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Análises Rico
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Rico Premium
Setembro
CARTEIRA RICO
PREMIUM
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Carteira do mês Setembro 2019
Recentemente, Donald Trump tem usado seu twitter para disparar rajadas de 140 caracteres
contra o Fed e a China. Suas mensagens têm tido o poder de derrubar e erguer os mercados
instantaneamente. Entre nós: o que Trump mais quer é se reeleger em 2020 e sabe que para
isso ele precisa conseguir duas coisas i) manter as bolsas em patamares elevados, já que elas são
uma boa medida de riqueza do povo (diferente do Brasil, quase toda a população americana
investe em ações), e ii) vencer a guerra comercial com a China até 2020. O “Fed” se torna alvo
pois Trump sabe que ter os juros mais baixos pode ajudá-lo demais no primeiro objetivo.
A verdade é que o mercado sempre sairá ávido em busca de notícias. Está na essência do próprio
ser humano sair em busca de explicações para tudo o que acontece ao seu redor. Por isso
levamos este lema diariamente em nos Ricos Matinais: nosso principal desafio hoje como
analista de investimentos é separar “sinais” de “ruídos”.
Se você não é um dos 13 fieis leitores do Rico Matinal, explicaremos aqui a ideia de sinais e
ruídos. Sinais estão ligados a eventos que têm potencial de mudar o mundo ao nosso redor, mas
que por isso demoram mais para acontecer (e não estarão na capa dos jornais todos os dias nos
lembrando que isso um dia se tornará verdade). Já os ruídos são todas aquelas
notícias/eventos/rumores que, embora não tenham esse poder transformador, conseguem fazer
muito barulho no curto prazo e confundir os investidores mais frágeis, fazendo-os “esquecer”
dos sinais ou simplesmente perder a esperança neles.
O mercado sempre será um questionador de tudo que está acontecendo: o mundo entrará em
recessão? Os juros cairão mais? Se cair, resolverá o problema ou criará um novo? E se não cair, é
pra fugirmos para as montanhas? EUA e China farão as pazes ou trocarão mais acusações? E a
Argentina, vai impactar o Brasil? E o que está acontecendo com a Amazônia? No final do dia,
todas esses ruídos não serão respondidos e, é por isso que preferimos nos apegar aos sinais.
Parece até que esquecemos que a tão importante Reforma da Previdência foi aprovada na
Câmara e deve passar no Senado em breve e que a nossa taxa de juros está no menor patamar
da história e pode cair ainda mais ou, pelo menos, ficar um longo período de tempo sem subir.
Tem um trecho bem legal da entrevista dada ao Valor Econômico pelo economista-chefe da
Verde Asset, Daniel Leichsenring, que remete bem essa ideia:
“A reforma trabalhista é excepcional para as empresas. Houve o teto de gastos, a adoção da TLP [que
substituiu a TJLP e vai eliminar em cinco anos o subsídio nos empréstimos do BNDES], mesmo
readequações no setor de petróleo, os bancos públicos voltando aos seus nichos originais. E há o efeito
potencial do fato de o governo ter conseguido controlar gasto público, agora complementado com a
reforma da Previdência. O principal efeito é que o controle do gasto público permite que o Brasil tenha
uma taxa de juros civilizada, por um período prolongado. A combinação de reforma da Previdência com o
teto de gastos impõe uma limitação do crescimento das despesas públicas por um bom número de anos.
Essa taxa de juros baixa, junto com uma nova mentalidade de que é o setor privado que gera crescimento,
não os desígnios dos iluminados de Brasília, vai gerar a uma melhor alocação de capital, em projetos que
têm maior retorno e, portanto, maior capacidade de gerar produtividade, lucro, enfim, mais renda.”
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Carteira do mês Setembro 2019
Não temos bola de cristal, nem temos como garantir se o Ibovespa vai ou não subir ao longo dos
próximos meses. O que carregamos conosco é a tese de que muitas empresas brasileiras listadas
em bolsa, que tiveram que se tornar extremamente eficientes nesta década para sobreviver a
longos e difíceis anos, passarão por um ciclo muito positivo provocado pela retomada da
economia e pela inédita era dos juros baixos. Tão simples quanto isso.
