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GASTROENTERITES

PARVOVIROSE E CORONAVIROSE EM
CÃES E GATOS
INTRODUÇÃO:
A parvovirose e a coronavirose são duas doenças infecciosas causadas por vírus
mais comuns e conhecidas que afetam cães e gatos. Podem apresentar alta
mortalidade, cerca de 80%, acometendo principalmente animais jovens e/ou animais
debilitados. A sintomatologia clínica é apresentada principalmente pela forma entérica
e é bastante semelhante nestas duas doenças e, por serem facilmente transmissíveis,
é de extrema importância realizar um rápido diagnóstico para que as medidas de
combate, controle e prevenção sejam tomadas.

PARVOVIROSES:
Doença causada por um parvovírus (no caso do cão é o Parvovírus canino e no
caso de gatos é o P. felino) de curso agudo já que o período de incubação varia de 1 a
3 dias pós primeiro contato com o agente. No caso dos gatos a doença é conhecida
como Panleucopenia felina. Manifesta-se de duas formas, que são a forma entérica e
a forma miocárdica. A forma entérica é mais freqüentemente reconhecida, por mostrar
sinais evidentes. A forma miocárdica é geralmente diagnosticada no post-mortem
(necropsia), pois a maioria dos animais morre subitamente sem mostrar sinais clínicos.
É importante ressaltar que o desenvolvimento da doença está ligado a diversos
fatores (carga antigênica muito alta acima da capacidade de defesa do organismo,
baixa imunidade, condição corporal ruim, dentre outras). A vacina é o melhor método
de prevenção da doença, pois estimula o sistema imune do animal a desenvolver
proteção, mas, se o animal não estiver em perfeitas condições ou por qualquer motivo
não desenvolver a resposta (produção de imunoglobulinas), ele poderá desenvolver
sinais clínicos da doença.

PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS:


Após o contato/ingestão com contaminados com o vírus, este ganha a corrente
circulatória (fase de viremia) e invade vários tecidos, incluindo o timo, o baço, os
linfonodos, a medula óssea, os pulmões, o miocárdio e finalmente o jejuno distal e o
íleo, onde ele continua a se replicar. A replicação causa a necrose das criptas do
epitélio do intestino delgado, com eventual destruição das vilosidades. Há morte das
células e descamação da mucosa intestinal ocasionando uma queda na absorção e
digestão dos alimentos causando diarréia nos animais que na maioria das vezes é
sanguinolenta. Durante a fase virêmica há uma profunda leucopenia, especialmente
linfopenia. No entanto, a leucopenia se transforma rapidamente em leucocitose devido
à infecção secundária por bactérias à medida que os sinais clínicos se tornam mais
evidentes.
Outros sinais clínicos presentes são: elevação da temperatura corporal, vômito,
perda de apetite e prostração e desitradatção. Nos casos em que há co-infecção por
parvo e coronavírus os sintomas são mais severos ainda.
Já a forma miocárdica se manifesta mais em filhotes e raramente em cães
adultos. Cães que se recuperam da forma entérica podem ser afetados mais tarde,
durante a vida, pela forma miocárdica. Os sinais clínicos são devidos a ataque do
miocárdio pelo vírus e subseqüente degeneração e inflamação do músculo cardíaco.

www.patologiaveterinaria.com/blog/

CORONAVIROSES:
Doença causada por um vírus da família coronaviridae que também infecta
cães e gatos. No caso dos gatos a doença é conhecida com Peritonite Infecciosa
Felina. Assim como a parvovirose, a forma de contaminação também é principalmente
pelo contato com fezes contaminadas. O curso da doença também é agudo, daí a
importância de realizar exames laboratoriais com o intuito de identificar o agente já
que a sintomatologia clínica é semelhante à parvovirose.

PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS:


Assim como o vírus da parvovirose, o coronavírus também tem predileção pelo
trato intestinal e raramente espalha por outros órgãos. Ocorre destruição das
vilosidades intestinais seguida da descamação do epitélio intestinal levando a uma
diminuição na absorção e digestão dos alimentos.
A sintomatologia clínica é idêntica à parvovirose. Diarréia (que pode ser
sanguinolenta), vômito, febre, letargia, desidratação e emagrecimento são os mais
comuns e a manifestação também vai depender dos fatores já citados.

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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O diagnóstico clínico é sugestivo, mas deve sempre ser diferenciado de
gastroenterites bacterianas como a salmonelose e de outras gastroenterites virais
como a cinomose. Os achados de hemograma mais freqüente são leucopenia com
neutropenia.
O diagnóstico laboratoial se dá pela detecção precoce de vírus em fezes,
inclusive antes da aparição de sintomas. Este exame não detecta antígenos de origem
vacinal e não ocorrem reações cruzadas com parasitas da cinomose, hepatite
infecciosa, parainfluenza e parasitas intestinais. Os teste sorológicos de
Hemoaglutinação e Imunocromatografia servem para detecção de anticorpos IgG e
IgM dos agentes causadores da patogenia.

www.saudeanimal.com.br/parvovirose_brites.htm

EXAMES DO TECSA LABORATÓRIOS (LABORATÓRIO DE REFERÊNCIA


NACIONAL) QUE AUXILIAM NO DIAGNÓSTICO DE PARVOVIROSE E
CORONAVIROSE:

PRAZO
EXAMES
DIAS
HEMOGRAMA COMPLETO - PET 1 Dia
PARVOVIRUS + CORONAVIRUS CANINO 1 Dia
CINOMOSE + PARVOVIROSE - IGG METODO: IMUNOCROMATOGRAFIA 1 Dia
CINOMOSE + PARVOVIROSE - IGM - METODO: IMUNOCROMATOGRAFIA 1 Dia
PARVOVIROSE (CANÍDEOS) - MÉTODO: ELISA 1 Dia
PESQUISA DE PARVOVIROSE (HA) 1 Dia
EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES 1 Dia
EXAME PARASITOLOGICO DE FEZES - MIF - PET E MAMIFEROS 1 Dia
CULTURA BACTERIANA E ANTIBIOGRAMA 5 Dias
COPROCULTURA - ANTIBIOGRAMA 5 Dias
NECRÓPSIA (CAUSA MORTE) 2 Dias
PERFIL CHECK UP GLOBAL DE FUNÇÕES (FOSFATASE ALCALINA +
GAMA GT + TGO (AST) + TGP (ALT) + AMILASE + UREIA + GLICOSE +
FOSFORO + CALCIO + ALBUMINA + COLESTEROL TOTAL + ACIDO URICO 1 Dia
+ CREATINOFOSFOQUINASE + CREATININA + BILIRRUBINAS +
PROTEINAS TOTAIS E FRAÇÕES + RELAÇÃO UREIA/CREATININA)

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