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João Pedro Wing 1

Machel Isac

Percepção dos Professores em Relação Avaliação Pedagógica. Um estudo na Escola


Secundária de Luanda, vila de Muidumbe

João Pedro Wing1

UniRovuma – Cabo Delgado

Machel Isac2 - Supervisor

UniRovuma – Cabo Delgado

Resumo

O presente trabalho intitulado percepção dos professores em relação avaliação pedagógica. Um


estudo na Escola Secundária de Luanda, vila de Muidumbe, com objectivo de analisar as
percepções dos professores em relação avaliação no PEA. É comum, observar alguns professores
a se fixarem numa modalidade de avaliação, para opterem as notas dos alunos, sem ter em conta
as qualidades que os mesmos apresentam. A pesquisa trabalhou com uma amostra de 8
professores, é exploratória e a sua abordagem é qualitativa. Os resultados da pesquisa revelam
que os professores usam diversas metodologias para avaliar os seus alunos, mas nessas, se afixam
numa modalidade que permite perceber o nível do desempenho dos seus alunos. Quanto a sua
aplicabilidade, alguns professores revelaram que usam exclusivamente uma das modalidades
(avaliação sumativa), para criar intimidação e medo nos seus alunos. Conclui- se que ao analisar
as condições da educação no momento actual percebemos que ainda precisamos enfrentar um
longo caminho para que as mudanças possam ocorrer efetivamente no processo de avaliação
pedagógica. Os obstáculos persistem em decorrência da tradição avaliativa, são representações,
valores, concepções que estão enraizadas e funcionam como elemento de resistência à construção
de novas práticas. Sugere que os professores olhem a avaliação como um instrumento de
transformação do indivíduo. Espera se com esta pesquisa, despertar atenção aos professores em
relação aplicação da avaliação pedagógica no quandro da relação triangular existente entre elas.

Palavras-chave:Avaliação Pedagógica; Percepção; Professores

1
Estudante da Universidade Rovuma Extinção de Cabo Delgado, Curso de Psicologia Educacional 4o Ano. Contacto:
849013918/862963173 email: joaopedrowing@gmail.com
2
Mestre em Educação/Psicologia Educacional, Investigador de NEPE e Docente na UP-Montepuez, email:
machuwabo@gmail.com. contacto: 861778102 e 825771970
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Introdução

Nos dias de hoje, é comum observar nas diversas instituições de ensino seja públicas
assim como privadas, o uso exclusivo de uma das modalidades de avaliação pedagógica para
saber o nível de percepção do aluno duma forma quantitativa, sem ter em conta as qualidades e as
particularidades individuais, pois nas salas de aulas apresentam as diversidades: uns se dão bem
nas avaliações escritas e os outros se dão bem nas orais, isto é, os outros conseguem falar na sala
de aulas e fazem contribuições mas se dão mal nas avaliações escritas e por outro lado não
contribuem nas aulas mas se dão bem nas avaliações escritas. Na escola em destaque, é comum
verificar que os professores utilizam a avaliação pedagégica para verificar o desempenho do
aluno de forma quantitativa, isto é, a avaliação sumativa.

Avaliação pedagógica em si não constitui um problema, torna-se um problema, na medida


em que o professor usa apenas uma das modalidades e se afixa nela, sem associar as outras
modalidades de avaliação que permitem conhecer e controlar as qualidades, particularidades,
dificuldades e interesses do aluno. Por outro lado, o sistema educativo que é adoptado pelos
professores nas instituições, contitui um problema, quando forem aplicadas os métodos
tradicionais. Freitas, Costa e Miranda (2014), afirmam que os obstáculos persistem em
decorrência da tradição avaliativa há muito tempo já existente, são representações, valores,
concepções que estão enraizadas e funcionam como elemento de resistência à construção de
novas práticas.

