Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EDITORIAL...............................................................................................................4
VARAL PEDAGÓGICO.............................................................................................4
ESPAÇO INOVAÇÃO
Revista Pedagógica FAZENDO HISTÓRIA...............................................................................................5
Publicação da ASSERS CONVERSANDO COM UMA PERSONALIDADE....................................................8
Associação dos Supervisores AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DO PAPEL DESENVOLVIDO PELA
de Educação do Estado do SUPERVISÃO ESCOLAR/EDUCACIONAL.................................................................. 9
Rio Grande do Sul Iara Márcia Tassinari Cabral
Nº 12 / agosto / 2014
COGNIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO MATEMÁTICO........... 19
ISSN 1807-0647
Ana Paula Ambrósio1
Direção Geral: Joelma Teresinha Gomes2
Yolanda Pereira Morel Janete Alves Vieira 3
Ma. Ivana Lima Lucchesi4
Diretoras Executivas: GÊNEROS TEXTUAIS: EM ESPECIAL A POESIA INFANTIL.................................. 22
Lúcia Elena Müller Ebling Dra. Cristiane Lumertz Klein Domingues*
Maria José Machado de Lima (DES)MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM ESCOLAR.............................................. 26
Isabel Cristina Oliveira Loureiro *
Conselho Editorial: IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO E ATENDIMENTOS AOS PORTADORES
Vanderlete Neves da Silva DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTADOS............................................................ 30
Valdemira de Freitas Carpenedo Nadiesca Pohlmann
Leci Teresinha da Costa
O DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS NA EDUCAÇÃO
Colaboradores: PROFISSIONAL..............................................................................................................35
Andrea Alves Lages Andrea Alves Lages1
Flávio Antônio Thiesen2
Angelita Vargas Brazil
José Antônio Oliveira dos Santos3
Cristiane Ferreira Abaide
Daniela Pedra Mattos A SÉTIMA ARTE A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO NA ESCOLA .................................. 37
Luciana Santos Pacheco Tatiana Tavares Leão*
Luciane Ghisleri Zachazeski PENSANDO UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA COERENTE COM AS CRIANÇAS
Maria José Machado de Lima E A ESCOLA CONTEMPORÂNEA............................................................................... 39
Orfelina Moraes Borba Ricardo Cristiane Ferreira Abaide
Yolanda Pereira Morel TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE EM CRIANÇAS
Zélia Dias Martins DA EDUCAÇÃO INFANTIL E O DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO............... 44
Ana Paula Carvalho Ambrósio*
Revisão:
Lúcia Elena Müller Ebling UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO......................... 49
Luciana Santos Machado Maria dos Anjos da Silva Trabulsi*
Maria José machado de Lima HISTÓRIAS DE VIDA............................................................................................ 52
Yolanda Pereira Morel Maria Paula Conte*
EDUCAÇÃO COM QUALIDADE................................................................................... 53
Projeto Gráfico e Editoração: Nei Alberto Pies*
marcon.brasil Comunicação Direta RETRATANDO POETAS....................................................................................... 54
(51) 3221.7878
CATALOGAÇÃO NA FONTE
Impressão: Evangraf
E77 Espaço Inovação: Revista Pedagógica / Associação dos Supervisores
Endereço para correspondência: de Educação do Estado do Rio Grande do Sul. - Ano 1, n. 1 (ago.
Av. Borges de Medeiros, 308 sala 106 – 10º and. 2004) - ano 7, n.12 (ago.2014). - Porto Alegre : ASSERS, 2014- .
v. : il.
CEP 90020020 – Bairro Centro – POA – RS
Fones/fax (51) 3228.3498 – 3286.7634 ISSN : 1807-0647
Varal Pedagógico
CURSO GESTÃO E INOVAÇÃO
EDUCACIONAL
Destinado a associados da ASSERS e aberto a não associados.
Investimento:
SÓCIOS DA ASSERS: R$ 125,00
NÃO SÓCIOS: R$ 150,00
INÍCIO: 14/agosto/14
HORÁRIO: das 8h30min às 12 (teórico-prático) e das 13h30min às 17h (workshop)
LOCAL: Sala da ASSERS
4. Direitos Autorais 5. Os trabalhos, aceitos ou não aceitos para publicação, não se-
4.1. Artigos publicados na revista pedagógica Espaço Inovação rão devolvidos aos autores (serão incinerados). Todos os anexos
Os direitos autorais dos artigos publicados pertencem à revista se encontram no site da ASSERS (www.assers.org.br), na guia
pedagógica Espaço Inovação. A reprodução total dos artigos desta publicações, artigos e pesquisas.
revista em outras publicações, ou para qualquer outra utilidade,
está condicionada à autorização escrita do(s) Editor(es). Pessoas 6. Endereço para Encaminhamento:
interessadas em reproduzir parcialmente os artigos desta revista E-mail: assersdigital@gmail.com ou assers@assers.org.br
(partes do texto que excedam a 500 palavras, tabelas e ilustrações) Fones (051) 32867634/32283498/86060286
ANEXO A
MODELO DE CARTA DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO
1) Todos os autores relacionados acima participaram do trabalho e responsabilizam-se publicamente por ele.
2) Todos os autores revisaram a forma final do trabalho e o aprova para publicação na revista Espaço Inovação.
3) O(s) autor(es) concordam em ceder os direitos autorais do artigo à revista Espaço Inovação e a reprodução total ou parcial do mesmo em outras
publicações requer a autorização por escrito da Diretoria Central, responsável pela revista.
Local/Data
Assinatura do Autor Responsável
ANEXO C
CHECKLIST – ANTES DE ENVIAR O ARTIGO
Primeira análise
( ) Carta de encaminhamento, contendo assinatura e dados de todos os autores
( ) Concessão dos direitos autorais para a revista
( ) Compromisso de respeito a todos os aspectos éticos inerentes à realização de um trabalho científico
( ) Identificação da categoria na qual o artigo se enquadra
( ) Cópia eletrônica (por e-mail ou CD-ROM)
( ) Texto em espaço 1/5
( ) Folha de rosto com: Resumo e Abstract/Resumem; Palavras-chave e Key words/Palabras Clave
( ) Referências de acordo com as normas da ABNT de 2014 de Pedro Augusto Furasté
( ) Notas e anexos (se inevitáveis)
( ) Ilustrações (em JPEG, imagens em preto e branco (modo grayscale) e/ou coloridas (modo CMYK), com resolução de 600 dpi).
Artigo Reformulado
( ) Carta de encaminhamento especificando alterações feitas e justificando aquelas não efetuadas
( ) Cópia eletrônica
RESUMO
Este estudo traz como objetivo geral investigar a importância da atuação da Supervisão Escolar/Educacional na Avalia-
ção da Educação Infantil nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIS) e Centro Municipal de Educação Básica
(CMEB), no município de Esteio/RS. Adotou-se a metodologia de pesquisa empírica e aplicada. A problemática do estudo
é de ordem qualitativa, onde se buscou compreender o papel da Supervisão Escolar/Educacional no processo avaliativo
na Educação Infantil. Sendo uma pesquisa do tipo descritiva, os instrumentos utilizados foram a observação, a entrevista
e o questionário com questões abertas, que articulados desvelaram as questões referentes a avaliação na Educação
Infantil e as contribuições da Supervisão Escolar/Educacional nessa etapa. Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram
5 (cinco) supervisoras de 4 (quatro) EMEIS e 1 (um) CMEB da cidade de Esteio/RS. Trata-se de pesquisa bibliográfica
e documental, e os dados coletados foram analisados pelo seu conteúdo, a partir do referencial teórico, na intenção de
conhecer o papel desenvolvido pela Supervisão Escolar/Educacional no processo avaliativo da Educação Infantil, no mu-
nicípio de Esteio/RS. Algumas referências que embasaram o estudo foram: (HOFFMANN, 1996/1999), (LIBÂNEO, 1991),
(LDB 9.394/1996), (LIMA & MOREL, 2013). Constatou-se que as supervisoras são mediadoras, reflexivas e colaborativas,
conhecem suas atribuições profissionais, embora desempenhem outras funções no interior da escola. Ademais, enten-
dem e reconhecem a importância de seu papel no processo avaliativo da Educação Infantil, tendo a aprendizagem, a
criança e seu desenvolvimento como objeto de trabalho.
Palavras-chave: Supervisão. Educação. Avaliação. Infantil.
INTRODUÇÃO
Considerando a Educação Infan-
til, uma das etapas mais importantes da
Educação Básica, baseada em estudos e
consenso entre educadores e especialis-
tas, que os primeiros anos de vida são
os mais importantes para o aprendizado
humano, entende-se que as chances de
uma criança que teve uma boa educação
na primeira infância, venha a ser bem su-
cedida na vida adulta, são bem maiores.
Diante disto, e entendendo que o ensino
em creches e pré-escolas deveria ser
prioridade das políticas públicas do país,
faz-se necessário que estes estabeleci-
mentos tenham, além de infraestrutura,
também, planejamento pedagógico e
profissionais adequados e competentes,
capazes de entenderem seu papel na Edu-
cação Infantil, primando para que estes
locais, não acabem funcionando apenas
como verdadeiros depósitos de crianças.
A presente pesquisa tem a fina-
lidade de apresentar o processo teórico
através de estudos relacionado ao tema
Supervisão Escolar/Educacional: seu papel
diante da avaliação na Educação Infantil. Estes de Pós-Graduação em Supervisão Escolar/ (ASSERS).
estudos transcorreram no período que compre- Educacional, da Universidade Tuiuti do Pa- A razão da escolha do tema prendeu-se
endeu entre os meses de março a dezembro raná, em parceria com UNÍNTESE de Santo ao fato de que as experiências vividas na Gra-
de 2013. Esta atividade faz parte do trabalho Ângelo e com a Associação dos Supervisores duação em Pedagogia, mais precisamente no
de conclusão de curso apresentado ao Curso Educacionais do Estado do Rio Grande do Sul Estágio Curricular I – Educação Infantil, possi-
PALAVRAS a Educação” (cap. III, seção I, art. 205). Cada sociedade pode criar a sua própria imagem
Antes mesmo de existirem escolas, a Um novo paradigma de atendimento do que são as crianças. Sendo a imagem uma
à infância, iniciado em 1959 com a Declara- convenção cultural, entende-se que existem
educação já era assunto de pensadores como muitas imagens possíveis. Entretanto, algumas
Sócrates, Platão e Aristóteles, que já discutiam ção Universal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, foi instituído no país pelo artigo focalizam mais as necessidades das crianças,
a educação como forma e conhecimento de em detrimento de suas capacidades e potenciais
mundo e de si mesmo. Educadores da atualidade 227 da CF de 1988 e pelo Estatuto da Criança
(GANDINI & EDWARDS, 2002, P. 76).
