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Resumo
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É Formada em Direito pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Especialista em Formação Pedagógica do
Professor Universitário pela PUCPR. É aluna regular do Programa de Mestrado em Ciências Humanas da
Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) na linha de pesquisa denominada Cultura e Insituições. É Professora do
Centro de Socioeducação São Francisco em Piraquara – PR.
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É formada em Direito pela Universidade Federal do Paraná. É pós-graduada em Gestão Escolar: Coordenação
Pedagógica pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão (IBPEX). É aluna regular do programa de
Mestrado em Ciências Humanas da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) na linha de Pesquisa denominada
Cultura e Instituições. É Professora do Instituto Federal do Paraná, atuando em cursos técnicos regulares
integrados, cursos técnico regulares subseqüentes e também cursos superiores.
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Introdução
Há que se mencionar também que já nos primeiros artigos de tal diploma legal resta
clara a configuração do estado Brasileiro como sendo um Estado que adota a República como
forma de governo, a Federação como forma de Estado, e como sistema de governo o
presidencialismo e dota como fundamentos de sua organização os seguintes princípios: a
soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa e o pluralismo político. Todo o poder exercício então no âmbito da República
Federativa do Brasil tem povo como titular que pode exercê-lo de forma direta ou por
intermédio de representantes.
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pela Declaração Universal dos Direitos do Humanos promulgada pela Organização das
Nações Unidas (ONU).
Quanto as características inerentes aos direitos fundamentais José Afonso da Silva
elenca as seguintes: historicidade (sua construção e concretização ocorreu a partir de fatos
históricos), inalienabilidade (não podem ser comercializados), imprescritibilidade (o decurso
do tempo não obsta o seu exercício), irrenunciabilidade (o seu titular não pode deles abrir
mão), pessoalidade (não se transmitem entre gerações por herança), relatividade (não são
absolutos, diante do caso concreto pode-se relativizar a aplicação de outro direito
fundamental), concorrência (em uma mesma situação poderão ser aplicados mais de um
direito fundamental ao mesmo tempo), universalidade (devem ser declarados por todos os
estados e para todos os indivíduos), irretroabilidade (uma vez concedidos pelo Estado, não
poderão, em qualquer hipótese, retirados do ordenamento jurídico). (SILVA, 2003, p. 180-
182).
No Brasil, os direitos fundamentais estão dispostos no Título II de nossa Carta Magna,
distribuídos em cinco capítulos, a saber: capítulo I - versa sobre direitos e deveres individuais
e coletivos; capítulo II – trata dos direitos sociais; Capítulo III - estabelece regras sobre a
nacionalidade; capítulo IV - dispõe sobre direitos políticos e capítulo V que dedica especial
atenção aos partidos políticos.
O direito à educação, enquanto direito fundamental que é, encontra-se inserido no
capítulo II, art. 6º nos seguintes termos:
Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 dedicou Seção I (arts. 205 – 214) do
capítulo III, do Título VIII, a configuração do direito a educação e estabeleceu as premissas
básicas para efetivação eficaz deste. O que, para, José Afonso da Silva demonstra a concepção
de educação tutelada pelo legislador, entendida a educação como “[...] processo de
reconstrução da experiência é um atributo da pessoa humana, e, por isso, tem que ser comum
a todos. [...] direito de todos e dever do Estado.” (SILVA, 2003, P. 812)
Assim, no próximo tópico pretende-se este entendimento sobre a educação como
direito de todos e como dever do estado e da família.
Porém inegável é papel do estado neste contexto, responsável, em grande escala por
possibilitar o acesso a todos os cidadãos, tanto que Marcos Vinícius Bittencourt é categórico
ao afirmar que “O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo, sendo o
não oferecimento do mesmo pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, acarretar
responsabilidade da autoridade competente.” (BITTENCOURT, 2007, p. 271).
É com base então na concepção de educação aqui colocada, que, o legislador
estabelece os princípios e preceitos afetos à educação e ao ensino, a configuração das
universidades e também as políticas de desenvolvimento educacional a serem engendradas
pelo poder público.
A Ação Socioeducativa
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O artigo 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente define criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade.
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Dessa forma Bauman descreve como excluídos aqueles que possuem poder de compra
reduzido, ou pior, não consomem, algo que na modernidade líquida é inconcebível. Da
mesma forma, para Castel (2006, p.63):
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Para Pinheiro, 1997, a combinação de uma falta de controle democrático sobre as classes dominantes e a
negação dos direitos para os mais pobres reforça as diferenças sociais hierárquicas, fazendo com que os direitos
e o império da lei sejam pouco mais que uma cortina de fumaça para uma terrível dominação. Para a maioria de
pobres e destituídos, o poder intocável continua a ser a face mais visível do Estado.
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O Brasil, de acordo com Pinheiro, 1997, a exemplo de outros paises latino americanos, é uma sociedade que se
baseia na exclusão, uma democracia sem cidadania.
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Aqueles que possuem como “cultura” a cultura erudita veiculada pela escola
dispõem de um sistema de categorias de percepção, de linguagem, de pensamento e
de apreciação, que os distingue daqueles que só tiveram acesso à aprendizagem
veiculada pelas obrigações de um oficio ou que lhes foi transmitida pelos contatos
sociais com seus semelhantes (Bourdieu, 2005, p.221).
Considerações Finais
como por exemplo: apoio socioeducativo em meio aberto, abrigo, apoio sociofamiliar e
demais programas previstos no ECA.
Por fim cabe aqui destacar-se que, o direito à educação carece neste momento de
maior efetivação. Conforme se percebe da análise aqui realizada, regras, princípios e nortes
normativos estão presentes de forma cabal em nossa Lei Maior, cabendo aos gestores
políticos encamparem ações específicas e concretas objetivando o atendimento educacional de
qualidade acessível a todos os cidadãos brasileiros.
REFERÊNCIAS
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 6. ed. São Paulo: Perspectiva,
2005.
BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Calude. Les héritiers. Paris: Les éditions de minuit,
1985.
BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal 8.069, de 13/07/90. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2010.
COSTA, Antonio Carlos da. Aventura pedagógica: caminhos e descaminhos de uma ação
educativa. Belo Horizonte: Modus Faciendi, 2004.
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Conteúdo jurídico do princípio da igualdade. 3 ed.
São Paulo: Malheiros, 2000.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 21.ed. São Paulo:
Malheiros, 2003.
YOUF, Dominique. Juger et éduquer les mineurs déliquants. Paris: Dunod, 2009.