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Resumo de Radiologia II --- PARTE 1

Anomalias de Desenvolvimento Dento-Maxilares por: Érico Furtado

- O crescimento e desenvolvimento depende, dentre outros fatores, da produção do hormônio GH (growth hormone), que é produzido na
hipófise.
- O crescimento e desenvolvimento consiste na adição organizada de novo tecido desde a fase intrauterina até a idade adulta.

Fatores Etiológicos
- Os Fatores Etiológicos para as anomalias podem ser:
1) de origem Genética (ou herdados ou mutagênicos);
2) de origem Congênita
3) de origem Ambiental
4) de origem Infecciosa; ex: rubéola, escarlatina, influenza A...
5) originada de Lesões Físicas; ex: radiação, pressão...
6) de origem Nutricional;
7) de origem Respiratória; ex: hipóxia, excesso de dióxido de Carbono, CO, etc.
8) originada do uso de Agentes Teratogênicos; ex: álcool, cortisona...
9) originada do uso de Drogas ou outras Substâncias Químicas; ex: imipramina (que é um antidepressivo), metronidazol (anti-amebíaco),
talidomida (anti-hanseníaco);

Complicações relacionadas ao Crescimento:


A) Nanismo
- A hipófise é uma glândula localizada na base do encéfalo. Essa glândula pode ser dividida em duas regiões distintas: a adeno-hipófise e a
neuro-hipófise.
A adeno-hipófise é responsável pela produção de diversos hormônios, dentre eles o hormônio do crescimento (GH) , também chamado de
somatotrofina. A somatotrofina atua principalmente sobre o crescimento.
Em situações em que ocorre a deficiência da somatotrofina na infância e adolescência, percebe-se uma acentuada diminuição na velocidade
do crescimento. Neste caso o indivíduo desenvolve uma anomalia denominada nanismo hipofisário. Pessoas com esta anomalia atingem
alturas máximas de aproximadamente 1,50 metros, bem inferiores às médias da população.

B) Gigantismo
- O gigantismo é um transtorno que ocorre quando a hipófise passa a produzir excessivamente o hormônio do crescimento (GH). É um quadro
de crescimento desordenado, principalmente nos braços e nas pernas, sendo acompanhado de crescimento correspondente na estatura.

- Pode surgir ainda na infância, antes da finalização do processo de calcificação, ou durante a puberdade, quando falhas genéticas impedem a
calcificação normal desta fase. Em ambos os casos, ocorre uma superprodução do hormônio do crescimento, ocorrendo assim, o quadro de
gigantismo.

C) Acromegalia
- A acromegalia é um transtorno relacionado ao gigantismo, que ocorre devido à produção excessiva do hormônio de crescimento já na fase
adulta (fase na qual as cartilagens de crescimento já se encontram fechadas). Neste caso, ocorre crescimento exagerado nas mãos, pés e
queixo.
- Assim como o Gigantismo, pode estar relacionado à Síndrome de McCune-Albright;
- Pode gerar complicações secundárias, tais como: macrodontia verdadeira generalizada, neuropatias periféricas, osteoporose, doenças
pulmonares e morte precoce.

Anomalias de Desenvolvimento dos Maxilares


Exostoses
- São protuberâncias ósseas localizadas que se originam da cortical óssea;
- São assintomáticos;
- Consistem em massa densa de osso cortical lamelar com pequena quantidade de medula fibroadiposa;

Toro Palatino
- O toro palatino é uma exostose comum que ocorre na linha média do palato duro. Normalmente são pequenos com no máximo 2 cm de
diâmetro, e com o passar dos anos pode aumentando de volume. A característica clínica do toro palatino é de uma massa dura de osso na
linha média do palato duro.
- Em geral não é dolorido apesar de que em alguns casos pode ulcerar devido a algum trauma.
- Mais frequente em asiáticos. Proporção homem mulher = 2:1. Prevalência na população é de 20 a 35%;
- Etiologia mista: herança genética + fatores ambientais + outros;
- Diagnóstico é clínico (inchaço no palato duro, comumente em forma de “lojas”) e radiográfico (massa radiopaca);

Toro Mandibular
- O toro mandibular se forma ao longo da superfície lingual da mandíbula sobre a linha miloióidea na região dos pré-molares. Pode ocorrer em
ambos os lados em 90% dos casos. Eles podem aparecer em radiografias periapicais e nas radiografias oclusais são facilmente visualizados
(áreas radiopacas).
- Indolor
- Cirurgia é plástica e cosmética;
- Prevalência de 7 a 10%. Maior predileção em homens jovens adultos. Mais em etnia asiática.