trabalham sob a influência desses, pois suas e do Adolescente (ECA), através da Lei Fe-
ideias foram incorporadas à prática pedagógica, deral Nº 8.069/90. Tornou-se referência para Sendo a infância inventada e rein-
à organização do sistema escolar, ao conteúdo os movimentos sociais de “luta por creche” e ventada em cada sociedade, subentende-se,
dos livros didáticos e ao currículo docente. orientou a transição do entendimento da creche que a infância é uma convenção/interpretação
De acordo com a lei maior, a Consti- e pré-escola, como um favor aos socialmente cultural. Consequentemente, uma questão sócio
tuição Federal (CF) de 1988, cap. III, Seção I, menos favorecidos, para a compreensão desses -política que permite ou não reconhecer certas
Art. 205: espaços como “um direito de todas as crianças qualidades: o que as crianças não podem ser ou
A educação, direito de todos e dever do Estado à educação, independentemente de seu grupo fazer, em vez do que elas podem ser ou fazer.
e da família, será promovida e incentivada com social” (Parecer CNE/CEB Nº 20/2009-MEC).
a colaboração da sociedade, visando ao pleno Ao falarmos de criança e infância, na 2.3 DESENVOLVIMENTO
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o perspectiva da Educação Infantil, devemos nos INFANTIL: ASPECTOS AFETIVOS,
exercício da cidadania e sua qualificação para remeter ao contexto na qual ela está inserida, e COGNITIVOS, FÍSICOS E SOCIAIS
o trabalho. a partir daí, desenvolver suas relações sociais Na atualidade, reconhece-se a impor-
nos aspectos econômico, histórico, cultural e tância do brincar com a finalidade de auxiliar
O conceito de Educação engloba o nível
político, que, por sua vez, mostram diferentes no desenvolvimento infantil. Por meio da brin-
de cortesia, delicadeza e civilidade demonstrada
infâncias coexistindo em um mesmo tempo e cadeira, a criança desenvolve saberes, resolve
por um indivíduo e a sua capacidade de socia-
lugar. A criança é um sujeito social e de direitos, conflitos, experimenta sensações, lida com
lização. O acesso ao ensino escolar formal faz
participante de uma organização familiar e está diferentes sentimentos e aprende a conviver e
parte do processo de educação dos indivíduos
inserida em uma sociedade. a cooperar com um grupo, sendo o brincar, uma
e é um direito fundamental do ser humano que
Dessa forma, a criança como ser po- linguagem natural da própria criança.
deve ser garantido pelo Estado.
lítico e social, é sujeito de seu próprio desen- O desenvolvimento da criança ocorre
De acordo com Haddad:
volvimento. É autônoma, com capacidades e simultaneamente nos aspectos físico, intelectu-
Conceber a educação como direito humano
liberdade de tomar decisões. É crítica e criativa, al, social, emocional e moral. A construção de
diz respeito a considerar que as pessoas se
diferenciam dos outros seres vivos por uma
observadora, questionadora, curiosa e inven- sua personalidade deve ser respeitada, sem, con-
característica inerente à sua espécie: a vocação tiva. É participativa, agindo com cooperação tudo, deixar de transmitir valores ou de colocar
de produzir conhecimento e, por meio dele, e reciprocidade. É um ser lúdico que faz suas a ela os limites necessários. É fundamental que
transformar a natureza, organizar-se socialmente próprias construções através do ato de brincar, a criança aprenda não só conteúdos escolares,
e elaborar cultura [...] (2004, p.14). do “faz-de-conta” [grifo da pesquisadora] e do mas que possa conviver em sociedade. Cabe a
imitar. Estabelece vínculos afetivos com adultos família e a escola conhecer e respeitar os passos
Nesse sentido, educação coincide com e com seus pares, criando situações prazerosas, do desenvolvimento infantil.
ABSTRACT
This study brings is to investigate the importance of the role of School Supervision / Educational Assessment in Early
Childhood Education in Municipal Schools Early Childhood Education (EMEIS) and Municipal Basic Education Center
(MCEC) , in the municipality of Esteio/RS. We adopted the methodology of empirical and applied research. The problem
of the study is qualitative order, which sought to understand the role of School / Educational Supervision in the evaluation
process in Early Childhood Education. Being a descriptive research, the instruments used were observation, interview and
questionnaire with open questions, which unveiled articulated the issues of assessment in kindergarten and the contribu-
tions of School Supervision / Educational this stage. The subjects involved in the study were five (5) supervisors of four (4)
EMEIS and one (1) MGEC City Esteio/RS. It is literature and documents, and the data collected were analyzed for their
content, from the theoretical framework, in order to ascertain the role played by the School / Educational Supervision in
the evaluation process of early childhood education in the municipality of Esteio/RS. Some references that supported the
study were: (HOFFMANN, 1996/ 1999), (LIBÂNEO, 1991), (LDB 9.394/1996) (LIMA & Morel, 2013). It was found that the
supervisory mediate, reflective, collaborative, professional know their assignments, although other roles within the school.
Furthermore, understand and acknowledge the importance of their role in the evaluation process of early childhood educa-
tion, and learning, the child and his development as a job object.
Keywords: Supervision. Education. Review. Kids.
RESUMO
Este artigo é produto de uma construção coletiva entre alunas do curso de Pós Graduação em Psicopedagogia Clinica e
Institucional da Universidade Tuiuti do Paraná na disciplina de Cognição e Desenvolvimento do Pensamento Matemático.
Tem como objetivo discorrer sobre o processo de cognição e o desenvolvimento do pensamento matemático utilizando
para isso as principais ideias da teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget (1971) e dos estudos referente a se-
miótica de Charles Sanders Peirce ( 1999). Surgiu da necessidade de embasar a construção do conhecimento matemáti-
co por meio interação entre sujeito e objeto. Conclui-se que a simbolização assume relevância fundamental no processo
de generalização do desenvolvimento do pensamento matemático.
Palavras-chave: Cognição. Semiótica. Aprendizagem.
INTRODUÇÃO estrutura para encaixar o estímulo, ou seja, uma signos e representações sob o ponto de vista
Uma das grandes questões relacionadas mudança qualitativa de conhecimentos. de Charles Sanders Peirce.
às dificuldades de aprendizagem apresentadas Nesta mesma linha de pensamento, Este artigo divide-se em dois capítulos
pelos alunos em todos os anos da educação Peirce (1999) em seus estudos permeados por sejam eles: teoria cognitiva abordando-se os
básica refere-se a compreensão dos conheci- uma forte confluência com a lógica encontra estágios do pensamento cognitivo e, ainda,
mentos matemáticos. a origem do pensamento na experiência e a aprendizagem por meio do pensamento sim-
No entanto, desde o nascimento até a que todo esse movimento é imbricado por bólico: a semiótica.
fase adulta, o conhecimento é construído pelo um processo de simbolização denominado de
indivíduo, sendo os esquemas dos adultos Semiótica. A TEORIA COGNITIVA
construídos a partir de esquemas da criança. O presente artigo aborda esta temáti-
Neste ínterim, Piaget (1971) em seus ca, discorrendo sobre os aspectos teóricos e “Não existe estrutura sem gênese, nem gênese
estudos sobre o desenvolvimento cognitivo, epistemológicos do processo de cognição e sem estrutura” (Piaget)
identificou dois tipos de movimentos do desenvolvimento da matemática enfatizando-se,
para isso, o estudos destes dois teóricos supra-
organismo: movimento de assimilação e o A teoria de Jean Piaget (1896 – 1980)
movimento de acomodação. No processo de citados: Jean Piaget e Charles Sanders Peirce.
Na teoria cognitiva de Jean Piaget denominada Epistemologia Genética explica
assimilação o organismo encaixa os estímulos como se desenvolve a inteligência nos seres
à estrutura já existente, ou seja , uma mudança revisa-se a literatura sobre o que caracteriza
um símbolo no processo de desenvolvimento humanos e os mecanismos do aumento dos
quantitativa de conhecimentos, enquanto que no conhecimentos.
processo de acomodação o organismo muda a cognitivo agregando-se a este, a relação entre
Segundo Piaget (1971) a cognição é
1
Licenciada em Pedagogia, habilitação em Supervisão Escolar e Orientação Educacional, Pós- Graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional.
2
Licenciada em Pedagogia, habilitação em Magistério das matérias pedagógicas e Orientação Educacional, Pós-Graduação em Psicopedagogia Clinica
e Institucional.
3
Pós-Graduação em Psicopedagogia Clinica e Institucional.
4
Psicopedagoga Clínica e Institucional- Mestre em Educação em Ciências e Matemática- Especialista em metodologia do Ensino da
matemática e Especialista em Mídias Educacionais.
ABSTRACT
This article is the product of a collective construction between students from the Graduate in Educational Psychology
Clinic and the Institutional University Tuiuti in the discipline of Cognition and Development of Mathematical Thinking. Aims
to discuss the process of cognition and development of mathematical thinking using it for the main ideas of the theory of
cognitive development: Jean Piaget (1971) and related studies semiotics of Charles Sanders Peirce (1999). Arose from
the need to base the construction of mathematical knowledge through interaction between subject and object. We conclu-
de that symbolization is of fundamental importance in the development of generalization of mathematical thought process.
Keywords: Cognition. Semiotics. Learning.
RESUMO
O presente trabalho aborda as práticas de leitura com os gêneros textuais diversificados e de estratégias de leitura que
promovam a formação de leitores capazes de dar sentido às leituras que circulam socialmente de forma mais competen-
te. Sabe-se da importância que tem propor atividades significativas de leitura e de escrita nas práticas de sala de aula,
para a formação de leitores críticos, atuantes na sociedade e que possam ter acesso aos bens culturais de forma mais
justa e igualitária. Para tentar auxiliar o trabalho do professor são citados possíveis trabalhos com os gêneros textuais e
em especial um trabalho com o gênero poético para aplicar nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Palavras-chave: Estratégias de Leitura. Gêneros textuais. Leitura. Poesia Infantil.
INTRODUÇÃO as hipóteses que o leitor antecipa antes mesmo crita e para motivar o desejo de aprender a ler”.
