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ACAO PENAL – NP1 + NP2

Direito Penal visa:

 Impor limites ao Estado no exercício do direito de punir – “ius puniendi”;


 Proteção do Bem Jurídico.

O processo/procedimento nada mais é do que uma “Receita de bolo”, ou seja, regras que
asseguram uma relação jurídica equilibrada.

No Brasil há doutrinadores que dizem que o processo penal é pautado no Sistema Misto,
subsidiariamente Juiz produz provas. Contudo, há outros que afirmam na verdade ser
Acusatório, o Juiz não faz absolutamente nada, é inerte, o juiz espera as partes concluírem
seu trabalho para sentenciar, de acordo com os elementos exposto.

O sistema processual penal no Brasil é pautado por: DAR ciência as partes; contraditar + regra
de ouro – Imparcialidade.

Inquérito Policial

Busca indícios de autoria e prova da materialidade (existência do ilícito/ prova técnica) do fato
típico; antijurídico e culpável – Crime.

Características do Inquérito Policial:

1) Inquisitivo – não tem contraditório nem a ampla defesa. Há uma exceção nos casos
em que no inquérito busca se produzir provas irrepetíveis (esclarecer o fato);
2) Princípio da Dispensabilidade – não é obrigatório, poderá haver o processo com
outros documentos/meios que demonstre indícios de um crime;
3) Princípio da Indisponibilidade – uma vez instaurado, somente o juiz pode arquivar, o
promotor não arquiva, ele também é parte no processo;
4) Princípio da oficialidade – seu presidente deve ser agente do Estado, de regra geral o
Delegado de Polícia, mas nem sempre;
5) Forma Escrita;
6) Sigilo – regra geral do Estado Democrático de Direito – Publicidade! Só deverá haver
sigilo, nos casos em que há violação na intimidade e privacidade do individuo.

Prazos Inquérito Policial

Quando se trata de réu preso será de 10 dias sem prorrogação;

Quando se tratar de réu solto será de 30 dias com prorrogações indefinidas, ou seja, quantas
o delegado achar necessárias desde que solicitadas previamente ao juiz.

Indiciamento do Inquérito

É o ato pelo qual a autoridade administrativa – Delegado – reconhece formalmente que a


autoria recai sobre determinada pessoa, logo é um ato privativo do delegado de Policia, Juiz e
Promotor não poderá interferir, solicitar que haja indiciamento de alguém.
Atos que compõem o indiciamento:

1- Identificação do Agente – Art. 5º, LVIII;


2- Interrogatório – Art. 5º, LXIII – direito de permanecer em silêncio;
3- Pregressamento – ato importante contudo não muito utilizado, saber quem é o
individuo no ponto de visto social; profissional; familiar... de modo a se fazer uma
melhor leitura dos motivos do ato ilícito possivelmente praticado.

Relatório

Delegado encerra o inquérito policial com o Relatório, faz toda uma síntese do que se foi
averiguado/levantado no inquérito o que se foi investigado, não faz juízo de valor, e remete
para o Juiz. E só aí que o Juiz remete para o Ministério Público, essa é a ordem correta.

Contudo, na justiça Federal o inquérito é remetido direto para o Ministério Público.

Maneira de se iniciar o Inquérito Policial:

1- De ofício – quando a ação é pública incondicionada, via portaria, nos casos de “Notitia
Criminis” o famoso B.O.;
2- Requisição do Juiz ou Promotor;
3- Requerimento da vítima ou do ofendido;
4- Auto de prisão em flagrante (custódia de 24 horas);
5- Representação do ofendido – Ação Penal Pública Condicionada.

Ações Penais

Não existe processo sem a ação penal, é o código penal que determina qual o rito que a ação
penal seguirá, dependendo do caso concreto.

Ação Penal Pública

Pública Incondicional – regra geral – movida pelo ministério público por meio da denuncia.

É regida por alguns princípios, sendo:

 Princípio Titularidade da Ação – Ministério Público por este motivo que se


constata que o processo penal no direito brasileiro é Acusatório, e não misto.
 Princípio Obrigatoriedade/Legalidade – É obrigada a existir, caso houver
alguma denuncia, mas, caso o Ministério Público ache que não deva, deverá
solicitar ao Juiz que arquive;

Há apenas duas exceções em que o promotor poderá não propor a ação, sendo: Crimes cujo a
pena não exceda a 2 anos – JECRIM – Juizados Especiais; Ou ainda no caso de Delação
Premiada – Justiça negociada, no caso de crimes que envolvam organizações criminosas.