Fissuras Orofaciais
- Pode ser um defeito de fusão do processo nasal mediano com o processo maxilar, resultando numa fissura labial (FL); a maioria cos casos de
FL são unilaterais de lado esquerdo. Mais frequente em mulheres. Cirurgia é feita em 3 meses.
- Ou pode ser um defeito nas prateleiras palatinas, resultando numa fissura palatina (FP); 1 em cada 2500 nascidos vivos. Cirurgias mais
extensas.
- Não raro há acometimento duplo, ou seja fissuras lábio-palatinas (FLP); prevalente em homens, e etnia branca.

- Para as FP e FLP, em radiografias vê-se área radiopaca no palato, potenciais dentes inclusos perto da falha, e solução de continuidade no
palato.

- Possíveis causas: suprimento vascular deficiente, infecções, hereditariedade, distúrbio mecânico da língua, substâncias circulantes tóxicas,
ausência de força inerente de desenvolvimento.

- Problemas associados: aparência clínica, dificuldade de alimentação, fonação, má-oclusão, problemas dentários.

- Tratamento é multidisciplinar, envolve cirurgia, pediatria, psicologia, ortodontia, etc. Quanto mais precoce o tratamento, melhor.

Distúrbios do desenvolvimento maxilar


- Micrognatia;
- Macrognatia;
- Hiper/hipotrofia hemifacial;

- Etiologia: desequilíbrios hormonais, anomalias cromossômicas, alteração localizada do desenvolvimento intra-uterino, anomalias linfáticas,
anomalias vasculares, anomalias neurogênicas.

- Tratamento: Cirurgias, cirurgias plásticas, neurologista, pediatra, fonoaudiologia, bucomaxilofacial, odontopediatria, ortodontia, prótese,
patologia, aconselhamento genético.
- Hipoplasia hemifacial: proporção mulheres-homens = 2:1, nota-se na puberdade.

--- Síndromes associadas com defeitos da face:


- Trissomia do 13: polidactilia, cardiopatia, anomalias do SNC.
- Trissomia do 18: cardiopatia.
- Sequência Pierre-Robin: micrognatia, fissura palatal mole em forma de ‘U’.
- Síndrome Treacher-Collins: hipoplasia do osso zigomático e mandibular, malformações auriculares.
- Displasia Facial-Auricular: hipoplasia facial assimétrica, pregas de pele periauricular, hemivertebra, defeitos cardíacos.
- Stickler: face plana, micrognatia, hipotonia, miopia, escoliose, autossômica dominante.

Anomalias de Desenvolvimento de Estruturas Bucais


- Podem afetar dentes decíduos e permanentes. Podem envolver alterações de tamanho, forma e número, da cronologia de irrupção ou a
estrutura dentária.

- A anomalia dependerá: de qual fase da formação dentária houve algum tipo de erro/problema.

- Problemas na iniciação: fusão, geminação, anodontia, supranumerários, decíduos prematuros.


- Problemas na histodiferenciação: odontodisplasia, amelogênese imperfeita, dentinogênese imperfeita.
- Problemas na morfodiferenciação: micro e macrodontia, dentes conóides, dentes de Hutchinson.
- Problemas na aposição: hipoplasia do esmalte.
- Problemas na irrupção: retardo da irrupção, inclusão.

- Essas anomalias acima podem ser fatores etiológicos para: diastemas, giroversão, mordida cruzada, apinhamento, problemas periodontais,
problemas estéticos e funcionais, cistos e tumores.

Microdontia:
- A microdontia generalizada verdadeira está correlacionada com o nanismo;
- Também há caso generalizado relativo;
- Há casos isolados;
- Clinicamente: dentes menores em tamanho;

Macrodontia:
- A macrodontia generalizada verdadeira está associada com o gigantismo;
- Também há caso generalizado relativo;
- Há casos isolados;
- Clinicamente: dentes costumam ser maiores e bem mais largos do que o usual;

Geminação:
- Quando o germe dental se divide durante o período de evolução, dando origem a uma coroa dupla;
- Radiograficamente, normalmente haverá uma descontinuidade da borda oclusal/incisal do dente;

Fusão:
- Dois dentes (distintos) são unidos pela dentina e esmalte, sendo que as polpas podem ou não estar unidas.
- Incidência é de 0,5%;
- A diferença de fusão e de germinação: se dois dentes unidos forem contados como 1 , na fusão haverá uma redução do número total de
dentes da arcada, mas na germinação a contagem é normal.