A sociedade letrada exige conhecimen- de conhecer o conteúdo do texto. No momento (Teberosky e Colomer, 2003, p. 145).
tos de escrita e de leitura que vão além de co- que o individuo começa a leitura ele compara Existe um repertório enorme de textos
dificar e decodificar signos linguísticos, assim, com o conteúdo, com as antecipações prévias que podem ser trabalhados nos diferentes gê-
não basta à escola ensinar a ler e a escrever, é feitas antecipadamente. Portanto, quanto mais neros em sala de aula: Contos, mitos, fábulas,
preciso ensinar a utilizar os conhecimentos da gêneros textuais o individuo conhecer mais re- lendas populares, folhetos de cordel; poemas,
língua nas práticas sociais de leitura e de escrita. pertório para antecipação ele terá. Num segundo canções, quadrinhas, parlendas, adivinhas,
No cotidiano em sala de aula, as atividades que momento a autora aborda a questão da seleção, trava-línguas, piadas; saudações, instruções,
envolvem o trabalho com a linguagem oral e que se apresenta por ações que permitem o recados, relatos; entrevistas, notícias, anúncios;
escrita e, consequentemente, a aprendizagem leitor selecionar apenas aqueles aspectos mais seminários, palestras, entrevistas; receitas,
da leitura, precisam ser pensadas de forma a interessantes da leitura, seria uma visão geral do instruções de uso, lista; textos de embalagens,
tornar a aula significativa e criativa. texto, quando ele percebe os aspectos que mais rótulos, calendários; cartas, bilhetes, postais,
A utilização dos gêneros textuais na interessam naquele momento para compreender cartões, convites, diários; histórias em quadri-
escola apresenta-se como excelente forma de o texto. Já na inferência a autora afirma que o nhos, reportagens, notícias, jornais; anúncios,
inserir o aluno no mundo letrado. Todos os gê- leitor ativa seus conhecimentos prévios para folhetos, cartazes; relatos históricos, textos
neros contribuem para formação leitora do alu- tentar entender as informações que não estão enciclopédicos, verbetes; figuras, ilustrações,
no, em especial o gênero poético, que por meio claramente ditas, sem deixar de perceber o con- telas, esculturas, pinturas, charge e textos de
dos sons encontrados na poesia proporciona a texto em que o texto está inserido, porque isso teatro.
identificação da criança com a leitura, porque fornece muitas pistas para total compreensão. E, O ideal apresenta-se como uma prática
ela percebe o poema como uma brincadeira por último ela aborda o aspecto da verificação, pedagógica que privilegia durante a semana
proporcionada pela organização das palavras quando o leitor confirma as hipóteses que ele um trabalho com os diversos gêneros textuais,
nos versos, e quando lidas criam um mundo levantou inicialmente, o que o leva a repensar as para que o repertório do aluno seja ampliado de
de fantasia possível de ser imaginado por ela. primeiras ideias, retomar algumas partes e fazer forma significativa na escola. “Cabe, portanto, à
as correções necessárias para o entendimento. escola viabilizar o acesso do aluno ao universo
Sole (2003) aborda algumas estratégias dos textos que circulam socialmente, ensinar a
2. PRÁTICAS DE LEITURA que o leitor utiliza para interpretar o texto, as produzi-los e a interpretá-los” (BRASIL, 2001,
COM OS GÊNEROS quais foram descritas acima, afirmando que o p. 30). Também, apresenta-se como uma prática
TEXTUAIS aluno para tentar uma leitura eficiente buscará positiva o contato do aluno com o texto, ou seja,
Ao ler o leitor coloca em ação uma a aplicação delas ao ler. Nesse caso, o professor ele precisa ter em suas mãos o texto que irá ser
variedade de pensamentos quando aos poucos deverá privilegiar em seu planejamento a diver- lido. Consta nos PCNs (BRASIL, 2001, p.15):
vai se apropriando do assunto do texto. Dentre sidade de gêneros textuais, e levar em conta os O domínio da língua, oral e escrita, é funda-
eles segundo Solé (2003): antecipação; seleção; diferentes níveis de compreensão dos alunos. mental para a participação social e efetiva, por
inferência e verificação. “Prover o espaço das crianças com histórias, é por meio dela que o homem se comunica, tem
Segundo Solé (2003), a antecipação são poemas ou livros informativos é uma condição acesso à informação, expressa e defende pontos
essencial para favorecer o acesso à língua es- de vista, partilha ou constrói visões de mundo,
*Possui Doutorado(2011) e Mestrado(2008) em Letras, área de concentração em Teoria da Literatura Infantil, pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul. Graduação em Pedagogia (1993) e Especialização em Leirura: teoria e práxis, pela Faculdade Porto-
Alegrense, onde leciona, nos níveis de especialização e graduação, as disciplinas de Teoria e Prática Metodológica de Leitura e Escrita
I e II, Prática Educativa nos Anos Iniciais e Construção da Linguagem Escrita. Alfabetizadora por 15 anos, experiência no Ensino
Fundamental e Educação Infantil. Desenvolve estudos nas áreas da alfabetização, Linguagem, Literatura Infantil e formação docente.
E-mail: cristianedomingues@fapa.com.br
Os textos não verbais que utilizam códigos A poesia infantil brasileira, segundo É preciso ponderar,
não linguísticos e vão além do verbal, como Camargo (2000), surge no final do século
XVIII e início do século XIX. A produção Que a lição não faz saber,
em pinturas, esculturas. E, por fim os textos
literários, o leitor entra num mundo de fantasia, poética nasce atrelada à história da narrativa, Quem faz
aparece à leitura por prazer, encontrada em repetindo o mesmo desenvolvimento. O que
Sábios é o pensar.
contos, romances, crônicas e poesias. foi produzido anteriormente eram poemas
[…]
RESUMO
O presente trabalho tem como tema resgatar a vontade de aprender no espaço escolar da Escola Estadual de Ensino
Fundamental BEG. Através de entrevista estruturada e qualitativa, todos os alunos, funcionários e professores participa-
ram da pesquisa. Tem como objetivo possibilitar, a geração de conhecimento e, assim, solucionar o problema apresen-
tado. Em busca de possibilidades reais de uma mudança rápida de paradigmas instituídos e criados nesta comunidade a
pesquisa mostra um caminho que envolveu todos os segmentos desta escola, numa proposta pedagógica que atenda as
necessidades previamente questionadas para o resgate da motivação no aprender e ensinar.
Palavras chave: Motivação. Desmotivação. Aprender. Mudança.
1 INTRODUÇÃO contexto, que a fome saciada é a do alimento Quais os fatores geradores de desmotivação dos
Sabe-se que a humanidade vive e so- físico. Constatação triste! alunos da Escola Estadual de Ensino Funda-
brevive sob motivação. Alunos e professores vivem um mo- mental Brigadeiro Eduardo Gomes, no processo
Motivação move o mundo, portanto, mento de crise, onde a falta de políticas públicas ensino aprendizagem dos primeiros anos?
também move a aprendizagem, a efetivação para a sustentação de um trabalho efetivo e com Para as questões de pesquisa foram
da aprendizagem necessita de motivação, pois qualidade tornasse mais distante. O presente tra- pensadas as seguintes perguntas:
aprender é viver, ação contínua, constante que balho pretende mostrar formas e ou possibilida- Qual é o perfil da escola?
através da motivação acontece de forma praze- des de resgatar a vontade de aprender no espaço Qual é o perfil de cada segmento
rosa e podemos dizer eficaz. escolar, da Escola Brigadeiro Eduardo Gomes, escolar?
Podemos classificar a falta de motiva- pensando em contribuir com a provocação de Por que os alunos vão para a escola?
ção como um entrave do sucesso escolar, alunos mudanças no fazer pedagógico, buscando tornar Por que os professores estão trabalhan-
apáticos quanto às possibilidades de aprendi- a escola em um lugar para ser feliz! do nesta escola?
zagem e a aquisição de novos conhecimentos Justifica-se a escolha por este tema da Qual é a importância da motivação?
dentro da escola, é constante a pergunta, porque seguinte forma: Que é autoestima e autoconhecimen-
tenho que estudar, aprender.... Isto novamente?! Constatamos que a humanidade cami- to? E qual sua influência no processo ensino
A velocidade do mundo globalizado, nha em passos largos, mas difíceis. A vida mo- aprendizagem?
fora dos muros da escola, segrega os alunos derna trouxe muitos benefícios mas, também, O currículo atende as necessidades da
e, porque não, também os professores a um novas necessidades, novos conflitos. As dife- demanda?
mundo medieval. Sabemos que a escola pouco rentes realidades dentro do mesmo e pequeno Como é feita a avalição?
ou nada evoluiu. Sabemos que a vida fora da espaço da Escola Brigadeiro Eduardo Gomes Que metodologia é utilizada?
escola, aos olhos da criança, é uma festa, e, na é gritante, pois, existe muita diversidade, num Como são as relações interpessoais?
escola, o cárcere é uma condição. É constante a emaranhado de dificuldades onde não há falta É claro que não poderia faltar algu-
afirmação da falta de prazer na escola. de material e que fez nascer um desafio: a busca mas hipóteses para dar um bom recheio neste
Mesmo com o advento das tecnologias de possibilidades de um novo caminho tanto trabalho.
e das comunicações, o trabalho pedagógico pedagógico como administrativo, minimizando -- Os alunos estão desmotivados porque
continua o mesmo de décadas atrás, aulas assim obstáculos, enfrentando o processo ensino os professores não gostam deles.
monótonas baseadas em quadro e giz, copias aprendizagem desta unidade escolar. Sendo -- Os alunos estão desmotivados porque a
sem sentido, dificultando o processo ensino integrante do quadro docente desta escola, pre- escola não é interessante.
aprendizagem. Temos também a construção ocupa-me e, por vezes, me angustia a situação -- Os alunos estão desmotivados porque o
da autoestima e autoconhecimento, tão impor- de apatia dos integrantes deste local. currículo não é significativo.
tantes nos primeiros anos escolares. Falemos Um desafio mais que necessário, pois -- Os alunos estão desmotivados porque a
um pouco de classes menos favorecidas ou acredito, que neste enfrentamento do problema, avalição é inadequada.
ditas baixas, onde a escolarização deveria ser que é a elaboração do projeto e a própria pes- -- Os alunos estão desmotivados porque
um trampolim para ascensão sócio econômica. quisa, constitui-se numa tentativa de direcionar não acreditam que são capazes de aprender.
Nessas populações a escola pública é seu refú- a escola de forma ampla para o crescimento e -- Os alunos estão desmotivados porque a
gio, e, em inúmeras vezes, local para saciar desenvolvimento de seus alunos e seu sucesso escola não tem um projeto político pedagógico
uma fome não intelectual, pois os alunos não escolar. bem estruturado, inovado e participativo.
vêm em busca do saber. Mas observamos no Elencamos, então o seguinte problema: -- Os alunos estão desmotivados porque
*Licenciada em Pedagogia, habilitação em Magistério da Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental,
Pós-Graduada em Supervisão Escolar.
2 EM BUSCA DA MOTIVAÇÃO
Acredita-se que o fator motivação
dentro da escola possa ser o reflexo do atual
momento histórico, pelo qual passamos por-
que a sociedade vive uma rotina em busca de da escola, não poderá ser delegada somente nascemos ignorantes (2000, p. 55).
valores que possam compensar sentimentos e ao aluno, existem pessoas envolvidas nesse
relações significativas. A ignorância tão bem observada por
processo e o fato aprender requer o princípio. Arroyo, acredita-se encaixar-se com muita
O medo de não conseguirmos alcançar nossos
Acredita-se na falta motivadora por parte dos veracidade na escola, pois falta um saber, des-
objetivos, de sermos incapazes de executar
professores e, porque não, dos familiares destes tes professores, da cultura social e condições
determinadas tarefas, de não correspondermos
alunos. Nas últimas décadas algumas bandeiras de seus alunos. Arrisca-se afirmar que lhes
as expectativa da empresa, de não agradarmos à
pessoa amada... tudo pode se tornar um terrível
foram erguidas pelos profissionais de educação falta a sensibilização para despertar o poder da
empecilho, atravancando nosso sucesso (SCHI-
do estado do Rio Grande do Sul. A gestão curiosidade no aprendiz, fazer vir à tona o brilho
MITT, 2009, p.11). Democrática pode ser citada como uma destas no olhar, aquela mola impulsionadora que leva
que, conforme afirma Arroyo, “...ameaça a para um campo em que aprender e prazer se
Sim, a falta de auto estima, o medo de centralidade da categoria e do peso das decisões enlaçam, como uma ação única. Observa-se que
falhar, toma conta das pessoas, que por muitas coletivas de mestres das artes de ensinar e de os professores também por condições pessoais
vezes, preferem viver na nuvem do “não consi- educar” (2000, p.21). Assim, a participação de ou profissionais também perderam esta fração
go” [grifo nosso] do que lutar para a realização todos deveria garantir uma forma efetiva para a curiosa e aprendente, que seria a renovação
de ações positivas que os levem ao sucesso. escola ser um lugar onde a sociedade tivesse voz constantes de seu fazer pedagógico. Fazer
Ter sucesso em qualquer área ou situ- e vez. Mas a falta de preparo efetivo para estas pedagógico que envolvesse todos em torno da
ação requer esforço e aprendizado. Observa-se ações, em inúmeras vezes, só vem ao encontro vontade de desvendar mistérios, um conhe-
uma crescente onda desmotivadora dentro das de um ambiente desmotivador e um lugar sem cimento novo que os transportariam para um
paredes escolares, talvez pela crescente situ- coordenação, um campo onde todos atuam sem novo campo de fazeres e seres com perspectivas
ação política do país e a própria banalização um objetivo definido e comum. sociais e intelectuais melhores.