Partindo desse pressuposto, levanta-se as seguintes questões:

1. Qual é a percepção dos professores em relação avaliação pedagógica, na Escola


Secundaria de Luanda?
2. Que tipo de avaliação é benéfica para alcançar os objectivos no PEA, na Escola
Secundária de Luanda?
3. Que estratégias são usadas pelos professores para avaliar seus alunos, na Escola
Secundária de Luanda?
4. Quais são as implicações do uso exclusivo de uma modalidade de avaliação no Processo
de Ensino e Aprendizagem na Escola Secundária de Luanda?
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Objectivos do trabalho

O presente artigo aborda sobre percepção dos professores em relação Avaliação Pedagógica, um
estudo feito na Escola Secundária de Luanda, vila de Muidumbe. Este artigo tem como objectivo
geral analisar as percepções dos professores em relação avaliação no PEA e os especificoes
identificar o tipo e as estratégias de avaliação usadas pelos professores e por último descrever as
implicações do uso exclusivo da uma modalidade de avaliação, na Escola Secundária de Luanda.

Base teórico-conceitual

Avaliação sumativa é aquela que classifica o desempenho do aluno no fim de uma


unidade, trimestre, semestre ou ano, expressa-se em valores, graus, pontos, e números. Verifica o
desempenho do aluno de forma quantitativa, ela aprova e reprova os alunos em função da nota
obtida nas provas ou testes (Lopes, 2015).

O desenvolvimento deste estudo sustenta-se na convicção de que a avaliação pode ter um


contributo central e insubstituível na melhoria e qualidade das aprendizagens. Nos últimos anos,
as práticas de avaliação sempre foram desenhadas para separar os alunos com sucesso dos outros
e para salientar e controlar essas diferenças (Silva & Souza, 2006; Lopes, 2015). O aluno ‘bom’ e
o aluno ‘mau’ foram, durante quase um tempo, os dois vectores referenciais, validados pela
medida e pelos métodos e legitimados por posturas de controlo normativo.

Desde que surgiu a avaliação das aprendizagens de uma forma estruturada, na segunda
metade do século XVIII, resultante do alargamento da educação escolar a todas as classes sociais,
fruto das necessidades decorrentes da industrialização até à década de 60 do século XX,
predominou um paradigma avaliativo centrado na medição de resultados de aprendizagem.
Tratava-se de uma avaliação que se caracterizava pela medição, o mais objectiva possível, dos
resultados de aprendizagem dos alunos, através de exames escritos atribuídos no final do
processo de ensino e de aprendizagem, que eram corrigidos e classificados em função de critérios
normativos. (Afonso, 2007; Lopes, 2015). Nessa fase, Moçambique estávamos no início da luta
de libertação nacional, tudo estava difícil, muitos alunos nessa altura, abandonavam os seus
estudos porque a guerra dava medo. Alguns anos depois, se ambientaram e deram a continuidade
dos estudos onde, o processo educativo e avaliativo nessa altura, obrigava os alunos terem a
capacidade de decorar as matérias.
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Critérios estes que, constituindo o referente da avaliação (Figari, 1996 apud Lopes, 2015)
e, por isso, constituindo modelos de respostas, serviam para a sua comparação com as respostas
de cada aluno e as dos vários alunos entre si, no sentido da sua hierarquização numa escala de
classificação formalmente adoptada, em função do cumprimento dos referidos critérios. Tratava-
se de uma avaliação com uma função exclusivamente sumativa, que, sendo realizada no final do
processo de ensino e de aprendizagem, visava produzir um juízo final global de um processo que
terminou e sobre o qual se emite uma valoração final (Gimeno Sacristán, 1993 apud Lopes,
2015). Este juízo de valor, que se exprimia pelas notas atribuídas aos alunos, conduzia a decisões
de aprovação ou de reprovação, certificando, perante a sociedade e o mercado de trabalho, as
aprendizagens realizadas pelos alunos.