 Princípio da Oficialidade – Instrumento manejado pelo Estado, ou seja, é o


Estado quem move a ação via função do Ministério Público – Promotores;
 Princípio da Intranscendência - a ação penal só poderá ser movida contra o
sujeito ativo da ação, não cairá sobre seus sucessores;
 Princípio da Indisponibilidade – não poderá desistir, ou seja, proposta a ação
penal ou interposto recurso, o Ministério Público não pode desistir.
Poderá/deverá pedir absolvição do réu, nos casos que não houver indícios de
culpabilidade do réu, nunca desistir. Não vinculará a decisão do Juiz.

O Ministério público não é poder (Executivo; Legislativo; Judiciário), mas sim exerce uma
função necessária para o poder judiciário, da mesma forma que o Advogado por exemplo.

Ministério Público:

 Titularidade da Ação Penal Pública;


 Guardião das Leis / Fiscal da Lei/legalidade;
 Tem o poder dever de mover a ação, princípio – obrigatoriedade.

Denuncia

A Denuncia é o instrumento para manejar a Ação Penal Pública, é a peça formal/técnica que
leva o Estado ao crime, possuem requisitos equiparada a petição inicial, poderá ser inepta.

O Promotor é quem fará a denuncia de forma clara; objetiva e completa, é por meio desta
que levará os fatos ao conhecimento do Juiz, e serão sobre esses fatos que o acusado deverá
se defender, caso não seja levado em consideração algum fato ilícito, nem precisará se
defender, haja vista deverá ser completa. Requisitos importantes:

1- Exposição do fato criminoso e todas as suas circunstâncias , e crimes mais suas


derivações (qualificadores e aumento de pena);
2- Identificação do Acusado – Nome e características físicas e pessoais que o
identifiquem precisamente, preocupação homônimo;
3- Classificação Jurídica do fato – disposição legal no Código Penal, imprescindível uma
vez que será por meio dessa classificação que será determinado o rito processual ao
qual o processo estará sujeito, bem como a competência. Importante que não
vinculará o juiz, o que vincula o juiz são os fatos;
4- Rol de Testemunhas – até mesmo para proporcionar ao ofensor a possibilidade de
contraditar as testemunhas;
5- Prazo da Denuncia – se o réu estiver prezo 5 dias, passando deverá soltar. Se o réu
estiver solto 15 dias.
 Pública Condicional – via representação do ofendido ou requisição do ministro da
Justiça;
 Privada – Estado delega ao particular a titularidade da ação penal.

Ação Penal Concorrente

Quando há a possibilidade de ser instaurada tanto ação penal pública – via representação do
Ministro de Justiça (crimes contra a honra do Presidente da República), ou via ação penal
privada – crimes contra a honra de funcionários públicos.

Ação Penal Privada - Art. 383 e 384, CPP


De forma excepcional o Estado delega ao particular o direito da titularidade da ação penal,
obedecendo algumas regras, contudo somente o Estado terá o poder de Punir.

Só será delegado esse poder para um grupo restrito de crimes que de regra geral são pelo fato
da vítima ter o direito de querer deixar que os fatos sejam esquecidos ou então levar os fatos
a publicidade por meio do processo. Como envolvem muitas vezes a intimidade da vítima, seja
física ou moral, muitas vezes optam por não levarem a publicidade estes fatos - processo.

Atualmente basicamente os crimes contra Honra que são permitidos via Ação Penal Privada.

Mesmo com a titularidade da ação penal privada, a pessoa deverá seguir algumas regras, tais:

 Processo não pode ser usado como instrumento de vingança ou barganha;


 Legitimidade a vítima, se a vítima menor, o representando legal: Cônjuge;
Ascendente; Descendente ou Irmão (CADI);
 Se a vítima maior poderá ser representada – declaração poderes especiais;

DETALHES REPRESENTAÇÃO

São realizadas via representação ou exercidas pela própria pessoa (vítima). Quando
representada deverá ser via poderes especiais, haja vista na sua ausência o representado não
estará falando em nome da vítima, problema de denunciação caluniosa.

Realizado por declaração escrita via boletim de ocorrência, por exemplo, ou oral pra o
delegado de policia; autoridade policial; promotor; juiz, etc.

Prazo – deverá ocorrer no prazo de 6 meses contados da data do conhecimento da autoria


do fato, sob pena de preclusão.