da aprendizagem, visto que a mídia constante- Um campo minado, onde todos sabem- As políticas públicas, a família e a
mente divulga o sucesso de pessoas que não ne- se falhos, com um amplo poder de mudanças, mídia não são parcerias da escola. É possível
cessariamente estiveram nos bancos escolares. mas sem motivação, sem um olhar esperançoso contestar esta afirmação... Será? Talvez devês-
O grande mestre Rubem Alves, afirma: para a construção de novos saberes. Como semos sair de nossas confortáveis cadeiras de
“Para as crianças o mundo é um vasto parque professor, Arroyo afirma: acomodação e buscar olhares mais abrangentes,
de diversões. As coisas são fascinantes, provo- Aprendemos disciplinas sobre que conhecimen-
trazendo a família para dentro da escola, lhes
cações ao olhar. Cada coisa um convite” (2004, tos da natureza e da sociedade ensinar e com que
oferecendo oportunidades de aprender sem o
p.10). Então, observa-se que os muros escolares metodologias, porém não entra nos currículos de
ranço de tarefas de ajuda ou reuniões intermi-
escondem este fascínio, privando a criança com formação como ensinar-aprender a sermos hu-
náveis para discutir disciplina. Falamos aqui
seus programas e objetivos rígidos. Há neces- manos. Falta-nos a matriz pedagógica fundante.
de oportunidades de uma participação com
sidade de mostrar um novo fazer pedagógico Nosso perfil fica truncado. E mais descuidados
um viés que encontre também as necessidades
que não seja podador da curiosidade. A vontade uma das curiosidades mais próprias de nossa
desta comunidade escolar. Usar as mídias e
de conhecer, o instigante prazer do novo deve condição humana, a curiosidade por aprender
tecnologias dentro da escola como fonte de
permanecer apesar das cercas escolares. a ser, por entender os significados, por apro-
priar-nos da cultura. Nesses complexos saberes busca e pesquisa de conteúdos próximos de
Contudo, a ação motivadora dentro
suas realidades. Políticas públicas devem ser
RESUMEN
El presente trabajo tiene como tema redimir la voluntad de aprender en la escuela, la Escuela Primaria Estado BEG. A
través estructurado, entrevista cualitativa, todos los estudiantes, personal y profesores participaron. Su objetivo es per-
mitir la generación de conocimiento y así resolver el problema presentado. En la búsqueda de posibilidades reales para
un rápido cambio de paradigmas en el lugar y creado esta investigación comunitaria muestra un camino que involucró a
todos los segmentos de esta escuela, una propuesta pedagógica que responde a las necesidades planteadas previamen-
te por un rescate de la motivación en el aprendizaje y la enseñanza.
Palabras clave: Motivación. La desmotivación. Aprender. Cambio.
RESUMO
Este estudo traz como temática a importância da identificação e atendimento aos portadores de altas habilidades/super-
dotados. Para tanto, buscou-se verificar o histórico das altas habilidades/superdotados, a legislação que ampara e dá
orientações de como atender o crescente número de pessoas cada vez mais com essa necessidade educacional . Este
artigo tem por objetivo oportunizar a convivência entre os portadores de altas habilidades/ superdotados, a importância de
identificar e atender essa clientela, orientados por um professor / facilitador capacitado para catalisar todos os recursos
materiais e humanos, existentes na escola ou fora dela, e sobre esta base atender cada criança de acordo com seus inte-
resses e potencialidades. Com esta abordagem, serão levantadas questões específicas dos portadores de altas habilida-
des/superdotados, como podemos promover uma aprendizagem significativa e prazerosa, identificação dos pontos fortes
e limitações do aluno. A importância de ser oportunizado atividades desafiadoras e intrinsecamente motivadoras para
ao aluno com altas habilidade e organizar na escolas o currículo escolar, ele deve ter o conteúdo integrado, complexo,
aprofundado.
Palavras-chave: Educação inclusiva. Identificação. Altas habilidades/superdotados.
*Pedagoga, Capacitação na área das Altas Habilidades/ Supedotação UFRGS, Especialista em Psicopedagogia Institucional e Educação a
Distância, Mestre em Política e Gestão Educacional. E-mail: nadiesca.coordenacao@domalberto.edu.br
desenvolvimento integral do ser humano, ob- ALTAS HABILIDADES/ valiosa do desempenho humano.
jetivando condições para uma vida produtiva SUPERDOTADOS Os três traços que compõem os com-
na sociedade, através do equilíbrio da indivi- O número de Pessoas Portadoras de portamentos de superdotação são:
dualidade de cada aluno e as regras de vida nos Altas Habilidades, também chamado de Su-
grupos sociais. perdotados ou Talentoso, é estimado, segundo a) Capacidade acima da média
O direito à educação de cada indivíduo, a Organização Mundial de Saúde - OMS, em Termo utilizado para descrever o po-
também é assegurado na Declaração de Sala- 3 a 5 % da população; porém, estes números tencial de desempenho representativamente
manca (1994). Neste documento são definidas consideram apenas aquelas pessoas com QI superior em qualquer área determinada do
as linhas de ação para a Educação Especial, superior a 140, identificadas através de testes esforço humano e que pode ser caracterizada
adotando como princípio orientador que todas de inteligência que, geralmente, avaliam as por dois aspectos:
as escolas devem receber todas as crianças. habilidades das pessoas nas áreas linguística, -- habilidade geral: que consiste na capaci-
Também é de fundamental importância espacial e lógico-matemática, deixando de dade de processar as informações, integrar ex-
citar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - verificar outras como as habilidades artísticas, periências que resultem em respostas adequadas
LDB (Lei 9394/96) que, no Capítulo V, Artigo psicomotoras e de liderança, restringindo a e adaptadas a novas situações e a capacidade de
58, define Educação Especial como a modali- concepção de potencial humano. envolver-se no pensamento abstrato.
dade de educação oferecida preferencialmente Considerando que a população do -- habilidades específicas: que consistem
na rede regular de ensino. No artigo 59 assegura Rio Grande do Sul é de 9.971.910 habitantes1, nas habilidades de adquirir conhecimento e
aos alunos portadores de altas habilidades: podemos estimar que existem 299.157 Pessoas destreza numa ou mais áreas específicas.
I- Currículos, métodos, técnicas, recursos Portadoras de Altas Habilidades, sendo que,
educativos e organização específica às suas desse número, 52.757 são alunos do ensino b) Envolvimento/comprometimento
necessidades; fundamental e médio2, tendo em vista os nú- com a tarefa
II - [...] aceleração para concluir em menor meros de matrícula fornecidos pela Secretaria É o expressivo interesse que o sujeito
tempo o programa escolar para os superdotados; Estadual de Educação. apresenta em relação a uma determinada tarefa,
A pessoa portadora de altas habilida- problema ou área específica do desempenho,
III - professores com qualificação para um
des apresenta características próprias na sua e que caracteriza-se especialmente pela mo-
atendimento especializado;
interação com o mundo, representadas por uma tivação, persistência e empenho pessoal nesta
IV - acesso ao trabalho mediante a articulação forma peculiar de agir, questionar e organizar tarefa.
com os órgãos oficiais para os que apresentam seus pensamentos e suas potencialidades, [...]
habilidades superior nas áreas artísticas, intelec- destacando-se sempre de uma maneira original c) Criatividade
tual ou psicomotora; e e criativa com a que resolve um problema ou Constitui o terceiro grupo de traços
V - acesso igualitário aos programas sociais situação, seja acadêmica, prática ou social. característicos a todas as pessoas consideradas
suplementares disponíveis para o respectivo (Mettrau, 1995, p.70) como portadoras de altas habilidades e define-se
nível de ensino regular. Renzulli e Reis (1986, p. 11/12), a partir pela capacidade de juntar diferentes informa-
de uma análise de diferentes pesquisas com ções para encontrar novas soluções. Caracteri-
A Constituição do Estado do Rio
estes sujeitos, constataram que za-se pela fluência, flexibilidade, sensibilidade,
Grande do Sul (1989) foi pioneira no Brasil
[...] o comportamento superdotado consiste nos originalidade, capacidade de elaboração e
a garantir e determinar a implementação do
comportamentos que refletem uma interação en- pensamento divergente, dentre outros.
atendimento integral às Pessoas Portadoras de
tre três grupamentos básicos dos traços humanos
Altas Habilidades, nos seus Artigos 199 e 214.
Estes três traços podem ser representa-
É proposta do Governo de Estado do
dos graficamente da seguinte forma (gráfico 1
Rio Grande do Sul estabelecer uma Política
1 IBGE - estimativa realizada em na página seguinte).
Pública Estadual para Pessoas Portadoras de
01/07/99. Este gráfico dos três anéis tem recebido
Deficiência e Pessoas Portadoras de Altas Ha-
2 Matrícula inicial de 1.758.557 alunos, críticas por não atender adequadamente o desen-
bilidades, instituída pelo Decreto 39.678, de 23
durante o ano de 1999, segundo a volvimento do comportamento de superdotação.
de Agosto de 1999.
Secretaria de Educação do Estado do Por este motivo, os autores realizaram uma
O Estado do Rio Grande do Sul está
Rio Grande do Sul. modificação no modelo original, inserindo uma
oportunizando as pessoas de abrangência da 6ª
-- Grupos de Enriquecimento. economicamente a maior parte do que é mate- GUENTNER,Zenita C. Desenvolver ca-
pacidades e talentos - um conceito de
rialmente necessário para desenvolver o poten- inclusão, Petrópolis: Vozes, 2000
CONSIDERAÇÕES FINAIS cial de todas as crianças, já está disponível na
RENZULLI, J.S. Os fatores da excepcio-
Após o desenvolvimento deste estudo, comunidade, de uma forma ou de outra. Outros nalidade, in Anais do XIV Congresso Mun-
é importante realizar considerações finais sobre países, como o Brasil, ainda tem pela frente uma dial de Superdotação e Talento, Espanha:
Barcelona, 2001
o que foi constatado com relação ao portador longa caminhada, antes de chegar a um ponto
de altas habilidades/ superdotado. É importante satisfatório de provisões. ______ & FLEITH, D.S. O modelo de en-
riquecimento escolar ,Portugal, Braga,
que aconteça conscientização do público em Pensar, discutir, planejar, preocupando Sobredotação : ANEIS, v. 3 , no. 2, 2002
geral, educadores, responsáveis pelas políticas mais em conhecer as características, feições,
Secretaria de Educação Especial. Subsí-
públicas, pais, gestores. recursos e necessidades locais de cada comuni- dios para a organização e funcionamen-
O docente que atua com os alunos dade, e menos em reproduzir o que esta “dando to de serviços de educação especial:
Área de Altas Habilidades. Brasília:
com altas habilidades deve formar alianças certo” em outros lugares. Conhecer o que se MEC/SEESP, 1995
temporárias e permanentes com instituições que faz, em outros lugares pode ser um manancial
______.Diretrizes gerais para o atendi-
apoiam a educação do superdotado e trabalhar de ideias, mas também pode se revelar uma mento dos alunos portadores de altas
na defesa dos direitos deste grupo: ampliação, prisão, quando se tenta o transplante de uma habilidades, superdotação e talento.