Por ter sido muito grande o período em que a avaliação das aprendizagens foi
exclusivamente de natureza sumativa, Pacheco (2009, p.129) afirma mesmo que “o significado
mais usual de avaliação é dar notas, atribuir uma classificação, integrada numa escala,
equivalendo a uma medida.” Significado de avaliação este que nos últimos anos tem vindo a
ganhar nova ênfase, devido à influência das políticas neoliberais na educação e na avaliação.
Influência esta que se tem repercutido na exigência de avaliações por medida, com a
hierarquização e a selecção, numa lógica de responsabilização dos professores e das escolas pela
pretensa qualidade educativa proporcionada visível, nomeadamente, pelo estabelecimento de
rankings. (Ferreira, 2007; Pacheco, 2009).

No entanto, esta responsabilização pela qualidade educativa vem impor, por sua vez, a
necessidade de se avaliar o processo de ensino e de aprendizagem, para que os resultados sejam
os melhores possíveis, impondo-se a comparação e a competitividade. As preocupações com a
avaliação do processo de aprendizagem dos alunos, comparativamente às de medição de
resultados de aprendizagem, são muito recentes.

A aprendizagem do aluno e sua progressão nos estudos é o objectivo da educação escolar,


mas para que ela ocorra deve se levar em conta o tempo de aprendizagem. O aluno deve ser
estimulado a aprender a desenvolver suas potencialidades nas variadas áreas do conhecimento,
tornando-se um cidadão pleno e consciente de seu papel na sociedade, com uma visão de mundo
mais ampla (Souza, 2017).
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Souza (2017) afirma que a Avaliação Sumativa, com função classificatória, realiza-se ao
final de um curso, período lectivo ou unidade de ensino. Essa modalidade cumpre um papel mais
normativo, na escola, no sentido de informar se o aluno está apto ou não a cursar a série seguinte
ou outro grau de ensino.

Andrade (1998); Souza (2017), versam que a avaliação sumativa deve ser uma
consequência lógica da avaliação formativa e, portanto, não deve ser descontextualizada das
actividades avaliativas realizadas pelo aluno durante o processo de aprendizagem.

Quando falamos em avaliação estamos a referir-nos a uma das tarefas mais complexas
com que o professor se depara no exercício das suas funções. Tentar definir avaliação, ou como
se avaliam as aprendizagens, conduz-nos a uma diversidade de conceitos que torna difícil a sua
definição.

Fernandes (2008), considera que a avaliação das aprendizagens é parte integrante do


processo de ensino e aprendizagem, constituindo um facto essencial para o desenvolvimento dos
sistemas educativos. Desta perspectiva podemos inferir que a avaliação das aprendizagens, e o
modo como esta se efectua, constitui um dos aspectos mais importantes de todo o processo
educativo e/ou formativo.

Na mesma obra de Fernandes (2008), dá-nos uma definição prática e ao mesmo tempo
abrangente do conceito de avaliação das aprendizagens, na qual sobressai o seu carácter
indefinido e amplo:

A avaliação das aprendizagens pode ser entendida como todo e qualquer processo
deliberado e sistemático de recolha de informação, mais ou menos participado e iterativo,
mais ou menos negociado, mais ou menos contextualizado, acerca do que os alunos são
capazes de fazer numa diversidade de situações (p.16).

Com base na revisão apresentada, e tendo conhecimento de estudos sobre Avaliação


Pedagógica em Moçambique, investigou-se, neste artigo, os tipos de avaliação, formas de
avaliação, metodologias usadas pelos professores da Escola Secundária de Luanda na vila de
Muidumbe.
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Metodologia da Pesquisa

A pesquisa é exploratória, de carácter qualitativa, sustentada pela análise de dados de


recurso a método fenomenológico, auxiliando-se no levantamento bibliográfico para a
combinação de informações colhidas nos campo que conciliaram de forma efectiva na execução
do trabalho.