Concrescência:
- União de dois dentes pelo cemento radicular, fazendo com que o dente tenha 2 coroas e 1 raíz.

Dens-in-dente:
- Alteração de desenvolvimento dos dentes originada pela invaginação na superfície da coroa de um dente antes de
ter ocorrido sua calcificação.
- Patogenia: proliferação ativa de uma área localizada do epitélio odontológico em direção à papila dentária.
- Incisivos superiores são os mais acometidos.

Ausência congênita do 3º molar:


- 9 a 20% dos indivíduos; mais frequente em homens;
- Etiologia: hereditário;
- Tendência evolutiva da espécia;
- Associado a Síndrome (displasia ectodérmica);
Anomalias radiculares

Dilaceração
- Curvatura proeminente da coroa ou raíz dental, provavelmente o trauma durante a odontogênese seja o fator
etiológico mais acentuado para sua ocorrência.

Taurodontismo
- Coroa dentária longa, câmara pulpar grande e raízes pequenas.
- Há casos isolados ou associados à amelogênese imperfeita;

Pérolas no esmalte:
- Pequena massa focal excessiva de esmalte na superfície de um dente, junto à bi ou trifurcação de raízes.
- Grupos de ameloblastos deslocados.

Anomalias do Nº de dentes

Dentes supranumerários:
- Existência de um elemento dental a mais que o normal, podendo ele se assemelhar ou não a um grupo dental;
- Problemas: impacção dos dentes permanentes, desvio do germe do permanente, apinhamento, má-oclusão, reabsorção da raíz do
permanente, lesões císticas, odontomas e fístulas;
- Incidência: 3%. Duas vezes mais frequente em homens.
- Tratamento: remoção cirúrgica do dente permanente, correção ortodôntica, manutenção do supranumerário com acompanhamento
frequente.

Displasias e síndromes com consequências dentais


Displasia Ectodérmica Hipohidrótica:
- Padrão hereditário ligado ao cromossomo X;
- Hipoplasia do terço médio da face;
- Falha no desenvolvimento de 2 ou mais estruturas derivadas do ectoderma: glândulas sudoríparas, salivares, cabelos e pelos.
- Oligodontia ou hipodontia associados, dentes afilados e conóides;
- 1 caso a cada ~50.000

Displasia cleidocraniana:
- Ausência dos ossos claviculares;
- Há consequências odontológicas: supranumerários, impacção e desordens da cronologia de irrupção.

Síndrome de Gardner:
- Dentes não-irrompidos, supranumerários, odontomas compostos, cístis dentígeros, hipercementoses, prognatismo mandibular, palato
estreito e arqueado.

Anomalias de Desenvolvimento das estruturas dentais


Dentes de Turner:
- É um tipo de diminuição de esmalte em dentes permanentes, acometendo dentes individuais, na maioria das vezes o canino permamente.
- Etiologia: traumatismo e infecção local;

Dentes de Hutchinson:
- Hipoplasia devido à sífilis congênita;
- Incisivos de Hutchinson: dentes em forma de chave de fenda;
- Molares em amora: massa aglomerada em glóbulos;
- Molares de fournier;

Hipoplasia de esmalte:
- Tipos:
Hipoplásico: formação deficiente na matriz;
Hipocalcificado: hipomineralização;
Hipomaturação: cristais do esmalte imaturos;

Amelogênese imperfeita:
- Amelogênese imperfeita é uma alteração dentária de caráter hereditário que afeta o esmalte. Ela pode afetar de um a todos os dentes das
dentições decíduas e permanentes.
- Tem caráter genético, consequentemente não é possível a realização de um tratamento preventivo nesses pacientes, logo, a terapia é
voltada para a reabilitação estética e funcional.

Dentinogênese imperfeita:
- Raízes curtas e cônicas, obliteração precoce total ou parcial das câmaras pulpares e dos canais radiculares;
- 1 caso a cada 8000 nascidos vivos.