Brasília: MEC/SEESP, 1996.
fortalecimento e renovação da legislação vi- medida que se provou boa em uma situação,
gente; realização de congressos, seminários. para outra situação, mesmo que os objetivos _______.Programa de capacitação de
recursos humanos do ensino funda-
Com este estudo percebeu-se a im- sejam idênticos. mental: superdotação e talento vols.1
portância de oportunizar a convivência entre, É de grande relevância desenvolver ao e 2. Brasília: MEC/SEESP,1999.
ABSTRACT
This study has as its theme the importance of identification and care to individuals with high ability/gifted. That way, we at-
tempted to check the history of high skill, legislation that supports and gives orientation on how to meet the growing num-
ber of people increasingly with this educational need. This article aims to nurture the coexistence among people of high
ability/gifted, the importance of identifying and addressing these clients, guided by a teacher facilitator able to catalyze all
the existing human and material resources in the school or outside school, and on this basis meet each child according to
their interests and capabilities. With this approach, specific questions of those with high ability /gifted will be raised, how
can we promote meaningful and enjoyable learning, identifying the strengths and limitations of the student. The importan-
ce of being challenging and intrinsically motivating activities for the students with high ability and organizing the curriculum
in schools , it must have the embedded content, complex depth.
Keywords: Inclusive education. Identification. Learning. High ability/gifted.
ABSTRACT
This paper presents the methodology of developing skills as a strategy for improving the quality of Vocational Education. This
strategy aims to meet the changing patterns of organizational management, requiring professionals to mobilize their knowle-
dge, skills and attitudes in the workplace. This methodology contributes to a formation of the student seeking entry into the la-
bor market, as well as their stay in it. The presented methodology requires the engagement of the educational institution as a
whole. Direction, technical and pedagogical staff and teachers and honed material and financial resources that support your
application. As for teachers, they represent the main point of the whole process. This methodology requires a change of view
of the teacher, the displacement of teaching by teaching, just to meet curriculum to teach with a focus on student learning.
Keywords: Vocational education. Skills development. Mobilizing knowledge.
RESUMO
Considerando de suma importância a sétima arte, presente no fazer pedagógico na escola, este artigo, visa incentivar
o ensino-aprendizagem com o objetivo de estimular e dinamizar os fazeres dos educandos, objetivando o cinema para
entretenimento e aprendizagem. Ao lado da televisão e dos novos meios, o cinema também é um dos elementos do am-
biente simbólico das novas gerações. “À luz das novas teorias interacionistas, o cinema e os meios em geral, constituem
campos de interação simbólica em que os sujeitos constroem e compartilham significados” (RIVOLTELLA, 2005, p.75).
Para tal, é preciso pensar em um trabalho com cinema na escola que envolva tais momentos de saber, fazer e refletir, a
partir de uma concepção integrada. Para tal, é preciso pensar em um trabalho com cinema na escola que envolva tais
momentos de saber, fazer e refletir, a partir de uma concepção integrada. Tal concepção de mídia-educação implica a
relação do cinema com outras linguagens.
Palavras-chave: Escola. Cinema. Professores.
INTRODUÇÃO das diversas experiências escolares da esfera gens que são, ao mesmo tempo que as vemos
O mundo passa por transformações do particular e individual e as tornando, cada como reais, expressão de coisas e pessoas com
sociais profundas, ancoradas em conquistas vez mais, parte de uma experiência pública e as quais convivemos em nossas lembranças. E
tecnológicas cotidianas, transformando os coletiva, além de disponibilizar aos educadores as lembranças têm origem em muitos lugares e
meios audiovisuais nas principais formas de uma ferramenta alternativa para a produção de situações: nas histórias que ouvimos em casa,
comunicação e expressão, um instrumento atividades didáticas, possibilitando a criação nas experiências pessoais de cada um, na tele-
formador de opinião e de comportamento. Nos de um acervo de imagens que também favo- visão, nos filmes. Também por isso gosto da
meios audiovisuais hoje incluímos o cinema, rece a percepção histórica dos acontecimentos ideia de que o cinema é uma arte da memória.
o vídeo, a TV, a internet, os jogos eletrônicos, escolares. As cenas que vemos estampadas nas telas não
a vídeo arte e os múltiplos usos da fotografia. dizem somente daquelas personagens cuja
O cinema nasceu no final do século CONTEXTUALIZAÇÃO história se desenvolve à nossa frente, no tempo
XIX, à princípio por uma curiosidade cientí- Alguns dos objetivos são estimular a que durar a projeção, mas remetem a todas as
fica, somente passou a ser considerado Arte imaginação, a criatividade do educador e do outras histórias e personagens que habitam as
na segunda na segunda década do século XIX, educando, além de criar novas formas de dina- nossas lembranças. O cinema, com alguns dos
quando foi então chamado de sétima arte. mizar o espaço escolar, quebrando a monotonia seus filmes, nos faz até mesmo sentir saudade
Atualmente tem sido cada vez mais fre- da transmissão-recepção de conhecimento, de lugares aonde nunca pisamos e de pessoas
quente o uso do registro em vídeo no cotidiano tornando assim mais interativo e envolvente o com as quais jamais estivemos, e o faz em
escolar, principalmente porque possibilitam trabalho pedagógico. E, a partir dessa prática, realidade e ficção.
ferramentas que favorecem o debate e a reflexão procurar romper paradigmas tradicionais de No cinema, são os ambientes que (re)-
sobre o fazer pedagógico, cria formas e espaços ensino, explorando mais a criação e a autono- conhecemos claramente que sugerem ações,
para a socialização das experiências vivenciadas mia do aluno. comportamentos, atitudes que podem, além
entre os educadores, garantindo assim a retirada O que faz o cinema, então? Cria ima- de nos fazer olhar para o filme, olhar também
*Pedagoga, psicopedagoga, supervisora e coordenadora de ensino médio, mestranda em Políticas e Administración de la Educación –
Buenos Aires, integrante do Coral Municipal Caçapavano, tendo cursos em regência coral, membro da diretoria da ASSERS – Associação
de Supervisores do RS, membro do ECC – Encontro de Casais com Cristo pertencente à Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção, co-
autora de livros de poemas e projetos em educação.
RESUMEN
Considerando de suma importância una sétima arte, presente no pedagógico hacer una escuela, artigo este, visa incen-
tivar o enseño -aprendizaje con lo Objetivo de estimular e dinamizar os faz eres dos educandos, objetivando o entrete-
nimiento cine párrafo e aprendizaje. A Lado da Televisión e dos nuevos medios, o el cine también es un dos elementos
do ambiente simbólico das novas ceraciones. “Das Luz las nuevas teorías interaccionistas, o el cine e medios os en
yeral, constituye campos de intercalo simbólica en Que os sujetos construyen e compartirían significados “(RIVOLTELLA,
2005, p.75). Tal Pará, é Preciso Pensar en un trabajo con cine la escuela Que envolvía thais Momentos de sable, hacer e
refletar, un partir de una concepción Integrada. Tal Pará, é Preciso Pensar en un trabajo cine con la escuela Que envolvía
thais Momentos de sable, hacer e refletar, un partir de una concepción Integrada. Tal concepción de mídia -educación
implicaciones a relación hacer cine con otras Lenguajes.
Palabras clave: Escuela. Cine. Profesores.
Com essa reflexão, pretende-se analisar Assim, a história da criança contada por também em grande número devido às precárias
através de um estudo bibliográfico, o conceito Ariès (1981), destaca que as crianças mal ad- condições de higiene e saúde onde não se fazia
de criança, que foi historicamente sendo cons- quiriam condições físicas de mover-se já eram nada para preservar ou salvar as crianças.
truído, desde o tempo da idade média até os dias misturadas aos adultos, de criança pequena Não existia nenhum sentimento ou
atuais, e uma proposta pedagógica coerente com tornavam-se logo em homens jovens, “... assim apego, a família era social e não sentimental, na
as crianças que frequentam hoje, as escolas de que a criança tinha condições de viver sem a qual o sentimento de amor materno não existia,
educação infantil. Para suporte teórico sobre os solicitude constante de sua mãe ou de sua ama, “A passagem da criança pela família e pela so-
conceitos de infância, optou-se como referência ela ingressava na sociedade dos adultos e não ciedade era muito breve e muito insignificante
a obra do pesquisador francês Philippe Ariès, se distinguia mais destes.” (Ariès, 1981, p.156). para que tivesse tempo ou razão de forçar a
publicada em 1960: “História Social da Criança A família Medieval era composta por memória e tocar a sensibilidade.” (Ariès, 1981,
e da Família”. Para pesquisar sobre a proposta muitas pessoas que geralmente moravam na p.10). As crianças eram substituídas na intenção
pedagógica e postura de um educador demo- mesma casa, cujo espaço físico, não era orga- de conseguir outra mais saudável e mais forte,
crático, optou-se por autores como: Wallon, nizado, não existiam quartos separados para as que correspondesse às expectativas dos pais e
Vygotsky, Morin, Freire, dentre outros, os quais crianças, adultos e empregados. de uma sociedade organizada em torno dessa
nos dão suporte para refletir sobre uma educação A preocupação com a individualidade perspectiva utilitária da infância.
significativa e coerente com a realidade em que das crianças era inexistente, isto ocorria porque As mesmas eram enterradas no fundo
nos encontramos, colaborando para a formação não acreditavam na possibilidade da existência do pátio e substituídas em seguida por outra
de sujeitos críticos e atuantes. de uma inocência pueril, ou na diferença de criança. As mais sadias eram mantidas por
Primeiramente, contextualizaremos a características entre adultos e crianças. questões de necessidade, porém, a mortalidade
história social da criança em relação à família, Em relação à vida em sociedade, as era algo aceito com bastante naturalidade.
sociedade e escola no decorrer do século XIV ao crianças participavam de reuniões, jogos de Nos primeiros anos de vida, enquanto a
século XX. Nos séculos XIV e XV, a criança azar, festas e danças, os adultos relacionavam-se criança era engraçadinha, existia um sentimento
era considerada um adulto em miniatura, tendo com as crianças sem discriminações, falavam superficial, onde os adultos divertiam-se com
sua infância negada. A partir dos séculos XVI vulgaridades, tudo era permitido, realizado e as crianças, como se fossem animaizinhos onde
e XVII, surgiu à criança como filho, aluno e a discutido na sua presença, inclusive a partici- foi chamado de “paparicação”, com a imagem
criança institucionalizada. pação em jogos sexuais. da criança como inocente, frágil, como fonte de
No decorrer do trabalho, falaremos As crianças foram tratadas como adul- diversão com atitudes graciosas e encantadoras.