Participantes

Foi usada amostra intencional, um tipo de amostragem não probabilística, de critério de


amostragem de quota, constituída por 8 Professores, da Escola Secundária de Luanda –
Muidumbe.

Instrumentos

Na recolha dos dados foi utilizado a entrevista, do tipo semi-estruturada se apoiando no


guião da entrevista onde foi previamente elaborado e continha inicialmente três (3) categorias:
Conhecimento acerca da Avaliavão, Metodologias usadas na avaliação e Avaliação mais
benéfica. As entrevistas foram gravadas, transcritas e trabalhadas para compor o corpus da
análise.

Procedimentos

Para a realização da pesquisa, inicialmente entrou-se em contacto com a secrectaria da


referida escola da vila de Muidumbe. Buscou-se obter a autorização para realização do presente
estudo através de um ofício contendo um documento (credencial) com os objectivos da pesquisa
e solicitação dos docentes da instituição para socialização da informação.

Após a autorização para coleta de dados nesta escola, o Director da escola escreveu um
documento e deixou na sala dos professores, contendo o agendamento de data e horário para a
realização das entrevistas, na oportunidade foi realizada uma explanação dos objectivos do estudo
e as informações obtidas através das entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas para
análise.
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Resultados

C1. Conhecimento acerca da Avaliação

A primeira questão a se colocar dirigida aos professores, tinha como objectivo verificar
o nível de percepção acerca de avaliação que pretendia saber como vê a avaliação?

Tabela 2: Conhecimento acerca da Avaliação

Primeiro professor respondeu que “Avaliação vejo como processo sistémico planificado de
recolha de informações que implica juízo de valor com vista a tomada de decisão, tendo a
função de conferir a competência do aluno”.
O segundo entrevistado respondeu que “Avaliação vejo como um instrumento fundamental para
diagnosticar a situação de aprendizagem de cada aluno si percebe a matéria esta a ser
acatada”.
O terceiro entrevistado respondeu que “Avaliação vejo como um momento em que o docente
certifica aos alunos se realmente os objectivos formam alcançados ou não (objectivos por ele
traçados) ”.
A quarta entrevistada respondeu que “ao meu ponto de vista, a avaliação deve ser um processo
que devemos usar ao longo das aulas de modo a diagnosticar o nível actual e desempenho do
aluno”.
O quinto entrevistado respondeu que “avaliação é a componente essencial presente em todos
momentos do processo de ensino e aprendizagem em que permite obter informações sobre o
desempenho do professor e aluno”.
A sexta e a sétima responderam da mesma maneira que “avaliação é a forma de percepção do
nível dos conteúdos leccionados”.
O oitavo entrevistado respondeu que “avaliação é um processo que visa desenvolver
capacidades e habilidades de percepção do nível dos conteúdos leccionados”.

Nessa tabela, podemos notar que os professores dessa escola, percebem a avaliação como
instrumento que permite fazer o balanço daquilo que se deu, como se deu e o que resultou.

Hoje, compreende-se que a avaliação é um processo constante que faz parte da didáctica
diária do trabalho docente.
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Segundo o pensamento de Luckesi (1995), a avaliação não é um fim, mas um meio, que
permite verificar até que ponto os objetivos estão sendo alcançados, identificando os alunos que
necessitam de atenção individual e reformular o trabalho com a adoção de procedimentos que
possibilitam somar as deficiências identificadas.

A segunda questão objectivava-se em fazer a referência de identificar os tipos de


avaliação.

Tabela 3: Tipos de avaliação

Todos os professores entrevistados responderam que “sim conhecem que são: avaliação
diagnostica formativa e sumativa”.

Quem conhece mostra e faz. Todos os nossos professores entrevistados estão cientes e
conhecem os tipos de avaliação sem dúvida, conforme a tabela acima.

A terceira questão objectivava-se em fazer a referência de identificar e mencionar as


avaliações dada por semestre.