Displasia dentinária:
- Dentes sem raízes (autossômica dominante);
- Formação de dentina atípica com morfologia pulpar anormal; raízes cônicas, rombas, curtas e/ou malformadas;
- Displasia dentinária radicular: 1 a cada 100.000 nascidos vivos. Mobilidade ou exfoliação prematuras, ou raízes ausentes.
- Displasia dentinária coronária: coroas bulbosas, constrição cervical, translucidez coronária, raízes delgadas, obliteração pulpar precoce e
nódulos pulpares.

Odontodisplasia:
- Dentes fantasmas, odontogênese imperfeita, etiologia desconhecida.
- Mutação somática, vírus latente no epitélio odontogênico que, subsequentemente, torna-se ativo durante o desenvolvimento do dente
opalescente e translúcido.

Anomalias de Irrupção

Irrupção retardada:
- Fatores sistêmicos: raquitismo, cretinismo, displasia cleidocraniana.
- Fatores locais: fibromatose gengival;

- O não-irrompimento dental pode ser consequência da ausência de espaço, dentes volumosos, obstáculo causado pelo dente vizinho,
supranumerários e tumores.
- Complicações: desvios de dentes, manifestações neurológicas, manifestaç~ies tumorais, manifestações infecciosas.
- Classificação de Winter: usado para classificar dentes não-irrompidos. Mesioangular, distoangular, vertical, horizontal, transverso.

- Etiologia da impacção dos 3ºos molares: multifatorial! Sendo uma junção da fatores genéticos, falta de espaço, retardo de crescimento,
direção de irrupção, influência da linha oblíqua.

Lesões Ósseas e Fribroósseas

1) Lesão Central de Células Gigantes (L.C.C.G.):


- É uma lesão proliferativa benigna;
- Há destruição de corticais;
- Dentes sofrem deslocamento (mas não há reabsorção);
- É potencialmente doloroso, causa alto nível de sangramento (pois a lesão é vascularizada) e pode causar parestesias;
- Acomete crianças e jovens;
- Geralmente é de curso lento;
- Alta recidiva;

- Predileção: área posterior da mandíbula;


- Pode ser uma área radiolúcida multi ou uni-locular. Radiolucência multilocular geralmente ocorre em áreas mais posteriores, enquanto que
radiolucência unilocular ocorre mais anteriormente
- Se usar técnica ‘Cone Beam ‘, os tais multilocos ficarão mais observáveis. Em técnica de Raios X, uma lesão que é multilocular pode ser
erroneamente vista como unilocular.

2) Querubismo:
- Desordem genética hereditária;
- Expansão assintomática;
- É bilateral sempre;
- Pode acometer mandíbula e/ou maxila, mas há predileção pelo ângulo da mandíbula;
- Afeta o olhar do indivíduo, que passa a ficar olhando mais para cima do que o normal. Isso se dá porque o assoalho da órbita é empurrado
pelos inchaços do seio maxilar, levando a um desvio do globo ocular em si.
- Diagnóstico já é possível aos 7 anos de idade, mas sinais não são presentes ao nascimento;

- Classificação em graus:
GRAU 1 = ambos os ramos ascendentes
GRAU 2 = ambos os ramos ascendentes, e uma tuberosidade;
GRAU 3 = envolvimento da maxila e mandíbula, exceto os côndilos;
GRAU 4 = envolvimento da maxila e mandíbula + assoalho da órbita afetado;

- Cura-se sozinho depois da puberdade ou juventude, mexer no paciente será pior pois pode gerar fraturas.
- Radiograficamente, vê-se áreas radiolúcidas multiloculadas; em outras palavras, altos “favor de mel” espalhados de forma generalizada pelos
ossos da região crânio-facial, somado a irregularidade da posição e da presença dos dentes;
- Dentes podem deslocar-se ou impactar-se nas lojas;
- Há expansão das corticais e distorção alveolar;

3) Doença de Paget:
- Osteíte deformante: processo inflamatório que gera alterações ósseas;
- Geralmente assintomático;
- Etiopatogenia desconhecida;
- Início tardio (35 ~ 50 anos);
- Diagnóstico é através de exames laboratoriais, arqueamento e cintilografia;
- Aspectos radiográficos: em fase inicial, há áreas radiolúcidas mal-delimitadas com focos radiopacos; em fases tardias, há regiões que ficam
muito radiopacas (brancas ao Raio x).