sobre a criança dos dias atuais, e abordaremos tos em miniatura em diferentes aspectos, reali- Assim, os gracejos das crianças eram mostrados
ações necessárias para a construção de uma zavam os mesmos gestos e utilizavam o mesmo a outros adultos, fazendo da criança uma espécie
proposta pedagógica coerente e criativa para vestuário, diferenciavam-se dos adultos apenas de distração, na concepção de Ariès (1981): “....
essa criança. pelo tamanho. Nessa realidade Áries (1981) sa- ela fala de um modo engraçado: e titota, tetita y
lienta: “...o traje da época comprova o quanto a totata..... e (..). eu a amo muito. (...) ela faz cem
CRIANÇA SÉCULO XIV - XV infância era então pouco particularizada na vida pequenas coisinhas: faz carinhos, bate, faz o sinal
Áries (1981) utilizou-se das artes e da real. Assim que a criança deixava os cueiros, ou da cruz, pede desculpas, faz reverência, beija a
literatura para ilustrar sua pesquisa e, nos coloca seja, a faixa de tecido que era enrolada em torno mão, sacode os ombros, dança, agrada, segura o
que as crianças eram desenhadas e representa- do seu corpo, ela era vestida como os outros queixo: enfim, ela é bonita em tudo o que faz.
das nas obras de arte como um adulto, com as homens e mulheres de sua condição. (p.69). Distraio-me com ela horas a fio..... “(p. 68).
mesmas feições e características, somente em Segundo Ariès (1981), um dos fatores Após a passagem pelo período de
tamanho menor. Nessa linha de pensamento, predominantes neste período era o infanticídio, “paparicarão”, quando a criança conseguia
Áries (1981) afirma que: “Até por volta do século onde as crianças morriam em larga escala, de- superar o período de perigo, aproximando-se
XII, à arte medieval desconhecia a infância ou vido às condições insalubres em que viviam. dos seus sete anos de idade, era inserida no
não tentava representá-la. É difícil crer que sua Essa prática não era aceita, no entanto, ocorria mundo adulto e tornava-se útil na economia
ausência se devesse a incompetência ou a falta em segredo, camuflado em forma de acidente, familiar, sendo vista como um ser utilitário
de habilidade. É mais provável que não houvesse era comum que, por exemplo, as crianças mor- para a sociedade. Como afirma Áries (1981):
lugar para a infância nesse mundo.” (p. 50). ressem asfixiadas na cama dos pais, morriam “Assim que a criança superava esse período de
* Pedagoga, Especialista em Supervisão Escolar, Mestranda em Política e Administração da Educação pela UNTREF – Buenos Aires/Argentina,
Coordenadora Pedagógica de Educação Infantil, Professora da Rede Estadual do Rio Grande do Sul, Diretora da 14º CRASSERS/Santo Ângelo.
exerçam participação ativa no seu meio social. Freire (2010b): “Nenhuma sociedade se afirma _______. Resistir com Inteligência,
México, Pueblo Libre-Casa de La Cultura
O professor precisa ter clareza de que o sem o aprimoramento de sua cultura, da ciência, Del Maestro mexicano, 2007
conhecimento não é algo pronto e acabado, mas da pesquisa, da tecnologia, do ensino. E tudo
CURY, C.R.J. Ideologia e educação bra-
que se encontra em permanente construção nas isso começa com a pré-escola.” (p. 57). sileira: católicos e liberais. São Paulo:
relações sociais, nas vivências diárias, nas rela- Por isso, cabe às escolas e educadores, Cortez e Associados, 1988.
ções cotidianas. Como nos ilustra Del Percio buscar uma proposta pedagógica coerente com DEL PERCIO, Enrique M. La condición
(2010): “De todas maneras, por más simple que as crianças e sociedade em que nos encon- social: Consumo, poder y represen-
tación en el capitalismo tardío. 2º ed.
sea la cultura en la que el individuo desarrolla tramos. É necessário também, que tenhamos Buenos Aires: Altamira, 2010.
su existencia, siempre van a quedar elementos consciência de que somos seres inconclusos, e
DEWEY, John. Vida e educação. 10. ed.
no incorporados. De hecho, la socialización es necessitamos estar em eterna busca, de novos São Paulo: Melhoramentos, 1978.
un proceso que recién termina con la muerte conceitos, aprendizagens, refletindo e buscando DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia.
del sujeto.” (p. 47). É necessário trabalhar essa sempre uma nova visão, para que possamos 11. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978.
consciência junto dos alunos, para que cons- compreender as transformações que ocorrem MORIN. Edgar. Epistemologia da Com-
cientes do inacabamento tornem-se sujeitos em nosso mundo, sociedade e, principalmente plexidade. In: SCHMITMANN, Dra Frud
(org). Novos paradigmas, cultura e subje-
curiosos, em busca de novos conhecimentos, na escola. Como educadores, possamos estar tividade. Porto Alegre: Vozes, 1996.
num movimento permanente de aprender cada sempre preparados para olhar nossas crianças
FERNADÉZ,A. A Inteligência Aprisiona-
vez mais, tornando-se críticos, participativos, como sujeitos históricos. da. Porto Alegre: Artes Médicas. (1991).
sentindo-se como sujeitos da história e fazendo Precisamos olhar para as crianças
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria
sua própria história. como sujeitos que fazem história, que possuem e prática da libertação: uma introdução
interesses, opiniões, que chegam até os bancos ao pensamento de Paulo Freire. 3. ed.
São Paulo: Cortez & Moraes, 1980.
CONSIDERAÇÕES FINAIS escolares com uma bagagem de conhecimentos,
No decorrer da pesquisa teórica reali- de conceitos e ideias. _______.Pedagogia da autonomia: sa-
beres necessários à prática educativa.
zada para embasar o trabalho, percebe-se que A função da escola é oportunizar espaço São Paulo: Paz e Terra, 2001.
o conceito de infância e criança foram sendo e voz para esses alunos, com relações dialógi- _______. Educação como prática da liber-
historicamente construídos. cas, para que possa perceber esses conceitos e dade. 33ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Paz e
A partir do estudo de ARIÈS, percebe- organizá-los de modo que colabore para a for- Terra; 2010.
se que o sentimento de infância surge somente mação de sujeitos críticos e atuantes no meio em _______.Professora Sim, Tia Não, Car-
que vivem. Só iremos conseguir isso, através de tas para quem gosta de ensinar. 22º Ed.
no século XVII, com a interferência da igreja São Paulo- Olho D’Água. 2010b
e dos poderes públicos, contra o infanticídio. uma proposta pedagógica sólida e consistente,
JUNIOR, João Francisco Duarte. Porque
Antes disso parecia não ter espaço para a in- que expresse o sujeito, e a sociedade que se Arte-Educação. São Paulo: Papirus, 2002
fância neste mundo. deseja formar.
VYGOSTKY,L.S. A Formação Social da
A partir do olhar de eclesiásticos, mo- Para isso, é necessário que os professo- Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
ralistas e alguns pensadores, surgiu a historia res estejam em busca permanente de atualiza- _______. Pensamento e Linguagem.
social da criança com espaço neste mundo, ção, buscando teorias e pesquisas que possam São Paulo: Martins Fontes, 1993.
com um olhar social, saindo do anonimato. auxiliar sua prática cotidiana, aprofundando e WINNICOTT, D. W. O Brincar e a Realidade.
Surgiu então, o espaço escolar, não ocorrendo elucidando as questões da infância e as suas Rio de Janeiro: Imagro Editora Ltda,1975.
transformações, principalmente, no que diz
INTRODUÇAO caso. São apresentadas as técnicas utilizadas diente certamente será considerado hiperativo
A presente pesquisa bibliográfica, na avaliação: Entrevista Operativa Centrada sem ao menos averiguar o real motivo de sua
também apresenta um estudo de caso e tem na Aprendizagem-EOCA, Provas Operatórias inquietude. Muitas vezes, a impulsividade, a
como objetivo compreender o diagnóstico e Técnicas Projetivas. Portanto, é de suma inquietação e/ou desobediência estão ligados a
psicopedagógico do Transtorno do Déficit de importância o entendimento do TDAH, pois fatores emocionais como: separação dos pais,
Atenção e Hiperatividade-TDAH na Educação a cada dia mais crianças são diagnosticadas e mudança de moradia ou escola, nascimento de
Infantil. Cada vez mais cedo crianças dessa necessitam de apoio para avançar no processo irmão/a ou perdas.
faixa etária apresentam suspeita de TDAH e de aprendizagem. O psicopedagogo, além Para Freitas (2011), o TDAH é uma
a escola ainda desconhece a forma de como realizar o trabalho com o aluno, também irá síndrome ligada ao desenvolvimento neuro-
trabalhar com esses alunos. Os pais sentem-se ajudar a escola no que diz respeito ao ensino e biológico, interferindo no comportamento e
impotentes diante dos sintomas apresentados aprendizagem dessa criança, informando como causando desequilíbrio nos mecanismos de
pela criança e por falta de informação acredi- ela aprende e que estilo de atividades contem- atenção e memória. O TDHA é uma das causas
tam que a criança seja inquieta, desobediente plam melhor suas necessidades. do fracasso escolar, o aluno que frequentemente
e acabam por solicitação da escola buscando o é taxado de preguiçoso, desatento, desobedien-
auxílio de um psicopedagogo. 2 TRANSTORNO DO te, inquieto, entre tantos outros rótulos, com o
passar do tempo acaba por aceitar esse lugar de
Durante este trabalho são apresentados DÉFICIT DE ATENÇÃO fracasso e não se permite avançar na aprendiza-
os sintomas e o conceito de TDAH, bem como
as dificuldades da escola em trabalhar com
E HIPERATIVIDADE EM gem, sendo assim, internaliza que não é capaz
esses alunos, a importância do diagnóstico psi- CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO de superar suas dificuldades.
copedagógico realizado com a parceria de uma INFANTIL E O DIAGNÓSTICO A falta de informação do corpo docente
equipe multidisciplinar. Na sequência faz alusão é outro fator que deve ser considerado, pois o
PSICOPEDAGÓGICO professor ao desconhecer o transtorno acaba
ao desenvolvimento infantil na faixa etária de
0 a 5 anos, ressaltando o quanto o brincar é por rotular o aluno fadando-o ao fracasso.
