e Diabetes, serão executados centralizada- II - Planejamento e Orçamento;
mente pelo Ministério da Saúde, conforme pactuação III - Programação;
da Comissão Intergestores Tripartite, retificando a Por- IV - Regionalização;
taria GM nº 399, de 22/2/2006. V - Gestão do Trabalho;
O Componente Estratégico da Assistência Farma- VI - Educação em Saúde;
cêutica destina-se ao financiamento para o custeio de VII - incentivo à Participação do Controle Social;
ações de assistência farmacêutica nos seguintes pro- VIII - estruturação de serviços e organização de
gramas de saúde estratégicos: ações de assistência farmacêutica; e

167
PACTO PELA SAÚDE 2006

IX - incentivo à Implantação e/ou Qualificação de do Estado e do Distrito Federal refere-se aos recursos
Políticas Específicas; federais de custeio, referentes àquela unidade federa-
da, explicitando o valor correspondente a cada bloco.
A transferência de recursos de que trata este bloco
será regulamentada por ato normativo específico. No Termo do Limite Financeiro Global do Município,
O Ministério da Saúde publicará portarias específi- no que se refere ao Bloco da Média e Alta Complexi-
cas regulamentando a operacionalização de cada Bloco dade, serão discriminados os recursos para a população
de Financiamento constituído. própria e os relativos à população referenciada.
O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas ne-
cessárias para garantia das transferências conforme o Os recursos relativos ao Termo do Limite Financeiro
disposto na Portaria GM nº 698/2006. Global do Município, do Estado e do DF serão trans-
Até o momento, somente o Bloco de Financiamento feridos pelo Ministério da Saúde, de forma regular e
da Atenção Básica foi regulamentado. automática, ao respectivo Fundo de Saúde, excetuan-
do os recursos transferidos diretamente às unidades
V - PORTARIA GM nº 699, DE 30/3/2006 universitárias federais e aqueles previstos no Termo de
Cooperação entre Entes Públicos.
A portaria GM Nº 699, de 30 de março de 2006
regulamenta a implementação das Diretrizes Operacio- O Termo do Limite Financeiro Global do Município
nais dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seus desdobra- deverá explicitar também os recursos de custeio pró-
mentos para o processo de gestão do SUS, bem como, prios das esferas municipal e estadual. Caso não seja
a transição e o monitoramento dos Pactos, unificando possível explicitá-los por blocos, deverá ser informado
os processos de pactuação de indicadores e metas. apenas o total do recurso.

O Termo de Compromisso de Gestão (municipal, do Estabeleceram-se normas para a definição, altera-


Distrito Federal, Estadual e Federal) é o documento de ção e suspensão dos valores do Limite Financeiro Glo-
formalização do Pacto nas suas dimensões Pela Vida e bal do Município, Estado e Distrito Federal:
de Gestão e tem os seguintes Anexos:
I - Extrato do Termo de Cooperação entre Entes Pú- I - A alocação do recurso referente ao Bloco Finan-
blicos, quando couber – Anexo V; ceiro de Média e Alta Complexidade da Assistência
II - A Declaração da CIB de Comando Único do Sis- será definida de acordo com a Programação Pactuada
tema pelo Gestor Municipal – Anexo VI; e Integrada (PPI);
III - O Termo do Limite Financeiro Global do Muni- II - A alteração no valor do recurso Limite Financeiro
cípio e do Estado e do DF – Anexo VII; e Global do Município, Estado e Distrito Federal, deve ser
IV - Relatório dos Indicadores de Monitoramento, a aprovada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e
ser implantado a partir de 2007. encaminhada ao MS para publicação; e
III - As transferências fundo a fundo do Ministério
O Termo de Cooperação entre Entes Públicos, cujo da Saúde para estados, DF e municípios serão suspen-
conteúdo será pactuado entre Ministério da Saúde, sas nas seguintes situações:
Conass e Conasems em portaria específica, é destina-
do à formalização da relação entre gestores quando a) não pagamento dos prestadores de serviços pú-
unidades públicas prestadoras de serviço, situadas no blicos ou privados, hospitalares e ambulatoriais, até o
território de um município, estão sob gerência de de- quinto dia útil, após o Ministério da Saúde creditar na
terminada esfera administrativa e gestão de outra. conta bancária do Fundo Estadual/Distrito Federal/Mu-
nicipal de Saúde e disponibilizar os arquivos de proces-
O Termo de Cooperação entre Entes Públicos deve samento do SIH/SUS, no BBS/MS, exceto as situações
conter as metas e um plano operativo do acordo e as excepcionais devidamente justificadas;
unidades públicas prestadoras de serviço devem, pre- b) falta de alimentação dos Bancos de Dados Na-
ferencialmente, receber os recursos de custeio corres- cionais estabelecidos como obrigatórios, por 2 (dois)
pondentes à realização dessas metas pactuadas no pla- meses consecutivos ou 3 (três) meses alternados, no
no operativo e não por produção. A transferência de prazo de um ano; e
recursos, objeto desse Termo deverá ser feita conforme c) indicação de suspensão decorrente de relatório
pactuação. da Auditoria realizada pelos componentes estadual ou
nacional, respeitado o prazo de defesa do município,
O Termo do Limite Financeiro Global do Município, DF ou estado envolvido.

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PACTO PELA SAÚDE 2006

Apenas os Estados, o Distrito Federal e os municí-


pios que assinarem o Termo de Compromisso de Ges-
tão farão jus às prerrogativas financeiras deste Pacto,
tais como recursos para a gestão e regulação e terão
prioridade para o recebimento dos recursos federais de
investimentos, excetuando as emendas parlamentares
e os vinculados a políticas específicas pactuadas. O Mi-
nistério da Saúde poderá propor à Comissão Interges-
tores Tripartite (CIT) outros incentivos para os estados,
distrito federal e municípios que assinaram o Termo de
Compromisso de Gestão.

169
ENDEREÇO E TELEFONE
Esplanada dos Ministérios (EMI), Bloco G, sala 148 B
Ministério da Saúde – Ed. Anexo
70.058-900 – Brasilia - DF
Tel: (61) 3315-2206
Fax: (61) 3315-2894

E-MAILS
conass@conass.org.br

www.conass.org.br

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