Tabela 4: avaliações semestrais

O primeiro e o oitavo responderam que “No mínimo são três por trimestre que são: ACS e ACP”
E os outros responderam que “avaliação diagnostica formativa e sumativa”.

O comportamento desta tabela, nos empurra a afirmar que, em cada semestre dão
avaliação diagnostica, formativa e sumativa tendo em conta os objectivos traçados.

A quarta questão tinha como objectivo perceber si ajudar o aluno durante o semestre é
necessário, tendo em conta suas habilidades e capacidades?

Tabela 5: Ajuda ao aluno

Para esta questão o primeiro entrevistado respondeu que: “na minha opinião isso depende de
cada um na minha parte não é necessariamente ajudar os alunos pois quanto mais ajudamos
criamos preguiça nas leituras na realização dos trabalhos enfim”.
Para o segundo e a quarta tivemos a seguinte resposta: “depende na minha parte é necessário
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ajudar os alunos pois quanto mais ajudamos criamos a motivação”.


O terceiro e quinto disseram que “sim é necessário. Na verdade o aluno deve ser ajudado pois
temos que ter em conta alguns factores sociais que muita das vezes influencia negativamente
neste processo”.
Para a sexta tivemos a seguinte resposta: “na minha visão ajudar o aluno é bom pois motivamos
o mesmo”.
Para a sétima entrevistada tivemos a seguinte resposta: “na minha opinião isso depende da
relação de si com os seus alunos”.
O ultimo respondeu que: “isso depende de cada aluno tem alguns que tenta testar o professor
uns fazem a vingança com o professor os outros são indisciplinados a estes nem vale pena
ajudar mas os que comportam bem da para ajudar”.

Ajudar o aluno é muito bom, valorizar o esforço do aluno é importante, pois quando isso
acontece o aluno fica motivado. O aluno deve ser estimulado a aprender a desenvolver suas
potencialidades nas variadas áreas do conhecimento, tornando-se um cidadão pleno e consciente
de seu papel na sociedade, com uma visão de mundo mais ampla.

A quinta questão pretendia saber: Na qualidade do professor, quais são os problemas que
enfrenta aos alunos que tiram negativas e não são ajudados?

Tabela 6: Problemas criados na avaliação

O primeiro respondeu que “Cria a desmotivação nos alunos, preguiça nas leituras, não
contribuem e ficam sem a forca de contribuir a aula”.
O outro disse que “falta de interesse nas aulas, preguiça nas leituras, perde a vontade e a forca
de contribuir na sala de aulas”.
O terceiro e a sétima disseram que “o aluno ti odeia e fica sem vontade de fazer alguma coisa na
sua disciplina”.
A quarta e o quinto disseram que “ cria desmotivação, preguiça nas leituras, falta de
contribuição, fala mal si, ti odeia e passa a não gostar de vez”.
A sexta e o oitavo disseram que “o aluno perda da forca e vontade de leitura e contribuição nas
aulas”.

Observando nessa tabela, prima nos uma premissa de que todos aqueles que fazem algo
precisam de uma recompensa para equacionar o esforço. Um aluno que se dedica precisa de uma
ajuda, independentemente da sua situação pedagógica, desde que se esforce, pois tem alguns
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alunos que não conseguem ter notas nas avaliações escritas mas conseguem na oral, e os outros é
o inverso.

Um processo avaliativo que presa pela construção do saber via tentativa, erro e acerto,
considerando cada um como parte integrante da aprendizagem tona-se um processo democrático
e dialógico, voltado cada vez mais para o aluno e menos para burocracia (Romão, 2011).

A sexta questão fazia especulação teórica com objectivo de identificar as metodologias


usadas para avaliar os alunos.