4) Lesões Fibroósseas:
- Processo que ocorre substituição do osso normal por tecido fibroso;
- Mexer na lesão comumente gera osteomielite;

Displasias Fibrosas:
- Anomalia do tecido mesenquimal, inviabilizando a produção de osso lamelar maduro;
- É autolimitante;
- Acomete 1ªs e 2ªs décadas de vida;
- Crescimento da lesão é lenta e contínua;
- Pode ser monostótica (afeta um único osso) ou poliostótica (afeta diversos ossos, tanto da crânio-face quanto osso longos); mas nunca
transita entre uma fase e outra.

- Na fase monostótica:
Aumento de volume assintomático;
Deslocamento dentário;
Não tem reabsorção dental;
Pode causar assimetria e invadir seios maxilares;
Há 3 “momentos”: áreas ficam radiolúcidas, depois, com aspecto de vidro despolido, e, por fim, áreas ficam radiopacas.

- Na fase poliostótica:
Mutação se dá em idades mais precoces;
Há deformação do osso fêmur;
Associada à Síndrome de McCune-Albright;
Há inchaço muito grande visto externamente;
Fundo de sulco desaparece;

5) Displasias Cemento-Ósseas (D.C.O.):


- Restritas aos ossos gnáticos;
- Etiopatogenia desconhecida;
- Tecido ósseo é substituído por tecido conjuntivo;

D.C.O. Periapical:
-Acomete o periápice dos dentes;
- Radiograficamente: múltiplos dentes com aspecto de cisto periapical;

D.C.O. Focal:
- Acomete o corpo da mandíbula;
- Sempre associada a dentes;
- Lembra um cisto, só que o dente vitimado continua vital;

D.C.O. Focal Florida:


- Envolve mais de 1 quadrante;
- Grupos de risco: mulheres, etnia afrodescendente, mais de 45 anos de idade;

6) Fibroma ossificante:
- É uma neoplasia benigna;
- É preciso fazer biópsia para confirmar o diagnóstico;
- Crescimento lento e assintomático;
- Há subtipo “fibroma ossificante juvenil”;
- Bem delimitado;
- Circular ou oval;
- Há 3 fases: radiolucência, radiopacidade puntiforme, radiopacidade.

Cistos dos Maxilares


- Há cistos odontogênicos e não-odontogênicos;
- Os cistos odontogênicos provêm de alguma estrutura de uma fase da odontogênese, por exemplo: Malassez, Retículo Estrelado, etc. Se
subdividem em Cistos de Desenvolvimento (como, por exemplo, o Dentígero) e Cistos Inflamatórios (como o Radicular e o Apical).
- Os cistos não-odontogênicos se subdividem em Fissurais e os de Desenvolvimento.

OBSs aleatórias:

- Pericementite Primária = ↑Lâmina dura, ↑Espaço Pericementário;


- R.O.P.D. é compatível com Abscesso;
- Abscessos agudos são “invisíveis” à radiografia, só os abscessos crônicos que ficam visíveis;
- R.O.P.C. pode indicar um granuloma clinicamente; é bem delimitado, mas sem halo;
- Raiz residual é aquela considerada “inaproveitável”, aquele que nem sequer permite o feitio de uma prótese coronária.
- R.O.P.C.C. tem que ter halo radiopaco E perda de lâmina dura;

- Diferenciando ROPC de um cisto grande sem halo: simplesmente faz-se uma endodontia e aguardar. Se curar, é porque se tratava mesmo de
um granuloma; se não curar, é porque é um cisto, será preciso fazer enucleação.

- Hipercementose = raiz “gorda” devido à alta deposição de cemento.

- Imagem radiolúcida sobreposta a outra imagem mais radiolúcida ainda, o que significa? Significa que houve perda óssea cortical na vestibular
E na palatina (ou lingual).

- 1º molar inferior é o mais acometido por cistos radiculares;

- Dente flutuante = sinal de malignidade;

Cistos odontogênicos:
1) Queratocisto
- Tem paraqueratina;
- É benigno e encapsulado;
- O problema é a recidiva;
- Crescimento do cisto não causa “inchaço” externo;
- Geralmente é caracterizado radiograficamente como radiolucência no ângulo da mandíbula; podendo ser uni ou multi-
loculado;
- Queratocisto vs Ameloblastoma: usa-se crioterapia para ambo os casos.

