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Regra do Mestre

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Índice
  [esconder] 
• 1 A questão
da
anterioridade
da Regula
Magistri
• 2 Fontes
históricas
• 3 Referência
s
• 4 Bibliografi
a
• 5 Ligações
externas

A Regra do Mestre, do latim: Regula Magistri (RM), também conhecida


como Regula Sanctorum Patrum [1] é uma regra monástica de autor e título
desconhecidos, com origem provável em torno do ano de 530 d.C.[2],
provavelmente do ambiente monástico da Gália meridional[1], foi recolhida,
entre outras regras, por Bento de Aniane em seu Codex Regularum,
destacando-se por ser a mais extensa. Seu nome "Regra do Mestre" provém do
fato de que cada capítulo se inicia pela expressão Interrogatio discipulorum,
cuja resposta se inicia pela expressãoRespondit Dominus per magistrum[3] .
Além de sua importância para a história da vida monástica, ela também se
destaca pelas semelhanças que possui com a Regra de São Bento, o que
ocasionou uma discussão a fim de estabelecer se a Regra do Mestre seria uma
fonte ou uma cópia ampliada da regra beneditina. A discussão tomou forma de
polêmica, pois a hipótese vigente até ao século XX era de que a Regra de São
Bento seria original e a Regra do Mestre uma cópia aumentada.[4]
A questão da anterioridade da Regula Magistri [editar]
O estudo crítico das regras monásticas apontou, por muito tempo, a Regra de
São Bento como um texto original e a Regra do Mestre como um texto derivado
e cheio de acréscimos à forma pura da regra beneditina. O critério para se
estabelecer essa hipótese é bastante simples: se temos dois textos antigos
parecidos, o mais longo é provavelmente um comentário ou uma cópia com
acréscimos do texto original. A Regra de São Bento é mais concisa do que a
Regra do Mestre, portanto, não havia motivo para duvidar que a Regra de São
Bento fosse a fonte da Regra do Mestre. Contudo, ao preparar uma edição
crítica da regra beneditina, o monge Augustine Genestout resolveu fazer uma
comparação detalhada entre as duas regras, levantando a surpreendente
hipótese de que a Regra do Mestre seria original, tendo Bento de Núrsia se
apoiado nela para escrever sua regra, mais concisa. [5][6]. A hipótese foi
apresentada organizadamente por Adalbert de Vogué[7], enfrentando oposição
de outros estudiosos. Após anos de polêmica, há uma tendência de consenso
de que a Regra do Mestre é anterior à Regra de São Bento e considera-se que
ele a tenha consultado, transcrito e modificado, aprimorando, entre outros
aspetos, a organização da recitação dos salmos, que na Regra do Mestre é
apenas contínua, na Regra de São Bento, é em parte seleta e em parte
contínua.[8] Não se descarta, também, a hipótese de que se tratem de dois
momentos de um mesmo texto de São Bento[9].
Fontes históricas [editar]
A Regra do Mestre está documentada por meio de três fontes manuscritas
completas[10]:
• fonte P: Paris, Bibliothèque Nationale latin 12205. folio 64u-157r.[11]
• fonte A: Munique, Staatsbibl. lat. 28118. folio 141va-184vb.[12]
• fonte K: Colonia, Arch. W.F. 231. Folis 121-178.
A fonte mais antiga é a fonte P, sendo que a fonte K é uma cópia, com
correções, da fonte A.[13]. Embora incompleto, o manuscrito Parisinus latinus
12634 é relevante, por ser o mais antigo[14][6]
Referências
1. ↑ a b Dias, Geraldo J.A. Coelho. A Regra de São Bento, norma de vida monástica: sua problemática
moderna e edições em Português. Revista da Faculdade de Letras: História. Porto:III série, v.3, 2002, p.14
2. ↑ Selle, Ventura. Regla del Mestre. Barcelona: Fundació Bernat Metge, 1994. v.1, p.13
3. ↑ Selle, Ventura. op.cit. p.10
4. ↑ Blecker, Michael Paulin. Roman Law and "Consilium" in the Regula Magistri and the Rule of Saint
Benedict. Speculum: A Journal of Mediaeval Studies v.47, No. 1 (Jan., 1972), pp. 1-28.
5. ↑ Genestout, Augustin. La Règle du Maître et la Règle de S. Benoît, Revue d'Ascétique et de
Mystique 21(1940)51-112
6. ↑ a b Mohrmann, Christinne. Regula Magistri: a propos de l'edition diplomatique des mss. lat.12205 et
12634 de Paris. Vigiliae Christianae, v. 8, n. 4 (Oct., 1954), pp. 239-251
7. ↑ Vogue, Adalbert de et al. La Règle du Maître. Paris: Editions du Cerf, 1964. 3v.
8. ↑ Borobio, Dionisio(org.) A celebração na Igreja. São Paulo: Loyola, 2000.v.3.p.436
9. ↑ Dias, Geraldo J.A. Coelho. op.cit. p.24
10.↑ Selle, Ventura. op.cit. p.20
11.↑ Ms.12205. Dados disponíveis em: <http://mandragore.bnf.fr/Search?q=lat%2012205>
12.↑ Ms.28118. Dados disponíveis em <http://www.manuscripta-
mediaevalia.de/hs/katalogseiten/HSK0049_b011_jpg.htm>
13.↑ Selle, Ventura. op.cit. p.21
14.↑ Dias, Geraldo J.A. Coelho. op.cit. p.14
Bibliografia [editar]
• BLECKER, Michael Paulin. (Jan 1972). "Roman Law and "Consilium" in the Regula
Magistri and the Rule of Saint Benedict" (em inglês). Speculum: A Journal of
Mediaeval Studies 47 (1): 1-28.ISSN 0038-7134.
• DIAS, Geraldo J.A. Coelho. (2002). "A regra de São Bento, norma de vida
monástica: sua problemática moderna e edições em Português" (em
português). Revista da Faculdade de Letras: História 3: 9-48. Porto:
FLUP. ISSN 0871-164X ((III série)). Página visitada em 13.05.2012.
• MOHRMANN, Christinne. (Oct 1954). "Regula Magistri: a propos de l'edition
diplomatique des mss. lat.12205 et 12634 de Paris" (em inglês). Vigiliae
Christianae 8 (4): 239-251.
BRILL.DOI:http://dx.doi.org/10.1163/157007254X00225. ISSN 0042-6032.
Página visitada em 14.05.2012.
• GENESTOUT, Augustin. (1940). "La Règle du Maître et la Règle de S.
Benoît". Revue d'Ascétique et de Mystique (21): 51-112. ISSN 0035-
0990 (atualmente: Revue d'histoire de la spiritualité).
• JASPERT, Bernd. In: 1975. Die Regula Magistri - Regula Benedicti
Kontroverse (em alemão). 2 ed. Hildesheim: Gerstenberg. ISBN
9783806705249 (Regulae Benedicti Studia, Supplementa 3)
• KNOWLES, David. Great historical enterprises: problem in monastic history (em
inglês). London, New York: Nelson, 1964.
• SELLE, Ventura. Regla del Mestre (em catalão). Barcelona: Fundació Bernat
Metge, 1994. 3 vol. vol. 1. ISBN 9788472255821 (Escriptors cristians)
• VOGUE, Adalbert de. La Règle du Maître. Paris: Édtions du Cerf, 1964. 3 vol. ISBN
9782204037822 (Collection Sources chrétiennes - Textes latins N° 106)

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