C2. Metodologias usadas na avaliação

Tabela 7: Metodologias usadas na avaliação

O primeiro e segundo responderam que “as metodologias usadas para avaliar são as seguintes:
avaliação escrita, chamada por valor e avaliação parcial”.
O terceiro disse que usa “questões discursivas/abertas porque com perguntas abertas exijo aos
alunos decidir a matéria dada”.

A quarta, o quinto, a sexta e o oitavo responderam que as metodologias usadas para avaliar são:
“Avaliação de cadernos, seminários e avaliações escritas”.

Para que a avaliação seja vista como elemento coesivo entre a prática de ensino e o
processo de aprendizagem, Romão (2011) esclarece que com inúmeros instrumentos como, por
exemplo, trabalhos em grupo ou individual, testes, provas, memoriais, portfólio, questionários,
relatórios, quiz, seminários, entre outros, porém nenhum dos instrumentos citados acima devem
ser usados apenas na perspectiva de atribuição de notas como requisito para aprovação ou
reprovação do alunado, pois deve-se considerar a autoavaliação do estudante e do próprio
professor como parte integrante do processo.
A sétima questão pretendia saber o tipo de avaliação mais benéfica para alcançar os
objectivos no PEA.

C3. Avaliação mais benéfica


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Tabela 8: Avaliação mais benéfica

O primeiro, segundo, a sétima e oitavo responderam da seguinte maneira: “avaliação mais


benéfica no meu ponto de vista é formativa e sumativa”.
Terceiro disse que “avaliação muito benéfica no meu ponto de vista é a diagnostica porque ela
revela o tipo de aluno que o docente vai lhe dar para melhor traçar os objectivos de cada aula”.
A quarta e o quinto responderam da seguinte maneira: “avaliação muito benéfica no meu ponto
de vista é sumativa uma vez permite globalizar os resultados”.
A sexta disse que “avaliação mais benéfica no meu ponto de vista não existe, todos são
importantes dependendo dos objectivos”.

Observa-se nessa tabela, que os professores na sua maioria usam mais a avaliação
sumativa para alcançar os seus objectivos, pois nos seus discursos, afirmaram e deram mais
privilegia e importância da avaliação formativa e sumativa.

A oitava pergunta pretendia saber si avaliação sumativa são alcançados os objectivos em


relação à qualidade da aprendizagem?

Tabela 9: Avaliação sumativa e os objectivos da aprendizagem

O primeiro segundo quinto e a sexta responderam que “Em relação a qualidade de


aprendizagem avaliação sumativa não determina a qualidade de aprendizagem
totalmente mas contribui mais pois ela trabalha mais para operacionalizar os objectivos
específicos usando os trabalhos individuais e outras”.
O terceiro a quarta e o oitavo responderam “sim embora não em 100% mas em 70 a 80 %”.
A sétima respondeu que “na verdade isso depende cada um e dos objectivos traçados pois isso
reflecte aquilo que cada um acha que é necessário fazer”.

Na verdade, os nossos entrevistados não deram mais ênfase a avaliação sumativa como
determinante da qualidade de aprendizagem. Na melhoria de qualidade do ensino e aprendizagem
a avaliação sumativa é muito preponderante pois através dela permite a selecção de alunos com
dificuldades de aprendizagem e dai seleccionar os melhores métodos que contextualizam o aluno
de modo a melhorar a aprendizagem.

Discussão e considerações
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Este artigo tinha como objectivo analisar as percepções dos professores em relação a
avaliação pedagógica na Escola Secundária de Luanda. Os resultados que tivemos monstram que
o uso exclusivo de uma das modalidades da avaliação em alguns docentes é para alcançar os seus
objectivos, pois nos seus discursos, afirmaram e deram mais privilegia e importância da avaliação
formativa e sumativa. E com isso emergem as implicações como a desmotivação, preguiça nas
leituras e falta de interesse nas aulas na parte dos seus alunos. Os professores dessa escola, usam
diversas metodologias e formas para avaliar os seus alunos como no caso de avaliação de
cadernos, seminários, trabalhos em grupo e individuais. Também os professores têm os
conhecimentos sobre a valiação, seus tipos, suas vantagens e desvantagens.