Depois de oferecida a denuncia poderá retratar-se até o oferecimento da denuncia.

 Bem como os princípios:


 Oportunidade/Discricionalidade – a vítima que decidi iniciar o processo;
 Disponibilidade – poderá desistir nas hipóteses de perdão e perempção;
 Intranscendência – Pena não passa da pessoa do condenado (idem pública);
 Indisponibilidade – se comunica muito com o princípio da Disponibilidade,
processo não é divisível, ou seja, se perdoa 1 querelado deverá se perdoar
todos, idem para a renuncia.
 Juiz abrirá vistas nas Queixas Crimes para o Ministério Público para manifestar
alguma irregularidade e solicitar ao juiz algum aditamento, se for o caso. Isso ocorre
sempre, uma vez que o MP é o fiscal da legalidade.

Renuncia – mesma regra do perdão, só que não precisará da aceitação das partes.

Perdão – ato bilateral, as duas partes precisam acordar. Caso haja mais de um polo passivo –
querelado, ambos serão perdoados. Caso o querelante não conceda o perdão para todos os
querelados, o juiz o dará.

Perempção – não poderá acontecer situações:


 Querelante não promover o andamento do processo no prazo de 30 dias;
 Morrer o querelante e nenhum sucessor assumir a titularidade da ação;
 Querelante não comparece ato judicial;
 Querelante pessoa jurídica extinta sem deixar sucessor .

Da mesma forma que na denuncia, a queixa crime deve seguir os requisitos:

Elaborada de forma clara; objetiva e completa, por meio desta que levará os fatos ao
conhecimento do Juiz, e serão sobre esses fatos que o juiz irá analisar a queixa crime e o
acusado deverá se defender.

Ação Penal Privada Personalista

Também existe a delegação da titularidade da ação penal, mas somente a Vítima poderá
propor, haja vista a essência da tipificação penal – crime. Não passará para os sucessores nem
procuradores.

                Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

              Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe
impedimento que não seja casamento anterior:

Ação Penal Privada Subsidiária

Ocorre que o Ministério Público, Titular da Ação Penal, fica inerte, ou seja, não adota uma das
três medidas que pode tomar mediante um Inquérito Policial relatado:

 Propor o arquivamento;
 Denunciar; ou
 Requerer diligências.

Para isso o Ministério Público tem um prazo que varia em regra de 5 dias para réu preso a 15
dias para réu solto. Não se manifestando (ficando inerte) nesse prazo, abre-se a possibilidade
para que o ofendido, seu representante legal ou seus sucessores, ingressem com a ação
penal privada subsidiária da pública. Isso tem previsão constitucional:

Art. 5º, CF – LIX:

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

Então, o MP não fazendo, o particular contratando um Advogado poderá subsidiariamente


propor a ação penal pública, no prazo de 6 meses (mesma regra ação penal privada). Passando
esse prazo, óbvio que não preclui haja visto a ação é pública.

SEGUNDO BIMESTRE

Ação Civil EX Delito - Art. 63 a 65, CPP

Na maioria das vezes quando a conduta é ilícita penalmente (crime = fato típico + antijurídico
+culpável), também será ilícita no âmbito civil.
A sentença penal condenatória penal é considerada um título executivo judicial, ou seja, o juiz
civil não tem mais o que decidir, a não ser quantificar a indenização.

Diante disto, o Juiz Civil depende do Juiz penal.

Ainda, poderá o Juiz Penal arbitrar o valor da indenização (Art. 387 – CPP), neste caso nem
terá processo civil de conhecimento para quantificar a indenização, caberá apenas ação de
execução – no âmbito civil.

Nesse sentido é nítido que a sentença condenatória penal repercuti na ação civil, já o
contrário, ação penal absolutória não repercutirá na ação civil, com apenas 2 exceções (Art.
386 - CCP):

 Excludente de Ilicitude – não havendo punição (culpa) não haverá indenização civil;
 Fato inexistente – se não houve o fato, não o que se falar de indenização civil.

Competência Ação Penal

As regras de competências do Direito Penal são importantes para assegurar a Imparcialidade,


no Brasil não há tribunais de exceção – fundado na Garantia do Juízo Natural.

Não é o Juiz que escolhe o processo, mas sim o processo que escolho o juiz.

Jurisdição = dizer o direito; Competência = da a medida correta da jurisdição.

Todo juiz tem jurisdição, mas não é todo juiz que tem competência.