2) Cisto Residual
- Geralmente é quando há exodontia;
- Só leva esse nome quando não há nenhum dente associado;

3) Cisto Radicular
- Há expansão cortical;
- Bem-delimitado, halo radiopaco;
- Associada à ápice de algum dente;

4) Cisto Periodontal Lateral


- Fica entre as raízes de 2 dentes, mas tecnicamente associado a somente uma das raízes (a que tem perda de
lâmina dura, no caso).
5) Cisto Dentígero
- Pode ser confundido com queratocisto;
- Geralmente acomete a coroa de um dente (de jec à jec de um dente, há um círculo, e a coroa fica pra
dentro do halo);
- Só é considerado Cisto Dentígero se houver mais de 5mm de distância entre a borda da coroa do dente e
a parede interna do halo; caso contrário considera-se como um aumento fisiológico do espaço
pericoronário;
- Há inchaço externo (na gengiva), que tende a ficar arroxeado ou azulado.

6) Cisto de Gorlin (ou Cisto Odontogênico Calcificante)


- Imagem típica de um cisto, mas com pontos ou ilhas radiopacas (brancos) por dentro;

7) Cisto Palatino Mediano


- Fica próximo ao seio maxilar;
- Tem potencial para ficar BEM extenso;

8) Cisto Mandibular Mediano


- Muito raro;
- Vem da sutura intermandibular;

9) Cisto Nasopalatino do Canal Incisivo


- Na radiografia, tende a ficar com aspecto de coração (mas é um jogo de imagem devido à sobreposições da espinha
nasal, o cisto em si não tem formato de coração);
- Geralmente não cresce muito;

10) Cisto Paradentário


- Fica lateralmente a um dente parcialmente irrompido;
- Tende a ocorrer em 3ºos molares semi-irrompidos do ângulo da mandíbula;

11) Cisto de Erupção


- É bem fininho, e fica espremido entre a coroa do dente não-irrompido e a gengiva;

12) Cisto Nasopalatino da Papila Incisiva

Aspectos Radiográficos de Fraturas Dentomaxilofaciais

- Fratura: solução de continuidade em ossos e dentes; Melhor tratamento é a imobilização; Fraturas de mandíbula são comuns;
- Disjunção: ruptura esquelética seguindo as suturas craniofaciais;

- Luxação: ocorre em articulações, deslocamento das estruturas que compões uma articulação e que não permitem o retorno à sua posição
original; comum ocorrer em ATM.

- Causas (da frat, disj, e lux):


1) Causas predisponentes: locais ou gerais.
São aquelas que em si não causam a fratura mas contribuem para que ocorram mesmo frete a pouca força.
As locais podem ser: cistos, tumores, osteomielites;
As gerais podem ser: osteoporose, radiação, distúrbios sistêmicos.

2) Causas eficientes.
- Traumatismo acidental ou cirúrgico capaz de causar fraturas;

Classificação das Fraturas:


A) Quanto ao mecanismo:
- Direta: fratura ocorre no local do trauma (ex: pessoa bate a cara num poste e quebra o osso nasal);
- Indireta: fratura ocorre à distância do local do trauma propriamente dito (ex: pessoa cai de queixo no asfalto, mas o que quebra é a cabeça
da mandíbula);

B) Quanto à severidade:
- Simples: há fratura no osso, sem exposição do mesmo para o ambiente externo;
- Exposta: osso fratura-se e fica exposto externamente;

C) Quanto à direção do traço:


- Horizontal;
- Vertical;
- Oblíqua;

D) Quanto ao comprometimento:
-- Parcial (apenas “trinca” em um osso);
-- Completa (separação de partes de um osso). Este tipo subdivide-se em: Simples (1 osso quebra-se em 2 partes), Múltipla (1 osso quebra-se
em várias partes), ou Cominutiva (osso esfarela-se);
-- Incompleta (conhecida como “fratura em galho verde”, pois as partes que se dividiram não perdem por completo o “contato”, mas
continuam unidas por algumas fibras; comum ocorrer em crianças, cujos ossos ainda não sofreram maturação completa);

Fraturas mais comuns na face


- No osso maxilar, pois sua função é a de absorver os dissipar grandes traumas para proteger o cérebro;
- No osso alveolar, principalmente por iatrogenias odontológicas;
- Osso nasal, pois é muito delgado e fica localizado muito anteriormente na face;
- Osso Zigomático (mais especificamente, o Arco Zigomático);
- Processo coronóide, cabeça e corpo de Mandíbula;

OBS: durante a odontogênese, a mandíbula fica mais aberta a fraturas do que o normal, pois as zonas de formação do órgão dentário ocupam
espaço que normalmente haveria osso, com tecidos menos resistentes.

