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Quarta-feira, 31 Outubro 2007, por Filipe Pacheco
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Mas se todos reconhecem que a publicidade indoor começa a ser cada vez mais
relevante, o que leva as empresas do sector a referirem a tendência para o crescimento
do mercado, a verdade é que a não existência de valores auditados não permite ter a real
noção do peso que este sector tem vindo a ocupar no mercado publicitário.Quanto a isto,
o managing partner da Wow diz estar convencido que "o comportamento do mercado
português deve-se sobretudo ao domínio dos meios tradicionais: televisão, rádio,
imprensa e cinema onde, neste momento, já podemos acrescentar a internet. Até porque,
como sublinha, "estamos a falar de quase 100% ou, pelo menos, quase 90% do bugdet,
que vai para estes suportes tradicionais. E salienta: "A preocupação é avaliar onde as
marcas investem. Por isso, e apesar do ponto de venda já ter o seu valor, não tem ainda
uma entidade específica a avaliar os valores aí investidos. A isso deve-se o facto do
volume de investimento ainda não ser significativo". Já Nuno Ponte vem acrescentar
que, pelo menos para a InStore Media, não é pertinente estar a enviar informação
enquanto as entidades responsáveis não criarem um segmento específico para analisar
os volumes investidos nesta área. Eu penso que as entidades que medem o investimento
de publicidade em geral - a Media Monitor -, ainda não têm um segmento só para
publicidade indoor. Talvez por isso algumas empresas não enviam essa informação". E
avança com uma explicação: "É diferente estar a comparar publicidade outdoor com
publicidade indoor. A nossa opinião é que deve existir uma separação ao nível da
medição. Além de que, os valores apresentado pelas empresas de publicidade indoor
estão bastante inflacionados e isso, do nosso ponto de vista, acaba por distorcer a
realidade." Instada a pronunciar-se sobre este questão, Cláudia Ferreira limita-se a
referir que a "Médiaperformances já abordou por diversas vezes esse assunto junto de
quem regularmente audita os investimentos publicitários, no sentido de criar uma
categoria específica de meio indoor retirando da categoria outdoor/exterior todo o
investimento que o ponto de venda já representa".
Eficácia
Se a publicidade indoor começa ser olhada de forma cada vez mais relevante pelos
investidores, o segmento de new media encontra-se ainda numa fase embrionária em
termos de crescimento. Trata-se, afinal, de um segmento que ainda é recente no
mercado, o que leva a que seja encarado ainda com alguma cautela por parte dos
anunciantes. A Dot One classifica 2007 como o ano da viragem, prevendo para 2008 a
consolidação definitiva do incremento da sua actividade.Quando aborda a evolução do
mercado, António Galvão Lucas demonstra uma convicção inabalável no sucesso das
novas tecnologias. Porém, esse não é um cenário que se coloque de imediato, até
porque, como o próprio reconhece, "a maioria das marcas está mais habituada a
comunicar nos suportes tradicionais. Isto porque, em termos de experiência e de
vivência, os próprios clientes estão habituados a conviver com esses suportes. Daí a
maior tendência de investimento nesses meios. Assim, é natural que se esperem
melhores resultados em termos de efectividade das campanhas nesses meios",
concretiza. Por seu turno, outro dos players a operar no mercado de publicidade indoor -
a InStore Media - assume uma posição mais cautelosa. Nesse sentido, tem vindo a
desenvolver projectos-piloto em Espanha, com o objectivo de testar a eficácia da
televisão digital como suporte publicitário. Para já, assegura Nuno Ponte, as conclusões
são claras e óbvias: "Se tivermos em consideração a relação entre os custos e a sua
visibilidade, facilmente concluímos que este meio ainda não provou nada em termos de
eficácia. É um meio de que toda a gente gosta, que toda a gente quer, mas que depois
não é pago pelo anunciante", concretiza. E adianta que já várias empresas fizeram
investimentos avultados em hardware, software, e na gestão de conteúdos, para mais
tarde chegarem à conclusão que os consumidores não perdem tempo a olhar para os
conteúdos lá colocados. "A dona de casa que vai às compras, não o faz para ter
conselhos. Por outro lado, os anunciantes acabam por ter um espaço e uma exposição
reduzida", refere, apontando-lhe logo a seguir duas grandes limitações: "A falta de
relação dos conteúdos às necessidades das pessoas e a disposição dos próprios plasmas".
De resto, a abordagem às campanhas nem sempre é a mais correcta. E explica: "Se
estivermos a falar de um cabaz de compras, não faz qualquer sentido anunciá-lo na
saída de caixa. Por outro lado, não há nenhum motivo para estar a anunciar pilhas e
pastilhas no corredor central, porque quando as pessoas lá chegarem já se esqueceram
destes produtos". Galvão Lucas diz mais: "Se é certo que as novas gerações viverão
num mundo multimédia, com imagens holográficas e tridimensionais, a verdade é que
tudo o que é new media precisa de algum tempo para amadurecer e entrar na mente das
pessoas." Ainda recentemente, e com o propósito de sensibilizar os anunciantes e as
agências de publicidade para as soluções disponibilizadas pela tecnologia a 3D, a
Screenvision levou a cabo, nos cinemas Vasco da Gama, uma apresentação que veio
mostrar ao mercado como é que, desde as bilheteiras até a entrada da sala, as novas
tecnologias podem influenciar as decisões dos consumidores e melhorar apresentação
das marcas. "Quando bem explorados, os ecrãs e os tapetes virtuais oferecem
alternativas criativas muito válidas aos anunciantes", referiu na altura Catarina Bastos,
directora-geral da empresa que comercializa espaços publicitários em várias salas de
cinema espalhadas por todo o país. A mesma visão é partilhada por António Galvão
Lucas, que sublinha ainda o facto destes suportes serem, em muitas ocasiões, mal
explorados por parte dos anunciantes. "Tem de haver uma evolução na forma como o
mercado olha para os suportes digitais. Há que pensar neste tipo de comunicação como
sendo segmentada e com regras muito específicas", enuncia, e esclarece que não "é a
mesma coisa comunicar num canal indoor do que num canal de televisão. As vivências
e as experiências são completamente diferentes". Nessa medida, prossegue, as marcas
têm de olhar com maior atenção para estes canais, de modo a prepararem os conteúdos
publicitários à sua medida. E deixa a recomendação: "As regras de exposição são
diferentes, porque o tempo de exposição é menor e a distância para o ecrã é maior, o
que aconselha que as mensagens sejam mais curtas, as fontes sejam maiores e que exista
uma grande interactividade" Ou seja, um "call to action" com o cliente e não a
transposição de spots publicitários para estas plataformas. "Um erro estratégico",
classifica, que ainda assim começa a ocorrer com menor frequência. Prova disso é "as
agências de publicidade começarem a olhar com atenção para a potencialidade dos new
media", diz. A grande vantagem, garante, é que "quando o cliente está a decidir a sua
compra, podemos estar a comunicar com ele de forma inovadora e, é isso, que do meu
ponto de vista terá de ser explorado, conclui.