O gráfico abaixo é o Ibovespa em dólares, enviado para nós pelo gestor Pedro Chermont, da
Leblon Equities (neste episódio do Stock Pickers ele nos deu uma aula sobre ciclos da bolsa).
Podemos ver que ao longo do tempo passamos por alguns ciclos (geralmente ciclos políticos) no
qual o Ibovespa se multiplicou por até 30x. Passamos por um longo período de queda de 2010
até início de 2016 e agora, estamos no início de um ciclo de alta que pode ser longo mas que
durante sua trajetória deverá passar por muitas tempestades.
O importante é nos apegarmos ao sinal: país está fazendo a lição de casa e tem diante de si um
governo com viés liberal nunca antes visto em sua história. Para melhorar, a inflação está
controlada, o juros deve seguir baixo durante algum tempo e as empresas estão muito mais
eficientes.
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Carteira do mês Setembro 2019
Para o Copom, a expectativa está dividida entre cortes de 25 ou 50 pontos-base (a maioria ainda
espera 50 pontos de queda, o que levaria a Selic para 5,5% a.a), refletindo a inflação baixa e a
demora da nossa economia em engrenar. A dúvida é se a permanência do dólar na faixa de R$
4,10/4,20 não pode atrapalhar este ciclo de queda da Selic para o longo prazo. A monitorar.
Para o Fomc, é quase consenso que espera-se corte de 25 pontos, o que levaria a taxa para a
faixa entre 1,75% e 2,0% ao ano, mas a grande expectativa está em qual será a sinalização do
Fed sobre as próximas reuniões. A lembrar: 31 de julho (última reunião do Fed) tivemos um
corte de juros mas uma sinalização de que era uma queda pontual, não um início de ciclo de
cortes; a reação do mercado (e do Donald Trump) foi bastante enérgica.
Evento sem data mais esperado: A Guerra Comercial entre EUA e China continuará sendo o
principal driver para os mercados neste mês. Entrou em vigor nesta virada de mês as tarifas
adicionais anunciadas por ambos países e nesta terça-feira os mercados reagem negativamente
à demora para um novo encontro entre os líderes de cada país – a Bloomberg reportou que
ainda não houve confirmação de uma rodada de negociações presenciais. Para deixar o clima
ainda mais tenso, a Huawei acusou os EUA de assediarem trabalhadores e atacarem seus
sistemas.
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Carteira do mês Setembro 2019
Dessa forma, em 2019 a Carteira Rico Premium soma ganhos de 20,03% contra 15,07% do Ibovespa. Desde
sua criação da carteira (janeiro/2016), a rentabilidade supera o Ibovespa em 59,88 pontos percentuais -
sendo 189,86% Carteira Rico vs 129,97% IBOV.
Para setembro, adicionamos Equatorial (EQTL3), Alpargatas (ALPA4) e JBS (JBSS3). Retiramos: Sabesp
(SBSP3), IRB (IRBR3), Vale (VALE3). Aumentamos: CVC Brasil (CVCB3), Magazine Luiza (MGLU3) e Azul
(AZUL4).
Ca i xa - 0,2% - - -
As aç ões têm ajuste natural na participação dentro da carteira por conta da osc ilação dos preç os destas aç ões ao longo do período
275,00%
Rentabilidade da Carteira (%)
225,00%
175,00%
125,00%
75,00%
25,00%
-25,00%
Carteira Ibov
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Carteira do mês Setembro 2019
Entradas
EQTL3: A Equatorial é conhecida como a Ambev do setor elétrico. Por ser uma das
melhores operadoras do segmento de distribuição de energia do Brasil, ganhou destaque
adquirindo distribuidoras praticamente falidas e transformando-as em empresas
rentáveis. Tem adicionado ao seu portfólio companhias do segmento de transmissão, a
qual entendemos como uma estratégia positiva, já que o segmento oferece a investidores
previsibilidade na geração de caixa e fluxo de dividendos devido à sua estrutura de receita
fixa, reajustada anualmente com índices de inflação.
JBSS3: Nossa escolha por JBS se dá pelo bom momento que o setor vem passando com
expectativa de aumento de preço das proteínas tendo em vista os efeitos da peste suína
africana. A JBS é o nosso nome preferido dentre os frigoríficos e embora as ações tenham
subido 151% em 2019, acreditamos que os menores riscos de governança somados a
possível listagem de ações nos EUA e entrega de fortes resultados podem continuar
impulsionando as ações.