Mas porque alguns professores valorizam mais a avaliação sumativa? Esta pergunta foi
respondida por Freitas, Costa e Miranda (2014), ao afirmarem que a prova é usada como meio de
intimidação, instauraçào de medo, controle social, punitivo e disciplinador. Todas essas ideias
foram validadas durante as actividades de entrevista aos professores e de revisão das literaturas.

Segundo Libâneo (1994); Freitas, Costa e Miranda (2014), a prática da avaliação utilizada
nas escolas, em sua maioria, está reduzida a uma função de controlo mensurado num resultado
quantitativo obtido por meio de provas.

Freitas, Costa e Miranda (2014) consideram que o processo de avaliação pode fornecer
uma contribuição significativa à prática diagnóstica, formativa e sumativa no processo de ensino
e aprendizagem. Para tanto, é urgente que a avaliação passe a assumir o caráter transformador e
não de mera constatação e classificação de alunos nas escolas. Antes de tudo deve-se valorizar a
promoção da aprendizagem e o desenvolvimento de todos os alunos.

Ao analisar as condições da educação no momento actual percebemos que ainda


precisamos enfrentar um longo caminho a ser percorrido para que as mudanças possam ocorrer
efetivamente no processo de avaliação da aprendizagem. Os obstáculos persistem em decorrência
da tradição avaliativa há muito tempo já existente, são representações, valores, concepções que
estão enraizadas e funcionam como elemento de resistência à construção de novas práticas.

Ainda Freitas, Costa e Miranda (2014) Afirmam que as novas concepções de


aprendizagem sugerem proposições na busca de novos conhecimentos. Desta forma a visão do
avaliador deve ir além da observação, mas também deve intervir na situação de forma a
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contribuir como o desenvolvimento do educando. A avaliação entre outros contribui para que
professor e aluno reflictam sobre os objectivos alcançados, enfatizando medidas a serem
adoptadas para a superação das dificuldades.

A avaliação como processo não se limita a aplicação de prova todo dia, mas sim
um acompanhamento contínuo do professor em relação ao rendimento, desenvolvimento e
apropriação do conhecimento do aluno, em uma ação conjunta no qual se mostram e
contribuem para o progresso na aprendizagem (Libâneo, 1994, p. 195).

Esta pesquisa deve servir mutuamente, na resolução ou minimização desse problema


sugerindo o seguinte: os professores olhem a avaliação como um instrumento de transformação
do indivíduo e que durante suas actvidades avaliativas, apliquem todos os tipos de avaliação para
encontrar um quadro triangular existente entre elas e que valorizem os esforços dos alunos.
Espera se com esta pesquisa, dispertar atenção dos professores e minimizar com a problemática,
na aplicação da avaliação pedagógica no quandro da relação triangular existente entre elas.

Referência Bibliográfica

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ASA.
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teoria e prática – um estudo de caso. 1998. 182 f. (Dissertação de Mestrado) – Instituto de
Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá.

Fernandes, D. (2008). Avaliação das Aprendizagens: Desafios às Teorias, Práticas e Políticas.


Lisboa: Texto Editores.
Ferreira, C. A. (2007). A Avaliação no Quotidiano da Sala de Aula. Porto: Porto Editora.

Freitas, S. L., Costa, M. G. N. & Miranda, F. A. (2014). Avaliação Educacional: formas de uso
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Libâneo (1994). José Carlos. Didáctica. São Paulo: Cortez Editora.

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Romão, J. E. (2011). Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e proposta. 12ª ed. São
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Silva. M. J. P. & Souza, N. A. (2006). Portfólio: limites e possibilidades em uma avaliação


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Souza, S. F. O. B. (2017). A progressão continuada e suas Implicações na avaliação da


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