2.1 CONCEITO DE TDHA Quando a professora busca informações sobre
necessário para o processo de aprendizagem A cada dia surgem mais alunos/as com
da criança. O brincar quando empobrecido o comportamento do aluno e a escola oferece
suspeita de Transtorno de Déficit de Atenção formação continuada é possível ficar atento aos
contribui para o surgimento das dificuldades de e Hiperatividade-TDAH, para isso, basta a
aprendizagem que se tornam mais evidentes no sintomas do TDAH e repassar as informações
criança não seguir os padrões estabelecidos pela aos familiares. Devido a suspeita de TDAH, a
Ensino Fundamental, quando são exigidos nos escola e sua família. Conforme a Associação
anos iniciais a escrita e o cálculo. família é solicitada a comparecer na instituição,
Brasileira do Déficit de Atenção, o TDAH é um sendo informada da necessidade de acompanha-
Por fim, se discute o diagnóstico psi- transtorno neurobiológico de causas genéticas,
copedagógico clínico pelo viés da Educação mento médico realizado por um neuropediatra
que aparece na infância e perdura por toda ou neurologista que realizará o diagnóstico.
Infantil, onde é contextualizado o estudo de a sua vida. O aluno mais agitado e desobe-
*Graduada em Pedagogia Orientação Educacional e Supervisão Escolar na Faculdades Integradas São Judas Tadeu em 2010 e em
Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental; Pós-Graduada em Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela
Universidade Tuiuti do Paraná em 2014.
esperado é considerado inapropriado e excluído. Tanto a professora quanto a família BASSOLS, Ana Margareth Siqueira;
Crianças com suspeita de TDAH exercem um papel fundamental na vida da DIEDER, Ana Lúcia; VALENTI, Michele
Dorneles. A criança pré-escolar. In: EIZI-
sofrem com essa exclusão, na escola não são criança que deve ser compreendida e receber RICK, Cláudio Laks; KAPCZINSKI, Flávio;
aceitos por serem inquietos, desobedientes, auxílio, deixando de ser vista como alguém BASSOLS, Ana Margareth Siqueira. (Org).
desobediente e que está sempre “aprontando”. O ciclo da vida Humana: uma perspecti-
impulsivos e às vezes agressivos, o que faz va psicodonâmica. Porto Alegre: Artmed,
com que os coleguinhas se afastem. A escola O psicopedagogo irá auxiliar na organização e 2001. p. 91-104.
não está prepara para receber esses alunos, na busca de informações referente ao processo CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedos
falta informação e vontade de mudar, é preciso de aprendizagem da criança. Através de técnicas desafios e descobertas. Porto Alegre:
abandonar o modelo de escola do passado, onde como entrevistas, provas e testes será possível Vozes, 2005.
o professor ensina e o aluno aprende. Nota-se analisar como a situação ocorre e descobrir a FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência apri-
sionada: abordagem psicopedagógica
que as professoras que lecionam na Educação melhor maneira de intervir e como auxiliar a clínica da criança e sua família. Porto
Infantil não buscam qualificar-se, o discurso é criança, família e a escola. Alegre: Artes Médicas, 1991.
muito diferente do que de fato ocorre na prática. Considera-se essencial estabelecer MANFRO, Gisele Gus; Maltz, Sandra;
A Escola de Educação Infantil ainda é parceria com a escola, principalmente com a Isolan, Luciano. A criança de 0 a 3 anos.
professora, é importante observar a criança In: EIZIRICK, Cláudio Laks; KAPCZINSKI,
vista como um local para deixar os filhos e não Flávio; BASSOLS, Ana Margareth Siquei-
como lugar de ensino e aprendizagem, a família em diversos espaços de escola, como realiza ra. (Org). O ciclo da vida Humana: uma
precisa participar mais da rotina da criança e a as atividades, se relaciona com os colegas e perspectiva psicodonâmica. Porto Alegre:
Artmed, 2001. p. 73-90.
escola oferecer um serviço de qualidade com professora e demais funcionários. A criação do
profissionais qualificados e comprometidos com vínculo é outro fator importante, pois somente MUSZKAT, Mauro. TDAH e interdiscipli-
naridade: intervenção e reabilitação. São
o processo. A escola cabe oferecer formação após sentir-se segura a criança começa a con- Paulo: All Print, 2012.
continuada e ao professor buscar informações versar e explorar os materiais. Entende-se que PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento
sobre as situações que ocorrem na sala de aula, a observação nesse espaço muito contribui para dos problemas de aprendizagem. Porto
a cada ano novos casos de inclusão chegarão à um diagnóstico mais preciso, estar inserido no Alegre: Artes Médicas, 1985.
escola e será preciso aprender a lidar com a nova contexto da criança possibilita um olhar mais
ABSTRACT
This present work is a studie case with a bibliograph revision with objective to comprehend the attention deficit hyperacti-
vity disorder – ADHD – diagnose in childhood education. Usually, the process of identification of the symptons in scholar
environment and household environment are delayed, because of misinformation and lack of knowledge of the teachers
and parents, resulting in stigmatization of the child. However, situations like that can be attenuated with courses and for-
mation of professors. Given that ADHD is a disorder, and symptoms such as aggression, inattention, impulsivity and diso-
bedience are part of the picture, and only the trained teacher may contribute to the process of teaching and learning more
effective developing activities that contemplate the needs of the student. Thus, the interaction between school, family and
multidisciplinary team of professionals who realize the attendance of the student is essential for obtaining good results.
Keywords: ADHD. Diagnose. Learning. Psychopedagogist.
INTRODUÇÃO avanço, um tipo de assistência e de certa forma mental, no âmbito nacional. Segundo Mazzotta
Este artigo científico tem como obje- um apoio às famílias necessitadas. A sociedade, A inclusão da “educação de deficientes”, da
tivo fazer uma reflexão acerca da proposta de o poder público começa a se preocupar em “educação dos excepcionais” ou da “educação
inclusão e as inquietações que enfrentamos atender este público que até então era ignorado. especial” na política educacional brasileira vem
As pessoas que passavam por estas situações a ocorrer somente no final dos anos cinquenta
no cotidiano escolar, deixando claro que isso
eram totalmente desprovidas de qualquer tipo e início da década de sessenta do século XX.
é apenas um recorte de algumas realidades e
de assistência. (p.27)
tomando como base algumas escolas públicas
no município de Porto Alegre. As primeiras escolas especiais no Com o surgimento das escolas e ou
Podemos dizer que já houve grandes Brasil, porém, atendiam apenas dois tipos de classes especiais, as crianças com qualquer tipo
conquistas e progressos com relação a esta públicos: os cegos e os mudos, o “Instituto de problema, que não estivessem de acordo o
questão. As famílias já reivindicam seus direitos dos Meninos Cegos” (hoje “Instituto Benja- modelo considerado “normal” deveriam ser
e buscam até mesmo através do poder público min Constant”) em 1854, e do “Instituto dos encaminhados a estes locais, Carvalho deixa
fazer com que seus direitos sejam cumpridos. Surdos-Mudos” (hoje, “Instituto Nacional de isto bem claro quando faz a seguinte afirmação.
Para entender melhor a questão da inclusão Educação de Surdos – INES”) em 1857, ambos Há ainda aqueles que apresentam distúrbios
faz-se necessário entendermos um pouco mais, na cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa do de aprendizagem, sem serem deficientes e
desta caminhada até a atualidade. governo Imperial (JANNUZZI, 1992; BUENO, que, também, acabam excluídos, rotulados e
1993; MAZZOTTA, 1996). encaminhados para a educação especial, como
Em 1954, surgiu o movimento que cul- deficientes mentais, predominantemente (alguns
PESSOAS PORTADORAS DE minou na implantação das APAES (Associação autores, como Mantoan – 1996 a eles se referem
NECESSIDADES ESPECIAIS de Pais e Amigos dos Excepcionais), estas asso- como deficientes circunstanciais) (2000, p.23).
As pessoas portadoras de necessida- ciações recebiam as crianças consideradas ex- Um dos grandes marcos da Educação
des especiais eram totalmente segregadas. Os cepcionais e, portanto, incapazes de frequentar Inclusiva foi a Declaração de Salamanca,
indivíduos que tinham algum distúrbio mental as escolas regulares. De acordo com Mazzotta na Espanha, em 1994. Foi uma Conferência
chegavam até mesmo a serem internadas em sa- os pais tiveram um papel fundamental nesta luta Mundial organizada pelo governo espanhol,
natórios psiquiátricos, como se fossem loucos, para que as pessoas portadoras de necessidades onde estavam representantes de noventa e dois
pois eram incapazes ou não tinham condições especiais tivessem seus direitos reconhecidos. governos e vinte e cinco organizações interna-
de viver na sociedade dita “normal”. Não havia Historicamente, os pais têm sido uma impor- cionais. Deste encontro surgiu o documento,
nenhum tipo de política pública de inclusão. tante força para as mudanças no atendimento
numa declaração que passou a nortear várias
Mazzotta faz a seguinte afirmação. aos portadores de deficiência. Os grupos de
experiências e políticas educacionais, mostran-
Buscando na história da Educação informações pressão por eles organizados têm seu poder
do o quanto é importante se pensar em políticas
significativas sobre o atendimento educacional político concretizado na obtenção de serviços
públicas, que atenda as necessidades de todos,
dos portadores de deficiência, pode-se constatar e recursos especiais para grupos de deficientes,
que, até o século XVIII, as nações a respeito da
sem discriminação.
particularmente para deficientes mentais e
deficiência eram basicamente ligadas a misti- deficientes auditivos. (1996, p.64)
A (Lei de Diretrizes e Base) LDB
cismo e ocultismo, não havendo base científica 9394⁄96, capítulo V, que trata da educação es-
Só a partir de 1957, é que começam pecial, vai legitimar o direito de todos aqueles
para o desenvolvimento de noções realísticas.
O conceito de diferenças individuais não era
a surgir às escolas especiais que vão prestar que sejam portadores de necessidades especiais,
compreendido ou avaliado. (1996, p.16)
atendimento educacional aos indivíduos que que estejam preferencialmente incluídos na
apresentam algum tipo deficiência e ou distúrbio rede regular de ensino. Art. 58. Entende-se
As escolas especiais surgem como um
*Professora de Séries Iniciais na Rede Municipal de Porto Alegre – RS. Graduada em Letras pela UNI de Belo Horizonte – MG.
Especialização Língua Portuguesa – Lato-Sensu e Alfabetização E Letramento. anjostrabulsi@gmail.com
RESUMEN
Este documento ha sido desarrollado a partir de una literatura en la que diferentes autores abordan el tema de la educa-
ción especial, la diversidad cultural, la cuestión de la segregación de las personas con discapacidad, y la falta de políticas
públicas de inclusión, y tomando como parámetros las situaciones sucediendo en las escuelas de hoy. El texto también
aborda las preocupaciones y preguntas de los profesores se enfrentan a una realidad que se llama inclusión. Las condi-
ciones de trabajo de los profesionales que intervienen en este proceso educativo es también un enfoque temático en este
ensayo que todavía trae una breve reseña de los logros y derechos ganado una clase que siempre había sido ignorado y
ha vivido en los márgenes de la sociedad.
Palabras clave: Educación Especial. Inclusión. Respeto. Diversidad. Derechos.
Existem várias maneiras de dizer quem sou eu, principalmen- integrando com alunos de psicologia da UFRGS e surpreendendo
te sob o enfoque profissional, porque como todos tenho muitas os professores.
habilidades que poderiam e que até são postas em funcionamento Formei-me e comecei a trabalhar em clínica e na escola onde
para produzir. eu havia estudado (Colégio Bom Conselho, Porto Alegre), primei-
Ideias é o que mais tenho. Na maioria das vezes, dentro de ro como professora de psicologia do Curso Normal e depois como
um grupo de trabalho, estudo ou mesmo informal, minha maior psicóloga escolar do Ensino Fundamental, durante dezenove anos.
função é dar ideias, interpretar, criar, esquematizar e desdobrar. Como o caminho dá suas voltas!