ALPA4: Desde a venda para a família Moreira Salles pela J&F em 2017, a Alpargatas vem
passando por uma série de mudanças importantes em sua estratégia comercial, a começar
pela mudança de gestão após a chegada dos novos sócios (Itaúsa, BW e Cambuhy
Investimentos). Ela, que é dona de marcas fortes como Havaianas, Osklen e Mizuno, se
desfez de ativos que não eram considerados rentáveis e tem iniciado um processo de
digitalização e expansão global que tem tudo para serem transformacionais para a
empresa.
Saídas
VALE3: Diante do acirramento das tensões comerciais entre China e EUA, entendemos
que o preço do minério de ferro, principal produto exportado pela Vale, pode continuar
recuando ou mesmo “andando de lado” nos próximos meses. Ainda que o papel esteja
“barato”, preferimos retirar a empresa da carteira por entender que a relação risco x
retorno já foi mais atrativa e pela guerra comercial entre China e EUA sinalizar um risco
adicional para o minério de ferro.
IRBR3: Acreditamos que com a forte alta das ações em agosto, o Valuation da empresa já
não se encontra tão atrativo. Em nosso serviço exclusivo para assinantes, sugerimos
compra de IRBR3 após as vendas das ações pelo Banco do Brasil e BNDES terem levado os
preços das ações para R$ 90,00. Agora que o papel bateu R$ 105 e diante de outras
oportunidades no mercado, estamos menos otimistas e optamos por retirá-la da carteira.
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Carteira do mês Setembro 2019
PETR4: i) empresa tem passado por uma 'mini-privatização' e tem se tornado mais
enxuta e eficiente, ii) tem apresentado uma redução significativa em seu
endividamento, iii) a possível venda de suas refinarias e abertura do mercado de gás
natural já dita pelo Paulo Guedes pode destravar enorme valor para as ações. Diante
disso e supondo um petróleo em US$ 60 acreditamos que os lucros devem avançar.
Como preço das ações acompanha o lucro por ação, acreditamos em uma tendência
positiva para os papéis da estatal.
GGBR4: Empresa que possui uma diversificação importante de receitas com forte
geração de caixa (uma bela qualidade dentro do complicado setor siderúrgico) e possuir
projetos tecnológicos que embutem um potencial interessante para longo prazo. Aliado
a isso, ação que caiu 10% desde o pico em maio quando a ação atingiu R$ 15,37.
AZUL4: O setor aéreo é bem correlacionado com o ambiente econômico. Olhando para
frente vemos um país com mais chances de dar certo do que errado, diante de uma taxa
de juros em nível historicamente baixo, inflação controlada e estabilidade do câmbio. A
aprovação da reforma da previdência, aliada a esses três fatores podem colocar o Brasil
em uma rota de crescimento, tendo o setor aéreo um papel de destaque. Dentro do
setor, observamos um ambiente racional de oferta e demanda, uma vez que a saída da
Avianca potencialmente resultará em um crescimento mais forte que o previsto nas
receitas do 2T19 e nos próximos trimestres. Vemos potencial de valorização para as
ações, baseado i) no potencial de margens, ii) crescimento de participação no setor, iii)
melhora no cenário macroeconômico e maior estabilidade do câmbio.
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MGLU3: O setor de e-commerce foi um dos poucos que cresceu vigorosamente nos
últimos trimestres e a Magalu conseguiu crescer muito mais do que o resto do setor. Isso
foi fruto de um investimento de longo prazo com foco em tecnologia e melhoria de
experiência do usuário. Por isso que, mesmo depois da forte valorização recente ainda nos
sentimos confortáveis em mantê-la em carteira (ou aumentar a participação) quando
identificamos uma oportunidade. As ações serão desdobradas na proporção de 1 para 8 a
partir do dia 6 de agosto.
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Sobre
A Carteira Rico Premium
Analistas responsáveis:
Thiago Salomão, CNPI-P EM 1399
Matheus Soares, CNPI EM 1969
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Informações
importantes
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sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente
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conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Instrução CVM nº 598/18 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação
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