Classificação “Le Fort” para fraturas:


- Le Fort 1 (ou Maxilar Transversa):
Ocorre transversalmente, acima do nível dos dentes. A fratura atinge o processo alveolar, paredes do seio maxilar, palato, abertura piriforme e
parte inferior do processo pterigoide do osso esfenoide.

- Le Fort 2 (ou Piramidal):


Causa ruptura dos ossos do nariz e do processo frontal do maxilar, desce passando pela órbita, segue pela sutura zigomático-maxilar, atinge
seio maxilar, osso malar e processo pterigoide até a fossa pterigo-maxilar.

- Le Fort 3 (ou Disjunção Crânio-Facial):


Ocorre através das suturas fronto-zigomática, maxilo-frontal e naso-frontal,
atinge a órbita, etmoide e esfenoide. Resulta na separação completa do
terço médio da face e base do crânio, em alguns casos ficam suspensos
apenas pelos tecidos moles.
Exames por Imagens
- Usados para localização da fratura, estimativa do número de fragmentos, do sentido do deslocamento, da grandeza da perda de tecidos; e
permite saber se existiam processos patológicos pré-existentes;
- Possuem valor forense;
- Podem detectar hemorragias no seio maxilar;
- Preconiza-se o uso de diversas incidências radiográficas distintas;
- Usados para plano de tratamento e acompanhamento;

Técnicas:
- Radiografias convencionais ou digitais (intra ou extraorais);
- Tomografias;
- Métodos radiográficos de localização;
- Radiografias conjugadas;

Aspecto radiográfico de Corpos Estranhos no Complexo Dento-Maxilo-Mandibular


- Definição (corpo estranho):
Estruturas não-vivas que se encontram anormalmente posicionadas em relação aos tecidos que as circundam, podendo ou não trazer danos
ao organismo.

A localização destas estruturas no complexo dento-maxilo-mandibular é de fundamental importância em virtude das estruturas e funções
nobres ali sediadas.

As iatrogenias são a principal causa de presença de corpos estranhos nos pacientes. A utilização crescente de radiografias panorâmicas
aumentou o número de achados radiográficos relacionados a corpos estranhos.

- Exames por imagem:


- Nunca utilizar uma única incidência radiográfica ou corte tomográfico;
- O alto número atômico e alta densidade favorecem a observação e localização de corpos estranhos;
- Possibilita ver qual foi a resposta do organismo à presença daquele corpo;

Limitações:
- Artefatos de imagens (imagens fantasmas);
- Resíduos no cilindro e chassi porta-filme;
- Processamento radiográfico;

Técnicas a serem usadas:


- Técnicas intra e extraorais digitais ou convencionais;
- Exames imaginológicos;
- Métodos de localização;
- Radiografias combinadas;

- Classificação de Corpos Estranhos:


A) Endógenos: originários do próprio organismo;
Exemplos: fragmentos de dentes, ossos, enxertos ósseos, hemangioma cavernoso, cálculos salivares, sialólitos, flebólitos, tonsiólitos, nódulos
pulpares, antrólitos, linfonódulos, calcificações cutâneas, cisticercose...

B) Exógenos: origem externa;


- Medicinais Restauradores: próteses, implantes dentais, implantes
ósseos, biomateriais e materiais restauradores;

- Medicinais Terapêuticos: medicamentos intra-canais, aparelhos


ortodônticos, fios de sutura, pinos, placas metálicas, drenos,
materiais radioativos;

- Medicinais para Diagnóstico: contrastes líquidos ou sólidos;

- Acidentais Operatórios Intradentários e Extradentários: brocas,


instrumentos endodônticos, instrumentais, agulhas anestésicas,
agulhas de sutura, materiais de moldagem, forradores, restauradores e obturadores.

- Acidentais Extraordinários: projéteis, pregos, alfinetes, joias, grampos, clips, brinquedos (acidentalmente ingeridos por crianças), etc.

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