A partir de agora, passo a digitar este texto que escrevi de Ingressei nesta escola trabalhando no curso normal e, nos
madrugada. São cinco horas da manhã, acordada desde as quatro últimos anos, retornei ali, onde retomei o contato direto com as
horas para trabalhar, enquanto a família dorme, fico brava porque didáticas, estagiários, escolas públicas e supervisão pedagógica.
o computador não responde aos meus cliques – mesmo sendo an- Também, neste interim, fiz concurso público para psicólogo e pro-
tigo, ainda há muita coisa nele que eu não sei como resolver. fessor de séries iniciais.
Vendo o tempo passar, decido escrever à mão como meus alu- Em 2003, saí do Colégio Bom Conselho e entrei num processo
nos da terceira série do Ensino Fundamental da rede municipal. de reformulação geral, revisão de valores, relacionamentos, pa-
Lembranças de infância e adolescência quase todas são de escola péis. Abriu-se o espaço, já em demasia, que estava sendo absorvi-
ou férias, cuja referência continua sendo a mesma... amigos, famí- do pela escola, enquanto instituição particular e eu estabeleci nova
lia, sempre existe qualquer coisa relacionada com escola. rotina com meu marido e três filhos com oito, seis e dois anos
No Ensino Médio, fiz o curso normal, fiz estágio, adorei, até de idade, comigo mais presente. Conheci um pessoal novo ligado
hoje levo muito jeito com crianças e livros. Adolescente alegre e a uma escola de filosofia chamada Nova Acrópole e comecei a
expansiva, também parava para pensar e sempre fui muito sensí- estudar com eles, resgatando antigas preferências por história e
vel às questões sociais e muito ligada em histórias (de todo tipo filosofia.
mesmo). Era alguém começar a contar uma, que o mundo parava Em 2005, quando estava bem acostumada e adorando a nova
para eu escutar. rotina de vida familiar, livre das pressões desgastantes do traba-
Comecei muito cedo escutar histórias dos meus pais, dos meus lho, chamaram-me no município. Este modo ingênuo de me refe-
avós imigrantes italianos, histórias dos meus irmãos mais velhos, rir ao meu próprio destino tem a ver com a ambivalência com que
histórias das minhas amigas, histórias do padre, histórias das pro- compareci à nomeação.
fessoras. Muito enredo, muita emoção, muito conteúdo, atenta Entrei na Escola Municipal Victor Issler e peguei uma turma
mesmo quando pareciam triviais. de progressão de segundo ciclo, uma classe especial formada por
Por ocasião do vestibular, precisei descartar um a um dentre alunos com idade mais avançada e dificuldades de diferentes or-
os cursos de psicologia, sociologia, pedagogia, história, filosofia. dens. Entrei direto em contato com o aluno mais pobre, e despro-
Optar inclui a exclusão. Eliminei até chegar à psicologia e socio- tegido da sociedade.
logia. Formei-me em psicologia e quanto à sociologia, até hoje Uma diferença enorme com o que eu vinha convivendo até
está meu número de matrícula em Ciências Sociais na UFRGS então. Diferentes situações socioeconômicas tão marcantes que
de 1980. exigiram-me “urgentemente” uma adaptação e mudança de para-
Tinha paixão por história, mas na época estava muito envolvi- digmas. Eu que sempre me considerava revolucionária, destemi-
da com a terapia familiar e com início da minha própria análise. da, ousada... Curso Normal, Bacharelado em Psicologia, pós-gra-
Cursei psicologia na PUCRS e de lá pra cá, sempre trabalhei duação na área de educação, dois idiomas!!! E era eu e o Sócrates
na área da educação, mesmo tendo, no início, demonstrado grande “só sei que nada sei”. Simplesmente eu não sabia o que fazer com
tendência e interesse pela clínica. Como aluna da faculdade, fiz meus alunos e tive que descobrir.
parte de uma geração de alunos da psicologia da PUCRS que ino- Depois de um mês em estado de choque, comecei a encon-
vou o comportamento tradicional, através da formação de grupos trar o meu jeito de trabalhar, admirando-me comigo mesma e me
de estudos com psicólogos e psicanalistas de fora da universidade, apaixonando pelos meus alunos. Minhas ideias voltaram e eu, a
Educação e Educadores
EDUCAÇÃO COM QUALIDADE
Nei Alberto Pies*
Qualidade é um substantivo inerente ao “Viemos ao mundo para dar nome pessoas e a vida do país, deve ser a área mais
ser humano e a seus afazeres. O ofício de às coisas: dessa forma nos tornamos rigorosamente testada e é preciso que seja ex-
educar, dentre outros, pressupõe qualidade. A senhores delas ou servos de quem as celente. Entretanto, é aquela em que os testes
qualidade é gerada na satisfação pela conquis- batizar antes de nós”. são mais difíceis e as avaliações, vestibulares
(Lya Luft, escritora)
ta de aprendizagens, protagonizadas por edu- e provões quase nada significam: nada garan-
cadores e educandos. O prazer nas relações de te que a qualidade, medida por critérios aca-
ensino-aprendizagem está na construção do conhecimento como dêmicos numéricos consiga passar os testes que a vida impõe”.
algo útil, agradável e capaz de desencadear alegria e realização. O Alves afirma que as avaliações escolares sempre são anun-
educador é um dos maiores interessados em qualidade na educa- ciadas com a intenção de “consertar a máquina” (a estrutura dos
ção; a escola carrega potenciais de sua satisfação, uma vez que o sistemas de ensino). E logo responde: “eu, ao contrário, acho que
fracasso dos educandos também representa o seu próprio fracasso. não há nada de errado com a máquina. Não há o que consertar.
Quem ganha com a desqualificação da educação pública? Acontece que os alunos, mais precisamente os corpos dos alunos
Quem ganha quando os professores e professoras não são tratados – tem também seus mecanismos de “controle de qualidade”. Se
com a dignidade que merecem? Quem goza de alguma vantagem eles não aprendem é porque os seus corpos reprovam a máquina.
quando os alunos de nossas escolas saem das mesmas sem con- Seus corpos vomitam o que a máquina lhes enfia goela abaixo. O
dições de ler e interpretar o mundo, para melhor inserir-se nele? resultado do “examão” seria a prova disso”. E pondera ainda que
Ninguém, muito menos os professores ou os alunos, ou a socie- nosso corpo só aprende dois tipos de conteúdos: os que dão prazer
dade. e os que levam ao objeto de prazer (aqueles com razões para se-
É um avanço que a sociedade queira discutir qualidade na edu- rem aprendidos). “A máquina funciona como deve. O problema é
cação. É, no entanto, injusto e leviano supor que o insucesso da que a comida que ela serve é imprópria para a inteligência”.
escola pública recaia unicamente sobre os professores e profes- Faz bom tempo que os educadores/as reclamam qualidade.
soras, usando-se para tanto a meritocracia como uma forma de Faz tempo que apontam impróprio o tratamento que os governos
punição e seleção dos professores. Os professores e a comunidade lhes dispensam. Todo este contexto pressiona seu ambiente de tra-
escolar sabem do seu maior mérito: a resistência e a sobrevivência balho, fere suas inteligências e limita imensamente o seu prazer de
da escola pública, durante as últimas décadas. ensinar. Há que se considerar ainda que todo tratamento impositi-
Existem razões suficientes para querermos uma escola públi- vo se torna indigesto e que os muitos jeitos de fazer educação só
ca e de qualidade. No entanto, questiona-se a legitimidade das merecem reconhecimento se ajudarem as pessoas a viver melhor
avaliações de seu desempenho sem uma ampla discussão e parti- no mundo, exercendo sua cidadania e sendo mais felizes. O resto,
cipação dos maiores interessados e sem uma ampla discussão na pouco ou nada tem a ver com qualidade.
sociedade sobre o papel da educação no atual contexto histórico.
Rubem Alves, quando discute “Qualidade em educação”, *Professor e ativista de direitos humanos
lembra que “a educação, na medida em que lida com a vida das
Espaço Inovação - Revista Pedagógica - N o 12, agosto, 2014 53
Retratando Poetas
PRÓLOGO CASALADA
Já é tarde...a noite transita. a casa é pequenina
mas tem uma vela gigantesca
É hora de dormir, mas...cadê o sono?
diferente do que se imagina
A mente fervilha com mil ideias, não há memória que a esqueça
milhares de desejos, de esperanças.
Amanhã será outro dia. ninguém sabe de onde veio
Não tem melhor e maior conselheiro nem para onde ela irá
do que o travesseiro se chegou já está de partida
macio... aconchegante... se partiu não vai voltar
e o livro de cabeceira?
das inóspitas regiões geladas
está me esperando aos desertos de areia e sal
para que suas páginas sejam abertas nunca faz sua pousada
que meus olhos percorram suas linhas duas vezes no mesmo local
que eu ria e que chore
pelas histórias ali contidas. pé na estrada em travessias
E a revista? faça chuva ou faça sol
tempestade, calmaria
Está no computador
brisa breve, temporal
esperando pelo encerramento das atividades.
Ora... ainda faltam três artigos e tromba d’água, chuva fina
amanhã os terei para finalizar tufão, garoa, vendaval
Esta edição está bem recheada ao sul o sol da meia noite
de belas histórias, ao norte a aurora boreal
de trabalhos científicos inovadores
a casa vive um sonho alado
de ideias criativas,
por onde quer que a casa ande
de desejos ocultos à leste o Kilimanjaro
numa demonstração de múltiplas inteligências, à oeste a cordilheira dos Andes
de tentativas
de auxiliar aquele que possui grandes dificuldades de aprendi- da alvorada até o crepúsculo
zagem do início ao fim do ano
daqueles que tem direito à inclusão já deu muita volta ao mundo
no lombo do vento aragano
se deliciando com o bate-papo com personalidades
figuras que sabem tudo e não sabem nada ao mesmo tempo voa bem alto casa à vela
porque sabemos que nada sabemos muito além do infinito
que nossa sabedoria é uma eterna busca leva contigo os nossos sonhos
que a aprendizagem não se esgota aqui e agora que nós sonhamos contigo
porque ela é eterna
seja nesta ou em outras vidas Alexandre Brito*
e tantas quantas teremos que ter
para atingir a plenitude da evolução espiritual *(AUTOR DAS POESIAS DA PÁGINA SEGUINTE)
obrigado por vocês existirem
e fazerem parte da nossa história! *Autor de Museu Desmiolado (Prêmio Os 30 Melhores Livros Infantis do
Ano - Revista Crescer, selecionado
pela FNLIJ para o Catálogo Brasileiro da Feira Internacional do Livro Infantil
Yolanda Pereira Morel* e Juvenil de Bolonha/2012),
Circo Mágico (adotado pelo PNBE - MEC, indicado ao Prêmio Açorianos de
Literatura), Uakti e Uiara - duas
*Presidente da ASSERS lendas da Amazônia, entre outros.