Desta forma, a jurisdição tem característica positiva (só o juiz tem), já a competência tem
característica negativa (limita a atuação de cada órgão da jurisdição).

Deverão seguir as seguintes regras:

1- Sujeito (regra de natureza absoluta) – quem é o réu? O que o réu faz? Não no tocante
a sua pessoa física, mas sim no tocante a sua função que exerce no ambiente de
trabalho. Serão julgados em um tribunal colegiado e não no tribunal comum, por isto é
importante constatar se o mesmo possui ou não a prerrogativa de foro.

OBS* Se houver conexão (motivo de uma reunião de processos) de delito que envolve crime
praticado por pessoa sem prerrogativa de função com pessoa que possui, ambos serão
julgados pelo tribunal respectivo, ou seja, se houver ao menos 1 sujeito com prerrogativa de
função se estenderá a todos os demais.

OBS* O início da prerrogativa se dará na pose do cargo ou promulgação do mandato.

OBS* CF – Art. 5º, I – crime doloso contra a vida 1º Instancia – tribunal do Júri.

Exemplo: Algumas profissões possuem “foro privilegiado”:

 Julgado pelo STF – Supremo Tribunal Federal: Senadores; Deputados Federais;


Ministros de Estados; Procurador geral da república; Advogado geral da união;
 Julgado pelo TJ - Tribunal de Justiça: Juízes; Promotores; Prefeitos; Delegado
de Polícia; Secretários Estaduais;
 Julgado pelo STJ – Superior Tribunal de Justiça: Governadores.

Também existem outros privilégios na Constituição Federam bem como na Constituição


Estadual, de cada Estado.

2- Razão da Matéria (regra de natureza absoluta) – espécie da jurisdição: Justiça


Especial (Eleitoral ou Militar) ou Comum (Estadual ou Federal):
I. Justiça Especial:
A) Justiça Eleitoral (Art. 118 a 121 CF/88) – competência conforme Código
Eleitoral. Decisão STF – havendo crime eleitoral + crime civil juiz competente
será o juiz eleitoral;
B) Justiça Militar (Art. 122 a 124 CF/88) – são: Exército; Marinha e Aeronáutica;

OBS* Os crimes que não são contra a vida, praticados no exercício da função serão julgados
nos tribunais especiais. Já os crimes contra a vida: competência comum + Estadual.

II. Justiça Comum (Art. 125 e 126 CF/88);


A) Federal – regra geral – Art. 109 CF/88, sendo 11 hipóteses taxativas de
competência exclusiva da Justiça Federal;
B) Estadual – residual – o “resto” todo será de competência Estadual, ou seja,
todas as matérias que não conste no Art.109, CF. Divisão Justiça Estadual:
 Violência Doméstica;
 Juizados Especiais;
 Juri;
 Varas criminais;
 Juizado do torcedor.

3- Foro ou territorial (comarca – Justiça Estadual; seção judiciária – Justiça Federal);


A) “Olhar para o crime” – 1º regra Art. 70º -CPP – em qual local o crime se consumou.
OBS* cada crime terá seu momento de consumação. Exemplos: crime de dano será no
momento em que se causar o dano; crime forma será no momento da conduta;
B) Não sendo possível a identificação, considera-se o domicílio do réu.

OBS* Sempre que tiver mais de 1 juiz competente, nos casos dos crimes por exemplo, o juiz
competente será aquele que primeiro tomou ciência/conhecimento da infração penal,
denominado como Juiz Prevento.

OBS 2*Nas ações de natureza privada, poderá optar pelo foro o domicílio do réu (B); em
detrimento ao local em que o crime se consumou (A).

4- Juízo – provento Art. 83 - CPP


Havendo mais de uma vara na comarca/seção judiciária definirá o juiz responsável pelo
processo aquele que primeiro tomou conhecimento da infração penal, denominado como
Juiz Prevento. Hipóteses em que se torna prevento: quando decreta a prisão preventiva;
busca e apreensão; prisão em flagrante, etc.

Quanto não houver prevenção, se dará por meio da Distribuição – Art.75, CPP:

Conexão e Continência (Art. 76 a 82, CPC):

Ambas têm por objetivo evitar julgamentos divergentes, garantindo assim segurança jurídica;

Modificam as regras ordinárias de competências, amplia a competência do juiz, em


determinados casos.

Art. 79 – visa a unidade de processo e julgamento diante de um único juiz, Art. 78 visão global
dos fatos – motivação.

Poderá ocorrer até a sentença, uma vez proferida já não se dará.

PROVA – Hipóteses de cabimento da Conexão:

Art.  76.    A competência será determinada pela conexão:

I  -  se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas
reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas
contra as outras;

Decorrem do sujeito (s) - pessoas.

II  -  se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para
conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;

Decorrem dos elos objetivos.

III  -  quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de
outra infração.

Conexão probatória – prova de uma influência na da outra.

Prejudicialidade Homogênea – tudo que é demonstrado em um processo, deve ser levado a


outro, em face de causar um prejuízo na decisão do juiz.

Continência

Não pressupõem pluralidade de infração penal, diferente da conexão que são mais de uma
infração penal simultaneamente. Dar-se-á:

I- Continência cumulação subjetiva;


II- Continência cumulação objetiva.
Art.  77.    A competência será determinada pela continência quando:

I  -  duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;

II  -  no caso de infração cometida nas condições previstas nos  arts. 51, §  1o,  53, segunda parte, e  54 do
Código Penal.

Processo Acusatório

O processo acusatório é um processo de partes, com papéis da defesa e da acusação e um juiz


imparcial, sem interesse outro que não a solução da questão, apenas e tão somente, interesse
no fim do conflito. O processo acusatório deve possuir um juiz inerte, equidistante, não
impedido ou suspeito.

O juiz é o sujeito processual imparcial e as partes são os sujeitos processuais parciais,


representados pela acusação, que é o Ministério Público ou o querelante, e pela defesa ou
acusado, que é o réu ou o querelado.

Sujeitos processuais:

a) sujeitos parciais

Sujeitos principais, que compõem a relação jurídico-processual (juiz e partes), sem os quais
não é possível nem mesmo a ideia do processo, e:

b) sujeitos imparciais

Juízo - o juiz, ou, mais precisamente, o órgão julgador, já que nos tribunais o julgamento
poderá ser conduzido por um colegiado, é o sujeito processual imparcial, que terá como
função precípua a condução do processo e o julgamento do pedido de tutela jurisdicional que
lhe é dirigido pelo autor da demanda.

Características do juiz na prestação da jurisdição: 1- Investidura; 2- Capacidade técnica e


mental; 3- Imparcialidade dentro do sistema acusatório; 4-juiz natural - regras de competência
para provar que tenha tribunais de execuções.

Impedimento: natureza objetiva - art 252 cpp - causas de impedimento - rol taxativo - Art. 448;

Suspeição: subjetiva – Art. 254 CPP- rol exemplificativo.

c) sujeitos acessórios e secundários:

 Assistente
 Auxiliar de justiça
 Terceiro interveniente

Sujeitos secundários (ou acessórios), que intervêm no processo e, embora não sejam, em
essência, “sujeitos processuais”, por carecerem do poder de iniciativa e de decisão, são
sujeitos de determinados atos processuais indispensáveis ao desenvolvimento da relação
processual. Como exemplos os auxiliares da justiça (escrivão, escrevente, distribuidor,
contador, oficial de justiça, etc), o assistente de acusação, e os terceiros, que podem ser de
duas ordens:

Terceiros interessados

* São o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros (art. 36 CPP);

* Também as pessoas enumeradas no art. 31 CPP (em razão do art. 36 CPP);

* O fiador do réu, em virtude do que se contém nos arts. 341 e 343 CPP;

* Terceiro de boa-fé em poder de quem a res foi apreendida.

Terceiros desinteressados

* Testemunhas.

Obs: Os peritos, tradutores e intérpretes tanto podem ser considerados auxiliares do juízo
como terceiros desinteressados;

PARTES NO PROCESSO PENAL

Temos por parte formal a posição processual de determinada pessoa em determinado


processo, com abstração do conteúdo de suas manifestações e, por parte material àquelas
pessoas que atuam com parcialidade, ou seja, que defendem a aplicação do direito
unicamente enquanto favorável à relação jurídica material levada ao processo.

Em outras palavras, como bem anotou Eugênio Pacelli de Oliveira em sua obra "Curso de
Processo Penal": "a parte é material quando há coincidência entre a sua manifestação (de
direito material) na causa e sua posição no processo (requerimento de condenação por quem
é autor); é parte formal quando independe de tal coincidência, como ocorre, por exemplo,
quando o Ministério Público, mesmo autor da ação, requer a absolvição do acusado (art. 385,
CPP)".

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